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@belbellitastudies Processo de conhecimento Processo versus procedimento ↪ Procedimento é um “caminho” a ser percorrido durante a marcha processual. ↪ Processo é um conjunto de atos coordenados conducentes ao julgamento do caso, composto pelo procedimento, relação jurídica e contraditório. ↪ O CPC divide os procedimentos em comum (que é a regra) e especial (exceção). ↪ O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. ↪ Sequência do procedimento comum: petição inicial – audiência de autocomposição – contestação – réplica (se houver) – saneamento – audiência de instrução e julgamento – sentença. Petição inicial ↪ Também chamada de exordial, peça vestibular, inaugural e preambular, leva ao conhecimento do juiz uma lesão ou ameaça de lesão, em tese, a um direito. Por meio dela, o julgador conhece a demanda levada a juízo (há uma cognição acerca do processo) e são definidos elementos subjetivos (relativos às partes) e objetivos (referentes à causa de pedir e pedido). ↪ Requisitos da petição inicial: o juízo (composto pelo juiz e auxiliares) a que é dirigida a peça, qualificação das partes, causa de pedir (fatos e fundamentos jurídicos), pedido, valor da causa, o conjunto probatório das alegações, se o autor possui ou não interesse na audiência de autocomposição. ↪ Caso o postulante se equivoque quanto ao juízo, o juiz fará remessa, enviará para o juízo devido, ou seja, não haverá de plano indeferimento da inicial. ↪ O postulante poderá requerer ao Poder judiciário diligências para obter os dados do requerido, porquanto, o juiz pode determinar consulta à base de dados dos seus jurisdicionados e obter informações necessárias à citação. ↪ A falta de qualificação não será indeferida se for possível a citação do réu, de modo a integrá-lo ao processo, bem como não se indeferirá a petição se o acesso a essas informações tornar excessivamente oneroso o acesso à justiça ou mesmo impossível. ↪ Os pedidos limitam a atuação do julgador com estribo no princípio da adstrição ou congruência. ↪ Pedido imediato: é a tutela jurisdicional – intenta que o juiz profira sentença condenatória, constitutiva ou declaratória. ↪ Pedido mediato: é o bem da vida pretendido. ↪ Quando o valor da causa não puder ser fixado, será feito por estimativa. ↪ O valor da causa poderá ser impugnado em preliminar de contestação. ↪ O juiz, de ofício ou por arbitramento, poderá corrigir o valor da causa, quando perceber que a quantia não corresponde ao valor discutido ou do proveito econômico @belbellitastudies intentado pelo autor e proceder ao recolhimento das custas correspondentes. ↪ É possível formar um conjunto probatório, com provas lícitas e legítimas, em aberto, pois ainda não se sabe quais provas serão necessárias durante o curso do processo. ↪ Se o autor não tiver interesse em autocompor, ele deverá indicar em sua peça inicial. Porém, o fato de o postulante indicar o desinteresse não é suficiente, haja vista que o réu também deverá evidenciar não estar interessado na conciliação ou mediação, com prazo de 10 dias de antecedência. O silêncio acerca da audiência presume a aceitação. ↪ Alguns documentos são indispensáveis à propositura da ação e devem ser apresentados junto com a inicial, como por exemplo, a procuração ad judicia (quando não for o caso de jus postulandi), comprovante de preparo (pagamento das custas judiciais) ou documentos que evidenciem o casamento (em caso de ação de divórcio). ↪ É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. ↪ Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte. ↪ Caso o juiz, ao avaliar a petição inicial, perceba que há algum vício, alguma incorreção, deverá fornecer o prazo de 15 dias para que a parte corrija (seja por emenda ou complemento). O juiz deverá indicar o erro. Caso o autor não corrija a incorreção, a petição inicial será indeferida. ↪ O autor pode alterar o pedido e a causa de pedir até a citação do réu de modo unilateral, ou seja, não depende da anuência do adverso. Contudo, após o ato citatório, o réu deverá concordar com a alteração, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Após o saneamento, não será permitida alteração, mesmo com a concordância do réu. Pedido ↪ É o motivo da controvérsia. Deverá ser certo (identificado) e determinado (quantidade do que é pleiteado). ↪ É lícito, porém, formular pedido genério: - Nas ações universais (ex: ações que envolvam herança), se o autor não puder individuar