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Thiago Lopes -
Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães 
 Aula 13 
 
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Administração Financeira e Orçamentária – 
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Aula 13 – LRF Parte 3: transferências 
voluntárias. Destinação de recursos 
públicos para o setor privado. Prestação de 
Contas e Transparência na gestão fiscal. 
RREO e RGF 
AFO p/ TCE-RJ 
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Sumário 
SUMÁRIO ............................................................................................................................................... 2 
CAP. V: DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS (ART. 25) ........................................................................ 5 
CAP. VI: DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO (ARTS. 26 A 28) ................ 10 
CAPÍTULO IX: DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO (ARTS. 48 A 59) .................................. 14 
TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL ........................................................................................................................ 14 
Contas do Chefe do Poder Executivo ............................................................................................................... 21 
DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS ............................................................................................................................... 23 
DA ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS .................................................................................................. 25 
DA FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL ..................................................................................................................... 29 
RREO E RGF ...................................................................................................................................................... 32 
QUESTÕES COMENTADAS - CESPE ........................................................................................................ 42 
LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 67 
GABARITO - CESPE ................................................................................................................................ 73 
RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................ 74 
 
 
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Dica de um concursado para um concurseiro 
Utilize as redes sociais de forma inteligente! 
Siga pessoas e perfis que lhe acrescentam algo. Que lhe entregam valor! No Instagram e no YouTube, 
você pode ativar notificações dos seus perfis favoritos, por exemplo. 
Você também pode controlar o tempo que passa no celular e/ou na rede social. Você pode se surpreender 
com o tanto de tempo que você “perde” com isso. Tempo que poderia ser utilizado de forma melhor. Não 
necessariamente estudando. Você pode usar esse tempo para passar mais tempo com a família, fazer 
exercícios, namorar... todas são atividades que potencializam os seus estudos! 😉 
Utilize as redes sociais de forma inteligente! 
 
Mentalidade dos campeões 🏆 
Pensamentos conduzem a sentimentos. Sentimentos conduzem a ações. Ações conduzem a resultados. 
No que você está pensando? Que não vai passar ou que vai passar? Que não vai conseguir ou que vai 
conseguir? 
Cuidado com o que você pensa! Pensamentos conduzem a resultados! 
 
 
 
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 Professor Sergio Machado (https://www.youtube.com/channel/UCvAk1WvzhXG6kV6CvRyN1aA) 
 ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado) 
 ProfSergioMachado (https://www.instagram.com/profsergiomachado) 
 
 
 
 
 
 Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes) 
 www.marcelguimaraes.com.br 
 
@profsergiomachado 
@prof.marcelguimaraes 
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Cap. V: das transferências voluntárias (art. 25) 
Já conversamos um pouco sobre transferências voluntárias. Conversamos sobre como o ente da 
Federação fica proibido de recebê-las caso não institua, preveja e efetivamente arrecade todos os impostos de 
sua competência, ou caso não alcance a redução de despesa total com pessoal dentro do prazo estabelecido. 
E agora chegou a hora de estuda-las um pouco mais a fundo. 
Então eu pergunto: o que é uma transferência voluntária? 🤔 
“É uma transferência que algum ente fez porque quis, professor. Fez de forma voluntária!” 
Bingo! Exatamente! 😃 Aqui não tem segredo: o ente faz uma transferência porque ele quis fazer e não 
porque foi obrigado por alguma determinação constitucional ou legal. Isso é uma transferência voluntária. 
Quando você se dispõe a fazer um trabalho voluntário, você trabalha porque quer, porque tem vontade, e o faz de forma 
espontânea (não forçada). Ninguém lhe obrigou a estar ali. Você que escolheu estar ali. 
Quando um ente da Federação se dispõe a fazer uma transferência voluntária, é a mesma coisa! Ninguém obrigou ele a 
transferir aqueles recursos. Ele o fez porque quis. 
Então vejamos como a LRF trata desse tema: 
Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de 
recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou 
assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao 
Sistema Único de Saúde. 
Perceba como as transferências voluntárias foram conceituadas por exclusão, ou seja, em vez de dizer o 
que são transferências voluntárias, a LRF diz o que não são transferências voluntárias. 😉 
E transferências voluntárias são transferências que não decorrem de determinação constitucional, legal 
ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. Em outras palavras, transferências voluntárias não são: 
• Transferências constitucionais: aquelas estabelecidas pela CF/88 (a exemplo do Fundo de 
Participação dos Estados – FPE, Fundo de Participação dos Municípios – FPM, etc.) 
• Transferências legais: aquelas estabelecidas por lei específica que não dependem de convênios 
para transferência (a exemplo das transferências automáticas na área de educação e das 
transferências fundo a fundo na área de saúde). 
Portanto, se um ente está entregando recursos (correntes ou de capital, tanto faz) a outro ente da 
Federação (não a um particular) e essa transferência não é decorrente de determinação constitucional, legal 
ou esses recursos não são destinados ao SUS, então aquele ente só está entregando esse dinheiro porque quer! 
Ele está voluntariamente transferindo os recursos, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira. 
Essas são as transferências voluntárias. Entendeu? 😉 
Preste atenção! 
Transferências voluntárias são transferências que não decorrem de determinação constitucional, 
legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. 
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Mais um detalhe: para quem pode ser feita uma transferência voluntária? 🤔 
Para outro ente da Federação! 😄 
Para particulares, entidades privadas, não! Transferências voluntárias são somente para outro ente da 
Federação! 
Preste atenção! 
Transferências voluntárias são somente para outro ente da FederaçãoBeleza! 😄 
Mas você acha que é fácil assim fazer uma transferência voluntária? É só acordar num belo dia, decidir 
que quer entregar dinheiro para outra pessoa e pronto? 🧐 
Não é bem assim... ☺ 
Se o ente quiser transferir recursos de forma voluntária, ele (transferidor) e o recebedor (beneficiário) 
precisam cumprir algumas exigências. ☝ 
Afinal, como você se sentiria se você confiasse a administração do seu suado dinheiro a alguém que, sem o mínimo de zelo 
e cuidado, constantemente entregasse os seus recursos para alguém que está inadimplente, que não presta contas e que 
não cumpre requisitos mínimos estabelecidos pela lei? 
Certamente você ficaria com raiva! 😡 🤬 
Então vejamos quais são as exigências: 
Art. 25, § 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei 
de diretrizes orçamentárias: 
I - existência de dotação específica; 
II - (VETADO) 
III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição; 
Transferências Voluntárias
Entrega de recursos 
(correntes ou de 
capital)
A outro ente da Federação
Não pode ser 
decorrente de
Determinação constitucional
Determinação legal
Sistema Único de Saúde 
(SUS)
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Essas são as exigências feitas do transferidor (aquele que está transferindo os recursos). 
Repare que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também estabelece algumas exigências. 😉 
“Professor, e que exigência é essa aí do inciso III?” 
Ah! É a seguinte (CF/88): 
Art. 167. São vedados: (...) 
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de 
receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas 
com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Resumindo: é vedado fazer transferência voluntária ou conceder empréstimo para pagar salários, para 
pagar despesas com pessoal ativo, inativo ou pensionista! 😤 
Pronto! O transferidor só precisa cumprir essas duas condições: ter dotação orçamentária específica para 
a transferência e não fazer a transferência para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e 
pensionista. 
Continuando no mesmo parágrafo da lei, agora vamos encontrar as exigências feitas do beneficiário: 
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: 
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente 
transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos; 
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde; 
c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por 
antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal; 
d) previsão orçamentária de contrapartida. 
Portanto, veja que o ente transferidor não pode sair entregando recursos de forma voluntária para 
qualquer um. O beneficiário dessas transferências voluntárias precisa “andar na linha” se quiser estar apto a 
receber tais recursos! 😏 
 
