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SINDROME DA ANGUSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA Profª Cristiane H. Y. De Oliveira HISTÓRICO • Dr Thomas L. Petty • Ashbaugh et al. 1967 em 272 pacientes. • 12 evoluiram com dispnéia grave, taquipnéia, cianose, baixa complacência pulmonar e infiltrados a radiologia pulmonar DEFINIÇÃO A SINDROME DA ANGUSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA) é definida, como insuficiência respiratória de instalação aguda, caracterizada por infiltrado pulmonar bilateral à radiografia de tórax, compatível com edema pulmonar; hipoxemia grave, caracterizada pela relação pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio (PaO2 /FIO2 ) ≤ 200; pressão de oclusão da artéria pulmonar ≤ 18 mmHg ou ausência de sinais clínicos ou ecocardiográficos de hipertensão atrial esquerda e presença de um fator de risco para lesão pulmonar. Conferência de Consenso Européia-Americana EPIDEMIOLOGIA • 79 casos por 100 mil habitantes ao ano (2007) • variações sazonais nítidas (inverno) • 306 casos por 100 mil habitantes/ano, na faixa dos 75 aos 84 anos • mortalidade da SDRA é alta, estimada entre 34% e 60% CRITÉRIO DIAGNÓSTICO 1- Lesão Pulmonar de instalação aguda 2- Infiltrado Radiológico Bilateral 3- PaO2/FIO2 < 200 4- Pressão Capilar Pulmonar menor que 18 mmHg ou ausência clinica ou ecocárdiografica de disfunção de ventrículo esquerdo. CLASSIFICAÇÃO GRAVIDADE LEVE MODERADA GRAVE TEMPO DE INICIO (súbito – 1 semana após a agressão – fator de risco) ORIGEM DO EDEMA PULMONAR Não explicado por insuficiência cardíaca ou sobrecarga volumétrica ANORMALIDADES RADIOLÓGICAS Opacidades bilaterais em radiografia de tórax ou TC ( não explicáveis por nódulos, derrames pleurais e ou atelectasias) HIPOXEMIA (PaO2/FiO2) 201 – 300 c/ PEEP ≥ 5 101 – 200 c/ PEEP ≥ 5 < 100 c/ PEEP ≥ 5 Índice de oxigenação Conferência de Consenso Européia-Americana ALTERAÇÕES DA MECÂNICA PULMONAR • Diminuição da Complacência Estática do sistema Respiratório; • Desequilíbrio de V / Q; • Aumento do Shunt Pulmonar; • Hipoxemia Refratária ao Oxigênio. HIPOXEMIA GRAVE REFRATÁRIA NÃO RESPONDE AO TRATAMENTO C/ OXIGENOTERAPIA FATORES DE RISCO • Pneumonia • Sepse grave • Microaspiração • Aspiração de conteúdo gástrico • Trauma • Contusão pulmonar • Pancreatite • Grande queimado • Overdose de drogas • Quase afogamento • Cirurgia cardíaca • TRALI – injuria pulmonar por múltiplas transfusões sanguíneas FISIOPATOLOGIA LESÃO PULMONAR AGUDA Atividade de defesa fagocitária Produção de surfactante LESÃO PULMONAR – HIPOXEMIA REFRATÁRIA extravasamento de fluido rico em proteínas para o espaço alveolar lesão epitelial alveolar (membrana basal e os pneumócitos tipo I e tipo II) Edema de pulmão Membrana hialina Microatelectasia Obstrução e alteração capilares pulmonares Diminuição da V/Q Shunt direito esquerdo complacência pulmonar Hipertensão pulmonar Hipoxemia (GRAVE) Dispneia Desconforto respiratório FASE 1 – EXUDATIVA 24 A 48H APÓS A LESÃO • Lesão inicial ou aguda. • RX do tórax normal. • Inicio da VM FASE 2 – DA INJURIA FIBROPROFILATIVA 3 A 6 DIAS DO INICIO DA LESÃO • IRA •complacência pulmonar, • RX opacidades heterogenias difusas (condensações alveolares) • Hipoxemia refratária a elevadas concentrações de O2 mostra deterioração pulmonar (requer ventilação mecânica com PEEP alta) • Shunt pulmonar elevado, • PaCO2 começa a elevar-se. FASE 3 - RESOLUTIVA • Fase de regeneração desordenada • FIBROSE FASES DE EVOLUÇÃO NA SARA TRATAMENTO • Tratamento deve ser rápido • Tratamento da causa de base • Tratamento infeccioso: antibioticoterapia • Tratamento nutricional: dietas hipercalóricas • Tratamento hemodinâmico: drogas vasoativas FISIOTERAPIA NA SARA • Ventilação Mecânica • Manter as vias aéreas desobstruídas • Movimentação global • Mudança de decúbito • Posição prona LESÃO INDUZIDA PELA VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA ATELECTRAUMA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SARA Objetivo da Ventilação Mecânica • Manter a oxigenação adequada do paciente; • Reduzir o trabalho respiratório; Evitar a lesão induzida pela ventilação mecânica DADOS CLÍNICOS QUE INDICAM VM • Dispnéia • Taquipnéia • Fadiga da musculatura respiratória • Sudorese • Má perfusão • Laboratoriais: Acidose, hipoxemia, hipercapnia. • Radiológicos: Piora do infiltrado pulmonar. VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SARA - Evitar a hiperdistensão regional - Reduzir a lesão pulmonar por estiramento - Cisalhamento - Reduzir a