Buscar

CANCRO-LINFOGRANULAMA-HPV-GONORRÉIA- HANSENÍASE- SAÚDE DA MULHER

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

r 
 
 
Equipe Professor Rômulo Passos | 2015 
 
CURSO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM P/ 
EBSERH 
AULA Nº 7– NORMAS DO MINISTÉRIO DA 
SAÚDE PARA ATUAÇÃO: PROGRAMA DE DST E 
AIDS, HANSENÍASE, PNEUMOLOGIA SANITÁRIA. 
Olá, futura (o) concursada (o)! 
 
 
Chegamos a mais uma aula do Curso Específico de Enfermagem para EBSERH. 
Nessa aula exploraremos os conteúdos referentes às Normas do Ministério da Saúde 
para Atuação: Programa de DST e AIDS, Hanseníase, Pneumologia Sanitária. 
Não deixe sua APROVAÇÃO escapar por detalhes, resolva as questões do 
site www.questoesnasaude.com.br, veja os comentários de nossos professores e deixe os seus 
comentários também. Vamos interagir! 
 
 
Boa aula a todos! 
Profº. Rômulo Passos 
Profª Raiane Bezerra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.questoesnasaude.com.br/
1 - Normas do Ministério da Saúde para atuação: programa de 
DST e AIDS. 
O atendimento imediato de uma DST não é apenas uma ação curativa; é também uma 
ação preventiva da transmissão e do surgimento de outras complicações. Ao agendar a 
consulta para outro dia, pode ocorrer o desaparecimento dos sintomas desestimulando a busca 
por tratamento. Como consequência, a infecção pode evoluir para formas crônicas graves e se 
mantém a transmissão. A espera em longas filas, o agendamento para nova data, a falta de 
medicamentos e a discriminação e/ou falta de confidencialidade são fatores que induzem à 
busca de resolução fora do sistema formal de saúde. 
Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento de pacientes com DST tem os seguintes 
objetivos: interromper a cadeia de transmissão da forma mais efetiva e imediata possível, 
evitar as complicações advindas das DST assim como a transmissão do HIV, a regressão 
imediata dos sintomas. Neste sentido, o manual traz orientações de como o profissional de 
saúde deve proceder diante de determinadas situações. 
Para propiciar o diagnóstico precoce e tratamento imediato, propõe-se o uso de 
abordagem sindrômica, que se baseia em fluxogramas de conduta para um conjunto de 
doenças: úlcera genital (sífilis, cancro mole, donovanose e herpes genital) corrimento 
uretral (clamídia e gonorreia), corrimento vaginal e cervicite (clamídia, gonorreia, vaginose 
bacteriana, candidíase e tricomoníase) e dor pélvica. 
Clamídia e gonorreia (corrimento uretral) são infecções causadas por bactérias que 
podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os 
adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A gonorreia pode 
infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não 
tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as 
relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. 
Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de 
corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação 
sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. 
Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, 
podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja 
sintomas e o homem transmita a doença sem saber. 
Vejamos abaixo os esquemas de tratamento dessas doenças: 
CLAMÍDIA GONORRÉIA 
 Azitromicina 1 g, VO, em dose única; ou 
 Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas, 
durante 7 dias (contraindicado para gestantes, 
nutrizes e crianças menores de 10 anos); ou 
 Eritromicina (estearato/estolato) 500 mg, VO, 
de 6/6 horas, durante 7 dias. 
 Ciprofloxacina 500 mg, VO, dose única 
(contraindicado em menores de 18 anos e em 
gestantes/nutrizes); ou 
 Ceftriaxona 250 mg, IM, dose única; ou 
 Cefixima 400 mg, VO, dose única; ou 
 Ofloxacina 400 mg, VO, dose única (contraindicado 
em menores de 18 anos e em gestantes/nutrizes). 
 
Para aprofundamento desse assunto, recomendo a leitura do Caderno de Atenção Básica 
nº 18 - HIV/Aids, hepatites e outras DST (disponível em: 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes). Infelizmente, apesar 
de a abordagem sindrômica ser uma das principais ações do Enfermeiro na Atenção Básica, 
esse assunto é pouco cobrado em prova. 
 
Passemos para a resolução de questões: 
1. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) São consideradas doenças sexualmente 
transmissíveis: 
a) Cancro mole, herpes, sífilis, lúpus e HIV. 
b) Lúpus, herpes, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV. 
c) Lúpus, hepatite C, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV. 
d) Cancro mole, herpes, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV. 
e) Cancro mole, lúpus, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV. 
COMENTÁRIOS: 
 Essa questão é tranquila e vamos resolvê-la por eliminação! Sabemos que o lúpus é 
uma doença autoimune rara, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico em 
que a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, 
articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. É mais frequente nas mulheres do que 
nos homens. Observe que a alternativa D é a única que não cita o lúpus. Portanto, o gabarito 
http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes
da questão é a letra D. 
 
2. (HU-UFPI/EBSERH/IADES/2013) Sintomas como presença de feridas na região genital 
(uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por bolhas pequenas, acompanhadas 
ou não por ínguas nas virilhas podem ser diagnóstico de 
a) sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo. 
b) sifílis, cancro mole, gonorreia ou clamídia. 
c) infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), herpes genital, donovanose ou 
linfogranuloma venéreo. 
d) tricimoníase, gonorreia ou clamídia. 
e) sífilis, cancro mole, herpes genital ou infecção pelo papilomavírus humano (HPV). 
COMENTÁRIOS: 
Vejamos cada uma das doenças isoladamente para melhor compreensão do conteúdo: 
Sífilis – é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. 
Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras 
fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar 
sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente 
ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois 
a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. A Sífilis 
pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém 
infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a 
gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto 
acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se 
contra a sífilis. Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e 
caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com 
alguém infectado. As feridas e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não 
apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar 
cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo 
estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos 
cabelos. 
Cancro mole – também é chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é 
“cavalo”. Doença transmitida sexualmente, provocada pela bactéria Haemophilus ducreyi, é 
mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil. 
Doença muito contagiosa que tem como período de incubação de 3 a 5 dias podendo chegar 
a 14 dias, e é a causa mais comum de úlceras genitais em todo o mundo. 
Herpes genital – é uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem 
tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadasque se rompem e se 
transformam em feridas ou úlceras. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os 
sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço 
exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e 
menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital 
(pênis, ânus, vagina, colo do útero). Essa doença é caracterizada pelo surgimento de 
pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecem 
espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como 
formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam 
principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o 
herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas. 
Donovanose – também chamado de Granuloma Inguinal ou Granuloma Venéreo, 
doença causada pela bactéria Calymmatobacterium granulomatis (Klebsiella granulomatis, 
Donovania granulomatis) transmitida, provavelmente por contato direto com lesões, durante 
a atividade sexual. Surgem lesões nos órgãos genitais que lentamente se transforma em 
feridas ou úlceras indolores ou caroço vermelho. Afeta a pele e mucosas da genitália, ânus 
e virilha. 
Linfogranuloma venéreo – é uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia 
trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha. É uma doença bacteriana 
sexualmente transmissível, caracterizada pelo envolvimento do sistema linfático, tendo como 
processos básicos a trombolinfangite e perilinfangite. 
A evolução clínica apresenta-se em 3 fases: primeira, no local de penetração do agente 
etiológico ocorre o aparecimento de papulas, vesícula (úlceras), pústula ou erosão fugaz e 
indolor, no homem, acomete o sulco balonoprepucial, o prepúcio ou meato uretral; na 
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%9Alcera
mulher, acomete fúrcula cervical, clitóris, pequenos e grandes lábios; na segunda fase: 
caracteriza-se por adenite inguinal, geralmente unilateral, firme e pouco dolorosa (bubão), 
que pode ser acompanhada de febre e mal-estar; na terceira fase -quando ha drenagem de 
material purulento por vários orifícios no bubão, com ou sem sangue, que, ao involuir, deixa 
cicatrizes retraídas ou queloides. 
Gonorreia – também conhecida como blenorragia, infecta principalmente o canal 
uretral, nos homens, normalmente sintomáticos. Tem como agente etiológico a Neisseria 
Gonorrhoea e apresenta evoluções clínicas diferentes. Quando não tratada a gonorreia pode 
atingir outros órgãos, no homem, podem chegar aos testículos e o epidídimo acarretando ou 
não em infertilidade; nas mulheres, pode chegar ao útero, às trompas e aos ovários e 
provocar um processo. 
Clamídia – doença sexualmente transmissível (DST) de maior prevalência 
no mundo. Ela é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e 
mulheres e ser transmitida da mãe para o feto na passagem pelo canal do parto. A infecção 
atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas pode acometer a região anal, a faringe e 
ser responsável por doenças pulmonares. A infecção pode ser assintomática. Quando os 
sintomas aparecem, são parecidos nos dois sexos: dor ou ardor ao urinar, aumento do 
número de micções, presença de secreção fluida. As mulheres podem apresentar, ainda, 
perda de sangue nos intervalos do período menstrual e dor no baixo ventre. 
HPV (Condiloma acuminado) – conhecido também como verruga genital, crista de 
galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). A 
infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais 
comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais 
comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem 
aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo 
vírus sem apresentar sintomas. 
Tricomoníase – é uma protozoose causada pelo Trichomonas vaginalis, que 
desencadeia uma ampla variedade de manifestações clínicas, podendo estar associada à 
transmissão do vírus da imunodeficiência humana, câncer cervical, infertilidade, entre 
outros. A via primária de transmissão é pelo contato sexual. Apresenta formas diferentes de 
afecção, sendo normalmente assintomática no homem. Porém quando sintomática apresenta: 
queimação após a micção ou ejaculação, coceira na uretra, corrimento leve uretral. Na 
mulher apresenta: desconforto na relação sexual, coceira na parte interna das coxas, 
corrimento vaginal, prurido vaginal, odor e coceira na vulva ou inchaço dos lábios. 
Vamos analisar os itens da questão, destacando em vermelho os erros presentes nas 
alternativas: 
Item A. Correto. Sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose ou linfogranuloma 
venéreo. 
Item B. Incorreto. Sífílis, cancro mole, gonorreia ou clamídia. 
Item C. Incorreto. Infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), herpes genital, 
donovanose ou linfogranuloma venéreo. 
Item D. Incorreto. tricimoníase, gonorreia ou clamídia. 
Item E. Incorreto. Sífilis, cancro mole, herpes genital ou infecção pelo papilomavírus 
humano (HPV). 
 Visto isto, concluímos que o gabarito da questão é letra A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sífilis 
 
A Sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem 
se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, 
período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, 
por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. 
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, 
principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto 
e/ou morte ao nascer. 
A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha 
com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o 
bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o 
correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de 
prevenir-se contra a sífilis. 
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços 
nas virilhas (ínguas), que surgem entre 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém 
infectado. As feridas e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam 
pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a 
pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir 
manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos. 
Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, 
dando a ideia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento 
em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas 
cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. 
O VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e RPR (Rapid Plasm Reagin) são 
exames qualitativos e quantitativos, sendo utilizados para o diagnóstico e o seguimento 
pós-terapêutico da sífilis. 
O VDRL deve ser solicitado para todas as gestantes no mínimo duas vezes no pré-natal 
(na primeira consulta e no terceiro trimestre) e na internação para o parto, abortamento ou 
qualquer outra intercorrência durante a gestação. Todos os portadores de DST ou pessoas que 
se expuseram a risco de adquirir uma DST e para qualquer pessoa sempre que se suspeitar do 
diagnóstico de sífilis, em qualquer uma de suas fases, deve se solicitar o teste. 
 O VDRL tende a tornar-se reativo a partir da segunda semana do aparecimento do 
cancro (sífilis primária), ou em torno de 50 dias do contágio, e sofre uma elevação ao longo 
do tempo; via de regra, a titulação está mais elevadana fase secundária da doença. 
 
 Vejamos uma questão sobre esse assunto: 
3. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) Doença infecciosa sistêmica, de 
evolução crônica, sujeita a surtos de agudização e períodos de latência quando não 
tratada. É causada pelo Treponema pallidum, um espiroqueta de transmissão sexual ou 
vertical, que pode produzir, respectivamente, as formas adquirida ou congênita da 
doença. Estamos falando de 
a) Candidíase. 
b) Síndrome da imunodeficiência adquirida. 
c) Gonorreia. 
d) Papiloma vírus. 
e) Sífilis. 
COMENTÁRIOS: 
Vamos analisar cada item da questão para melhor compreensão do conteúdo: 
Item A. Incorreto. Candidíase é a infecção endógena da vulva e da vagina, 
causada por um fungo comensal que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva. A 
forma mais comum de candidíase oral é a pseudomembranosa, caracterizada por placas 
brancas removíveis na mucosa oral (aftas). Outra apresentação clínica é a forma 
atrófica, que se apresenta como placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole. 
Item B. Incorreto. Sindrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma 
doença não hereditária causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou 
HIV - na língua inglesa) que enfraquece o sistema imunitário do nosso organismo, 
destruindo a capacidade de defesa em relação a muitas doenças. 
Item C. Incorreto. Gonorreia é infecção causada por bactérias que podem 
atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. Pode infectar o pênis, o colo do 
útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratada, essa doença pode 
causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, 
gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Nas mulheres, pode haver dor ao 
urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da 
época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é 
muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar 
um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. Nos 
homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo 
causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas 
e o homem transmita a doença sem saber. 
Item D. Incorreto. Papiloma vírus. O Condiloma acuminado, conhecido 
também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST 
causada pelo Papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo HPV normalmente 
causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis 
(glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, 
vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na 
garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem 
apresentar sintomas. 
Item E. Correto. A Sífilis é uma doença infecciosa causada pela 
bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios: 
 - Sífilis primária ou cancro duro, classicamente, caracteriza-se pela presença de 
lesão erosada ou ulcerada, geralmente única, pouco dolorosa, com base endurecida, 
fundo liso, brilhante e pouca secreção serosa. 
- Sífilis secundária, geralmente caracteriza-se pela presença de lesões cutâneo-
mucosas, de 6 a 8 semanas após o aparecimento do cancro duro. 
- Sífilis latente (recente e tardia) é a forma da sífilis adquirida na qual não se 
observam sinais e sintomas clínicos e, portanto, tem o seu diagnóstico feito apenas por 
meio de testes sorológicos. 
- Sífilis terciária os sinais e sintomas geralmente aparecem de 3 a 12 anos ou mais 
após o início da infecção, principalmente por lesões cutâneo-mucosas (tubérculos ou 
gomas); neurológicas (tabes dorsalis, demência, goma cerebral); cardiovasculares 
(aneurisma aórtico) e osteo-articulares (gomas, artropatia de Charcot). 
Nesses termos, concluímos que o gabarito é a letra E. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Herpes 
 
 Herpes genital é uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem 
tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se 
transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem 
reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição 
ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, 
os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero). 
Essa doença é caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas na região genital, que 
se rompem formando feridas e desaparecem espontaneamente. Antes do surgimento das 
bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e 
mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do 
pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos 
sintomas. 
O Herpes Simples é uma virose transmitida, predominantemente, pelo contato sexual 
(inclusive oro-genital). A transmissão pode se dar, também, pelo contato direto com lesões ou 
objetos contaminados. Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em 
poucos dias, transformam-se em pequenas ulceras, precedidas de sintomas de ardência, 
prurido e dor. 
O vírus do Herpes Simples é comumente associado a lesões de membranas mucosas e 
pele, ao redor da cavidade oral (herpes orolabial) e da genitália (herpes anogenital). 
Determina quadros variáveis benignos ou graves. Há dois tipos de vírus: o tipo 1, responsável 
por infecções na face e tronco, e o tipo 2, relacionado às infecções na genitália e de 
transmissão geralmente sexual. Ambos os vírus podem infectar qualquer área da pele ou das 
mucosas. 
 
