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ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DOS EFEITOS DO CONSUMO DE UMA E DE MÚLTIPLAS DOSES DE EXTRATO DE CHÁ VERDE EM CAMUNDONGOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS 
 UNIFAL-MG 
 
 
MARIANA ARAÚJO VIEIRA DO CARMO 
MARIANA FERNANDES MACEDO 
 
 
 
 
ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DOS EFEITOS DO 
CONSUMO DE UMA E DE MÚLTIPLAS DOSES DE 
EXTRATO DE CHÁ VERDE EM CAMUNDONGOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALFENAS/MG 
2011
MARIANA ARAÚJO VIEIRA DO CARMO 
MARIANA FERNANDES MACEDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DOS EFEITOS DO 
CONSUMO DE UMA E DE MÚLTIPLAS DOSES DE 
EXTRATO DE CHÁ VERDE EM CAMUNDONGOS 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado para o 
desenvolvimento de atividades de TCC da 
Universidade Federal de Alfenas. 
 
Orientador: Estela Regina de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
ALFENAS/MG 
2011 
ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DOS EFEITOS DO 
CONSUMO DE UMA E DE MÚLTIPLAS DOSES DE 
EXTRATO DE CHÁ VERDE EM CAMUNDONGOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Banca examinadora abaixo-assinada aprova a 
monografia apresentada como parte dos requisitos 
para obtenção do título de Bacharel em Nutrição pela 
Universidade Federal de Alfenas. 
 
 
 
 
Aprovado em: 23 de novembro de 2011. 
 
 
 
__________________________________________________ 
Prof. Luciano Bruno de Carvalho Silva (UNIFAL-MG) 
 
 
 
_________________________________________________ 
Prof. Antônio Camilo de Souza Cruz (UNIFAL-MG) 
 
 
 
 __________________________________________________ 
Prof. Simonton de Andrade Silveira (UNIFAL-MG) 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a 
Deus, aos nossos pais, amigos 
e professores pelo apoio na 
realização deste projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 
A Deus, por ter nos guiado e iluminado nosso caminho durante a realização 
deste projeto. 
À professora e orientadora Estela Regina de Oliveira por toda ajuda, 
orientação e atenção em todos os momentos solicitados. 
À Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alfenas pela 
oportunidade oferecida. 
À família por todo apoio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O chá verde é uma bebida mundialmente aceita e apreciada, que tem sido muito 
utilizada pelos alegados benefícios à saúde, como a prevenção de doenças crônicas 
e para o emagrecimento. No entanto, casos de toxicidade hepática têm sido 
associados ao consumo do extrato de chá verde. No presente estudo, os efeitos do 
extrato de chá verde sobre o fígado e os rins foram avaliados, quanto aos aspectos 
morfológicos, em 20 camundongos adultos, fêmeas, da linhagem SWISS, em duas 
concentrações (1000 mg/70kg e 2000 mg/kg), administradas por gavage. Dois 
grupos de animais foram tratados com dose única de ambas as concentrações e os 
outros dois grupos foram tratados com uma dose diária, durante 7 dias, também nas 
duas concentrações. O sacrifício ocorreu 24 horas após a útima administração. A 
análise histopatológica revelou alterações hepáticas como esteatose micro e 
macrovesicular discretas e localizadas nos animais que receberam a menor 
concentração do extrato de chá verde em dose única, e degeneração hidrópica 
hepática e tubular renal, esteatose hepática e portite inespecífica, nos animais 
tratados por sete dias, nas duas concentrações, com ligeiro agravo naqueles 
submetidos à concentração maior. Os resultados sugerem que o chá verde pode ser 
tóxico para camundongos, porém, não permitem, dentro das condições e proposta 
deste estudo, extrapolar dados e indicar risco dose dependente de uso do extrato de 
Camellia sinensis para camundongos ou para humanos. 
 
Palavras-chave: chá verde, catequinas, toxicidade hepática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Green tea is a drink worldwide accepted and appreciated, which has been used by 
the alleged health benefits, the prevention of chronic diseases and weight loss. 
However, cases of liver toxicity have been associated with consumption of green tea 
extract. In the present study, the effects of green tea extract on the liver and kidneys 
were evaluated with regard to morphological aspects in 20 adult mice, females, 
SWISS lineage in two concentrations (mg/70kg 1000 and 2000 mg / kg) administered 
by gavage. Two groups of animals were treated with single dose of both 
concentrations and the other two groups were treated with a daily dose for 7 days, 
also in two concentrations. Sacrifice occurred 24 hours after the last administration. 
Histopathology showed liver abnormalities such as micro-and macrovesicular 
steatosis discrete and localized in the animals receiving the lowest concentration of 
green tea extract in a single dose, and degeneration of liver and renal tubular, 
hepatic steatosis and nonspecific, portite, animals treated for seven days in two 
concentrations, with a slight injury in those undergoing higher concentration. The 
results suggest that green tea may be toxic to mice, however, do not, within the 
conditions and purpose of this study, and extrapolate data indicate a dose-dependent 
risk of use of the extract of Camellia sinensis for mice or humans. 
 
Keywords: green tea, catechins, liver toxicity. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 ................................................................................................ 12 
Figura 2 ................................................................................................ 13 
Figura 3 ................................................................................................ 14 
Figura 4 ................................................................................................ 32 
Figura 5 ................................................................................................ 33 
Figura 6 ................................................................................................ 34 
Figura 7 ................................................................................................ 34 
Figura 8 ................................................................................................ 35 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10 
2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 12 
2.1 CAMELLIA SINENSIS ................................................................................... 12 
2.2 INDICAÇÕES DE USO DA CAMELLIA SINENSIS ........................................ 15 
2.3 ALEGAÇÕES FUNCIONAIS DA CAMELLIA SINENSIS E USO COMO 
FITOTERÁPICO ..................................................................................................... 16 
2.4 POSSÍVEIS EFEITOS COLATERAIS, TÓXICOS OU INDESEJÁVEIS DA 
CAMELLIA SINENSIS ............................................................................................ 18 
2.5 PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS ........................................................... 24 
3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 26 
4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 27 
4.1 GERAL .......................................................................................................... 27 
4.2 ESPECÍFICOS .............................................................................................. 27 
5 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 28 
5.1 ANIMAIS DE ESTUDO .................................................................................. 28 
5.2 PREPARO DA CAMELLIA SINENSIS ........................................................... 28 
5.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .............................................................. 28 
5.4 ANÁLISE DOS ANIMAIS ...............................................................................30 
5.4.1 Geral........................................................................................................ 30 
5.4.2 Análise histopatológica ............................................................................ 30 
6 RESULTADOS .................................................................................................... 32 
6.1 ANÁLISE GERAL .......................................................................................... 32 
6.2 ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA .................................................................... 33 
6.2.1 Dose única de extrato de C. sinensis ...................................................... 33 
6.2.2 Múltiplas doses de extrato de C. sinensis ............................................... 34 
6.2.3 Animais controle ...................................................................................... 36 
7 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 37 
8 CONCLUSÃO..................................................................................................... 40 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 41
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As plantas têm sido utilizadas como produtos terapêuticos desde a pré-história. 
Os produtos de origem vegetal são encontrados como cataplasmas, infusão, 
macerado filtrado, tinturas, unguentos, pomadas, xarope, cápsulas e na sua forma in 
natura. O chá, na forma de infusão, é o produto de origem vegetal mais 
popularmente usado (TRESISATO; KIM, 2000). 
O consumo de chá teve origem na China e na Ásia há milhares de anos e foi 
introduzido progressivamente em todo mundo. Sua composição varia de acordo com 
o clima, estação, práticas de horticultura, variedade e idade da planta e forma de 
processamento das folhas (MAZZANTI et al., 2009). 
Ricos em compostos biologicamente ativos como os flavonóides, catequinas, 
polifenóis, alcalóides, vitaminas e sais minerais, os chás contribuem para a 
prevenção e o tratamento de várias doenças. O chá é uma bebida socialmente 
aceita, agradável, econômica e segura, apreciada por muitas pessoas de todos os 
continentes (TRESISATO; KIM, 2000). 
Como segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo somente para a 
água, e devido ao seu alto consumo, seus efeitos podem ter um grande impacto na 
saúde pública (WEISBURGER,1997). 
Tanto o chá verde quanto o chá preto são preparados com folhas da planta 
Camellia sinensis. Do consumo mundial de chá, 75% são de chá preto e 22% de chá 
verde (WEISBURGER,1997). 
Inúmeros estudos em várias regiões do mundo tentam comprovar as atividades 
terapêuticas atribuídas ao chá verde e compreender os mecanismos de ação, 
principalmente relacionados aos seus constituintes flavonóides e catequinas 
(LAMARÃO; FIALHO, 2009). 
Dos variados benefícios relacionados ao consumo de chá verde estão: 
longevidade, proteção contra câncer e diabetes, ajuda no controle do peso, redução 
de cáries, diminuição dos níveis de colesterol, dos problemas cardiovasculares e 
digestórios (CHENG et al., 1991; HE; NODA; SUGIYAMA, 2001; LAMARÃO; 
FIALHO, 2009). Destacada atenção tem sido dada ao efeito na redução da gordura 
corporal (LAMARÃO; FIALHO, 2009). 
Estudos apontam para a cautela no uso exagerado de polifenóis, um dos 
principais constituintes do chá verde, pela possível relação causal com lesões renais 
11 
 
