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Introducao-a-Psicomotricidade

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1 SUMÁRIO 
2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 
3 HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE ..................................................... 4 
4 PSICOMOTRICIDADE ............................................................................ 7 
5 DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA........................................ 9 
6 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR ............................ 12 
6.1 Alguns sintomas relacionados ao esquema corporal mal 
estabelecido............................................................................................................13 
6.2 Sugestões de atividades para desenvolver o esquema corporal: ... 14 
7 LATERALIDADE .................................................................................... 15 
7.1 Alguns sintomas relacionados a lateralidade mal estabelecida: ..... 16 
7.2 Sugestões de atividade para desenvolver a lateralidade: ............... 17 
8 ESTRUTURA ESPACIAL ...................................................................... 18 
8.1 Alguns sintomas da estrutura espacial mal estabelecida: ............... 18 
8.2 Sugestões de atividades para desenvolver a estrutura espacial: .... 19 
9 ESTRUTURA TEMPORAL .................................................................... 20 
9.1 Alguns sintomas da estrutura temporal mal estabelecida: .............. 20 
9.2 Algumas sugestões de atividades para desenvolver a estrutura 
temporal:............................................................................................................21 
10 COORDENAÇÃO GLOBAL, FINA E ÓCULO-MANUAL ........................ 22 
10.1 Sugestões de atividades para desenvolver a coordenação motora 
global: .........................................................................................................23 
10.2 Sugestões de atividades para desenvolver a coordenação motora 
fina: .........................................................................................................24 
10.3 Sugestões de atividades para desenvolver a coordenação óculo-
manual: .................. ......................................................................................... 25 
 
 
 
 
 
2 
 
11 PERCEPÇÃO VISUAL E AUDITIVA ...................................................... 26 
11.1 Sugestões de atividades para desenvolver a percepção visual: ..... 28 
11.2 Sugestões de atividades para desenvolver a percepção auditiva: .. 28 
12 A PSICOMOTRICIDADE NA FASE ESCOLAR ..................................... 29 
13 APRENDIZAGEM E PSICOMOTRICIDADE ......................................... 38 
13.1 O papel da educação psicomotora na escola ................................. 43 
14 RELAÇÃO ENTRE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E A 
EDUCAÇÃO PSICOMOTORA .................................................................................. 48 
15 TRANSTORNO PSICOMOTOR ............................................................ 51 
15.1 Características Clínicas Gerais dos Transtornos Psicomotores ...... 51 
16 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 54 
17 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
3 HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE 
 
Fonte: educacaopublica.rj.gov.br 
A educação pelo movimento ao longo do tempo contribuiu para que cientistas 
e precursores analisassem a evolução da motricidade humana como um todo. Os 
gregos analisavam o corpo negligente em função da mente, acreditava-se que a 
mente não tinha relação com o corpo e seus sentidos. Dessa forma, marcos históricos 
estimularam profissionais ousados a novos desafios no século XIX. 
A Psicomotricidade surgiu na França (1900-1940), em Paris, sendo Dupré o 
seu precursor ao evidenciar a “Síndrome da Debilidade Motora”. Verificou que 
existia uma estreita relação entre anomalias psicológicas e anomalias 
motrizes, levando em consideração a recordação do corpo passado, a 
valorização do corpo presente e a reabilitação do corpo futuro (FERNANDES, 
2015, apud CANAVER, 2018 p. 64). 
Historicamente o termo ‘psicomotricidade’ aparece a partir do discurso médico, 
mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX, 
nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Com o 
desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começa a constatar-se que há 
diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão 
esteja claramente localizada. São descobertos distúrbios da atividade gestual, da 
atividade práxica. Portanto, o esquema anátomo-clínico que determinava para cada 
sintoma sua correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos 
patológicos. É, justamente, a partir da necessidade médica de encontrar uma área 
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que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra 
PSICOMOTRICIDADE, no ano de 1870. 
 O corpo passa a ser estudo de profissionais das áreas: neurológica, 
psiquiátrica e psicológica, na intenção de compreender o corpo e as estruturas 
cerebrais, na necessidade de clarear os fatores patológicos, da síndrome de 
debilidades motrizes e debilidades mentais. Dupré integrou os movimentos às funções 
psicológicas superiores, à inteligência e à afetividade. Ele estabeleceu uma relação 
entre o cérebro e o comportamento sobre a debilidade motora, associado a lei do 
paralelismo psicomotor, relacionado ao desenvolvimento motor e intelectual. 
Dupré (1913), contradiz a separação corpo – mente, estabelece seus conceitos 
da Psicomotricidade: mente - movimento, dessa forma contribui para outros desafios 
importantes no nível do desenvolvimento funcional cognitivo, motor e afetivo. A partir 
dessa contradição, vários autores seguiram a etiologia de Dupré como Head, 
Esquema Corporal; Shlider, imagem do corpo; Piaget, desenvolvimento das crianças 
e Wallon (1925), emoções e tônus. 
Wallon como médico e psiquiatra, consolidou seu interesse em conhecer a 
organização biológica do homem. A partir desse conceito fundou um laboratório de 
pesquisa junto à escola francesa com o objetivo em atender crianças “anormais”, 
localizada na periferia de Paris. Devido sua dedicação nos atendimentos clínicos e o 
interesse pela psicologia da criança, em 1939 ele se muda para sua própria sede. 
Wallon, ao longo de sua carreira analisou o estudo da criança como um recurso para 
conhecer o psiquismo humano, debruçou com atenção e engajamento no processo 
de desenvolvimento infantil. 
Dessa maneira, impulsionou médicos, neuropsiquiatras, pedagogos, 
psicólogos e outros profissionais às primeiras tentativas deestudos da reeducação 
psicomotora, na concepção de agregar como processo básico de intervenção tônica, 
mental, motora e afetiva como meio de relação da ação com o outro. 
Os estudos consagraram importantes nomes como: Ajuriaguerra, Guilmain, 
Erickson, Bérges, Soubiran e Stambak, envolvidos com o trabalho no hospital Henri 
Rouselle, na França, onde contribuíram para os primeiros terapeutas psicomotores, 
além de desenvolver uma intensa atividade científica propagada pelos projetos de 
Wallon. Na França, em 1967, pela equipe Ajuriaguerra com a proposta da Dra. Giselle 
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Soubiran, criou o primeiro ISRP (Instituto Superior Reeducação Psicomotor), assim 
sendo, em 1974 houve o reconhecimento da saúde como profissão que culminou o 
Primeiro Diploma Estadual – Psicorreducador. 
Em 1985 foi substituído pelo Diploma Estadual Psicomotricista em docência 
de formação. Em 1970, Simone Raiman chega ao Brasil, com suas 
experiências psicocinéticas seguindo o mesmo intuito da escola francesa. No 
ano 1979 o Ministério da Educação convida a Dra. Dalila Costallat e Dra. 
Gisele Soubiran para virem ao Brasil divulgar sua pesquisa: a 
Psicomotricidade como processo de reabilitação em pessoa com deficiência 
mental. (COSTALLAT, 2009, apud FERNANDES, 2015, P. 3). 
Por meio da Dra. Beatriz Loureiro, a Psicomotricidade conseguiu estabilidade 
no Brasil, surgiu à fundação GAE - Grupo de Atividades Especializadas em São Paulo, 
com o objetivo em atender crianças com dificuldade psicomotoras. Partindo do seu 
empenho estabeleceu formação universitária pública e particular, cursos de Pós-
graduação, intercâmbio entre os países Brasil/França. 
A expansão da disciplina progrediu na América do Sul, América do Norte, 
América Central e em outros países, sendo hoje bem representada na França pelos 
presidentes das Delegações OIPR – Organização Internacional da Psicomotricidade 
e Relaxação. No Brasil, a Dra. Beatriz Loureiro postulou as formações e atuações de 
ontem, hoje e certamente de amanhã. Desde 1996 foi criada em São Paulo a O.N.P - 
Ordem Nacional dos Psicomotricistas de São Paulo. 
 
