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AULA 4 – PAREDES (estruturas de sustentação das construções rurais) COMPONENTE CURRICULAR – CONSTRUÇÕES RURAIS CURSO DE AGRONOMIA - 2° ANO PROF° RODRIGO PREDEBON PAREDES - ESTRUTURAS DE SUSTENTAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES RURAIS • ELEMENTOS DE ALVENARIA – DEFINIÇÃO; • DENOMINAÇÕES DE ALVENARIA; • TIPOS DE ALVENARIA; - Pedras naturais; - Pedras artificiais; • CLASSIFICAÇÃO DAS PAREDES ; • MARCAÇÃO DAS PAREDES; • ESCANTILHÕES; • ASSENTAMENTO DE ALVENARIA; • VERIFICAÇÃO DO NÍVEL E PRUMO; • CÁLCULO DA QUANTIDADE DE MATERIAIS; • CÁLCULO DA ESPESSURA DA PAREDE; • VÃO NAS ALVENARIAS; • DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES; • CRITÉRIOS GERAIS PARA A EXECUÇÃO DAS PAREDES. PAREDES - PARTE 2 PAREDES - PARTE 1 ROTEIRO DA AULA PAREDES- PARTE 1 ELEMENTOS DE ALVENARIA ▪ Definição: Elemento maciço e compacto resultante de blocos justapostos unidos ou não com argamassa. Pode ser composta por pedras, tijolos, adobes, blocos de cerâmica, blocos de concreto, etc., com o fim de construir paredes, muros ou alicerces. Tem também como finalidade dividir, ou seja, organizar o espaço interior, proteger contra ações do meio externo e oferecer suporte de carga, além de isolamentos térmico e acústico. Em geral, deve oferecer condições de resistência, durabilidade e impermeabilidade ELEMENTOS DE ALVENARIA DENOMINAÇÕES DE ALVENARIA a) ALVENARIA CICLÓPICA b) ALVENARIA INSOSSA (alvenaria seca) c) ALVENARIA COM ARGAMASSA d) ALVENARIA DE VEDAÇÃO e) ALVENARIA DE DIVISÃO f) ALVENARIA ESTRUTURAL OU ARMADA ▪ A ALVENARIA PODE TER AS SEGUINTES DENOMINAÇÕES: DENOMINAÇÕES DE ALVENARIA ➢ alvenaria ciclópica – executada com grandes blocos de pedras, trabalhadas ou não; ➢ alvenaria insossa = alvenaria seca – executada com pedras ou blocos cerâmicos, assentados sem argamassa; ➢ alvenaria com argamassa – executada com argamassa de ligação entre os elementos, sendo também chamadas: • executada com argamassa mista 1:4/8 (argamassa de cal e areia 1:4, adicionando-se cimento na proporção de uma parte de cimento para 8 partes de argamassa); • executada com argamassa de cal (1:4 – cal e areia). ➢ alvenaria de vedação – painéis executados com blocos, entre estruturas, com o objetivo de fechamento das edificações; ➢ alvenaria de divisão – painéis executados com blocos ou elementos especiais (gesso acartonado), para divisão de ambientes internos nas edificações. ➢ alvenaria estrutural - alvenaria utilizada como estrutura suporte de edifícios e dimensionada a partir de um cálculo racional, dispensando as estruturas convencionais (viga e pilar). TIPOS DE ALVENARIA • PEDRAS NATURAIS • PEDRAS ARTIFICIAIS Pedras naturais ➢ Pedra irregulares ➢ Pedra regulares Pedras naturais Pedras artificiais ➢ Tijolo comum ou maciço • Esse tijolo, é normalmente, aplicado na construção de paredes, pilares, muros em encunhamento , fundações diretas. • Regularidade de formas e dimensões. • Arestas vivas e cantos resistentes; • Massa homogênea (sem fendas, trincas, cavidades ou impurezas); • Cozimento uniforme (produz som metálico quando percutido com martelo); • Resistência a compressão dentro das normas da NBR. • Absorção de água de 18% a 20 % Pedras artificiais ➢ Vantagens • Facilidade de manuseio (monomanual) pelo pedreiro através de um formato adequado e peso reduzido. • Ter alturas que, na operação de secagem, não provoquem retração excessiva da argila, provocando fissuras e deformações do tijolo; • O peso deve variar entre 2 a 3 kg; • Deve ser cortados conforme o tamanho necessário para amarração da