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Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 1 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Aula 13 – LRF Parte 3: transferências voluntárias. Destinação de recursos públicos para o setor privado. Prestação de Contas e Transparência na gestão fiscal. RREO e RGF AFO p/ TCE-RJ Prof. Sérgio Machado Prof. Marcel Guimarães Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 2 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Sumário SUMÁRIO ............................................................................................................................................... 2 CAP. V: DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS (ART. 25) ........................................................................ 5 CAP. VI: DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO (ARTS. 26 A 28) ................ 10 CAPÍTULO IX: DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO (ARTS. 48 A 59) .................................. 14 TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL ........................................................................................................................ 14 Contas do Chefe do Poder Executivo ............................................................................................................... 21 DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS ............................................................................................................................... 23 DA ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS .................................................................................................. 25 DA FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL ..................................................................................................................... 29 RREO E RGF ...................................................................................................................................................... 32 QUESTÕES COMENTADAS - CESPE ........................................................................................................ 42 LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 67 GABARITO - CESPE ................................................................................................................................ 73 RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................ 74 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 3 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Dica de um concursado para um concurseiro Utilize as redes sociais de forma inteligente! Siga pessoas e perfis que lhe acrescentam algo. Que lhe entregam valor! No Instagram e no YouTube, você pode ativar notificações dos seus perfis favoritos, por exemplo. Você também pode controlar o tempo que passa no celular e/ou na rede social. Você pode se surpreender com o tanto de tempo que você “perde” com isso. Tempo que poderia ser utilizado de forma melhor. Não necessariamente estudando. Você pode usar esse tempo para passar mais tempo com a família, fazer exercícios, namorar... todas são atividades que potencializam os seus estudos! 😉 Utilize as redes sociais de forma inteligente! Mentalidade dos campeões 🏆 Pensamentos conduzem a sentimentos. Sentimentos conduzem a ações. Ações conduzem a resultados. No que você está pensando? Que não vai passar ou que vai passar? Que não vai conseguir ou que vai conseguir? Cuidado com o que você pensa! Pensamentos conduzem a resultados! Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 4 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Professor Sergio Machado (https://www.youtube.com/channel/UCvAk1WvzhXG6kV6CvRyN1aA) ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado) ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado) Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes) www.marcelguimaraes.com.br @profsergiomachado @prof.marcelguimaraes Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 5 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Cap. V: das transferências voluntárias (art. 25) Já conversamos um pouco sobre transferências voluntárias. Conversamos sobre como o ente da Federação fica proibido de recebê-las caso não institua, preveja e efetivamente arrecade todos os impostos de sua competência, ou caso não alcance a redução de despesa total com pessoal dentro do prazo estabelecido. E agora chegou a hora de estuda-las um pouco mais a fundo. Então eu pergunto: o que é uma transferência voluntária? 🤔 “É uma transferência que algum ente fez porque quis, professor. Fez de forma voluntária!” Bingo! Exatamente! 😃 Aqui não tem segredo: o ente faz uma transferência porque ele quis fazer e não porque foi obrigado por alguma determinação constitucional ou legal. Isso é uma transferência voluntária. Quando você se dispõe a fazer um trabalho voluntário, você trabalha porque quer, porque tem vontade, e o faz de forma espontânea (não forçada). Ninguém lhe obrigou a estar ali. Você que escolheu estar ali. Quando um ente da Federação se dispõe a fazer uma transferência voluntária, é a mesma coisa! Ninguém obrigou ele a transferir aqueles recursos. Ele o fez porque quis. Então vejamos como a LRF trata desse tema: Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. Perceba como as transferências voluntárias foram conceituadas por exclusão, ou seja, em vez de dizer o que são transferências voluntárias, a LRF diz o que não são transferências voluntárias. 😉 E transferências voluntárias são transferências que não decorrem de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. Em outras palavras, transferências voluntárias não são: • Transferências constitucionais: aquelas estabelecidas pela CF/88 (a exemplo do Fundo de Participação dos Estados – FPE, Fundo de Participação dos Municípios – FPM, etc.) • Transferências legais: aquelas estabelecidas por lei específica que não dependem de convênios para transferência (a exemplo das transferências automáticas na área de educação e das transferências fundo a fundo na área de saúde). Portanto, se um ente está entregando recursos (correntes ou de capital, tanto faz) a outro ente da Federação (não a um particular) e essa transferência não é decorrente de determinação constitucional, legal ou esses recursos não são destinados ao SUS, então aquele ente só está entregando esse dinheiro porque quer! Ele está voluntariamente transferindo os recursos, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira. Essas são as transferências voluntárias. Entendeu? 😉 Preste atenção! Transferências voluntárias são transferências que não decorrem de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 6 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Mais um detalhe: para quem pode ser feita uma transferência voluntária? 🤔 Para outro ente da Federação! 😄 Para particulares, entidades privadas, não! Transferências voluntárias são somente para outro ente da Federação! Preste atenção! Transferências voluntárias são somente para outro ente da FederaçãoBeleza! 😄 Mas você acha que é fácil assim fazer uma transferência voluntária? É só acordar num belo dia, decidir que quer entregar dinheiro para outra pessoa e pronto? 