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4 PSICOMOTRICIDADE 
 
Fonte: cpp.org.br 
A psicomotricidade caracteriza-se por uma educação que se utiliza do 
movimento para atingir outras aquisições mais elaboradas, a exemplo das intelectuais. 
A inteligência é uma adaptação ao meio ambiente e para que isto ocorra necessita 
primeiramente da manipulação e estímulos adequados, pelo indivíduo, dos objetos 
que estão ao seu redor. 
Entende-se “psicomotricidade” como uma ciência que se estuda o indivíduo 
por meio do seu movimento; movimento esse que exprime, em sua ação, 
aspectos motores, afetivos e cognitivos, e que é resultado da relação do 
sujeito com seu meio social. O movimento psicomotor está carregado de 
intenção, pois é resultado de uma ação planejada (psico) voltada a um fim 
determinado. (Gonçalves, 2010, apud ROCHA, 2012, p. 14.). 
Portanto, a psicomotricidade preocupa-se com o movimento, ela atua como um 
meio, um suporte que auxilia a criança a adquirir o conhecimento do mundo que a 
rodeia. Por meio de seu corpo, de suas percepções e sensações, por intermédio da 
manipulação constante de materiais que a cercam, ela adquire oportunidades de 
descobrir-se. 
Quando uma criança percebe os estímulos do meio valendo-se de seus 
sentidos, de suas sensações e seus sentimentos, e quando age sobre o mundo e 
sobre os objetos que o compõem, por meio do movimento de seu corpo, está 
experienciando, ampliando e desenvolvendo suas funções intelectivas. Por outro lado, 
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para que a psicomotricidade se desenvolva, é necessário também que a criança tenha 
um nível de inteligência suficiente para fazê-la desejar experienciar comparar, 
classificar, distinguir os objetos. 
Não resta dúvida de que certas crianças apresentam algumas dificuldades em 
determinadas tarefas escolares porque não realizam os movimentos adequados. Isso 
não significa que a educação psicomotora esteja interessada somente na execução 
correta desses movimentos, na aquisição de gestos automáticos. É muito mais do que 
isso, pois o interesse maior encontra-se no pensamento que está por trás dessas 
ações. Já que o desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu 
corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo 
onde estabelece relações afetivas e emocionais. 
Todo ser constrói o seu mundo com base em suas próprias experiências 
corporais. Sabe-se que para uma criança agir segundo seus aspectos psicológicos, 
psicomotores, emocionais, cognitivos, sociais, ela precisa ter um corpo organizado. 
Esta organização de si mesma é o ponto de partida para descobrir as diversas 
possibilidades de ação. O corpo é o ponto de referência que o ser humano possui para 
conhecer e interagir com o mundo, e este servirá de base para o desenvolvimento 
cognitivo e para a aprendizagem de conceitos tão importantes para a alfabetização. 
A psicomotricidade procura, então, proporcionar ao educando condições 
mínimas necessárias a um bom desempenho escolar. Neste sentido, ela pretende 
aumentar o potencial motor do aluno, dando-lhe recursos e ferramentas para que 
desenvolva com maior grau de satisfação suas potencialidades cognitivas e 
pedagógicas. Na medida em que dá condições à criança de se desenvolver melhor 
em seu ambiente, a psicomotricidade é vista como preventiva. E, também, como 
reeducativa, quando trata de indivíduos que apresentam dificuldades cognitivas e 
motoras desde o mais leve retardo motor até problemas mais sérios. 
Vale destacar a importância de que o aspecto funcional se una ao afetivo, pois 
os dois têm que caminhar lado a lado. Por aspecto afetivo ou relacional pode-se 
entender a relação da criança com o adulto, com o ambiente físico e com outras 
crianças. É muito importante que os educadores demonstrem carinho e aceitação 
integral do aluno, para que este passe a confiar mais em si mesmo. Por aspecto 
funcional estamos atendendo a forma como um indivíduo reage e se modifica diante 
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dos estímulos do meio. O aluno se sentirá bem na medida em que se desenvolver por 
meio de suas próprias experiências, pela manipulação adequada e constante dos 
materiais que o cercam e também pelas oportunidades de descobrir-se. E isso será 
mais fácil de ser atingido, se suas necessidades afetivas estiverem satisfeitas, sem 
bloqueios e sem desequilíbrios tônicos emocionais. 
5 DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA 
 
Fonte: sidrolandianews.com.br 
É na gestação que se iniciará o desenvolvimento motor da criança. Até o sexto 
mês de vida intrauterina existe apenas a motricidade reflexa e é a partir do sétimo mês 
que começa a funcionar a formação reticular inferior do tronco cerebral e é nesta fase 
que aparecem os movimentos tônicos limitados à cabeça e ao pescoço e depois à raiz 
dos membros. Mais tarde, com a maturação dos núcleos extrapiramidais pros-
encefálicos, surgem os movimentos diferenciados atingindo as extremidades mais 
distais dos membros. 
Durante os primeiros anos de vida a maturação e todo processo neuromotor 
ocupará um espaço considerável. O desenvolvimento mental infantil tem uma 
profunda relação com o desenvolvimento motor; permitindo assim, que a criança seja 
capaz de controlar seu próprio corpo, sendo desta forma ideal que a criança possa 
integrar cada um de seus processos antes de incorporar um novo. 
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A função muscular traduz o primeiro modo de expressão do embrião e 
aparece bem antes de ser capaz de responder a um estímulo sensorial 
externo, portanto o sistema motor é capaz de desencadear e manter sua 
própria atividade sem necessidadede um estímulo sensorial. No recém-
nascido há a elevação do tono devido ao estado de necessidade originando 
as descargas musculares impulsivas, por gritos e estados de prazer que é 
paralelo a diminuição do tono. (LE BOULCH, 1992, apud TASSI, 2014, p.4). 
Alguns fatores como de ordem psicológica ou afetiva, neonatal, debilidade 
intelectual, estado físico, oportunidade para desenvolver o controle muscular e 
incentivo para desenvolver o desenvolvimento colaboram para a falta de habilidade 
da criança A estimulação precoce, por meio da família, escola e de todos os adultos 
que cuidam da criança durante seu desenvolvimento, é de suma importância, pois 
incentiva a cadeia muscular a adquirir destreza e reflexos, no entanto, temos que levar 
em consideração o amadurecimento das estruturas neurais dos ossos, tendões e 
tecidos corpóreos que juntos desencadeiam a coordenação motora, não devemos 
exigir que faça movimentos prematuros ,ou seja, além da fase de desenvolvimento, 
porque poderíamos desencadear efeitos desfavoráveis. 
“À medida que se colocam maneiras diferentes e novas para executar o 
movimento anteriormente conhecido, a criança se vê desorganizada e todo 
um sistema cerebral é ativado [...]”. (GONSALVES, 2009, apud TASSI, 2014, 
p.5). 
Todos nós executamos movimentos reflexos, involuntários, inconscientes que 
somente cabe a nós mesmos sentir e modificar o próprio movimento em função da 
situação. Sendo assim, é importante colocar a criança à busca de novas situações 
para que ela coloque seu cérebro em funcionamento em busca de um resultado 
desejado, assim contribuirá não apenas para o desenvolvimento cognitivo, mas 
também para sua organização motora, sua autonomia e criatividade. 
Diante disto, podemos afirmar que a aprendizagem inclui sempre o corpo, 
porque inclui o poder agir associado ao poder sentir, o prazer em pegar um objeto, de 
lança-lo, deslocá-lo, pois a participação do corpo no processo de aprendizagem se dá 
pela ação e pela representação. 
 O movimento tem o motivo de obter um resultado concreto que depende das 
circunstâncias presentes no meio ambiente, dos objetos, da posição, da projeção no 
espaço, do tempo, dos outros, sendo assim, o movimento torna-se comportamento. A 
motricidade entendida nos seus vários fatores psicomotores (tonicidade, equilíbrio, 
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lateralização, estruturação espacial-temporal, organização práxica fornece 
indicadores funcionais sobre a integridade dos substratos neurológicos e dos 
processos psicológicos envolvidos na sua regulação e execução. 
“É a partir do ato que o homem estrutura seu pensamento, integrando e 
integrando-se em um envolvimento social, isto é, se transforma em um ser 
único e integrado” (FONSECA, 2008, apud TASSI, 2014, p.5). 
É importante diferenciar o desenvolvimento psicomotor e a psicomotricidade. O 
primeiro compreende como a interação existente entre o pensamento, consciente ou 
não, e o movimento efetuado pelos músculos, com a ajuda do sistema nervoso. Assim, 
tem uma interação entre o cérebro e os músculos fazendo com que a criança evolua 
progredindo no plano do pensamento e motricidade. 
O desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da criança dependem das 
interações entre o biológico e o social. Assim o desenvolvimento psicomotor da 
criança passa pelas seguintes fases: reflexos, locomoção, preensão, práxia, 
linguagem falada, linguagem escrita, sistema perceptivo; e para que a educação tenha 
resultado e o ensino funcione com mais eficácia é preciso compreender como as 
crianças se desenvolvem e aprendem. 
A maior parte do desenvolvimento psicomotor ocorre na fase do pré-escolar. 
Sendo assim, a faixa etária que compreende o nascimento até completar oito anos é 
muito importante para trabalhar em todos os aspectos do desenvolvimento motor, 
intelectual e socioemocional. 
Quanto à psicomotricidade, vários autores, estudiosos apontam como uma 
ciência que toma como objeto de estudo o corpo e suas manifestações nas dimensões 
motora, emocional e cognitiva, demonstrando assim, uma profunda relação entre a 
atividade psíquica e atividade motora, bem como suas possibilidades de perceber, 
atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao 
processo de maturação e é, portanto, um termo empregado para uma concepção de 
movimento organizado e integrado devido as experiências vividas, pois para crescer 
e aprender a criança precisa conhecer seu meio e vivê-lo plenamente. 
”[...] sendo assim, ela busca por meio da ação motora, estabelecer o equilíbrio 
desse ser, dando-lhe possibilidades de encontrar seu espaço e de se 
identificar com o meio em qual faz parte”. (GONSALVES, 2009, apud TASSI, 
2014, p.6). 
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12 
 
