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Aula 10 (Escorpiões, miriápodes e outros)

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29/09/2023 
1 
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL 
Aspectos gerais sobre escorpiões 
 Os escorpiões são os aracnídeos mais 
antigos que se conhece. 
 Fósseis (Carbonífero): mais de 400 milhões 
de anos. 
 Espécies atuais - não diferem muito dos 
antigos na aparência geral (modelo para estudos de 
evolução e zoogeografia). 
 Escorpião - amedrontado o homem desde a 
Antigüidade. 
 Povos antigos - para aplacar a sua ira, os 
veneravam sob a forma de deuses, que simbolizavam a 
morte, a maldade e a traição. 
 Astrônomos da Babilônia - há mais de 4000 anos 
os o relacionaram a uma das doze constelações do 
Universo. 
 A maldade do animal - é mostrada no Livro dos 
Mortos, no Talmud e em várias passagens da Bíblia. 
Serket-hetit 
 Figura mística do animal - é freqüente em murais 
religiosos e bélicos, amuletos, vasos e utensílios 
domésticos, comuns nas sociedades antigas e da Idade 
Média. 
http://4.bp.blogspot.com/_JpbZjqaoBEA/SqSHbR8MznI/AAAAAAAALxs/h9Q9a1uYAHg/s1600-h/selkhet.gif
29/09/2023 
2 
 Ocasionalmente são associados ao bem - os deuses 
colocam o escorpião como representante do oitavo signo do 
zodíaco, pois um desses animais matou Orion, filho de Zeus, 
depois deste gabar-se de que mataria todos os animais da 
terra. 
 Lendas e crendices - baseadas quase sempre em fatos 
mal interpretados, salientam a malignidade desses animais, 
contribuindo para que eles permaneçam malquistos até os 
dias de hoje. 
• 1500 espécies de escorpiões conhecidas 
atualmente no mundo. 
• 25 podem causar acidentes mortais (03 ocorrem 
no Brasil). 
Obs: atitude mais sensata - aprendermos a 
reconhecê-las e nos precavermos contra elas, 
preservando as demais. 
 Importante papel - representado por esses 
animais no equilíbrio ecológico como 
predadores de insetos, inclusive pragas e vetores 
de diversas doenças. 
NÚMERO DE ESPÉCIES 
29/09/2023 
3 
 Em certas regiões brasileiras os escorpiões 
são chamados de “lacraus”, fazendo confusão 
como o nome lacraia, que se refere às centopéias. 
 As pessoas confundem os escorpiões com as 
tesourinhas ou lacrainhas que são insetos 
inofensivos, cujo corpo termina em uma pinça. 
Curiosidade 
 Muitas pessoas creditam que, ao serem 
colocados em um círculo de fogo, os escorpiões 
matam-se com a própria peçonha para não morrer 
em agonia prolongada. 
 Na verdade - irritado com o calor, ele 
assume a posição característica de defesa e 
alerta: ergue a cauda sobre o corpo e desfere 
ferroadas em várias direções para atingir um 
inimigo que não consegue identificar. 
 OBS: morre por desidratação e não por 
auto-envenenamento. 
Alimento Alimento 
Classificação e distribuição geográfica 
 Uma idéia muito difundida é 
que os escorpiões são insetos. 
 Verdade - como as aranhas eles são artrópodes 
pertencentes à classe Arachnida, ordem Scorpiones. 
 Aracnídeos - possuem duas divisões do corpo e 
quatro pernas enquanto os insetos têm três divisões no 
corpo e três pares de pernas. 
29/09/2023 
4 
• 1500 espécies e subespécies. 
• 9 famílias. 
• A mais importante é a família Buthidae 
(os escorpiões perigosos para o homem 