os bens demandados - Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato - Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu (nesse caso, só será possível quando o réu praticar uma atitude que viabilize a determinação do valor). Pedidos implícitos ↪ O julgador poderá avaliar aquilo que não foi pedido na inicial, sem que isso acarrete lesão ao princípio da adstrição ou congruência. O CPC estabelece essa possibilidade em caso de juros legais, honorários advocatícios e verbas sucumbenciais. @belbellitastudies ↪ Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. Cumulação de pedidos ↪ A cumulação objetiva se refere aos pedidos cumulados em um único processo. Cumulação subjetiva se refere à multiplicidade de pessoas (litisconsórcio). Cumulação objetiva Se divide em: ↪ Cumulação objetiva própria simples: é a cumulação de diversos pedidos no mesmo processo, de modo que um não depende do outro. O juiz pode acolher todos, apenas um ou mais de um, a depender do número de pleitos. É necessário que todos os pedidos tenham compatibilidade entre si e sejam regidos pelo mesmo procedimento. ↪ Cumulação objetiva própria sucessiva: nesse caso, há dois ou mais pedidos e o acolhimento de um depende do outro ser admitido. Se um deles não for acolhido, haverá prejuízo em relação ao provimento do outro. Nesse caso, o valor da causa será a soma de valores de todos os pedidos. Cumulação objetiva imprópria Divide-se em: ↪ Cumulação objetiva imprópria alternativa: quando o autor postula mais pedidos, sendo que um exclui o outro (Ou um Ou outro). Nessas ações, o valor da causa será o pedido de maior valor. ↪ Cumulação objetiva imprópria subsidiária: nesse caso, o autor faz mais pedidos, um principal e outro subsidiário, de modo que o juiz conhecerá do posterior (subsidiário) quando não der provimento ao anterior (principal). Aqui, o valor da causa será o valor do pedido principal. ↪ O requisito da compatibilidade dos pedidos não se aplica à cumulação imprópria. Requisitos de admissibilidade para cumulação de pedidos: ↪ Compatibilidade entre os pedidos: cabíveis nas cumulações próprias simples e sucessivas ↪ Juízo competente para conhecer dos pedidos (se for o caso de incompetência relativa, havendo conexão, continência, prorrogação ou derrogação, é possível que ojuiz examine todos os pedidos). ↪ Procedimento adequado para todos os tipos de pedidos. Quando, para cada pedido corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. ↪ O valor relativo ao dano moral deverá ser certo, não genérico. A quantia deverá ser determinada. No entanto, segundo entendimento do STJ, é possível pedido genérico em indenização por dano moral (verificar se o comando da prova faz menção ao CPC ou à posição do STJ). ↪ Segundo entendimento do STJ, são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. @belbellitastudies Indeferimento da petição inicial ↪ Se o defeito afeto à petição inicial for insanável, haverá o indeferimento da exordial e, consequentemente, a extinção do processo sem julgamento de mérito, antes da citação do réu. ↪ O autor poderá apelar desse indeferimento, sendo facultado ao juiz retratar-se no prazo de 5 dias. A petição inicial será indeferida quando: ↪ For inepta (quando a petição não está apta a produzir os efeitos pretendidos, seja porque não foi encartado o pedido, a causa de pedir, o pedido foi indeterminado, não houve uma lógica entre os fatos e a conclusão ou incompatibilidade entre os pedidos e ainda quando o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico). ↪ A parte for manifestamente ilegítima ↪ O autor carecer de interesse processual ↪ Não atendidas as prescrições dos arts.106 e 321. Advogado que postula em causa própria, o qual deverá instruir a inicial com endereço, inscrição na OAB, nome da sociedade na qual está inserido, a fim de ser intimado. Caso os dados não estejam na peça inaugural, o juiz dará 5 dias para suprir a falta e citar o réu, do contrário será o caso de indeferimento da inicial. Além disso, o juiz indeferirá a exordial caso não venha acompanhada com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Nesse caso, o julgador dará o prazo de 15 dias para emenda ou complemento da inicial antes de indeferir a petição inicial. ↪ O indeferimento da inicial conduz à extinção do processo sem julgamento de mérito, cujo recurso cabível é o de apelação. Porém, existe a possibilidade de retratação pelo juiz, o qual poderá alterar a sentença. Caso não haja a retratação, o réu será citado para oferecer resposta ao recurso. Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. Improcedência liminar do pedido ↪ O CPC estabelece os casos de aplicação de improcedência liminar do pedido. Acaso o juiz perceba a incidência das hipóteses, julgará improcedente o pedido do autor, sem a citação do réu e necessidade de instrução do processo. É um julgamento antecipado, sem ouvir o réu. ↪ Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: - Enunciado de súmula do STF ou do STJ - Acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ, em julgamento de recursos repetitivos - Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência - Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local ↪ O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. ↪ O exame acerca da improcedência liminar do pedido recai sobre questão de direito, não sobre questão de fato. ↪ Acaso o autor deseje recorrer da decisão que decreta a improcedência liminar do @belbellitastudies pedido, o recurso cabível será o de apelação, no prazo de 15 dias. Se o autor apelar, é possível que o juiz retrate sua decisão, o que é possível no prazo de 5 dias. Após esse lapso temporal, citará o réu para que se manifeste por meio de contestação. Se não houver retratação, o réu deverá ser citado para apresentar contrarrazões em 15 dias. ↪ Se houver mais de um pedido, algum deles poderá ser objeto de improcedência liminar (o que será combatido por meio de agravo de instrumento). A decisão de todos os pedidos tem como recurso adequado a apelação. ↪ O trânsito em julgado da sentença proferida em favor do réu antes da citação deve ser comunicado pelo escrivão ou chefe de secretaria. Audiência de conciliação ou de mediação ↪ Se a petição inicial estiver em termos e não for o caso da improcedência liminar do pedido, será designada a audiência de conciliação e mediação. ↪ A audiência será marcada com uma antecedência de 30 dias e o réu deverá ser citado com, no mínimo, 20 dias de antecedência. ↪ A depender do nível de litigiosidade entre autor e réu, não será possível uma composição na primeira audiência, de modo que poderá ocorrer mais de uma sessão, com intervalo máximo de 2 meses da realização da primeira sessão até a segunda. ↪ A comunicação adequada para que o autor compareça à audiência será feita na pessoa do advogado, haja vista que as partes deverão estar acompanhadas em juízo por seus advogados ou defensores públicos. ↪ A audiência não será realizada se o autor e o réu manifestarem, de forma expressa, o desinteresse pela composição. ↪ Direitos indisponíveis não admitem autocomposição. ↪ O réu deverá manifestar desinteresse em um prazo de 10 dias, contados da data marcada para a audiência. Se houver mais de um litigante nos polos da demanda, o desinteresse deverá ser manifestado por todos os envolvidos para produzir efeitos. ↪ Se as partes não comparecerem à audiência de conciliação de modo injustificado, esse fato será atentatório à dignidade da justiça e acarretará sanção de até 2% da vantagem econômica intentada na ação ou do valor da causa. Essa quantia será destinada à União ou estado. ↪ A audiência pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. ↪ A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. ↪ A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. ↪ A pauta das audiências será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 minutos entre o início de uma e o início da seguinte. Contestação ↪ É a possibilidade de o réu se defender, rebater as alegações de fato e de direito em seu desfavor. ↪ Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. @belbellitastudies ↪ Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando relativas a direito ou a fato superveniente. ↪ Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar inexistência ou nulidade da citação, incompetência absoluta e relativa, incorreção do valor da causa, inépcia da petição inicial, perempção (abandono da causa por três vezes), litispendência, coisa julgada, conexão, incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização, convenção de arbitragem (se não for alegada, haverá a aceitação da jurisdição estatal e renúncia da justiça arbitral), ausência de legitimidade ou de interesse processual, falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar, indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. ↪ A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo ou grau de jurisdição. Já a incompetência relativa