Desta forma, a psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo 
focando aspectos afetivos, motores e cognitivos, é a integração entre e o psiquismo e 
a motricidade que leva o indivíduo à tomada de consciência do seu corpo por meio do 
movimento. 
6 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 
1ª etapa: “corpo vivido” (até 03 anos de idade). Começa nos primeiros meses 
de vida, onde o bebê ainda não tem noção do próprio corpo, a consciência do "eu". 
Nesta fase ele se confunde com o meio, se encontra em total simbiose e não consegue 
se perceber. No início desta fase os movimentos são ações motoras que não são 
pensadas para serem executadas, pensa-se fazendo, ou seja, suas ações são 
espontâneas. A criança quando nasce não tem noção do seu corpo. Seu 
conhecimento de corpo vai sendo construído à medida que ela é tocada, acariciada 
ou mesmo quando se machuca. Assim, vai percebendo, sentindo, “lendo” o mundo 
com seu corpo, e aos poucos, organizando-o e organizando-se. Dessa forma, a ação 
motora nos primeiros anos de vida se torna extremamente importante para esta troca 
com o meio. 
Enquanto a criança brinca, ela observa seus pares, se olha no espelho e por 
prática dessas ações aprende. Aprendem pela experiência, nesta fase tem-se uma 
necessidade grande de movimento e é através dele que ampliará sua experiência 
motora e cognitiva. No decorrer do processo quando a criança evolui por meio de suas 
experiências de exploração do corpo, do espaço e do tempo, torna-se possível 
construir a primeira imagem do corpo, separando-o do mundo e dos objetos, o que 
caracteriza a próxima etapa do desenvolvimento psicomotor. 
2ª etapa: “corpo percebido” (03 a 06 anos de idade). Começa aproximadamente 
por volta dos três anos, quando a criança passa a se perceber iniciando assim a 
tomada de consciência do "eu". Nessa fase ela se diferencia do meio e organiza seu 
corpo, quando organiza o espaço, que é determinado pela posição que o corpo ocupa. 
O corpo agora é o ponto de referência para se situar e situar os objetos em seu espaço 
e tempo. Nesta etapa a criança descobre sua dominância lateral, os conceitos 
espaciais como perto, longe, acima ou embaixo começam a ser discriminados. 
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Noções temporais aparecem é e possível agora entender a duração dos intervalos de 
tempo, de ordem e sucessão de eventos (antes, depois, durante). 
A característica desta fase é que o mundo é organizado sobre um ponto de 
referência bastante individualizado, a noção do "eu" está mais estruturada, é uma fase 
onde o egocentrismo se faz presente. Corresponde à organização do esquema 
corporal devido à maturação da "função de interiorização" que é definida como a 
possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu próprio corpo a fim 
de levar à tomada de consciência. 
3ª etapa: “corpo representado” (06 a 12 anos de idade). Começa 
aproximadamente por volta dos seis anos quando a criançajá tem noção do todo e 
das partes de seu corpo, fala, usa e o desenha de forma elaborada, assume seus 
movimentos e os controlam se locomove no espaço com autonomia e independência. 
É capaz de atuar por representação. A representação mental da imagem de corpo no 
início desta etapa é estática. Mais tarde, a imagem mental adquire movimento, 
tornando-se estrutura cognitiva, ou seja, operatória. 
No final desta fase a criança já tem uma imagem de corpo operatória, usa o 
corpo para efetuar e programar mentalmente ações, isto é, o corpo é estruturado em 
pensamento e não precisa necessariamente que a ação motora esteja presente, ela 
programa, projeta, imagina e executa com o pensamento a ação do corpo. 
O objetivo principal da educação psicomotora é precisamente auxiliar a criança 
a chegar a esta imagem de corpo operatório, quando a mesma se torna capaz de 
efetuar e programar suas ações em pensamento, sendo também capaz de organizar-
se e de combinar diversas orientações. O ponto de referência já não é mais o próprio 
corpo; como pode executar, operar no nível mental, é possível se orientar agora por 
objetos exteriores a si e os pontos de referência podem ser escolhidos. 
6.1 Alguns sintomas relacionados ao esquema corporal mal 
estabelecido: 
1) Seu desenho é pobre para a sua idade. 
2) A criança executa seu desenho por meio de uma justaposição de 
detalhes; como por exemplo, começa desenhando as orelhas, depois os 
braços etc. 
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14 
 
3) Insuficiência de percepção ou de controle de seu corpo. 
4) Incapacidade de controle respiratório. 
5) Má equilíbrio e coordenação dos movimentos. 
6) Dificuldade em se locomover em um espaço predeterminado e em situar-
se em um tempo. 
7) Lentidão na realização de gestos harmoniosos simples, não consegue 
vestir um casaco ou ainda precisa refletir para executar seus gestos ou 
ainda, quer agir muito rapidamente, cogira o botão em todas as direções 
e só por acaso consegue abotoar sua casa. 
8) Falta de domínio de seu corpo em ação. Inicia bem o movimento, mas 
sem perceber se distrai. 
9) Impossibilidade de se adquirirem os esquemas dinâmicos que 
correspondem ao hábito visomotor intervindo na leitura e escrita, como 
por exemplo não se dispor bem e nem obedecer aos limites de uma 
folha. 
10) Confusão em relação as diversas coordenadas de espaço, como em 
cima e embaixo, ao lado, linhas horizontais e verticais, sentido de 
direção entre a direita e a esquerda. 
11) Não desenvolvimento dos instrumentos adequados para um bom 
relacionamento com as pessoas e com seu meio ambiente. 
6.2 Sugestões de atividades para desenvolver o esquema corporal: 
Robô de botões: As crianças sentarão no chão, em círculo e um estará no 
meio. Um deles será o robô que ficará no centro, imóvel, outro ficará afastado 
enquanto as outras crianças combinam qual será o botão (ponto do corpo: braço, 
cabeça, mão, orelha, barriga etc) que será tocado, para que ele se movimente. 
Senhor Gelatina: Crianças em círculo; o professor pergunta para elas: “Vocês 
conhecem gelatina? Então a gelatina faz assim. ” E o professor faz um gesto bem 
engraçado com o corpo e as crianças tentarão imitá-lo. 
Caracol: risca-se um caracol dividido em 10 partes e o professor orientará a 
criança a passar por cada parte de acordo com seu comando (passos largos, passos 
curtos, na ponta do pé, com os braços esticados, andar abaixado, com a mão na 
 
 
 
 
 
15 
 
cintura, com a mão na cabeça, andar segurando o tornozelo, saltitando, mãos para 
trás, andar com as pernas abertas). 
Encosta, encosta: Andar livremente cantando: 
Anda, anda, anda, anda vai andando. 
Anda, anda, anda, parar! 
Ordem: Cabeça com cabeça. (Em dupla, encostar no colega a parte citada). 
Continua a brincadeira nomeando outras partes do corpo. 
Vestir a boneca: Entregar uma boneca de pano a criança e algumas peças de 
roupa e pedir para que a vista. Poderá conter na nas roupinhas velcro, botões, 
elásticos. 
Saquinho pelo corpo: No pátio cada criança recebe um saquinho com areia, 
que sob o comando do professor, deve andar livremente equilibrando-o na cabeça, no 
ombro, na palma da mão, nas costas da mão, sobre o pé, engatinhando com o 
saquinho nas costas, entre os joelhos etc. 
7 LATERALIDADE 
 
Fonte: colegiobeneditino.com.br 
A lateralidade corresponde a dados neurológicos, relacionada à predominância 
de um hemisfério cerebral sobre o outro. Cada hemisfério tem funções próprias e 
especializadas e quando ocorre a dominância do hemisfério esquerdo sobre o direito, 
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temos o indivíduo destro; quando ocorre a dominância do hemisfério direito sobre o 
esquerdo, temos o indivíduo canhoto e quando não tem predomínio claro usando 
discretamente os dois lados, temos o indivíduo ambidestro. 
Lateralidade é tradução de uma assimetria funcional que incide na prevalência 
motora de um lado do corpo. Ao perceber seu corpo e seu eixo corporal e seus dois 
lados, a criança consegue transpor esse conhecimento para além de seu corpo, isto 
é, para a linguagem oral e, finalmente, a linguagem escrita, então perceberá que um 
“p” é diferente de um “q” ou “d”. 
Todas as noções espaciais básicas como as de em cima- embaixo, por cima-
embaixo, frente atrás, antes depois, e outras, estão estruturalmente dependentes da 
noção de lateralidade. Aos 6 a 8 anos é habitual que a criança já tenha noção de 
direita e esquerda e dos dois lados do corpo assim, como perceber que direita e 
esquerda não dependem apenas uma da outra, mas também, da posição do outro e 
do seu deslocamento. 
“O conhecimento estável da esquerda e da direita só é possível aos cinco ou 
seis anos e a reversibilidade (possibilidade de reconhecer a mão direita ou 
esquerda de uma pessoa a sua frente) não pode ser abordada antes dos seis 
anos, seis anos e meio”. (De Meur & Staes 1991, TASSI, 2014, p.13). 
Ao dominar a lateralidade, a criança aprenderá o gesto gráfico, a reprodução 
de formas de escrita e, o encadeamento de modelos gráficos como base necessária 
para à aprendizagem da escrita. 
7.1 Alguns sintomas relacionados a lateralidade mal estabelecida: 
1) Dificuldades de reconhecimento da esquerda-direita. 
2) A criança não adquiriu direção gráfica. 
3) Dificuldades de discriminação visual, apresenta confusão nas letras de 
direções diferentes como p, b, p, q. 
4) Má postura que pode ser resultar em um desestímulo decorrente do 
esforço que precisa para fazer para escrever. 
5) Dificuldades de coordenação motora fina devido a imprecisão dos 
movimentos finos. 
6) Ritmo da escrita mais lento e às vezes a escrita se torna ilegível. 
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7) Perturbações afetivas que podem ocasionar reações de insucesso, falta 
de estímulos, para a escola, baixo autoestima. 
8) Distúrbios de linguagem, do sono e da gagueira. 
9) Aparecimento de maior número de sincinesias (comprometimento de 
alguns músculos que participam e se movem, sem necessidade, durante 
a execução de outros movimentos envolvidos em determinada ação). 
7.2 Sugestões de atividade para desenvolver a lateralidade: 
Batata que passa: Crianças em círculo, uma de posse de bola que passará da 
direita para a esquerda, enquanto todas cantam: Batata que passa, passa batata que 
já passou. Quem está com a batata, coitadinho já dançou! Ao terminar de cantar, quem 
estiver com a posse de bola, dançará no meio da roda. 
 Estafeta de bastões: As crianças em fila, o primeiro com dois bastões e uma 
lata, um em cada mão para empurrar a lata que está no chão, devendo levá-la a um 
ponto determinado. Após ter ido e voltado, entregar ao segundo da fila até que todos 
tenham participado. 
Lata barulhenta: O professor faz uma risca no chão e coloca três cadeiras, 
uma distante da outra. Ao sinal, a criança sai chutando a lata com os pés, 
acompanhando à risca que passa por trás da primeira cadeira,por baixo da segunda, 
e dá a volta na terceira, voltando pelo mesmo percurso. 
 Pé de pau: O professor confeccionará o pé de pau utilizando dois pedaços de 
madeira com 20 cm e fará dois furos e prenderá o barbante de modo que fique à altura 
dos braços da criança. Deixará que se desloquem livremente e depois comandará o 
deslocamento sobre determinadas linhas, entre obstáculos, sobre obstáculos etc. 
Pega a bola: A criança deverá pegar a bola (plástica/leve) utilizando-se de um 
balde plástico, que o professor jogará sempre de maneira diferente, ora de um lado, 
ora do outro, levando o aluno a ter movimentos diferentes. 
 
