RELATÓRIO INSIDE JOB- A VERDADE DA CRISE.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CODÓ-CESCD
BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
SCHELDA CRISTINA RAMOS DOS SANTOS
RELATÓRIO SOBRE O DOCUMENTÁRIO INSIDE JOB
Codó-MA
2020
 
SCHELDA CRISTINA RAMOS DOS SANTOS
RELATÓRIO SOBRE O DOCUMENTÁRIO INSIDE JOB
Relatório elaborado ao curso de bacharel em Ciências Contábeis, na Universidade Estadual do Maranhão para obtenção de nota da disciplina de Mercado de Capitais.
 Professora Clarissa Flávia Santos de Araújo.
Codó- MA
2020
RELATÓRIO INSIDE JOB
O documentário sobre Inside Job trata das questões que levaram a falha do sistema econômico e a crise de 2008. De início, é relatado um episódio econômico que surgiu na Islândia, na qual é definida como “ fim da história”, onde através de uma política de desregulamentação ocorrida no ano de 2000 passou por consequências desastrosas que prejudicou tanto ao meio ambiente quanto a economia, mostrando como um país rico e bem desenvolvido foi entrando em colapso e gerando a chamada “ Bolha de Islândia” através das decisões mediadas pelo sistema político.
A partir desse breve exemplo sobre o ocorrido na Islândia, o filme passa a relembrar o mês de setembro de 2008 onde estourou a crise econômica que girou em torno da “desregulamentação”, chamada assim por se tratar do processo político e econômico que permitiu um grande desenvolvimento na economia mundial e que deu início a chamada globalização, porem a consequência dessa queda da economia que gerou a crise, foi justamente o crescimento descontrolado dessas industrias.
Foi percebido que se pretendia de início garantir uma ampla liberdade para o comercio mundial, de modo que houve uma grande movimentação de capital financeiro que culminou em um capitalismo sem controle, na qual se via a oportunidade de garantir liberdades para que as pessoas pudessem investir seu dinheiro e torna-los rentáveis. Todo esse enredo convenceu de forma significativa todas as camadas sociais, por meio das mídias de mercado que escondia o que, de fato, estava sendo repercutido de maneira vendada por todo o mundo.
Dentro de toda essa teia foi possível observar como o poder político neoliberal sem controle, liberou bilhões de empréstimos a homens de negócio sem se preocupar em como fariam para reembolsar tamanho valor, levando através de um sistema viciado à falência dos bancos e, consequentemente, gerando à população grande número de desempregos. E a partir disso, é possível compreender como esse poder político propõe mediante o crescimento da pobreza, a acumulação de riquezas nas mãos de minorias que esbanjavam, como visto no documentário, com carros de luxo, apartamentos, consumo desenfreado de cocaína e prostitutas de luxo. Isso, segundo evidenciado por um artigo mencionado no filme realizado pela Bloomberg (empresa de tecnologia e dados para o mercado financeiro e agencia de notícias operacional em todo o mundo), representava 5% da receita de corretores derivados de Nova York.
Ferguson cita termos bastante conhecidos como a “Grande Depressão”, que foi uma intensa estagnação econômica, que acarretou na quebra da bolsa de valores de Nova York. As principais consequências dessa crise, foi o grande número de desempregos, a falência de várias empresas, tanto do setor industrial quanto agrícola e a pobreza que representou grande maioria da população americana, para a solução desse problema coloram em pratica um plano econômico denominado new deal que possibilitou que o estado tivesse participação direta na economia, com a participação de Roosevelt que através do plano, controlou a emissão de valores monetários, a criação de políticas de emprego dentre outras ações que buscaram uma recuperação econômica lenta e gradual. Porém, não perdurou por muito tempo, com o mandato do novo presidente Reagan, passou-se a dar credibilidade a doutrina econômica chamada de neoliberalismo, na qual defendeu uma liberdade absoluta de mercado e restrição à intervenção do estado na economia. 
