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Historia das instituicoes politicas (2)

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3
Introdução
O presente trabalho fala da situação internacional é cada vez mais preocupante para os países não alinhados, pois que os problemas actuais tendem a se enfatizar cada vez mais. Se a 45 anos atrás, quando a guerra fria polarizou uma parte considerável da humanidade em dois blocos antagónicos hoje o processo de globalização neoliberal obriga ao fortalecimento e ao esforço dos países do sul para potenciar sua união, a sua solidariedade e coesão com vista a dar respostas conjuntas aos acontecimentos internacionais e os desafios do milénio.
Esta crise política do pós 2ª guerra mundial poderia conduzir a uma catástrofe mundial, pois que impeliam para a eclosão de uma nova guerra. Entretanto a postura adoptada pelos países do 3º mundo assente no movimento não alinhado contribuiu para atenuar esta política internacional na medida em que apresentava princípios e objectivos para tentar colmatar esta situação de crise política.
A conferência de Bandung de 1955 serviu de base para lançar o projeto dos países não alinhados expressos através dos seus 10 princípios. A conferência de Belgrado em 1961 ratificando os princípios de Bandung delineou as linhas mestres de acção do movimento dos países não alinhados. O impacto deste movimento pode medir-se através das lutas incansáveis pelas independências, a tentativa de combater a neocolonização procurando erradicar todas as formas de exploração, submissão entre os povos no mundo, defendendo o princípio de autodeterminação de acordo com a carta da ONU.
 
1.1. Objectivos:
Geral 
· Conhecer o surgimento do nacionalismo em Moçambique.
Específicos
· Identificar as causas do nacionalismo africano;
· Descrever as causas do nacionalismo em Moçambique;
· Explicar o Contexto Histórico em que surge o nacionalismo Moçambicano. 
1.2. Metodologia
Segundo GIL (2002: 162), “metodologia são procedimentos a serem seguidos na realização da pesquisa é a parte que abrange maior número de itens, pois responder às questões como? Com quem? E quando?”.
1.3. Nacionalismo Moçambicano
De acordo com REIS, João e MUIANE, (1975), “construção da nação em Moçambique irá basear-se nos princípios ideológicos que projetavam a formação de um Estado nacional soberanos, com uma população de composição étnico cultural quase homogénea”.
Mas, a rigor, os elementos território, língua, religião, costumes e tradição, por si sós, não constituem o caráter da nação. São requisitos secundários, que se integram na sua formação. O elemento dominante, que se mostra condição subjetiva para a evidência de uma nação assenta no vínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer viver coletivo. É, assim, a consciência de sua nacionalidade, em virtude da qual se sentem constituindo um organismo ou um agrupamento, distinto de qualquer outro, com vida própria, interesses especiais e necessidades peculiares.
A razão, o sentido de nação não se anula porque seja esta fracionada esta entre vários Estados, ou porque várias nações se unam para a formação de um Estado o Estado é uma forma política, adotada por um povo com vontade política, que constitui uma nação, ou por vários povos de nacionalidades distintas, para que se submetam a um poder público soberano, emanado da sua própria vontade, que lhes vem dar unidade política. (RECAMA, 2006),
A nação preexiste sem qualquer espécie de organização legal. E mesmo que, habitualmente, seja utilizada em sinonímia de Estado, em realidade significa a substância humana que o forma, atuando aquele em seu nome e no seu próprio interesse, isto é, pelo seu bem-estar, por sua honra, por sua independência e por sua prosperidade. 
1.4. Moçambique Antes da Independência
Moçambique neste período, sob a dominação do colonialismo Português, caracterizado por um sistema de administração directa. Este facto favoreceu a formação de muitos outros grupos associativos, entre os quais a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique, formada em 1960), a MANU (Mozambican frican National Union, formado em 1959), UNAMI (União Nacional para Moçambique Independente, fundado em 1961) e outros grupos associativos. 
O amadurecimento destes movimentos teve lugar em Tanzânia onde a situação política, acompanhada pela proclamação da independência em 1961, favoreceu a sua implementação e posterior união. RECAMA, frisa que “é nesta fase crucial de implementação destes movimentos que surgem vários esforços associados para a criação de um movimento unitário influenciado pelas ideias Pan-africanistas tão preparados por N´Krumanh, como pela conferencia da CONCP (Conferência das organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas), que defendia a representação unitária e pelo contexto político que caracterizava a África da então. (RECAMA, 2006, p. 45).