estão nela reunidos). 
 Habitam todos os continentes, exceto 
os extremos gelados do globo. 
 Encontram-se em todas as latitudes, 
temperadas e tropicais. 
 Buthidae - 48 gêneros e mais de 500 
espécies, é a maior e mais amplamente 
distribuída. 
 A maioria dos gêneros - Velho Mundo, 
principalmente na África e sul da Região 
Paleártica. 
 Epidemiologia (Buthidae) - cerca de 25 
espécies cujas peçonhas podem provocar a morte 
em seres humanos. 
 Estima-se que mais de 5000 pessoas, 
especialmente crianças, morrem por ano em 
acidentes causados por escorpiões pertencentes à 
esta família. 
 No Brasil, ocorrem 5 gêneros de 
Buthidae: Isometrus, Ananteris, 
Microtityus, Rhopalurus e Tityus (sendo 
que este último pertencem as espécies 
responsáveis pela grande maioria de 
acidentes humanos). 
As espécies são: 
• Tityus serrulatus Lutz e Mello, 1992 – MG, SP, 
RJ, ES, BA, GO, RO, PR e DF. 
• T. bahiensis (Perty, 1834) – MG, MT, GO, SP, 
PR, SC, RS e Paraguai e norte da Argentina. 
29/09/2023 
5 
• T. stigmurus (Thorell, 1876) – MG e em todos os 
Estados do nordeste (-Maranhão). 
• T. cambridgei Pocock, 1897 – PA, AM e Guiana 
Francesa. 
• T. trivittatus Kraepelin, 1898 – MT, SP e 
Paraguai e norte da Argentina. 
Morfologia 
 Superfície dorsal: O corpo do escorpião é 
formado por tronco (prossoma e mesossoma) e 
cauda (metassoma). 
 Parte anterior - é coberta por uma carapaça 
na parte dorsal, onde estão localizados dois olhos na 
linha mediana e até cinco olhos de cada lado. 
 Seis pares de apêndices: um par de 
quelíceras em forma de pinça, um par de palpos 
(“braços”) terminando em “mão”, com dois dedos e 
quatro pares de pernas (2 garras na extremidade). 
 Parte posterior - formada por sete 
segmentos e a cauda por cinco. 
 Extremidade da cauda - há um artículo 
chamado télson ou vesícula. 
 Télson - um par de glândulas de peçonha (2 
orifícios situados de cada lado da ponta do ferrão). 
29/09/2023 
6 
 Superfície ventral: par de órgãos sensoriais 
característico dos escorpiões: os pentes, formados 
por placas, lâminas e dentes em série. 
Habitat e hábitos 
 Ocorrem em quase todos os ecossistemas 
terrestres, como desertos, savanas, cerrados, 
florestas temperadas e tropicais. 
 Algumas espécies possuem a capacidade 
impressionante de suportar temperaturas vários 
graus abaixo de zero. 
 Temperatura da hemolinfa - pode ser 
diminuída abaixo do ponto de congelamento sem 
que ocorra sua cristalização e conseqüente dano 
aos tecidos do corpo. 
29/09/2023 
7 
 Alguns têm seu habitat em matas e florestas 
inundáveis, alojados no solo e em copas de 
árvores de mais de 40 metros de altura, como o T. 
cambridgei da floresta amazônica. 
 Há os que vivem em rochas junto ao mar e 
os que entram em buracos na neve a mais de 5000 
metros de altitude. 
 Existem espécies adaptadas à vida em grutas 
e cavernas: são cegos e têm o corpo 
esbranquiçados. 
 Resistentes aos raios gama - sobrevivem em 
ambientes com índice radioativo 100 vezes 
superior ao suportado pelo homem. 
 Vivem em lugares muito secos conseguem 
ficar meses sem água (maioria das espécies é 
mais ativas durante os meses mais quentes do 
ano). 
 Quando não há alimento disponível - 
baixam o metabolismo e ficam de jejum absoluto. 
 