🧐 Não é bem assim... ☺ Se o ente quiser transferir recursos de forma voluntária, ele (transferidor) e o recebedor (beneficiário) precisam cumprir algumas exigências. ☝ Afinal, como você se sentiria se você confiasse a administração do seu suado dinheiro a alguém que, sem o mínimo de zelo e cuidado, constantemente entregasse os seus recursos para alguém que está inadimplente, que não presta contas e que não cumpre requisitos mínimos estabelecidos pela lei? Certamente você ficaria com raiva! 😡 🤬 Então vejamos quais são as exigências: Art. 25, § 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: I - existência de dotação específica; II - (VETADO) III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição; Transferências Voluntárias Entrega de recursos (correntes ou de capital) A outro ente da Federação Não pode ser decorrente de Determinação constitucional Determinação legal Sistema Único de Saúde (SUS) Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 7 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Essas são as exigências feitas do transferidor (aquele que está transferindo os recursos). Repare que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também estabelece algumas exigências. 😉 “Professor, e que exigência é essa aí do inciso III?” Ah! É a seguinte (CF/88): Art. 167. São vedados: (...) X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Resumindo: é vedado fazer transferência voluntária ou conceder empréstimo para pagar salários, para pagar despesas com pessoal ativo, inativo ou pensionista! 😤 Pronto! O transferidor só precisa cumprir essas duas condições: ter dotação orçamentária específica para a transferência e não fazer a transferência para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista. Continuando no mesmo parágrafo da lei, agora vamos encontrar as exigências feitas do beneficiário: IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos; b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde; c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal; d) previsão orçamentária de contrapartida. Portanto, veja que o ente transferidor não pode sair entregando recursos de forma voluntária para qualquer um. O beneficiário dessas transferências voluntárias precisa “andar na linha” se quiser estar apto a receber tais recursos! 😏 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 8 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Exigências para realização de transferências voluntárias Transferidor Beneficiário Dotação orçamentária específica Estar em dia com o pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor Não fazer a transferência para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista Estar em dia com a prestação de contas de recursos anteriormente recebidos Estar cumprindo os limites constitucionais relativos à educação e à saúde Estar cumprindo os limites: • das dívidas consolidada e mobiliária; • de operações de crédito, inclusive ARO • de inscrição em Restos a Pagar; e • de despesa total com pessoal Ter previsão orçamentária de contrapartida Ah! Tem mais uma regra sobre as transferências voluntárias: Art. 25, § 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada. Isso significa que a utilização dos recursos transferidos se encontra vinculada ao objeto pactuado, sendo vedada a utilização de recursos transferidos com finalidade diversa da pactuada. Por exemplo: se a transferência voluntária foi para a construção de um novo hospital, então esses recursos só podem ser para a construção do novo hospital. “E como as transferências voluntárias são feitas, professor?” Na União, por exemplo, são feitas por meio de convênios, contratos de repasse e termos de parceria. Para finalizar, vou lhe lembrar da enorme colher de chá que a LRF dá aos entes da Federação que estão proibidos de receber transferências voluntárias: Art. 25, § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social. Lembre-se: se o ente não respeitas algumas regras da LRF, o bicho vai pegar! Mas o bicho é um cachorrinho fofinho! 🐶 😂 É como se a LRF dissesse: “Ente, você não pode receber transferências voluntárias! Mas se forem relativas a ações de educação, saúde e assistência social, você pode continuar recebendo”. ☺ Ora! Justamente os maiores gastos do ente! Ele quer receber transferências voluntárias para mais o que? Essa sanção aí não faz nem cosquinhas! 😂 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 9 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Só preste atenção no seguinte: as exceções para recebimento de transferências voluntárias (mesmo que o ente esteja proibido de recebê-las no momento) são as transferências relativas a ações de educação, saúde e assistência social. Eu disse: educação, saúde e assistência social. ✅ Eu não disse: educação, saúde e segurança. ❌ Essas últimas são as exceções à contratação de pessoal para reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento, caso o ente tenha ultrapassado o limite prudencial (95%) da despesa total com pessoal (LRF, art. 22, IV). Exceções para contratação de pessoal quando despesa total com pessoal exceder o limite prudencial (95%) Exceções para recebimento de transferências voluntárias Educação Educação Saúde Saúde Segurança 🔫 Assistência social 💚 Questões para fixar VUNESP – Câmara Municipal de Olímpia – Procurador Jurídico – 2018 São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, a comprovação, por parte do beneficiário, de previsão orçamentária de contrapartida. Comentários: Exatamente! Essa é uma das exigências feitas do beneficiário da transferência voluntária, prevista na LRF: Art. 25, § 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: (...) IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: (...) d) previsão orçamentária de contrapartida. Gabarito: Certo CESPE – Polícia Federal – Perito Criminal Federal – 2004 A suspensão das transferências voluntárias entre entes da Federação é uma das sanções mais comuns pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. As ações na área de segurança pública constituem uma das poucas exceções à aplicação dessas sanções. Comentários: Opa! A segurança pública é uma das exceções para contratação de pessoal quando despesa total com pessoal exceder o limite prudencial (95%). As exceções para recebimento de transferências voluntárias (mesmo que o ente esteja proibido de recebê-las no momento) são as transferências relativas a ações de educação, saúde e assistência social. Gabarito: Errado ThiagoLopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 10 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Cap. VI: da destinação de recursos públicos para o setor privado (arts. 26 a 28) Do mesmo jeito que há exigências para transferências, também há exigências para a destinação de recursos públicos para o setor privado. Vejamos o que a LRF diz sobre o assunto: Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais. Repare que a destinação de recursos é para cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas. Ou seja: recursos podem ser destinados para pessoas físicas ou pessoas jurídicas. Tanto faz! 