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Resumo – Direito Processual Civil – 5º Semestre
Prof. Paulo Dimas
EXCEÇÃO (arts. 304 a 314 do CPC)
É modalidade de resposta do réu, prevista no art. 297 do CPC.
Em sentido amplo (lato sensu), exceção corresponde a toda e qualquer defesa tendente a excluir o pedido do autor da apreciação judicial ou tendente a alcançar a rejeição desse pedido.
Temos, daí, as exceções processuais e as exceções de mérito. 
Mas no sistema do Código, a palavra exceção é empregada no sentido ritual.
Corresponde a um processo incidente, destinado exclusivamente às argüições de impedimento ou suspeição do juiz e de incompetência relativa do juízo.
A incompetência refere-se ao juízo, ou seja, ao órgão jurisdicional; o impedimento e a suspeição, ao juiz, como pessoa física incumbida da prestação jurisdicional.
Embora mencionadas como meio de resposta, essas exceções podem ser suscitadas por ambas as partes, conforme previsão do art. 304 do CPC. 
Apresentada pelo réu, a exceção representa defesa processual indireta, dilatória.
Essas exceções são denominadas de instrumentais, visto que cada qual acarreta a formação de um processo separado do processo principal. 
Na forma do art. 299, a exceção será processada em apenso aos autos principais. 
O direito de excepcionar vai de encontro ao próprio interesse do Estado, de que seu órgão na relação processual atue no limite de seu poder de jurisdição e ostente capacidade subjetiva. 
Competência e imparcialidade são pressupostos processuais relativos ao juiz.
As exceções têm efeito suspensivo desde que recebidas pelo juiz. 
Em se tratando de exceção de incompetência, a suspensão será apenas até o julgamento em primeiro grau de jurisdição (agravo não tem, em principio, efeito suspensivo). 
Em se tratando de suspeição e impedimento, o feito principal fica suspenso até decisão do Tribunal ao qual está vinculado o juiz. 
O CPC estabelece dois procedimentos para as exceções: um para a incompetência relativa (arts. 307 a 311) e outro para o impedimento e a suspeição (arts. 312 a 314). 
Impedimento e suspeição
A parte, para denunciar a falta de capacidade subjetiva do juiz, deve se valer da exceção; ela objetiva o afastamento do juiz da relação processual. 
Essa exceção se dirige contra o próprio juiz, que figura como excepto. 
Suspeição – enseja dúvida quanto ao bom procedimento do juiz- há suspeita de parcialidade.
As causas de suspeição estão previstas no art. 135 do CPC
Impedimento – causas previstas nos artigos 134 e 136 do CPC – presunção absoluta de parcialidade.
O juiz impedido está proibido de exercer suas funções no processo; seus atos decisórios são considerados inválidos, ainda que não suscitada a exceção.
A sentença proferida por juiz impedido pode ser desconstituída através de ação rescisória (é considerada nula).
Nesse contexto, o impedimento é considerado vício insanável.
Já a suspeição representa vício sanável – se não for argüida oportunamente, presume-se que o juiz suspeito foi aceito pelas partes.
O prazo para oferecimento dessas exceções: 
de acordo com o artigo 305 do CPC, o direito de argüir exceções pode ser exercitado em qualquer tempo ou grau de jurisdição, devendo a parte suscitar o incidente no prazo de 15 dias, contado do fato que tornar impedido ou suspeito o juiz; predomina o entendimento que o dies a quo é aquele em que a parte tomou ciência do fato.
Ficando configurada a causa de impedimento ou de suspeição desde o início, a exceção deve ser apresentada pelo réu no prazo para a resposta (v. art. 297);
Quanto ao autor: se se trata de inicial a ser previamente distribuída, o prazo começa a fluir da distribuição; se na comarca existe apenas um juiz, a exceção deve acompanhar a petição inicial. 
Observação: apesar da literalidade do art. 305 do CPC, não há como sustentar que o decurso do prazo para argüição do impedimento acarrete preclusão; o impedimento fere de nulidade a relação processual, podendo ser suscitado a qualquer tempo. 
Eventualmente a parte pode ser responsabilizada integralmente pelas custas se não argüir oportunamente o impedimento do juiz, aplicando-se por analogia a regra do art. 113, § 1º, do CPC. 
Importante: o juiz deve, de ofício, reconhecer a presença de causa de impedimento ou suspeição, determinando então a remessa dos autos ao substituto legal.
Processamento da exceção de impedimento ou suspeição
Deve ser apresentada petição escrita endereçada ao juiz da causa ou ao relator em órgão colegiado, instruída com documentos e rol de testemunhas, se necessário.
O magistrado figura como excepto. 
Não se ouve a outra parte. 
A petição é autuada, processando-se o incidente em apenso aos autos principais.
Se o juiz, ao despachar a petição, reconhecer fundamento à exceção, remete os autos ao substituto legal. 
Caso contrário, dentro de 10 dias dará as razões pelas quais rejeita a argüição, instruindo-as com documentos e rol de testemunhas, ordenando então a remessa dos autos ao tribunal ao qual se encontra vinculado.
No tribunal, a exceção é julgada conforme seu Regimento Interno.
Considerada improcedente, o tribunal determina seu arquivamento. Acolhida, o juiz impedido ou suspeito é condenado nas custas, remetendo-se os autos ao substituto legal (art. 314).
Tais regras incidem nas exceções oferecidas em primeira instância. Nos tribunais aplica-se o previsto nos respectivos Regimentos Internos. 
Obs.: Não há deslocação dos autos do processo do juízo de origem; apenas o julgador, dentro do mesmo órgão, é substituído. 
Incompetência relativa
Não pode ser declarada de ofício pelo juiz (v. Súmula 33 do STJ). Exceção à regra encontra-se no artigo 112, parágrafo único, do CPC.
A rigor, tal exceção é privativa do réu e deve ser oferecida no prazo para a resposta. 
A exceção deve ser manifestada através de petição escrita e devidamente instruída, com indicação expressa do juízo para o qual declina a competência. 
Essa petição pode ser indeferida liminarmente quando manifestamente improcedente (v. art. 310), quando inadmissível (por intempestiva) ou quando não houver indicação do juízo tido por competente.
Admitida a exceção, o excepto, a rigor o autor, poderá se manifestar em dez dias, seguindo-se o julgamento no mesmo prazo. 
A decisão que rejeita ou acolhe a exceção pode ser impugnada por recurso de agravo. 
Acolhida a exceção, remetem-se os autos ao órgão competente. 
Não oposta a exceção oportunamente, prorroga-se a competência do juiz (art. 114).
Importante: Aplicam-se também os motivos de suspeição e impedimento ao órgão do MP, ao serventuário da justiça, ao perito judicial e ao intérprete (v. art. 138 do CPC).
O assistente técnico da parte não mais está sujeito a arguição, diante da alteração do art. 138, III, pela Lei nº 8.455/92.
O procedimento para a arguição nesses casos vem estabelecido no artigo 138, § 1º, do CPC. 
O incidente também é processado em separado, mas sem suspensão da causa.
RECONVENÇÃO (arts. 315/318 do CPC)
Representa ação do réu contra o autor, proposta no mesmo feito em que está sendo demandado.
Não se confunde com defesa. 
Defesa: réu resiste à pretensão do autor ou à sua vinculação ao processo (pede extinção do processo ou a improcedência da demanda).
Reconvenção é um contra-ataque- nova ação aproveitando a mesma base procedimental da ação originária, em que o réu deduz uma pretensão sua em face do autor-reconvindo. 
Resulta em ampliação do tema a ser decidido na sentença. 
Representa ainda cumulação de ações no mesmo processo. 
Fundamentos do instituto: economia processual (apreciação de ações conexas aproveitando a mesma base procedimental) e evitar decisões contraditórias. 
É mera faculdade – pode o réu ajuizar ação paralela ainda que esgotado o prazo para reconvir.
É possível reconvir sem contestar.
Pressupostos de admissibilidade
A reconvenção subordina-se aos mesmos pressupostos econdições exigidos para a propositura de qualquer ação. 
Existem, ainda, pressupostos específicos a serem observados:
1 – só o réu ou qualquer dos réus tem legitimidade para reconvir e só o autor ou autores tem legitimação passiva para a reconvenção;
não se admite reconvenção deduzida ao mesmo tempo contra o autor e contra quem não é parte no processo;
2 – existência de conexão entre a causa reconvencional e a ação principal ou entre aquela e o fundamento da defesa;
A conexão pode se verificar por identidade de objeto ou da causa de pedir.
Identidade de objeto: os pedidos das partes visam o mesmo fim (autor pede rescisão contratual por culpa do réu; este, na reconvenção, faz idêntico pedido, apontando culpa do autor);
Identidade de causa petendi: ação e reconvenção se baseiam no mesmo ato ou negócio jurídico – o autor pede que o réu entregue o objeto do contrato – o réu, na reconvenção, pede o pagamento do saldo do preço.
A conexão pode ainda ocorrer entre a contestação oferecida e o pedido reconvencional: 
O fato jurídico invocado na defesa serve também para fundamentar pedido próprio do réu. Ex.: na contestação alega-se a invalidade do negócio jurídico por ter sido fruto de erro; na reconvenção o réu pede a anulação do contrato e a condenação do autor ao pagamento de perdas e danos, com base no mesmo vício (erro). 