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Exigências para realização de transferências voluntárias 
Transferidor Beneficiário 
Dotação orçamentária específica 
Estar em dia com o pagamento de tributos, 
empréstimos e financiamentos devidos ao ente 
transferidor 
Não fazer a transferência para pagamento de 
despesas com pessoal ativo, inativo e 
pensionista 
Estar em dia com a prestação de contas de recursos 
anteriormente recebidos 
 
Estar cumprindo os limites constitucionais relativos à 
educação e à saúde 
Estar cumprindo os limites: 
• das dívidas consolidada e mobiliária; 
• de operações de crédito, inclusive ARO 
• de inscrição em Restos a Pagar; e 
• de despesa total com pessoal 
Ter previsão orçamentária de contrapartida 
Ah! Tem mais uma regra sobre as transferências voluntárias: 
Art. 25, § 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada. 
Isso significa que a utilização dos recursos transferidos se encontra vinculada ao objeto pactuado, sendo 
vedada a utilização de recursos transferidos com finalidade diversa da pactuada. 
Por exemplo: se a transferência voluntária foi para a construção de um novo hospital, então esses recursos só podem ser 
para a construção do novo hospital. 
“E como as transferências voluntárias são feitas, professor?” 
Na União, por exemplo, são feitas por meio de convênios, contratos de repasse e termos de parceria. 
Para finalizar, vou lhe lembrar da enorme colher de chá que a LRF dá aos entes da Federação que estão 
proibidos de receber transferências voluntárias: 
Art. 25, § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes 
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência 
social. 
Lembre-se: se o ente não respeitas algumas regras da LRF, o bicho vai pegar! Mas o bicho é um 
cachorrinho fofinho! 🐶 😂 
É como se a LRF dissesse: “Ente, você não pode receber transferências voluntárias! Mas se forem relativas a 
ações de educação, saúde e assistência social, você pode continuar recebendo”. ☺ 
Ora! Justamente os maiores gastos do ente! Ele quer receber transferências voluntárias para mais o que? 
Essa sanção aí não faz nem cosquinhas! 😂 
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Só preste atenção no seguinte: as exceções para recebimento de transferências voluntárias (mesmo que 
o ente esteja proibido de recebê-las no momento) são as transferências relativas a ações de educação, saúde e 
assistência social. 
Eu disse: educação, saúde e assistência social. ✅ 
Eu não disse: educação, saúde e segurança. ❌ 
Essas últimas são as exceções à contratação de pessoal para reposição decorrente de aposentadoria ou 
falecimento, caso o ente tenha ultrapassado o limite prudencial (95%) da despesa total com pessoal (LRF, art. 
22, IV). 
Exceções para contratação de pessoal quando 
despesa total com pessoal exceder o limite 
prudencial (95%) 
Exceções para recebimento de transferências 
voluntárias 
Educação Educação 
Saúde Saúde 
Segurança 🔫 Assistência social 💚 
Questões para fixar 
VUNESP – Câmara Municipal de Olímpia – Procurador Jurídico – 2018 
São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, a 
comprovação, por parte do beneficiário, de previsão orçamentária de contrapartida. 
Comentários: 
Exatamente! Essa é uma das exigências feitas do beneficiário da transferência voluntária, prevista na LRF: 
Art. 25, § 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes 
orçamentárias: (...) 
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: (...) 
d) previsão orçamentária de contrapartida. 
Gabarito: Certo 
CESPE – Polícia Federal – Perito Criminal Federal – 2004 
A suspensão das transferências voluntárias entre entes da Federação é uma das sanções mais comuns pelo 
descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. As ações na área de segurança pública constituem uma das poucas 
exceções à aplicação dessas sanções. 
Comentários: 
Opa! A segurança pública é uma das exceções para contratação de pessoal quando despesa total com pessoal exceder o 
limite prudencial (95%). 
As exceções para recebimento de transferências voluntárias (mesmo que o ente esteja proibido de recebê-las no 
momento) são as transferências relativas a ações de educação, saúde e assistência social. 
Gabarito: Errado 
 
ThiagoLopes -
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Cap. VI: da destinação de recursos públicos para o 
setor privado (arts. 26 a 28) 
Do mesmo jeito que há exigências para transferências, também há exigências para a destinação de 
recursos públicos para o setor privado. 
Vejamos o que a LRF diz sobre o assunto: 
Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas 
ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições 
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos 
adicionais. 
Repare que a destinação de recursos é para cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas 
jurídicas. Ou seja: recursos podem ser destinados para pessoas físicas ou pessoas jurídicas. Tanto faz! 😄 
Além disso, a destinação deverá: 
• ser autorizada por lei específica; 
• atender às condições estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e 
• estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais. 
“Certo, mas essa regra se aplica a quem, professor?” 🤔 
Vejamos: 
§ 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e 
empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o 
Banco Central do Brasil. 
“E o que se entende por ‘destinação de recursos públicos para o setor privado’? É só a transferência de recursos 
mesmo ou se houver um empréstimo ele também será considerado destinação de recursos públicos para o setor 
privado’?” 🧐 
Vamos ler o próximo parágrafo do artigo: 
§ 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, 
inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a 
participação em constituição ou aumento de capital. 
Então não adianta tentar “mascarar” essa destinação de recursos públicos para o setor privado. Seja por 
meio de empréstimos, financiamentos, subvenções: quer destinar recursos para cobrir necessidades de pessoas 
físicas ou déficits de pessoas jurídicas? Vai ter que atender as exigências da LRF! 😤 
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Continuando: 
Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu 
controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão 
inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação. 
Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições de dívidas 
decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financiamentos em 
desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária. 
“O que isso quer dizer, professor?” 🤔 
Quer que: “se for conceder crédito, não o faça perdendo dinheiro”. Ninguém empresta dinheiro para 
sair perdendo, certo? 😉 Nem mesmo a Administração Pública. Essa é a lição desse dispositivo. 
Por exemplo: imagine que um ente capte recursos ao custo de 5% a.a., mas ao emprestar dinheiro (conceder crédito), ele 
o faz por 3% a.a. Assim o ente estaria tomando um prejuízo, não é? 🤨 Você compraria uma mercadoria por R$ 5,00 e 
depois a venderia por R$ 3,00? Acho que não... 😅 
Agora, é possível fazer empréstimo ou financiamento em desacordo com essa regra! Mas tem que haver 
autorização em lei específica. ☝ 
Preste atenção! 
Desde que haja autorização em lei específica, é possível que um ente faça empréstimo ou financiamento a 
pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, com encargos financeiros, 
comissões e despesas congêneres inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação. 
 