alvenaria. ➢ Devem seguir alguns requisitos: Pedras artificiais Este corte é feito perpendicular ao cumprimento do tijolo Pedras artificiais • É aplicado em revestimento de lareiras, fornos, etc., pois resistem, sem que ocorram deformações ou vitrificações, a temperatura máxima de 1200ºC, possuindo resistência a compressão superior a 100 kgf/cm². Pedras artificiais ➢ Tijolo refratário • É laminado ou extrudado, apresentando na parte externa um série de rachaduras e, no seu interior, pequenos furos, que diminuem o peso do tijolo, sendo recomendado sua aplicação em alvenaria de vedação interna ou externa. Podem ser de 4, 6, 8 e 10 furos, sendo mais comum o de 8 furos. • Destina-se à execução de paredes de meia e uma vez. Pedras artificiais ➢ Tijolo Furado Pedras artificiais ➢ Tijolo Furado • Menor peso por unidade de volume; • Aspectos mais uniformes, arestas e canto mais fortes; • Diminuem a propagação de umidade; • Economia de mão de obra; • Economia de argamassa; • Melhores isolantes térmicos e acústicos. ➢ Vantagens Tijolo Furado • Pequena resistencia a compressão, não devendo ser aplicado em paredes estruturais; • Faces externas não apresentam a porosidade necessária para fixação do revestimento, devendo receber antes uma demão de chapiscado de argamassa de cimento e areia; • Nos vãos de portas e janelas são necessários tijolos comuns para remate; • São necessários tijolos comuns para eventuais encunhamentos nas faces inferiores de vigas e lajes; • Os rasgos para embutir as tubulações de água e eletricidade são grandes devido a sua fragilidade. Tijolo Furado ➢ Desvantagens • São blocos vazados, no sentido da altura, com resistência a compressão superiores a dos blocos cerâmicos, são utilizados para alvenaria de vedação ou em sistema de construção de alvenaria armada(estrutural). • São produzidos com agregados inertes e cimento portland, com ou sem aditivos, moldados em prensas vibradoras. Podem ser empregados com ou sem revestimentos, podendo aplicar a pintura diretamente sobre o bloco. Pedras artificiais ➢ Blocos de concreto Pedras artificiais ➢ Blocos de concreto • Apresentam carga de ruptura a compressão superior a 80 kgf./cm²; • Demandam menor tempo de assentamento e revestimento, economizando mão de obra; • Consomem menos quantidade de argamassa de assentamento; • Apresentam melhor acabamento e são mais uniformes. • Os blocos pesam apenas 62,5% do que pesa a alvenaria comum. Blocos de concreto ➢ Vantagens • Não permitem cortes; • Nos remates de vãos são necessários tijolos comuns; • Não permitem perfeito encunhamento nas faces inferiores das vigas e lajes; • Os desenhos dos blocos aparecem nas alvenarias externas em dias de chuvas, mesmo depois de revestidos, devido a diferença de absorção de umidade entre os blocos e a argamassa de assentamento. Blocos de concreto ➢ Desvantagens • Ao cutelo: tijolo aplicado ao alto de modo que a espessura do tijolo corresponda a espessura da parede, é utilizada em paredes divisórias de fraca espessura, ou em construções de caráter provisório. • Meia vez: tijolos assentados segundo a largura e o comprimento, de modo que a largura corresponda a espessura da parede. São utilizados para vedações, divisões internas e servem como suporte para carga quando o comprimento da parede for menos que 4 metros. • Uma vez: os tijolos são colocados de tal forma que o seu comprimento seja a espessura da parede. São utilizados como paredes externas por serem bastante impermeáveis, possuírem maior resistência e maior capacidade de suportar cargas. • Uma vez e meia: os tijolos dessa parede tem espessura de 35 