deverá ser alegada em preliminar de contestação.Caso a relativa não seja alegada, haverá prorrogação de competência. ↪ Não existe mais a exceção de incompetência, tampouco a exceção de impedimento e suspeição. Essa matéria é alegada em preliminar de contestação. Prazo para oferecer a contestação ↪ A contestação deverá ser oferecida em 15 dias, cujo termo inicial será a data: - Da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição. - Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu. - De acordo com o modo como foi feita a citação. ↪ Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, alteração da petição inicial para substituição do réu. ↪ Não existe mais a nomeação à autoria, prevista no código anterior, a qual permitia chamar a parte legítima para integrar a relação jurídica processual. Nos tempos atuais, o réu poderá indicar quem deverá integrar a lide. Se não fizer isso, arcará com as despesas do processo, além de ter que indenizar o autor pelos prejuízos sofridos. ↪ Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre 3 e 5% do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art.85, §8º (o juiz fixará o valor por apreciação equitativa). ↪ No prazo de 15 dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. ↪ Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro do domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. ↪ A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa. ↪ Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento. @belbellitastudies ↪ Alegada a incompetência, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. ↪ Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação. Reconvenção ↪ Dentro da contestação é possível intentar um contra-ataque em desfavor do ocupante do polo ativo da relação processual, por meio da reconvenção, a qual será uma outra ação dentro do processo existente. ↪ O réu passa a se chamar reconvinte e o autor, reconvindo. ↪ É necessário que a pretensão por parte do réu seja conexa com a ação principal (exista a mesma causa de pedir ou pedido) ou com os fundamentos da defesa, isto é, o pedido ou a causa de pedir mantém uma relação com a fundamentação da contestação, de modo que os fundamentos da defesa embasam a pretensão. ↪ Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 dias. ↪ A reconvenção possui uma relativa independência com o processo principal. Se ocorrer a extinção do processo e isso prejudicar o julgamento do mérito, ainda assim a ação reconvencional prosseguirá. Então, o sujeito pode contestar sem reconvir e reconvir sem contestar. ↪ A reconvenção admite litisconsórcio, tanto no polo ativo quanto no polo passivo da relação processual. ↪ Na legitimação extraordinária e substituição processual, o substituto propõe ação em nome próprio na defesa de direito alheio. Quando isso ocorrer na reconvenção, a ação pode ser proposta se o autor, ora substituto na ação principal, puder ser substituto também na reconvenção. ↪ Caso o réu não proponha reconvenção no momento da contestação, essa poderá ser proposta em momento posterior e encaminhada ao juiz competente para julgar a ação anterior (distribuição por dependência), até para evitar decisão conflitante. ↪ A reconvenção é cabível em processo de conhecimento e procedimentos especiais que confluirão, em determinado momento, para o procedimento comum, não sendo admitidos em processos de execução, nem em expedientes. ↪ Se o réu não contestar os argumentos trazidos na inicial, mas reconvir e a reconvenção refutar os fatos aduzidos na exordial, não serão aplicados os efeitos da revelia. No entanto, se não houver a contra argumentação, haverá a presunção de veracidade das informações da inicial, porém o réu deverá ser intimado dos atos processuais posteriores. ↪ O tribunal de cidadania já afirmara entendimento no sentido de que havia mera irregularidade quando ocorresse a apresentação de contestação e reconvenção em peça única e não havia de se falar em revelia. Revelia ↪ Se o réu não contestar a ação, será considerado rever e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. ↪ É uma presunção de veracidade relativa, a qual admite prova em contrário. ↪ A revelia não produz o efeito mencionado se: - Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação @belbellitastudies - O litígio versar sobre direitos indisponíveis - A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato - As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. ↪ Caso o réu quede-se inerte