Cobrir necessidades de PF 
ou déficits de PJ
Requisitos
Autorizada por lei 
específica
Atender às condições da 
LDO
Previsão na LOA ou 
créditos adicionais
Administração 
indireta, exceto:
Instituições financeiras
BACEN
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Vamos em frente: 
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações 
de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão 
de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário. 
§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, 
constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. 
§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras 
operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. 
Lembra quando alguns bancos receberam socorros bilionários dos governos após a crise global de 2007-
2008? 🧐 
Pois é... isso não pode ocorrer no Brasil! Recursos públicos não podem ser utilizados para isso! 😤 Mesmo 
que esse socorro seja feito mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para 
mudança de controle acionário. 
A não ser que haja uma lei específica autorizando isso! Aí sim os recursos públicos poderão ser utilizados 
para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional. 😄 
Mas isso não impede que o Banco Central do Brasil às instituições financeiras operações de redesconto 
e de empréstimos de prazo inferior a 365 dias. 
“E por que existe essa regra, professor? Por que, a princípio, os recursos públicos não poderão ser utilizados 
para socorrer essas instituições financeiras?” 
Primeiro porque dinheiro público, a princípio, não deve ser utilizado para ajudar um particular em 
especial. Ele deve ser utilizado em benefício de todos (e não de alguns). No entanto, se for do interesse público 
que essa instituição seja socorrida (se isso for melhor para a sociedade), então os recursos públicos poderão ser 
utilizados para isso. 
Segundo porque existem fundos e outros mecanismos já constituídos pelas instituições do Sistema 
Financeiro Nacional específicos para a prevenção de insolvência (prevenir que o banco “quebre”, venha à 
falência). 
 
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Questões para fixar 
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A destinação de recursos ao setor privado para a cobertura de necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas 
jurídicas deverá ser autorizada por lei específica e atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias. 
Comentários: 
Exatamente como está escrito no artigo 26 da LRF: 
Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas 
jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e 
estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais. 
Gabarito: Certo 
VUNESP – Câmara Municipal de Campo Limpo – Procurador Jurídico – 2018 – adaptada 
As condições previstas na Lei Complementar 101/2000 para a transferência de recursos ao setor privado aplica-se a toda a 
Administração indireta, inclusive fundações públicas, empresas estatais, e instituições financeiras oficiais. 
Comentários: 
Aí não! 😁 As condições aplicam-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, 
exceto as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil. 
Gabarito: Errado 
CESPE – SEFAZ-ES – Consultor Executivo – 2010Salvo mediante lei específica, não podem ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer 
instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante concessão de empréstimos de recuperação ou 
financiamentos para mudança de controle acionário. 
Comentários: 
Exatamente como está escrito no artigo 28 da LRF. Não mudou uma letra! 😄 
Gabarito: Certo 
 
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Capítulo IX: Da Transparência, Controle e 
Fiscalização (arts. 48 a 59) 
Transparência da gestão fiscal 
A Lei de Responsabilidade Fiscal foi um marco para transparência pública! 😊 
Se hoje você pode entrar no portal da transparência da União, do seu Estado e do seu Município para 
consultar o orçamento, as contas públicas, relatórios, e até mesmo dar aquela espiada na remuneração de 
algum servidor, você pode agradecer à LRF por isso. 😉 Porque foi ela que ampliou a obrigatoriedade de 
transparência nos atos públicos, ou seja, ela obrigou que os entes da Federação publicassem alguns 
documentos, os quais a LRF chama de instrumentos de transparência da gestão fiscal. 
O que? Você nunca bisbilhotou o portal da transparência?! 😳 
Você não sabe o que está perdendo... 😅 
Clica aqui para ver o da União (ele é bem completo): http://www.portaltransparencia.gov.br/ 
“Beleza, professor. Entendi. Mas o que foi que a LRF fez para assegurar essa transparência? E que 
instrumentos de transparência da gestão fiscal são esses?” 🤔 
Ah! Excelente pergunta. Para respondê-la (e para acertar questões de prova) você precisa conhecer o 
artigo 48 da LRF: 
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, 
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes 
orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da 
Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. 
 
