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Professor: João Alberto Machado Leite CAPACIDADE DE CARGA NBR 6122/96: “Carga admissível sobre uma estaca ou tubulão isolado: força aplicada sobre a estaca ou tubulão isolado provocando apenas recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes e oferecendo, simultaneamente, segurança satisfatória contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento de fundação.” Métodos estáticos – estaca mobiliza toda a resistência estática ao cisalhamento do solo, resistência essa obtida em ensaios de laboratório ou in situ. Métodos estáticos: • Métodos racionais ou teóricos – aqueles que utilizam soluções teóricas de capacidade de carga e parâmetros do solo; • Métodos semi-emíricos – aqueles que se baseiam em ensaios in situ de penetração (CPT e SPT); • Métodos empíricos – capacidade de carga estimada na classificação das camadas atravessadas. Estático – Equilíbrio 𝑄𝑢𝑙𝑡 +𝑊 = 𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 + 𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 • 𝑄𝑢𝑙𝑡 - Capacidade de carga da estaca; • 𝑊 - peso próprio da estaca; • 𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 - capacidade de carga da ponta; • 𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 - capacidade de carga do fuste; Estático – Equilíbrio Pelas resistências unitária e desconsiderando W: 𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴𝑏 . 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 + 𝑈. Σ𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 . Δ𝑙 • 𝑄𝑢𝑙𝑡 - Capacidade de carga da estaca; • 𝐴𝑏 - área da base; • 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 - resistência de ponta unitária; • 𝑈 - perímetro; • 𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 - resistência lateral unitária; • Δ𝑙 - trecho do comprimento da estaca onde há resistência lateral; Resistência de Ponta ou Base As principais fórmulas teóricas se baseiam na Teoria da Plasticidade e supõem diferentes mecanismos de ruptura: Resistência de Ponta ou Base Solução de Terzaghi (1943): A ruptura do solo abaixo da base ocorre com deslocamento de solo para os lados e para cima. A influência do solo que envolve a estaca é relativo a uma sobrecarga γl: Base circular, B 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 1,2. 𝑐. 𝑁𝑐 + 𝛾. 𝐿. 𝑁𝑞 + 0,6. 𝛾. 𝐵 2.𝑁𝛾 Base quadrada, BxB 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 1,2. 𝑐. 𝑁𝑐 + 𝛾. 𝐿. 𝑁𝑞 + 0,8. 𝛾. 𝐵 2.𝑁𝛾 Resistência de Ponta ou Base Solução de Terzaghi (1943): Resistência Lateral Tratada de maneira análoga a resistência ao deslizamento de um sólido com o solo: 𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 𝑐𝑎 + 𝜎ℎ. 𝑡𝑔 𝛿 • 𝑐𝑎 − aderência entre a estaca e o solo; • 𝜎ℎ − 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎; • 𝛿 − ângulo de atrito entre a estaca e o solo. O primeiro e o segundo, podem ser determinados por ensaios de laboratório de resistência ao cisalhamento. O primeiro depende da execução e do solo, o terceiro, do âng. de atrito e do material da estaca. 𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 é preferencialmente estimado em dados empíricos de observações de campo. “A Engenharia de Fundações corrente no Brasil pode ser descrita como a Geotecnia do SPT” Método de Meyerhof (1956) 1. Para estacas cravadas até uma profundidade D em solo arenoso, a resistência unitária de ponta e por atrito lateral (kgf/cm²) são dadas por: 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 0,4. 𝑁. 𝐷 𝐵 ≤ 4𝑁 (𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²) 𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 𝑁 50 (𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²) 𝑁 − 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑆𝑃𝑇 𝑎𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑠𝑡𝑒 Método de Meyerhof (1956) 2. Para siltes, o limite superior da resistência unitária de ponta (kgf/cm²) é: 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 3𝑁 3. Para estacas escavadas em solos não coesivos a resistência de ponta é da ordem de um terço das anteriores e a lateral é metade; 4. Para estacas com base alargada tipo Franki a resistência de ponta é da ordem do dobro das anteriores; Método Aoki-Velloso (1975) Método obtido por um estudo comparativo entre resultados de prova de carga em estacas e de SPT: 𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴 𝑘.𝑁 𝐹1 + 𝑈. Σ. 𝛼. 𝑘. 𝑁 𝐹2 . Δ𝑙 𝑘 𝑒 𝛼 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠; 𝐹1 𝑒 𝐹2 𝑠ã𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 𝑒 𝑒𝑥𝑒𝑐𝑢çã𝑜 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜𝑠; 𝑈 𝑒 Δ𝑙 𝑠ã𝑜 𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎. 𝑄𝑎𝑑𝑚 = 𝑄𝑢𝑙𝑡 2 Método Aoki-Velloso (1975) Método Aoki-Velloso – Contribuições Laprovitera e Benegas (1988) 𝑘 e 𝛼 utilizados são os modificados por Danziger (1982), F1 e F2 alterados e o N de ponta consiste na média dos N numa faixa de 1,0 diâmetro da estaca para baixo e para cima. 𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴 𝑘.