 
 
 
 
18 
 
8 ESTRUTURA ESPACIAL 
Por meio do espaço e das relações espaciais nos situamos no meio em que 
vivemos, fazemos observações, estabelecemos relações entre as coisas, 
comparando-as, combinando-as. Toda a nossa percepção do mundo é uma 
percepção espacial, na qual o corpo é o termo de referência. A escrita, por exemplo, 
depende da manipulação das relações espaciais entre os objetos e esta relação é 
mantida por meio do desenvolvimento de uma estrutura do espaço. 
A estruturação espacial leva a tomada de consciência pela criança e permite 
conscientizar-se do lugar e da orientação no espaço que pode ter em relação as 
pessoas e as coisas, leva a organizar-se perante o mundo que a cerca, assim pode 
prever e antecipar situações em seu meio espacial. 
O mundo espacial da criança constrói-se paralelamente ao seu 
desenvolvimento psicomotor, à medida que cresce a gestualidade e a importância dos 
fatores que criam o espaço da comunicação. 
“[...], portanto a estruturação espacial é parte integrante de nossa vida; aliás 
é difícil dissociar os três elementos fundamentais da psicomotricidade: corpo-
espaço-tempo [...]”. (De Meur & Staes, 1991, TASSI, 2014, p.16). 
 
 “[...] a inter-relação dos dados espaciais com os corporais é, efetivamente, o 
ponto de partida da construção de uma noção espacial estável, sem a qual 
nenhuma função mental complexa pode ser atingida”. (FONCECA, 1995, 
apud TASSI, 2014, p.16). 
Sendo assim, ter uma noção espacial estável é muito importante, pois é por 
meio do espaço e das relações espaciais que observamos as relações entre coisas e 
objetos que nos cercam, a percepção da forma, de sua estrutura, composição é por 
sua vez dependente da noção desta condição. 
8.1 Alguns sintomas da estrutura espacial mal estabelecida: 
1) Limitação de seu desenvolvimento mental e psicomotor, incapacidade 
de orientar-se. 
2) Prejuízo na função de interiorização devido não desenvolver a noção de 
esquema corporal. 
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3) Dificuldade de representação mental em diversas situações, dificilmente 
encontra suas coisas, pois sua noção de lugar não é nítida. 
4) Dificuldade para estabelecer uma progressão (de grandezas). 
5) Dificuldade na discriminação visual. 
6) Insuficiência ou déficit da função simbólica, incapacidade de associar 
termos abstratos como direita e esquerda, convencionais, ao que sente 
ao nível proprioceptivo. 
8.2 Sugestões de atividades para desenvolver a estrutura espacial: 
Pinguim maluco: As crianças espalhadas pela sala ou quadra, em círculo, 
começam a imitar um pinguim, e uma é apontada e deverá fazer outro movimento 
para que todas a imitem. Logo em seguida todos voltam a imitar o pinguim. Nesta 
atividade, todos participam ativamente e pode-se imitar outros bichos. 
 Carteiro: As crianças ficam sentadas em círculo e o professor inicia falando: 
“O carteiro mandou uma carta... (suspense) só para quem está de camiseta branca! ” 
Todos que estiverem de camiseta branca trocam de lugar rapidamente, mas não 
podem ir para o lugar do lado. Quem não consegue trocar de lugar com outro fica fora 
da brincadeira. A brincadeira prossegue com comandos variados. (Só para quem 
estiver de cabelo preso, solto, de anel, tênis preto etc). 
Brincadeiras com pneu -Com pneus usados (preferencialmente pequenos), 
pintados ou não, servindo como obstáculos, barreiras, alvos. - A criança rola o pneu 
livremente pelo pátio, andando ou correndo atrás. - Pneus enfileirados para a criança 
passar entre eles; saltar dentro; passar entre eles em zig-zag, segurando na cintura 
do colega formando um trenzinho. - Rolar o pneu ao companheiro. - Arremessar o 
saquinho de areia dentro do pneu. 
A procura: Dispersos no pátio, o professor fala uma cor, material ou objeto e 
todos correm e tocam. Aquele que primeiro encontrar e tocar deve informar qual o 
próximo item a ser informado. 
Fuga dos pássaros: Formação em círculo, duas crianças no centro do círculo; 
cantar uma canção e quando terminar de cantar os pássaros tentarão fugir (crianças 
do centro) e as outras, de mãos dadas tentarão impedir. Quando todos fugirem, 
escolhe-se outros dois alunos para serem os pássaros e continua a brincadeira. 
 
 
 
 
 
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9 ESTRUTURA TEMPORAL 
Para entender o movimento humano, as noções de corpo, espaço e tempo têm 
que estar intimamente ligadas, pois o corpo coordena-se, movimenta-se dentro de um 
espaço determinado em função do tempo. Desta forma a orientação espaço-temporal 
está integrada respondendo as funções de análise, processamento e armazenamento 
da informação. Um indivíduo deve ter capacidade para lidar com os conceitos de 
ontem, hoje e amanhã. A criança percebe a sequência dos acontecimentos, não 
consegue extrapolar suas ações para o passado ou o futuro, ela vive seu presente. 
A estruturação temporal é a capacidade de situar-se em função da sucessão 
dos acontecimentos como antes, após e, durante; da renovação cíclica de 
certos períodos; do caráter irreversível do tempo. (De Meur & Staes, 1991, 
apud TASSI, 2014, p.18). 
Por meio da estruturação temporal a criança tem consciência da sua ação, o 
seu passado conhecido e atualizado, o presente experimentado e o futuro 
desconhecido é antecipado. A palavra escrita necessita orientação no papel utilizando 
as linhas e o espaço próprio a ela e a palavra falada emitir palavras de forma ordenada 
e sucessiva, obedecendo um certo ritmo, uma atrás da outra em um determinado 
tempo. A orientação temporal é composta de quatro etapas, são elas: 
1) Ordem e sucessão: o que se passa antes, depois e agora. 
2) Duração dos intervalos: noções de tempo decorrido, a diferença entre 
uma hora e um dia, deverá perceber o que passa depressa, o que dura 
muito tempo. 
3) Renovação cíclica de certos períodos: os dias (manhã, tarde, noite), as 
semanas, as estações. 
4) Ritmo: noção de ordem, de sucessão, de duração, de alternância. 
9.1 Alguns sintomas da estrutura temporal mal estabelecida: 
1) Dificuldade na organização do tempo, não prevendo suas atividades, se 
perde no tempo durante a realização da tarefa. 
2) Dificuldade em perceber os intervalos de tempo, o que vai mais depressa 
e mais devagar. 
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3) Não se organiza na direção esquerda-direita. 
4) Falta de padrão constante de ritmo ocasionando falta de coordenação 
motora na realização dos movimentos. 
5) Apresenta confusão na ordenação e sucessão dos elementos de uma 
sílaba, isto é, não percebe o que é primeiro e o que é o último; 
escrevendo porblema em vez de problema. 
6) Escreve as palavras de forma interrupta, sem espaço entre elas, mistura 
os fatos. 
9.2 Algumas sugestões de atividades para desenvolver a estrutura 
temporal: 
Bola ao alto: No pátio as crianças ficam em pé com uma bola de meia na mão. 
A um sinal, cada um deve jogar a bola para o alto e bater uma palma e apanhá-la, 
depois jogá-la e bater duas palmas, três, até onde conseguirem. 
Pêndulo: Em pé a criança deve fazer um pêndulo para frente e para trás, com 
os braços e em um tempo rápido, devendo mantê-los por alguns segundos. O 
professor irá orientando para desacelerar lentamente e voltar a acelerar. 
Tambor: O professormarca uma série de percussão em um tambor e as 
crianças se deslocam conforme as batidas devendo ter muita atenção quanto a batida 
podendo acelerar, diminuir o ritmo, manter, espaçar. 
 