⚠ Atenção: as questões gostam de questionar quais são os instrumentos de transparência da gestão 
fiscal. Portanto, você deve memorizar essa listinha! 😉 
Instrumentos de 
transparência da 
gestão fiscal
Planos, diretrizes orçamentárias e orçamentos 
- PPA, LDO e LOA (arts. 3º a 7º)
Prestações de contas anuais e respectivo 
parecer prévio (arts. 56 a 58)
RREO e RGF (arts. 52 a 54)
Versões simplificadas do RREO e RGF
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Repare que a LRF exige que a esses instrumentos seja dada ampla divulgação, inclusive em meios 
eletrônicos de acesso público. Claro! Ainda mais hoje em dia, com toda essa tecnologia. Você chamaria de 
ampla divulgação algo que não está na internet? 😅 
E tem mais: a Lei ainda exige que a divulgação desses documentos seja feita em linguagem simples e 
objetiva, porque de que adianta divulgar documentos se o cidadão comum não consegue entender? Divulgar 
um documento que o cidadão precisa fazer uma graduação para entender? Divulgar um documento que só 10% 
da sociedade consegue entender? Que transparência pública é essa? 🧐 Para mim não tem nada de público aí! 
😤 
Enfim, continuando, o artigo 48 nos apresenta outras formas pelas quais a transparência pública será 
assegurada: 
Art. 48, § 1o A transparência será assegurada também mediante: 
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de 
elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei 
Complementar nº 131, de 2009). 
Lembra do orçamento participativo? 😏 
Pois é. É nas famosas audiências públicas que população (ou determinados grupos) decide onde e como 
os recursos públicos devem ser investidos. A população participa diretamente da elaboração e discussão do 
orçamento público (PPA, LDO e LOA), definindo as prioridades de investimento do governo. Afinal, quem 
melhor para saber das necessidades da sociedade do que a própria sociedade? 😉 
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações 
pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e 
Hoje em dia já temos a tecnologia que nos permite acompanhar em tempo real as informações sobre a 
execução orçamentária e financeira. Portanto, se a União, Estado ou Município empenhou alguma despesa, 
realizou uma licitação, arrecadou alguma receita, isso deve estar lá no seu portal da transparência. Se não 
estiver, denuncie ao Tribunal de Contas competente! 😄 
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo 
de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. 
Beleza! Aí veio a Lei Complementar 156 de 2016 e adicionou mais parágrafos ao artigo 48 (vou fazer os 
comentários necessários): 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados 
contábeis, orçamentários e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão 
central de contabilidade da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso 
público. 
§ 3o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão ao Ministério da Fazenda, nos termos e 
na periodicidade a serem definidos em instrução específica deste órgão, as informações necessárias para a 
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constituição do registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, 
de que trata o § 4o do art. 32. 
É o Ministério da Fazenda que verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de 
operações de crédito de cada ente da Federação (art. 32). Por isso que os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios encaminharão essas informações a esse Ministério. 
§ 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e 3o ensejará as penalidades previstas no § 2o do art. 51. 
Não obedeceu a essas regras? Olha só o que vai acontecer: 
Art. 51, § 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja 
regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de 
crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. 
Você vai perceber que a LRF muitas vezes se remete a esse dispositivo. Em geral, toda vez que o ente 
descumprir algum prazo, ele ficará sujeito a essas sanções. Por isso, para memorizar, você pode utilizar o 
seguinte mnemônico: 
OT 
“Já sei! OT é de ‘otário’, né professor? ‘Perdeu o prazo, otário!’” 
Não! Mas poderia ser! 😂 
Na verdade, OT significa: 
• O: contratação de Operações de crédito; 
• T: recebimento de Transferências voluntárias. 
Mas repare que, mesmo impedido, o ente ainda pode realizar operações de crédito destinadas ao 
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. 
Continuando nos parágrafos do artigo 48: 
§ 5o Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos os efeitos, a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput. 
Se enviou nos conformes, então cumpriu o dever de ampla divulgação. 
§ 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias, fundações públicas, empresas 
estatais dependentes e fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de execução 
orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia. 
⚠ Atenção: é um sistema único de execução orçamentária! E ele é mantido e gerenciadopelo Poder 
Executivo. Não é “cada órgão utiliza o seu sistema específico e depois a gente junta tudo”. O sistema é único! 
😉 
Beleza! 😄 
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Agora, se você lembra bem, eu falei que “se a União, Estado ou Município empenhou alguma despesa, 
realizou uma licitação, arrecadou alguma receita, isso deve estar lá no seu portal da transparência.” Isso porque 
a transparência também será assegurada mediante a liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento 
da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, 
em meios eletrônicos de acesso público (LRF, art. 48, II, que acabamos de ver). E é aqui que entra o artigo 48-
A: ele define como será a liberação dessas informações, olha só: 
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação 
disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: 
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da 
despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número 
do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica 
beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; 
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive 
referente a recursos extraordinários. 
Note que a disponibilização de informações é para qualquer pessoa, seja ela física ou jurídica! ☝ 
Agora, imagine que você fez uma compra num site, mas não recebeu o número do seu pedido. O produto 
está demorando muito para chegar então você entra em contato com a empresa e diz: “olha, comprei o produto 
X aí no seu site e ele está demorando”. A primeira pergunta que vão lhe fazer é: “qual é o número do pedido?” 
Milhares de pessoas também fizeram a mesma compra. Como a empresa vai identificar a sua se você não tem 
o número do pedido? 🤔 
Da mesma forma, como o cidadão vai controlar a Administração Pública (controle social 😏) se ele não 
tem o mínimo de informações sobre a despesa? É por isso que os entes da Federação devem disponibilizar o 
mínimo de dados referentes: 
• ao número do correspondente processo; 
• ao bem fornecido ou ao serviço prestado; 
• à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento; e 
• quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado (porque algumas despesas não 
precisam ser licitadas). 
E tem mais: não basta divulgar só quando terminar o mês ou o bimestre. É para divulgar no momento da 
realização da despesa (lembrando que na execução orçamentária, a realização da despesa se dá no empenho). 
Portanto, o ente empenhou uma despesa? Tem que colocar logo no portal da transparência! 😤 
Quanto às informações acerca da receita, preste atenção: até mesmo as informações referentes a 
recursos extraordinários devem ser divulgadas. 
“Professor, isso tudo parece muito lindo no papel. E eu entendo que até seja tranquilo para a União, Estados 
e alguns Municípios mais ricos divulgarem tudo isso. Mas eu tenho dificuldade em acreditar que um município lá do 
cafundó do Judas, aquele ‘interiorzão’ mesmo, faça a mesma coisa. Eles também têm que divulgar tudo?” 🤔 
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Sim! Esse é o milagre da internet! 😂 Com um computador e uma conexão à internet, você pode divulgar 
essas informações onde quer que você esteja. 😃 
Mas o legislador sabe que não é tão fácil assim fazer isso nos municípios pequenos. Às vezes a internet 
não chega lá e a divulgação dessas informações implicaria em mudanças na rotina de trabalho, contratação de 
servidores, etc. 
Por isso que a Lei Complementar 131 de 2009 deu um prazo para os entes da Federação se adaptarem a 
essas regras. Os prazos variam de acordo com o número de habitantes do ente. Observe: 
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos 
incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A: 
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem 
mil) habitantes; 
II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) 
habitantes; 
III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. 
Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a partir da data de publicação da lei 
complementar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. 
Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações 
contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no 
inciso I do § 3o do art. 23. 
Vamos tomar como exemplo os Municípios que tenham até 50.000 habitantes. Eles tiveram 4 (quatro) 
anos (até 2013) para se adaptarem e cumprir as seguintes determinações do artigo 48 e 48-A: 
• liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de 
informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios 
eletrônicos de acesso público; 
• adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão 
mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A; 
• disponibilização a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a despesa 
e receita. 
Se não o ente não atendeu esses prazos, o bicho vai pegar: ele ficará proibido de receber transferências 
voluntárias! Lembrando sempre que esse bicho é um cachorrinho fofinho 😅: o ente ainda pode receber 
transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência social (assistência social! Não 
“segurança”). 😄 
Mas tem um detalhe aqui, que não está na LRF, mas sim na Lei 12.527/11: 
Art. 8º, § 4º - Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da 
divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em 
tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos 
no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. 
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Isso mesmo! Aqueles municípios (lá no cafundó do Judas 😅) que tenham menos de 10.000 habitantes 
estão dispensados da divulgação obrigatória na internet. Realmente, ainda hoje às vezes a rede nem chega 
nesses lugares (e essa lei é de 2011, naquela época o a amplitude da rede de internet era ainda menor). Por isso 
o legislador os dispensou dessa obrigação. Mas eles não estão completamente liberados 😏: eles ainda têm 
que divulgar, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira. ☝ 
Questões para fixar 
FCC - DPE-AM - Analista em Gestão Especializado de Defensoria - Ciências Contábeis – 2018 
De acordo com a Lei n° 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal − LRF, a transparência será assegurada por meio da 
liberação, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira em meios 
eletrônicos de acesso público. 
Comentários: 
Isso mesmo! De acordo com o artigo 48, § 1º, II, da LRF: 
Art. 48, § 1º A transparência será assegurada também mediante: 
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas 
sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acessopúblico; 
Gabarito: Certo 
CESPE - STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018 
O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas da União sobre as contas prestadas anualmente pelo presidente da 
República está dispensado de divulgação nos meios eletrônicos de acesso público. 
Comentários: 
Dispensado? Não! Olha só: 
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios 
eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo 
parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas 
desses documentos. 
Gabarito: Errado 
FGV - Câmara de Salvador - BA - Analista Legislativo Municipal - Área Financeira – 2018 
São dispensados de divulgação obrigatória na internet, mas mantidas a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de 
informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no Art. 73-B da Lei de 
Responsabilidade Fiscal, os municípios com população de até: 
A) 10.000 habitantes; 
B) 20.000 habitantes; 
C) 25.000 habitantes; 
D) 30.000 habitantes; 
E) 50.000 habitantes. 
Comentários: 
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A resposta está na Lei 12.527/11: 
Art. 8º, § 4º - Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória 
na internet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à 
execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 
2000. 
Gabarito: A 
CESPE - TCE-PR - Analista de Controle - Administração– Analista – 2016 
Devido ao fato de existirem vários instrumentos de transparência, a exemplo do PPA, da LDO e da LOA, que garantem 
aos entes federativos o acesso irrestrito aos dados da gestão financeira, orçamentária e fiscal, não há a necessidade de se 
promover a participação popular como ferramenta de transparência. 
Comentários: 
PPA, LDO e LOA realmente instrumentos de transparência da gestão fiscal, e há sim a necessidade de se promover a 
participação popular como ferramenta de transparência, olha só: 
Art. 48, § 1o A transparência será assegurada também mediante: 
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos 
planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; 
Gabarito: Errado 
FCC - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário – Contadoria – 2011 
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, são instrumentos de transparência da gestão fiscal: os planos, 
orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido 
da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. 
Comentários: 
Exatamente como está no artigo 48 da LRF, quer ver? 
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios 
eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o 
respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões 
simplificadas desses documentos. 
Gabarito: Certo 
 