Dessa forma, os bancos passaram a aplicar investimentos de alto risco, o que na visão de um cidadão americano, era uma boa alternativa para ampliar suas riquezas. Mas, o que eles não percebiam é que o real objetivo era estudar suas poupanças para utilizar seus depósitos em investimentos arriscado realizados pela companhia Citigroup (maior empresa financeira do mundo). 
Outros termos mencionados no documentário, foram as chamadas “Crise de Subprime” ou “Bolha Imobiliária”, na qual por volta dos anos 2000, os bancos passaram a emprestar muito mais dinheiro transformando os empréstimos em CDOs que transformavam a obrigação de pagamentos em vários títulos refinanciando contratos garantidos por hipoteca, de modo que os credores vendiam essas hipotecas aos bancos, que por sua vez, conciliavam essas hipotecas a outros empréstimos originando os CDOs, vendendo-os aos investidores, e quando essas hipotecas eram pagas pelos proprietários o dinheiro era distribuído para investidores do mundo todo, o que revelou-se como sendo a maior crise financeira desde a depressão de 29. Subprimes, era um tipo de empréstimo de risco que possuía taxas altas de juros e alienava, ou seja, faziam a transferência da residência para pessoas que eram inadimplentes, podendo então essas pessoas terem acesso aos financiamentos, cartões de credito e alugueis, por exemplo.
Na época, os bancos se comprometiam a decisões de alto risco de alavancagem, aumentando seus lucros sem aumentar suas despesas, quanto mais os bancos faziam empréstimos maior era sua alavancagem. Desse modo, surgiram grandes números de inadimplentes que consequentemente gerou uma falta de liquidez, visto que, se tornou difícil a venda de ativos que pudessem ser convertidos em dinheiro, gerando uma queda nos preços dos imóveis. Todo esse sistema imprudente, eram classificadas pelas agências reguladoras (assim como a utilização de títulos CDS e CDO), como Triplo A, ou seja, mais alta classificação de investimento seguro possível, mesmo tendo consciência de que era um sistema falho, o que contribuiu de maneira significativa para o surgimento da “Bolha Imobiliária”, que como conclusão levou à falência do tradicional banco de investimentos Lehman Brothers.
Ao decorrer do documentário é visto com várias vezes houve avisos sobre a situação do sistema econômico e os riscos pelo qual estava passando. O presidente da reserva federal Bem Bernanke, no entanto, não tomou nenhuma providência para contornar essa situação, ninguém no governo estava preparado para a crise. Logo o primeiro banco a ficar sem dinheiro precisou vender suas ações a 2 dólares, pessoas começaram a perder seus empregos, a abandonarem suas casas e perderem suas vendas, como mostra no documentário o relato de fabricantes chineses. Os grandes bancos derrubaram os bancos de poucos recursos eliminando a concorrência e ganhando maior poder econômico.
Muitos dos causadores deste colapso, saíram intactos desta crise (e ainda continuam no poder), que trouxe resultados que até os dias atuais são comumente perceptíveis, como a grande desigualdade de classes existente nos países como nos Estados Unidos, onde as marcas da crise se torna mais evidente. O documentário aborda também a crítica do presidente Obama a desregulamentação do mercado financeiro que resultou na crise, mas que apesar disso nomeou para alguns cargos economistas que contribuíram para este colapso.
REFERÊNCIAS
Toda Matéria. Crise de 1929 (Grande Depressão). Disponível em:< https://www.todamateria.com.br/crise-de-1929/> Acesso em: 23 de setembro de 2020.
Suno. Crise do Subprime: Entenda o que foi e como afetou a economia mundial. Disponível em:<https://www.sunoresearch.com.br/artigos/crise-do-subprime/> Acesso em:23 de setembro de 2020.
FERGUSON, Charles. Inside Job: A verdade da crise. Produção de Charles Ferguson e Audrey Marrs. 2010, EUA.