3 – não ter decorrido o prazo para a resposta na ação originária; a resposta, no rito ordinário, deve ser apresentada no prazo de 15 dias contados na forma do artigo 241 do CPC;
4 – o juízo da ação originária não pode ser absolutamente incompetente para a reconvenção; nesse caso não pode haver prorrogação da competência para julgamento conjunto das pretensões;
5 – compatibilidade de procedimentos – ação e reconvenção devem ter procedimentos compatíveis; 
a ação originária não pode ser de rito sumário; 
se a ação originária é de rito especial, é possível a reconvenção se esse procedimento segue o rito ordinário após a resposta (ex.: ação de consignação em pagamento);
Não se admite reconvenção em processo de execução ou processo cautelar.
Também não se admite reconvenção em ações de natureza dúplice: nestas, por sua natureza, a proteção de eventual direito do réu já se acha inserida, independentemente de reconvenção- o réu na própria contestação pode formular pedido em seu favor (v. ações possessórias- art. 922; de prestação de contas: saldo credor a apurar pode ser favorável ao autor ou ao réu e ser cobrado em execução forçada; desapropriação; ações de rito sumário etc.).
A reconvenção é autônoma em relação a ação originária – v. art. 317 do CPC.
A petição da reconvenção deve observar os requisitos dos arts. 282 e 283 do CPC.
Não há autuação em separado.
Admitida a reconvenção, o autor é intimado na pessoa de seu procurador para contestá-la, em 15 dias. Essa intimação tem a natureza e os efeitos de uma citação. 
A reconvenção, conforme o artigo 299 do CPC, deve ser oferecida simultaneamente com a contestação, em peças autônomas.
O advérbio simultaneamente dá a entender que apresentada contestação sem a reconvenção, preclui o direito de reconvir e vice-versa.
Essa interpretação tem sido considerada rigorosa em alguns julgados do STJ, assentando-se que inocorre preclusão consumativa se o réu apresenta reconvenção depois da contestação, mas no prazo legal. 
Normalmente a reconvenção enseja o recolhimento de taxa judiciária. 
A petição da reconvenção pode ser indeferida liminarmente, caso não emendada ou complementada na forma do art. 284 do CPC. 
Inadmitida a reconvenção, o recurso cabível é o de agravo de instrumento e não de apelação, visto que a decisão a respeito não põe fim ao processo na fase de conhecimento.
A ação e a reconvenção são julgadas na mesma sentença, que se desdobra em dois capítulos. 
Nem sempre o acolhimento da ação acarreta a improcedência da reconvenção. Ex.: na ação originária o autor pede que o réu seja condenado a entregar o bem objeto do contrato; na reconvenção o réu pede que o autor seja condenado a pagar o saldo do preço avençado; esses pedidos não se excluem, podendo ambos ser acolhidos na sentença.
Julgamento conforme o estado do processo
Encerrada a fase postulatória, segue-se a fase intermediária, de ordenamento e saneamento do feito.
Apresentada a resposta pelo réu ou escoado o prazo para tanto, os autos são conclusos ao juiz para eventualmente deliberar certas medidas, designadas pelo CPC como providências preliminares (v. art. 323 do CPC). 
Temos o que se chama de fase de pré-saneamento- constitui a primeira etapa da fase de saneamento. 
O juiz, se for o caso, pode determinar: 
especificação de provas a produzir – v. art. 324 do CPC;
admitir pedido de declaração incidental de questão prejudicial (v. Ação Declaratória Incidental – arts. 5º e 325 do CPC); 
facultar a réplica do autor em 10 dias – hipóteses previstas nos artigos 326 e 327 do CPC – se o réu, na contestação, arguir preliminares previstas no art. 301 ou alegar fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito do autor, tem lugar a réplica;
citação de litisconsortes necessários – art. 47 do CPC;
renovação da citação, diante da presença de vício e do não comparecimento do réu;
facultar prazo não superior a 30 dias para suprir nulidades sanáveis ou irregularidades (art. 327); v. art. 13 do CPC.
Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas, o juiz passa a proferir o julgamento conforme o estado do processo.
Ao órgão jurisdicional se abrem as seguintes possibilidades:
declarar extinto o processo na forma do art. 329; 
julgar antecipadamente a lide (art. 330);
designar audiência de conciliação e saneamento, se disponível o direito litigioso (art. 331);
prolatar desde logo despacho saneador (decisão saneadora).
Extinção do processo
O processo é extinto sem exame do mérito se delineadas as hipóteses previstas no art. 267 do CPC.
Em todos os casos do art. 267 a sentença é meramente terminativa. Os aspectos examinados pelo juiz são de natureza formal. Reconhece-se, a princípio, a imprestabilidade do processo para dar uma resposta ao pedido do autor. A coisa julgada é, destarte, apenas formal. 
A ação pode ser novamente proposta, desde que sanado o vício que acarretou a extinção, salvo se acolhidas as argüições de litispendência, coisa julgada ou perempção (v. art. 268 do CPC).
O juiz pode também proferir sentença desde logo, com resolução do mérito da causa, nos casos previstos no art. 269, incisos II a V, do CPC.
Nessas hipóteses, embora o juiz não dê solução própria à lide, profere sentença definitiva, correspondente à integral prestação da tutela jurisdicional, com todos os seus efeitos e consequências. 
O reconhecimento do pedido pelo réu e a transação são formas de autocomposição da lide, assim como a renúncia ao direito em que se funda a ação.
O reconhecimento não se confunde com confissão; no reconhecimento o réu admite expressamente a procedência do pedido do autor; há adesão ao que foi postulado na petição inicial; refere-se ao próprio direito material em que se funda a pretensão do autor. 
Já a confissão versa sobre fatos da causa, não se pronunciando o réu sobre a pertinência do pedido do autor. 
Tanto o reconhecimento como a confissão só são admissíveis e geram efeitos em detrimento da posição do réu se a causa versar sobre direitos disponíveis.
O reconhecimento pode se dar pela parte ou por procurador com poderes especiais.
Transação – art. 269, III
O juiz chancela a solução encontrada pelas próprias partes para o litígio. 
Transação corresponde a negócio jurídico bilateral, realizado pelas partes para prevenir ou terminar litígio, mediante concessões recíprocas (art. 840 do Código Civil).
O juiz intervém apenas para verificar capacidade das partes, licitude do objeto e regularidade formal, homologando então a transação por sentença. 
A lide estará solucionada definitivamente. A sentençahomologatória produz coisa julgada material.
Prescrição e decadência: são efeitos do transcurso do tempo sobre os direitos subjetivos.
A decadência é a extinção do próprio direito, que pela lei ou pela convenção, nasceu com um prazo certo de eficácia.
O reconhecimento da decadência é o reconhecimento do perecimento do direito invocado. 
Prescrição – decorrido o lapso previsto em lei, desaparece a possibilidade da fazer valer o direito. O direito não desaparece.
Interferindo diretamente com o pedido, o reconhecimento da prescrição ou da decadência representa genuína decisão de mérito, impedindo o exame, em definitivo, do direito caduco ou prescrito. 
A prescrição e a decadência podem ser pronunciadas de ofício pelo juiz.
Renúncia ao direito
O autor renuncia ao direito material que invocou; demite-se da titularidade desse direito. Está então solucionada a lide definitivamente. 
Direitos indisponíveis não podem ser renunciados (são inerentes ao estado e a capacidade das pessoas, bem como os relativos a alimentos).
A renúncia depende de capacidade civil plena e deve ser incondicional. Deve ser expressa, podendo ser manifestada por procurador com poderes especiais. 
Não se confunde com desistência da ação, cujo efeito é meramente formal e não impede a repropositura. Na renúncia há resolução do mérito, com extinção do processo, não sendo necessário o consentimento do réu. A sentença extintiva produz coisa julgada material. 
A renúncia pode ser manifestada até mesmo em grau de recurso, mas antes de formada coisa julgada material. 
Julgamento antecipado da lide
Na fase do julgamento conforme o estado do processo, o juiz poderá conhecer diretamente do pedido, proferindo sentença, quando: 
- a questão de mérito é unicamente de direito (os litigantes divergem apenas quanto às conseqüências jurídicas de fatos incontroversos); 
- a questão de mérito é de direito e de fato, mas se encontra elucidada satisfatoriamente pelas provas já constantes dos autos e pelas alegações das partes, sendo desnecessária a dilação probatória; 
- ocorrer o efeito da revelia previsto no art. 319 do CPC. 
Elimina-se, nessas hipóteses, a incidência do princípio da oralidade no processo de conhecimento.
Não basta a ocorrência da revelia; necessária a presença do efeito principal previsto no art. 319. 
A revelia se caracteriza normalmente pela ausência de contestação. No rito sumário também pelo não comparecimento injustificado do réu à audiência preliminar, ou pelo seu comparecimento desacompanhado de advogado.
Esse efeito da revelia, previsto no artigo 319 do CPC, não incide: 
- em caso de réu preso revel, ou revel citado por edital ou com hora certa (art. 9º, II, CPC), quando há necessidade de nomeação de curador especial, cuja contestação, ainda que por negação geral, faz com que o autor continue com o ônus de provar o fato constitutivo do direito invocado na petição inicial;
- nas hipóteses do art. 320 do CPC:
a) há litisconsórcio passivo e um dos réus contesta a ação – a contestação assim apresentada obsta a presunção em relação aos que se pautaram pela revelia se os fatos forem comuns; a aplicação do art. 320, I, pressupõe fato comum ao réu atuante e ao litisconsorte revel;
b) o litígio versa sobre direitos indisponíveis; não se admite a confissão se as partes não podem dispor dos direitos discutidos em juízo (v. art. 351 do CPC); são os casos das ações de investigação de paternidade, de destituição do poder familiar, de anulação de casamento; etc.; o Código Civil, no art. 840, assenta que só direitos patrimoniais de caráter privado permitem a transação;
c) a petição inicial não está acompanhada de instrumento público que a lei considera indispensável à prova do ato; se a lei exige prova especial, solene, nenhuma outra pode suprir-lhe a falta, nem mesmo a confissão (art. 366 do CPC); exemplo: uma ação reivindicatória de bem imóvel não poderá ser julgada procedente, ainda que o réu não conteste o pedido, se não for exibida a escritura pública registrada no ofício imobiliário.