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Contas do Chefe do Poder Executivo 
Observe o seguinte dispositivo constitucional: 
Art. 31, § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de 
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos 
da lei. 
A LRF olhou pra isso e disse: “60 dias? Isso não é transparência! Transparência é quando o cidadão tem o 
direito de consultar as contas do gestor municipal a qualquer momento! Afinal, o cidadão está pagando seus 
tributos e confiando o seu dinheiro àquele gestor. Nada mais justo do que poder consultar as suas contas quando 
bem entender”. 
Por isso a LRF estendeu essa obrigação constitucional. Agora, as contas do Chefe do Poder Executivo 
(federal, estadual e municipal) ficarão disponíveis durante todo o exercício! Olha só: 
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o 
exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para 
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. 
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das 
agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social, especificando os empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos 
fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto 
fiscal de suas atividades no exercício. 
Quem pode consultar? Só os cidadãos? 🧐 
Não! Instituições da sociedade também podem! 😉 
“Professor, mas uma norma infraconstitucional pode fazer isso: ampliar uma obrigação constitucional? Não 
há uma contradição aí? A Constituição fala em 60 dias e a norma infraconstitucional (a LRF) fala ‘durante todo o 
exercício’?” 🤔 
Claro que a LRF pode fazer isso! Ela não poderia era diminuir o número de dias que as contas ficariam 
disponíveis, porque então estaria confiscando um direito garantido pela própria Constituição. 
 
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Questões para fixar 
VUNESP – TJ-SP – Contador Judiciário – 2019 
As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder 
Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições 
da sociedade. Segundo a lei de responsabilidade fiscal, esse texto é a interpretação quanto ao princípio da 
a) Transparência. 
b) Accountability. 
c) Legalidade. 
d) Anualidade. 
e) Totalidade. 
Comentários: 
Como afirma o próprio MCASP 8ª edição: o princípio da transparência aplica-se também ao orçamento público, pelas 
disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49 da LRF. Quer ver o artigo 49 da LRF? 
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo 
Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e 
instituições da sociedade. 
Gabarito: A 
CESPE – MS - Técnico de Contabilidade – 2010 
As contas apresentadas pelo chefe do Poder Executivo ficam disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder 
Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração. 
Comentários: 
Exatamente! 😃. Agora, as contas do Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis durante todo o exercício (e não mais 
somente durante 60 dias, como está escrito na CF/88, art. 31, § 3º). Olha só como isso está na LRF: 
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo 
Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e 
instituições da sociedade. 
Gabarito: Certo 
 
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Das Prestações de Contas 
A LRF também traz alguns dispositivossobre as prestações de contas, sendo que boa parte deles está 
suspensa pela ADIn 2.238-5. Então vejamos: 
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos 
Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no 
art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. 
O caput do artigo 56 é um dos dispositivos que está suspenso pela ADIn 2.238-5 (marquei em vermelho a 
parte problemática), porque, do jeito que está redigido, ele retira a competência das Cortes de Contas para 
julgar as contas dos chefes dos respectivos Poderes, o que está em desacordo com as regras estabelecidas no 
art. 71, I e II, da CF/88: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de 
Contas da União, ao qual compete: 
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que 
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público; 
A lição aqui é a seguinte: 
O Tribunal de Contas emite parecer prévio somente para as contas do chefe do Poder Executivo, que 
serão posteriormente julgadas pelo Poder Legislativo (conforme art. 49, IX, da CF/88 e dispositivos simétricos 
das constituições estaduais e leis orgânicas). Em outras palavras, o parecer prévio é exclusivo para o chefe do 
Poder Executivo. 😊 
Todas as outras contas (como as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do 
Chefe do Ministério Público, citadas no caput do artigo 56) serão efetivamente julgadas pela Corte de Contas. 
😄 
 