e hepáticas, dentre outras. O uso indiscriminado e abusivo do chá verde ou de 
suplementos alimentares que o contém tem sido relacionado a casos de 
hepatotoxicidade (SCHMIDT et al., 2005; GALATI, LIN e O’BRIEN, 2006; KAO et al., 
2006; MAZZANTI et al., 2009). 
Muitos estudos devem ser realizados para confirmar o real potencial do chá 
verde para o uso humano. Ensaios clínicos e estudos complementares devem 
atestar a segurança de uso dos seus constituintes ativos, além de indicar as 
dosagens mais adequadas e as melhores vias de administração para sua 
biodisponibilidade máxima (MAHMOOD; AKHTAR; KHAN, 2010). 
São considerados alimentos funcionais aqueles que contêm substâncias com 
atividade biológica que podem estar envolvidas na prevenção de doenças e na 
promoção de saúde, além de aspectos nutricionais básicos. Esses alimentos contêm 
substâncias biologicamente ativas denominadas nutracêuticas (MORAES e COLLA, 
2006). O chá verde, com seus constituintes, pode ser considerado como tal 
(LAMARÃO e FIALHO, 2009), e também como fitoterápico. 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), na RDC 
nº48/2004, fitoterápicos são medicamentos preparados exclusivamente com plantas 
ou partes de plantas medicinais (raízes, cascas, folhas, flores, frutos ou sementes), 
que tenham propriedades reconhecidas de cura, prevenção, diagnóstico e/ou 
tratamento sintomático de doenças, validadas em estudos etnofarmacológicos, 
documentações ou ensaios clínicos específicos (BRASIL, 2004). 
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), na Resolução Nº 402/2007, 
regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas, 
ou como droga vegetal nas diferentes formas farmacêuticas, sendo permitidas para 
o uso pelo profissional nutricionista exclusivamente as de uso oral, como o infuso, o 
decocto, a tintura, a alcoolatura e o extrato (BRASIL, 2007). 
A C. sinensis pode ser encontrada em diferentes formas de apresentação e se 
configura como fitoterápico por suas propriedades, tendo assegurada sua prescrição 
pelo nutricionista, através da Resolução nº402/2007 do CFN. 
 
12 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Camellia sinensis 
 
De acordo com Lorenzi e Matos1, citados por Duarte e Menarim (2006), a 
Camellia sinensis (L.) Kuntze é um arbusto ou árvore de pequeno porte, de origem 
asiática, pertencente à família Theaceae, que apresenta folhas simples, alternas, 
inteiras, com margem serreada e textura coriácea, como mostrada na Figura 1. 
 
 
Figura 1 – Aspecto geral da Camellia sinensis 
Fonte: http://www.jardimdeflores.com.br/sinergia/jpegs/S08camelliasin.jpg 
 
 
A Camellia sinensis tem sido consumida como chá há milhares de anos na 
China e no Japão. O preparo diferencial das folhas resulta na produção do chá verde 
ou do chá preto (DUARTE; MENARIM, 2006; LIMA et al., 2009). 
Os chás produzidos a partir de folhas de C. sinensis são classificados conforme 
o processo de fabricação em: fermentado (preto), não-fermentado (verde) e o 
semifermentado (oolong). A diferença entre eles se baseia na inativação de enzimas 
foliares durante o processamento. No chá verde, as enzimas são inativadas 
imediatamente após a colheita das folhas, conferindo composição semelhante entre 
os polifenóis do chá e das folhas frescas e um maior conteúdo de catequinas 
(TANAKA e KOUNO, 2003). 
 
1 Lorenzi H, Matos FJA 2002. Plantas medicinais do Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: 
Plantarum. 
13 
 
O chá-verde é rico em polifenóis, flavonóides e catequinas, os principais 
componentes terapêuticos (MORAIS et al., 2009). A fórmula estrutural dos polifenóis 
está demonstrada na Figura 2. Além das catequinas (Figura 3), estão presentes na 
C. sinensis outros compostos orgânicos como a cafeína e alguns aminoácidos 
(TANAKA; KOUNO, 2003). 
De acordo com Hampton2, citado por Lima et al. (1992), polifenóis são 
compostos derivados do ácido cinâmico. Dentre eles estão os flavonóides que 
constituem cerca de 10-25% das folhas jovens e brotos, denominados de catequinas 
e classificadas em: simples (C), epicatequina (EC), galato-epicatequina (ECG), 
epigalocatequina (EGC), galato-epigalocatequina (EGCG) e galocatequina-galato 
(GCG). 
 
 
Figura 2 – Fórmula estrutural dos polifenóis da C. sinensis 
Fonte: http://www.giorelli.com.br/site/nutricao/greentea.php 
 
 
 
 
 
2 HAMPTON, M.E. Production of black tea. In: WILLSON, K.C.; CLIFFORD, M.N. (Eds.). Tea 
cultivation to consumption. London: Chapman& Hall, 1992. p.459-510. 
14 
 
 
Figura 3 - Catequinas do chá verde 
Fonte: LAMARÃO e FIALHO (2009) 
 
 
 
Em 100 g de folhas de chá-verde são encontradas 13,6 g de catequinas que 
correspondem a aproximadamente 26% dos compostos derivados das folhas secas. 
Destes, 11% são EGCG, 10% EGC, 2% ECG, 2,5% EC e 15% polifenóis não 
identificados. O potencial antioxidante das catequinas varia em ordem decrescente: 
EGCG = ECG > EGC = EC. (MELLO; SANTOS, 2002; EL BESHBISHY, 2005; RICE-
EVANS et al., 1996). 
As catequinas dos chás polifenólicos também são encontradas em frutas 
como a maçã, o morango e o kiwi, e em bebidas como a cerveja, o vinho e o licor de 
cacau. A associação dos efeitos benéficos à saúde, verificados em estudos in vitro, 
in vivo e clinicamente, aliados ao baixo custo de sua produção, faz deste polifenol 
um grupo atraente para tratar questões relacionadas à saúde, como a prevenção de 
câncer, de doenças cardiovasculares e da obesidade (SUTHERLAND; RAHMAN; 
APPLETON, 2006). 
Diversos autores afirmam que a ingestão de flavonóides interfere em 
processos fisiológicos como a absorção de ferro e de vitaminas, e estimula a 
cicatrização. Vieira et al. (2008) testaram a ação de própolis e de chá verde na forma 
15 
 
de creme, no processo de cicatrização em feridas limpas induzidas em ratos, e não 
observaram ação cicatricial do mesmo, dentro das condições de teste, sugerindo a 
necessidade de mais estudos para validar ou não, tal ação. 
 