𝑁 𝐹1 + 𝑈. Σ. 𝛼. 𝑘. 𝑁 𝐹2 . Δ𝑙 Método Aoki-Velloso – Contribuições Laprovitera e Benegas (1988) Método Aoki-Velloso – Contribuições Monteiro (1997) Valor de N limitado a 40; Para o cálculo da resistência de ponta são considerados valores ao longo de espessuras iguais a 7 e 3,5 vezes o diâmetro da base, para cima e para baixo da profundidade da base, respectivamente. 𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴. 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 +𝑈. Σ. 𝛼. 𝑘. 𝑁 𝐹2 . Δ𝑙 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝑞𝑝𝑠 + 𝑞𝑝𝑖 2 Método Aoki-Velloso – Contribuições Monteiro (1997) 𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴. 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡+𝑈. Σ. 𝛼. 𝑘. 𝑁 𝐹2 . Δ𝑙 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝑞𝑝𝑠 + 𝑞𝑝𝑖 2 Para a parte superior: 𝑞𝑝𝑠 = 𝑘.𝑁 𝐹1 Para a parte inferior: 𝑞𝑝𝑖 = 𝑘.𝑁 𝐹1 Método Aoki-Velloso – Contribuições Monteiro (1997) Método Aoki-Velloso – Contribuições Monteiro (1997) Método Décourt-Quaresma (a) Versão inicial (1978) Determinação da capacidade de carga de estacas a partir de valores de SPT (1978). - Resistência de ponta 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝐶.𝑁 𝐶 é 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜: N corresponde à média do valor de SPT de onde a base está assentada, com o valor anterior e o posterior. Método Décourt-Quaresma (a) Versão inicial (1978) - Atrito lateral Consideram-se os valores de SPT ao longo do fuste, exceto os utilizados para a estimativa da resistência de ponta. Pela média, determina-se o atrito médio ao longo do fuste pela tabela: Estudo feito para estacas pré-moldadas de concreto, mas admite-se como 1ª aproximação para Franki, Strauss e escavada. Método Décourt-Quaresma (b) Segunda versão (1982) - Resistência de ponta 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝐶.𝑁 𝐶 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑣𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑙𝑎𝑚𝑎 𝑏𝑒𝑛𝑡𝑜𝑛í𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝐷é𝑐𝑜𝑢𝑟𝑡, 1986): Método Décourt-Quaresma (b) Segunda versão (1982) - Resistência lateral A resistência lateral foi aperfeiçoada pela equação (tf/m²): 𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 𝑁 3 + 1 𝑁 é 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑁 𝑎𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑠𝑡𝑒, 3 < 𝑁 < 50 Método Décourt-Quaresma (b) Segunda versão (1982) - Coeficiente de segurança global F: 𝐹 = 𝐹𝑝𝐹𝑓𝐹𝑑𝐹𝑤 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑎: 𝐹𝑝 − 𝑝𝑎𝑟â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜 1,1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜, 1,35 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 ; 𝐹𝑓 − 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 1,0 𝐹𝑑 − 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝑠 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜, 2,5 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎 ; 𝐹𝑤 − 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 1,2 . Assim: 𝑄𝑎𝑑𝑚 = 𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 1,3 + 𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 4 Blocos de coroamento são maciços de concreto armado que solidarizam as cabeças das estacas responsáveis pela transmissão dos esforços, provenientes de um mesmo pilar, até uma camada resistente do solo. • As estacas devem ser dispostas de modo a conduzir a um bloco de dimensões mínimas; • As dimensões são definidas em função do número de estacas e o diâmetro; 2 – Bloco com 2 estacas: 1 – Bloco com 1 estaca: 4 – Bloco com 4 estacas: 3 – Bloco com 3 estaca: 6 – Bloco com 6 estacas: 5 – Bloco com 5 estaca: • Valores de S ou d: a – estacas escavadas: 2,5 x 𝜙 b – estacas pré- moldadas: 3,0 x 𝜙 • Valores de C e B: 𝐶 = 𝜙 2 + 15 𝑐𝑚 𝐵 = 𝜙 + 2 𝑥 15𝑐𝑚 Obs: dimensões mínimas. 7 – Bloco com 7 estaca: Recomenda-se 7 o limite máximo de estacas para um mesmo bloco; • Pilar isolado: 𝑛 = 1,10 𝑥 𝑃 𝑃 𝑒 𝑛 − 𝑛º 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠; 𝑃 − 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟; 𝑃 𝑒 − 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎 1,10 − 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑜 𝑃𝑃 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎. • Exercício n°1 Dado o perfil de sondagem abaixo, pede-se: calcular a capacidade de carga para uma estaca tipo Strauss com um comprimento nominal de 7,00m e diâmetro 38cm, utilizando o método de DECOURT- QUARESMA. • Exercício n°2 Calcular a capacidade de carga da estaca conforme as características abaixo e como mostra o perfil de sondagem, utilizando o método de AOKI-VELLOSO. • Exercício n°3 Calcular a capacidade de carga para uma estaca do tipo Franki com um comprimento nominal de 10m e diâmetro de 0,42m, utilizando o método de DECOURT-QUARESMA e o método de AOKI-VELLOSO.
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