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Sarcopterygii e Evolução dos Tetrapoda Amphibia: origem, evolução e morfologia Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Centro de Ciências Agrárias, Ambientas e Biológicas Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas Zoologia de Vertebrados I Prof. Marcos Rossi Santos Subclasse Sarcopterygii sarx = carne; pterygium = nadadeira • Sustentação no solo • Linhagem mais antiga • Sete espécies viventes • Nadadeiras carnosas (lobadas) – eixo ósseo, do qual partem raios • Características: - nadadeiras lobadas, - narinas comunicadas com a cavidade bucal - bolsas ligadas ao esôfago = pulmões funcionais Subclasse Sarcopterygii Ordem Actinistia • Forma atual = Latimeria (celacanto) • Oceano Indico Ordem Dipnoi (di = dupla; pnoe = respiração) • Águas doces, no H. Sul • Peixes pulmonados • Extinto: Ordem “Rhipidistia” • ‘elo’ entre peixes e anfíbios •Dois grupos viventes: • escamas primitivas • escamas de Sarcopterygii Diferem pouco das carapaças ósseas de placoderme: - Menores, mais finas - Formadas por um tipo de tecido mineralizado semelhante à dentina, chamado cosmina ESCAMAS COSMÓIDES 1. Revestimento do corpo Escamas dérmicas Subclasse Sarcopterygii – Actinistia • Fóssil-vivo – Desde o devoniano • Nadadeiras carnosas e lobadas (exceto primeira dorsal) • Nadadeira caudal única trilobada • Sem osso maxilar no crânio • Até 2 m de comprimento • Vivem próximos ao fundo, cerca de 260 a 300m • Não pulmonados, com bexiga antatória com paredes ossificadas • Única espécie vivente: Latimeria chalunae Subclasse Sarcopterygii – Dipnoi • Ausência de articulação entre ossos pré-maxilares • Maxilares com dentes • Demais dentes sobre o palato e fundidos em linhas laterais • Respiração pulmonar obrigatória • Brânquias pequenas • Estivam na seca • Nadadeiras medianas se fundem ao redor do terço caudal do corpo • Nadadeiras pares reduzidas em alguns. Subclasse Sarcopterygii – Dipnoi viventes • África • Respiração pulmonar obrigatória • Brânquias pequenas • América do Sul • Pirambóia • Austrália • Usa pulmão só sob estresse Protopterus – 4 spp. Lepidosiren paradoxa Neoceratodus forsteri EVOLUÇÃO DOS TETRAPODA • Origem a partir de Sarcopterygii, entre o Devoniano médio e superior • Grupo de vertebrados que compreende os animais que possuem membros (mesmo que somente em sua ancestralidade) • Duas linhagens principais: Batrachomorpha e Reptilomorpha Quem são tetrápodos? Pough, 2003 Pough, 2003 • Grupo-irmão de Tetrapoda? • Osteolepiformes Corpo cilíndrico, escamas grossas, vértebras e crânio similares aos dos primeiros tetrápodes, coanas (narina posterior voltada para o palato) Eusthenopteron Origem dos Tetrapoda • Grupo-irmão de Tetrapoda? • Panderichthyidae – Olhos dorsais, corpos achatados, ausência de nadadeiras dorsal e anal, presença de ossos frontais, costelas se projetam ventralmente, nadadeiras pares flexíveis, focinhos compridos, dentes grandes Panderichthys Origem dos Tetrapoda • Grupo-irmão de Tetrapoda? • Tiktaalik rosae – Elo perdido!! – Membros mais semelhantes aos tetrápodos Origem dos Tetrapoda Stegocephali “Osteolepiformes” Elpistostegidae Origem dos Tetrapoda • Stegocephali – Inclui Acanthostega e Ichthyostega – Fim do Devoniano – Carnívoros, 50 a 120 cm comprimento, mais que 5 dedos Os primeiros tetrápodes Ichtyostega – Devoniano Acanthyostega – Devoniano Os primeiros tetrápodes • Stegocephali • Crassigyrinus – Carbonífero inferior – 1,3 m, membros diminutos, crânio massivo com dentes e presas proeminentes – Um dos últimos de uma linhagem que nunca se tornou terrestre ou um dos primeiros a retornar para a água? Os primeiros tetrápodes ambientes de água rasa com vegetação densa evolução de feições vantajosas dentro d’água (membros robustos para andar sobre o substrato uso posterior destas características em terra OU SEJA... ... os tetrápodos evoluíram antes de desenvolverem um hábito terrestre. Os primeiros tetrápodes • Vantagens – Novos recursos alimentares – Evitar predadores e competidores aquáticos – Oxigênio em abundância A transição para o ambiente terrestre • Desvantagens (obstáculos) – Água se torna fator limitante na distribuição da espécie (dessecação, respiração, reprodução) – Gravidade: necessidade de novo design morfológico. Água suporta o corpo (empuxo), embora seja mais difícil locomover-se nela. – Água possui grande capacidade térmica. Animais aquáticos não possuem problemas com mudanças drásticas de temperatura. SOLUÇÃO? Modificações estruturais e funcionais A