2.2 Indicações de uso da Camellia sinensis 
 
 O chá verde apresenta diferentes atividades biológicas, tais como: 
antioxidante, quimioprotetora, anticarcinogênica e antiinflamatória. Sua ação 
antioxidante contra os radicais livres é de especial interesse nos processos 
patológicos que envolvam lesão tecidual por reperfusão após a isquemia, a 
aterosclerose, o envelhecimento celular e a carcinogênese (MORAIS et al., 2009; 
LIMA et al., 2009). 
 Segundo Lima et al. (2009), diferentes estudos demonstraram as 
propriedades antialérgica, antiesclerótica e antibacteriana, e o rico teor de minerais 
e vitamina K do chá verde. Foram ressaltados o efeito protetor do chá verde contra 
diversos tipos de câncer e na prevenção de doenças cardiovasculares (YANG e 
WANG, 1993; HIGDON e FREI, 2003). 
Cheng et al. (1991) afirmaram que o chá verde foi capaz de inibir o dano 
celular causado por diferentes carcinógenos, levando a diminuição da incidência de 
necrose hepática em ratos tratados com dietilnitrosamina (DEN) (C4H10N2O) e ao 
aumento da atividade da enzima glutationa-S-transferase, com bloqueio da 
promoção tumoral. 
A DEN é uma substância que em altas doses (200 mg/dL) atua como 
carcinógeno químico completo por produzir a indução e a promoção tumoral em 
fígado de ratos. Sua metabolização gera radicais livres responsáveis pela necrose 
focal hepática que resulta em alteração arquitetural e formação de nódulos 
hiperplásicos, considerados lesões pré-neoplásicas (VELHO; HARTMANN; KRUEL, 
2008). 
 Schmitz et al. (2009) avaliaram o efeito hepatoprotetor do extrato de chá 
verde sobre a lipoperoxidação e necrose provocada pela DEN no fígado de ratos 
machos Wistar, expostos a dose única de 200 mg/kg (via intraperitoneal) e tratados 
por via oral com 120 mg/kg de extrato de chá verde. Após 24 horas os animais foram 
sacrificados e avaliados quanto aos níveis de AST/ALT no plasma, a lipoperoxidação 
(quantificação de TBARS e FOX) e pela ocorrência de necrose e hemorragia 
16 
 
hepática (estudo histopatológico). De acordo com os autores, a ação quimioprotetora 
e redução da lipoperoxidação foram verificadas pela diminuição das transaminases, 
TBARS, FOX e da necrose hepática, confirmando a ação do chá verde como agente 
quimioprotetor, principalmente na forma preventiva. 
 Ao que parece, as catequinas do chá verde desempenham um importante 
papel na proteção não enzimática contra o estresse oxidativo (RICE-EVANS et al., 
1996; MELLO; SANTOS, 2002; EL BESHBISHY, 2005). 
De acordo com Robinson (2001), compostos fenólicos do chá verde 
exerceram forte efeito neuroprotetor em dois modelos de doença de Parkinson. 
Embora tal efeito possa ter sofrido a intervenção de outros fatores, a ação dessas 
substâncias sobre os neurônios mostrou-se promissora. 
 Em outro modelo experimental observou-se o efeito protetor do extrato de chá 
verde na resposta inflamatória pulmonar induzida pela carragenina. Segundo Di 
Paola et al. (2005) o chá verde demonstrou seu potencial terapêutico em condições 
associadas a resposta inflamatória aguda, com redução dos danos teciduais. 
De acordo com Taniguchi et al.3, citados por Suzuki e Isemura (2001), a 
administração oral de epigalocatequina-galato (EGCG) impediu a metástase de 
carcinoma pulmonar de Lewis e células de melanoma de ratos. O efeito foi 
relacionado às catequinas do chá verde que poderiam ter promovido inibição da 
adesão de células de melanoma B16, à laminina. 
 
2.3 Alegações funcionais da Camellia sinensis e uso como fitoterápico 
 
 Estudos epidemiológicos sugerem que os potenciais benefícios dos alimentos 
funcionais seriam a redução do risco de desenvolvimento das doenças crônicas não 
transmissíveis como o câncer, doenças cardiovasculares, distúrbios metabólicos, 
doenças neurodegenerativas e condições inflamatórias. Os compostos bioativos 
capazes de produzir efeitos benéficos à saúde humana variam em estrutura química 
e função biológica (SENGER; SCHWANKE; GOTTLIEB, 2010). 
 O chá verde pode ser considerado um alimento funcional nutracêutico por 
apresentar substâncias com atividades biológicas ativas que podem estar envolvidas 
 
3 S. Taniguchi, H. Fujiki, H. Kobayashi, H. Go, K. Miyado, H. Sadano, R. Shimokawa, Effect of (2)-
epigallocatechin gallate, the main constituent of green tea, on lung metastasis with mouse B16 
melanoma cell lines, Cancer Lett. 65 (1992), 51–54. 
 
17 
 
na prevenção de doenças e na promoção de saúde, além dos benefícios já 
atribuídos aos nutrientes que contêm (ARAÚJO; ARAÚJO, 1999). 
 Pesquisas na área de alimentos funcionais destacam a Camellia sinensis pelo 
seu conteúdo específico de flavonóides, ao qual são conferidas inúmeras 
propriedades terapêuticas (SENGER; SCHWANKE; GOTTLIEB, 2010). 
Dentre os efeitos benéficos atribuídos ao uso do chá verde destaca-se a ação 
na redução da gordura corporal (CHOO, 2003). Os efeitos anti-obesidade da EGCG 
do chá verde tem sido investigados e estão relacionados com diversos mecanismos 
bioquímicos e fisiológicos. A perda de peso foi associada à estimulação do 
metabolismo lipídico pela ingestão de catequinas, em associação a prática de 
exercícios físicos regulares (LAMARÃO; FIALHO, 2009). 
 De acordo com Xu et al. (2004), evidências sugerem que o extrato do chá 
verde contendo 25% de galato-epigalocatequina possa reduzir o apetite e aumentar 
o catabolismo de gorduras. Contudo, as doses de chá verde que surtem tais efeitos 
variam largamente, ficando em torno de três copos por dia, o que equivale a 
aproximadamente 240 a 320 mg de polifenóis. 
A American Dietetic Association sugere o consumo de 4-6 xícaras de chá 
verde ao dia, a fim de se obter os efeitos benéficos à saúde, como a prevenção de 
certos tipos de câncer. Para cada litro de água, devem ser acrescentadas quatro 
colheres de sopa de erva fresca ou duas colheres de erva seca. Aconselha-se não 
consumir o chá verde entre as refeições para não interferir na biodisponibilidade de 
nutrientes provenientes das grandes refeições (LAMARÃO; FIALHO, 2009). 
O efeito promissor do chá verde e de seus compostos bioativos no tratamento 
da obesidade precisa ser comprovado por estudos clínicos controlados. Um plano 
alimentar adequado, associado à prática regular de atividade física ainda constitui a 
principal ferramenta para a prevenção da obesidade e de suas co-morbidades 
(LAMARÃO; FIALHO, 2009). 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais empregando-
se exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, 
suco, e outros). Os fitoterápicos, assim com qualquer outro medicamento, devem 
garantir qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e 
segurança de uso para a população (BRASIL, 2004). 
 
