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TEORIAS MONISTAS DO DIREITO E OS TIPOS DE TRIDIMENSIONALISMO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE ESTUDOS EM DIREITO E SOCIEDADE-IEDS
FACULDADE DE DIREITO-FADIR
BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Docente: Prof. Dr. Roberto Leonardo
Discente: Gabrielle Delmônico Lanaro
TÍTULO: TEORIAS MONISTAS DO DIREITO E OS TIPOS DE TRIDIMENSIONALISMO
MARABÁ-PA
2020
· TEORIA MONISTA
 Para entendermos melhor sobre a principal corrente das relações entre o direito interno e o direito internacional, deve-se compreender seu significado e seu princípio. A palavra monismo, segundo o dicionário, representa uma “realidade constituída por um princípio único”, o que explica as teorias monistas defenderem, principalmente, a tese de existir apenas um único ordenamento jurídico, ou seja, as normas internas e internacionais não estão divididas, estão unidas formando apenas um conjunto. Por exemplo, no brasil, adota-se essa teoria para a atribuição penal, entendendo-se que autores e participantes responderão por um só crime na medida de sua culpabilidade. No entanto, essa teoria teve suas evoluções, em um primeiro momento, ela adotava um sistema unitário clássico, que não diferenciava, todos eram considerados autores do crime. Com a evolução, surgiu um novo termo conhecido como Sistema Diferenciador (ou teoria monista matizada), o qual autor e partícipes seriam responsabilizados de maneiras diferentes.
· TEORIA MONISTA E SUAS SUBDIVISÕES
 O monismo tradicional, formulado por George Jellinek, defende que o Direito internacional está incluído no Direito nacional, ou seja, reduz sua existência a um direito interno que os Estados aplicam em suas vivências internacionais. Ademais, Hegel, com sua doutrina, afirma que o Estado tem soberania absoluta e total. Com isso, pode-se dizer que os defensores do monismo nacionalista afirmam que o direito internacional é como uma faculdade sem restrições, cabendo a prevalência do direito interno com o Estado soberano.
 Na teoria monista internacionalista, ao contrário da anterior citada, quando ocorre conflito entre leis internas e leis internacionais, o direito internacional prevalece. O principal fundamento dos seus defensores é que o direito interno deriva do direito internacional, ou seja, o direito internacional está no ápice da pirâmide das normas, o que representa uma ordem jurídica hierárquica a ser seguida. Essa vertente foi desenvolvida pela Escola de Viena, com destaque o renome Hans Kelsen.
 Kelsen, precursor da teoria monista baseada no Direito internacional como soberano, avalia como negativa a existência de dois ordenamentos jurídicos autônomos, o que só é possível com as Convenções para produzir efeito em ambos ordenamentos. Já o doutrinador Hidelbrando Accioly, acredita que a concepção monista não é baseada a princípio do Estado, mas sim da norma superior, pois afirma que o direito é um só, independente se apresenta como relações internacionais ou nacionais. Doutor em Direito Internacional, Valério Mazzuoli, apresenta uma outra espécie de Monismo, o monismo internacionalista dialógico é um recurso que deve ser utilizado somente quando as leis/regras versarem sobre os direitos humanos, baseado na prevalência da melhor norma que será aplicada. 
“Assim, no que tange ao tema dos "direitos humanos", é possível falar na existência de um monismo internacionalista dialógica. Ou seja, se é certo que à luz da ordem Jurídica internacional os tratados internacionais sempre prevalecem à ordem jurídica interna (concepção monista internacionalista clássica) não é menos certo que mesmo se tratando dos instrumentos que versam direitos humanos pode haver coexistência e diálogo entre eles e as normas de Direito interno. Em outros termos, no que tange às relações entre os tratados internacionais de direitos humanos e as normas domésticas de determinado Estado, é correto falar num ``Diálogo das fontes” (Mazzuoli)
Em resumo, as teorias monistas passaram por processos de desenvolvimentos e interpretações diferentes ao longo do tempo. Apesar dessas evoluções, a base em questão que não foi modificada é a existência de apenas um ordenamento jurídico. No entanto, José Francisco Rezek reflete sobre essas subdivisões da teoria monista e não deixa dúvidas que qualquer teoria tem sua vulnerabilidade. 
· TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO	
 A teoria tridimensional do direito, mais conhecida pelo formulados Miguel Reale, surgiu como uma proposta de construção do pensamento jurídico e uma das principais inovações ao estudo e compreensão desse fenômeno. A teoria correlaciona três fatores, são eles: o fato, o valor e a norma. Na visão tridimensional, esses elementos são dimensões essenciais para o Direito, ou seja, é impossível de serem divididos, pois onde quer que se encontre a experiência jurídica haverá um fato como condição de conduta, haverá o valor como intuição que avaliara o fato e haverá a norma, que é a medida de concretização do valor na conduta social. Dessa forma, na teoria tridimensional de Reale, é buscada a unidade do fenômeno jurídico, sem o emprego de teorias unilaterais ou reducionistas, que separam os elementos do fenômeno jurídico. Apesar de ser reconhecido, Reale não foi o precursor dessa teoria, mas podemos afirmar que foi o primeiro a sistematizar o tridimensionalismo de forma mais madura.
“Constata-se, dai, que a Teoria Tridimensional do Direito insere-se no âmbito do culturalismo jurídico. Ora, o culturalismo jurídico foi uma corrente que, de certa forma, nasceu com o pensamento kantiano. Kant, em sua obra Kritik der Sitten, havia observado que "A produção, em um ser racional, da capacidade de escolher os próprios fins em geral e, conseqüentemente, de ser livre, deve-se à cultura." (GONZALEZ, 2000, p.3).
 As perspectivas tridimensionalistas podem ser dividias em dois grupos, o Tridimensionalismo Genérico (ou Abstrato) e o Tridimensionalismo Específico. O primeiro é aquele que concebe cada um dos três elementos do fenômeno jurídico de forma abstrata ou separada, fazendo cada um deles seguir por esferas distintas e autônomas do saber jurídico, sendo assim, o fato era considerado como sociologismo jurídico, valor o moralismo e a norma era o normativismo jurídico. Portanto, não reconhecendo que existia uma correlação entre eles como algo essencial para o Direito.
 Segundo Miguel Reale, a Teoria Tridimensional do Direito só se aperfeiçoa quando, de maneira precisa, entende-se a interdependência necessária dos elementos que compõem o fenômeno do Direito como uma estrutura social necessariamente axiológico-normativa. 
 
· Referências: 
· SOBRENOME DO AUTOR – nome do autor – título do Artigo – Ano – link – data de acesso (antes da data acrescenta-se a expressão acesso em:). O nome do autor pode ser omitido.
Gonzalez, Everaldo Tadeu Quilici. A Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale e o novo Código Civil Brasileiro. Unimesp, 2000. Disponível em:  http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/145.pdf. Acesso em: 06 de abr 20120
MAZUOLLI, Valério de Oliveira. Curso de direito internacional público. -5. Ed., rev., atual. e ampl. -São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011;
REALE, Miguel. "Teoria Tridimensional do Direito", 5a edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1994. Versão digitalizada.
Teoria Monista e Teoria Dualista. 2017. Disponível em: <https://drlucasfcs.jusbrasil.com.br/artigos/504743248/teoria-monista-e-teoria-dualista > .Acesso em: 05 de abr 2020;

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