transição para o ambiente terrestre Modificações estruturais e funcionais para: • Locomoção Problema = resistência ao atrito e à gravidade. • Retenção de água Problema = perda de água pela pele e urina. • Respiração Problema = água pobre em oxigênio e difícil de movimentar. • Reprodução Problema = encontro dos gametas, desenvolvimento de ovos e larvas. • Alimentação Problema = apreensão e manipulação do alimento. A transição para o ambiente terrestre Adaptações para a vida terrestre Suporte e locomoção • Zigapófises: coluna rígida • Costelas largas e rígidas: caixa torácica • Perda das nadadeiras medianas • Cintura pélvica (ísquio, ílio e púbis) unida às vértebras sacrais (através do ílio) • Perda do opérculo separando o crânio da cintura peitoral (escápula, coracóide, clavícula, interclavícula e esterno) • Pescoço flexível: vértebras cervicais • Membros fortes com segmentos articulados – Úmero e fêmur alongados e dirigidos lateralmente – Dedos A transição para o ambiente terrestre *** zigapófises Costelas fortes Perda das nadadeiras Cintura pélvica Cintura peitoral Pescoço Membros fortes e articulados Os primeiros tetrápodes Adaptações para a vida terrestre • Perda do opérculo separando o crânio da cintura peitoral Os primeiros tetrápodes Adaptações para a vida terrestre • Membros fortes com segmentos articulados – Úmero e fêmur alongados e dirigidos lateralmente – Dedos Adaptações para a vida terrestre Respiração • Perda de brânquias internas, redução e perda do opérculo • Pulmões mais desenvolvidos • Perda de escamas, permitindo a respiração cutânea • Fluxo bidirecional de O2 Reprodução – Geralmente fertilização externa, com ovos deixados na água A transição para o ambiente terrestre Adaptações para a vida terrestre Balanço hídrico • Excreção – Uréia e ácido úrico como principais excretas nitrogenadas • Desidratação – Tegumento impermeabilizado, mas ainda é um problema para muitos anfíbios Órgãos dos sentidos • Ouvido médio – Membrana timpânica – Hiomandibular livre e modificado: columela • Visão – Mudança no formato do cristalino, associada com os diferentes índices de refração da água e do ar A transição para o ambiente terrestre Adaptações para a vida terrestre Alimentação • Pescoço: move a cabeça contra a presa • Focinho longo • Língua grande e musculosa • Glândulas salivares A transição para o ambiente terrestre *** Adaptações para a vida terrestre Circulação • Sistema linfático – sistema de vasos sem saída, auxiliam na circulação A transição para o ambiente terrestre *** Batracomorpha • Grupo formado por 3 grandes grupos: Temnospondilos, Lepospondilos e Lissamphibia • Linhagem que dá origem aos anfíbios atuais • Vértebras complexas (com predominância do intercentro na composição do centro vertebral) • Crânio achatado, com dois côndilos occipitais (mantém dermocrânio com vários ossos) • 4 dedos • Semi-aquáticos, dependentes da água para reprodução, Batracomorpha *** BatracomorphaTemnospondyli • Tetrápodes não-amniotas mais diversificados do Paleozóico • Muitos predadores semi- aquáticos com corpo pesado, membros curtos e cabeça grande • Provavelmente comiam peixes e outros tetrápodes • Crânios grandes, achatados e acinéticos (com pouca movimentação) Batracomorpha Temnospondyli (Carbonífero-Cretáceo) Batracomorpha Lepospondyli (Carbonífero-Permiano) Batracomorpha Batracomorpha Lissamphibia (Trássico-Recente) Batracomorpha Albanerpetontidae • Linhagem surgiu no Carbonífero: – Diadectomorpha, –Seymouriamorpha e –Anthracousauroidea • Se extinguem no Permiano da Laurásia (América do Norte e Europa) • Linhagem que dá origem aos amniotas • Vértebras com predominância do pleurocentro na composição do centro vertebral • 5 dedos • Terrestres, dependentes da água para reprodução, predadores. Reptilomorpha Reptilomorpha Anthracosauroidea (Carbonífero-Permiano) Seymouriamorpha (Permiano) Diadectomorpha (Carbonífero-Permiano) Reptilomorpha AMPHIBIA - Tetrápodes não-amniotas - Sapos, salamandras e cecílias Anfíbios = duas vidas não é totalmente verdadeiro para todos http://www.sms.mu/3-024/pt_pt/1/2063/frog.html - Cosmopolitas - Vorazes - Mais de 6.500 spp. - Xenohyla truncata e Pelobatidae asiáticos – herbívoros - Maioria das espécies está restrita a ambientes úmidos; - Algumas espécies habitam ambientem áridos, e desenvolveram estratégias comportamentais (se enterrar por vários meses, evitando o período mais seco). - Carnívoros, poucas especializações morfológicas - Grupo monofilético 3 linhagens atuais AMPHIBIA Neobatrachi (Lissamphibia) ANURA