18 
 
2.4 Possíveis efeitos colaterais, tóxicos ou indesejáveis da Camellia sinensis 
 
O fígado é responsável pela detoxificação de drogas e toxinas, algumas delas 
capazes de gerar hepatotoxicidade, com o comprometimento não só de hepatócitos, 
mas também de ductos e canalículos biliares, do endotélio vascular e das células 
estreladas (MEIRELLES, 2011). 
Os mecanismos da lesão hepática são variados e quando relacionados à 
exposição a drogas hepatotóxicas observa-se melhora do quadro com a suspensão 
da droga, depois de excluídas outras possíveis causas de lesão (virais, alcoólicas e 
autoimunes) (JORGE, 2006). 
A medicina fitoterápica cresce a cada dia em todo o mundo e o aumento de 
sua popularidade está relacionado com a crença de que produtos naturais não 
provocam lesão (MEIRELLES, 2011). Esta crença estimula o consumo de 
medicamentos de origem vegetal para a prevenção e para o tratamento de doenças, 
em conjunto com a terapêutica convencional. Médicos e pacientes nem sempre tem 
acesso à literatura adequada para avaliar os benefícios e os riscos desta prática 
terapêutica. A utilização de fitoterápicos como complemento alimentar, suplementos 
energéticos ou vitamínicos, baseia-se, geralmente, nas informações e estímulos da 
mídia (SÁTIRO et al., 2008). 
Segundo García-Cortés et al. (2008), a Agência Espanhola de 
Farmacovigilância, em associação com o governo espanhol demonstrou 
preocupação quanto aos possíveis efeitos lesivos pelo uso indiscriminado de 
produtos fitoterápicos, e listou aqueles que tiveram notificação de hepatotoxicidade. 
Dentre eles, foi citado o extrato alcoólico de Camellia sinensis (Exolise®), cuja 
indicação mais frequente de uso foi como auxiliar do emagrecimento. 
A doença hepática induzida por produtos naturais varia desde alterações das 
enzimas hepáticas até hepatites, cirrose hepática e síndrome da obstrução 
sinusoidal. Além disto, muitos produtos naturais podem interagir com medicamentos 
tradicionais, interferindo no seu metabolismo e modificando sua ação terapêutica ou 
exacerbando seus efeitos hepatotóxicos (MEIRELLES, 2011). 
A rede de pesquisa DILIN, do inglês United States Drug-Induced Liver Injury, 
organizada pelo National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases 
(NIDDK), dos Estados Unidos, estimou que 9% dos casos de lesão hepática 
relacionada às drogas podem ser atribuídos ao uso de ervas e suplementos 
19 
 
dietéticos (CHALASANI et al., 2008). Alguns dos mais conhecidos causadores de 
danos ao fígado são medicamentos de origem chinesa e chás, como o de valeriana, 
o comfrey, alcalóides pirrolizidínicos, de Camellia sinensis, entre outros (DINIZ, 
2011). 
A epidemia de obesidade tem promovido mudanças no estilo de vida com 
introdução de produtos e suplementos dietéticos para a perda de peso. O uso de 
chá verde em cápsulas como auxiliar do emagrecimento tem aumentado ao longo 
dos últimos anos, apoiado por estudos que mostram a associação de seu uso com a 
redução do peso corporal. Vários relatos em literatura médica descrevem acentuada 
hepatotoxicidade na forma de hepatite aguda pelo uso de suplementos contendo 
extrato de chá verde. São descritos episódios recorrentes de hepatite aguda após a 
reexposição, confirmando o potencial hepatotóxico deste chá (MOLINARI et al. 
2006). 
Relatos de casos esporádicos de lesões hepáticas (hepatites, icterícia e 
necrose) após a ingestão de suplementos alimentares advindos de extrato 
hidroalcóolico de folhas de C. sinensis levaram à proibição da comercialização 
desses produtos na França e na Espanha que juntas, notificaram 13 casos de lesão 
no fígado pelo uso desses extratos. O aparecimento de sintomas surgiu, em média, 
50 dias após o início do tratamento e, na maioria dos casos, evoluiu favoravelmente 
com a interrupção do consumo do extrato hidroalcóolico (SCHMIDT et al., 2004). 
Na França e Suécia a retirada do mercado dos suplementos fitoterápicos 
Exolise e o Cuur, que constavam o extrato de chá verde em sua composição, foi 
devida aos vários relatos de casos de lesão hepática (CHEN et al., 2010). 
Os efeitos adversos associados ao consumo do chá verde são principalmente 
a hepatite (KAO et al., 2006), além de irritação da mucosa gástrica (OLIVEIRA; 
BARBOSA, 2009). Componentes orgânicos ou metais presentes em chás também 
foram relacionados a lesões renais (JACKSON; HUANG, 1983) e a neoplasias 
malignas (TAKAHASHI et al., 1992; SCHÜLLER et al., 2004). 
Os relatos de hepatotoxicidade após a ingestão de extratos hidro alcoólicos 
de folhas de chá verde, inclusive com restrição de sua comercialização em países 
europeus motivaram estudos que elucidassem os prováveis mecanismos de lesão. 
Schmidt et al. (2004) estudaram o efeito de componentes do extrato de chá verde 
em cultura primária de hepatócitos de rato e observaram toxicidade aguda quando 
altas concentrações foram utilizadas. Citotoxicidade foi encontrada apenas pelo uso 
20 
 
do componente galato-epigalocatequina. A biodisponibilidade relativamente baixa de 
catequinas após exposição oral ao chá verde, no entanto, depõe contra um papel 
causal desses componentes nos distúrbios hepáticos relatados. 
A biodisponibilidade das catequinas, particularmente a EGCG, é baixa após a 
administração oral, mas condições específicas como o jejum ou repetição de doses 
podem elevar os níveis plasmáticos a padrões tóxicos e induzir estresse 
oxidativo hepático. A hepatotoxicidade vinculada a EGCG ou a seus metabólitos 
pode, também, estar relacionada ao uso concomitante de medicações (MAZZANTI 
et al., 2009). 
Embora a maioria dos benefícios do chá verde esteja vinculada às catequinas 
e suas propriedades antioxidantes, algumas evidências sugerem que os polifenóis 
podem agir também como agentes pró-oxidantes. Experimentos realizados em 
hepatócitos de ratos mostraram que altas concentrações de extratos de chá verde e 
dos fenóis são citotóxicas e sugerem relação com a galato-epigalocatequina. O 
efeito foi associado à formação de espécies reativas de oxigênio com indução de 
estresse oxidativo hepático (GALATI; LIN; O’BRIEN, 2006; MAZZANTI et al., 2009; 
SCHMIDT et al., 2005). 
Mazzanti et al. (2009) realizaram revisão de publicações entre 1999 e 2008 
que relacionassem o uso de chá verde com o aparecimento de reações hepáticas. 
Os autores encontraram 34 casos de lesão hepática como hepatite, colestase, 
esteatose e necrose. Dentre os casos encontrados, foi relatada a remissão das 
lesões pela interrupção do uso, e reaparecimento das mesmas pela reexposição ao 
chá. 
Bartels e Miller (2003) relataram que o consumo diário de chá verde obtido de 
65g de folhas, por cinco anos, pode levar à disfunção hepática, a problemas 
gastrointestinais (irritação gástrica, constipação, diminuição do apetite), insônia, 
hiperatividade, nervosismo, hipertensão e aumento dos batimentos cardíacos. Os 
pesquisadores relacionaram os efeitos adversos a altas doses de cafeína contida 
nos chás. 
Três casos de lesão hepática aguda foram relatados em pacientes que faziam 
uso de suplementos a base de ervas para perda de peso. Uma das pacientes fazia 
uso do suplemento Hydroxycut e outras duas, de Herbalife, nas formas de shakes, 
chás e cápsulas. As três pacientes deram entrada ao hospital apresentando 
sintomas que variavam entre náusea, dor abdominal, icterícia, fadiga e prurido. 
21 
 