😄 Além disso, a destinação deverá: • ser autorizada por lei específica; • atender às condições estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e • estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais. “Certo, mas essa regra se aplica a quem, professor?” 🤔 Vejamos: § 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil. “E o que se entende por ‘destinação de recursos públicos para o setor privado’? É só a transferência de recursos mesmo ou se houver um empréstimo ele também será considerado destinação de recursos públicos para o setor privado’?” 🧐 Vamos ler o próximo parágrafo do artigo: § 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital. Então não adianta tentar “mascarar” essa destinação de recursos públicos para o setor privado. Seja por meio de empréstimos, financiamentos, subvenções: quer destinar recursos para cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas? Vai ter que atender as exigências da LRF! 😤 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 11 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Continuando: Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação. Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financiamentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária. “O que isso quer dizer, professor?” 🤔 Quer que: “se for conceder crédito, não o faça perdendo dinheiro”. Ninguém empresta dinheiro para sair perdendo, certo? 😉 Nem mesmo a Administração Pública. Essa é a lição desse dispositivo. Por exemplo: imagine que um ente capte recursos ao custo de 5% a.a., mas ao emprestar dinheiro (conceder crédito), ele o faz por 3% a.a. Assim o ente estaria tomando um prejuízo, não é? 🤨 Você compraria uma mercadoria por R$ 5,00 e depois a venderia por R$ 3,00? Acho que não... 😅 Agora, é possível fazer empréstimo ou financiamento em desacordo com essa regra! Mas tem que haver autorização em lei específica. ☝ Preste atenção! Desde que haja autorização em lei específica, é possível que um ente faça empréstimo ou financiamento a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, com encargos financeiros, comissões e despesas congêneres inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação. Cobrir necessidades de PF ou déficits de PJ Requisitos Autorizada por lei específica Atender às condições da LDO Previsão na LOA ou créditos adicionais Administração indireta, exceto: Instituições financeiras BACEN Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 12 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Vamos em frente: Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário. § 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. Lembra quando alguns bancos receberam socorros bilionários dos governos após a crise global de 2007- 2008? 🧐 Pois é... isso não pode ocorrer no Brasil! Recursos públicos não podem ser utilizados para isso! 😤 Mesmo que esse socorro seja feito mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário. A não ser que haja uma lei específica autorizando isso! Aí sim os recursos públicos poderão ser utilizados para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional. 😄 Mas isso não impede que o Banco Central do Brasil às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a 365 dias. “E por que existe essa regra, professor? Por que, a princípio, os recursos públicos não poderão ser utilizados para socorrer essas instituições financeiras?” Primeiro porque dinheiro público, a princípio, não deve ser utilizado para ajudar um particular em especial. Ele deve ser utilizado em benefício de todos (e não de alguns). No entanto, se for do interesse público que essa instituição seja socorrida (se isso for melhor para a sociedade), então os recursos públicos poderão ser utilizados para isso. Segundo porque existem fundos e outros mecanismos já constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional específicos para a prevenção de insolvência (prevenir que o banco “quebre”, venha à falência). Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 13 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Questões para fixar VUNESP – Câmara Municipal de Campo Limpo – Procurador Jurídico – 2018 A destinação de recursos ao setor privado para a cobertura de necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica e atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias. Comentários: Exatamente como está escrito no artigo 26 da LRF: Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais. Gabarito: Certo VUNESP – Câmara Municipal de Campo Limpo – Procurador Jurídico – 2018 – adaptada As condições previstas na Lei Complementar 101/2000 para a transferência de recursos ao setor privado aplica-se a toda a Administração indireta, inclusive fundações públicas, empresas estatais, e instituições financeiras oficiais. Comentários: Aí não! 😁 As condições aplicam-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil. Gabarito: Errado CESPE – SEFAZ-ES – Consultor Executivo – 2010Salvo mediante lei específica, não podem ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário. Comentários: Exatamente como está escrito no artigo 28 da LRF. Não mudou uma letra! 😄 Gabarito: Certo Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 14 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Capítulo IX: Da Transparência, Controle e Fiscalização (arts. 48 a 59) Transparência da gestão fiscal A Lei de Responsabilidade Fiscal foi um marco para transparência pública! 😊 Se hoje você pode entrar no portal da transparência da União, do seu Estado e do seu Município para consultar o orçamento, as contas públicas, relatórios, e até mesmo dar aquela espiada na remuneração de algum servidor, você pode agradecer à LRF por isso. 😉 Porque foi ela que ampliou a obrigatoriedade de transparência nos atos públicos, ou seja, ela obrigou que os entes da Federação publicassem alguns documentos, os quais a LRF chama de instrumentos de transparência da gestão fiscal. O que? Você nunca bisbilhotou o portal da transparência?! 😳 Você não sabe o que está perdendo... 😅 Clica aqui para ver o da União (ele é bem completo): http://www.portaltransparencia.gov.br/ “Beleza, professor. Entendi. Mas o que foi que a LRF fez para assegurar essa transparência? E que instrumentos de transparência da gestão fiscal são esses?” 🤔 Ah! Excelente pergunta. Para respondê-la (e para acertar questões de prova) você precisa conhecer o artigo 48 da LRF: Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. ⚠ Atenção: as questões gostam de questionar quais são os instrumentos de transparência da gestão fiscal. Portanto, você deve memorizar essa listinha! 😉 Instrumentos de transparência da gestão fiscal Planos, diretrizes orçamentárias e orçamentos - PPA, LDO e LOA (arts. 3º a 7º) Prestações de contas anuais e respectivo parecer prévio (arts. 56 a 58) RREO e RGF (arts. 52 a 54) Versões simplificadas do RREO e RGF Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 15 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Repare que a LRF exige que a esses instrumentos seja dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público. Claro! Ainda mais hoje em dia, com toda essa tecnologia. Você chamaria de ampla divulgação algo que não está na internet? 