 
Tribunais de 
Contas
Parecer 
prévio
Chefe do Poder 
Executivo
Julga O resto (administradores e demais responsáveis)
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É por esse mesmo motivo que todo o artigo 57 está suspenso (marquei em vermelho a parte 
problemática): 
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta 
dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas 
municipais. 
§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo 
será de cento e oitenta dias. 
§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão 
referido no art. 20, pendentes de parecer prévio. 
Vamos agora ver o trecho do julgado que o suspendeu: 
“a referência a ‘contas de Poder’, no § 2º do art. 57, evidencia a abrangência, no termo "contas" constante 
do caput do artigo, daqueles cálculos decorrentes da atividade financeira dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, que somente poderão ser objeto de julgamento pelo 
Tribunal de Contas competente (inciso II do art. 71 da Constituição).” 
Preste atenção! 
Todo o artigo 57 está suspenso, porque os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio somente 
sobre as contas do chefe do Poder Executivo. 
“E as contas dos Tribunais de Contas, professor? Quem vai apreciá-las? O próprio Tribunal de Contas?” 🤔 
Boa pergunta! Elas serão apreciadas por meio de um parecer da Comissão Mista de Planos, Orçamento 
e Fiscalização (CMO) – ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais. Veja só o § 2º do artigo 
56: 
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela 
comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas 
Legislativas estaduais e municipais. 
“Entendi. E as contas do Poder Judiciário, professor? Porque é tanto tribunal ali que a pessoa se perde...” 😅 
É verdade! 😁 
Mas é o seguinte: 
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito: 
I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando 
as dos respectivos tribunais; 
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais. 
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E, se às contas e aos pareceres são dadas ampla divulgação, aos resultados da apreciação dessas contas 
não poderia ser diferente: 
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas. 
E para finalizar essa parte, dê uma lida no artigo 58 da LRF: 
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação em relação à previsão, 
destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sonegação, as 
ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas 
para incremento das receitas tributárias e de contribuições. 
Da Escrituração e Consolidação das Contas 
Já imaginou a bagunça que seria se cada ente da Federação escriturasse suas contas do jeito que bem 
entender? 🤨 Imagina o trabalhão que iria ser juntar tudo isso, extrair informações de tudo isso... 😫 E mais: 
imagina a qualidade dessa consolidação... 
Seria parecido com aqueles trabalhos de escola: “cada um faz a sua parte. Depois a gente tudo e vai dar certo!” Vai... vai 
dar muito certo. 😒 Um coloca ponto. Outro coloca vírgula. Um vê vestido azul e preto. Outro vê vestido branco e dourado. 
Um escuta Laurel. Outro escuta Yanny. (Não entendeu essa? Coloca “Laurel Yanny” no Google! 😅). 
Enfim, o resultado é uma junção de partes que não se comunicam com as demais, cheias de contradições e feitas com 
parâmetros totalmente diferentes. Ou seja: o famoso trabalho Frankenstein! 😅 Não dá para confiar num trabalho desses. 
Não seria bem melhor se todos os coleguinhas já combinassem como iriam fazer o trabalho, antes de começá-lo? 🤔 
Então, não seria bem melhor se todos os entes da Federação obedecessem às mesmas regras de 
escrituração? Assim a consolidação das contas ficaria bem mais fácil, rápida e confiável. 😏 
É por isso que a LRF dispõe que: 
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas 
observará as seguintes: 
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, 
fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; 
Esquematizando: 
• Disponibilidade de caixa: registro próprio; 
• Recursos vinculados: escriturados de forma individualizada (para destacá-los). 
II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, 
apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; 
A propósito, segundo o MCASP 8ª edição: regime de competência “é o regime contábil segundo o qual 
transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (não necessariamente quando caixa e 
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equivalentes de caixa são recebidos ou pagos). Portanto, as transações e os eventos são registrados 
contabilmente e reconhecidos nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. “ 
Já o regime de caixa é o regime contábil segundo o qual transações e outros eventos são reconhecidos 
quando do recebimento ou pagamento de caixa ou equivalentes de caixa. 
 
Dica do professorSérgio 
Quando você ver a palavra “financeiro”, pense logo em dinheiro em espécie (cash 💵 💵 💵). 
E dinheiro em espécie é registrado pelo regime de caixa! 😉 
III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações de 
cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa 
estatal dependente; 
IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e 
orçamentários específicos; 
V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou 
assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante 
e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor; 
VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos 
provenientes da alienação de ativos. 
§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações intragovernamentais. 
⚠ Atenção para a pegadinha: excluir-se-ão as operações INTRAgovernamentias (e não as operações 
INTERgovernamentais). Intra = dentro. Inter = entre. 
§ 2o A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de 
contabilidade da União, enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67. 
Detalhe: o órgão central de contabilidade da União é a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). 
§ 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento 
da gestão orçamentária, financeira e patrimonial. 
Beleza! 😄 
• Regime de competênciaDespesa
• Regime de caixaFluxos financeiros
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Só que além de combinar as regras do trabalho, os coleguinhas também têm que combinar a data que 
cada um irá entregar a sua parte, para dar tempo de consolidar tudo e entregar o trabalho bonitinho! 😄 
Pois bem. Os entes também têm prazo para entregar as suas contas para que alguém possa fazer a 
consolidação delas. 🧐 
“Que prazo é esse, professor? Quem vai fazer essa consolidação?” 😳 
Calma! Tudo isso está na LRF: 
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por 
esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, 
inclusive por meio eletrônico de acesso público. 
§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes 
prazos: 
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril; 
II - Estados, até trinta e um de maio. 
 