 
 
 
 
Passemos para a resolução de uma questão sobre o tema: 
4. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Durante abordagem sindrômica, em paciente 
com queixa de úlcera genital e história ou evidência de lesões vesiculosas, pode-se 
iniciar tratamento para 
a) condiloma. 
b) herpes genital. 
c) clamídia. 
d) tricomoníase. 
e) gonorreia. 
COMENTÁRIOS: 
 Vamos analisar cada item da questão: 
Item A. O condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, 
crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus 
humano (HPV). A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos 
variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. 
Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo 
do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem 
quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas. 
Item B. A Herpes genital é uma doença causada por um vírus que, apesar de não 
ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que 
se rompem e se transformam em feridas ou úlceras. Depois que a pessoa teve contato 
com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, 
cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de 
antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem 
na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero). 
Item C. A clamídia é uma infecção normalmente assintomática. Quando 
sintomático apresentam: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções, 
presença de secreção fluida. As mulheres podem apresentar, ainda, perda de sangue 
nos intervalos do período menstrual e/ou dor no baixo ventre. Também é causador de 
infertilidade em homens e mulheres. 
Item D. A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível causada pelo 
parasito Trichomonas vaginalis. Nas mulheres a tricomoníase é uma das principais 
causas de vaginite e corrimento vaginal, mas costuma ser umainfecção 
assintomática nos homens. 
Item E. A gonorreia é infecção causada por bactérias que podem atingir os 
órgãos genitais masculinos e femininos. Pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto 
(canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratada, essa doença pode causar 
infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas 
trompas, entre outros danos à saúde. Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no 
baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época 
da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito 
comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um 
serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. Nos 
homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo 
causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas 
e o homem transmita a doença sem saber. 
 Visto isto, concluímos que apenas a resposta da letra B consiste em doença 
com úlceras genitais. Portanto, gabarito letra B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condiloma Acuminado 
 
O Condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de 
galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). 
Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar 
câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é 
muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer 
ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser 
feita de rotina por todas as mulheres. 
Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os 
fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável 
procurar serviços de saúde para consultas periodicamente. 
A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, 
é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais 
comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem 
aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo 
vírus sem apresentar sintomas. 
A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual. Para ocorrer o 
contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, 
o risco de transmissão é muito maior. 
O Brasil está disponibilizando a vacina contra o HPV, usada na prevenção de câncer de 
colo do útero. A vacina irá proteger meninas de 9 a 13 anos contra quatro variáveis do vírus. 
Já em 2014, meninas dos 11 aos 13 anos receberam as duas primeiras doses necessárias à 
imunização, a dose inicial e a segunda seis meses depois. A terceira dose deverá ser aplicada 
cinco anos após a primeira. Em 2015, será estendida para as adolescentes de 9 a 11 anos. A 
vacina será produzida por meio de parceria entre Butantan e Merck. 
 
 
 
 
Vamos responder uma questão sobre esse assunto: 
5. (Prefeitura da Lagoa da Confusão-TO/IDECAN/2013) Doença viral que, com maior 
frequência, manifesta-se como infecção subclínica nos genitais de homens e mulheres. 
Clinicamente, as lesões podem ser múltiplas, localizadas ou difusas, e de tamanho 
variável, podendo também aparecer como lesão única. A localização ocorre no pênis, 
sulco bálano-prepucial, região perianal, vulva, períneo, vagina e colo do útero. 
Morfologicamente, são pápulas circunscritas, hiperquerotósicas, ásperas e indolores, 
com tamanho variável. (Ministério da Saúde. Doenças Infecciosas e Parasitárias. Guia 
de Bolso, 2010.) 
A descrição anterior, do Ministério da Saúde, corresponde à seguinte doença 
infectocontagiosa: 
a) Gonorreia. 
b) Cancro mole. 
c) Donovanose. 
d) Infecção pelo HPV. 
e) Linfogranuloma venéreo. 
COMENTÁRIOS: 
Para melhor compreensão e fixação do conteúdo, vamos analisar cada assertiva: 
Item A. A gonorreia é infecção causada pela bactéria Neisseria Gonorhoeae, 
que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. Pode infectar o pênis, o 
colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratada, essa 
doença pode causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações 
sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Nas mulheres, pode haver 
dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, 
sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação 
sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é 
recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo 
sem camisinha. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento 
ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que 
não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. 
Item B. O cancro mole também é chamado de cancro venéreo, mas seu nome 
mais popular é “cavalo”. Doença transmitida sexualmente, provocada pela 
bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil. 
Caracteriza-se por apresentar lesões múltiplas (podendo ser única), tipo úlceras, 
habitualmente dolorosas, de borda irregular, com contornos eritemato-edematosos e 
fundo irregular, cobertas por exsudato necrótico, amarelado e de odor fétido, que 
quando removido revela tecido de granulação que apresenta sangramento fácil quando 
submetidos a traumatismos. No homem, as localizações mais frequentes são no frívolo 
e no sulco bálano prepucial; na mulher, na furcula e na face interna dos grandes lábios. 
Item C. A donovanose também é chamada de granuloma inguinal ou granuloma 
venéreo, doença causada pela bactéria Calymmatobacterium granulomatis (Klebsiella 
granulomatis, Donovania granulomatis) transmitida, provavelmente por contato direto 
com lesões, durante a atividade sexual. Possui evolução progressiva e crônica, que 
acomete, referencialmente, pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais, 
podendo ocasionar lesões granulomatosas e destrutivas. Inicia-se por lesão nodular, 
única ou múltipla, de localização subcutânea, que eclode produzindo ulceração bem 
definida e cresce lentamente é indolor e sangra com facilidade. 
Item D. A infecção pelo HPV é uma DST causada pelo Papilomavírus humano 
(HPV). Têm como sinônimo as nomenclaturas: verruga venérea, verruga genital, 
cavalo de crista, crista de galo e condiloma acuminado. Manifesta-se como infecção 
subclínica nos genitais de homens e mulheres. Clinicamente, as lesões podem ser 
múltiplas, localizadas ou difusas, e de tamanho variável, podendo também aparecer 
como lesão única. A localização ocorre no pênis, sulco bálano-prepucial, região 
perianal, vulva, períneo, vagina e colo do útero. Morfologicamente, são pápulas 
circunscritas, hiperquerotósicas, ásperas e indolores, com tamanho variável. 
 Item E. O Linfogranuloma venéreo é uma infecção crônica causada pela 
bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha. É uma 
doença bacteriana sexualmente transmissível, caracterizada pelo envolvimento do 
sistema linfático, tendo como processos básicos a trombolinfangite e perilinfangite. 
Sua evolução clinica apresenta 3 fases: na primeira, o local de penetração do agente 
etiológico ha aparecimento de pápulas, vesícula, pústula ou erosão fugaz e indolor. No 
homem, acomete o sulco balonoprepucial, o prepúcio ou meato uretral; na mulher, 
acomete fúrcula cervical, clitóris, pequenos e grandes lábios; na segunda fase, 
apresenta uma adenite inguinal (inflamação de linfonodo), geralmente unilateral, firme 
e pouco dolorosa (conhecida como bubão), que pode ser acompanhada de febre e mal-
estar; na terceira fase há drenagem de material purulento por vários orifícios no bubão,com ou sem sangue, que, ao involuir, deixa cicatrizes retraídas ou quelóides. 
 Nesses termos, podemos concluir que o gabarito é a Letra D, pois das alternativas 
apresentadas, a infecção pelo HPV é a única que tem como agente etiológico um vírus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vulvovaginites 
 
Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do 
trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo uterino 
(ectocérvice). 
De um modo geral, as vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, 
cujas características podem ser bastante variáveis. O corrimento pode se apresentar associado 
a um ou mais dos seguintes sintomas: prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar, e sensação 
de desconforto pélvico. Salienta-se que esses sinais e sintomas são inespecíficos, além do que, 
muitas infecções genitais podem ser completamente assintomáticas. 
As vulvovaginites podem ser causadas por agentes infecciosos (transmitidos ou não 
pelo coito), mas também podem se relacionar a fatores físicos, químicos, hormonais, 
orgânicos e anatômicos que agem, ora de forma predisponente, ora desencadeante do 
processo. Assim, deve-se mencionar o diabetes, a ingestão de esteróides, os traumas, o uso de 
lubrificantes e de absorventes internos e externos, como fatores que podem provocar o 
desenvolvimento de uma vulvovaginite. A depilação exagerada e frequente, as roturas 
perineais, a prática de coito vaginal imediatamente após o coito anal, e o uso de DIU, além 
dos estados hiper ou hipoestrogênicos, podem favorecer as vulvovaginites, por modificarem a 
flora vaginal. 
 