Todas elas negaram histórico de doença hepática na família, uso de bebidas 
alcoólicas, substâncias ilícitas ou transfusões de sangue. O efeito tóxico foi 
associadoà reação de idiossincrasia aos compostos do Hydroxycut, o chá verde, 
encontrado em vários suplementos destinados à perda de peso e também associado 
com casos de doença hepática aguda (CHEN et al., 2010). 
Embora sejam muitas as indicações positivas de uso diversos pesquisadores 
como Verhelst et al. (2009) alertaram para o consumo de suplemento alimentar a 
base de chá verde. De acordo com os autores, achados histológicos compatíveis 
com hepatite induzida por drogas foram observados em paciente que fazia uso de 
suplemento de chá verde para controle de queda de cabelo. A suspensão do uso 
levou à rápida recuperação hepática. Os autores enfatizaram a preocupação com a 
segurança de uso através do conhecimento e comprovação das ações benéficas de 
produtos ditos naturais, antes de sua liberação para consumo. 
Vanstraelen, Rahier e Geubel (2008) relataram o caso de um cirurgião 
aposentado de 76 anos de idade que adorava consumir chá verde e desenvolveu 
um quadro clínico, bioquímico e histológico compatível com hepatite. De acordo com 
os autores, a retirada do consumo da planta resultou em completo retorno à 
normalidade após 7 meses, apontando para o risco em seu consumo. 
Em estudo realizado pela Universidade de Otago (Nova Zelândia) observou-
se que a administração de 50 mg/kg de peso de EGCG, em camundongos suíços 
Webster resultou em necrose hepática extensa, perda significativa de peso e 
mortalidade em 67% dos animais, mas sem induzir insuficiência renal importante. Já 
a administração de 25 e 12,5 mg/kg de EGCG não produziu mudanças no peso 
corporal ou hepático, nem alterações histológicas do mesmo (GOODIN; 
ROSENGREN, 2003). 
Chan et al. (2010) avaliaram a toxicidade do chá verde em ratos e 
camundongos, machos e fêmeas, após a administração do extrato por gavage, em 
diferentes doses (62,5; 125; 250; 500 ou 1.000 mg/kg), durante 14 semanas. De 
acordo com os autores, alterações histopatológicas foram observadas em ambas as 
espécies e foram dose dependente, sendo mais frequentes acima de 500 mg/kg. 
Dos órgãos analisados, lesões foram notadas no fígado (necrose centrolobular 
moderada acompanhada de infiltrado inflamatório mononuclear; sugestivos 
fenômenos regenerativos), focinho (atrofia do epitélio e do nervo olfativo, metaplasia 
do epitélio olfativo para respiratório) e órgãos linfóides (apoptose e perda de 
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Vanstraelen%20S%22%5BAuthor%5D
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Rahier%20J%22%5BAuthor%5D
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Geubel%20AP%22%5BAuthor%5D
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Geubel%20AP%22%5BAuthor%5D
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Geubel%20AP%22%5BAuthor%5D
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Geubel%20AP%22%5BAuthor%5D
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=%22Geubel%20AP%22%5BAuthor%5D
22 
 
linfócitos). As alterações hepáticas e as do focinho foram consideradas primárias 
aos efeitos tóxicos do chá verde, enquanto as dos outros órgãos foram indicadas 
como secundárias. O nariz e o fígado são órgãos com alta atividade de enzimas 
metabólicas e alterações nesses órgãos sugeriram que os metabólitos do chá verde 
estariam relacionados com a indução da toxicidade, segundo os autores. 
Vera-Cruz et al. (2010) estudaram o efeito do chá verde em ratos com 
obesidade induzida por dieta hipercalórica. Os autores relataram perda significativa 
de peso e redução da glicemia dos animais tratados, mas observaram também 
lesões hepáticas provavelmente relacionadas à administração, por duas semanas, 
por gavagem, de solução contendo 1 grama de folhas de chá verde seco em 75 ml 
de água. Foram descritas: congestão, infiltrado inflamatório focal, hipertrofia e 
hiperplasia de células de Kupffer com pigmentos de hemossiderina, e necrose. 
Casos recentes de hepatotoxicidade foram associados ao consumo de altas 
doses de chá verde usado como suplemento dietético (10-29 mg /kg/dia). Em quase 
todos os casos, os pacientes apresentaram níveis séricos elevados de alanina 
aminotransferase (ALT) e bilirrubina. Em alguns casos, biópsias hepáticas 
mostraram inflamação portal e periportal. Todos os casos foram resolvidos após a 
cessação do consumo do chá verde (MAZZANTI et al., 2009). 
A maioria dos relatos de hepatotoxicidade pelo chá verde foi observada pelo 
uso do extrato na forma de pílulas ou cápsulas. Caso de toxicidade foi relatado em 
homem de 45 anos de idade que desenvolveu icterícia e elevação plasmática de 
ALT após o consumo de 6 copos/dia de infusão de chá verde por 4 meses 
(JIMENEZ-SAENZ E MARTINEZ-SANCHEZ MDEL, 2006). Diferenças individuais na 
metabolização dos polifenóis do chá verde podem ser a razão para a distinta 
sensibilidade entre usuários (LAMBERT et al., 2010). 
Em estudo realizado por Lambert et al. (2010) verificou-se que doses 
elevadas de EGCG foram hepatotóxicas para camundongos machos. Foram 
testadas dose única de 1500 mg/kg/dia e duas doses diárias de 750 mg/kg de 
EGCG, durante 2-7 dias. Necrose hepática de moderada a grave foi observada em 
75% dos camundongos que receberam dose única de EGCG e em 60% daqueles 
que receberam duas doses de EGCG durante 2-7 dias. O aumento da gravidade foi 
correlacionado a elevação dos níveis plasmáticos de ALT. A necrose observada era 
difusa, na maioria dos casos, e focal em outros. Corpos apoptóticos foram 
observados em 75% das amostras de fígado de camundongos tratados com duas 
23 
 
