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PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO

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PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO
	Serviço público trata-se de trabalhos direcionados a suprir a necessidade da população, cujo Estado presta diretamente ou indiretamente. Logo, serviço público em sentido vulgar seria qualquer serviço prestado pelo poder público, aberto ao público e prestado a todos.
	Assim, nota-se que é fundamental e indispensável para a população, podendo considerá-las como obrigatória sua utilização pelos que dela dependem.
	Portanto, o Princípio da Continuidade, também chamado de Principio da Permanência, consiste na proibição da interrupção total do desempenho de atividades do serviço público prestadas a população e seus usuários. 
	Diante disso, entende-se que o serviço público, como atividade de interesse coletivo, visando a sua aplicação diretamente a população, não pode parar, deve ele ser sempre continuo, pois sua paralisação total, ou até mesmo parcial, poderá acarretar prejuízos aos seus usuários, e não somente a eles, tendo em vista que destes prejuízos poderão ser exigidos ressarcimentos e até mesmo indenizações, recairá estes prejuízos aos próprios servidores públicos.
	Destarte, entende Celso Ribeiro Bastos (in Curso de direito administrativo, 2. ed. – São Paulo : Saraiva, 1996, p. 165.), um dos doutrinadores que defende a não interrupção do serviço público essencial:
 "O serviço público deve ser prestado de maneira continua, o que significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocorre pela própria importância de que o serviço público se reveste, o que implica ser colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade"... "Essa continuidade afigura-se em alguns casos de maneira absoluta, quer dizer, sem qualquer abrandamento, como ocorre com serviços que atendem necessidades permanentes, como é o caso de fornecimento de água, gás, eletricidade. Diante, pois, da recusa de um serviço público, ou do seu fornecimento, ou mesmo da cessação indevida deste, pode o usuário utilizar-se das ações judiciais cabíveis, até as de rito mais célere, como o mandado de segurança e a própria ação cominatória".
	Portanto, o Princípio da Continuidade do Serviço Público visa não prejudicar o atendimento à população, uma vez que os serviços essenciais não podem ser interrompidos.
· CONTINUIDADE DO SERVIÇO AO INADIMPLENTE
· Inadimplência do particular
	Durante os primeiros anos de vigência da Constituição de 1988 e do Código de Defesa do Consumidor, a doutrina e a jurisprudência se posicionavam pela impossibilidade da interrupção dos serviços públicos essenciais por inadimplemento baseadas na obrigação de fornecimento contínuo dos serviços essenciais, estipulada no art. 22 do CDC, assim como, na vedação à cobrança de débitos mediante constrangimento prevista no art. 42 do CDC.
	Posteriormente, com o advento da lei 8987/95, em seu artigo 6º, § 3º, II, relativizou o princípio da continuidade do serviço público, passando a legitimar a interrupção fornecimento de serviços públicos em caso de inadimplemento.
“Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
(...)
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
 (...)
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade”.
	A partir de então, baseada na inovação legislativa, passou-se a afirmar que a lei 8987/95, ao regulamentar dispositivo constitucional que cuida dos direitos dos usuários frente aos concessionários públicos, deveria ser considerada lei especial em relação ao CDC.
· Inadimplência do Poder Público
	Ultrapassada a questão relativa à viabilidade da suspensão do fornecimento de serviços públicos facultativos aos consumidores ‘‘comuns’’, é importante analisar a situação em que o usuário do serviço público delegado é a própria Administração Pública. 
	É importante destacar que o Superior Tribunal de Justiça- STJ, em diversos julgados, vem reconhecendo a viabilidade da suspensão do fornecimento de serviços públicos facultativos aos órgãos e entidades administrativas em inadimplência, salvo nas hipóteses de unidades responsáveis pela prestação de serviços essenciais e inadiáveis à população. Tal exceção se justifica, pois em última análise, a interrupção de serviços públicos concedidos poderia afetar a continuidade de outros serviços inadiáveis prestados pelo poder público à sociedade.
	Diante da dificuldade na definição do conceito juridicamente indeterminado ‘‘atividades essenciais’’, o STJ costuma se socorrer da Lei 7.783/89, que versa sobre o direito de greve dos trabalhadores submetidos à CLT, aplicando analogicamente os artigos 10 e 11 da mesma.
Com isso, o STJ tem definido alguns exemplos de serviços essenciais ligados a atividades-fins do Estado que estariam resguardados da suspensão de fornecimento: unidades hospitalares, creches, escolas, delegacias, entre outras. Por outro lado, tem-se afirmado a tese de que unidades não essenciais responsáveis por atividades-meio do Estado estariam sujeitas ao ‘‘corte’’ pois é o meio de defesa encontrado para a adimplência do administrador público.
· DIREITO A GREVE CONFORME PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
	O direito de greve é um direito constitucionalmente previsto nos artigos 9º 37, VII da Constituição de 1988, sendo o primeiro destinado aos trabalhadores da iniciativa privada, enquanto o segundo prevê tal direito aos servidores públicos. Em relação a estes trabalhadores, o instituto da greve apesar de reconhecer um direito, cria um conflito de interesses entre a figura do servidor e a sociedade, vez que possuem choques de interesses.	
	Em razão da continuidade de alguns serviços essenciais não é possível o direito de greve, como quem exerce a função de militar (civil, federal, militar, forçar armadas, etc.) nem de sindicalização, conforme ensina o artigo 142, inciso IV, da Constituição Federal, portanto, caso algum servidor público, nessa condição, pratique a greve, esta será considerada inconstitucional, bem como é considerado um crime.
	Isto ocorre porque a própria Carta Magna vedou aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública a prática de greve, assim, os legisladores trataram as carreiras policiais de forma diferenciada, pois constituem o braço armado do Estado para a segurança pública.
	Já os Servidores públicos considerados civis possuem o direito de greve e é permitido a sindicalização, sendo que o direito de greve deve ser exercido de acordo com a lei específica.
	Nesse norte, tendo em vista essa lacuna legislativa, o STF unificou o entendimento de que o direito de greve é uma norma de eficácia limitada e para exercer tal direito tem que ser regulamentada por lei específica, mas, enquanto essa lei não é criada, o servidor público civil poderá fazer greve nos moldes da Lei de Greve nº 7783/89.

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