😅 E tem mais: a Lei ainda exige que a divulgação desses documentos seja feita em linguagem simples e objetiva, porque de que adianta divulgar documentos se o cidadão comum não consegue entender? Divulgar um documento que o cidadão precisa fazer uma graduação para entender? Divulgar um documento que só 10% da sociedade consegue entender? Que transparência pública é essa? 🧐 Para mim não tem nada de público aí! 😤 Enfim, continuando, o artigo 48 nos apresenta outras formas pelas quais a transparência pública será assegurada: Art. 48, § 1o A transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). Lembra do orçamento participativo? 😏 Pois é. É nas famosas audiências públicas que população (ou determinados grupos) decide onde e como os recursos públicos devem ser investidos. A população participa diretamente da elaboração e discussão do orçamento público (PPA, LDO e LOA), definindo as prioridades de investimento do governo. Afinal, quem melhor para saber das necessidades da sociedade do que a própria sociedade? 😉 II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e Hoje em dia já temos a tecnologia que nos permite acompanhar em tempo real as informações sobre a execução orçamentária e financeira. Portanto, se a União, Estado ou Município empenhou alguma despesa, realizou uma licitação, arrecadou alguma receita, isso deve estar lá no seu portal da transparência. Se não estiver, denuncie ao Tribunal de Contas competente! 😄 III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. Beleza! Aí veio a Lei Complementar 156 de 2016 e adicionou mais parágrafos ao artigo 48 (vou fazer os comentários necessários): § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. § 3o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a serem definidos em instrução específica deste órgão, as informações necessárias para a Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 16 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ constituição do registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o § 4o do art. 32. É o Ministério da Fazenda que verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação (art. 32). Por isso que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão essas informações a esse Ministério. § 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e 3o ensejará as penalidades previstas no § 2o do art. 51. Não obedeceu a essas regras? Olha só o que vai acontecer: Art. 51, § 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. Você vai perceber que a LRF muitas vezes se remete a esse dispositivo. Em geral, toda vez que o ente descumprir algum prazo, ele ficará sujeito a essas sanções. Por isso, para memorizar, você pode utilizar o seguinte mnemônico: OT “Já sei! OT é de ‘otário’, né professor? ‘Perdeu o prazo, otário!’” Não! Mas poderia ser! 😂 Na verdade, OT significa: • O: contratação de Operações de crédito; • T: recebimento de Transferências voluntárias. Mas repare que, mesmo impedido, o ente ainda pode realizar operações de crédito destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. Continuando nos parágrafos do artigo 48: § 5o Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput. Se enviou nos conformes, então cumpriu o dever de ampla divulgação. § 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia. ⚠ Atenção: é um sistema único de execução orçamentária! E ele é mantido e gerenciadopelo Poder Executivo. Não é “cada órgão utiliza o seu sistema específico e depois a gente junta tudo”. O sistema é único! 😉 Beleza! 😄 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 17 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Agora, se você lembra bem, eu falei que “se a União, Estado ou Município empenhou alguma despesa, realizou uma licitação, arrecadou alguma receita, isso deve estar lá no seu portal da transparência.” Isso porque a transparência também será assegurada mediante a liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público (LRF, art. 48, II, que acabamos de ver). E é aqui que entra o artigo 48- A: ele define como será a liberação dessas informações, olha só: Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. Note que a disponibilização de informações é para qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica! ☝ Agora, imagine que você fez uma compra num site, mas não recebeu o número do seu pedido. O produto está demorando muito para chegar então você entra em contato com a empresa e diz: “olha, comprei o produto X aí no seu site e ele está demorando”. A primeira pergunta que vão lhe fazer é: “qual é o número do pedido?” Milhares de pessoas também fizeram a mesma compra. Como a empresa vai identificar a sua se você não tem o número do pedido? 🤔 Da mesma forma, como o cidadão vai controlar a Administração Pública (controle social 😏) se ele não tem o mínimo de informações sobre a despesa? É por isso que os entes da Federação devem disponibilizar o mínimo de dados referentes: • ao número do correspondente processo; • ao bem fornecido ou ao serviço prestado; • à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento; e • quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado (porque algumas despesas não precisam ser licitadas). E tem mais: não basta divulgar só quando terminar o mês ou o bimestre. É para divulgar no momento da realização da despesa (lembrando que na execução orçamentária, a realização da despesa se dá no empenho). Portanto, o ente empenhou uma despesa? Tem que colocar logo no portal da transparência! 😤 Quanto às informações acerca da receita, preste atenção: até mesmo as informações referentes a recursos extraordinários devem ser divulgadas. “Professor, isso tudo parece muito lindo no papel. E eu entendo que até seja tranquilo para a União, Estados e alguns Municípios mais ricos divulgarem tudo isso. Mas eu tenho dificuldade em acreditar que um município lá do cafundó do Judas, aquele ‘interiorzão’ mesmo, faça a mesma coisa. Eles também têm que divulgar tudo?” 🤔 Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 18 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Sim! Esse é o milagre da internet! 😂 Com um computador e uma conexão à internet, você pode divulgar essas informações onde quer que você esteja. 😃 Mas o legislador sabe que não é tão fácil assim fazer isso nos municípios pequenos. Às vezes a internet não chega lá e a divulgação dessas informações implicaria em mudanças na rotina de trabalho, contratação de servidores, etc. Por isso que a Lei Complementar 131 de 2009 deu um prazo para os entes da Federação se adaptarem a essas regras. Os prazos variam de acordo com o número de habitantes do ente. Observe: Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A: I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data de publicação da lei complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23. Vamos tomar como exemplo os Municípios que tenham até 50.000 habitantes. Eles tiveram 4 (quatro) anos (até 2013) para se adaptarem e cumprir as seguintes determinações do artigo 48 e 48-A: • liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; • adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A; • disponibilização a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a despesa e receita. Se não o ente não atendeu esses prazos, o bicho vai pegar: ele ficará proibido de receber transferências voluntárias! Lembrando sempre que esse bicho é um cachorrinho fofinho 😅: o ente ainda pode receber transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência social (assistência social! Não “segurança”). 