 
 
 
 
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10 COORDENAÇÃO GLOBAL, FINA E ÓCULO-MANUAL 
 
Fonte: pinterest.com 
Para que uma pessoa possa manipular objetos de modo satisfatório do 
ambiente em que vive, necessita de algumas habilidades essenciais. Precisa ter o 
domínio dos gestos e do instrumento, assim como do equilíbrio e habilidades. Saber 
movimentar-se no espaço e tempo com desenvoltura que, para tanto, dependem da 
maturação do sistema nervoso. A partir das primeiras explorações motoras, a criança 
descobre-se a si própria e, simultaneamente, descobre o mundo a sua volta. 
Somente por meio de uma coordenação dinâmica adequada a criança 
consegue estabelecer relações de ação e movimento que serão o carro-chefe 
da educação de sua motricidade. (BUENO,1988, apud TASSI, 2014, p.19). 
Coordenação global é a coordenação geral do corpo e da motricidade e 
interação, precisão e harmonia dos padrões posturais e locomotores onde 
participam os grandes músculos. (FONSECA, 2008, apud TASSI, 2014, 
p.19). 
É por meio da movimentação e da experimentação que a criança vai se 
adaptando e buscando, cada vez mais, um equilíbrio mais harmonioso, 
consequentemente vai se conscientizando das suas posturas e de seu corpo. 
Envolve, portanto, atividades dos grandes músculos e, leva a criança a 
desenvolver a capacidade de realizar múltiplos movimentos ao mesmo tempo. Ao 
chegar à idade escolar, a criança já deve possuir uma certa coordenação global do 
movimento e o professor da Educação Infantil deve observar caso a criança apresente 
 
 
 
 
 
23 
 
dificuldades em relação a postura e controle corporal, por exemplo, se apresenta 
cansaço ou deficiência na realização do movimento, precisa corrigir as posturas 
inadequadas a fim de adquirir uma coordenação mais satisfatória. 
A coordenação motora fina “[...] ilustra a coordenação fina da mão e dos 
dedos em tarefas que implicam funções corticais superiores, envolvendo 
destrezas como o construir, o manusear, o recepcionar e o projetar de 
objetos, assim como o desenhar, o escrever [...]. ” (FONSECA, 2008, apud 
TASSI, 2014, p.20). 
Portanto, a coordenação motora fina diz respeito à habilidade e destreza 
manual e, para atingir uma coordenação motora fina é necessário que haja também 
um controle ocular, ou seja, a visão associada acompanhando os gestos da mão. Esta 
ação é denominada de coordenação óculo-manual ou visomotora, refere-se, então, 
em movimentos baseados na percepção visual. 
Em relação a coordenação óculo-manual, ou visomotora, é a “ capacidade de 
coordenar a visão com produção de respostas grafomotoras, como no 
desenho, na cópia ou na escrita, ou até mesmo nas atividades lúdicas de 
manipulação. ” (GONSALVES, 2009, apud TASSI, 2014, p.20). 
Como facilitador da fixação da atividade entre o campo visual e a motricidade 
da mão e dos dedos, encontram-se as experiências dinâmicas de lançar-pegar que 
são também muito importantes para a escrita provocando uma maior coordenação 
óculo-manual. 
10.1 Sugestões de atividades para desenvolver a coordenação motora 
global: 
O astronauta distraído: Riscar círculos no chão, de modo que fique um 
participante sem círculo. Quando o professor gritar “estrelas”, os participantes devem 
correr para ocupar um círculo; o que não conseguir será o que gritará “universo”, todos 
os participantes saem correndo pelo pátio. Ao sinal “estrelas” todos voltam ao círculo. 
Arrebata balão: Um aluno com um balão cheio, preso a um cinto, ao sinal do 
professor os colegas o perseguem para tirar-lhe o balão; quem conseguir pegar o 
balão prenderá o cinto e continua a brincadeira. 
Lenço atrás: Sentados em círculo, um colega do lado de fora do círculo 
segurando um lenço; o aluno de posse do lenço anda em volta do círculo e deixa cair 
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um lenço atrás de um colega, este sai correndo atrás dele que deverá ocupar o lugar 
vazio; o aluno de posse do lenço continua a brincadeira. 
Andar ao som do pandeiro: O professor risca no chão uma linha circular, um 
oito, um caracol para realizar esses exercícios e determina em qual dos espaços as 
crianças irão realizar as atividades, podendo variar de um espaço a outro. Enquanto 
o professor estiver balançando o pandeiro, ele deve mudar a posição ou fazer um 
gesto que será imediatamente imitado pelos alunos. Depois recomeçar a balançar o 
pandeiro e os alunos continuam caminhando. O exercício se repete sucessivamente. 
Exemplo para variar em cada batida: - dar meia volta, - dar um salto, -agachar, - formar 
estátuas etc. 
Andar transportando objetos: Os alunos ficam em pé sobre a linha. Uma 
criança recebe um objeto para equilibrar e leva-o até um colega que está do outro lado 
da linha. Este, por sua vez, sai do seu lugar e transporta o objeto para outra criança e 
assim sucessivamente. (Colher com ovo, copo plástico com água, pilha de blocos 
lógicos etc) 
Chute ao alvo: O professor dá o sinal e as crianças dispostas lado a lado e 
cada um em posse de uma bola de meia se coloca em cima da linha de dando um 
chute na bola de meia tentando derrubar a garrafa que está a sua frente; caso não 
derruba deve buscar a bola, se posicionar e tentar novamente. 
10.2 Sugestões de atividades para desenvolver a coordenação motora 
fina: 
Massinha: Modelar livremente podendo utilizar forminhas de plástico, joguinhos 
de panelinhas, estimulando a brincadeira do Faz de Contas (fazer bonecos, bichos, 
biscoitos, bolinhos, letras, números, etc.). Amassar papel com uma mão, depois 
comas duas mãos e abrir. Recortar pedacinhos de papel, EVA, TNT e colar livremente 
no papel kraft. Prender pregadores na beira da caixa. Colar grãos variados em cima 
de várias linhas. 
 
 
 
 
 
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10.3 Sugestões de atividades para desenvolver a coordenação óculo-
manual: 
Chuvinha de papel: Crianças dispostas pela sala, sendo colocados 4 cestos 
de lixo nos cantos da sala. Distribuir uma folha de jornal para cada criança pedindo 
que façam bolinhas e arremessem. A seguir colocar uma música e incentivá-las a 
pegarem as bolinhas do chão e jogá-las dentro do cestinho de lixo, até que não tenha 
mais nenhuma bolinha no chão. Repita a brincadeira se as crianças gostarem. 
Acerte o alvo: Crianças organizadas em fila tendo de posse uma bola. A frente 
garrafas espalhadas sendo intercaladas umas próximas a outras. Ao sinal cada 
participante deverá acertar o alvo, tentando derrubar a maior quantidade possível. As 
garrafas podem ser enchidas com água, corante e glíter com auxílio das crianças. 
Acerte o alvo com caixinhas: As crianças organizadas em fila tendo como 
posse uma bola. A frente deverá conter várias caixinhas coloridas que deverão estar 
empilhadas uma sobre as outras sendo intercaladas umas próximas das outras. Ao 
sinal cada participante tentará derrubar a maior quantidade possível de caixinhas. 
Acerte o círculo: Marcar uma linha no chão onde ficarão as crianças e 
desenhar 3 círculos a uma distância de uns 4 metros da linha; cada criança atira 3 
moedas com a intenção de que fiquem dentro do círculo que lhe interessar. Após as 
tentativas passar a vez ao outro. 
Boliche: As crianças, com a ajuda da professora, colocam as garrafas plásticas 
em pé e aglomeradas; recebem uma bola e de um determinado local tentam acertar 
e derrubar as garrafas rolando a bola. Poderá dispor as garrafas coloridas, lado a lado 
e pedir para que tentem derrubar uma cor específica. 
 
 
 
 
 
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11 PERCEPÇÃO VISUAL E AUDITIVA 
 
Fonte: profjfrias.com.br/ 
Considera-se a discriminação visual como sendo a diferenciação de figuras, de 
letras, de formas, de números, etc., produzindo classificações e categorizações; e 
define-se a percepção visual como a capacidade de perceber, interpretar e integrar o 
que os olhos veem, citacomo exemplo, processar significados a partir de símbolos 
visuais, como na leitura e na escrita. A exploração visual é verificada logo após do 
nascimento destacando papel significativo da visão na interação com o meio envolvido 
tornando assim, o canal sensorial mais importante de comunicação interpessoal com 
o outro. 
[...]“inicialmente, a criança explora o objeto com a mão, e mais tarde, com a 
visão, fazendo com que a informação visual seja controlada e categorizada 
com a informação motora”. (FONSECA, 2008, apud TASSI, 2014, p.23). 
À medida que o sistema nervoso da criança vai amadurecendo, seu aparelho 
visual também acompanha esse processo fazendo com que ela consiga distinguir o 
objeto e pessoas. Isso se dá por meio da associação com outros dados receptores, 
no entanto, precisa aprender a controlar os movimentos dos olhos e mesmo com uma 
estrutura muscular do olho perfeita é preciso construir padrões de impulsos 
neurológicos que consequentemente auxiliará a desenvolver uma maior percepção 
tátil. 
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Uma boa discriminação visual auxilia a criança a se desenvolver 
adequadamente fazendo com que apresente uma visão periférica; percepção da 
profundidade; relação entre os objetos em movimento; julgar uma distância entre 
objetos; conscientização da esquerda e direita etc. 
Uma das causas da discriminação visual pobre é a desordem da movimentação 
do olho o que faz com que a criança não consiga mantê-lo na mesma direção quando 
lê e como consequência ao ler pulam frases ou leem novamente a mesma linha sem 
perceber; pode apresentar confusão de letras como d e b, f e t, h e b etc., também 
apresentar supressão de letras e deformações em letras aglutinadas tornando a leitura 
lenta, cópia com muitos erros e disortografia, demonstrando assim, falta de controle 
ocular. Tanto o aparelho visual quanto o auditivo são de suma importância para a 
aquisição da leitura e escrita. 
[...] é por meio do aparelho auditivo que recebemos uma infinidade de sons 
imprescindível para o reconhecimento de mundo, sendo a audição um 
sistema sensorial básico indispensável para a estruturação do sistema 
simbólico humano. (GONSALVES, 2008, apud TASSI, 2014, p.24). 
 