cm, e podem ser dispostos de varias formas sendo que as fiadas impares correspondem a uma fila de tijolos a uma vez, e as fiadas pares a meia vez. • Duas vezes: Neste caso, a espessura da parede é múltipla da largura de tijolo. • Oca: são alvenarias usadas quando se pretende grande isolamento de som e umidade, além de diminuir a variação de temperatura. São formados por duas paredes, separadas por uma câmara de ar de, aproximadamente ¼ de tijolo. Classificação das Paredes Classificação das Paredes • Ao cutelo ou de 1/4 de tijolo: tijolo aplicado ao alto de modo que a espessura do tijolo corresponda a espessura da parede, é utilizada em paredes divisórias de fraca espessura, ou em construções de caráter provisório. • Meia vez:tijolos assentados segundo a largura e o comprimento, de modo que a largura corresponda a espessura da parede. São utilizados para vedações, divisões internas e servem como suporte para carga quando o comprimento da parede for menos que 4 metros. Classificação das Paredes • Uma vez: os tijolos são colocados de tal forma que o seu comprimento seja a espessura da parede. São utilizados como paredes externas por serem bastante impermeáveis, possuírem maior resistência e maior capacidade de suportar cargas. Classificação das Paredes • Uma vez e meia: os tijolos dessa parede tem espessura de 35 cm, e podem ser dispostos de varias formas sendo que as fiadas impares correspondem a uma fila de tijolos a uma vez, e as fiadas pares a meia vez. Classificação das Paredes • Duas vezes: Neste caso, a espessura da parede é múltipla da largura de tijolo. Classificação das Paredes Alvenaria de dois tijolos Usadas quando se pretende grande isolamento de som e umidade, além de manutenção de temperatura sem grandes variações internas. Recomendadasem cômodospara aparelhos de precisão. São formadas por duas paredes entre as quais forma-se câmara de ar equivalente a1/4 de tijolo. A amarração entre as duas paredes faz-se por meio de gatos metálicos. Classificação das Paredes • Paredes ocas ou duplas Marcação das paredes Escantilhões Assentamento de alvenaria ➢ Assentamento com juntas desencontradas Espalhamento de Argamassa Verificação do nível e prumo PAREDES- PARTE 2 ➢ Quantidade de tijolo por parede em função do tamanho dos tijolos e da espessura da junta, podemos calcular quantas unidades de tijolos precisamos para preencher um metro quadrado de alvenaria, e, a partir daí, chegar ao consumo de material. Seja: N =TH x TV Onde: N= número de tijolos por m2 TH = Quantidade de tijolos na horizontal (metro linear) TV = Quantidade de tijolos na vertical (metro linear) Cálculo da quantidade de materiais TH = 100 (C=comprimento tijolo, J=junta) C+J TV = 100 (H=altura tijolo, J=junta) H+J Exemplo de cálculo ➢ Exemplo: Supondo-se uma parede de 1 tijolo de: 23 cm x 11 cm x 5 cm e junta de 1 cm, temos: N =TH x TV N = 100 x 100 (C+J) (H+J) N = 100 x 100 (23+1) (5+1) N ≅ 70 Portanto, para esta parede são necessários 70 tijolos por m². Acrescentar 10% para perdas. TH = 100 (C=comprimento tijolo, J=junta) C+J TV = 100 (H=altura tijolo, J=junta) H+J Cálculo da quantidade de materiais Exemplo de cálculo ➢ Outro método: Tijolo furado, assentamento em pé (½ tijolo). Medidas (m): 0,14 x 0,19 x 0,29 ▪ Área de 1 tijolo, incluindo juntas: 0,21m (21cm) x 0,31m (31cm) = 0,0651m2 ; ▪ Quantidade de tijolos por m2 : 1,00m2 ÷ 0,0651m2 = 15 peças. ▪ Acrescentar 10% para perdas. Cálculo da quantidade de materiais A tensão admissível das paredes de tijolo depende da qualidade dos tijolos e da argamassa com que se efetua esta construção. Não se deve esquecer que