Obs.: a presunção de veracidade do art. 319 é relativa, tendo em vista o princípio da livre apreciação da prova e da persuasão racional contidos no art. 131 do CPC; se há elementos nos autos que levam a conclusão diversa, o juiz não está obrigado a julgar a ação procedente.
Dos fatos incontroversos nem sempre decorrem as conseqüências jurídicas pretendidas e nesse caso a revelia não produz nenhum efeito prático. Incumbe ao juiz aplicar o direito aos fatos. 
Ocorrendo a revelia, o autor pode alterar o pedido ou causa de pedir? Não, salvo promovendo nova citação (v. art. 321 do CPC).
Outro efeito da revelia: os prazos correm para o revel independente de intimação. Pode ele intervir no processo no estado em que se encontra. E a partir daí passa a ser intimado na pessoa de seu advogado; poderá então exercer toda a atividade processual adequada ao momento da causa (v. art. 322 do CPC). 
Se o réu não contesta o pedido, mas apresenta reconvenção, deve ser intimado dos atos do processo.
Saneador 
Não sendo caso de extinção do processo ou de julgamento antecipado da lide, o juiz deverá designar a audiência de conciliação a que se refere o art. 331 do CPC, notadamente quando a causa versar sobre direitos disponíveis.
A instituição dessa audiência prévia tem por escopo incentivar a autocomposição da lide. 
A ela devem comparecer as partes ou seus procuradores habilitados a transigir.
Obtida a conciliação, será ela reduzida a termo e homologada por sentença. 
Não sendo alcançada a conciliação, o juiz deverá adotar as seguintes providências:
- decidir as questões processuais pendentes; 
- fixar os pontos controvertidos entre as partes; 
- organizar a instrução, determinando as provas a produzir; se necessária apenas a produção de prova oral, deve ser designada desde logo audiência de instrução e julgamento. 
Essa audiência prévia tem assim tríplice finalidade e é considerada autêntica audiência de saneamento. 
Não se produz qualquer prova nela. 
Essa audiência do artigo 331 do CPC não é mais obrigatória, podendo o juiz, se vislumbrar a inviabilidade da composição, proferir desde logo a decisão saneadora (v. § 3º do art. 331 do CPC).
Esse despacho saneador, proferido na audiência prévia, quando frustrada a tentativa de conciliação, ou fora dela, representa:
– juízo de admissibilidade positivo relativamente à ação; 
– juízo positivo de validade do processo;
– necessidade de dilação probatória.
Despacho saneador não é mero despacho, mas decisão interlocutória, em que o juiz resolve questões incidentes. 
Pode ser impugnado mediante agravo. 
A não interposição do recurso acarreta preclusão de todas as questões expressamente decididas, por provocação da parte ou ex officio.
A princípio não há preclusão em matéria de provas, pois o juiz pode posteriormente ordenar a realização de outras provas que entender necessárias (v. art. 130).
Excetuam-se as questões que, pelo sistema do CPC, podem ser apreciadas de ofício em qualquer fase do procedimento: incompetência absoluta, nulidade insanável, coisa julgada, presença dos pressupostos processuais e das condições da ação (v. art. 267, § 3º). 
Quando estamos diante de questões de ordem pública, sobre as quais não tem disponibilidade as partes, e que funcionam como pressupostos de admissibilidade da própria função jurisdicional, não há preclusão lógica, temporal ou consumativa (matéria atinente às condições da ação e aos pressupostos processuais). 
Tanto o juiz, como o Tribunal em grau de recurso, podem voltar a examinar essas questões, a qualquer tempo, enquanto não julgado o mérito da causa. 
Exemplo: se o juiz afasta a alegação de ilegitimidade passiva no despacho saneador, nada impede o reexame da questão quando da prolação da sentença.
AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL (v. arts. 5º e 325 do CPC)
Consiste na ampliação da lide através da cumulação sucessiva de pedidos.Tem cabimento quando, no curso do processo, se tornar litigiosa a relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide.
A existência ou inexistência da relação jurídica representa então questão prejudicial, ou seja, antecedente lógico que condiciona a resolução da lide e se situa no plano do direito material.
Só há questão prejudicial quando ocorre controvérsia sobre o referido antecedente lógico, ou seja, se as partes se controvertem sobre a relação jurídica fundamental envolvida no litígio.
Essa questão prejudicial passa então a integrar o mérito da causa e a sentença, ao apreciá-la, dar-lhe-á solução com força de coisa julgada.
Exemplos:
1) o réu contesta ação de despejo por falta de pagamento, alegando que não mantém relação locatícia com o autor, existindo apenas comodato (empréstimo gratuito da coisa); nesse caso, a relação jurídica existente entre as partes se tornou controvertida, configurando questão prejudicial à solução da lide; tanto o autor como o réu podem então propor ação declaratória incidental para que o juiz declare na sentença, na parte dispositiva, qual a relação jurídica existente (locação ou comodato), de modo que a solução dessa questão prejudicial fique acobertada pela coisa julgada material e não possa mais ser reavivada em outro processo; registre-se que a definição a respeito, consubstancia antecedente lógico para a decretação ou não do despejo postulado na inicial;
2) o réu contesta ação de cobrança, alegando novação; pode o autor propor ADI para obter o reconhecimento da ineficácia da novação por vício que a invalide.
Sem a ação declaratória incidental, a ser proposta em petição própria, a questão prejudicial é apreciada apenas na parte de motivação da sentença, como razão de decidir, e não constará da parte dispositiva; bem de ver que apenas o dispositivo da sentença faz coisa julgada material (v. arts. 469 e 470 do CPC).
A ADI não dá lugar a nova autuação, ou seja, é processada nos próprios autos da ação originária.
É como a reconvenção, em que ocorre verdadeira cumulação de ações no mesmo processo.
Para o autor, a ação declaratória incidental (ADI) deve ser proposta nos dez dias seguintes à intimação da contestação, que tenha gerado controvérsia sobre a questão prejudicial (prazo preclusivo – v. art. 325 do CPC).
Entende-se que o réu só pode propor a ação declaratória incidental por motivo superveniente à contestação (v. art. 5º do CPC); se ele tiver ação contra o autor, deverá valer-se de reconvenção.
O processamento e julgamento das duas ações é conjunto. Numa só sentença o juiz julga primeiro a ADI e depois a questão principal.
Não se admite a ADI no rito sumário, em processo de execução e cautelar.
O acertamento sobre a existência ou inexistência de relação jurídica é o objeto da ADI; ela não é cabível para declaração de mero fato.
Prova Judiciária
Prova, no direito processual, corresponde a todo elemento que contribui para a formação da convicção do juiz a respeito da existência de determinado fato controvertido, tido como relevante para a solução do litígio.
Fala-se, nesse aspecto, em prova judiciária, a ser produzida normalmente na fase instrutória do processo de conhecimento.
Classificação das provas:
As provas são classificadas segundo diferentes critérios.
A classificação mais aceita tem por base três critérios:
- o do objeto da prova;
- o do sujeito da prova;
- o da forma da prova.
1) Objeto da prova é o fato por provar-se.
Relativamente ao objeto, as provas são diretas ou indiretas.
Se a prova se refere ao próprio fato probando ou consiste no próprio fato, é considerada direta.
Numa ação de indenização voltada à reparação dos danos causados em acidente de trânsito, a testemunha ocular, que narra o fato que assistiu, é uma prova direta.
Numa ação para cobrança de dívida, o contrato de mútuo é uma prova direta.
Já a prova indireta é aquela que se não se refere ao próprio fato probando, mas sim a outro, através do qual, por meio de raciocínio dedutivo, se chega àquele.
Na ação de indenização decorrente de acidente de trânsito, a testemunha que descreveu a posição em que se encontravam os veículos sinistrados após o acidente é uma prova indireta.
Aos fatos, objeto da prova indireta, dos quais o juiz deduz o fato probandi, dá-se o nome de indícios (fala-se em prova indiciária ou por presunção).
2) Sujeito da prova: pessoa ou coisa de quem ou de onde emana a prova. A pessoa ou coisa que atesta a existência do fato probando.
Conforme o seu sujeito a prova é pessoal ou real.
Prova pessoal: toda afirmação pessoal consciente destinada a fazer fé de determinados fatos.
- testemunha narra o que viu;
- instrumento de confissão de dívida;
- escritura de testamento.
Prova real: consiste na atestação inconsciente, feita por uma coisa, da ocorrência do fato a ser provado:
- danos ocasionados em imóvel; 
- lesões pessoais;
- cerca nos limites entre dois imóveis.
A prova real normalmente é obtida do exame de uma pessoa ou de uma coisa (prova pericial).
3) Forma da prova: modalidade ou maneira pela qual se apresenta em juízo.
- prova oral;
- prova documental;
- prova material.
a) prova oral compreende a inquirição de testemunhas, depoimento da parte, confissão e juramento.
b) prova documental: toda afirmação escrita ou gravada. Ex.: escrituras públicas ou particulares, cartas, plantas, projetos, desenhos, fotos, gravações magnéticas etc.
c) prova material: consiste em qualquer outra materialidade que sirva de prova do fato probando. Fala-se em atestação do fato emanada da coisa ou da pessoa, como o corpo de delito, exames periciais e inspeção judicial.