O bebê apresenta uma imensa capacidade para o tratamento dos sons da 
linguagem que são essenciais para o contato com o meio, gratificações e 
conhecimentos. 
”[...] a criança deve ser capaz de identificar os sons e ter compreendido a 
significação da passagem do som ao sinal gráfico”. (Le Boulch, 1987, apud 
TASSI, 2014, p.24). 
Desta forma, a discriminação auditiva é a capacidade em diferenciar à 
similaridade ou diferenças entre os sons que formam a língua oral e está intimamente 
ligada à atividade motora, principalmente à escrita e ao ditado. Ao aprender a ler a 
criança terá que associar o som percebido à grafia, além da decodificação, 
simbolização e a memorização. A decodificação se concretiza quando acontece o 
significado ao som que ouve. Uma criança que apresenta falha na discriminação 
auditiva está propensa a confundir algumas letras pelo som como p por b (pombo-
bombo), j por ch (tijoloticholo), d por t (dado-tato), g por c (gato-cato), j por x (janela-
xanela) etc. 
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11.1 Sugestões de atividades para desenvolver a percepção visual: 
 Reproduzir desenhos usando legos, blocos lógicos, cubos, brinquedos 
de construção. 
 Proporcionar figuras e objetos concretos de formas, cor, tamanhos iguais 
e diferentes, classificar, selecionar. 
 Procurar em revistas formas, letras, objetos solicitados. Jogo dos 7 
erros, jogo da memória. 
 Criar formas e letras com massinha, areia, tecido, lixa, creme de barbear 
e outros meios sensoriais. 
11.2 Sugestões de atividades para desenvolver a percepção auditiva: 
 Explorar sons, movimentos e acompanhar ritmos lentos e rápidos: 
 Provocar sons com o próprio corpo como soprar, estalar, bater pés no 
chão, bater um pé no outro, bater palmas, bater as mãos no próprio 
corpo, bater as mãos em objetos. 
 Manipular objetos que provoquem ruídos como sacudindo, batendo, 
raspando, amassando, apertando. 
 Fazer movimentos como andar, saltar ao som de um estímulo sonoro; 
quando este cessar as crianças cessam o movimento (música, palmas, 
apito, tambor, instrumento de percussão). 
 Dançar e parar sucessivamente, seguindo um estímulo sonoro. 
 Entregar um instrumento musical a cada criança para explorarem o som. 
Num segundo momento, somente são explorados o barulho e o silêncio, 
isto é, com o comando do professor eles devem tocar os instrumentos e 
com um novo comando parar de tocá-los. Como variação pede-se para 
cada criança tocar o seu instrumento. Explorar o “silêncio” e pedir que 
ouçam com atenção e relatem os barulhos externos. 
 Reconhecer sons (passos, campanha, relógio,) vozes (pessoas e 
animais), instrumentos; adivinhar o que o colega faz (bater palmas, 
tossir, rasgar o papel, amassar o papel). 
 
 
 
 
 
29 
 
12 A PSICOMOTRICIDADE NA FASE ESCOLAR 
 
Fonte: solarcolegios.org.br 
O primeiro contato do ser humano com o mundo é pelo movimento. Durante 
toda a vida a pessoa possui uma visão de si própria influenciada pela percepção de 
seu corpo e suas peculiaridades de força e habilidades em atividades físicas. 
 O movimento é um dos fatores que dá ao homem o desenvolvimento físico que 
o acompanhará por toda a sua vida, desde a sua infância até no desempenho 
funcional nas diversas atividades profissionais que os indivíduos irão exercer na 
sociedade. Por meio da fala, dos gestos, dos olhares, dos movimentos e da emoção, 
e também através da linguagem verbal e corporal é que ele se faz entender em relação 
as suas necessidades de sobrevivência. 
A Psicomotricidade proporciona ao indivíduo um melhor domínio do seu corpo, 
sendo fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da 
criança. Deve-se destacar a importância do desenvolvimento psicomotor bom como 
também do desenvolvimento cognitivo. 
A base do o processo intelectivo e da aprendizagem da criança está na 
estrutura da Educação Psicomotora, onde a sua evolução parte do geral para o 
específico, caso a criança apresente problema, na maioria das vezes, este ocorrerá 
no nível das bases do desenvolvimento psicomotor, por isso, torna-se necessário a 
utilização dos elementos básicos da psicomotricidade, sendo fundamentais na 
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aprendizagem do desenvolvimento do Esquema Corporal, da Lateralidade, da 
Estruturação Espacial, da Orientação Temporal e da Pré-Escrita, tendo em vista que 
se ocorrer algum problema de ordem psicomotora, a aprendizagem poderá ser 
prejudicada. 
A formação das habilidades físicas do indivíduo acontecerá ao longo da sua 
interação com o mundo social. Ao dominar o uso de um número cada vez maior de 
objetivos, ele ao mesmo tempo aprenderá a agir em situações mais complexas, 
buscando identificar os significados e situações nas ações vivenciadas. 
[...] a interação com o meio social é o primeiro espaço em que a criança 
conhece e reconhece seu corpo, onde as noções de proximidade, separação, 
vizinhança, continuidade estarão organizadas numa relação de oposição 
(parte/todo, pequeno/grande, parecido/diferente, dentro/fora), sendo estas, 
elaboradas de acordo com as suas explorações táteis e cinestésica. (SMOLE, 
1996 
Acreditava-se que o pensamento da criança e a organização de seu esquema 
corporal constituem-se paralelamente, desde o nascimento e nas demais fases, onde 
que o pensamento só ocorrerá com a interação de suas ações físicas com o ambiente, 
na mais tenra idade, a criança utiliza o corpo como ferramenta operacional e 
relacional. 
A criança desde o nascimento tem como característica principal o progressivo 
domínio da atividade motriz voluntária, sendo o homem o ser que possui o período 
mais prolongado de imaturidaderelativa a outros animais. O movimento é uma das 
características principais, que o diferencia dos outros animais, fazendo que se 
produza uma maturação de atitudes para seu desenvolvimento psicológico. A 
característica principal da criança, durante sua primeira infância é o progressivo 
domínio da atividade motriz voluntária que se verifica com a diminuição das 
sincinesias, onde consegue o controle voluntário do movimento, sendo que estes se 
tornam cada vez mais corretos. 
A importância do desenvolvimento das habilidades básicas pode ser vista de 
uma maneira mais sistemática na pré-escola, que tem a função de fornecer à 
criança os pré-requisitos necessários para a aprendizagem da leitura e da 
escrita (MEUR; 2001, apud FONTANA 2012, p. 21). 
Até os dez anos pode se verificar a segunda etapa de desenvolvimento motor, 
onde ocorre um aperfeiçoamento gradativo dos movimentos dos anos anteriores, 
Dri
Realce
Dri
Realce
Dri
Realce
 
 
 
 
 
31 
 
durante o período de sete a oito anos das atividades iniciadas no ano anterior, é neste 
tempo que se adquiri a precisão dos movimentos. No período de oito a dez anos, 
ocorre à mecanização dos movimentos habituais e aceleração natural dos mesmos, 
até ficaram ágeis. Os padrões motores fundamentais parece adquirirem formas 
maturas por volta dos seis aos sete anos de idade, desde que a criança tenha tido 
acesso a uma estimulação adequada, o autor coloca que “[...] os padrões motores 
fundamentais parecem adquirir formas maturas por volta dos seis/sete anos de idade 
desde que a criança tenha tido acesso a uma estimulação adequada”. 
O controle voluntário é tão complexo, que é necessários mais de vinte anos 
para se crescer física e mentalmente. Sendo que dos cinco a dez anos, segundo 
alguns autores a crianças faz parte de uma posição intermediária, tanto no sentido 
biológico como no sentido cultural. Este período caracteriza-se de grande importância, 
pois ela passa a diferenciar movimentos e sensações, lhe permitindo ação e 
representação do seu próprio corpo. 
Ao entrar na escola, ou mesmo, até antes da escolarização, a criança domina 
uma série de movimentos que lhe são úteis, usando-os de acordo com as 
necessidades que enfrenta. A influência da psicologia sobre a pedagogia, tornou-se 
mais intensa a partir das pesquisas psicológicas e do desenvolvimento de métodos 
de observação, a aprendizagem se intensifica quando há possibilidades de que as 
crianças manuseiam o material. Quando Piaget criou o modelo piagetiano, que 
chamou de método clínico, deu aos educadores uma grande contribuição. Este 
método vem apontando um caminho e uma proposta pedagógica que teve como 
objetivo deixar a criança aprender, expondo a maneira pela qual está concebendo e 
compreendendo a realidade. 
Segundo suas pesquisas, o conhecimento é constituído através de interações 
do sujeito com o objeto, onde o desenvolvimento cognitivo dar-se-á pela assimilação 
do objeto de conhecimento e estruturas anteriores presentes no sujeito e pela 
acomodação dessas em função do que vai ser assimilado. O desenvolvimento e 
aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente de modo que, 
quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento. 
Todas as experiências da criança (o prazer, a dor, o sucesso ou fracasso) 
são sempre vividas corporalmente. Se acrescentarmos valores sociais que o 
meio dá ao corpo e a cerção de suas partes, este corpo termina por ser 
 
 
 
 
 
32 
 
investido de significações, de sentimentos e de valores muito particulares e 
absolutamente pessoais (VAYER, 1984, apud FONTANA 2012, p. 22). 
O movimento humano vai além do deslocamento do corpo no espaço, ele 
possui uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico, atuando 
sobre o ambiente, e assim tendo mais intencionalidade nas ações. Tanto as ideias de 
Piaget, Wallon, Gesell e Pierre Vayer, destacam-se por compreender que o 
movimento é uma significação expressiva e intencional, uma manifestação 
importantíssima do ser humano, sendo fundamental a sua intencionalidade, pois 
envolve o ser humano no mundo. A psicomotricidade neste caso é pensada como a 
relação entre o pensamento e a ação, onde as emoções estão envolvidas. 
Corpo e mente deve ser entendida como componentes que integram um 
único organismo. Ambos devem ter um assento na escola, não um (a mente) 
para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se 
emancipar. Por causa dessa concepção de que a escola só deve mobilizar a 
mente, o corpo fica reduzido a um estorvo que, quanto mais quieto estiver, 
menos atrapalhará (FREIRE; 1989, apud FONTANA 2012, p. 22). 
Os profissionais da área de Educação Física há várias décadas vem buscado 
aprimorar seus conhecimentos sobre a criança e o movimento através de estudos, 
incorporando em sua prática, mudanças significativas para o bom desempenho da 
criança, sendo que até pouco tempo a preocupação destes profissionais estava 
centrada nos adultos. Segundo algumas literaturas o termo psicomotricidade, data do 
início do século XX, onde o assunto era apenas abordado excepcionalmente, 
afirmando-se aos poucos, e chegando ao seu ápice, a partir do momento que foi 
evoluindo nos seus diversos aspectos, ou seja, cognitivos motores e afetivos, 
passando a ver a criança no seu todo. 
A criança passa a ser vista como um ser historicamente situado, dona de um 
saber que é importante para sua vida em sociedade, tem capacidade crítica 
para situar-se no mundo, para ser por ele modificada e para transformá-lo 
(GALLARDO; apud FONTANA 2012, p. 23). 
 