doses ao dia de 750 mg/kg de EGCG e nenhuma lesão foi notada nos demais 
órgãos. Houve diminuição no tempo de sobrevivência dos camundongos quando 
EGCG foi administrada, tanto com a única dose ou com as duas doses ao dia, o que 
sugeriu que a hepatotoxicidade foi a principal causa para o aumento da mortalidade, 
provavelmente por indução de estresse oxidativo no fígado. 
Uma mulher de 51 anos foi internada no Hospital da Universidade de Nápoles 
(Itália), devido a um histórico de cinco anos de aumento de aminotransferases 
séricas (de quatro a cinco vezes), gama-glutamil transpeptidase (~200 U/L; faixa 
normal 00-50 U/L) e fosfatase alcalina (acima de 200 U/L; faixa normal 53-128 U/L). 
Ela encontrava-se assintomática e a biópsia do fígado foi negativa para colangite 
esclerosante primária ou cirrose biliar, mas mostrou colestase leve. O histórico da 
paciente mostrou consumo diário de chá verde durante cinco anos. Após dois meses 
de suspensão do consumo houve normalização progressiva dos testes de função 
hepática. Um mês após a reintrodução do consumo de chá, transcorridos 6 meses 
de interrrupção, houve novamente aumento significativo das aminotransferases 
séricas. Nova cessação do consumo de chá verde resultou em retorno à 
normalidade que assim permaneceu por dois anos. As mesmas alterações foram 
observadas na filha de 20 anos da paciente, também consumidora do chá verde. Do 
mesmo modo, após 2 meses da interrupção do uso, teve retorno da normalidade, se 
mantendo dentro dos valores normais nos 6 anos de acompanhamento. Estes casos 
contradizem o mito de que todo produto natural faz bem à saúde (FEDERICO; TISO; 
LOGUERCIO, 2007). 
Altas doses de chá verde podem induzir a degeneração hidrópica. Acredita-se 
que suas catequinas levam à diminuição de produção de ATP e alterações na 
bomba de Na+/K+ por se ligarem a membrana plasmática, desestabilizando sua 
estrutura, ou por atuarem ao nível de membrana mitocondrial. Tais alterações são 
consideradas leves e reversíveis. Schmitz et al. (2009) observaram degeneração 
hidrópica em hepatócitos de animais tratados com extrato de chá verde, à 
semelhança do observado por Schmidt et al. (2005) em cultura de hepatócitos de 
ratos tratados com altas concentrações de chá-verde, reforçando a ideia de sua 
capacidade em promover lesão celular. 
 Preparações de chá verde comercializadas como suplementos da dieta 
geralmente são utilizadas por automedicação, o que aumenta o risco de efeitosadversos (GALATI; LIN; O’BRIEN, 2006; SCHMIDT et al., 2005) e dificulta a 
24 
 
comprovação da hepatotoxicidade, pois em geral, o paciente não informa seu uso ao 
médico (MEIRELLES, 2011). 
Os relatórios sobre hepatite grave ou necrose que resultam em danos 
importantes ao fígado são esporádicos. Na maioria dos casos é difícil avaliar se a 
droga de origem vegetal foi de fato a causa dos sintomas, ou se outra medicação ou 
doença infecciosa levou ao seu agravamento (SCHMIDT et al., 2004). 
A hepatotoxicidade das catequinas praticamente inexiste quando o chá é 
consumido na forma de infusão, ao contrário dos produtos industrializados e 
manipulados na forma de cápsulas ou com derivados hidroalcoólicos (MEIRELLES, 
2011). 
Torna-se necessário fornecer informações detalhadas aos usuários e 
melhorar a vigilância ativa desses produtos, pela possibilidade de produção de 
efeitos lesivos (GALATI; LIN; O’BRIEN, 2006; SCHMIDT et al., 2005). Investigação 
sistemática do uso de chás caseiros deve ser realizada na pesquisa diagnóstica de 
doenças hepáticas de difícil esclarecimento (MEIRELLES, 2011). 
 
2.5 Prescrição de fitoterápicos 
 
Nas sociedades industrializadas tem ocorrido uma crescente demanda por 
produtos que pretendem melhorar a qualidade de vida, o desempenho físico ou 
cognitivo, além de aumentar a autoestima. Com o renome de “natural”, compostos 
fitoterápicos e homeopáticos tornaram-se cada vez mais populares e são 
considerados inofensivos, sendo a maioria destes produtos dietéticos produzidos, 
vendidos e consumidos sem regulamentação. A ausência de identificação exata dos 
componentes ativos, de suas quantidades e combinações, e de indicações claras do 
seu modo de uso tornam esses produtos difíceis de serem padronizados. São 
poucas as evidências clínicas de sua eficácia e segurança, e escassos os estudos 
que suportam e comprovam suas alegações benéficas. Ao contrário, muitos têm sido 
crescentemente associados a eventos adversos graves como hepatotoxidade e 
falência renal (MOLINARI et al., 2006). 
A fitoterapia tem crescido no Brasil e no mundo devido a vários fatores, dentre 
os quais, a crença de que produtos naturais são isentos de hepatotoxicidade e 
adequadas para o tratamento de doenças para as quais não se tenha tratamento 
satisfatório. A hepatotoxicidade, nestes casos, é de difícil comprovação devido à 
25 
 
associação com automedicação. O risco é aumentado pela utilização de compostos 
contendo várias plantas, de seleção inadequada da porção atóxica da mesma e pela 
contaminação química ou por microrganismos em virtude do armazenamento 
inadequado (SOUZA, 2011). 
Estudo realizado por Guarido et al. (2007), em um bairro do município de 
Marilia-SP, mostrou que grande parte da indicação de fitoterápicos é feita por 
amigos ou parentes (55,17%), seguida pelo TV/Rádio (13,79%) e por 
culturas/crenças (13,79%). Apenas 10,34% das indicações tinha prescrição médica. 
O estudo revelou que dentre os fitoterápicos apontados, 31,25% era usado de 
maneira inadequada e para fins contrários à sua finalidade. Das pessoas 
entrevistadas, 41,37% apresentavam idade acima de 46 anos e 31,03% possuíam 
ensino superior completo. Esses dados apontam irregularidades do uso dos 
fitoterápicos no Brasil. De acordo com os autores, a falta de informação sobre essas 
plantas medicinais ainda é grande, mesmo em indivíduos de nível superior. Os 
meios de comunicação eram anteriormente apontados como o maior vilão para o 
estímulo do uso de fitoterápicos, porém, a cultura popular hoje faz com que as 
indicações sejam transmitidas de pessoa para pessoa, atingindo populações de 
todos os níveis econômicos e agravando o mau uso dos fitoterápicos. 
O Conselho Federal de Nutricionistas regulamenta a prescrição fitoterápica 
(BRASIL, 2007). Para indicar fitoterápicos, o nutricionista deverá ser qualificado, 
conhecer a origem da matéria prima, analisar se a rotulagem está adequada às 
normas da Anvisa e orientar o consumidor a observar as condições higiênico-
sanitárias da espécie vegetal prescrita (BRASIL, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
3 JUSTIFICATIVA 
 
As promissoras indicações terapêuticas do chá verde apontam para o consumo 
continuado, o que poderia resultar em exageros e possíveis reações orgânicas não 
desejáveis. O conhecimento dos efeitos secundários nocivos relacionados ao uso do 
chá deve ser aprofundado. Ao considerar que o chá verde pode ser indicado como 
alimento funcional e como fitoterápico pelo profissional da Nutrição, e por ressaltar a 
possibilidade de efeitos colaterais pelo uso inadequado e exagerado, constituiu 
interesse maior deste trabalho, o estudo dos efeitos orgânicos resultantes do seu 
uso continuado, por determinado período e dose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
4 OBJETIVOS 
 
4.1 Geral 
 
▪ Analisar o efeito da administração de uma e de múltiplas doses de extrato de 
chá verde em camundongos. 
 
4.2 Específicos 
 
▪ Avaliar a ocorrência de lesões hepáticas e renais após a administração do 
extrato de chá verde; 
▪ Observar a resposta ao uso do chá verde, em dose única e em dose diária, 
por sete dias, sobre o perfil histopatológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
5 MATERIAL E MÉTODOS 
 
5.1 Animais de estudo 
 
Para avaliar a ação do extrato da Camellia sinensis sobre os aspectos 
histopatológicos foram utilizados 20 camundongos da linhagem SWISS, fêmeas, 
adultas pesando cerca de 25 gramas, obtidos do Biotério da UNIFAL-MG. 
Os camundongos foram mantidos em sala para experimento animal do 
Departamento de Patologia e Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas 
(ICB/UNIFAL-MG), em gaiolas de polipropileno (no máximo 6 animais), em 
condições constantes de umidade, temperatura (21°C ± 2) e ciclo natural de 
claro/escuro, com livre acesso á água e alimento (ração comercial de qualidade). 
Foram considerados sete dias para adaptação entre a retirada dos animais do 
Biotério da UNIFAL e o início dos experimentos. 
Os animais foram divididos aleatoriamente em cinco grupos, sendo sacrificados 
de acordo com o protocolo proposto no Quadro 1. O estudo foi aprovado pelo 
Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da UNIFAL-MG, processo de número 
347/2011. 
 