 OBS: há registros de escorpiões que ficaram 
até um ano e meio sem se alimentar. 
 São animais de hábitos noturnos (passam o dia 
escondidos sob pedras, tijolos velhos, troncos caídos, 
cercas feitas de troncos de árvores e cupinzeiros). 
 Encontram ainda esconderijos junto as habitações 
humanas, ocorrendo em velhas construções e sob os 
dormentes dos trens. 
Alimentação 
 Carnívoros - alimentando-se 
exclusivamente de animais vivos. 
 Não são capazes de ver imagens 
definidas: localizam a presa orientando-se 
por vibrações do ar e do solo, que captam 
através de cerdas sensoriais localizados 
nos palpos (tricobótrias) e de 
mecanorreceptores existentes nas 
pernas. 
 
 Nem sempre a peçonha é utilizada 
para captura de presa; escorpiões com 
pinças grandes e fortes, esmagam a presa 
com elas e a devoram em seguida. 
 Quando o télson é mutilado, eles 
sobrevivem alimentando-se de pequenos 
animais que aprisionam com as pinças. 
 Quelíceras - faz uma ferida no corpo 
da presa e suga o conteúdo, liquefeito por 
substâncias digestivas (regurgitada). 
 
29/09/2023 
8 
 Presas - cupins, baratas, grilos, aranhas 
de pequeno e médio porte (alimentos preferidos), 
os escorpiões chegam mesmo a recusar larvas de 
insetos, tatuzinhos e piolhos-de-cobra. 
 Em cativeiro ou situações de estressantes, 
os escorpiões chegam a praticar o canibalismo. 
Inimigos 
 O homem figura como um dosmaiores 
adversários desses arcanídeos. 
 Dentre os invertebrados, muitos artrópodes 
são seus predadores incluindo os próprios 
escorpiões (aranhas, louva-a-deus, coleópteros e 
formigas são também seus predadores). 
 Vertebrados - anfíbios, serpentes, 
lagartos, aves, especialmente as corujas, 
estão entre os inimigos naturais mais 
citados dos escorpiões. 
 Menção especial é feita as galinhas, 
recomendada no combate efetivo aos 
escorpiões. 
 Ratos e camundongos, quatis, 
macacos entre outros mamíferos também se 
alimentam de escorpiões. 
29/09/2023 
9 
 Reprodução e desenvolvimento 
 As populações de escorpiões possuem 
machos e fêmeas (exceção de 5 ou 6 espécies). Para 
reproduzir, eles não copulam. 
 O macho, após ser reconhecido e aceito pela 
fêmea, segura-a pelos palpos e desloca-se para 
todos os lados, aparentemente à procura de um 
local propício onde o macho deposita o 
espermatóforo. 
 Em seguida ele auxilia a fêmea a posicionar 
sua abertura genital sobre a parte do 
espermatóforo voltada para cima. 
 Nesse contato a massa do espermatozóide é 
transferida para a abertura genital da fêmea, 
fertilizando-a. 
 Escorpiões podem brilhar quando 
expostos à luz ultravioleta (UV) (cor 
verde-fluorescente) - exoesqueleto 
fotossensível. 
29/09/2023 
10 
 No Rio Grande do Sul, encontramos 
principalmente o escorpião preto 
(Bothriurus bonariensis). 
 Veneno - pouco tóxico e, quando pica, 
pode causar dor local ou reação alérgica. 
Observação: 
Urophonius ESCORPIÕES DE 
IMPORTÂNCIA MÉDICA 
 Brasil 3 espécies de escorpião 
do gênero Tityus tem sido 
responsabilizados por acidentes 
humanos graves, inclusive com 
casos fatais. 
Tityus serrulatus Lutz e Mello, 1992 
 
 
 Conhecido como escorpião amarelo. 
 O tronco, os “dedos” e último segmento da 
cauda são escuros. 
 Medem cerca de 6 a 7 cm de comprimento. 
 O nome da espécie refere-se a uma serrilha 
de 3 a 5 dentes que apresentam no quarto anel da 
cauda. 
 É o escorpião que provoca os acidentes mais 
graves e casos de mortes. 
 
 São encontrados nos estados da BA, ES, 
MG, GO, SP, PR E RJ (também norte do RS). 
 Adaptam-se muito bem ao ambiente 
urbano. 
 Em uma campanha realizada em 1984, na 
cidade de Ipiranga (MG) foram coletados 25000 
escorpiões dessa espécie em uma semana. 
29/09/2023 
11 
Tityus bahiensis (Perty, 1834) 
 
 Denominado de escorpião marrom ou 
preto. 
 É a espécie que mais provoca acidentes na 
região da grande São Paulo. 
 Apresenta manchas contrastantes nos 
palpos e nas pernas. 
 