É necessário um trabalho sério que colabore no desenvolvimento dos alunos, 
e que este trabalho possa ser iniciado nas escolas infantis, que possibilitem sua 
continuidade em toda a escolarização da criança. O trabalho com a educação 
psicomotora deve ser baseado na educação, objetivando o desenvolvimento das 
 
 
 
 
 
33 
 
capacidades e rendimento, visando à eficiência e adequando aos diferentes níveis de 
habilidade, respeitando a personalidade e vontade e a motivação do educando. Este 
trabalho de base tem como objetivo favorecer o desenvolvimento dos gestos e 
movimentos, desenvolver equilíbrio, aprimorar e aumentar a capacidade de percepção 
do corpo, visando uma melhora no desenvolvimento da coordenação global e fina. 
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base 
na escola primária. Ela condiciona todas as aprendizagens pré-escolares e 
escolares; leva a criança a tomar consciência de eu corpo, da lateralidade, a 
situar-se no espaço, a dominar seu tempo, adquirir habilmente a coordenação 
de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada 
desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir 
inadaptações difíceis de conduzir quando já instaladas (LE BOULCH; 1988, 
apud FONTANA 2012, p. 24). 
A educação psicomotora neste início da vida escolar possibilita uma melhora 
organizacional, bem como, dá ao educando melhores possibilidades na resolução de 
exercícios de análises lógicas e de relação entre os números. Os responsáveis pela 
escolarização devem procurar desenvolver a psicomotricidade (de controle e 
aprimoramento dos movimentos), a percepção (diferenciações visuais e auditivas), os 
diversos tipos de linguagem e o raciocínio lógico, além de estimular a criatividade das 
crianças. 
 As lições de psicomotricidade na escola, serão principalmente centradas em 
uma noção, muito frequentemente repetidas, em que elas manipulem materiais de 
toda espécie. Para que se tenha um desenvolvimento adequado nas escolas de 
primeiro grau é necessário um trabalho sério que colabore no desenvolvimento dos 
alunos. 
Qualquer que seja o nível de ensino considerado, a educação deve em cada 
momento, levar o aluno a um maior grau de desenvolvimento possível. Os conteúdos, 
as tarefas, as atividades de aprendizagem, as interações do professor e todas as 
decisões didáticasdevem ser valorizadas, segundo seu maior ou menor grau de 
adequação para alcançar os objetivos, que é o da aprendizagem. Não existem limites 
inferiores de idade para o começo do desenvolvimento das qualidades motoras. 
Existem apenas métodos e meios adequados para isso, períodos de 
desenvolvimento mais intensos e outros de relativa estagnação. Nas últimas décadas 
vários profissionais têm buscado aprimorar seus conhecimentos incorporando, em sua 
prática, mudanças significativas para o bom desempenho do aluno. Com a evolução 
 
 
 
 
 
34 
 
da psicomotricidade, a criança passou a ser vista como um todo, no seu aspecto 
cognitivo, motor e afetivo. O papel da escola no desenvolvimento da criança, a 
interação pedagógica, pretende que cada criança atinja mais cedo e em melhores 
condições aquilo que naturalmente seria de esperar no seu desenvolvimento, do que 
deixá-la livre aos seus próprios investimentos e envolvimento. A escola proporcionará 
meio, através de atividades diferenciadas, que exigirá novas experiências, tarefas a 
nível cognitivo, onde a criança deverá transferir algo interiorizado através de gestos 
mecânicos, até produzir à escrita. 
Toda a ação torna-se possível porque houve uma ação coordenada que ligou 
os movimentos em função de um objetivo, ou seja, o gesto mecânico produz 
uma ação com objetivo, e só é possível porque houve a coordenação, que 
nada mais é que o saber corporal. A essa ligação entre o saber e a ação 
denomina-se psicomotricidade (FREIRE; 1989, apud FONTANA 2012, p. 24). 
O estímulo ao desenvolvimento motor é de tal importância que quando ocorrem 
falhas no desenvolvimento motor, falhas podem ocorrer no processo de aprendizagem 
da criança, tais como: dificuldade na aquisição da linguagem verbal e escrita. A falta 
de um repertório de vivências concretas para a criança, que faz parte do universo 
simbólico constituído na linguagem, consequentemente contribuirá para afetar o 
processo de aprendizagem. 
Quando o desenvolvimento psicomotor é mal constituído, a criança poderá 
apresentar problemas sérios na fase de alfabetização. A educação psicomotora deve 
ser considerada como uma educação de base na educação infantil e séries iniciais. 
Ela influência e torna-se requisito para o processo de alfabetização. Levando a criança 
a tomar consciência de seu corpo, de sua lateralidade, a situar-se no espaço, a 
dominar seu tempo, adquire a prática de agir, como também, a coordenação de seus 
gestos e movimentos. 
A criança precisa ser estimulada desde cedo, pela família, pela escola ou por 
ambas. A educação psicomotora envolve e comanda todo o processo de aprender, 
tanto na coletividade ou no individual. A própria psicomotricidade quem auxilia o 
educando no processo de aprendizagem e que contribui no processo de apreensão 
nas atividades escolares, dando a base para o desenvolvimento intelectual, sendo 
desenvolvidas, a partir primeiramente de experiências motoras, exigindo para sua 
 
 
 
 
 
35 
 
realização o uso das funções cognitivas, tornando a psicomotricidade um 
procedimento que permite e auxilia no desenvolvimento da inteligência humana. 
Alguns psicólogos acreditam que quanto mais cedo à criança frequentar a 
escola, melhor será seu desenvolvimento total, pois, a escola torna-se uma 
experiência enriquecedora para a criança, principalmente por ser um período onde ela 
passa por uma série de mudanças físicas, cognitivas e afetivas, e a escola poderá 
propiciar o contato com o mundo. 
Aprendizagem se intensifica quando existe a possibilidade de que as crianças 
manuseiam materiais. A necessidade da educação psicomotora baseada no 
movimento. Sendo a educação psicomotora preventiva, os problemas detectados e 
tratados pela reeducação não ocorreriam se houvessem por parte da escola, atenção 
à educação psicomotora, ou seja, a educação psicomotora deveria ter na escola a 
mesma importância que as demais disciplinas do currículo. 
O autor considera a psicomotricidade um importante elemento educativo, como 
um instrumento indispensável para aguçar a percepção, desenvolver formas de 
estimular a atenção e estimular e os processos mentais. Sendo assim, quanto mais 
rápido for estimulado a psicomotricidade da criança, melhor será seu desempenho na 
aprendizagem. Não existe limite inferior de idade para o começo do desenvolvimento 
das qualidades motoras. 
Para um trabalho adequado, precisam ser utilizados métodos e meios 
adequados. A utilização de métodos e de meios adequadamente irão contribuir para 
o desenvolvimento da criança, e quanto mais se aprende, maiores serão os benefícios 
para o se desenvolvimento. 
“[...] O desenvolvimento da aprendizagem é processo que se influenciam 
reciprocamente de modo que, quanto mais aprendizagem, mais 
desenvolvimento”. (VYGOSTSK, 1989, apud DAVIS, 1994, p. 56). 
A psicomotricidade deve estar na formação de base, proporcionando uma 
melhor capacitação ao aluno, sendo que o mesmo terá uma melhor e maior 
assimilação das aprendizagens escolares, pois este é requisito indispensável para a 
criança. 
A psicomotricidade, em sua prática quer afirmar que o homem é o seu corpo, 
sem divisões. Assim sendo, não restringe em só educar o corpo, e sim, propõe-se a 
 
 
 
 
 
