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Precipitação Prof. Henrique Vieira UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DISCIPLINA: IT 113 - HIDROLOGIA Seropédica - RJ Introdução; Ciclo Hidrológico; Bacia Hidrográfica; Precipitação; Infiltração; Evaporação e Transpiração; Escoamento Superficial; Vazões de Projeto; e, Fluviometria. Programa da Disciplina Conceito de precipitação; Tipos de precipitação; Medições das precipitações - Aparelhos medidores; e, - Características das chuvas intensas curtas; Análise de consistência; Precipitação média sobre uma bacia; e, Frequência de totais precipitados. Tópicos da Aula Precipitação Ciclônica Frontal Precipitação é definida como a água proveniente do vapor d’água atmosférico que é depositada na superfície terrestre de qualquer forma, tal como chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou geada (GENOVEZ, 2011). Precipitação – Conceito Maior ppt em um ano: 26.461 mm (Índia - 1860 a 1861); Curiosidades Maior ppt diária: 1.870 mm (Cilaos - 1952); Ppt média no globo terrestre: 860 mm ano-1; Lugar de menor ppt: 0,6 mm em 10 anos (Arica); Velocidade das gotas: 7 a 30 km h-1; Uma camada de 10 cm de neve equivale apenas a uma lâmina de 1 cm de água no solo. Tipos de Precipitação Precipitações Ciclônicas Frontais FORSDSYKE (1968). Frente Fria Frente Quente Precipitações Convectivas Precipitações Orográficas Medições das Precipitações 1a) Aparelhos medidores: Pluviômetro: Padrão Basculante Medições das Precipitações 1a) Aparelhos medidores: Pluviógrafo: Pluviógrafo de bóia GARCEZ (1967). Pluviógrafo digital Fonte: Irriplus (P300) Medições das Precipitações 2a) Características das chuvas intensas curtas: Altura pluviométrica (h, mm): É o volume de água precipitada (L) por unidade de área horizontal de coleta (m2). Duração (t, min ou h): É intervalo de tempo contado desde o tempo t1 até tempo t2 de uma precipitação (sendo que t1 e t2 podem ou não ser o início e o fim da precipitação, respectivamente). 0 7 8 9 10 11 12 13 14 15 87 1º período chuvoso 2º per. chuvoso 13 h4 0m in 12 h4 5m in 10 h4 0m in 5h 35 mi n 15 h1 5m in 3,4 5,2 TÉ RM IN O 7 h1 5m in 10 h5 0m in 7,6 4,3 IN ÍCI O 7 h3 0m in 1,0 1 4 3 2 7 6 5 10 9 8 t = t2 - t1 t = 15:15h - 8:35h t = 6:40h Considerando todo evento: 10:20h - 11:20h h = 9,7 mm Considerando hora mais intensa: DUARTE et al., (2012). Medições das Precipitações 2a) Características das chuvas intensas curtas: Distribuição Espacial: Distribuição temporal: DUARTE et al., (2012). t h (mm) (A) t h (mm) (B) t h (mm) (C) t h (mm) (A) t h (mm) (B) t h (mm) (C) t h (mm) (A) t h (mm) (B) t h (mm) (C) Precipitação Adiantada Precipitação Intermediária Precipitação Retardada Pluviômetro Epicentro Isoieta Área grande 1000600 80025 200 400 Área (km²) 24 h 12 h 6 h 3 h 1 h 0 60 70 80 90 100 Re la çã o Ch uv a na á re a Ch uv a no e pi ce nt ro % ( ( U.S. Weather Bureau DUARTE et al., (2012). Análise de Consistência Preenchimento de falhas Método da regressão linear: Explica o comportamento de uma variável (Posto b – PB) em função de outra (Posto a – PA). Plotando-se o gráfico em planilha utilizando o MS Excel; Método dos mínimos quadrados. Média aritmética dos postos vizinhos: Só deve ser utilizado em regiões hidrologicamente homogêneas (ppt normais anuais não diferem entre si mais do que 10%). Método das razões dos valores normais, ou, Método da Ponderação Regional: É o método mais comum (Bertoni e Tucci, 2009). CBA X X h*h*h* 1 h C X B X A hanual hanual hanual hanual hanual hanual n Precipitação média sobre uma bacia Método aritmético simples: Consiste no cálculo da média aritmética das precipitações registradas em todos os pluviômetros de uma área. Como não considera a variação espacial da chuva, deve ser utilizado em regiões com variação suave do gradiente pluviométrico e com cobertura de pluviômetros muito densa. Pi*n1mP Pm - precipitação média da bacia, mm; n - número de pluviômetros; e, Pi - precipitação do i-ézimo pluviômetro, mm. A “American Society of Civil Engineers (ASCE)” recomenda que se use este método apenas para bacias menores que 5000 km2 (GENOVEZ, 2011). Análise de Consistência Preenchimento de falhas: Exemplo – Método da ponderação regional 1 2 3 1 2 3 Pmédia x x x P númerodepostos xmédia xmédia xmédia Precipitação média sobre uma bacia Método de Thiessen: O cálculo da precipitação média (hm) é feito pela média ponderada das alturas pluviométricas dos pluviômetros (Pi), tendo como fator de ponderação a área de influência (área do polígono - Ai) destes. Procedimento de obtenção dos polígonos: 1. Ligar os pluviômetros utilizando linhas; 2. Traçar as mediatrizes destas linhas; 3. Prolongar cada mediatriz até ocorrer o encontro com outra; e, 4. Cada pluviômetro ficará no interior de um polígono, o qual deverá ter sua área medida. STUDART & CAMPOS (2004). EXERCÍCIO Método de Thiessen: STUDART & CAMPOS (2004). Posto Área dos Polígonos de Thiessen (m²) P1 2063 P2 5360 P3 8670 P4 4955 P5 4133 P6 7429Ano P1 (mm) P2 (mm) P3 (mm) P4 (mm) P5 (mm) P6 (mm) 1970 1432 1935 1456 1674 1340 1835 1971 1304 1768 1327 1436 1246 1745 1972 1576 2184 1644 1777 1366 2081 1973 1254 1747 1282 1415 1222 1661 1974 1415 1865 1436 1556 1376 1783 Precipitação média sobre uma bacia Método das Isoietas: GENOVEZ (2011). Procedimento de obtenção das isoietas: 1. Localizar os pluviômetros, identificar as alturas de precipitação e definir o intervalo das isoietas (por exemplo de 5 em 5 mm); 2. Fazer a interpolação linear para determinar a localização das isoietas; 3. Elaborar um esboço das isoietas; 4. Ajustar as isoietas em função do relevo (com um mapa planialtimétrico); e, 5. Medir a área entre cada isoieta na bacia. Isoietas são linhas de igual precipitação. Neste caso o cálculo da precipitação média (hm) é feito pela média ponderada das alturas pluviométricas das isoietas (hr) em função da área (Ai) que cada uma ocupa na bacia. Frequência de totais precipitados Frequência ou Probabilidade de Excedência (F): Frequência do evento ser superado ou igualado. F - frequência do evento ocorrer ou ser excedido; m - número de vezes que o evento ocorreu ou foi excedido; e, n – total de dados analisados. Método da Califórnia Método de Kimbal Frequência de totais precipitados Período de retorno (T): É o intervalo médio de tempo, em que um evento é igualado ou superado. Em hidrologia geralmente trabalhamos com eventos extremos m 1n T F 1 T ESTRUTURA “T” (ANOS) 1- Galeria de águas pluviais 2 a 10 2- Terraceamento agrícola 5 a 10 3- Retificação de rios em zonas rurais 20 a 100 4- Cota de casa de bombas de sistemas de irrigação 25 a 100 5- Bueiros e vertedores de pequenas barragens 100 6-Vertedores de barragens de porte médio 1.000 7- Vertedores de grandes barragens 10.000 8-Vertedorde barragens muito grandes Ppt. máxima possível (PMP) Valores usuais de Período de Retorno (T) adotados para o dimensionamento de algumas estruturas hidráulicas de controle (DUARTE et al., 2012). Frequência de totais precipitados Exemplo: Obter a chuva máxima de 24h com o período de retorno de 5 anos. ANO Chuva max. anual de 1 hora (mm) Chuva em ordem decrescente (mm) N o de ordem (m) 1n m P P 1 T 2000 50 80 1 1/11 11,0 2001 40 70 2 2/11 5,5 2002 30 65 3 3/11 3,7 2003 60 60 4 4/11 2,8 2004 80 50 5 5/11 2,2 2005 45 45 6 6/11 1,8 2006 70 40 7 7/11 1,6 2007 20 30 8 8/11 1,4 2008 10 20 9 9/11 1,2 2009 65 10 10 10/11 1,1 T= 5 anos. Interpolando linearmente: ∆ PPT (70-65) = 5 x ∆ T (5,5-3,7) = 1,8 0,5 x = 1,39 mm h [24h, T= 5 anos] = 70 - 1,39 mm = 68,61 mm Frequência de totais precipitados Plotando os valores de precipitação do exemplo anterior em relação ao período de retorno (T) obter-se-á o gráfico mostrado abaixo: T (anos) h (mm) 65 80 5 24 horas 50 10 11 70 Série Original: constituída de todos os valores registrados. Exemplo: precipitação diária (30 anos x 365 dias ano-1 = 10.950 valores); Série Anual: constituída de valores extremos (máximos e mínimos) de cada ano, ou, o total anual. Exemplo: precipitação ou vazão máxima anual, precipitação total anual (30 valores); Série Parcial: constituída pelos n maiores ou menores valores ocorridos nos n anos de observação, tomando-se um valor (magnitude) de referência como base. Exemplo: Precipitações diárias acima de 80 mm. Frequência de totais precipitados Séries Históricas Condições para a aplicação das distribuições de probabilidade Aleatoriedade: Teste estatístico que analisa se as variações numa grandeza hidrológica são decorrentes de causas naturais; Estacionariedade: Teste estatístico que verifica a existência de tendência temporal no comportamento de uma série histórica ao longo do tempo; Frequência de totais precipitados Condições para a aplicação das distribuições de probabilidade Independência: Teste estatístico que analisa se uma dada observação não influencia a ocorrência nem a não ocorrência de outra observação ao longo do tempo; Homogeneidade: Teste estatístico que verifica se uma dada variável hidrológica (vazão) está associada a outra variável (precipitação) cuja frequência de ocorrência seja normal (esperada); Frequência de totais precipitados Frequência versus Valor A distribuição geral que associa a frequência a um valor (magnitude) é atribuída a Ven te Chow (HAAN, 2002): Distribuições de Probabilidade Distribuição Normal ou de Gauss Distribuição de Gumbel Adequada para séries associadas a totais anuais. Adequada para séries de valores extremos (máximos e mínimos). Distribuição Normal ou de Gauss Distribuição Normal ou de Gauss Valores de Z para a Distribuição de Gauss CARVALHO & SILVA, (2006). P = 0,5-0,00363 = 0,4964 Então: Z = 2,69 PPT=1240+2,69x133,3 PPT=1.598,57 mm Análise das Chuvas Intensas no Brasil Realizou um trabalho pioneiro no Brasil, no qual se abrangeu 98 estações, obtendo dados de altura precipitada em função da duração e do período de retorno (de forma gráfica) Localidades contempladas nos trabalhos de Pfafstetter (1957) (Duarte et al., 2012). Otto Pfafstetter (DNOS - Depto Nacional de Obras de Saneamento, 1957) RS BA MG MS SP PR SC SE RJ ES RO TO GO MT RN PB PE AL MA PI CE PA AM AP AC RR Boa Vista Belém Macapá Manaus Rio Branco Porto Velho Palmas Cuiabá Brasília Goiânia DF São Luís Fortaleza Natal João Pessoa Belo Horizonte Vitória Recife Maceió Aracaju Salvador Teresina Rio de Janeiro Curitiba Porto Alegre Florianópolis São Paulo CONVENÇÕES Capitais 0 250 500 1.000 km N Campo Grande Localização das estações climatológicas estudadas CETESB (1982) Publicou os dados de Pafastetter, sendo as alturas de chuva apresentadas na forma de tabelas. Análise das Chuvas Intensas no Brasil CETESB (1982) DAEE (1999) Publicou os dados de chuvas intensas para 30 localidades de São Paulo, sendo as alturas de chuva apresentadas na forma de tabelas. DAEE (1999) Análise das Chuvas Intensas no Brasil Intensidade máxima de precipitação Denardin e Freitas (1982) Programa PLÚVIO O software Plúvio, interpola os dados das estações estudadas de cada Estado pelo método do inverso da quinta potência da distância (CECÍLIO e PRUSKI, 2003). c a b t K.T i Em que: i – intensidade média da chuva intensa, mm.h-1; T – período de retorno, ano; t – duração da chuva, min; K, a, b, c – constantes de ajuste local. Software gratuito: www.ufv.br/dea/gprh Tc = tem. Conc.; min. L=talvegue; km. H=Dif. De nível, m “A pessoa que não lê, mal fala, mal ouve, mal vê.” Malba Tahan “’É nobreza estudar. O livro e a pena São armas de cristal na mão serena; São cintilas de sol, no coração; Com eles, por amor à Humanidade, Patrocínio – sonhou a Liberdade Isabel – assinou a Redenção.” Rodrigues Pinagé
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