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estudo dirigido processo penal I

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Direito Processual Penal I- Estudo Dirigido
1) Cite três características do sistema acusatório e três características do sistema inquisitório:
Sistema acusatório - separação rígida entre o juiz e acusação, a paridade entre acusação e defesa e a publicidade e a oralidade do julgamento
Sistema inquisitório - a concentração das três funções (acusar, defender e julgar) nas mãos de uma pessoa só, processo sigiloso e sempre escrito e ausência do contraditório e ampla defesa. 
2) O que se entende por “princípio” em Direito Processual Penal?
os princípios são ordenações que irradiam e imantam os sistemas de normas. São normas jurídicas que servem como diferencial para a compreensão e interpretação para contextualização das demais normas.
3) Demonstre a relação existente entre os princípios do contraditório e da fundamentação das decisões jurisdicionais.
o contraditório é visto como o simples dizer e contradizer, ou seja, a bilateralidade de audiência, e a fundamentação das decisões se resume a motivar a decisão com argumentos advindos desta observação do contraditório. O contraditório é uma garantia constitucional das partes, de participar na construção da decisão e de exercer o controle da fundamentação das decisões, visto que o juiz deve motivar as decisões através de argumentos jurídicos debatidos pelas partes para que a decisão seja aceitável e racional. 
4) Qual o significado do adágio: nemo tenetur se detegere? Cite duas hipóteses em que este princípio pode ser aplicado.
“Ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo” - podemos observar que a doutrina e a jurisprudência são unânimes quanto a inviabilidade da obrigatoriedade instituída, porque levaria o motorista (por exemplo) a realizar o teste do bafômetro ou outros exames, como a coleta forçada de sangue. E, assim o indivíduo estaria sendo forçado a produzir prova contra si mesmo, e se recusasse poderia ser autuado por desobediência. Também há o direito de se calar diante de uma acusação ou se autuado pois nenhuma pessoa é obrigada a confessar crime de que seja acusada ou a prestar informação que possa vir a dar causa a uma acusação criminal nem tampouco também testemunhar contra si mesmo. 
 5) Qual é o princípio que norteia a aplicação da Lei Processual Penal no espaço? Tal princípio comporta exceções? Quais?
É regulada pelo princípio da territorialidade. De acordo com o que dispõe o artigo 1º do Código de Processo Penal, a lei penal é aplicável “em todo território nacional”. Dessa forma, a lei processual penal tem eficácia em território nacional. Dessa forma, a lei processual penal tem eficácia em território nacional. Isto significa, portanto, que o CPP regulará todos os processos que vierem a se desenvolver em território brasileiro, por infrações cometidas no país.
Também de acordo com o que dispõe o artigo 1º, dessa vez em seu inciso I, essa aplicação poderá também ter exceções. Uma delas é quando existirem tratados e convenções internacionais adotadas pelo Brasil – nestes casos específicos, o código de processo penal, a lei processual penal brasileira, não será aplicada. As outras mencionadas nos incisos seguintes são:
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF nº 130
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
6) Em que consiste a aplicação analógica? Cite uma hipótese de aplicação analógica no processo penal.
Trata-se de método interpretativo de aplicação inaceitável em Processo Penal, quando in partem peiorem (" contra o réu ", em relação ao qual, aliás, presume-se a inocência). Em Direito Processual Penal só se aplica a analogia para beneficiar o réu, nunca o contrário. Só é aplicado quando estendemos a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para outro semelhante, em igualdades razões. 
Cite-se como exemplo, de possíveis delitos que não estão tendo uma leitura constitucional os crimes de perigo abstrato.
7) O que se entende por norma processual penal de conteúdo material? Cite um exemplo desta espécie de norma.
são normas processuais, mas com reflexo direto no contexto penal. Noutras palavras, a aplicação de determinada norma processual pode afetar, de maneira certeira, o direito de punir do Estado ou alterar o status de liberdade do indivíduo. Nessas hipóteses, não se pode considerá-las meras e singelas normas tutoras de processo, visto representarem virtuais textos de direito penal, embutidos em cenário processual.
Qualquer norma processual penal, que, aplicada, permita o desencadeamento da extinção da punibilidade do agente, instituto de direito penal, conforme se vê do art. 107 do Código Penal, é material. Se uma lei extingue um recurso favorável ao réu, aplica-se de imediato e para o futuro, nos termos do art. 2.º, do CPP, vale dizer, todos aqueles que ainda não se valeram do referido recurso, por não ter atingido fase favorável a isso, no processo, perdem a oportunidade de, no futuro, utilizá-lo. Simplesmente, porque desapareceu da instrumentalização processual penal. Aqueles que já se valeram do recurso e estão aguardando o novo julgamento ou a revisão de um julgado, continuarão a aguardar, pois a lei se aplica ao futuro, respeitado o status atingido até então.
 8) Qual o significado da expressão latina: Tempus regit actum?
Expressão dita no sentido de que os atos jurídicos são regidos pela lei da época em que aconteceram. O tempo rege o ato. 
9) O princípio da imediatidade se aplica à norma processual penal de conteúdo material? Resposta fundamentada. 
para as normas genuinamente processuais o princípio adotado é o da aplicação imediata da lei processual , preservando-se os atos até então praticados. As normas genuinamente processuais são as leis que cuidam de procedimentos, atos processuais, técnicas do processo etc. A lei a ser aplicada é a lei vigente ao tempo da prática do ato ( tempus regit actum ).
Com relação às normas processuais materiais ou de natureza mista, há duas correntes sobre conceito das mesmas.