A doutrina classifica ainda prova no que toca à sua preparação.
Nesse aspecto pode ser casual ou pré-constituída.
Prova casual é a prova produzida no curso do procedimento em juízo para demonstrar a realidade de determinados fatos controvertidos. Ex.: perícia, depoimentos de testemunhas, depoimento pessoal das partes etc.
Prova pré-constituída: representa prova preparada preventivamente para demonstrar a existência de um ato ou negócio jurídico. Ex.: elaboração de contrato de mútuo para provar a existência da dívida em juízo ou fora dele; emissão de um título de crédito.
Objeto da prova
A prova se destina a convencer o juiz quanto à existência ou inexistência dos fatos sobre os quais versa a lide.
Os fatos da causa são objeto da prova.
Via de regra provam-se fatos; por exceção, prova-se o direito quando estadual, municipal, costumeiro, singular ou estrangeiro (v. art. 337 do CPC).
Nem todos os fatos carecem de prova (art. 334 do CPC).
Dependem de prova os fatos controvertidos, relevantes e determinados.
Fatos controvertidos ou controversos – se não há controvérsia quanto aos fatos alegados pelos litigantes, a questão se traduz à mera aplicação do direito.
Reclamam prova apenas os fatos contestados ou não admitidos como verdadeiros pela parte contrária a quem os alega.
Em dadas circunstâncias, embora não contestados, deve ser feita a prova dos fatos:
- quando reclamada pelo juiz para o fim de formar com mais segurança o seu convencimento;
- quando a lide versar sobre direitos indisponíveis (v. ação de anulação de casamento, de investigação de paternidade, de destituição do poder familiar etc.) – v. art. 320 do CPC;
- quando a lei exige que a prova do ato ou negócio jurídico se revista de forma especial (prova da propriedade imobiliária, de direito real de garantia, do casamento, da separação, etc.) – v. art. 366 do CPC.
Independem ainda de prova os fatos tidos como verdadeiros por uma presunção legal (de existência ou de veracidade):
- provado o domínio, presume-se ser este exclusivo e ilimitado;
- se o filho nasceu nos 300 dias subseqüentes à dissolução da sociedade conjugal, a parte não precisa provar que foi concebido na constância do casamento (art. 1.597, II, do CC);
- devedor que tem emseu poder título de crédito não precisa provar o respectivo pagamento (v. art. 324 do CC).
O direito, em princípio, não depende prova.
Uma das características da lei é sua obrigatoriedade. Ninguém pode escusar-se de respeitar a lei sob a alegação de desconhecê-la.
O juiz, obviamente, não pode eximir-se de cumprir sua função sob o pretexto de desconhecer a lei.
Daí a desnecessidade de produzir prova do teor e vigência da norma legal; o juiz conhece o direito; mas tal princípio não é absoluto.
O art. 337 do CPC apresenta duas regras: uma sobre o objeto da prova e outra sobre o ônus da prova.
Por exceção, pode ser objeto de prova o teor e a vigência do direito estadual, municipal, costumeiro, singular (portarias, alvarás, concessões) ou estrangeiro. Quando o juiz desconhecer o direito assim invocado, pode determinar a produção de prova acerca do seu teor e vigência.
O juiz, porém, está obrigado a conhecer o direito vigente no local em que exerce a sua jurisdição.
Ônus da prova: a prova do direito deve ser fornecida por quem o alegar.
Prova do teor e de vigência:
a) mediante certidão passada pela repartição competente;
b) exibição de jornal oficial que publicou a norma;
c) indicação de repertório de leis que a contiver (qualquer documento público ou particular idôneo que reproduza o texto da lei).
Direito estrangeiro: a prova nem sempre é fácil. 
Diante da impossibilidade de apresentação de cópia autêntica da lei ou de coleção oficial de leis, pode ser admitida referência à obra jurídica de reconhecido mérito que mencione a lei invocada, bem como a apresentação de pareceres de juristas.
Fatos notórios também independem de prova.
Certos fatos fazem parte da cultura de uma determinada esfera social.
São considerados notórios os fatos cujo conhecimento faz parte da cultura normal própria de determinado círculo social no tempo em que ocorre a decisão.
São notórios os acontecimentos ou situações de conhecimento geral inconteste – datas históricas, fatos históricos, situações geográficas, atos de gestão política etc.
Para que um fato seja notório não é preciso que seja efetivamente conhecido, bastando que o possa ser pela ciência pública ou comum. Ex.: o juiz para se inteirar acerca da época da colheita de safra de café pode consultar calendário agrícola ou agricultores da região.
Destinatário da Prova
O destinatário direto da prova é o juiz da causa, que deve se convencer da verdade dos fatos para compor o litígio.
Para garantia das próprias partes, o julgador só pode tomar em consideração o que for alegado e provado no curso do procedimento.
O direito processual se contenta, então, com a chamada verdade processual ou formal, ou seja, a verdade que transparece dos elementos do processo, que pode não corresponder à verdade real.
Em princípio, incumbe às partes a atividade probatória, observadas as regras do ônus da prova.
Mas o juiz pode determinar de ofício a produção das provas necessárias à instrução do processo, tendo, então, iniciativa probatória (v. art. 130 do CPC).
Não lhe é dado, porém, suprir simplesmente a deficiência probatória de uma das partes, porque isto representaria afronta ao artigo 125, I, do CPC, pelo qual compete ao juiz assegurar aos litigantes igualdade de tratamento.
Ex.: o juiz não pode determinar de ofício a inquirição das testemunhas cujo rol uma das partes apresentou fora de prazo.
Via de regra o julgador pode interferir mais diretamente na produção das provas quando presentes razões de ordem pública e igualitária, ou seja:
1) diante de causa que tenha por objeto direito indisponível (ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas, como as de investigação de paternidade, interdição, destituição do poder familiar etc.); 
2) quando, ante as provas já produzidas, estiver em dúvida que impossibilite a formação do seu convencimento; 
3) quando se deparar com significativa desproporção econômica ou sociocultural entre as partes, isto é, uma das partes se encontra em clara posição de inferioridade em relação à outra.
Sistemas de Valoração da Prova
Há três sistemas conhecidos para orientar a valoração das provas pelo juiz:
- o critério legal;
- o da livre convicção;
- o da persuasão racional.
O critério legal está totalmente superado no direito processual; por este sistema, cada tipo de prova tem um valor pré-estabelecido, a ser observado pelo juiz; há pouca margem para ele formar sua íntima convicção, estando adstrito a uma hierarquia legal das provas, pela qual a solução da lide surge automaticamente.
Já o sistema da livre convicção é o oposto ao critério legal. Prevalece a íntima convicção do juiz, que pode decidir a causa com base em impressões pessoais e a ciência privada que tem dos fatos.
Por esse sistema o juiz não fica adstrito ao que foi alegado e provado nos autos, o que sujeita às partes a possíveis arbitrariedades.
O Código de Processo Civil, no artigo 131, adota o sistema da persuasão racional ou do livre convencimento motivado.
O juiz pode analisar livremente as provas produzidas e atribuir a cada uma delas o valor que possa merecer. Não há hierarquia legal, mas o juiz deve se ater apenas aos elementos de convicção constantes dos autos. E mais: deve motivar suas decisões.
A exigência de motivação tem por finalidade permitir o controle da atividade jurisdicional.
Máximas de Experiência (art. 335 do CPC) 
O juiz, para deliberar sobre as provas, para avaliá-las, para interpretar e aplicar o direito, usa de diversas noções extrajudiciais, fruto de sua cultura, de seus conhecimentos sociais, científicos e práticos.
São as noções que se denominam de “máximas de experiência ou regras de experiência”.
É o juízo formado na observação do que costumeiramente acontece.
Esses fatos cotidianos fazem parte da communis opinio e podem variar conforme o tempo, o lugar e o progresso da ciência.
Portanto, na falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplica essas regras de experiência comum (v. art. 335 do CPC).
Ônus da prova
As partes não têm a obrigação de provar os fatos alegados, têm apenas o ônus de fazê-lo, ou seja, o litigante, se não se desincumbir do ônus da prova, sofrerá as conseqüências decorrentes da sua inércia, assumindo o risco de perder a demanda.
Em princípio, a solução da lide será dada com base nas regras sobre o ônus da prova.
O artigo 333 do Código de Processo Civil distribui entre as partes o ônus da prova – ao autor incumbe o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito; – ao réu incumbe o ônus de provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Portanto, se o réu apenas nega a veracidade do fato em que se funda a pretensão do autor, sobre este recai todo o ônus probatório.
Porém, se o réu apresenta a chamada defesa indireta contra o mérito, ou seja, admite como verdadeiros os fatos alegados na petição inicial, mas invoca, em contrapartida, fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, assume o ônus da prova.
Ex.: réu admite que contraiu a dívida, mas alega que já a quitou; incumbe-lhe produzir a prova do pagamento.
Inversão do ônus da prova 
A regra da distribuição do ônus da prova do artigo 333 do CPC não é absoluta.
Em alguns casos, o ônus da prova pode ser invertido.
Essa inversão pode ter três origens distintas:
- legal;
- convencional;
- judicial.
A inversão é feita em favor de uma das partes e em prejuízo da outra.
Quando feita em favor do autor, ele não mais terá o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito. Basta a alegação, devendo então o réu provar que o fato invocado não é verdadeiro. Quando feita em favor do réu, este estará dispensado do ônus de provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor eventualmente alegados na contestação.