Vejamos algumas questões sobre esse tema: 
6. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) Sobre as vulvovaginites, assinale 
a alternativa correta. 
a) Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do 
trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo 
uterino. 
b) As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal e apenas mais um 
sintoma que é o prurido vaginal. 
c) Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do 
trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina com exceção do epitélio 
escamoso do colo uterino. 
d) As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal e apenas mais um 
sintoma que é a disúria. 
e) As vulvovaginites somente acomete mulheres com diversos parceiros sexuais e 
profissionais do sexo. 
COMENTÁRIOS: 
Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa 
do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo 
uterino (ectocérvice). As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, 
associado a um ou mais dos seguintes sintomas inespecíficos: prurido vulvovaginal, dor 
ou ardor ao urinar e sensação de desconforto pélvico. Entretanto, muitas infecções 
genitais podem ser completamente assintomáticas. 
As vulvovaginites podem ser causadas por agentes infecciosos endógenos (ex: 
vaginose bacteriana e candidíase), por agentes sexualmente trasmitidos (tricomoníase), 
ou com fatores físicos (traumas), químicos (uso de lubrificantes e de absorventes 
internos e externos), hormonais (hiper e hipoestrogenismo), anatômicos e orgânicos 
(imunodepressão secundária à doença sistêmica, ou outras imunodepressões). A prática 
de coito vaginal imediatamente após o coito anal e o uso de DIU, podem favorecer as 
vulvovaginites modificando a flora vaginal. 
Passemos agora para a análise dos itens da questão: 
Itens A e C. Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória 
e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio 
escamoso do colo uterino. 
Itens B e D. As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, 
associado a um ou mais dos seguintes sintomas inespecíficos: prurido vulvovaginal, 
dor ou ardor ao urinar e sensação de desconforto pélvico. 
Item E. As vulvovaginites somente acomete qualquer tipo de mulher, mesmo 
aquelas que não praticam atividade sexual. 
Desse modo, o gabarito é a letra A. 
 
7. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) São sinais e sintomas da 
candidíase vulvovaginal, EXCETO: 
a) prurido vulvovaginal. 
b) ardor ou dor à micção. 
c) corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso. 
d) fissuras e maceração da pele. 
e) vagina e colo recobertos por placas esverdeadas, aderidas à mucosa. 
COMENTÁRIOS
1
: 
A Candidíase vulvovaginal é uma infecção da vulva e vagina, causada por um 
fungo comensal que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva, que cresce quando 
o meio torna-se favorável para o seu desenvolvimento. A relação sexual não é a 
principal forma de transmissão visto que esses organismos podem fazer parte da flora 
endógena em até 50% das mulheres assintomáticas. 
Os sinais e sintomas dependerão do grau de infecção e da localização do tecido 
inflamado; podem se apresentar isolados ou associados, e incluem: 
• prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável); 
• ardor ou dor à micção; 
• corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso (“leite 
coalhado”); 
• hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva; 
• dispareunia; 
• fissuras e maceração da pele; e 
• vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas, aderidas 
à mucosa. 
A Tricomoníase é uma infecção causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário 
flagelado), tendo como reservatório a cérvice uterina, a vagina e a uretra. Sua principal 
forma de transmissão é a sexual. O risco de transmissão por ato é de 60 a 80% 
(Bowden & Garnett, 2000). Pode permanecer assintomática no homem e, na mulher, 
principalmente após a menopausa. Na mulher, pode acometer a vulva, a vagina e a 
 
1
 Manual de Controle das DST, disponível em: http://goo.gl/0qhE3w, 
http://goo.gl/0qhE3w
cérvice uterina, causando cervicovaginite. Excepcionalmente causa corrimento uretral 
masculino. Suas características clínicas são: 
• corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso; 
• prurido e/ou irritação vulvar; 
• dor pélvica (ocasionalmente); 
• sintomas urinários (disúria, polaciúria); 
• hiperemia da mucosa, com placas avermelhadas (colpite difusa e/ou focal, 
com aspecto de framboesa); 
• teste de Schiller aspecto “tigróide”. 
Após exposição do tema, constatamos que a letra E é o gabarito, pois descreve 
uma característica da tricomoníase, e não da candidíase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hepatites Virais 
 
As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes vírus hepatotrópicos que 
apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Possuem 
distribuição universal e observam-se diferenças regionais na ocorrência e magnitude destas 
em todo mundo, variando, de acordo com o agente etiológico. Tem grande importância para a 
saúde publica em virtude do numero de indivíduos acometidos e das complicações resultantes 
das formas agudas e crônicas da infecção. 
Do ponto de vista clinico e epidemiológico os agentes etiológicos mais relevantes são os 
vírus A, B, C, D e E. 
As hepatites virais A e E são transmitidas pela via fecal-oral e estão 
relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos 
alimentos. 
De outro modo, as hepatites virais B, C e D são transmitidas pelo sangue (via 
parenteral e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual), sendo esta última incomum 
para hepatite C. Assim, a transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos 
contaminados como: lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates de unha, 
materiais para colocação de piercing e para confecção de tatuagens, instrumentos para usode 
drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) e 
pipadas (crack), acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, 
odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de 
biossegurança. A transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados e rara em face da 
triagem sorológica obrigatória nos bancos de sangue (desde 1978 para a hepatite B e 1993 
para a hepatite C). 
Geralmente, a transmissão vertical ocorre no momento do parto e dentre as hepatites 
virais o risco é maior para hepatite B, ocorrendo em 70% a 90% dos casos cujas gestantes 
apresentam replicação viral. Ressalta-se que os recém-nascidos de mães HBsAg reagentes 
(com Hepatite B) devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e a 
Imunoglobulina Humana Anti Hepatite B (IGHAHB) no momento do parto. A infecção via 
transplacentária é incomum. Na hepatite C, esse mecanismo de transmissão é menos 
frequente, podendo ocorrer em cerca de 6% dos casos, chegando a 17% nas gestantes 
coinfectadas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Apesar da possibilidade de 
transmissão pelo aleitamento materno, não há evidências conclusivas de aumento do risco a 
infecção, exceto na ocorrência de fissuras ou sangramento nos mamilos. 
Vejamos abaixo as principais características dos vírus que causam a Hepatite: 
 