quanto a sua defesa, os prazos relativos ao processo em que ele figura no polo passivo serão contados a partir da data da publicação da decisão; não haverá mais a necessidade de intimá-lo. ↪ O réu poderá intervir no processo em qualquer fase, porém receberá e atuará no processo no estado em que ele estiver. Ou seja, os atos pretéritos sofreram os efeitos da preclusão e sobre eles não há mais o que se fazer. ↪ Se o revel constituir patrono, deverá ser intimado acerca dos atos do processo. ↪ A Defensoria pública, advogado dativo e curador dativo podem fazer alegações genéricas, em razão das dificuldades que os aludidos profissionais podem encontrar na defesa do revel. ↪ Se os fatos contestados pela inicial forem modificativos, extintivos ou impeditivos de direitos, será conferido ao autor da ação o direito à réplica. Réplica ↪ Após a contestação e reconvenção (caso haja), encerra-se a fase postulatória e inicia- se a fase ordinatória do processo. ↪ A réplica ocorrerá no processo quando o réu, em sede de contestação, apresentar preliminares ou aduzir na peça de defesa fatos extintivos, impeditivos ou modificativos de direito. Nesses casos, o julgador oportunizará ao autor a possibilidade de se manifestar em relação às alegações aduzidas pelo réu na peça defensiva. ↪ O prazo para réplica é de 15 dias, contados da data em que for intimado da contestação. ↪ Vencida a fase da réplica, o juiz verifica se existe algum vício sanável no processo ou alguma outra irregularidade. Caso perceba, irá conferir prazo, o qual nunca será superior a 30 dias, para que seja sanado. Caso o vício seja insanável, o julgador extinguirá o processo sem resolução de mérito. Julgamento conforme o estado do processo ↪ Uma vez que os vícios ou irregularidades relativas ao processo forem sanados, o julgador poderá enfrentar a demanda com o julgamento do processo no estado em que ele estiver. Pode ocorrer o julgamento de todos os pedidos da inicial, ou de apenas um ou alguns deles, caso sejam múltiplos (julgamento parcial de mérito). Possibilidades conferidas ao juiz no que se refere ao julgamento conforme o estado do processo: ↪ Extinção do processo: o juiz extinguirá o processo se ocorrerem quaisquer dashipóteses em que o processo será julgado sem resolução do mérito. ↪ Julgamento antecipado do mérito: o juiz pode julgar o pedido de forma antecipada e proferir sentença com resolução de mérito, caso não haja necessidade de serem produzidas outras provas ou quando o réu for revel e não houve requerimento de provas para contraposição dos fatos alegados na inicial. ↪ Julgamento antecipado parcial de mérito: é admitido o julgamento parcial quando um ou mais dos pedidos for incontroverso ou @belbellitastudies estiver em condições de ser julgado, seja porque operaram-se os efeitos da revelia ou não houve necessidade de produção de provas. A decisão parcial poderá recair sobre obrigação líquida ou ilíquida. A liquidação ou execução da obrigação reconhecida de modo parcial pode ser reconhecida mesmo sem caução ou que ainda haja recurso contra essa decisão. O recurso cabível contra decisão parcial é de agravo de instrumento. Saneamento e organização do processo ↪ Tem o objetivo de resolver questões pendentes e delimitar sobre quais fatos será necessária a atividade probatória, proceder a distribuição do ônus da prova e, se o julgador entender necessário, designar audiência de instrução e julgamento a fim de pautar a decisão a ser proferida. ↪ O saneamento e organização do processo ocorrerão se não houver julgamento antecipado de mérito e as providências preliminares realizadas. Após o saneamento, as partes podem solicitar esclarecimentos ou ajustes no prazo comum de 5 dias. Após, a decisão proferida se torna estável. ↪ Se houver complexidade sobre matéria de fato ou de direito, o juiz deverá designar audiência para que o saneamento seja feito com a cooperação das partes. ↪ Caso seja necessária a oitiva de testemunhas, o julgador fixará o prazo, não superior a 15 dias, comum para ambas as partes, para que apresentem as testemunhas de fato. É limitada a quantidade de testemunhas em, no máximo, 10, sendo, no máximo, 3 para prova de cada fato. ↪ O juiz poderá limitar o número de testemunhas, levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. ↪ Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. ↪ As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 hora entre as audiências.
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