Inversão convencional
Infere-se do artigo 333, parágrafo único, do CPC, que as partes podem transigir sobre a distribuição doônus da prova, salvo quando:
- recair sobre direito indisponível;
- a convenção tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
O direito indisponível não é sujeito à transação ou à confissão, razão pela qual também não se admite a inversão do ônus da prova por convenção entre as partes.
Inversão legal
É normalmente aquela que decorre de uma presunção.
A presunção consiste em uma forma de raciocínio pela qual, por meio do conhecimento de um fato, infere-se a existência de outro.
Há presunções relativas e absolutas estabelecidas pelo legislador (presunções legais).
Apenas no caso de presunção relativa, por admitir prova em contrário, é que se pode falar em inversão do ônus probatório.
Quando o fato é presumido, não precisa ser comprovado por quem o alega. Cabe ao adversário fazer prova da inveracidade do fato alegado.
A inversão legal não depende da avaliação do juiz, pois decorre da lei.
A presunção legal é muito usada no âmbito da responsabilidade civil. Ex.: presume-se a culpa do dono do animal pelos danos por ele causados; numa ação de indenização, o autor invoca a culpa assim presumida, incumbindo-se o réu de demonstrar a sua inocorrência.
Presume-se ainda a culpa das prestadoras de serviço público pelos danos ao particular, a do fornecedor pelos danos ao consumidor e a daquele que exerce atividade de risco pelos danos causados a terceiros (CC, art. 927, parágrafo único).
O artigo 38 do Código de Defesa do Consumidor também estabelece uma hipótese de inversão do ônus da prova que não está na esfera de discricionariedade do juiz, ou seja, é obrigatória; refere-se a dois aspectos da publicidade: a veracidade e a correção; de acordo com o dispositivo, o ônus da prova nesses dois aspectos da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
Inversão judicial do ônus da prova
Tem lugar nas demandas relativas às relações de consumo, protegidas pela Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor).
O artigo 6º, VIII, do CDC autoriza o juiz a inverter o ônus da prova em favor do consumidor, desde que presentes os seus pressupostos.
A inversão pode ocorrer em duas situações distintas:
- quando o consumidor for hipossuficiente;
- quando for verossímil a sua alegação.
As hipóteses são consideradas alternativas pela doutrina majoritária.
A hipossuficiência a ser considerada não é a econômica propriamente, mas a técnica; irrelevante, na caracterização da hipossuficiência, o fato do consumidor ser ou não beneficiário da assistência judiciária gratuita.
Assim, o juiz determinará a inversão do ônus da prova sempre que verificar a superioridade técnica do fornecedor para produzir as provas pertinentes, ou seja, a produção da prova seria mais difícil ao consumidor porque depende de conhecimentos técnicos ou de informações que normalmente estão em poder do fornecedor.
Ex.: o consumidor pede na inicial a substituição de máquina por apresentar defeito de fabricação; o fornecedor ostenta superioridade técnica para demonstrar a causa do defeito e eventualmente afastar sua responsabilidade civil, tendo lugar então a inversão do ônus da prova.
As regras sobre o ônus da prova são consideradas regras de julgamento. As conseqüências do seu descumprimento serão carreadas à parte quando da prolação da sentença. Todavia, entende-se que o juiz deve se pronunciar sobre a inversão antecipadamente, ou seja, na fase de saneamento, para não surpreender as partes e dificultar sua iniciativa probatória.
Momentos da Prova
O procedimento probatório passa por três momentos:
- proposição da prova;
- admissão da prova;
- produção da prova.
1º) Proposição ou propositura da prova: as partes determinam na petição inicial ou na contestação os fatos a serem provados.
E para demonstrar a existência do fato, devem especificar o meio de prova a ser utilizado. A indicação das provas a serem produzidas deve também ser feita na inicial e na contestação.
No rito ordinário basta menção à espécie de prova. No rito sumário, há necessidade da particularização das provas a produzir desde logo.
Em qualquer rito: 
- as provas pré-constituídas deverão ser propostas ou oferecidas com aquelas peças; a exigência diz respeito aos documentos substanciais e fundamentais (arts. 283 e 396 do CPC).
A propositura se confunde, nesse caso, com a produção.
2º) Admissão da prova: propostas as provas, o juiz deve resolver sobre a sua admissibilidade. É ato exclusivo do juiz. Este, portanto, decide sobre os meios de prova a serem utilizados pelas partes:
- v. rito ordinário (art. 331 do CPC) – decisão saneadora em audiência ou fora dela;
- v. rito sumário (art. 278 do CPC).
3º) Produção da prova: diz respeito à reprodução no processo dos fatos afirmados pelas partes.
Há um momento processual que é próprio à produção da prova – a audiência de instrução e julgamento (v. arts. 450 a 457 do CPC); nesta são produzidas as provas orais e se completam outras provas.
A perícia se realiza fora da audiência, mas pode ser complementada em audiência com os esclarecimentos orais do perito judicial e dos assistentes técnicos.
Princípio da oralidade em relação à prova
As provas, em princípio, são produzidas perante o juiz da causa.
No procedimento probatório se acentua o sistema da oralidade, esposado pelo Código de Processo Civil, com a aplicação dos princípios da imediatidade, concentração da causa e identidade física do juiz.
Na produção das provas, o juiz se põe em contato imediato, direto, com as partes e testemunhas, tomando-lhes os depoimentos.
E a atividade probatória se desenvolve normalmente na fase instrutória do processo de conhecimento; a prova oral concentra-se na audiência de instrução e julgamento (v. art. 336 do CPC).
Para que esses dois princípios alcancem o efeito desejado, o mesmo juiz que presidiu a instrução deve proferir a sentença (art. 132 do CPC).
Entretanto, são exceções ao sistema da oralidade previsto no CPC:
a) os casos de produção de prova de fora da terra;
b) provas antecipadas ou ad perpetuam rei memoriam;
c) prova emprestada.
Prova de fora da terra:
Tem lugar quando o sujeito da prova, pessoa ou coisa, não se acha no lugar onde corre o processo.
Nesse caso, a produção da prova se dá perante o juízo onde se encontra o sujeito da prova.
Fala-se então em prova fora da terra ou prova de fora, que é a que deve ser produzida em local diverso daquele onde o juiz da causa exerce sua jurisdição.
Expede-se, nessas hipóteses, carta precatória, rogatória ou de ordem (art. 201 do CPC).
Em princípio, a prova por rogatória ou precatória deve ser requerida na petição inicial ou na contestação.
O momento da proposição dessa prova influi sobre os efeitos da precatória ou rogatória (v. art. 338 do CPC).
Requerida a expedição após o despacho saneador, a precatória ou rogatória não terão efeito suspensivo.
O juiz pode, em hipóteses especiais, aguardar o cumprimento para proferir a sentença de mérito.
Regras a serem observadas – arts. 202 a 212 do CPC.
Prova antecipada
Em determinadas circunstâncias, há conveniência e necessidade de produzir-se a prova de certo fato para invocá-lo em processo futuro ou colhê-la, pendente o processo, mas antes de chegar o momento próprio para a sua produção.
Prova antecipada significa prova produzida antes do momento processual oportuno no processo de conhecimento.
Ex.: inquirição de testemunha de idade avançada; constatação de vestígios de fatos de natureza transitória.
As provas antecipadas acham-se incluídas pela lei processual entre as medidas cautelares (v. arts. 846 a 851 do CPC); instaura-se processo cautelar específico para a coleta da prova oral ou pericial antecipadamente.
Estamos diante de providências destinadas a acautelar o interesse daquele que dependa dessas provas para a afirmação do seu direito no momento próprio, ante o risco de perecimento.
Conforme a sua razão de ser e a sua finalidade,as provas antecipadas podem ser classificadas em:
1) Propriamente preventivas: visam produzir a prova do fato antecipadamente, sem objetivos diretos e imediatos, de modo a assegurar a eficácia de um direito no futuro.
O interessado vislumbra uma lide que poderá não ocorrer; conserva a prova de um fato sem objetivar diretamente algum litígio. Ex.: inquilino, para prevenir-se contra futura ação do locador, promove vistoria para determinar as condições em que se acha o prédio alugado.
2) Preparatórias: o objetivo é preparar elementos de prova para fundamentar ação determinada e já em vista, já definida, objetivando um direito já violado.
Ex.: fixar danos ocasionados em imóvel para instruir ação de indenização contra o seu causador.
3) Incidentes: são produzidas quando já pendente o processo de conhecimento, mas antes do momento próprio para sua produção (fase instrutória).
Pressupõe lide pendente e também a urgência de produzir-se a prova diante do perigo de perdê-la (ex.: inquirição de testemunha com grave enfermidade).
Meios de prova (v. arts. 846, 847 e 849 do CPC).
Prova emprestada
É aquela produzida em determinado processo, buscando-se o seu aproveitamento em outro feito.
Em princípio, pode ser admitida. A sua eficácia depende, no entanto, de alguns requisitos (v. art. 367 do CPC).
É controvertida a eficácia da prova emprestada em relação ao processo para o qual foi trasladada.
O problema diz respeito às provas casuais ou simples e não às pré-constituídas ou documentais em geral. Estas, originais ou emprestadas, valem igualmente em qualquer juízo em que forem apresentadas.
As provas casuais são aquelas produzidas no curso do processo, sem que tenham sido intencionalmente preparadas para a demonstração de um fato; sobre estas é que gera a controvérsia (testemunhos, perícias e depoimentos das partes).