5.2 Preparo da Camellia sinensis 
 
A Camellia sinensis foi preparada a partir do extrato seco contido em cápsulas 
de 500 mg, previamente adquiridas de uma farmácia de manipulação idônea, 
localizada em Alfenas/MG. 
A cápsula foi aberta, seu conteúdo pesado e dissolvido em água filtrada, sob 
agitação, de modo a se obter solução homogênea, passível de ser administrada por 
agulha de gavage, num volume total que não ultrapassou 0,2 mL por dose, em 
observação à capacidade gástrica do camundongo. 
 
5.3 Delineamento experimental 
 
Os animais foram distribuídos aleatoriamente em cinco grupos: 
- Grupo 1 = 3 animais tratados com dose única de extrato de chá verde, na dose 
de 1000 mg/70kg de peso, equivalendo à concentração 1 (C1); 
29 
 
- Grupo 2 = 3 animais tratados com dose única de extrato de chá verde, na dose 
de 2000 mg/kg de peso, equivalendo à concentração 2 (C2); 
- Grupo 3 = 6 animais tratados com dose diária, por 7 dias, de extrato de chá 
verde na dose de 1000 mg/70kg de peso (C1); 
- Grupo 4 = 6 animais tratados com dose diária, por 7 dias, de extrato de chá 
verde na dose de 2000 mg/kg de peso (C2); 
- Grupo 5 = 2 animais controle, tratadas com água filtrada em dose diária, por 7 
dias. 
 
O extrato de chá verde foi administrado por via gástrica (gavage), sempre pela 
manhã (mesmo horário), após jejum relativo de 4 horas. Foram administrados 1000 
mg/70kg de peso (C1) – por equiparação ao indicado para um homem adulto de 
peso médio de 70 quilos – ou 2000 mg/kg de peso (C2) – dose máxima 
recomendada pela ANVISA para testes de toxicidade aguda. A alimentação foi 
restabelecidaimediatamente após a gavage. 
O Grupo 1 e o Grupo 2 foram sacrificados após 24 horas do experimento e os 
demais, 24 horas após os 7 dias de experimento, ambos por dose excessiva de 
anestésico. 
Após o sacrifício foram coletados para análise histopatológica o fígado e os rins, 
órgãos diretamente vinculados ao metabolismo, degradação e excreção de 
fármacos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Quadro 1 - Protocolo de sacrifício dos camundongos para a análise histopatológica 
 
GRUPOS SACRIFÍCIO 
(Tempo após tratamento) 
Nº de animais 
1 – Tratados com 1 dose de C. 
sinensis (C1) 
24 horas 3 
2 – Tratados com 1 dose de C. 
sinensis (C2) 
24 horas 3 
3 – Tratados com 1 dose de C. 
sinensis durante 7 dias (C1) 
24 horas após 7 dias 6 
4 – Tratados com o veículo da 
C. sinensis durante 7 dias (C2) 
24 horas após 7 dias 6 
5 – Controle (não tratados) 24 horas após 7 dias 2 
 
 
 
5.4 Análise dos animais 
 
5.4.1 Geral 
 
Logo após a administração do extrato de chá verde os animais foram 
monitorados quanto à presença de possíveis sinais de desconforto e indicativos de 
toxicidade pela Camellia sinensis. A observação ocorreu em intervalos regulares de 
15 minutos na 1ª hora após o uso do extrato e mudanças de comportamento, bem 
como presença de vômito ou diarréia, foram registrados. Os animais sacrificados 
após 7 dias passaram por análise geral diária, sempre posterior à administração do 
extrato. 
Os animais foram pesados no início e término do experimento. 
 
5.4.2 Análise histopatológica 
 
Imediatamente após o sacrifício foi realizada abertura das cavidades torácica e 
abdominal, seguida da análise macroscópica dos órgãos e de remoção in totum do 
fígado e dos rins, posteriormente recortados em fragmentos menores para imersão e 
fixação em formol a 10%, por tempo superior a 24 horas, à temperatura ambiente. 
31 
 
Após a fixação as amostras seguiram para processamento de rotina e inclusão 
em parafina. Cortes histológicos de 5µ de espessura foram obtidos de micrótomo 
manual. Para a análise descritiva geral foi utilizada a coloração pela hematoxilina-
eosina (HE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
6 RESULTADOS 
 
6.1 Análise geral 
 
Os animais não apresentaram mudanças comportamentais significativas durante 
o estudo, seja no grupo controle que recebeu água por gavage ou nos grupos que 
receberam o extrato de chá verde, com exceção de breve agitação (fuga do 
manipulador) ou letargia (recolhimento ao canto da gaiola) em poucos 
camundongos, nos minutos seguintes à gavage, mas com retorno à normalidade em 
até 30 minutos após a manipulação. 
Pequena alteração no peso para mais ou para menos, foi observada em alguns 
dos animais nos diferentes grupos, entre o início e término do experimento. 
Não foram observadas contorções abdominais, salivação, eriçamento de pêlo, 
vômito ou diarreia nas primeiras 24 horas ou nos dias subsequentes à administração 
do extrato. Não houve mudança de hábito alimentar (ingestão de alimento ou de 
água) ou na defecação (alteração de consistência e frequência) durante todo o 
experimento. 
Houve morte acidental de um dos animais em decorrência da manobra de 
gavage. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
6.2 Análise histopatológica 
 
6.2.1 Dose única de extrato de C. sinensis 
 
A análise macroscópica indicou que os órgãos encontravam-se dentro dos 
parâmetros de normalidade. 
A análise histopatológica do fígado e dos rins dos animais submetidos a uma 
dose do extrato, na menor concentração (C1) do extrato de chá verde, não revelou 
alterações morfológicas compatíveis com lesão por intoxicação aguda, como 
demonstrada na Figura 4. 
 
 
Figura 4 – Fotomicrografia de fígado sem alterações morfológicas importantes. (H.E., 20x) 
34 
 
Já os animais tratados com uma dose da maior concentração (C2) de extrato de 
chá verde apresentaram arquitetura hepática preservada, acompanhada de 
sugestiva esteatose micro e macrovesicular, discreta e focal. Em um dos animais foi 
observado alargamento dos sinusóides hepáticos (hiperemia), como observado na 
Figura 5. 
 
 
Figura 5- Fotomicrografia de fígado mostrando manutenção da arquitetura hepática. Esteatose micro 
e macrovesicular (seta fina) em hepatócitos próximos à veia centrolobular. Discreto alargamento dos 
vasos sinusoidais (seta grossa). (H.E., 20x). 
 
 
 
6.2.2 Múltiplas doses de extrato de C. sinensis 
 
Nos animais submetidos as sete doses na concentração menor (C1) do extrato 
de chá verde foi observada degeneração hidrópica em células tubulares renais 
(Figura 6) e esteatose hepática focal, micro e macrovesicular. 
Em um dos animais foram observados discretos e esparsos focos de portite 
inespecífica, com infiltrado inflamatório predominantemente mononuclear. 
No grupo submetido a sete doses na concentração maior (C2) do extrato de chá 
verde as mesmas alterações foram observadas, com tendência ao agravamento das 
mesmas (Figura 7). Alteração arquitetural hepática pode ser observada em 
decorrência dos hepatócitos em degeneração com colabamento dos sinusóides. 
35 
 
 
Figura 6 – Fotomicrografia de rim apresentando degeneração hidrópica de células tubulares. 
(H.E., 20x) 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Fotomicrografia de fígado apresentando em A e B infiltrado inflamatório periportal (seta), 
estatose macrovesicular em C (seta tracejada) e degeneração hidrópica em D (seta fina). (H.E., 20x 
em A; B; C e 40x em D). 
 