 O acasalamento ocorre durante todo o 
ano e a gestação dura cerca de 3 meses. 
 O macho é facilmente reconhecido pelas 
mãos volumosas e um vão arredondado entre 
os dedos. 
 São encontrados desde a BA até SC e MS. 
 
 Conseguem sobreviver em áreas 
urbanizadas. 
29/09/2023 
12 
Tityus stigmurus (Thorell, 1876) 
 Apresenta semelhança com o T. serrulatus, 
colorido e hábitos. 
 Distingui-se dele por apresentar um 
triângulo negro na cabeça seguido de uma faixa 
de manchas escuras sobre o tronco. 
 Existem machos e fêmeas, cuja distinção é 
difícil. 
 São predominantes na PB e PE. 
Tityus costatus (Karsch, 1879) 
 
 Ocorre na região da Mata Atlântica, de 
Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. 
 Apresenta o corpo castanho escuro, os 
pedipalpos e as pernas são amarelados ou 
amarelo-avermelhados fortemente manchados. 
 Apresentam tamanho entre 5 e 7 cm. 
29/09/2023 
13 
ESCORPIONISMO 
Introdução: 
 
 O acidente escorpiônico no Brasil constitui 
um problema atual de saúde pública, não só pela 
sua grande incidência em determinadas regiões, 
como pela sua potencialidade em ocasionar 
quadros graves, ás vezes fatais, principalmente 
em crianças. 
 
 
 Dados existentes sobre os acidentes 
escorpiônicos no Brasil, nas décadas passadas, 
restringem-se principalmente às cidades de Belo 
Horizonte, Ribeirão Preto e São Paulo. 
 De 1982 a 2000 foram atendidos no Centro 
de Controle de Intoxicações (CCI) em Ribeirão 
Preto, 9.228 pacientes, à custa da espécie T. 
serrulatus, com uma média de 700-800 
casos/ano, aproximadamente 2 a 3 casos /dia. 
Epidemiologia: 
29/09/2023 
14 
Dados epidemiológicos dos pacientes com escorpionismo 
atendidos na Unidade de Emergência do Hospital de 
Clínicas FMRP-USP, no período de 1982-2000. 
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 
 
PACIENTES (%) 
 
SEXO 
 Masculino 
 
4.822 (52,3) 
 
Feminino 
 
4.406 (47,3) 
 
FAIXA ETÁRIA (ANOS) 
 
Até 7 
 
822 (8,9) 
 
8-15 
 
1.255 (13,6) 
 
16-20 
 
913 (9,9) 
 
21-50 
 
4.546 (49,2) 
 
51-70 
 
1.379 (14,9) 
 
Mais de 70 
 
313 (3,4) 
 
Dados epidemiológicos dos pacientes com escorpionismo 
atendidos na Unidade de Emergência do Hospital de 
Clínicas FMRP-USP, no período de 1982-2000. 
ESPÉCIE DE ESCORPIÃO 
 
Tityus serrulatus Lutz e Mello, 1992 
 
6.941 (75,2) 
 
Tityus bahiensis (Perty, 1834) 
 
883 (9,5) 
 
Não identificado 
 
1.404 (15,2) 
 
Dados epidemiológicos dos pacientes com escorpionismo 
atendidos na Unidade de Emergência do Hospital de 
Clínicas FMRP-USP, no período de 1982-2000. 
LOCAL DA PICADA 
 
Mãos 
 
4.144 (44,8) 
 
Outros locais do membro superior 
 
655 (7,0) 
 
Pés 
 
2.683 (10,4) 
 
Outros locais do membro inferior 
 
963 (10,4) 
 
Outros locais do corpo 
 
819 (8,8) 
 
Dados epidemiológicos dos pacientes com escorpionismo 
atendidos na Unidade de Emergência do Hospital de 
Clínicas FMRP-USP, no período de 1982-2000. 
HORÁRIO DA PICADA 
 
6-12h 
 
3.336 (36,1) 
 
12-18h 
 
2.722 (29,5) 
 
18-24h 
 
2.273 (24,6) 
 
24-6h 
 
721 (8,3) 
 
Sem dados 
 
126 (1,4) 
 
Mecanismo de ação da peçonha: 
 A peçonha pode ser obtida por estimulação 
elétrica do animal. 
 Substância mucosa com aspecto leitoso e 
solúvel em água. 
 Composição varia dependendo da área 
habitada pelo escorpião e o tipo de dieta 
utilizada. 
 Por centrifugação pode-se obter uma fração 
insolúvel, não tóxica. 
 