Parte da doutrina, tendo em vista o sistema da oralidade do CPC, entende que a prova emprestada é ineficaz.
Porém, tendo em vista que o CPC autoriza a produção de provas antecipadamente ou mediante precatória, a doutrina majoritária admite a eficácia da prova emprestada.
Mas ela deve ser acolhida e apreciada com cautelas.
Deve o juiz verificar a necessidade do seu aproveitamento, a partir, normalmente, da impossibilidade de sua reprodução no segundo processo.
A prova casual guarda, em princípio, eficácia no processo em que foi colhida; o seu aproveitamento em outro processo depende, em princípio, da impossibilidade ou inconveniência da sua reprodução.
Segundo o Prof. Moacyr Amaral Santos, devem ser observadas algumas regras para que tenha eficácia a prova emprestada.
- prova produzida em processo anterior:
a) entre as mesmas partes – guarda, em princípio, sua eficácia natural, desde que: 1) tenham sido observadas as formalidades legais (contraditório, etc.); 2) o fato probando seja idêntico;
b) prova produzida em processo em que uma das partes do segundo processo litigou com terceiro – só vale se foi trasladada por quem não foi parte no processo anterior; se a prova é trasladada por quem integrou o processo anterior, não tem eficácia em relação à parte contrária, que não participou de sua produção;
c) prova produzida em processo entre terceiros – normalmente não tem eficácia.
Meios de Prova
São os instrumentos através dos quais se torna possível a comprovação dos fatos relevantes à solução da lide.
O nosso direito processual admite a utilização dos meios legais de prova ou outros meios moralmente legítimos (v. art. 332 do CPC):
Meios legais são os meios de prova típicos, ou seja, aqueles previstos em lei.
Meios moralmente legítimos são aqueles que escapam à previsão do legislador, mas podem ser admitidos por não afrontarem a moral e os bons costumes (ex.: prova cinematográfica e outras gravações magnéticas).
A Constituição Federal proíbe a utilização no processo de provas obtidas por meio ilícito (art. 5º, LVI). Ex.: confissão obtida mediante tortura, grave ameaça; interceptação telefônica etc.
A escuta clandestina, chamada de “grampo”, é ilícita, salvo a possibilidade de determinação judicial para gravação de conversas telefônicas, voltada à instrução criminal (art. 5º, XII).
Entende-se que essas gravações, autorizadas especificamente para fins de persecução penal, não podem ser utilizadas como prova emprestada no processo civil, diante do nosso sistema constitucional. A questão não é pacífica.
No entanto, quando a gravação é feita por um dos interlocutores é considerada lícita, mesmo que sua utilização se faça sem o consentimento do outro (v. STJ – RT 743/208). A situação assemelha-se à carta exibida em juízo pelo próprio destinatário. Não há violação de correspondência, nem ofensa ao direito à intimidade.
Os meios de prova especificados no Código de Processo Civil são os seguintes:
- depoimento pessoal (arts. 342-347);
- confissão (arts. 348-354);
- exibição de documento ou coisa (arts. 355-363);
- prova documental (arts. 364-399);
- prova testemunhal (arts. 400-419);
- prova pericial (arts. 420-439);
- inspeção judicial (arts. 440-443).
Confissão e depoimento pessoal
Depoimento pessoal consiste no testemunho da parte em juízo.
Consiste em meio de prova, pelo qual a parte é inquirida, a pedido do adversário, a respeito dos fatos relevantes para a solução da lide.
É um instituto voltado a provocar a confissão e a elucidação dos fatos debatidos no processo.
O sujeito do depoimento pessoal é aquele que figura como parte no processo e tem capacidade jurídica.
O objeto do depoimento pessoal são os fatos da causa.
A iniciativa da diligência pode ser da parte contrária (v. art. 343 do CPC) ou do próprio juiz (art. 342 do CPC).
Faz-se então distinção entre depoimento pessoal e interrogatório.
O depoimento pessoal é sempre requerido pelo adversário, é colhido normalmente na audiência de instrução e julgamento e tem por finalidade provocar a confissão.
Já o interrogatório é determinado de ofício pelo juiz, pode ser realizado em qualquer fase do procedimento e se destina a fornecer subsídios para o julgamento do feito.
Não se admite requerimento para depoimento pessoal pela própria parte ou litisconsorte. O pedido deve ser feito por quem ocupa o pólo oposto da relação processual.
O Ministério Público, como fiscal da lei, pode requerê-lo.
Se a parte for pessoa jurídica, o depoimento será prestado pelos seus representantes legais.
Há entendimento de que o depoimento pessoal, mesmo de pessoa física, pode ser prestado por procurador que tenha poderes específicos para transigir. A questão é controvertida.
A parte, uma vez intimada, deve comparecer em juízo e prestar o depoimento, o que representa um ônus processual.
Se a parte não comparecer ou, comparecendo, se recusa a depor, estará sujeita a uma conseqüência negativa, qual seja, a aplicação da pena de confissão.
O juiz admite como verdadeiros os fatos alegados contra ela (v. art. 343, § 2º, do CPC).
A pena de confesso também é aplicada quando a parte calar-se ou deixar de responder adequadamente o que lhe for perguntado, empregando evasivas (v. art. 345 do CPC).
A parte, no entanto, pode se escusar de depor nas hipóteses previstas no artigo 347 do CPC.
Procedimento
O depoimento pessoal normalmente é requerido na petição inicial ou na contestação, ou ainda na reconvenção ou na contestação à reconvenção. No rito ordinário é possível formular o requerimento quando da especificação de provas, na fase das providências preliminares.
Via de regra é prestado na audiência de instrução e julgamento.
A parte deve ser intimada pessoalmente, com a advertência da pena de confesso (v. art. 343, § 1º, do CPC).
Admite-se, por exceção, a produção antecipada dessa prova, em sede de processo cautelar, presente o requisito do periculum in mora (v. art. 847 do CPC).
Admite-se ainda a inquirição da parte por precatória ou rogatória, se residir fora da comarca onde tramita o feito.Observa-se a mesma forma prevista para a inquirição de testemunhas (v. art. 344 do CPC), com uma diferença: o advogado do depoente não poderá fazer reperguntas.
O litigante que ainda não prestou depoimento não pode assistir a inquirição do adversário.
Na audiência de instrução e julgamento o depoimento das partes é tomado antes da oitiva das testemunhas. Primeiro ouve-se o autor, depois o réu (v. art. 452 do CPC).
Confissão
Consiste no reconhecimento, pela parte, de serem verdadeiros os fatos ou alguns dos fatos alegados pelo adversário.
Confissão diz respeito então a fatos desfavoráveis ao confitente e favoráveis à parte contrária.
A confissão não se confunde com reconhecimento da procedência do pedido pelo réu, que é causa de extinção do processo, com julgamento do mérito, na forma do artigo 269, II, do Código de Processo Civil.
Também não se confunde com renúncia ao direito sobre que se funda a ação.
Mediante confissão a parte (autor ou réu) apenas admite a veracidade de fato alegado pelo adversário, sem reconhecer a justiça ou injustiça da pretensão deste.
O fato confessado pode ou não levar à vitória do adversário. Portanto, na confissão a parte não abre mão do seu direito.
Confissão é considerada meio de prova de excepcional eficácia, pois a partir dela o fato se torna incontroverso, dispensando outras provas a respeito. Seus efeitos são análogos aos da revelia.
A confissão só é válida:
1) sobre fatos relativos a direitos disponíveis, ou seja, deve haver disponibilidade do direito relacionado com o fato confessado (ex.: não se admite confissão nas ações relativas ao estado da pessoa);
2) quando inexigível forma especial para a validade do ato judicial confessado (ex.: confissão não supre escritura pública quando esta for da substância do negócio jurídico);
3) se emanar de pessoa capaz de obrigar-se; é inadmissível a confissão de incapaz, mesmo por seu representante legal.
(v. arts. 350 e 351 do CPC).
A confissão deve conter um elemento subjetivo, intencional, que é a vontade de reconhecer a verdade do fato alegado pelo adversário.
Espécies de confissão
Pode ser judicial ou extrajudicial (v. art. 348 do CPC).
Confissão Judicial: feita em juízo nos próprios autos, a qualquer tempo.
Pode ser escrita (na contestação, réplica ou em outra petição oferecida).
Pode ser verbal (durante o depoimento pessoal).
Fala-se ainda que a confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.
A provocada resulta normalmente do depoimento pessoal da parte, quando ela responde as perguntas do juiz ou do advogado do adversário.
A espontânea resulta da iniciativa do próprio confitente, é manifestada mediante petição dirigida ao juízo.
Confissão extrajudicial: é feita fora do processo, por escrito ou oralmente, perante a parte contrária ou terceiros, ou ainda por testamento (v. art. 353 do CPC).
Deve ser provada nos autos por documentos ou testemunhas.
A confissão judicial e a extrajudicial podem ser feitas pela parte ou por procurador, com poderes especiais (v. art. 349, parágrafo único, do CPC).
A confissão também pode ser expressa ou tácita (ficta).
A expressa é feita de forma categórica, por escrito ou oralmente.
A ficta ou tácita decorre da falta de impugnação na contestação dos fatos alegados na petição inicial ou da omissão da parte em falar quando provocada (geralmente resulta da recusa da parte em prestar depoimento).
A eficácia da confissão judicial e extrajudicial está prevista nos artigos 350 e 353 do CPC.
Uma vez considerada eficaz, a confissão é irretratável.