“Por que os municípios têm que entregar antes, professor? Depois os Estados e depois a União?” 
Ora! O Brasil tem mais de 5.500 municípios! Você acha que é fácil assim consolidar as contas de todos 
eles? Isso requer tempo! Por isso que eles têm que entregar logo. Em seguida são os Estados: são 26 mais o 
Distrito Federal. E por último, a União, que é uma só. 
“E o que acontece se um ente não entregar suas contas no prazo?” 🤔 
Ah! Essa eu já falei! Descumpriu prazo para encaminhar suas contas ao Poder Executivo da União? 🧐 
OT 
O ente da Federação fica impedido de receber transferências voluntárias e contratar operações de 
crédito, mas ainda poderá contratar operações de crédito destinadas ao refinanciamento do principal 
atualizado da dívida mobiliária (LRF, art. 51, § 2º). 
Vamos ver a literalidade da lei, só para gravar: 
Art. 51, § 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja 
regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de 
crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. 
Até 30/abril Até 31/maio
Consolidação nacional das contas
Municípios
(com cópia para o Poder 
Executivo do respectivo 
Estado)
Até 30/junho
Estados União
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Questões para fixar 
CESPE – TCE-RN - Auditor – 2015 
Quando envolverem demonstrações conjuntas, as operações intergovernamentais devem ser excluídas para que não 
sejam computadas em duplicidade. 
Comentários: 
Eu avisei sobre essa pegadinha! Olha só: 
§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações INTRAgovernamentais. 
Intra! E não inter! 😏 
Gabarito: Errado 
CESPE – TCE-RN - Inspetor - Tecnologia da Informação – 2015 
O resultado dos fluxos financeiros deve ser apurado pelo regime de caixa. 
Comentários: 
Questão curta e grossa. Então também vou ser: 😂 
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as 
seguintes: 
II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter 
complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; 
Gabarito: Certo 
CESPE – TCE-RN - Inspetor - Tecnologia da Informação – 2015 
Para fins de disponibilidade de caixa, os recursos vinculados a uma despesa obrigatória devem ser identificados e 
escriturados de forma individualizada. 
Comentários: 
É isso mesmo. De acordo com a LRF: 
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as 
seguintes: 
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa 
obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; 
Gabarito: Certo 
 
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Da Fiscalização da Gestão Fiscal 
Ok! Mas prestar contas não é suficiente! É preciso que alguém fiscalize a gestão, mais especificamente a 
gestão fiscal (para conferir se a Administração está gerindo o patrimônio público com responsabilidade fiscal 
😏). 
“E quem vai fazer isso, professor?” 🤔 
O Poder Legislativo! 
“Mas por que o Poder Legislativo, professor?” 🤨 
Porque ele representa o povo! 😃 
Mas ele não atua sozinho! Ele terá a ajuda dos Tribunais de Contas, verdadeiros guardiões dos recursos 
públicos. 
E tem ainda outra “pessoa” que fiscaliza a gestão fiscal também: o sistema de controle interno de cada 
Poder! 
Pois bem. Essa galera aí vai fiscalizar o cumprimento das normas previstas na LRF, sendo que algumas 
regras são mais importantes do que as outras, não é mesmo? Por isso, eles darão ênfase a essas regras. 
Veja só: 
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de 
controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta 
Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: 
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; 
II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; 
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos 
arts. 22 e 23; 
IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas 
consolidada e mobiliária aos respectivos limites; 
V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais 
e as desta Lei Complementar; 
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver. 
Pronto! 😃 
Agora, os Tribunais de Contas possuem uma tarefa especial dentro dessa fiscalização: são eles que irão 
alertar os Poderes ou órgãos de que algum risco ao equilíbrio das contas públicas está acontecendo.Observe: 
§ 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem: 
I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o; 
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Essa é a possibilidade de ocorrência de limitação de empenho! 😉 “Cuidado gestor! Sua arrecadação 
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado. É possível que você tenha que fazer limitação 
de empenho, hein?!”. Esse é o alerta! 😉 
II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite; 
III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de 
garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites; 
Esse é o famoso limite de alerta (90%)! Repare que isso será feito para: 
• a despesa total com pessoal; 
• os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da concessão de 
garantia. 
E aqui eu ressalto que não há sanções! É só um alerta! É como se o Tribunal de Contas estivesse dando 
um aviso (um alerta 😏) ao Poder ou órgão: “olha, você está chegando perto do seu limite máximo, hein?! Já 
está em 90%. Estou alertando...”. 
Preste atenção! 
No limite de alerta não há sanções! É só um alerta! 
IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei; 
V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na 
gestão orçamentária. 
 
 
Os Tribunais de Contas 
alertarão quando
possibilidade de ocorrência de 
limitação de empenho
limite ultrapassou 90%
Despesa total com 
pessoal
Montantes das dívidas
consolidada e mobiliária
Gastos com inativos e 
pensionistas acima do limite
fatos que comprometam os 
custos ou os resultados dos 
programas ou indícios de 
irregularidades
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Mas os Tribunais de Contas ainda fazem mais: 
§ 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com 
pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20. 
§ 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39. 
Quer dizer: o Tribunal de Contas da União (TCU) acompanhará o cumprimento disto aqui: 
Art. 39 (...) 
§ 2º O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar 
a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira. 
§ 3º A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, 
em leilão público. 
§ 4º É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do 
Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária. 
Questões para fixar 
FCC – TCE-GO – Analista de Controle Externo – 2014 
Os Tribunais de Contas, nos termos da Lei Complementar nº 101/2000, fiscalizarão a gestão fiscal, com ênfase, no que se 
refere, entre outros, 
a) os limites e condições para abertura de créditos especiais destinados as despesas de caráter emergenciais e as inscrições 
em restos a pagar. 
b) o cumprimento da programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. 
c) o atingimento das metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias − LDO e as providências tomadas, para 
recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites. 
d) a aplicação de recursos vinculados e a destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos. 
e) o atingimento das metas de arrecadação estabelecidas na Lei Orçamentária Anual − LOA e as medidas adotadas para o 
retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite. 
Comentários: 
A resposta está no § 1º do artigo 59 da LRF. Vejamos as alternativas: 
a) Errada. Essa não é uma das ênfases. Na verdade, a ênfase é no que se refere a limites e condições para realização de 
operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar (LRF, art. 59, II). 
b) Errada. Na verdade, a ênfase é no cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver 
(LRF, art. 59, VI). 
c) Correta. Agora sim. É isso que está lá no artigo 59, incisos I e III. 
d) Errada. A aplicação de recursos vinculados não é uma das ênfases da fiscalização da gestão fiscal. 😄 
e) Errada. As metas de arrecadação não estão na LOA! 😉 
Gabarito: C 
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RREO e RGF 
Essa é a parte mais importante da aula! ☝ 
As questões adoram fazer confusão entre o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de 
Gestão Fiscal (RGF). 
Para facilitar a memorização e o entendimento, sugiro você pensar no nome de cada relatório, assim você consegue ter 
uma noção do que está em cada um (assim você pode até responder questões de prova com base no “bom senso”). 
Também resolva muitas questões e guarde com carinho o quadro comparativo que vou apresentar no final dessa seção. 
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) trata da execução orçamentária. 
“E o que é exatamente essa ‘execução orçamentária’ que você tanto fala, professor?” 🤔 
É arrecadar receitas e empenhar despesas! 😄 
Pois bem. O RREO permite que a sociedade, por meio dos diversos órgãos de controle, conheça, 
acompanhe e analise o desempenho da execução orçamentária. É elaborado a cada bimestre (período mais 
curto) justamente para permitir esse acompanhamento. 
O RREO já estava previsto na CF/88, olha só: 
Art. 165, § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório 
resumido da execução orçamentária. 
Já o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), que é novidade da LRF, trata da gestão fiscal. Busca responder às 
seguintes perguntas: “como está a situação fiscal? O ente está agindo com responsabilidade fiscal?” 🤔. 
O RGF está mais relacionado com o acompanhamento das atividades financeiras do Estado, por isso 
nele constam informações necessárias à verificação da conformidade com os limites relativos às despesas com 
pessoal, às dívidas consolidada e mobiliária, à concessão de garantias, e às operações de crédito. Será 
elaborado a cada quadrimestre (prazo mais longo). 
A primeira grande pegadinha é quanto aos prazos! Por isso, preste atenção (é assim que você vai 
memorizar e nunca mais errar questões sobre isso): 
• RREO tem 2 R’s no nome. 2 = bi. Portanto, RREO é bimestral. 
• RGF é o Relatório de Gestão Fisqual. “Fis o que?” Fisqual, de quadrimestre. RGF é quadrimestral. 
 