29/09/2023 
15 
 Estudos iniciais em animais de 
experimentação, utilizando a peçonha total 
ou extratos do aparelho glandular, levaram 
logo a conclusão de que a peçonha 
escorpiônica possui substâncias ou efeitos 
neurotóxicos. 
 Os efeitos das picadas são 
imediatamente produzidos através da 
liberação de neurotransmissores por nervos 
colinérgicos, bem como por descargas de 
catecolaminas pelas supra-renais. 
 Quadro clínico: 
 
 
 Dado que os mediadores químicos 
liberados pela toxina escorpiônica atuam na 
maioria dos sistemas do organismo, os sinais e 
sintomas são variados e o quadro clínico 
estabelecido vai depender da predominância dos 
efeitos ora da acetilcolina, ora da adrenalina e 
noradrenalina. 
 As manifestações podem ser divididas 
didaticamente em locais e sistêmicas, que vão 
definir o escorpionismo como leve, moderado 
ou grave. 
Classificação dos acidentes escorpiônicos segundo faixa etária 
UE –HCFMRP-USP, 1982-2000 
 
 Faixa etária 
 
Casos leves 
 
Casos mod. 
 
Casos graves 
 
Óbitos 
 
Total 
 
Até 7 
 
652 
 
65 (7,9) 
 
105 (12,8) 
 
5 (71,4) 
 
822 
 
8-15 
 
1.170 (93,2) 
 
42 (3,3) 
 
43 (3,4) 
 
2 (28,6) 
 
1.255 
 
16-20 
 
897 (98,2) 
 
8 (0,8) 
 
8 (0,9) 
 
- 
 
913 
 
21-50 
 
4.529 (99,6) 
 
16 (0,4) 
 
1 (0,02) 
 
- 
 
4.546 
 
51-70 
 
1.376 (99,8) 
 
3 (0,2) 
 
- 
 
- 
 
1.379 
 
Mais de 70 
 
311 (99,3) 
 
1 (0,6) 
 
- 
 
- 
 
313 
 
TOTAL 
 
8.935 (96,8) 
 
136 (1,5) 
 
157 (1,7) 
 
7 (0,07) 
 
9.228 
 
Sinais e sintomas locais: 
 A dor pode ser discreta imperceptível nos 
casos leves, restrita ao ponto de inoculação da 
peçonha. 
 Nos casos mais sérios, pode ser 
insuportável, manifestando-se sob a forma de 
queimação, ferroada ou agulhada, irritando-se 
para todo o membro atingido. 
 Edema discreto e hipertermia, 
acompanhados ou não de sudorese e piloereçãolocal ou em todo o membro atingido. 
Sinais e sintomas sistêmicos: 
 Agitação psicomotora, inquietação, com 
tremores por vezes generalizados e tão intensos 
que dificultam o exame físico. 
 Sudorese abundante, frio e pele arrepiada. 
 Pode ocorrer cefaléia, lacrimejamento e 
alterações visuais. 
 Eritrema e nos pacientes do sexo 
masculino, priapismo. 
 Outras vezes o paciente apresenta-se 
sonolento, torporoso ou já em coma. 
29/09/2023 
16 
Manifestações gastrointestinais: 
 
 Sialorréia, náuseas, vômitos e fezes 
diarréicas, que podem levar a um quadro de 
desidratação. 
 
 A dor abdominal, em cólica, 
associada ou não à distensão e defesa da 
parede. 
Manifestações respiratórias: 
 
 
 
 Rinorréia, tosse e espirros. 
 