😄 Mas tem um detalhe aqui, que não está na LRF, mas sim na Lei 12.527/11: Art. 8º, § 4º - Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 19 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Isso mesmo! Aqueles municípios (lá no cafundó do Judas 😅) que tenham menos de 10.000 habitantes estão dispensados da divulgação obrigatória na internet. Realmente, ainda hoje às vezes a rede nem chega nesses lugares (e essa lei é de 2011, naquela época o a amplitude da rede de internet era ainda menor). Por isso o legislador os dispensou dessa obrigação. Mas eles não estão completamente liberados 😏: eles ainda têm que divulgar, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira. ☝ Questões para fixar FCC - DPE-AM - Analista em Gestão Especializado de Defensoria - Ciências Contábeis – 2018 De acordo com a Lei n° 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal − LRF, a transparência será assegurada por meio da liberação, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira em meios eletrônicos de acesso público. Comentários: Isso mesmo! De acordo com o artigo 48, § 1º, II, da LRF: Art. 48, § 1º A transparência será assegurada também mediante: II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acessopúblico; Gabarito: Certo CESPE - STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018 O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas da União sobre as contas prestadas anualmente pelo presidente da República está dispensado de divulgação nos meios eletrônicos de acesso público. Comentários: Dispensado? Não! Olha só: Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Gabarito: Errado FGV - Câmara de Salvador - BA - Analista Legislativo Municipal - Área Financeira – 2018 São dispensados de divulgação obrigatória na internet, mas mantidas a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no Art. 73-B da Lei de Responsabilidade Fiscal, os municípios com população de até: A) 10.000 habitantes; B) 20.000 habitantes; C) 25.000 habitantes; D) 30.000 habitantes; E) 50.000 habitantes. Comentários: Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 20 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ A resposta está na Lei 12.527/11: Art. 8º, § 4º - Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Gabarito: A CESPE - TCE-PR - Analista de Controle - Administração– Analista – 2016 Devido ao fato de existirem vários instrumentos de transparência, a exemplo do PPA, da LDO e da LOA, que garantem aos entes federativos o acesso irrestrito aos dados da gestão financeira, orçamentária e fiscal, não há a necessidade de se promover a participação popular como ferramenta de transparência. Comentários: PPA, LDO e LOA realmente instrumentos de transparência da gestão fiscal, e há sim a necessidade de se promover a participação popular como ferramenta de transparência, olha só: Art. 48, § 1o A transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; Gabarito: Errado FCC - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário – Contadoria – 2011 De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, são instrumentos de transparência da gestão fiscal: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Comentários: Exatamente como está no artigo 48 da LRF, quer ver? Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Gabarito: Certo Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 21 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Contas do Chefe do Poder Executivo Observe o seguinte dispositivo constitucional: Art. 31, § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. A LRF olhou pra isso e disse: “60 dias? Isso não é transparência! Transparência é quando o cidadão tem o direito de consultar as contas do gestor municipal a qualquer momento! Afinal, o cidadão está pagando seus tributos e confiando o seu dinheiro àquele gestor. Nada mais justo do que poder consultar as suas contas quando bem entender”. Por isso a LRF estendeu essa obrigação constitucional. Agora, as contas do Chefe do Poder Executivo (federal, estadual e municipal) ficarão disponíveis durante todo o exercício! Olha só: Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício. Quem pode consultar? Só os cidadãos? 🧐 Não! Instituições da sociedade também podem! 😉 “Professor, mas uma norma infraconstitucional pode fazer isso: ampliar uma obrigação constitucional? Não há uma contradição aí? A Constituição fala em 60 dias e a norma infraconstitucional (a LRF) fala ‘durante todo o exercício’?” 🤔 Claro que a LRF pode fazer isso! Ela não poderia era diminuir o número de dias que as contas ficariam disponíveis, porque então estaria confiscando um direito garantido pela própria Constituição. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 22 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Questões para fixar VUNESP – TJ-SP – Contador Judiciário – 2019 As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. Segundo a lei de responsabilidade fiscal, esse texto é a interpretação quanto ao princípio da a) Transparência. b) Accountability. c) Legalidade. d) Anualidade. e) Totalidade. Comentários: Como afirma o próprio MCASP 8ª edição: o princípio da transparência aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49 da LRF. Quer ver o artigo 49 da LRF? Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. Gabarito: A CESPE – MS - Técnico de Contabilidade – 2010 As contas apresentadas pelo chefe do Poder Executivo ficam disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração. Comentários: Exatamente! 😃. Agora, as contas do Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis durante todo o exercício (e não mais somente durante 60 dias, como está escrito na CF/88, art. 31, § 3º). Olha só como isso está na LRF: Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. Gabarito: Certo Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 23 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Das Prestações de Contas A LRF também traz alguns dispositivossobre as prestações de contas, sendo que boa parte deles está suspensa pela ADIn 2.238-5. Então vejamos: Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. O caput do artigo 56 é um dos dispositivos que está suspenso pela ADIn 2.238-5 (marquei em vermelho a parte problemática), porque, do jeito que está redigido, ele retira a competência das Cortes de Contas para julgar as contas dos chefes dos respectivos Poderes, o que está em desacordo com as regras estabelecidas no art. 71, I e II, da CF/88: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; A lição aqui é a seguinte: O Tribunal de Contas emite parecer prévio somente para as contas do chefe do Poder Executivo, que serão posteriormente julgadas pelo Poder Legislativo (conforme art. 49, IX, da CF/88 e dispositivos simétricos das constituições estaduais e leis orgânicas). Em outras palavras, o parecer prévio é exclusivo para o chefe do Poder Executivo. 