as paredes de tijolo são construídas geralmente nas espessuras de 15, 25, 35, 45 cm etc; Portanto, se do cálculo resultar um número intermédio entre dois destes valores, deve-se tomar o maior. Dimensionamento das paredes Na tabela abaixo está apresentado a tensão admissível, em Kg/cm2, que resiste algumas paredes de tijolos: Tabela. Tensão admissível para paredes de tijolo Dimensionamento das paredes Características Tensão admissível (Kg/cm 2 ) • Parede de tijolo ordinário com argamassa de cal 7 • Parede de tijolo oco com argamassa de cal 7 • Parede de tijolo maciço com argamassa de cal 10 • Parede de tijolo maciço com argamassa de cimento portland 12 Fórmula: onde: E = espessura da parede (cm); q = carga transmitida pela estrutura por metro linear (Kg/m) adm parede = tensão admissível da parede (Kg/cm 2) Cálculo da espessura da parede 1,1 . q E = ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ 100 . adm parede ... [cm] 1,1 . q E = ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ 100 . adm parede ... [cm] Cálculo da espessura da parede Exemplo de Cálculo: 1,1 . q E = ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ 100 . adm parede ... [cm] 1,1 . q E = ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ 100 . adm parede ... [cm] 1,1 * 228 kg/m E= --------------------- = 0,32 m 100 * 7 Kg/cm2 Dados: E = ? adm parede = 7 Kg/cm 2 (Tijolo ordinário com argamassa de cal) q = 228 kg/m Tabela 1 da NBR 6120 de 2019 Carga transmitida pela estrutura por metro linear (Kg/m): PPalv= 12 KN * 1m * 0,19m * 1m PPalv= yalv * halv * Laralv* halv* compalv PPalv= 2,28KN ou 228kg/m P e s o e s p e c íf ic o d o s m a te ri a is d e c o n s tr u ç ã o T a b e la 1 d a A B N T N B R 6 1 2 0 :2 0 1 9 ▪ Os vãos, portas, janelas devem ser protegidos por vergas na parte superior, principalmente, a fim de evitar: ➢ deformações da esquadria; ➢ trincas no peitoril; ➢ trincas nos cantos. ▪ A verga deve ultrapassar 0,30 m de cada lado do vão. Vão nas alvenarias Recomendações para alguns tipos de vergas: ▪ Vãos menores que 1,2 m – usar 2 a 3 ferros de diâmetro 3/8” e argamassa 1:3 (cimento e areia); ▪ Vãos entre 1,2 e 2,4 m – usar 2 ferros de diâmetro 3/8” na parte inferior da viga; 2 ferros de diâmetro 3/16” na parte superior da viga; e estribo de 3/16” à cada 20 cm; ▪ Vãos maiores que 2,4 m – são dimensionados como vigas. Vão nas alvenarias ➢ Vergas e contravergas Vão nas alvenarias ➢ Falta de vergas e contravergas - fissuras Vão nas alvenarias • Molhar o tijolo para que o mesmo não absorva a água da argamassa; • No levantamento das paredes, as fiadas deverão ser sempre em nível; • O serviço deve ser iniciado pelos cantos principais, o que facilita o alinhamento da parede, pois, estica-se uma linha entre os cantos já levantados, fiada por fiada; • As juntas dos tijolos devem ser desencontradas, possibilitando amarração e uma alvenaria resistente; Critérios gerais para a execução das paredes • Atingindo-se a 1,5 m, deve-se prever a construção de andaimes; • Os vãos para portas e janelas são deixados na alvenaria; • Sobre estes vãos, colocar as vergas de concreto armado; • O respaldo das alvenarias deve ser arrematado com uma cinta, evitando “aberturas” nos cantos (Viga de respaldo passo a passo https://www.youtube.com/watch?v=t2sNGSrXk60). Critérios gerais para a execução das paredes https://www.youtube.com/watch?v=t2sNGSrXk60 Critérios gerais para a execução das paredes ➢ Respaldo das alvenarias -PAREDES- ESTRUTURAS DE SUSTENTAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES RURAIS
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