Manifestações Clínicas: 
Após entrar em contato com o vírus, o indivíduo pode desenvolver hepatite aguda 
oligo/assintomática ou sintomática. Esse quadro agudo pode ocorrer na infecção por qualquer 
um dos vírus e tem seus aspectos clínicos e virológicos limitados aos primeiros 6 meses. No 
caso das hepatites B, C e D a persistência do vírus após esse período caracteriza a 
cronificação, que também pode cursar de forma oligo/assintomática ou sintomática. Vale 
ressaltar que as hepatites A e E não evoluem para formas crônicas. 
A Hepatite aguda pode apresentar as seguintes fases: período prodrômico ou pré-
ictérico, fase ictérica e fase de convalescença. 
Período prodrômico ou pré-ictérico - ocorre após o período de incubação do agente 
etiológico e anteriormente ao aparecimento da icterícia. Os sintomas são inespecíficos, como: 
anorexia, náuseas, vômitos, diarreia (ou raramente constipação), febre baixa, cefaleia, mal-
estar, astenia e fadiga, aversão ao paladar e/ou olfato, mialgia, fotofobia, desconforto no 
hipocôndrio direito, urticaria, artralgia ou artrite e exantema papular ou maculo-papular. 
Fase ictérica - com o aparecimento da icterícia, em geral, ha diminuição dos sintomas 
prodrômicos. Observa-se hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia. Ocorre 
hiperbilirrubinemia intensa e progressiva. A fostatase alcalina e a gama-glutamil-transferase 
(GGT) permanecem normais ou discretamente elevadas. Há alteração das aminotransferases 
(enzimas hepáticas - TGO e TGP), podendo variar de 10 a 100 vezes o limite superior da 
normalidade. Esse nível retorna ao normal no prazo de algumas semanas, porém se 
persistirem alterados, por um período superior a seis meses, deve-se considerar a 
possibilidade de cronificação da infecção no caso das hepatites B, C e D. 
Fase de convalescença - segue-se ao desaparecimento da icterícia e a recuperação 
completa ocorre após algumas semanas, mas a fraqueza e o cansaço podem persistir por 
vários meses. 
Hepatite crônica - os vírus B, C e D são aqueles que têm a possibilidade de causar 
doença crônica. Nesses casos os indivíduos apresentam sinais histológicos de lesão hepática 
(inflamação, com ou sem deposição de fibrose) e marcadores sorológicos ou virológicos de 
replicação viral. Os sintomas dependem do grau de dano hepático estabelecido. 
Eventualmente, o diagnostico e realizado quando aparecem sinais e sintomas em face das 
complicações da doença como cirrose e/ou hepatocarcinoma. 
Indivíduos com infecção crônica que não apresentam manifestações clínicas, com 
replicação viral baixa ou ausente e que não apresentam evidências de alterações graves à 
histologia hepática são considerados portadores assintomáticos. Nessas situações, a evolução 
tende a ser benigna. Contudo, eles são capazes de transmitir hepatite e tem importância 
epidemiológica na perpetuação da endemia. 
Hepatite fulminante - este termo é utilizado para designar a insuficiência hepática 
aguda, caracterizada pelo surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática em 
um intervalo de ate 8 semanas. Trata-se de uma condição rara e potencialmente fatal, cuja 
letalidade e elevada (de 40 a 80% dos casos). 
Basicamente, a fisiopatologia está relacionada à degeneração e necrose maciça dos 
hepatócitos. Os primeiros sinais e sintomas são brandos e inespecíficos. Icterícia e 
indisposição progressivas, urina escurecida, e coagulação anormal são sinais que devem 
chamar atenção para o desenvolvimento de insuficiência hepática. A deteriorização 
neurológica progride para o coma ao longo de poucos dias após a apresentação inicial. 
Não existe tratamento específico para as formas agudas das hepatites virais. Se 
necessário, apenas tratamento sintomático para náuseas, vômitos e prurido. Como norma 
geral, recomenda-se repouso relativo até a normalização das aminotransferases. Dieta pobre 
em gordura e rica em carboidratos e de uso popular, porém seu maior benefício e ser mais 
agradável ao paladar do paciente anorético. 
Uma parcela dos casos de hepatite crônica necessitará de tratamento, cuja indicação 
baseia-se no grau de acometimento hepático observado por exame anatomopatológico do 
tecido hepático obtido por biopsia. Pacientes com aminotransferases normais merecem ser 
avaliados com exames de biologia molecular, pois pode haver lesão hepática, mesmo sem 
alteração daquelas enzimas. As formas crônicas da hepatite B, C e D tem diretrizes clínico-
terapêuticas definidas por meio de portarias do Ministério da Saúde. Devido à alta 
complexidade do tratamento, acompanhamento e manejo dos efeitos colaterais, ele deve ser 
realizado em serviços especializados (média ou alta complexidade do SUS). 
Vamos descrever resumidamente o prognóstico dos principais tipos de hepatite viral. 
Geralmente após 3 meses, o paciente já esta recuperado da hepatite A. 
A hepatite aguda B normalmente tem um bom prognóstico: o individuo resolve a 
infecção e fica livre dos vírus em cerca de 90 a 95% dos casos. As exceções ocorrem nos 
casos de hepatite fulminante (<1% dos casos) e hepatite B, na criança (90% de chance de 
cronificação em crianças menores de 1 anos e 20 a 50% para aquelas que se infectaram entre 
1 e 5 anos de idade) e em pacientes com algum tipo de imunodeficiência. 
A cronificação da hepatite C ocorre em 60 a 90% dos casos, sendo que, em média, de 
um quarto a um terço deles evolui para formas histológicas graves, num período de 20 anos. 
Esse quadro crônico pode ter evolução para cirrose e hepatocarcinoma, fazendo com que o 
HCV seja, hoje em dia, responsável pela maioria dos transplantes hepáticos no Ocidente. 
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória e, portanto, todos os 
casos suspeitos devem ser notificados utilizando a ficha de notificação e investigação 
padronizada no (Sinan) e encaminhados ao nível hierarquicamente superior ou ao órgão 
responsável pela vigilância epidemiológica: municipal, regional, estadual ou federal. 
A disponibilidade de água potável, em quantidade suficiente nos domicílios, e a medida 
mais eficaz para o controle das doenças de veiculação hídrica, como as hepatites por vírus 
tipo A e E. 
As principais medidas de controle das hepatites virais de transmissão sanguínea e 
sexual constituem-se na adoção de medidas de prevenção. Os indivíduos devem ser 
orientados quanto aos mecanismos de transmissão dessas doenças e ao não compartilhamento 
de objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, materiais 
de manicure e pedicure e o uso de preservativosem todas as praticas sexuais e sobre a 
disponibilidade da vacina contra hepatite B para populações específicas. 
 
 Passemos para a resolução de algumas questões: 
8. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) As hepatites virais são doenças 
provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido 
hepático, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais 
semelhantes e importantes particularidades. Sobre as Hepatites, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
a) A principal via de contágio do vírus da hepatite A (HBA) é a fecal-oral; por contato 
inter-humano ou através de água e alimentos contaminados. 
b) Na hepatite A, a doença é autolimitada e de caráter benigno. 
c) A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz por via parenteral, e, sobretudo, 
pela via sexual, sendo considerada doença sexualmente transmissível. A transmissão 
vertical (materno-infantil) também é causa frequente de disseminação do vírus. 
d) O vírus da hepatite C é o principal agente etiológico da hepatite crônica. Sua 
transmissão ocorre principalmente por via oral-fecal. Em percentual significativo de 
casos, não é possível identificar a via de infecção. A transmissão sexual é pouco 
frequente. 
e) O vírus da hepatite E (HEV) é de transmissão fecal-oral. Essa via de transmissão 
favorece a disseminação da infecção nos países em desenvolvimento onde a 
contaminação dos reservatórios de água perpetua a doença. 
COMENTÁRIOS: 
O vírus da hepatite C é o principal agente etiológico da hepatite crônica. Sua 
transmissão ocorre principalmente por via sanguínea, e não oral-fecal. Por isso, a 
alternativa incorreta é a letra D. 
 
9. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Para Hepatite C, a janela imunológica 
compreende o período entre o indivíduo se expor a uma fonte de infecção e apresentar 
o marcador sorológico anti-HCV, que pode variar de: 
a) 49 a 70 dias. 
b) 7 a 15 dias. 
c) 90 a 180 dias. 
d) 15 a 30 dias. 
e) 26 a 59 dias. 
COMENTÁRIOS: 
As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes vírus hepatotrópicos 
que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. 
Possuem distribuição universal e observam-se diferenças regionais na ocorrência e 
magnitude destas em todo mundo, variando, de acordo com o agente etiológico. Tem 
grande importância para a saúde publica em virtude do numero de indivíduos 
acometidos e das complicações resultantes das formas agudas e crônicas da infecção. 
Do ponto de vista clinico e epidemiológico os agentes etiológicos mais relevantes 
são os vírus A, B, C, D e E. 
O conceito de janela imunológica é o período compreendido entre a exposição a 
uma fonte de infecção e o aparecimento de um marcador sorológico. Vejamos na tabela 
abaixo a janela imunológica das hepatites B e C. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Hepatites Virais: o Brasil está atendo (Ministério da Saúde, 2008)2. 
 
Com base nos dados apresentados na tabela acima, verificamos que o tempo da 
janela imunológica do vírus da hepatite C pode variar, dependendo do teste realizado. 
Para o ELISA 2ª geração, é de 33 a 129 dias, enquanto que para o ELISA 3ª geração, é 
de 49 a 70 dias. A AOCP apontou a letra A como gabarito da questão adotando o 
parâmetro ELISA 3ª geração. Todavia, a questão deveria ter sido anulada, pois existem 
diversos parâmetros de tempo da janela, e não apenas o indicado na letra A. 
Tipos 
Hepatite 
Janela imunológica 
(testes sorológicos) 
Janela imunológica 
(testes de biologia molecular) 
HBV 30 a 60 dias 25 dias 
HCV 33 a 129 dias (ELISA 2ª geração) 
49 a 70 dias (ELISA 3ª geração) 
22 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
 Os dados apresentados podem variar, a depender da fonte consultada. 
HIV/AIDS 
No Brasil, a aids foi identificada pela primeira vez em 1982, quando do diagnóstico em 
pacientes homo ou bissexuais. Um caso foi reconhecido retrospectivamente, no Estado de São 
Paulo, como tendo ocorrido em 1980. Importantes mudanças em seu perfil epidemiológico 
vêm ocorrendo: 
 
• Em sua primeira fase, de 1980 a 1986, caracterizava-se pela transmissão homo/bissexual 
masculino, de escolaridade elevada; 
• Em seguida, de 1987 a 1991, caracterizava-se pela transmissão sanguínea e pela 
participação de usuários de drogas injetáveis – UDI, dando início nessa fase a um 
processo mais ou menos simultâneo de pauperização e interiorização da epidemia; 
• Nos últimos anos, de 1992 até os dias atuais, um grande aumento de casos por exposição 
heterossexual vem sendo observado, assumindo cada vez maior importância o número de 
casos em mulheres (feminização da epidemia); 
• Hoje, a principal via de transmissão em crescimento é a heterossexual. 
 