Uma primeira corrente (restritiva) diz que, embora as normas processuais materiais estejam disciplinadas em diplomas processuais penais, dispõem sobre o conteúdo da pretensão punitiva, tais como direito de queixa ou de representação, prescrição, decadência, perempção etc. Assim, a eficácia no tempo deverá seguir o regramento do artigo 2º, caput e parágrafo único do Código Penal. Em se tratando de uma norma mais favorável ao réu, deverá retroagir em seu benefício; se prejudicial, aplica-se a lei já revogada.
A segunda corrente (ampliativa) diz que as normas processuais materiais são aquelas que estabelecem condições de procedibilidade, meios de prova, liberdade condicional, prisão preventiva, fiança, modalidades de execução da pena e todas as demais normas que produzam reflexos no ius libertatis do agente, aplicando-se então é o critério da irretroatividade da lei mais gravosa.
10) Conceitue inquérito policial?
É um procedimento administrativo a qual tem a participação da autoridade policial, para que se proceda a instauração deste procedimento para a busca das diligências necessárias para encontrar a autoria e materialidade do crime para depois encaminhar para titular da ação penal que é o MP.
11) Quais as formas de se instaurar o inquérito policial?
Instaura-se formalmente o inquérito de ofício, por portaria de autoridade policial, pela lavratura de flagrante, mediante representação do ofendido ou requisição do juiz ou do MP, devendo todas as peças do inquérito ser, num só processado, reduzidas as escrito ou datilografadas.12) É preciso autorização do juiz para que o delegado de polícia possa instaurar o inquérito policial visando apurar crime cuja ação penal é de iniciativa pública? 
Regra geral, os crimes se processam mediante ação penal pública incondicionada, motivo pelo qual o inquérito policial poderá ser instaurado de ofício por força do princípio da obrigatoriedade, estendendo-se tal princípio à fase investigatória. Logo, caso o delegado de polícia tome conhecimento do fato delituoso a partir de suas atividades rotineiras (p.ex. notícia veiculada na imprensa, registro de ocorrência, etc.) surge o dever de instaurar o inquérito policial, independentemente de provocação, nos termos do art. 5º, I, do Código de Processo Penal.
13) Porque se diz que a atuação do juiz na fase de investigação criminal é contingente? 
O juiz que atua na fase investigativa tem o propósito específico de controlar a legalidade dos atos praticados e de garantir os direitos do investigado.
14) A atribuição para instaurar e presidir as investigações é privativa das autoridades policiais?
Cabe a autoridade policial instaurar e presidir o inquérito policial, conforme art. 1°, § 1o da Lei n° 12.830/2013:
“Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.”
Quando determinada infração penal é praticada, determinados critérios pré-estabelecidos irão definir o delegado de polícia responsável pela condução das investigações. Esses critérios, que são o territorial e em razão da natureza da infração penal, serão tratados adiante, sendo certo que ambos não se excluem, mas se complementam.
15) Qual é a função precípua da polícia judiciária?
A polícia judiciária engloba tanto a função de apuração da materialidade e autoria de crimes quanto a função de auxílio ao Poder Judiciário no cumprimento de diligências relacionadas à atividade jurisdicional criminal, como os mandados de prisão e de busca e apreensão, conduções coercitivas etc. 
16) Por que se diz que o inquérito policial é prescindível ao oferecimento da peça inicial acusatória? 
Porque é uma importante ferramenta de proteção a direitos fundamentais e produção de elementos informativos e probatórios
17) É admitida a decretação da incomunicabilidade do preso durante as investigações criminais? Fundamente.18) A Lei 13245 que alterou o artigo 7º da Lei 8906 alterou o caráter inquisitório do inquérito policial? Fundamente.19) O que dispõe a súmula vinculante número 14 do STF?
20) Nos crimes que se apuram mediante ação penal pública, o inquérito policial não poderá ser instaurado senão à vista da representação. Em que consiste esta representação? Cite dois exemplos de crimes cuja persecução penal extra judicio e in judicio, é condicionada à representação. 21) Qual é o prazo decadencial nos crimes cuja ação penal é pública condicionada à representação? 22) Qual é a função do processo penal no Estado Democrático de Direito?23) Diferencie notitia criminis de queixa-crime. 24) O que se entende por notitia criminis coercitiva? 25) O que se entende por discricionariedade da autoridade policial na condução das investigações? 26) Por que se diz que o inquérito policial é relativamente sigiloso? 27) A autoridade policial poderá determinar o arquivamento do inquérito policial caso entenda, ao final das investigações que o investigado agiu sob o abrigo de uma excludente de ilicitude? 28) Em caso de lesão corporal simples praticada no contexto de violência doméstica a autoridade policial deverá determinar a lavratura de um termo circunstanciado de ocorrência ou deverá instaurar um inquérito policial. Fundamente.
29) Em caso de lesão corporal praticada no contexto de violência doméstica é necessária a representação da vítima para que seja iniciada a persecução criminal extra judicial? Fundamente.
30) Qual o prazo legal para a conclusão do inquérito policial?
31) Em se tratando de crime de posse de drogas para uso próprio, a autoridade policial deverá instaurar inquérito para apuração dos fatos? Fundamente.
32) Em que hipóteses é exigível a representação da vítima para que o delegado de polícia possa instaurar inquérito policial nos crimes contra o patrimônio? 
33) A autoridade policial poderá instaurar inquérito policial para apurar crime de importunação sexual, previsto no art. 215 A do Código Penal, sem que haja representação da vítima? Fundamente

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