😊 Todas as outras contas (como as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, citadas no caput do artigo 56) serão efetivamente julgadas pela Corte de Contas. 😄 Tribunais de Contas Parecer prévio Chefe do Poder Executivo Julga O resto (administradores e demais responsáveis) Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 24 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ É por esse mesmo motivo que todo o artigo 57 está suspenso (marquei em vermelho a parte problemática): Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais. § 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias. § 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio. Vamos agora ver o trecho do julgado que o suspendeu: “a referência a ‘contas de Poder’, no § 2º do art. 57, evidencia a abrangência, no termo "contas" constante do caput do artigo, daqueles cálculos decorrentes da atividade financeira dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, que somente poderão ser objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente (inciso II do art. 71 da Constituição).” Preste atenção! Todo o artigo 57 está suspenso, porque os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio somente sobre as contas do chefe do Poder Executivo. “E as contas dos Tribunais de Contas, professor? Quem vai apreciá-las? O próprio Tribunal de Contas?” 🤔 Boa pergunta! Elas serão apreciadas por meio de um parecer da Comissão Mista de Planos, Orçamento e Fiscalização (CMO) – ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais. Veja só o § 2º do artigo 56: § 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais. “Entendi. E as contas do Poder Judiciário, professor? Porque é tanto tribunal ali que a pessoa se perde...” 😅 É verdade! 😁 Mas é o seguinte: § 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito: I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 25 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ E, se às contas e aos pareceres são dadas ampla divulgação, aos resultados da apreciação dessas contas não poderia ser diferente: § 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas. E para finalizar essa parte, dê uma lida no artigo 58 da LRF: Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições. Da Escrituração e Consolidação das Contas Já imaginou a bagunça que seria se cada ente da Federação escriturasse suas contas do jeito que bem entender? 🤨 Imagina o trabalhão que iria ser juntar tudo isso, extrair informações de tudo isso... 😫 E mais: imagina a qualidade dessa consolidação... Seria parecido com aqueles trabalhos de escola: “cada um faz a sua parte. Depois a gente tudo e vai dar certo!” Vai... vai dar muito certo. 😒 Um coloca ponto. Outro coloca vírgula. Um vê vestido azul e preto. Outro vê vestido branco e dourado. Um escuta Laurel. Outro escuta Yanny. (Não entendeu essa? Coloca “Laurel Yanny” no Google! 😅). Enfim, o resultado é uma junção de partes que não se comunicam com as demais, cheias de contradições e feitas com parâmetros totalmente diferentes. Ou seja: o famoso trabalho Frankenstein! 😅 Não dá para confiar num trabalho desses. Não seria bem melhor se todos os coleguinhas já combinassem como iriam fazer o trabalho, antes de começá-lo? 🤔 Então, não seria bem melhor se todos os entes da Federação obedecessem às mesmas regras de escrituração? Assim a consolidação das contas ficaria bem mais fácil, rápida e confiável. 😏 É por isso que a LRF dispõe que: Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; Esquematizando: • Disponibilidade de caixa: registro próprio; • Recursos vinculados: escriturados de forma individualizada (para destacá-los). II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; A propósito, segundo o MCASP 8ª edição: regime de competência “é o regime contábil segundo o qual transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (não necessariamente quando caixa e Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 26 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ equivalentes de caixa são recebidos ou pagos). Portanto, as transações e os eventos são registrados contabilmente e reconhecidos nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. “ Já o regime de caixa é o regime contábil segundo o qual transações e outros eventos são reconhecidos quando do recebimento ou pagamento de caixa ou equivalentes de caixa. Dica do professorSérgio Quando você ver a palavra “financeiro”, pense logo em dinheiro em espécie (cash 💵 💵 💵). E dinheiro em espécie é registrado pelo regime de caixa! 😉 III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente; IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos; V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor; VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos. § 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações intragovernamentais. ⚠ Atenção para a pegadinha: excluir-se-ão as operações INTRAgovernamentias (e não as operações INTERgovernamentais). Intra = dentro. Inter = entre. § 2o A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67. Detalhe: o órgão central de contabilidade da União é a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). § 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Beleza! 😄 • Regime de competênciaDespesa • Regime de caixaFluxos financeiros Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 27 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Só que além de combinar as regras do trabalho, os coleguinhas também têm que combinar a data que cada um irá entregar a sua parte, para dar tempo de consolidar tudo e entregar o trabalho bonitinho! 😄 Pois bem. Os entes também têm prazo para entregar as suas contas para que alguém possa fazer a consolidação delas. 🧐 “Que prazo é esse, professor? Quem vai fazer essa consolidação?” 😳 Calma! Tudo isso está na LRF: Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. § 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos: I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril; II - Estados, até trinta e um de maio. “Por que os municípios têm que entregar antes, professor? Depois os Estados e depois a União?” Ora! O Brasil tem mais de 5.500 municípios! Você acha que é fácil assim consolidar as contas de todos eles? Isso requer tempo! Por isso que eles têm que entregar logo. Em seguida são os Estados: são 26 mais o Distrito Federal. E por último, a União, que é uma só. “E o que acontece se um ente não entregar suas contas no prazo?” 🤔 Ah! Essa eu já falei! Descumpriu prazo para encaminhar suas contas ao Poder Executivo da União? 🧐 OT O ente da Federação fica impedido de receber transferências voluntárias e contratar operações de crédito, mas ainda poderá contratar operações de crédito destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária (LRF, art. 51, § 2º). Vamos ver a literalidade da lei, só para gravar: Art. 51, § 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. Até 30/abril Até 31/maio Consolidação nacional das contas Municípios (com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado) Até 30/junho Estados União Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 28 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Questões para fixar CESPE – TCE-RN - Auditor – 2015 Quando envolverem demonstrações conjuntas, as operações intergovernamentais devem ser excluídas para que não sejam computadas em duplicidade. Comentários: Eu avisei sobre essa pegadinha! Olha só: § 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações INTRAgovernamentais. Intra! E não inter! 