O conselho consultivo da CONCP, reunido em sessão extraordinária de 13-15 de Junho de 1962 em Rabat (Marrocos) exprimiu a sua profunda preocupação quanto à gravidade da situação do povo africano de Moçambique em relação ao verdadeiro desenvolvimento da luta de libertação nacional, pois era, um facto que em Angola, na Guiné (portuguesa) e até nas ilhas de cabo verde e de são Tomé e Príncipe, onde o isolamento geográfico e político tinha criado dificuldades aos nacionalistas, a luta pela libertação nacional estava contudo, a desenvolver-se rapidamente. Entretanto, em Moçambique, onde 65 milhões de africanos continuavam a serem sujeitos a todos os crimes do jugo colonialista português, existia um notório atraso. BRAGANÇA, citado por (RECAMA idem).
 
1.5. Sistemas Partidários do Monopartidarismo em Moçambique
Segundo READER, (2002), “Em Moçambique, foi uma minoria de assalariados urbanos, principalmente do sul do país, quem primeiro desenvolveu uma resistência activa e organizada contra as autoridades portuguesas”.
O fenómeno nacionalista que despertara nos finais dos anos 50 nos diversos territórios, teve como catalisador em Moçambique a greve dos estivadores de Lourenço Marques, em 1956, e os problemas com os produtores de algodão, em Moeda, a 16 de Junho de 1960. Na Metrópole, a Casa dos Estudantes do Império desempenhou também papel de relevo. Além desta e das associações académicas, foram diversas as instituições que contribuíram para transformar o pensamento dos estudantes africanos, como o Clube Marítimo Africano, a Casa de África e o Centro de Estudos Africanos.
Em Moçambique, o nacionalismo inicia nas cidades, onde os intelectuais vão criar jornais, e associações. Estes intelectuais são na sua maioria Afra Europeia e Afro- Asiáticos, que procuram reivindicar o seu espaço no mercado de emprego. Entre os jornais mais importantes destacam-se: o Africano, fundado e dirigido por João Albasini (1909 – 1918) e o Brado Africano, criado em 1918 pelos irmãos João e José Albasini. Estes viriam mais tarde a ser substituídos por Estácio Dias e Karett Pott. Entre as primeiras organizações associativas mais importantes, lançadas por assimilados e mulatos, pode-se destacar o Grêmio Africano de Lourenço Marques, fundado em 1908 e oficializado em 1920, e a Liga Africana, nascida em 1910.
A luta de libertação em Angola e a independência da Tanzânia. O surgimento de associações de estudantes e movimentos políticos como MANU, UDENAMO, UNAMI, entre outros, constituem os factores do nacionalismo africano Entre os jornais mais importantes destacam-se: o Africano, fundado e dirigido por João Albasini (1909 – 1918) e o Brado Africano, criado em 1918 pelos irmãos João e José Albasini. 
Segundo PUTRIN, (1986), “Estes viriam mais tarde a ser substituídos por Estácio Dias e Karett Pott, entre as primeiras organizações associativas mais importantes, lançadas por assimilados e mulatos, pode-se destacar o Grêmio Africano de Lourenço Marques, fundado em 1908 e oficializado em 1920, e a Liga Africana, nascida em 1910”.
 
1.6. Projecto Politico, pois Independência de Moçambique
Pode se afirmar que o processo da construção da nação moçambicana é o fruto de uma longa caminhada. Ela começa com a luta de libertação nacional, que culmina com a vitóriado povo moçambicano, dirigido pela FRELIMO. Com o avanço da luta de libertação, foram surgindo algumas zonas sob controlo da FRELIMO, as zonas libertadas, que constituíram as bases para o inicio da implementação da criação da nação, através do sistema socialista.
Segundo PICASSO, A vitória da FRELIMO, a 25 de Junho de 1975, os dirigente moçambicanos põe em pratica o modelo socialista, visto como o mais para o desenvolvimento equitativo, em todo o país. Assista-se aqui um centralismo político, um dirigismo económico.
e uma forte repreensão a qualquer tentativa de empasse ao sistema. Todavia, são lançados pela FRELIMO três elementos básicos no modelo da construção da nação: Unidade, Trabalho e Vigilância para responder a esses desafios, são criados nas rurais as aldeias comunais que serviram de epicentro da socialização e do desenvolvimento do campo.
A construção da nação na vertente do projecto da FRELIMO, “criar uma nação unitária na ideologia e na cultura, tornando um País sem diversidade cultural”, fracassou. Pelo facto de a FRELIMO deixar do lado a respeito pelas culturas, pelas divergências internas no seio do partido, pois, começava a haver diferenças de ideias e luta pela ascensão a cargos de dirigentes. O outro ponto não menos importante a focar é a conjuntura internacional, em que o sistema socialista sofria a derrocada do sistema capitalista, daí a necessidade da viragem do sistema na construção da nação. 