O HIV (agente etiológico) é um retrovírus com genoma RNA, da família Retroviridae e 
subfamília Lentivirinae. O HIV utiliza para multiplicar-se uma enzima denominada 
transcriptase reversa, responsável pela transcro RNA viral para uma cópia DNA, integrando-
se ao genoma do hospedeiro. 
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1, o HIV-1, cursa com um 
amplo espectro de apresentações clínicas, desde a fase aguda até a fase avançada da doença. 
Em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contágio e o aparecimento 
da doença esteja em torno de dez anos. 
Em regra, as fases da infecção pelo vírus do HIV-1 são as seguintes: 
1. Infecção aguda (duração de aproximadamente 4 meses). 
2. Fase assintomática, também conhecida como latência clínica (pode durar muitos anos, 
com a média de 6 anos). 
3. Fase sintomática inicial ou precoce. 
4. Aids (doença instalada, acorre aproximadamente após 10 anos, caso não seja tratado 
adequadamente). 
 
 Infecção Aguda 
 
A infecção aguda é definida como as primeiras semanas da infecção pelo HIV, até o 
aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão), que costuma ocorrer em torno da 
quarta semana após a infecção. Nessa fase, bilhões de partículas virais são produzidas 
diariamente, a viremia plasmática alcança níveis elevados e o individuo torna-se altamente 
infectante. 
Os principais achados clínicos da fase aguda do HIV-1 (denominada Síndrome 
Retroviral Aguda – SRA) incluem febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia. 
A SRA pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo 
principalmente as cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. 
Podem ocorrer, ainda, esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e depressão. Alguns 
pacientes desenvolvem exantema de curta duração após o início da febre (frequentemente 
inferior a três dias), afetando geralmente a face, pescoço e/ou tórax superior, mas podendo se 
disseminar para braços, pernas, regiões palmares e plantares. 
Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais 
podem estar presentes. Entretanto, o comprometimento do fígado e do pâncreas é raro na 
SRA. Cefaleia e dor ocular são as manifestações neurológicas mais comuns, mas pode ocorrer 
também quadro de meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do 
nervo facial ou síndrome de Guillan-Barre. 
A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a quatro 
semanas. 
Os sinais e sintomas que caracterizam a SRA, por serem muito semelhantes aos de 
outras infecções virais, são habitualmente atribuídos a outra etiologia e a infecção pelo HIV 
comumente deixa de ser diagnosticada. 
A sorologia para a infecção pelo HIV é geralmente negativa nessa fase (janela 
imunológica), mas o diagnóstico pode ser realizado com a utilização de métodos moleculares 
para a detecção de RNA do HIV. 
 
Atenção! A janela imunológica, também chamada de janela biológica, é o 
tempo compreendido entre a aquisição da infecção e a soroconversão. O tempo 
decorrido para que a sorologia anti-HIV torne-sepositiva é de 6 a 12 semanas após a 
aquisição do vírus, com o período médio de aproximadamente 2 meses. 
 
O tempo entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e sintomas, na fase 
aguda, é de 5 a 30 dias. 
 
 
 Latência clínica e fase sintomática 
 
Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, exceto pela 
linfadenopatia, que pode persistir após a infecção aguda. A presença de linfadenopatia 
generalizada persistente é frequente e seu diagnóstico diferencial inclui doenças 
linfoproliferativas e tuberculose ganglionar. 
Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais, sendo a plaquetopenia um achado 
comum, embora sem repercussão clínica na maioria dos casos. Além disso, anemia 
(normocrômica e normocítica) e leucopenia leves podem estar presentes. 
Enquanto a contagem de linfócitos T-CD4 + (LT-CD4+) permanece acima de 350 
células/mm
3
, os episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, como as 
infecções respiratórias ou mesmo tuberculose, incluindo a forma pulmonar cavitária. Com a 
progressão da infecção, apresentações atípicas das infecções, resposta tardia a 
antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser observadas. 
À medida que a infecção progride, os sintomas constitucionais (febre baixa, perda 
ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, 
infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral 
pilosa, tornam-se mais frequentes, além de herpes-zoster. Nesse período, já é possível 
encontrar diminuição na contagem de linfócitos T (LT-CD4+), situada entre 200 e 300 
células/mm
3
. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. 
A candidíase oral é um marcador clínico precoce de imunodepressão grave, e foi 
associada ao subsequente desenvolvimento de pneumonia por P. jirovecii. Diarreia crônica e 
febre de origem indeterminada, bem como leucoplasia oral pilosa, também são preditores de 
evolução para aids. 
 
 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
 
O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (aids). Entre as infecções oportunistas destacam-se: 
pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite 
criptococica e retinite por citomegalovirus. 
As neoplasias mais comuns são sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer de 
colo uterino, em mulheres jovens. Nessas situações, a contagem de LT-CD4+ está abaixo de 
200 células/mm3, na maioria das vezes. 
Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar doenças 
por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia, 
nefropatia e neuropatias que podem estar presentes durante toda a evolução da infecção pelo 
HIV-1. 
Analisando-se a escolaridade como variável indicadora de condição socioeconômica 
dos casos de aids, observa-se que a epidemia de aids no Brasil se iniciou na população de 
maior condição socioeconômica, em indivíduos de mais de oito anos de escolaridade, mas 
hoje, como o maior número de casos se encontra em indivíduos com menor 
escolaridade, tem sido denominada de pauperização3. 
A pauperização é o crescimento da epidemia da aids entre pessoas de menor 
escolaridade e renda. Por outro lado, a juvenização é o crescimento da AIDS entre os 
jovens e adolescentes. 
As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, sanguínea e vertical. Além 
dessas três formas, mais frequentes, pode ocorrer também a transmissão ocupacional, 
ocasionada por acidente de trabalho, em profissionais de saúde. 
A transmissão sexual é a principal forma de transmissão do HIV no Brasil e no 
Mundo, sendo a transmissão heterossexual considerada pela OMS, como a mais frequente do 
ponto de vista global. 
Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV numa relação heterossexual 
são: 
 
3
 Compreensão da Pandemia da AIDS nos últimos 25 anos. 
http://www.dst.uff.br/revista19-1-2007/7.pdf
• Alta viremia (durante a fase da infecção primária e na imunodeficiência avançada). 
• Relação anal receptiva; 
• Relação sexual durante a menstruação; 
• Presença de outra DST, principalmente as ulcerativas. 
 