36 
 
6.2.3 Animais controle 
 
O grupo que recebeu somente água durante o experimento não mostrou 
alterações morfológicas macro ou microscópicas hepáticas ou renais, sendo 
compatível com a normalidade, como demonstrado na Figura 8. 
 
 
 
 
Figura 8 – Fotomicrografia de fígado (A) e rim (B), compatíveis com a normalidade. (H.E., 20x) 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
7 DISCUSSÃO 
 
Diferentes estudos clínicos e experimentais têm reafirmado o valor da C. 
sinensis na manutenção e promoção da saúde humana, mas ainda são poucas as 
pesquisas que ressaltam uma possível relação causal entre o uso de chá verde e 
lesões por toxicidade. 
Chan et al. (2010) relataram alterações clínicas como respiração anormal, 
letargia e ataxia em camundongos fêmeas que receberam 1000 mg/kg de extrato de 
chá verde. Contudo, os motivos de tais alterações não foram comentados e 
claramente associados à toxicidade pelo uso de chá verde. 
No presente estudo, o uso de extrato seco de chá verde, nas condições 
experimentais propostas, relacionou-se com breve alteração comportamental dos 
camundongos pesquisados, não sendo interpretada como consequência da 
toxicidade pela planta. Devido ao rápido retorno à normalidade, as mudanças podem 
ser devidas ao estresse do animal pelo procedimento efetuado, uma vez que o 
fenômeno deixou de ocorrer nas vezes subseqüentes à administração da gavage e 
não veio acompanhado dos clássicos sinais de intoxicação aguda. 
Entre a população geral parece prevalecer do senso de que o chá verde não 
deve ser perigoso à saúde por ser um produto “natural”, mas ao que pareceu, tanto 
a forma de apresentação da planta, como a sua concentração e o uso concomitante 
com outras substâncias, inclusive medicamentosas, poderiam ser responsáveis 
pelas lesões teciduais vinculadas ao seu uso. 
Autores como Mazzanti et al. (2009), Godin e Rosengren (2003) e Chang et al. 
(2003), dentre outros, sugeriram que os componentes responsáveis pela 
hepatotoxicidade do chá verde seriam as catequinas, principalmente a EGCG e seus 
metabólitos, possivelmente indutoras de estresse oxidativo hepático. 
Lambert et al. (2010) estudaram os efeitos hepatotóxicos da EGCG em 
camundongos e observaram necrose hepática de moderada a grave, acompanhada 
da presença de corpos apoptóticos. Em nenhum outro órgão foram notadas lesões. 
Estudos como os realizados por Lambert et al. (2010), Schmitzet al. (2009) e 
Mazzanti et al. (2009), mostraram como lesões tóxicas pelo chá verde a necrose e 
apoptose hepatocitária, a hepatite, as degenerações hidrópica e gordurosa, casos 
de portite, dentre outras. Chan et al. (2010) relataram lesões no focinho e órgãos 
linfóides, além das alterações hepáticas já mencionadas por outros autores. No 
38 
 
presente estudo, constituíram as lesões principais a degeneração hidrópica hepática 
e tubular renal, a esteatose hepática e discretos focos inflamatórios inespecíficos 
periportais. Não foram observadas lesões compatíveis com morte celular por 
necrose e discretos focos de apoptose hepatocitária pareceram acontecer, mas sem 
comprovação por métodos específicos de investigação. Por se tratar de estudo 
breve, com o máximo de exposição ao chá verde por uma semana, talvez não tenha 
havido tempo suficiente para o desenvolvimento de lesões mais intensas nos órgãos 
estudados. 
Assim como demonstrado no presente estudo, Schmitz et al. (2009) também 
observaram degeneração hidrópica após exposição a altas doses de chá verde. Os 
autores acreditam que as catequinas foram as responsáveis pelo desenvolvimento 
da lesão. 
A discreta lesão renal, principalmente representada pela degeneração hidrópica, 
foi observada no presente estudo em ambos os grupos testados, e está em 
concordância com autores como Jackson e Huang (1983) que relataram a lesão nos 
rins de humanos que consumiram o chá verde. Os autores apontaram a lesão como 
um dos efeitos adversos da planta. Contudo, ao considerar que a degeneração 
hidrópica é uma lesão de fácil ocorrência, causada por diferentes agentes, cabe 
cautela na associação e torna-se necessário elucidar os mecanismos da mesma, 
vinculados ao chá verde. 
Mazzanti et al. (2009) mostraram inflamação portal e periportal em biópsias 
hepáticas de pacientes que apresentaram hepatotoxicidade após o consumo de 
altas doses de chá verde como suplemento dietético. Contudo, os mecanismos da 
lesão não foram discutidos. Achado morfológico semelhante foi observado no 
presente estudo, ainda que discreto e pontual, nos animais submetidos à dose 
maior, por uma semana. 
Embora Vera-Cruz et al. (2010) não tivessem o propósito de estudar as lesões 
induzidas pelo uso do chá, e sim a sua ação benéfica sobre o peso e perfil 
glicêmico, chamou-lhes a atenção o fato de todos os grupos, com exceção dos que 
não receberam o chá verde, terem desenvolvido esteatose. Contudo, cabe 
considerar que o modelo experimental estudado desenvolveu obesidade, o que 
poderia justificar, em parte, o desenvolvimento de esteatose hepática. 
Alguns autores como Chan et al., (2010) e Goodin e Rosengren (2003) 
demonstraram perda de peso significativa nos animais tratados com extrato de chá 
39 
 
verde. Apesar dos métodos propostos não objetivarem a análise mais apurada desta 
variável, no presente trabalho os animais foram pesados não apresentaram 
expressiva perda ponderal durante o experimento. Mais uma vez, suspeita-se que o 
tempo de exposição ao chá não tenha sido o suficiente para promover as alterações 
de peso corporal, através da sua ação no metabolismo lipídico, como mencionado 
por diferentes autores, ou devido às graves alterações funcionais hepáticas em 
decorrência da intoxicação aguda pelo chá. 
Foram relatados casos de hepatite após a ingestão contínua de chá verde 
(MOLINARI et al., 2006; MEIRELLES, 2011; KAO et al., 2006; VANTRAELEN; 
RAHIER; GEUBEL, 2008), porém esta alteração não foi observada no presente 
estudo. 
 É lícito acreditar nas indicações de uso das plantas medicinais. Contudo, sua 
eficácia terapêutica e a segurança de uso devem ser ratificadas e aprovadas 
cientificamente antes de serem liberadas para uso pela população. 
 Os profissionais da área de saúde, dentre eles o nutricionista, de posse do 
reconhecido direito de indicar corretamente os fitoterápicos, devem assumir a 
responsabilidade pelo estudo aprofundado, não só das indicações de uso, mas 
também, e principalmente, das informações comprovadas da segurança de uso, 
como efeitos colaterais, biodisponibilidade, interações com outros fármacos e 
alimentos, forma de apresentação e particularidades. 
 
 
40 
 
8 CONCLUSÃO 
 
 
▪ Não houve diferença importante nos parâmetros morfológicos hepáticos e renais 
dos animais submetidos a uma dose, nas duas concentrações propostas. 
 
▪ A administração de dose diária, por sete dias, nas duas concentrações, mostrou 
padrão histopatológico próximo, ligeiramente agravado com a concentração 
maior. 
 
▪ Não foi possível, dentro das condições e proposta deste estudo, extrapolar dados 
e indicar risco dose dependente pelo uso do extrato de C. sinensis, bem como 
propor a patogênese das alterações observadas. 
 
 
41 
 
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