Segundo MOSCA, (2004), “Assim, a constituição de 1990 permitiu a existência de outros partidos, inaugurando a era do multipartidarismo, porém, para uma boa convivência democrática é importante que se respeitem as diferenças, que haja um envolvimento de cada um de nós na construção da nação”.
1.1.1. Defensores suas Ideias no Monopartidarismo em África
Nkrumah
Segundo BENOT (1969:12) “a argumentação de Nkrumah é apresentada numa obra escrita em momento em que o partido único era o objectivo último do CPP, mas não imediata, embora se baseie na mesma noção tem mais cambiante e é uma propriamente de ordem histórica”.
Nas condições de ex-pais colonizado como os sistemas de finalidade tribais e de costumes tradicionais perturbados pela sobreposição de outras obrigações e comportamento, não pode-se admirar pelo facto de o modelo parlamentar se ter revelado demasiado rigoroso nuns lugares e demasiado frouxo noutros.
Nkrumah lamenta, porém que não se tenha constituído uma oposição construtivistas a quando das independências, o que quer dizer, que se apoiasse num programa claro, em vez de conduzir confrontos pessoais e de atacar sistematicamente as decisões do governo, sem as discutir e criticas, e de recorrer as conspirações e á acção terrorista. Mas na verdade segundo Nkrumah citado por Benot “é que o partido que levou o país a independência conserva a sua popularidade, como o apoio de uma vasta maioria, e o seu exercício do poder pode assumir a aparência de um regime partido único: defende ele que o partido maioritário não pode, de qualquer modo partilhar o mandato que recebeu do povo, e que seria trair a vontade popular e, portanto, afastar-se da via democrática".
 Nyerere
 O movimento nacional conduz a luta pela independência e a conquista vai necessariamente formar o governo do novo estado. Seria absurdo esperar que um país, por sua própria vontade, se dividisse em dois pelo prazer de se submeter a uma forma particular de democracia e que, além disse, o fizesse no decurso de um combate que exige a total unidade do povo. Mas não se deve daí concluir que semelhante país não seja democrático ou não vise instaurar a democracia. (NYERERE APUD BENOT, 1969:14)
Em Nherere há necessidade de preservar, dentro dos limites que não ponham em perigo a independência e a unidade nacional, possibilidades de crítica e de discussão. No Ghana, durante muito tempo Nkrumah, dissera não as propostas muitas vezes demagógicas ou mesmo pérfidas que lhe eram feitas, no interior do seu círculo, de proclamar oficialmente o CPP partido único19: 
Segundo Benot, “Nkrumahinsistia na preservação dos direitos de critica e de expressão". 19 Julgo saber que Adamafio, no tempo em que era Ministro da informação e em que se fazia passar por homens de esquerda, fez pressão no sentido, em 1961- 1962— até a sua prisão provocada pela sua participação na conspiração do atentado de Kulungugu. (BENOT 1969:14)
Na Tanzânia, Nherere, no quadro das acções de 1965, um sistema de candidaturas duplas, experiência até agora única no seu género em África. Pretendia-se com este propósito conseguir combinar a disciplina do partido, cujos candidatos sabem ir observar as diretrizes, a politica do partido, tal com foi definida e adoptada, com a livre escolha dos candidatos pelo povo. De facto, que se procurava obter um equilíbrio entre a selecção operada pelo partido e efectuada pelo povo. E foi isso que se conseguiu realizar. Pensava-se que este era talvez o aspecto mais importante da constituição Tanzaniana. E pensava-se igualmente que, no caso do partido único, o povo deveria poder eleger com toda a liberdade o candidato que prefere de entre os apresentados pelo partido. Deve igualmente notar-se que, tanto Nherere como Nkrumah a teoria de partido único parece inflectir-se pouco a pouco, partindo do problema das classes para acabar no problema de preservação e consolidação das novas nações.
Kennet Kaunda
A Zâmbia, com efeito, atingiu a independência com um partido nacionalista largamente maioritário, o UNIP (United National Independece Party), e com outros partidos africanos minoritários, mas que não podiam ser negligenciado, em particular o ANC (African National Congeress) de Nkubula, que fora entre 1948-1949, o principal partido nacionalista.