Os preservativos, masculinos ou femininos, são as únicas barreiras comprovadamente 
efetivas contra o HIV e outras DST, quando usados de forma correta. Os estudos demonstram 
que o uso do preservativo masculino pode reduzir o risco de transmissão do HIV e de outras 
DST em até 95%. 
A transmissão, por meio da transfusão de sangue e derivados, tem apresentado 
importância decrescente nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de 
controle de qualidade do sangue utilizado, como é o caso do Brasil. 
O uso de drogas injetáveis, associado ao compartilhamento de seringas e agulhas, 
apresenta alta probabilidade de transmissão sanguínea do HIV. Esse tipo de transmissão vem 
crescendo em várias partes do mundo, como Ásia, América Latina e Caribe. No Brasil, essa 
transmissão vem aumentando nas áreas da rota do tráfico de drogas, principalmente nas 
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. 
A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde se ferem 
acidentalmente com instrumentos perfurocortantes contaminados com sangue de acidentes 
portadores do HIV. 
Estima-se que o risco médio de contrair o HIV, após uma exposição percutânea ao 
sangue contaminado, seja de aproximadamente 0,03%, aumentando esse risco para 
aproximadamente 0,1% no caso de exposição de mucosas. 
O profissional de saúde acidentado com risco de infecção pelo HIV, deverá ser 
encaminhado nas primeiras horas (idealmente dentro de 1 a 2 horas), após o acidente, para a 
quimioprofilaxia com anti-retrovirais. A duração da quimioprofilaxia é de 4 semanas. Estudos 
em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz quando iniciada de 24 a 36 horas 
após o acidente. 
O produto espermicida à base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais amplamente utilizado 
no Brasil e no mundo. Entretanto, o uso de alguns métodos contraceptivos contendo 
N-9 podem aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. Isso 
foi demonstrado em um ensaio clinico que observou risco acrescido entre usuárias/os desse 
produto. A razão desse risco acrescido reside no fato de o N-9 provocar lesões 
(fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da frequência de uso e do 
volume aplicado. 
A recepção de órgãos ou sêmen de doadores testados não são fatores de risco 
associados aos mecanismos de transmissão do HIV, pois foram feitos os testes necessários 
para garantir que os doadores não estivessem infectados com o HIV. 
Desde o momento de aquisição da infecção, o portador do HIV é 
transmissor, entretanto, os indivíduos com infecção muito recente (“infecção aguda”) 
ou imunossupressão avançada tem maior concentração do HIV no sangue 
(carga viral) e nas secreções sexuais, transmitindo com maior facilidade o vírus. 
Em pacientes portadores de HIV, a tuberculose (TB) deve ser pesquisada em todas as 
consultas, mediante o questionamento sobre a presença dos seguintes sintomas: tosse, febre, 
emagrecimento e/ou sudorese noturna. A presença de qualquer um desses sintomas pode 
indicar TB ativa e deve ser investigada. 
A prova tuberculínica (PT) é importante para o diagnóstico da infecção latente da 
tuberculose (ILTB) e constitui um marcador de risco para o desenvolvimento de tuberculose 
ativa, devendo ser realizada em todas as pessoas vivendo com HIV e que sejam 
assintomáticas para tuberculose. Caso a PT seja menor que 5 mm, recomenda-se que seja 
repetida anualmente. 
Uma das medidas que deve ser sistematicamente realizada na atenção da pessoa 
vivendo com HIV destaca-se o aconselhamento do paciente a reduzir as situações de risco 
relacionadas a exposições sexuaisdesprotegidos, inclusive práticas orais. 
Adultos e adolescentes que vivem com HIV podem receber todas as vacinas do 
calendário nacional, desde que não apresentem deficiência imunológica importante. À 
medida que aumenta a imunodepressão, eleva-se também o risco relacionado à 
administração de vacinas de agentes vivos, bem como se reduz a possibilidade de resposta 
imunológica consistente. 
Sempre que possível, deve-se adiar a administração de vacinas em pacientes 
sintomáticos ou com imunodeficiência grave (contagem de LT-CD4+ < 200 células/mm
3
), 
até que um grau satisfatório de reconstituição imune seja obtido com o uso de terapia 
antirretroviral, o que proporciona melhora na resposta vacinal e redução do risco de 
complicações pós-vacinais. 
 A administração de vacinas com vírus vivos atenuados (poliomielite oral, varicela, 
rubéola, febre amarela, sarampo e caxumba) em pacientes com imunodeficiência deve ser 
condicionada a análise individual de risco-benefício e não deve ser realizada em casos de 
imunodepressão grave. 
Parâmetros imunológicos para imunizações com vacinas de bactérias ou vírus 
vivos em pacientes infectados pelo HIV com mais de 13 anos de idade 
Contagem de LT-CD4+ 
(percentual) 
Recomendação para uso de vacinas com agentes 
vivos atenuados 
> 350 células/mm
3
 (> 20%) Indicar o uso 
200-350 células/mm
3
 (15-19%) 
Avaliar parâmetros clínicos e risco epidemiológico para a 
tomada de decisão 
< 200 células/mm
3
 (< 15%) Não vacinar 
 Fonte: Brasil, 2013, p. 22, disponível em: http://goo.gl/5pc89q. 
Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos, basicamente, em 
quatro grupos: a) testes de detecção de anticorpos; b) testes de detecção de antígenos; c) testes 
de amplificação do genoma do vírus; e d) técnicas de cultura viral. 
As técnicas rotineiramente utilizadas para o diagnóstico da infecção pelo HIV são as 
baseadas na detecção de anticorpos contra o vírus, os chamados testes anti-HIV. 
Essas técnicas apresentam excelentes resultados. Além de serem menos dispendiosas, 
são de escolha para toda e qualquer triagem inicial. Detectam a resposta do hospedeiro contra 
o vírus (os anticorpos) e não o próprio vírus. 
 As outras três técnicas detectam diretamente o vírus, ou suas partículas, e são 
utilizadas em situações específicas, tais como: esclarecimento de exames sorológicos 
indeterminados, acompanhamento laboratorial de pacientes e mensuração da carga viral para 
controle de tratamento. 
Os anticorpos contra o HIV aparecem, principalmente, no soro ou plasma de indivíduos 
infectados, numa média de 6 a 12 semanas após a infecção. 
 Os testes de detecção de anticorpos são os seguintes: 
• ELISA (ensaio imunoenzimático): essa técnica vem sendo amplamente utilizada na 
triagem de anticorpos contra o vírus, pela sua facilidade de automação, custo 
relativamente baixo e elevada sensibilidade e especificidade. 
http://goo.gl/5pc89q
• Imunofluorescência indireta: é um teste utilizado na etapa de confirmação sorológica. 
• Western-blot: esse teste é considerado “padrão ouro” para confirmação do resultado 
reagente na etapa de triagem. Tem alta especificidade e sensibilidade, mas, comparado 
aos demais testes sorológicos, tem um elevado custo. 
• Testes rápidos: dispensam em geral a utilização de equipamentos para a sua realização, 
sendo de fácil execução e leitura visual. Está sendo cada vez mais utilizado, inclusive nas 
unidades básicas de saúde (UBS). 
Os testes rápidos apresentam resultados em um tempo inferior a 30 minutos e podem 
ser realizados no momento da consulta, por meio da coleta de uma amostra por punção da 
polpa digital do indivíduo (polpa do dedo). A utilização desses testes permite que em 
um mesmo momento - o da consulta - o paciente receba o aconselhamento pré e pós-teste, 
tenha o seu teste realizado e obtenha conhecimento do resultado do mesmo. Trata-se de uma 
estratégia de grande efetividade principalmente em locais de difícil acesso e em 
situações em que é necessário o conhecimento imediato do estado sorológico. 
É importante enfatizar que, além do cuidado na coleta e execução dos testes, é 
fundamental que o processo de aconselhamento antes e depois do teste seja feito de forma 
cuidadosa, para que o resultado seja corretamente interpretado, tanto pelo profissional de 
saúde como pelo paciente, gerando atitudes que visem a promoção da saúde nos indivíduos 
testados. 
A instituição da terapia antirretroviral (TARV) tem por objetivo diminuir a morbidade e 
mortalidade das pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), melhorando a qualidade e a 
expectativa de vida, e não erradicar a infecção pelo HIV. 
Evidências robustas demonstram o benefício da TARV em pessoas com aids ou outros 
sintomas relacionados a imunodeficiência provocada pelo HIV e em indivíduos 
assintomáticos com contagem de linfócitos T (LT-CD4+) inferior a 350 celulas/mm
3
. 
Além do impacto clínico favorável, o início mais precoce da TARV vem sendo 
demonstrado como ferramenta importante na redução da transmissão do HIV. Todavia, 
deve-se considerar a importância da adesão e o risco de efeitos adversos no longo prazo. 
No dia 01/12/2013, o Ministério da Saúde anunciou que estenderá a terapia 
antirretroviral (TARV) para todos os adultos com testes positivos de HIV, ou seja, mesmo 
os portadores de HIV que não apresentem comprometimento do sistema imunológico, 
terão acesso aos medicamentos antirretrovirais contra a aids pelo SUS. Atualmente, 
além do Brasil, apenas França e Estados Unidos ofertam medicamento antirretroviral aos 
pacientes soropositivos, independente do estágio da doença
4
. 
A oferta com antirretrovirais é uma medida inovadora, com impacto na saúde individual 
porque garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas infectadas pelo HIV e reduz a 
transmissão do vírus. Isso porque a pessoa em tratamento com antirretrovirais, ao diminuir a 
carga viral, reduz a propagação do HIV. 
Assim, evidências de benefícios clínicos e de prevenção da transmissão do HIV 
providas por estudos intervencionistas e observacionais, somadas a disponibilidade de opções 
terapêuticas progressivamente mais cômodas e bem toleradas, justificam o estabelecimento de 
novos critérios para o início do tratamento antirretroviral, que incluem a recomendação de 
início mais precoce. Nesse sentido, o Ministério da Saúde publicou no dia 02/12/2013 o 
protocolo de TAV (disponível em: http://goo.gl/5pc89q) a seguir: 
 
 
Além das recomendações descritas no quadro acima, o Ministério da Saúde atualmente 
estimula o início imediato de TARV para todas as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), na 
perspectiva de redução da transmissibilidade do HIV, considerando a motivação da PVHA. 
 