 A taquipnéia é de instalação rápida, 
evoluindo com dispnéia. 
 Na fase final do envenenamento pode 
ocorrer bradipnéia e outras alterações do 
ritmo respiratório. 
Manifestações cardiocirculatórias: 
 Taquicardia e/ou bradicardia 
alternadas ou não. 
 
 Hipertensão ou hipotensão, arritmias 
cardíacas, sensações de opressão torácica, 
insuficiência cardíaca. 
 Edema agudo e choque podem 
ocorrer. 
Manifestações neurológicas: 
 
 
 Tremores, contrações 
musculares, coma, agitação 
psicomotora, convulsões e 
hemiplegias relacionadas com 
problemas no cérebro podem ser 
observados nos casos mais sérios. 
http://2.bp.blogspot.com/_ROcuxW_jl9k/SrzR2Ldbh2I/AAAAAAAACV0/TwgY9JxwroU/s1600-h/Linguagem-das-Maos-3de3---Um-abraco---Drauzio-Milagres---O-Mundo-no-Seu-Dia-a-Dia-772678.jpg
http://2.bp.blogspot.com/_ROcuxW_jl9k/SrzR2Ldbh2I/AAAAAAAACV0/TwgY9JxwroU/s1600-h/Linguagem-das-Maos-3de3---Um-abraco---Drauzio-Milagres---O-Mundo-no-Seu-Dia-a-Dia-772678.jpg
29/09/2023 
17 
TRATAMENTO 
 
 Todos os pacientes devem ficar em 
observação em ambiente hospitalar nas primeiras 
4 a 6 horas após a picada, principalmente 
crianças. 
 Quadros mais sérios que apresentam 
instabilidade dos sistemas cardíaco e 
respiratório, devem ser monitorados com 
cuidados de UTI. 
TRATAMENTO 
 Dependendo da intensidade da dor 
deve-se utilizar analgésico oral ou 
parenteral. 
 Anestésicos sem vasoconstritor, tipo 
lidocaína 2%, (injetado no local da picada). 
 Soroterapia - indicada em todos os casos 
graves e nos acidentes moderados em crianças 
abaixo de 07 anos por constituir grupo de risco. 
 O soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo 
deve ser administrado por via endovenosa, mais 
rápido possível para neutralizar a toxina circulante. 
 A dose preconizada é de 2 a 4 ampolas nos 
pacientes moderados e 5 a 10 ampolas nos casos 
graves. 
 A dose deve ser a mesma para adultos e 
crianças. 
CONTROLE DO 
ESCORPIONISMO 
 Importante papel no equilíbrio de 
ecossistemas naturais ou agroecossistemas 
(insetos e outros artrópodos). 
 Proliferação em áreas habitadas pelo 
homem deve ser rigorosamente controlada. 
 A fim de evitar acidentes com estes animais, 
são aconselhadas as seguintes medidas preventivas: 
• Manter jardins e quintais limpos. 
• Vedar soleiras de portas, frestas de paredes, 
assoalhos e tetos. 
• Examinar roupas e sapatos. 
• Guardar o lixo em locais apropriados que 
devem ser mantidos fechados. 
• Não é aconselhável o uso de inseticidas devido 
aos inconvenientes que estes podem causar e a 
ineficácia frente aos escorpiões. 
29/09/2023 
18 
 Existem aproximadamente 30.000 espécies 
conhecidas. 
 São os ácaros e carrapatos. 
 É o grupo mais diversificado dos 
quelicerados, não apenas em comportamento e 
ambientes de vida como também na forma do corpo. 
 Ocorrem em todas as latitudes. 
 Podem ser de vida livre, terrestres ou 
aquáticos. 
 Os terrestres vivem no solo, em folhiço ou em 
material em decomposição. 
 Os parasitas podem ter como hospedeiros 
tanto animais como vegetais. 
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 Alguns são vetores de doenças. 
 O sucesso do grupo está relacionado com o 
tamanho reduzido (poucos mm, mas alguns 
carrapatos podem atingir 3 cm de comprimento). 
 Apomorfias – perda da segmentação e a 
fusão dos dois tagmas principais do corpo 
(prossoma e opistossoma). 
 Terminologia – gnatossoma (tagma anterior 
que contém as quelíceras e pedipalpos) e idiossoma 
(tagma posterior que contém os apêndices 
locomotores). 
 Prossoma indiviso,coberto por um escudo 
em forma de carapaça e conectado ao opistossoma 
através de um pedicelo estreito. 
 Opistossoma segmentado, mas indiviso. 
 Dois pares de pulmões foliáceos. 
 Quelíceras modificadas (como as garras das 
quelíceras das aranhas). 
 Pedipalpos raptoriais. 
 Primeiro par de pernas extremamente 
alongado (apêndices anteniformes sensoriais). 
 