Depois este país continuou um pais multipartidário e Kaunda disse que já não deseja impor uma decisão de cúpula um regime de partido único; em contrapartida, esperava que esse regime se realiza de facto: “devemos contar com um reagrupamento diferente do nosso povo, quando a nossa nação começa a estratificar-se em classes sociais, com o nascimento de novas elites e a diversificação dos interesses políticos, não que o partido nacionalista deva necessariamente desaparecer; mas, á medida que as massas populares se tornarem mais cultas, transformar-se-á certamente em algo diferente, o que pode acontecer por duas vias distintas: ou o partido consegue um apoio popular tão amplo que teremos um partido único de facto”.20.
1.1.2. Caraterística do Monopartidarismo no Regime Moçambicano
A ideia de imobilidade ou de manutenção de uma mesma estrutura partidária deve ser renegada, pois, assim como a vida, a política é uma coisa dinâmica que se renova a cada dia, modificando dessa forma os seus conceitos, estruturas e principalmente o modus operandi. Essa contínua transformação é verificada através da própria história nacional, na qual vários partidos foram criados, desfeitos, aglutinados, em decorrência do momento histórico vivido e dos avanços que as novas eras trazem ao nosso cotidiano. Observa-se que a legislação pátria é pacífica, não suscitando grandes discussões, devido à clareza e objetividade das suas normas.
Segundo BENOT, (1969:16), “Como toda regra há exceções, existem alguns temas que proporcionam grandes debates doutrinários, tendo como exemplos a fidelidade partidária, a chamada clausula de barreira, doações aos partidos políticos e as propagandas eleitorais, temas analisados e 20 Kaunda”. 
Por fim, é notável que o real estudo dos partidos políticos não deve ser feito de modo isolado, estudando somente os aspectos sociais, legais, históricos e políticos separadamente. Para que haja o devido entendimento da matéria mister se faz que todas as áreas do saber sejam estudadas conjuntamente, pois a análise dos aspectos partidários, evidenciam que invariavelmente um conceito legal só estará completo se houver a participação da análise social, ocorrendo essa interligação com todas as outras matérias. Podem caracterizar-se os partidos de massas a partir dos seguintes postulados:
· Papel central desempenhado pelosmembros do aparelho, com competências tanto políticas como administrativas;
· Importância crucial do processo de filiação ao partido, com fortes laços organizativos de tipo vertical, que se dirigem, sobretudo ao eleitorado fiel;
· Posição de proeminência da direcção (colegial) do partido;
· Financiamento realiza-se através das quotas dos seus membros e mediante actividades colaterais;
· Tratamento ideológico acentuado.
1.1.3. Desafios da AUA na Pacificação dos Conflitos de Guerra em Moçambique 
Estados e os povos africanos, numa situação internacional crescentemente internacionalizada e caminhando para integrações regionais, têm interesse em tirar partido das suas riquezas, unirem-se na sua diversidade (aliás, com já acontece noutra escala com SADCC), para melhor poderem responder à política de globalização capitalista que tem tornado África cada vez mais pobre e distante dos países do norte.
O desafio é enorme. Como integrar-se sem perder o essencial da sua soberania, num momento de desenvolvimento económico e político ( como é o caso dos países africanos) em que a própria independência não está ainda estabilizada e os conflitos étnicos e de fronteiras surgem frequentemente? E quem vai ditar essa integração no plano económico? Como vão reagir os interesses norte americanos que recentemente lançaram a organização AGOA para apoiar os seus aliados africanos e deixar outros países de fora? E o FMI? E o BM? E a própria União Europeia? Só o tempo irá responder a todas estas questões, mas poderá não cair bem aos interesses imperiais que os africanos queiram que África lhes pertença. 
Há depois todo o capítulo político e militar. Sem dúvida que a promoção dos valores democráticos e dos direitos humanos são questões que só podem merecer o apoio e em particular dos povos africanos sujeitos a regimes ditatoriais e, em muitos casos, corruptos. Mas não deixa de merecer todo o cuidado saber em que alturas, os organismos supranacionais vão intervir e se chegarão a intervir. 
Para DROZ, (2000), “Os artigos da nova Carta são genéricos e só quando rebentarem as situações é que se poderá ter uma ideia mais concreta deste novo passo, há, contudo, uma situação que poderá marcar o começo da U.A. que é o seu enfoque quanto à questão do Sahara Ocidental”.
O OUA aceitou a Republica Árabe Sahuri no seu seio em Novembro de 1984, tendo Marrocos abandonado a organização. Entretanto o Conselho de Segurança da ONU avançou com um processo de consulta ao povo Sahuri que Marrocos acabou por impedir. A FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), organização que, desde 1962, lutou pela independência de Moçambique e atualmente é o maior partido do país, possui 193 cadeiras. A Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), segundo maior partido com 49 assentos na Assembleia, organização surgida em oposição ao regime unipartidário da FRELIMO nos anos setenta. 