O confitente poderá pleitear a revogação da confissão em ação própria (anulatória ou rescisória), diante da presença de vício de consentimento (v. art. 352 do CPC).
Na verdade não se trata de revogar a confissão, pois não estamos diante de negócio jurídico, mas de declarar a sua ineficácia em ação específica.
O artigo 354 do CPC preconiza a indivisibilidade da confissão.
Isso quer dizer que se o ato da confissão abordar vários pontos, deve ser considerado como um todo, ou seja, tanto naquilo que for favorável ou desfavorável à parte que confessou.
Exibição de documento ou coisa com finalidade probatória
Pretensão à exibição de documento ou coisa manifestada por um litigante contra o outro ou contra terceiro tem o caráter de ação. 
Ação de exibição: tem por objeto a apresentação em juízo de coisa corpórea ou documento com a finalidade de fazer prova de fatos relevantes da causa. 
Essa ação exibitória pode ser preparatória ou incidental. 
Preparatória: visa amealhar a prova constante de documento ou coisa, com o qual terá de instruir a ação de conhecimento a ser proposta no futuro.
Insere-se entre as medidas cautelares – arts. 844 e 845 do CPC. 
Incidental: visa à prova de um fato numa lide pendente. Pressupõe processo em andamento (v. arts. 355 a 363 do CPC). 
Partes:
requerente da exibição: quem tem interesse específico em fazer prova de um fato que se discute ou será discutido no processo; 
requerido: quem está obrigado ou no dever de exibir documento ou coisa. Pode ser a parte contrária ou terceiro estranho à lide e que está na obrigação de exibir. 
O direito à exibição e a obrigação de exibir se resolvem de acordo com o disposto no artigo 358 do CPC.
O direito à exibição existe quando: 
- requerido tiver obrigação de exibir (detentor do testamento cerrado, livros comerciais na ação de dissolução da sociedade, título de domínio de bem nomeado à penhora);
- o requerido aludiu ao documento ou à coisa no processo com o intuito de constituir prova (nesse caso nasce para o adversário o direito de conhecer o documento ou a coisa e de reclamar sua exibição em juízo (por força do princípio da comunhão da prova o objeto se tornou processualmente comum às partes); 
- o documento, por seu conteúdo, for comum às partes (instrumento de contrato de que exista apenas uma cópia em poder de uma das partes). 
Nesses casos não se admite a recusa em exibir. O juiz aplicará ao requerido as conseqüências da recusa ilegítima. 
A recusa manifestada pela parte contrária ou por terceiro é considerada legítima quando delineada qualquer das hipóteses previstas no art. 363 do CPC (ex. documento ou coisa concernente a negócios da própria família, possibilidade da violação de dever de honra, etc.). Predominam, aqui, os valores da família e da intimidade justa. 
Pedido preparatório será feito com observância dos requisitos do processo cautelar. 
Pedido incidental probatório será feito por petição perante o juiz da ação em curso. 
O pedido deve conter os requisitos previstos no art. 356 do CPC (individuação da coisa ou documento, finalidade da prova, etc.).
PROCEDIMENTO
Pedido incidente de exibição em face da parte contrária 
Essa exibição incidente pode ser requerida na petição inicial ou na contestação, na reconvenção ou na contestação à reconvenção ou logo após o adversário mencionar a existência do documento. 
Não há autuação em separado. Corre nos próprios autos da ação originária.
Requerido é intimado para responder em cinco dias:
feita a exibição, encerra-se o incidente;
se o requerido não responde o pedido, não efetua a exibição quando determinado ou se sua recusa for considerada ilegítima, o juiz profere decisão interlocutória admitindo como verdadeiros os fatos que seriam provados por meio do documento ou da coisa (EXTRAEM-SE ARGUMENTOS PROBATÓRIOS CONTRA O REQUERIDO, COM EFICÁCIA DE CONFISSÃO FICTA – v. art. 359 do CPC);
quando o requerido nega a existência do documento ou da coisa em seu poder, cabe ao requerente o ônus de provar a inveracidade da afirmação (art. 357);
alegada a inexistência da obrigação de exibir, o juiz examina a pertinência dos argumentos apresentados; não os acolhendo, aplica à parte a sanção do artigo 359; 
considerando justo o motivo invocado, o juiz dispensa o requerido da exibição. 
Procedimento da exibitória contra 3º
Terceiro– pessoa estranha à lide pendente.
Forma-se processo separado, a ser apensado aos autos principais.
Estabelece-se, assim, relação processual paralela.
Será julgada por sentença, como no processo cautelar, cabendo a interposição do recurso de apelação. 
Rito a ser observado: arts. 360 a 362 do CPC.
Petição deve conter os requisitos do art. 356. 
Terceiro é citado para exibir ou responder no prazo de 10 dias. 
Se o terceiro exibe o documento ou coisa, encerra-se o processo incidente. 
Revelia enseja o julgamento antecipado, com a condenação do terceiro a depositar à disposição do juízo o documento ou coisa.
Se o terceiro nega a obrigação de exibir ou a posse do objeto, abre-se a instrução, se necessário, seguindo-se sentença (art. 361).
Defesas possíveis ao terceiro: fatos previstos no art. 363 e inexistência do objeto em seu poder.
Considerada injusta a recusa, o juiz ordena depósito em cinco dias, às expensas do requerente.
Descumprida a ordem, o juiz faz expedir mandado de apreensão, a ser cumprido com o auxílio de força policial se necessário. 
Tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência. 
Obrigação do terceiro decorre do disposto nos artigos 339 e 341, II, do CPC. 
São diversas, destarte, as conseqüências da não exibição conforme seja a ação incidental movida contra a parte da causa pendente ou contra terceiro. 
Para a parte: inatendimento da ordem importa admissibilidade, ficta, dos fatos a serem provados.
Para o terceiro: execução coativa e configuração do crime de desobediência.
OBS.: EXIBITÓRIA CAUTELAR PREPARATÓRIA: entende-se que é cabível a apreensão judicial em qualquer hipótese, quando a diligência ainda não está vinculada à prova de um fato certo e específico e, desta forma, não se pode aplicar a presunção do art. 359 do CPC.
Prova documental (arts. 364 a 399 do CPC)
O documento, no campo da prova judiciária, é a coisa representativa de um fato e destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo. 
Liga-se a idéia de papel escrito, mas pode ser composto por material diverso. Assim, não só apenas os papéis escritos são documentos. 
Importa analisar a autoria do documento, a maneira de sua formação e o seu conteúdo. 
	
Autoria
Autor do documento é a pessoa a quem se atribui sua formação. 
É considerado autor do documento não só quem o forma materialmente para si, mas também quem o faz formar por outrem para si. Nessa segunda hipótese alguém manda outrem compor o documento para si. Ainda que eu solicite a confecção de um recibo por um contador ou secretário, eu sou o autor desse documento particular. 
Temos ainda como autor do documento aquele que o forma no exercício da atividade de documentador, por força de função na qual é investido pelo Estado. 
Assim, autor do documento público também pode ser o oficial público que o forma. No entanto, a formação do documento se dá no interesse de outras pessoas. Os efeitos jurídicos do documento aproveitarão a quem solicitou sua formação ao oficial público. Aqui, portanto, no sentido estrito, autor é o notário. Mas num sentido amplo, a autoria do documento também pode ser atribuída ao interessado ou interessados na representação do ato ou do negócio jurídico.
Pode ser feita então a distinção entre autor intelectual e autor material do documento. 
Autor intelectual ou autor propriamente dito é quem procura produzir com o documento determinados efeitos jurídicos e a quem tais efeitos aproveitarão. O documento foi formado em proveito dele. 
De outro lado, entende-se por autor material aquele que de fato e materialmente elaborou o documento. 
Em se tratando de documento particular normalmente há coincidência entre o seu autor intelectual e material. 
No que tange ao documento público, autor intelectual é aquele que procurou o oficial para a lavratura; este oficial será o autor material. 
A autoria do documento particular vem destacada no artigo 371 do Código de Processo Civil. 
Visto sob o aspecto de sua autoria, em sentido estrito, o documento pode ser classificado como público ou privado (ou particular). 
Público: formado por quem esteja no exercício de uma função pública que o autorize a formá-lo. Assim, serão públicos todos os documentos formados por um agente público, ou seja, por quem tenha fé pública, nos limites de sua competência. 
Privado ou particular: formado por um particular ou mesmo por um oficial público que não aja nessa qualidade. 
Sob o prisma da autoria o documento pode ainda ser classificado como autógrafo e heterógrafo. 
Autógrafo: quando há coincidência entre o autor do documento e o autor do fato documentado (escritos particulares em geral). 
Heterógrafo: autor do documento, em sentido estrito, é terceiro em relação ao autor do fato documentado (documentos públicos em geral)
Meios de formação do documento 
O documento decorre das atividades do seu autor sobre uma coisa. 
Alguém interessado na fixação de um fato de modo duradouro, permanente, atua para que ele se reproduza materialmente por certo meio, sob certa maneira. 
Em todos os casos a representação da idéia ou do fato é transferida à coisa representativa, ou seja, ao documento. 
Normalmente os documentos se materializam em papel, mediante uso da escrita. 
Porém a representação pode ser dar por sinais gráficos diversos da escrita ou pelos chamados meios diretos. 
Temos então, quanto aos meios de formação, a seguinte classificação de documentos:
- escritos: documentos normais, regulados por lei, com o uso da palavra escrita; formado dessa maneira, diz-se que o documento constitui prova literal;
- gráficos: idéia ou fato são representados por sinais gráficos diversos da escrita: desenhos, pinturas, plantas, cartas topográficas, etc.;
- diretos: o fato representado é transmitido diretamente para a coisa representativa (fotografia, fonografia, cinematografia); distinguem-se dos chamados docs. gráficos ou escritos, pois nestes o fato representado se transmite para a coisa através do sujeito do fato representado.