Só ressalto o seguinte: Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes podem 
optar por divulgar semestralmente: 
• O Relatório de Gestão Fiscal (RGF); 
• Os demonstrativos do RREO (⚠ não é o RREO todo. São só os demonstrativos que 
acompanham o RREO, que estão no artigo 53 da LRF). 
•2 R's (bimestral)RREO
•RG Fisqual (quadrimestre)RGF
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Quer ver essa regra na LRF? 
Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinquenta mil habitantes optar por: 
II - divulgar semestralmente: 
b) o Relatório de Gestão Fiscal; 
c) os demonstrativos de que trata o art. 53; (demonstrativos do RREO) 
Aproveitando que estamos aqui, também é facultado a esses municípios optar por: 
• Verificar os limites de despesa total com pessoal, 
• Verificar os limites da dívida consolidada, 
ao final do semestre! 😃Isso significa que, em vez de realizar essas verificações ao final de um quadrimestre (três vezes por ano), 
esses municípios podem realizá-las ao final de um semestre (duas vezes por ano). 
Beleza! 😄 
Então eu vou fazer o seguinte: vou lhe apresentar os artigos referentes a esses dois instrumentos de 
transparência da gestão fiscal, fazendo os devidos comentários. Assim você fica com um material completo e 
com a íntegra dos dispositivos (leia tudo! Não negligencie a literalidade da lei). 😉 
Mas eu já adianto que você vai visualizar a diferença entre os dois bem melhor no quadro comparativo e 
nos mnemônicos que vou apresentar depois! 😅 
Partiu? 😄 
Aqui estão os artigos referentes ao RREO: 
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o 
Ministério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de: 
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as: 
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; 
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada 
e o saldo; 
II - demonstrativos da execução das: 
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão 
atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a 
realizar; 
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação 
inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; 
c) despesas, por função e subfunção. 
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§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas 
receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida. 
§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art. 
51. 
Falei que a LRF remete muito a esse dispositivo, não falei? 😏 
Descumpriu o prazo para publicação do RREO (30 dias após o encerramento do bimestre)? Então: 
OT 
O ente da Federação fica impedido de receber transferências voluntárias e contratar operações de 
crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária (LRF, art. 51, 
§ 2º). 
Agora nós veremos os demonstrativos que acompanharão o RREO. 
Detalhe é que somente o RREO possui demonstrativos que acompanham o relatório. O RGF não! 
Portanto, se você ver uma questão falando em “acompanha o relatório (...)” saiba que estamos no RREO. 😉 
Lembre-se que esses demonstrativos do RREO podem ser divulgados semestralmente, caso o 
Município com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitantes opte por fazer isso. ☺ 
 
RREO
Balanço 
Orçamentário
por categoria 
econômica
receitas por fonte
despesas por GND
Demonstrativos 
da execução
receitas
por categoria 
econômica
por fonte
despesas
por categoria 
econômica
por GND
por função e 
subfunção
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Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a: 
I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim 
como a previsão de seu desempenho até o final do exercício; 
II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50; 
III - resultados nominal e primário; 
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o; 
V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos 
realizados e o montante a pagar. 
Tudo muito relacionado à execução orçamentária, não acha? 😏 
Agora, o exercício financeiro possui 6 bimestres, não é mesmo? Sendo que o último bimestre coincide 
com o encerramento do próprio exercício financeiro. Por isso que o relatório do último bimestre é especial: ele 
terá mais informações, mais demonstrativos. 😄 
Vamos conferir: 
§ 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos: 
I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32; 
Essa é a regra de ouro: as Operações de Crédito (OC) devem ser menores ou iguais às Despesas de 
Capital (DK). 
II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos; 
III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela 
decorrentes. 
Beleza! 😄 
Você sabe que nem sempre as coisas acontecem do jeito que nós planejamos, não é? 🧐 
Então... 
Se a execução orçamentária não ocorreu do jeito que foi planejado, é bom que a Administração Pública 
explique o porquê, dê justificativas. Olha só: 
§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas: 
I - da limitação de empenho; 
II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, 
adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança. 
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Pronto! Esse foi o RREO. 😄 
Agora vamos para o RGF: 
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 
20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo: 
I - Chefe do Poder Executivo; 
II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos 
internos dos órgãos do Poder Legislativo; 
III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório 
equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário; 
IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados. 
Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração 
financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão 
referido no art. 20. 
Aqui é possível notar uma diferença interessante entre o RREO e o RGF. 🤔 
Se você voltar ao caput do artigo 52, verá que lá tem escrito assim: o RREO “abrangerá todos os Poderes 
e o Ministério Público”. Isso significa que existe um relatório só por cada ente da Federação. Um relatório para 
a União, um relatório para o Estado, um relatório para o DF e um relatório para o Município. Ele vai ser assinado 
pelo Chefe do Poder Executivo em conjunto com o profissional de contabilidade responsável pela elaboração 
do relatório. 
Já o RGF é elaborado em cada um dos Poderes e órgãos (que estão lá no artigo 20 da LRF), inclusive pelo 
Ministério Público. Por isso, temos um relatório por cada Poder, em cada ente da federação. Por exemplo: um 
relatório do Poder Executivo federal, um relatório do Poder Legislativo federal, um relatório do Poder Judiciário 
federal, etc. 
 
 
• Um por cada ente (que 
abrange todos os Poderes)RREO
• Um por cada PoderRGF
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Agora vejamos o que está no RGF: 
Art. 55. O relatório conterá: 
I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes: 
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; 
b) dívidas consolidada e mobiliária; 
c) concessão de garantias; 
d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita; 
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o; 
O inciso II do art. 4º foi vetado! 🚫 Não se preocupe com ele! 😉 
Só que o RGF não somente faz

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