liberação de mediadores inflamatórios induzidos pela VM. VENTILAÇÃO PROTEÇÃO PULMONAR ESTRATÉGIA VENTILATÓRIA NA SARA Modo Ventilatório Modo A/C VCV ou PCV. Em PCV tomar cuidado com os níveis de VC VC < 6 ml/kg • VT baixo: < 6ml/Kg • Pplatô < 30 cmH2O ➔ evitar lesão pulmonar associada à hiperdistenção alveolar S/ benefícios adicionais ao tratamento Grau de Recomendação: A PRESSÃO EXPIRATÓRIA FINAL CICLO RESPIRATÓRIO PICO DE PRESSÃO PRESSÃO DE PLATÔ PRESSÃO EXPIRATÓRIA FINAL PAUSA INSPIRATÓRIA PAUSA EXPIRATÓRIA INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO Volume corrente e pressões nas vias aéreas Altos volumes correntes, associados a altas pressões de platô devem ser evitados em pacientes com SDRA. É recomendado volume corrente baixo de < 6ml/kg e manutenção da pressão de platô < 30 cmH2O. Grau de Recomendação A FiO2 • Manter PaO2 > 60 mmHg e/ou SatO2 > 90% • FiO2 < 60%, sempre que possível Grau de Recomendação: D PEEP PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA FINAL • Deve sempre ser utilizada a LPA e SARA • Primeira opção para evitar a toxidade da oxigenoterapia A pressão positiva ao final da expiração (PEEP) deve ser sempre utilizada em paciente com SDRA, para minimizar o potencial de lesão pulmonar associada ao uso de concentrações tóxicas de O2 inspirado e para evitar colapso pulmonar ao final da expiração. Grau de Recomendação A PEEP IDEAL * EXISTE VÁRIOS PROTOCOLOS Sugestão de Protocolo: • PEEP de 25 cmH2O • Reduzir de 2 em 2 cmH2O • Permanecer em cada PEEP por dois minutos • Até encontrar a melhor COMPLACÊNCIA ESTÁTICA VC/pplatô-PEEP • Exemplo de cálculo: Cst = ___500__ 20 - 10 PEEP PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA FINAL • Motivo de discórdia • Dificuldades na escolha de seu valor • Várias abordagens foram propostas: Best PEEP: melhor PEEP p/ melhor Cst (Suter PM et al., NEJM 1975) Least PEEP: < PEEP necessária p/ FiO2 < 0,6 (Marinelli WA, 1994) High PEEP: necessária p/ reduzir shunt (Dirusso S.M. et al., 1995) PEEP ideal PEEP CST 25 38 23 38 21 35 19 32 17 30 15 40 • Exemplos de PEEP e CST, para selecionar PEEP ideal conforme a melhor CST: PEEP ideal PEEP CST 25 38 23 38 21 35 19 32 17 30 15 40 • Exemplos de PEEP e CST, para selecionar PEEP ideal conforme a melhor CST: PEEP ideal PEEP CST 15 40 • Exemplos de PEEP e CST, para selecionar PEEP ideal conforme a melhor CST: • Após encontrar a PEEP no momento de melhor CST, acrescentar de 2 a 3 cmH2O de PEEP e permanecer nesta PEEP (ideal). RECRUTAMENTO ALVEOLAR Paciente com SARA moderada ou grave pode se beneficiar com MANOBRAS DE RECRUTAMENTO ALVEOLAR, ou seja, estratégias que visem abertura dos alvéolos doentes, com uso de pressões de via aérea elevadas de forma escalonada sob criteriosa monitorização ventilatória e hemodinâmica. A maioria dos especialistas utilizam manobras de recrutamento alveolar. Existem várias técnicas de manobras de recrutamento alveolar Grau de Recomendação B https://www.youtube.com/watch?v=qI2LGTgnzaw MANOBRAS DE RECRUTAMENTO ALVEOLAR Sugestão de Protocolo : • Aumentar PEEP de 5 em 5 cmH2O até atingir PEEP de 25 cmH2O • Quando atingir PEEP de 25 cmH2O aumentar mais 10 cmH2O e por último mais 10 cmH2O • Permanecer com PEEP de 45 cmH2O por 2 minutos • Retornar para PEEP de 25 cmH2O POSIÇÃO PRONA A posição prona é uma manobra utilizada para combater a hipoxemia nos pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). A posição pronamelhora a troca gasosa por meio da expansão da região dorsal dos pulmões, aumento do volume respiratório pulmonar e melhor ventilação-perfusão e é um procedimento barato e inofensivo, quando realizado por uma equipe experiente e capacitada. POSIÇÃO PRONA 4 a 6 horas p/ dia Tempo de permanência • Maior parte dos pacientes melhoram rapidamente; • Melhora independente da gravidade da hipoxemia; • Melhora da oxigenação em aproximadamente 50 a 75% dos pacientes; POSIÇÃO PRONA VANTAGENS POSIÇÃO PRONA COMPLICAÇÕES • Edema de face; • Úlcera de face; • Intercorrências com cânulas e cateteres durante as mudanças de posições; SISTEMA FECHADO DE ASPIRAÇÃO Sistema que não tem a desconexão do ventilador durante o procedimento de aspiração. Recomendado para pacientes com SDRA pois eles não são hipersecretivos, assim facilitando a utilização do sistema. FISIOTERAPIA - Avaliação e reavaliação diária - VMNI - VMI – estratégia protetora - MHB - MRP - Posicionamento - PRONA - Mobilização articular * Trabalho em equipe Obrigada pela atenção! Bom estudo!
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