😏 Gabarito: Errado CESPE – TCE-RN - Inspetor - Tecnologia da Informação – 2015 O resultado dos fluxos financeiros deve ser apurado pelo regime de caixa. Comentários: Questão curta e grossa. Então também vou ser: 😂 Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; Gabarito: Certo CESPE – TCE-RN - Inspetor - Tecnologia da Informação – 2015 Para fins de disponibilidade de caixa, os recursos vinculados a uma despesa obrigatória devem ser identificados e escriturados de forma individualizada. Comentários: É isso mesmo. De acordo com a LRF: Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; Gabarito: Certo Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 29 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Da Fiscalização da Gestão Fiscal Ok! Mas prestar contas não é suficiente! É preciso que alguém fiscalize a gestão, mais especificamente a gestão fiscal (para conferir se a Administração está gerindo o patrimônio público com responsabilidade fiscal 😏). “E quem vai fazer isso, professor?” 🤔 O Poder Legislativo! “Mas por que o Poder Legislativo, professor?” 🤨 Porque ele representa o povo! 😃 Mas ele não atua sozinho! Ele terá a ajuda dos Tribunais de Contas, verdadeiros guardiões dos recursos públicos. E tem ainda outra “pessoa” que fiscaliza a gestão fiscal também: o sistema de controle interno de cada Poder! Pois bem. Essa galera aí vai fiscalizar o cumprimento das normas previstas na LRF, sendo que algumas regras são mais importantes do que as outras, não é mesmo? Por isso, eles darão ênfase a essas regras. Veja só: Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23; IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites; V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar; VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver. Pronto! 😃 Agora, os Tribunais de Contas possuem uma tarefa especial dentro dessa fiscalização: são eles que irão alertar os Poderes ou órgãos de que algum risco ao equilíbrio das contas públicas está acontecendo.Observe: § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem: I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o; Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 30 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Essa é a possibilidade de ocorrência de limitação de empenho! 😉 “Cuidado gestor! Sua arrecadação poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado. É possível que você tenha que fazer limitação de empenho, hein?!”. Esse é o alerta! 😉 II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite; III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites; Esse é o famoso limite de alerta (90%)! Repare que isso será feito para: • a despesa total com pessoal; • os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia. E aqui eu ressalto que não há sanções! É só um alerta! É como se o Tribunal de Contas estivesse dando um aviso (um alerta 😏) ao Poder ou órgão: “olha, você está chegando perto do seu limite máximo, hein?! Já está em 90%. Estou alertando...”. Preste atenção! No limite de alerta não há sanções! É só um alerta! IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei; V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária. Os Tribunais de Contas alertarão quando possibilidade de ocorrência de limitação de empenho limite ultrapassou 90% Despesa total com pessoal Montantes das dívidas consolidada e mobiliária Gastos com inativos e pensionistas acima do limite fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 31 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Mas os Tribunais de Contas ainda fazem mais: § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20. § 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39. Quer dizer: o Tribunal de Contas da União (TCU) acompanhará o cumprimento disto aqui: Art. 39 (...) § 2º O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira. § 3º A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público. § 4º É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária. Questões para fixar FCC – TCE-GO – Analista de Controle Externo – 2014 Os Tribunais de Contas, nos termos da Lei Complementar nº 101/2000, fiscalizarão a gestão fiscal, com ênfase, no que se refere, entre outros, a) os limites e condições para abertura de créditos especiais destinados as despesas de caráter emergenciais e as inscrições em restos a pagar. b) o cumprimento da programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. c) o atingimento das metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO e as providências tomadas, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites. d) a aplicação de recursos vinculados e a destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos. e) o atingimento das metas de arrecadação estabelecidas na Lei Orçamentária Anual − LOA e as medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite. Comentários: A resposta está no § 1º do artigo 59 da LRF. Vejamos as alternativas: a) Errada. Essa não é uma das ênfases. Na verdade, a ênfase é no que se refere a limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar (LRF, art. 59, II). b) Errada. Na verdade, a ênfase é no cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver (LRF, art. 59, VI). c) Correta. Agora sim. É isso que está lá no artigo 59, incisos I e III. d) Errada. A aplicação de recursos vinculados não é uma das ênfases da fiscalização da gestão fiscal. 😄 e) Errada. As metas de arrecadação não estão na LOA! 😉 Gabarito: C Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 32 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ RREO e RGF Essa é a parte mais importante da aula! ☝ As questões adoram fazer confusão entre o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF). Para facilitar a memorização e o entendimento, sugiro você pensar no nome de cada relatório, assim você consegue ter uma noção do que está em cada um (assim você pode até responder questões de prova com base no “bom senso”). Também resolva muitas questões e guarde com carinho o quadro comparativo que vou apresentar no final dessa seção. O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) trata da execução orçamentária. “E o que é exatamente essa ‘execução orçamentária’ que você tanto fala, professor?” 🤔 É arrecadar receitas e empenhar despesas! 😄 Pois bem. O RREO permite que a sociedade, por meio dos diversos órgãos de controle, conheça, acompanhe e analise o desempenho da execução orçamentária. É elaborado a cada bimestre (período mais curto) justamente para permitir esse acompanhamento. O RREO já estava previsto na CF/88, olha só: Art. 165, § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. Já o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), que é novidade da LRF, trata da gestão fiscal. Busca responder às seguintes perguntas: “como está a situação fiscal? O ente está agindo com responsabilidade fiscal?” 