36 
 
educação integral, proporcionando ao ser humano, mais precisamente a criança na 
escola, o desenvolvimento das habilidades motoras e cognitivas. 
A psicomotricidade ao promover o movimento humano, movimento este 
contextualizado, associado ao ambiente, à cognição, à emoção e às significações, 
proporciona o desenvolvimento integral do ser. Esta educação integral só ocorrerá se 
a escola valorizar o seu ambiente. 
A psicomotricidade é influenciada pela percepção de seu corpo e suas 
peculiaridades de força e em habilidades em atividades físicas. A formação de tais 
habilidades ocorre com a interação do indivíduo com o mundo social. Nesta interação, 
ele irá dominar o uso de um número maior de objetivos, irá aprender a agir em 
situações mais complexas, bem como, a identificar objetivos e situações. 
A escola na sua totalidade pode proporcionar um grande leque de atividades 
que possam estimular o aluno a um grau de desenvolvimento possível, então cabe à 
escola infantil ter a consciência da necessidade de alfabetizar a linguagem corporal 
antes de trabalhar os conteúdos escolares. A psicomotricidade deve ser colocada 
como caráter preventivo, com a exploração do corpo em seus potenciais, possibilita à 
evolução das possibilidades psicomotora, e assim contribuindo para a melhora no 
desenvolvimento do ensinoaprendizagem dos alunos. 
A educação psicomotora é indispensável na aprendizagem escolar, é por essa 
razão que é proposta inicialmente à escola materna. Não se pode desprezar a 
educação psicomotora no momento que a criança inicia sua vida escolar, pois esta 
ajuda a organizar-se lhe propiciando melhores possibilidades de resolver os exercícios 
de análise de lógica e de relações entre os números. 
A escola impõe o objetivo de alfabetizar, isto é, ensinar a ler e escrever, e tem-
se aos sete anos como ideal para o início das atividades escolares, segundo 
estudiosos, é nesta fase que a criança se encontra em estágio de maturação 
psicomotora adequada para tal fim. Ao associar os objetivos educacionais ao 
movimento estar-se criando relações e situações apropriadas à aprendizagem. 
Procure estruturar condições para ocorrência de interações professor-aluno, 
objetivo de estudo, que levem à apropriação do conhecimento. Estas 
considerações, em conjunto, têm sérias implicações para a Educação: 
procede-se na aprendizagem, do social para o individual, através de 
sucessivos estágios de internalizarão, com auxílio de adultos ou de 
companheiros mais experientes (DAVIS; OLIVEIRA, 1994, apud FONTANA 
2012, p. 28). 
 
 
 
 
 
37 
 
A aprendizagem ocorre na vivência do dia a dia, entretanto, a escola sendo 
uma instituição social que se apresentacomo responsável pela educação sistemática 
das crianças, jovens e adultos, deve dar clareza e segurança dos objetivos e 
atividades propostas. 
É necessário distinguir as experiências genuinamente educativas, das 
experiências descuidadas, ocasionais e rotineiras. Pois o ato de pensar começa com 
as experiências vividas, e quando as crianças são colocadas diante de problemas e 
de situações que a levem a tentar fazer alguma coisa. 
Ao entrar na fase escolar, o desenvolvimento da criança deve ser 
acompanhado e trabalhado pelos responsáveis de sua educação, procurando 
proporcionar para os alunos qualidades para o desenvolvimento como ser participativo 
da sociedade e atuante na mesma. Para se obter um bom planejamento de ensino, 
deve-se levar em conta, a realidade do educando, quanto a sua maturidade, suas 
necessidades, aspirações, seu preparo e as suas possibilidades de aprendizagem. O 
professor como educador tem um papel a cumprir, para isso é fundamental: 
Ele procura estruturar condições para ocorrência de Interações professor 
aluno, que levem à apropriação do Conhecimento.... Estas considerações em 
conjunto, têm sérias implicações para a Educação: procede-se na a 
aprendizagem do social para o individual, através de sucessivos estágios de 
internalização, com auxílio de adultos ou companheiros mais experientes 
(DAVIS; OLIVEIRA, apud FONTANA 2012, p. 28). 
A tarefa do professor é ampla e complexa, cabe a ele perceber o caminho que 
o aluno está construindo para poder descobrir ou construir meios para ajudá-lo a 
crescer, a se conhecer como sujeito, a integrar-se à sociedade, a apropriar-se dos 
conhecimentos produzidos pela humanidade e não apenas mera reprodução, e assim 
propiciar um ambiente em que cada criança possa desenvolver suas potencialidades. 
É necessário que os educadores compreendam os elementos do movimento a serem 
utilizados, para isso deve-se ter em mente os estágios do desenvolvimento motor 
(psicomotricidade) e os estágios de aprendizagem. O professor na educação infantil 
precisa ter sólido conhecimento do domínio psicomotor que o habilite ao planejamento 
das atividades próprias nesse domínio. 
 
 
 
 
 
38 
 
13 APRENDIZAGEM E PSICOMOTRICIDADE 
 
Fonte: demoleque.com.br 
O ser humano comunica-se por meio da linguagem verbal e corporal. A criança 
nos primeiros dias de vida até o início da linguagem verbal se faz entender por meio 
de gestos, pois os movimentos constituem a expressão global de suas necessidades. 
O movimento é importante no desenvolvimento da criança porque está ligado às 
emoções e por ser um veículo de transmissão do equilíbrio do estado interior do 
recém-nascido. 
Esse movimento possibilita o relacionamento da criança com o mundo e com 
as demais características inerentes da condição humana. Conforme a criança cresce, 
vai organizando sua capacidade motora de acordo com sua maturidade nervosa e 
com os estímulos do meio que a rodeiam. A organização motora é fundamental para 
o desenvolvimento das funções cognitivas, das percepções e dos esquemas sensório-
motores da criança. 
A falta de atenção da escola ao movimento dos indivíduos se fundamenta na 
concepção dualista do homem, segundo a qual a mente predomina sobre o corpo. 
Apesar dos vários estudos mostrarem a importância desta área, as escolas continuam 
deixando em segundo plano a prática psicomotora, pois pensam no ato de escrever 
como sendo um ato motor que, repetido várias vezes, por meio de movimentos 
mecânicos e sem sentido, pode ser fixado. Portanto, a grande preocupação dos 
 
 
 
 
 
39 
 
educadores durante o processo de aprendizagem limita-se ao treinamento das 
habilidades responsáveis pelos aspectos figurativos da escrita, como coordenação 
motora, discriminação visual e organização espacial. No entanto, o autor considera a 
escrita um ato essencialmente motor, destacado de qualquer outra esfera do 
desenvolvimento, seja afetiva, cognitiva ou social. 
As aprendizagens escolares básicas devem ser os exercícios psicomotores, e 
sua evolução é determinante para a aprendizagem da escrita e da leitura, provocando-
se o aumento do potencial psicomotor da criança, amplia-se também as condições 
básicas para as diversas aprendizagens escolares. Em um estudo sobre o grau de 
influência dos aspectos psicomotores sobre prontidão para ler e escrever em escolas 
de classes de alfabetização do ensino infantil, é necessário, desde o ensino pré-
escolar, serem oferecidas atividades motoras direcionadas para o fortalecimento e 
consolidação das funções psicomotoras, fundamentais para o êxito nas atividades do 
bom aprendizado da leitura e escrita. 
A escola constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e 
aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, 
atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e 
diferenças (MAHONEY, 2002 apud FARIA, p 6, 2017). 
As crianças com nível mais alto de desenvolvimento psicomotor e conceitual 
são as que apresentam os melhores resultados escolares. Dentre as dificuldades de 
aprendizagem às que são relacionadas ao desenvolvimento psicomotor e, a partir 
disso, desenvolveu uma investigação mostrando como o desenvolvimento adequado 
da psicomotricidade pode auxiliar para que alguns dos pré-requisitos para a escrita 
sejam alcançados. 
Reafirma-se então a importância do desenvolvimento dos conceitos 
psicomotores, ressaltando que as dificuldades de aprendizagem em crianças de 
inteligência média podem se manifestar quanto à caracterização de letras simétricas 
ela inversão do sentido direita-esquerda, como, por exemplo, b, p, q ou por inversão 
do sentido em cima em baixo, d, p, n, u, ou ainda por inversão das letras oar, ora, aro. 
A compreensão de conceitos como perto, longe, dentro, fora, mais perto, bem longe, 
atrás, embaixo, alto, mais alta será facilitada com série de ações no espaço, com o 
corpo em movimento. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
É muito importante estimular o desenvolvimento psicomotor das crianças, pelo 
fato deste ser fundamental para a facilitação das aprendizagens escolares, pois é por 
meio da consciência dos movimentos corporais e da expressão de suas emoções que 
a criança poderá desenvolver os aspectos motor, intelectual e sócio emocional. 
Para escrever é preciso que se tenha orientação espacial suficiente para situar 
as letras no papel, para adequá-las em tamanho e forma ao espaço de que se dispõe. 
E, além disso, precisa-se dirigir o traçado da esquerda para a direita, de cima para 
baixo, controlando os movimentos de maneira a não segurar o lápis nem com muita 
força nem com pouca força, é necessário que a escola ofereça condições para a 
criança vivenciar situações que estimulem o desenvolvimento dos conceitos 
psicomotores. 
Essas restrições podem levar a criança a dificuldades de aprendizagem, 
repercutindo no desempenho escolar. As dificuldades de aprendizagem vivenciadas 
pelas crianças “são decorrentes de todo um todo vivido com seu próprio corpo, e não 
apenas problemas específicos de aprendizagem de leitura, escrita, etc.” Assim, os 
aspectos psicomotores exercem grande influência na aprendizagem, pois as 
limitações apresentadas pelas crianças na orientação espacial podem tornar-se um 
fator determinante nas dificuldades de aprendizagem. 
A escrita é uma atividade que obedece a exigências precisas de estruturação 
espacial, pois a criança deve compor sinais orientados e reunidos de acordo com as 
leis, depois deve respeitar essas leis de sucessão que fazem destes sinais palavras e 
frases tornando a escrita uma atividade espaço-temporal. 
Um objeto situado a determinada distância e direção é percebido porque as 
experiências anteriores da criança levam-na a analisar as percepções visuais que lhe 
permitem tocar o objeto. É por meio dessas que resultam as noções de distância e 
orientação de um objeto com relação a outro, e assim a criança começa a transpor

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