Conteúdo do documento
Os documentos reproduzem normalmente uma declaração de ciência ou de vontade. Fala-se, então, em documentos declarativos. 
E, conforme as declarações reproduzidas sejam de ciência ou de vontade, os documentos são considerados narrativos (declarações de ciência acerca de um fato) ou constitutivos (encerram declarações de vontade, criando, extinguindo ou modificando uma relação jurídica).
Duas outras questões ligadas diretamente a autoria do documento merecem atenção: a subscrição e a autenticidade.
Subscrição 
Não é suficiente a indicação no documento de quem seja seu autor; é preciso que se comprove a autoria do documento. 
Essa prova se tem com a subscrição, que consiste no lançamento da assinatura do seu autor ao pé do documento. 
Assim, a subscrição indica e prova a autoria do documento. 
Normalmente os documentos escritos são assinados pelo seu autor. Mas há documentos que também tem eficácia probatória e não contêm subscrição (registros domésticos, como agendas, diários, etc. e livros comerciais).
Autenticidade 
Entende-se por autenticidade a certeza de que o documento proveio do autor nele indicado. 
Do fato da subscrição não se extrai a certeza de que seja autêntico o documento. Há possibilidade de ser falsa a indicação da autoria. 
Da subscrição ou assinatura decorre apenas a autoria aparente. 
Apenas quando se confirma a coincidência entre a autoria aparente e a real é possível falar em documento autêntico.
Num sentido estrito, consideram-se autênticos apenas os documentos públicos; estes encerram uma presunção de autenticidade. 
 De ordinário, os documentos particulares, cuja autenticidade necessita de confirmação, não são considerados autênticos. Provada a sua autenticidade, fala-se em documento autenticado (v. arts. 369 e 372 do CPC). 
Resumindo o exposto, é possível definir uma classificaçãogeral dos documentos.
No que tange a autoria os documentos podem ser: públicos ou privados; autógrafos e heterógrafos; assinados ou não assinados; autênticos e autenticados. 
Quanto ao meio de sua formação podem ser: escritos, gráficos e diretos (ou estampados).
Quanto ao seu conteúdo, os documentos podem ser narrativos ou constitutivos.
Documento e instrumento
O documento, quando especialmente preparado para a prova de um ato ou negócio jurídico, denomina-se instrumento. 
Instrumento é, destarte, espécie do gênero documento, sendo mencionado no Código Civil nos artigos 215 e 221; tem por finalidade criar, extinguir ou modificar uma relação jurídica, servindo-lhe de prova. Presta-se, portanto, a tornar exequível um ato.
 Os instrumentos podem ser públicos ou particulares, conforme sejam formados por oficial público no exercício de suas funções ou por particulares. 
Instrumentos Públicos: testamento público, instrumento público de mandato, escritura pública de compra e venda de imóvel, ato de nomeação de funcionário, sentença judicial, auto de penhora, etc. 
Instrumentos Particulares: títulos cambiais, instrumento particular de mandato, compromisso de compra e venda, etc. 
Documentos, em sentido estrito, são escritos que, não sendo prova preconstituída do ato, oferecem, contudo, elementos para prová-lo (definição de João Mendes Júnior). Podem ser públicos (mensagens do Chefe do Executivo, publicações de atos administrativos, etc.) ou particulares (missivas, convites, avisos de estabelecimentos bancários, etc.). 
Força probante dos documentos
Eficácia do documento público, em sentido genérico
Formado por oficial público, o documento público, desde que mantida sua integridade, é considerado autêntico. 
Carrega uma presunção de autenticidade entre as partes e perante terceiros, isto em decorrência da fé pública conferida aos agentes públicos. 
Essa presunção de autenticidade alcança apenas os elementos da formação do ato (data, local, nome e qualificação das partes etc.), as declarações de vontade que o oficial ouvir das partes e os fatos ocorridos na sua presença (pagamento feito, entrega de um objeto, etc.); não incide sobre o conteúdo dessas declarações, ou seja, o oficial público atesta que ouviu as declarações, mas não que sejam elas verdadeiras. 
Julgados do Superior Tribunal de Justiça assentam justamente que o documento público, contendo declarações de um particular, faz certo, em princípio, que elas foram prestadas. Não se firma a presunção, entretanto, de que seu conteúdo corresponde à verdade (v. RSTJ 74/292). 
Os documentos públicos, de acordo com o artigo 364 do CPC, podem ser: 
- judiciais: elaborados por escrivão, com base em atos processuais e peças dos autos, ou emanados do juiz; 
- notariais: provenientes de notários e registradores, sendo extraídos de seus livros e assentamentos; 
- administrativos: oriundos de outras repartições públicas. 
Todos gozam da mesma presunção de autenticidade. 
Essa presunção, no entanto, é “juris tantum”, podendo ser desconstituída por declaração judicial da falsidade do documento, que pode ser obtida em ação autônoma ou incidentalmente no processo em que foi produzido (v. arts. 390 a 395 do CPC). 
Importante: 
O juiz não pode formar sua convicção contra o teor de documento público, louvando-se em outra prova. 
Só pode ser desconsiderada a eficácia probante do documento público se for declarada a sua falsidade ou reconhecida a presença de vícios sociais (simulação e fraude) ou do consentimento (erro, dolo e coação). 
OBS.: quando a lei exige, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a ausência (v. art. 366 do CPC). Nem mesmo a confissão da outra parte supre essa ausência.
Para certos atos a forma especial e substancial é a escritura pública, sendo nulos se constituídos por outra forma. Exemplos: pactos antenupciais, contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis, salvo o penhor agrícola (v. artigos 108 e 109 do Código Civil). 
Nem sempre é possível a exibição dos documentos públicos em original; daí a possibilidade de usar cópias ou outras reproduções para juntada aos autos (v. artigo 365 do CPC).
O documento público, quando elaborado por oficial incompetente ou sem as formalidades legais perde a força probatória dos instrumentos oficiais. Goza, no entanto, se assinado pelas partes, da mesma eficácia probatória do documento particular (v. art. 367 do CPC).
Valor probante do documento particular 
Documentos particulares são aqueles formados sem a interferência de oficial público. 
Os documentos particulares, a princípio, não gozam da presunção legal de autenticidade. 
Desse modo, diante da simples impugnação da assinatura em juízo, aquele que produziu o documento passa a ter o ônus de provar a sua autenticidade (v. art. 388, I e 389, II, CPC).
No entanto, se o notário reconhecer a firma do signatário, atestando que foi aposta em sua presença, o documento particular ganha presunção de autenticidade (v. art. 369 do CPC). A presunção é “juris tantum”, prevalecendo até prova em contrário. 
A mesma presunção de autenticidade ocorre quando, embora não reconhecida a firma na forma prevista no artigo 369 do CPC, a parte contrária não argüir dúvida quanto a autenticidade do documento após sua juntada aos autos de um processo (v. art. 372 do CPC).
O documento particular, destarte, é autenticado em juízo; ocorre o que se chama ato de reconhecimento do documento. 
No documento é importante distinguir a sua autenticidade da sua veracidade; a autenticidade refere-se à integridade formal do documento, à sua materialidade; a veracidade refere-se ao conteúdo, à sua conformidade com a verdade. 
Importante: ultrapassado o prazo do art. 372 do CPC sem impugnação, não mais poderá a parte alegar a falta de autenticidade do documento particular ou a inveracidade do seu contexto. 
A eficácia da presunção cessa, contudo, se a parte provar posteriormente que o documento foi obtido por erro, dolo ou coação (v. art. 372, parágrafo único, do CPC).
Desde que não haja dúvida quanto à autenticidade do documento (ou seja, não haja dúvida de que proveio do autor nele indicado) faz ele prova de que o autor fez as declarações que lhe são atribuídas (v. art. 373 do CPC).
Surgindo controvérsia quanto à época em que foram manifestadas as declarações de vontade contidas no documento particular, aplica-se o disposto no art. 370 do CPC. 
Perante terceiros, a data lançada no documento particular é ineficaz, inoperante; a eficácia é limitada às partes. 
Para aqueles que não participaram do negócio jurídico documentado, a eficácia do instrumento particular só se inicia a partir de sua transcrição em registro público.
Mas o citado artigo 370 do CPC apresenta outras quatro situações em que se considera datado o documento particular em relação a terceiros. Esses fatos tornam inequívoco que a partir dos eventos citados não poderia o documento mais ser assinado, de modo que pode ser considerado formado pelo menos nesses momentos (v. incisos II a V do art. 370 do CPC). É comum providenciar o reconhecimento de firmas, ainda que por semelhança, apenas para tornar certa a data da assinatura. 
O documento particular é considerado indivisível, segundo a norma do art. 373, parágrafo único, do CPC. 
Nós temos regras no CPC sobre documentos especiais (v. arts. 374 a 376 do CPC). 
OBS.: registros domésticos são apontamentos escritos pela parte, mas não assinados; representam anotações, memórias, diários, agendas, relacionados com a vida profissional ou privada do autor; fazem prova apenas contra quem os escreveu. 
Vale em benefício do devedor, independentemente de assinatura, a nota escrita pelo credor em qualquer parte do documento representativo da obrigação (v. art. 377 do CPC). Tem eficácia apenas anotações favoráveis ao devedor. 
Livros comerciais provam contra

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