ou SALIENTIA URODELA ou CAUDATA GYMNOPHIONA ou APODA -História evolutiva independente das três ordens Classe Subclasse Ordem -Diferentes especializações locomotoras • Anuros são saltadores; • Salamandras caminham; • Cobras-cegas rastejam; • Na água são nadadores FORMA DO CORPO E LOCOMOÇÃO A forma do corpo dos anfíbios evoluiu de um tipo semelhante ao das salamandras, nadando por ondulações Anfíbio saltador = relacionado à seleção de capacidade de fuga de predadores. Anfíbio rastejador = evolução convergente com Squamata Caudata Anura Gymnophiona FORMA DO CORPO 1-Extremamente fino e vascularizado (epiderme + derme) 2- Estrato córneo fino, trocado de poucos em poucos dias 3- Glândulas epidérmicas, ambas multicelulares e alveolares Gl. mucosas – muco Gl. granulares – substância leitosa/veneno TEGUMENTO **** Glândulas de muco • Atividade anti-bacteriana (em alguns) • Corpo escorregadio – dificulta captura • Adesivo – defesa e auxílio à locomoção • Limpeza • Umidificação = permeabilidade TEGUMENTO Glândulas granulares = Glândulas de veneno • Composição química variável – não muito conhecida • Produzidas pelo animal ou adquiridas na dieta insetívora • Toxinas nunca inoculadas TEGUMENTO Sapo-veneno-de-flecha = Phyllobates terribilis Família Dendrobatidae, Colômbia Glândulas de veneno espalhadas pelo corpo... Sapos e algumas salamandras = glândulas reunidas em áreas parecidas com “verrugas” Parotóides ... ou em áreas específicas RESPIRAÇÃO 1. Diferentes meios para respirar, usados separadamente ou em combinação: - pele - brânquias (larvas e algumas salamandras) - pulmões 2. Sapos e rãs dependem mais da respiração pulmonar 3. Nas salamandras e cecílias a cutânea é mais importante 4. Tomada de ar para respiração pulmonar = sistema de bomba buco-faríngea: - boca e glote são fechadas , abaixa o assoalho da boca - ar inalado pelas narinas - Glote abre e assoalho da boca é levantado - Ar “novo” vai aos pulmões - Ventilação rítmica da cavidade bucal - Compressão dos pulmões e liberação do ar - Eliminação de CO2 pela pele - Processo de tomada de ar relacionado à vocalização RESPIRAÇÃO CORAÇÃO E CIRCULAÇÃO - Girino = Coração e circulação semelhantes aos peixes Coração com um átrio e um ventrículo Circuito único (coração-brânquias-corpo) - Adulto = Coração com 3 câmaras - um ventrículo - dois átrios - além do cone arterial e seio venoso - Sangue desviado para o pulmão = circulação dupla - Circulação dupla, incompleta - Dois ramos do cone arterial = dividem-se em grandes vasos ou arcos (carótido, sistêmico, pulmocutâneo) CORAÇÃO E CIRCULAÇÃO Pulmões ventilados Só respiração cutânea Fluxo dentro do coração reflete o uso das duas superfícies respiratórias Pulmão e pele Corpo Cabeça Pulmão Cabeça Corpo Sistemas Veias sistêmicas Pulmão AD AE O2 CO2 EXCREÇÃO • Rins mesonefros, ligados por ureteres à bexiga, que está ligada a cloaca • Pele também pode desempenhar algum papel na excreção de íons • Produto de excreta no estágio larval: amônia; • Produto de excreta na fase adulta: uréia; • Presença de bexiga urinária – reabsorção de água NUTRIÇÃO • Sistema digestório completo; • Boca com ou sem dentes; • Língua grande, sustentada pelo aparato hióide, pode ser protrátil • Glândulas salivares (enzimas digestivas) • Cloaca; • Alimentam-se de peixes, insetos, moluscos, aracnídeos, pequenos roedores... • A cobra – cega é canibal REPRODUÇÃO • Dióicos; • Maioria: desenvolvimento indireto (larva: girino) • Ovos sem casca • Maioria fecundação externa (necessita de água) ADAPTAÇÕES QUIMIORECEPTORAS 1. Órgão vomeronasal ou órgão de Jacobson = olfação localizado acima dos ossos do palato. Orelha passa a ter papel de audição Janela oval Columela= arco hióideo ADAPTAÇÕES AUDITIVAS Orelha interna Complexo operculum-columella ADAPTAÇÕES AUDITIVAS – anuros, salamandras e cecílias Braço músculo opercular operculum janela oval Tímpano columela (arco hióide) janela oval Orelha interna ADAPTAÇÕES AUDITIVAS – ORELHA INTERNA 1. Papilla amphibiorum = área sensorial na orelha interna (parece do sáculo), frequências < 1.000 hertz. 2. Papilla basilaris = frequências sonoras > 1.000 Hz – Detecção de frequências altas e baixas Baixa frequência (presas) Alta frequência (vocalizações) Membrana timpânica – recebe vibrações sonoras e amplifica para a orelha interna pelo complexo operculum- columella ADAPTAÇÕES AUDITIVAS - Músculo levator bulbi - Pálpebras – proteção e evitar dessecação - Bastonetes verdes = função desconhecida ADAPTAÇÕES VISUAIS
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