De acordo com KI-ZERBO, (2002), “sistema multipartidário foi introduzido no governo do presidente Joaquim Chissano, que assumiu o cargo em 1986 após a morte do então chefe do poder executivo Samora Machel, primeiro presidente após a independência do país”.
Ocorreram eleições gerais em 1994, 1999, 2004 e 2009, todas tendo como resultado a vitória da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), organização que, desde 1962, lutou pela independência de Moçambique e atualmente é uma das maiores forças políticas do país. As duas últimas votações culminaram com a eleição e reeleição de Armando Guebuza para a presidência.
Apesar da esmagadora vitória no ano retrasado, com 75% dos votos, e algumas denúncias de fraudes feitas por observadores internacionais, analistas reafirmam que Moçambique tem aperfeiçoado seus instrumentos democráticos. Se por um lado a continuidade das eleições é um grande avanço em direção à ampliação e conquista da democracia em Moçambique, por outro a dificuldade de a Assembleia estabelecer contato com a sociedade não contribui para esse avanço.
Ficando de fora da União Africana e contra o processo de consulta no Sahara Ocidental, como vai a nova U.A. lidar com Marrocos? Manter tudo na mesma Ou radicalizar o processo e conseguir fazer com que se realize o referendum? E em relação aos problemas dos grande Lagos, como vai reagir a U.A. em relação aos países que põem em causa as actuais fronteiras? E em relação às ingerências e pressões vindas de Washington, Paris e Londres? Se os estados africanos se unirem em torno da implementação da democracia, da paz e do desenvolvimento económico a U.A. poderá ser uma alavanca. 
2. Conclusão 
Conclui-se que o nacionalismo é uma tese, em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação, mais precisamente com o ponto de vista ideológico o nacionalismo é a ideologia fundamental da terceira fase da história da humanidade, a fase industrial, quando a estada nação se torna a forma de organização político cultural que substitui o império costuma diferenciar-se do patriotismo devido à sua definição mais estreita.
O patriotismo é considerado mais uma manifestação de amor aos símbolos do Estado, como o Hino, a Bandeira, suas instituições ou representantes. Já o nacionalismo apresenta uma definição política mais abrangente Por exemplo: da defesa dos interesses da nação antes de quaisquer outros e, sobretudo da sua preservação enquanto entidade, nos campos linguístico, cultural, etc., contra processos de destruição indenitária ou transformação. São vários os movimentos dentro do espectro político-ideológico que se apropriam do nacionalismo, ora como elemento programático, ora como forma de propaganda. O nacionalismo Africano é fruto do Pan-Africanismo, e reflexo da situação vivida no Mundo pós Segunda Guerra Mundial, que temos vindo a referir.
 
3. Bibliografia
BENOT, Yves. Ideologia das Independências Africanas. Vol. II, Lisboa: Sá de Corta, 1981. 
EGERÖ, Bertil. Moçambique: os primeiros dez anos da construção da democracia. Maputo: paulinas, 1992;
GIL, António Carlos. Pesquisa Social, 2ª ed., editora Atlas, São Paulo, 2002. 1975. 
HOFSTATTER, Hans e PIXA, Hannes. História Universal Comparada. Vol. VIII. Lisboa: Resomnia Editores, 1978.
KI-ZERBO, Joseph. História de África Negra, 3ª ed. 2° Volume, Publicações Europa- América, 2002.
MAGODE, José. Moçambique: etnicidades, nacionalismo e Estado: transição inacabada. Maputo: Editores afrontamentos, 1995;
MAZULA, Brazão. A construção da democracia em África: o caso moçambicano, Maputo: sociedade editorial Ndjira, 2000;
MAZULA, Brazão. Educação, cultura e ideologia em Moçambique: 1975 – 1985, Maputo: edições afrontamento, 1995;
MENDES, João. A nossa situação, o nosso futuro e o multipartidarismo, Maputo: Tempográfica, 1994;
MONDLANE, Eduardo. Lutar por Moçambique, 1ª edição, Maputo: colecção “nosso chão”, 1995;
MOSCA, João. S. O. S África. 1ª ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2004 
READER, John. África: Biografia de um Continente. Mira- Sintra: Publicações Europa América, 2002.
RECAMA Dionísio Calisto. História Universal, de África e de Moçambique, Maputo: Faculdade de Direito – UEM, 2006.

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