4
 Ministério da Saúde estende tratamento para todos com HIV, disponível em: http://goo.gl/ji2sCV. 
http://goo.gl/5pc89q
http://goo.gl/ji2sCV
Atenção! Recomenda-se estimular início imediato da terapia 
antirretroviral (TARV) para todas as (PVHA), independentemente da 
contagem de LT-CD4+, na perspectiva de redução da transmissibilidade 
do HIV, considerando a motivação da pessoa vivendo com aids (PVHA). 
Em indivíduos assintomáticos, independentemente da contagem de LT-CD4+, a 
TARV poderá ser iniciada desde que a pessoa que vive com HIV seja esclarecida sobre 
benefícios e riscos, além de fortemente motivada e preparada para o tratamento, respeitando-
se a autonomia do indivíduo. 
Deve-se enfatizar que a TARV, uma vez iniciada, não deverá ser interrompida. Em 
nenhuma situação deverá haver qualquer tipo de coerção para início da TARV. A utilização 
de terapia antirretroviral não elimina a possibilidade de transmissão sexual do HIV. Além 
disso, há fatores que podem aumentar a possibilidade de transmissão, como a presença de 
doenças sexualmente transmissíveis. 
Devido à sua potência de inibição da replicação viral, menor risco de resistênciaviral a 
curto prazo e maior segurança dos antirretrovirais, a terapia antirretroviral (TARV), que é o 
tratamento do HIV/aids, deve ser administrada a todas as gestantes infectadas pelo HIV, com 
associação de três antirretrovirais, independentemente da situação virológica, clínica ou 
imunológica. 
A indicação de TARV na gestação pode ter dois objetivos: profilaxia da transmissão 
vertical (prevenir a transmissão da doença para o filho) ou tratamento da infecção pelo HIV 
(tratamento da gestante devido agravamento da doença ou indicação clínica). 
 
 Profilaxia da transmissão vertical do HIV: 
 
Tem como objetivo apenas a prevenção da transmissão vertical e está recomendada para 
gestantes que não possuem indicação de tratar a infecção pelo HIV, já que são assintomáticas 
e o dano imunológico é pequeno ou ausente (LT-CD4+ ≥ 350 céls./mm3), havendo baixo 
risco de progressão para aids. Essas mulheres não seriam candidatas a receber algum esquema 
antirretroviral, caso não estivessem na gestação. O início do esquema deve ser precoce, após o 
primeiro trimestre, entre a 14ª e a 28ª semana de gravidez. 
A profilaxia antirretroviral está indicada para gestantes assintomáticas com contagem de 
LT-CD4+ ≥ 350 células/mm3 e deve ser iniciada entre a 14ª e a 28ª semana de gestação. A 
profilaxia deve ser suspensa após o parto. 
 
 Tratamento da infecção pelo HIV na gestação 
 
Mulheres que apresentam repercussão clínica e/ou imunológica grave da infecção do 
HIV têm indicação de tratamento, independentemente da gravidez e em qualquer idade 
gestacional. Portanto, gestantes sintomáticas ou assintomáticas com contagem de LT-CD4+ ≤ 
350 céls./mm3 apresentam critérios de início de tratamento, conforme recomendado para 
adultos que vivem com HIV, devendo iniciá-lo com o objetivo de tratar a doença ou reduzir o 
risco de progressão. 
Atenção! O protocolo de tratamento do HIV foi alterado, no dia 
01/12/2013. O Ministério da Saúde anunciou que estenderá a terapia 
antirretroviral (TARV) para todos os adultos com testes positivos de HIV, ou 
seja, mesmo os portadores de HIV que não apresentem comprometimento do 
sistema imunológico, terão acesso aos medicamentos antirretrovirais contra 
a aids pelo SUS. Atualmente, além do Brasil, apenas França e Estados Unidos 
ofertam medicamento antirretroviral aos pacientes soropositivos, independente 
do estágio da doença. 
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) observou 
redução de 33% no número total de novas infecções ao HIV desde 2001 e 52% de redução de 
novas infecções em crianças desde 2001 a nível global. 
Apesar desses avanços, houve aumento no índice de novas infecções na Europa oriental 
e Ásia central de 13% desde 2006, enquanto que no Oriente Médio e o norte da África o 
mesmo índice duplicou. 
Em muitos casos, a estagnação do progresso se deve à falta de acesso a serviços 
essenciais relacionados com o HIV. Com frequência, populações-chave, como homens que 
fazem sexo com homens (HSH), usuários de drogas, transgêneros e profissionais do sexo, não 
podem acessar serviços vitais. A aids na África ainda é um problema alarmante. 
 
 
 
 
http://www.unaids.org.br/
Passemos para a resolução de algumas questões sobre o tema: 
10. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Em relação à fase aguda da infecção causada 
pelo HIV, assinale a alternativa correta. 
a) Certas neoplasias são mais frequentes nesta fase, entre elas: sarcoma de Kaposi, 
linfomas não-Hodgkin, neoplasias intraepiteliais anal e cervical. 
b) Uma vez instalada a AIDS, as pessoas portadoras do HIV apresentam sinais e 
sintomas de processos oportunistas. 
c) Também conhecida como fase assintomática, o estado clínico básico é mínimo ou 
inexistente. 
d) As manifestações clínicas podem variar desde quadro gripal até uma síndrome, que 
se assemelha à mononucleose. 
e) A história natural da infecção aguda caracteriza-se tanto por viremia baixa quanto 
por resposta imune suprimida. 
COMENTÁRIOS: 
Em regra, as fases da infecção pelo vírus do HIV-1 são as seguintes: 
1. Infecção aguda (duração de aproximadamente 4 meses). 
2. Fase assintomática, também conhecida como latência clínica (pode durar 
muitos anos, em média de 6 anos). 
3. Fase sintomática inicial ou precoce. 
4. Aids (doença instalada, acorre aproximadamente após 10 anos, caso não seja 
tratado adequadamente). 
 
 Infecção Aguda 
A infecção aguda é definida como as primeiras semanas da infecção pelo HIV, 
até o aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão), que costuma ocorrer em 
torno da quarta semana após a infecção. Nessa fase, bilhões de partículas virais são 
produzidas diariamente, a viremia plasmática alcança níveis elevados e o indivíduo 
torna-se altamente infectante. 
Os principais achados clínicos da fase aguda do HIV-1 (denominada Síndrome 
Retroviral Aguda – SRA) incluem febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e 
cefaleia. A SRA pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia, 
comprometendo principalmente as cadeias cervicais anterior e posterior, 
submandibular, occipital e axilar. Podem ocorrer, ainda, esplenomegalia, letargia, 
astenia, anorexia e depressão. Alguns pacientes desenvolvem exantema de curta 
duração após o início da febre (frequentemente inferior a três dias), afetando 
geralmente a face, pescoço e/ou tórax superior, mas podendo se disseminar para 
braços, pernas, regiões palmares e plantares. 
Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras 
orais podem estar presentes. Entretanto, o comprometimento do fígado e do pâncreas é 
raro na SRA. Cefaleia e dor ocular são as manifestações neurológicas mais comuns, 
mas pode ocorrer também quadro de meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou 
motora, paralisia do nervo facial ou síndrome de Guillan-Barre. 
A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a 
quatro semanas. 
Os sinais e sintomas que caracterizam a SRA, por serem muito semelhantes aos 
de outras infecções virais, são habitualmente atribuídos a outra etiologia e a infecção 
pelo HIV comumente deixa de ser diagnosticada. 
A sorologia para a infecção pelo HIV é geralmente negativa nessa fase (janela 
imunológica), mas o diagnóstico pode ser realizado com a utilização de métodos 
moleculares para a detecção de RNA do HIV. 
 
Atenção! A janela imunológica, também chamada de janela 
biológica, é o tempo compreendido entre a aquisição da infecção e a 
soroconversão. O tempo decorrido para que a sorologia anti-HIV torne-se 
positiva é de 6 a 12 semanas após a aquisição do vírus, com o período 
médio de aproximadamente 2 meses. 
 
O tempo entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e sintomas, na fase 
aguda, é de 5 a 30 dias. 
 
 Latência clínica e fase sintomática 
Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, exceto pela 
linfadenopatia, que pode persistir após a infecção aguda. A presença de linfadenopatia 
generalizada persistente é frequente e seu diagnóstico diferencial inclui doenças 
linfoproliferativas e tuberculose ganglionar. 
Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais, sendo a plaquetopenia um 
achado comum, embora sem repercussão clínica na maioria dos casos. Além disso, 
anemia (normocrômica e normocítica) e leucopenia leves podem estar presentes. 
Enquanto a contagem de linfócitos T-CD4 + (LT-CD4+) permanece acima de 
350 células/mm
3
, os episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, 
como as infecções respiratórias ou mesmo tuberculose, incluindo a forma pulmonar 
cavitária. Com a progressão da infecção, apresentações atípicas das infecções, resposta 
tardia a antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser 
observadas. 
À medida que a infecção progride, os sintomas constitucionais (febre baixa, 
perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações 
neurológicas,

Outros materiais