 Amplamente distribuídos em áreas quente-
úmidas (casca de árvores ou no folhiço). 
 Sem fiandeiras e glândulas de veneno. 
 Tamanho 5 a 25 cm de comprimento. 
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 É um grupo relativamente pequeno (5.000 
espécies conhecidas). 
 Habitam regiões de clima tropical e 
temperado (preferência por lugares úmidos). 
 Em geral, são encontrados sob o folhiço, 
troncos, rochas e em cavernas. 
 Tamanho variado – diminutas até 20 cm de 
comprimento (considerando as pernas). 
 Pernas longas e delgadas. 
 Presença de glândula de cheiro ou 
repugnatória. 
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 Existem cerca de 2.000 espécies descritas 
para todas as regiões geográficas. 
 Os pseudo-escorpiões são aracnídeos 
pequenos, que não atingem mais do que 10 mm de 
comprimento. 
 Morfologicamente semelhantes aos 
escorpiões, porém este grupo não apresenta cauda 
e, conseqüentemente, o aguilhão também está 
ausente. 
 Além, disso nenhum escorpião é tão 
pequeno quanto os pseudoescorpiões. 
 
 Vivem no solo, em folhiço, sob rochas ou 
troncos, nas frestas de cascas de árvores e podem 
ser encontrados em ninhos de mamíferos e aves. 
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 Um bom número de pseudo-escorpiões utiliza grandes 
artrópodes como “hospedeiros” temporários para o propósito 
de dispersão. Esse fenômeno de “pegar carona” é conhecido 
como forésia. 
 A maior parte das aproximadamente 900 
espécies de solífugos vive em ambientes tropicais e 
subtropicais nas Américas, Ásia e África. 
 Ao contrário do que ocorre com a maioria dos 
aracnídeos, eles são freqüentemente caçadores 
diurnos, de onde deriva o nome “aranhas-do-sol”. 
 Também são conhecidos como “aranhas-do-
vento” porque os machos correm em altas 
velocidades “como o vento”. 
 Quelíceras enormes e voltadas para a 
frente. 
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 Pedipalpos longos e em forma de perna. 
 Tamanho – alguns milímetros até 7 cm. 
 Não apresentam peçonha e estraçalham suas 
presas ainda vivas com suas fortes quelíceras. 
 
 Uropígios ou escorpiões-vinagre são 
aracnídeos moderadamente grandes (até 8 cm). 
 Existem menos de 100 espécies conhecidas 
de escorpiões-vinagre viventes (maioria ocorre no 
sudeste da Ásia; uns poucos são conhecidos do sul 
dos EUA e parte da América do Sul). 
 A maioria é fototáctil-negativa e ativa 
somente durante a noite. 
 O primeiro par de pernas locomotoras 
alongadas é mantido para frente como “antenas”. 
 Possuem um par de glândulas 
repugnatórias que se abrem perto do ânus. Quando 
um uropígio é ameaçado por um potencial predador, 
ele eleva o opistossoma e emite um borrifo líquido 
ácido proveniente dessas glândulas. 
 Algumas formas (Mastigoproctus) produzem 
uma secreção com alto teor de ácido acético 
(escorpião-vinagre). 
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 O subfilo Myriapoda de artrópodes inclui 
quatro grupos ou classes: Chilopoda (centopéias), 
Diplopoda (milípedes), Symphyla (sínfilos) e 
Pauropoda (paurópodes). 
 Todos os miriápodes modernos são 
terrestres. 
 Corpo com dois tagmas: cabeça e tronco 
multissegmentado. 
 Todos os apêndices multiarticulados. 
 Centopéias – os primeiros apêndices do 
tronco formam grandes garras, chamadas forcípulas 
(glândulas de “veneno” na base). 
 Os apêndices cefálicos, da parte anterior paraa posterior, são antenas, mandíbulas, primeiras 
maxilas e segundas maxilas. 
 Sem carapaça. 
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 Trocas gasosas traquéias e espiráculos. 
 Com um ou dois pares de tubos de Malpighi. 
 Dióicos. 
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 RELAÇÃO DOS PIOLHOS-DE-COBRA COM A 
AGRICULTURA 
 