🤔. O RGF está mais relacionado com o acompanhamento das atividades financeiras do Estado, por isso nele constam informações necessárias à verificação da conformidade com os limites relativos às despesas com pessoal, às dívidas consolidada e mobiliária, à concessão de garantias, e às operações de crédito. Será elaborado a cada quadrimestre (prazo mais longo). A primeira grande pegadinha é quanto aos prazos! Por isso, preste atenção (é assim que você vai memorizar e nunca mais errar questões sobre isso): • RREO tem 2 R’s no nome. 2 = bi. Portanto, RREO é bimestral. • RGF é o Relatório de Gestão Fisqual. “Fis o que?” Fisqual, de quadrimestre. RGF é quadrimestral. Só ressalto o seguinte: Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes podem optar por divulgar semestralmente: • O Relatório de Gestão Fiscal (RGF); • Os demonstrativos do RREO (⚠ não é o RREO todo. São só os demonstrativos que acompanham o RREO, que estão no artigo 53 da LRF). •2 R's (bimestral)RREO •RG Fisqual (quadrimestre)RGF Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 33 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Quer ver essa regra na LRF? Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinquenta mil habitantes optar por: II - divulgar semestralmente: b) o Relatório de Gestão Fiscal; c) os demonstrativos de que trata o art. 53; (demonstrativos do RREO) Aproveitando que estamos aqui, também é facultado a esses municípios optar por: • Verificar os limites de despesa total com pessoal, • Verificar os limites da dívida consolidada, ao final do semestre! 😃Isso significa que, em vez de realizar essas verificações ao final de um quadrimestre (três vezes por ano), esses municípios podem realizá-las ao final de um semestre (duas vezes por ano). Beleza! 😄 Então eu vou fazer o seguinte: vou lhe apresentar os artigos referentes a esses dois instrumentos de transparência da gestão fiscal, fazendo os devidos comentários. Assim você fica com um material completo e com a íntegra dos dispositivos (leia tudo! Não negligencie a literalidade da lei). 😉 Mas eu já adianto que você vai visualizar a diferença entre os dois bem melhor no quadro comparativo e nos mnemônicos que vou apresentar depois! 😅 Partiu? 😄 Aqui estão os artigos referentes ao RREO: Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de: I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as: a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; II - demonstrativos da execução das: a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; c) despesas, por função e subfunção. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 34 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ § 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida. § 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51. Falei que a LRF remete muito a esse dispositivo, não falei? 😏 Descumpriu o prazo para publicação do RREO (30 dias após o encerramento do bimestre)? Então: OT O ente da Federação fica impedido de receber transferências voluntárias e contratar operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária (LRF, art. 51, § 2º). Agora nós veremos os demonstrativos que acompanharão o RREO. Detalhe é que somente o RREO possui demonstrativos que acompanham o relatório. O RGF não! Portanto, se você ver uma questão falando em “acompanha o relatório (...)” saiba que estamos no RREO. 😉 Lembre-se que esses demonstrativos do RREO podem ser divulgados semestralmente, caso o Município com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes opte por fazer isso. ☺ RREO Balanço Orçamentário por categoria econômica receitas por fonte despesas por GND Demonstrativos da execução receitas por categoria econômica por fonte despesas por categoria econômica por GND por função e subfunção Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 35 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a: I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício; II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50; III - resultados nominal e primário; IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o; V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar. Tudo muito relacionado à execução orçamentária, não acha? 😏 Agora, o exercício financeiro possui 6 bimestres, não é mesmo? Sendo que o último bimestre coincide com o encerramento do próprio exercício financeiro. Por isso que o relatório do último bimestre é especial: ele terá mais informações, mais demonstrativos. 😄 Vamos conferir: § 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos: I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32; Essa é a regra de ouro: as Operações de Crédito (OC) devem ser menores ou iguais às Despesas de Capital (DK). II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos; III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes. Beleza! 😄 Você sabe que nem sempre as coisas acontecem do jeito que nós planejamos, não é? 🧐 Então... Se a execução orçamentária não ocorreu do jeito que foi planejado, é bom que a Administração Pública explique o porquê, dê justificativas. Olha só: § 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas: I - da limitação de empenho; II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança. Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 36 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Pronto! Esse foi o RREO. 😄 Agora vamos para o RGF: Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo: I - Chefe do Poder Executivo; II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo; III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário; IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados. Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20. Aqui é possível notar uma diferença interessante entre o RREO e o RGF. 🤔 Se você voltar ao caput do artigo 52, verá que lá tem escrito assim: o RREO “abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público”. Isso significa que existe um relatório só por cada ente da Federação. Um relatório para a União, um relatório para o Estado, um relatório para o DF e um relatório para o Município. Ele vai ser assinado pelo Chefe do Poder Executivo em conjunto com o profissional de contabilidade responsável pela elaboração do relatório. Já o RGF é elaborado em cada um dos Poderes e órgãos (que estão lá no artigo 20 da LRF), inclusive pelo Ministério Público. Por isso, temos um relatório por cada Poder, em cada ente da federação. Por exemplo: um relatório do Poder Executivo federal, um relatório do Poder Legislativo federal, um relatório do Poder Judiciário federal, etc. • Um por cada ente (que abrange todos os Poderes)RREO • Um por cada PoderRGF Thiago Lopes - Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães Aula 13 37 de 80| www.direcaoconcursos.com.br Administração Financeira e Orçamentária – TCE-RJ Agora vejamos o que está no RGF: Art. 55. O relatório conterá: I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes: a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; b) dívidas consolidada e mobiliária; c) concessão de garantias; d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita; e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o; O inciso II do art. 4º foi vetado! 🚫 Não se preocupe com ele! 😉 Só que o RGF não somente faz
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