 Muitos diplópodes são saprófagos e se alimentam de 
plantas em decomposição, mas outros atacam plantas vivas e, 
algumas vezes, causam sérios problemas em estufas e 
jardins. Alguns são predadores e outros são onívoros. 
 Os piolhos-de-cobra podem danificar sementes em 
germinação de plantas florestais, como a acácia-negra, 
causando falhas no plantio, obrigando o replante em grande 
número de covas. Atacam ainda batata, pepino, couve-flor, 
trigo e milho entre outras.São citadas nove espécies de 
piolhos-de-cobra pertencentes a três famílias como passíveis 
de causar danos a plantas cultivadas na Espanha. 
Métodos de controle 
 Iscas tóxicas com farelo de trigo ou 
arroz em mistura com inseticidas são o melhor 
método de controle desses animais. 
 O tratamento de sementes com 
inseticidas, ou a aplicação no sulco de 
semeadura, são práticas eficientes de proteção 
de plantas de milho contra os danos de 
diplópodes. 
 
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ACIDENTES COM CHILOPODA E DIPLOPODA 
 
Chilopoda: O gênero Scolopendra, comum no Brasil, atinge 
até 25 cm de comprimento podendo provocar acidentes 
dolorosos. 
Diplopoda: são estruturalmente semelhantes aos Chilopoda, 
contudo desprovidos de presas inoculadoras de peçonha. 
Apresentam orifícios nas regiões laterais de cada segmento 
corpóreo, por onde eliminam substâncias capazes de repelir 
predadores. 
** Ocasionalmente podem provocar acidentes em seres 
humanos. 
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QUADRO CLÍNICO: 
 
Chilopoda: Os acidentes causados por Chilopoda (lacraias) 
são obesrvados esporadicamente e a dor é principal sintoma, 
ocorrendo eritema e edema local. 
- Em um pequeno número de casos, há cefaléia, mal-estar, 
ansiedade e vertigens. 
- O local da picada permite a visualização de dois pontos 
onde ocorre a penetração das presas. 
- Apesar de relatos de óbitos humanos provocados por picada 
de lacraias, parece que quadros graves são bastante duvidosos. 
- A infestação secundária, raramente observada entre nós, 
tem sido referida como o principal fator de complicação do 
acidente. 
QUADRO CLÍNICO: 
 
Diplopoda: Não apresentam presas inoculadoras, mas seus 
fluidos corporais tóxicos podem ser ejetados a distância, 
provocando eritrema, edema, vesiculação e pigmentação 
marrom ou negra na pele atingida. 
- Pode evoluir para lesões hipercrônicas que podem evoluir 
por meses. 
- O acidente ocorre quando o animal é comprimido contra a 
pele, o que pode acontecer, por exemplo, no ato de calçar. 
 
TRATAMENTO: 
 
Chilopoda: Quando o acidente for provocado por 
uma lacraia, deve-se esperar uma resolução 
espontânea sem complicações. 
- O local deve ser lavado com água e sabão neutro 
e o uso de compressas frias deve ser tentado. 
- A aplicação de analgésicos sistêmicos é 
fundamental para o controle da dor. 
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TRATAMENTO: 
 
Diplopoda: Causam lesões inflamatórias agudas 
sem grandes repercussões. 
- O uso de álcool e éter no local é encorajado, pois 
funcionam como solventes dos venenos. 
- Lesões oculares devem ser lavadas com energia e o 
paciente deve ser encaminhado a um oftalmologista, 
uma vez que o quadro pode evoluir para cegueira, 
dependendo da gravidade.

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