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Proposta de Prática Curricular - 2020 Curso: Bacharel em Teologia Disciplina: Aspectos Antropológicos E Sociológicos Da Educação Aluno (a): Matrícula: Professor (a): Maio de 2020 OBSERVAÇÃO E ANÁLISE SOCIOLÓGICA REFLEXIVA DAS RELAÇÕES ENTRE A SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE. INTRODUÇÃO: O modo como o ser humano vem utilizando os recursos naturais tem levado a muitas consequências, sobretudo para o meio ambiente que cada vez mais vem sendo degradado. Diante dessa situação, se faz necessária uma educação ambiental que conscientize as pessoas em relação ao mundo em que vive para que possam ter acesso a uma melhor qualidade de vida, mas sem desrespeitar o meio ambiente, tentando estabelecer o equilíbrio entre o homem e o meio que está inserido. A educação ambiental deve ser um exercício para a cidadania e a conscientização na preservação deve ser acessível a todos. DESENVOLVIMENTO: A consolidação do capitalismo se dá na metade do século XVIII, durante a Revolução Industrial sendo um período de grande desenvolvimento tecnológico, garantindo o surgimento da indústria e consolidando o processo de formação capitalista. O nascimento da indústria causou grandes transformações no estilo de vida populacional pois, acelera a produção de mercadorias e a exploração dos recursos da natureza, sendo responsável por grandes transformações no processo produtivo, aumentando a exploração dos recursos naturais. Em um primeiro momento, a madeira como combustíveis aos maquinários a carvão, e em seguida, pela necessidade da aceleração no modo de produção, é criado o motor, aumentando a exploração dos recursos, principalmente, os derivados do petróleo, o emprego do aço e a utilização da energia elétrica, para alimentar essas máquinas, em contrapartida devolvia ao meio ambiente toda forma de poluição, enquanto promovia o enriquecimento dos detentores do meio de produção. Mediante a exploração desordenada dos recursos naturais, a qualidade do ar, o aquecimento global, desastres naturais, logo passariam a ocupar os fóruns de debates pelo mundo, em fim a conta parece ter chegado, depois de muitos séculos de exploração irresponsável do meio ambiente, o homem demonstra os primeiros sinais de preocupação e buscam medidas para a sustentabilidade, o que se vê depois disso, foram políticas públicas de preservação, contestadas por muitos, e uma campanha de conscientizações voltadas para a preservação dos recursos encontrados na natureza. Nesse sentido, cresce de importância o papel da educação no processo de conscientização, uma vez que segundo Edward Tylor, a educação por meio da comunicação e linguagem é a principal responsável pela transmissão da cultura, que para a antropologia, constitui o modo de vida de uma determinada sociedade e tem sua origem na palavra grega “colere” que significa cultivo de flores e denota cuidados com os animais, a terra, as crianças, educação, deuses, ancestrais e monumentos, ou seja, uma vez uma cultura arraigada desse valores transmitidas a um maior número de pessoas, menos efeitos negativos observaremos, entre outras áreas, no meio ambiente. A educação e a cultura, segundo à concepção de Émile Dürkheim (1972) afirma que: Educação é uma ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social e tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais reclamados pela sociedade política, no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança particularmente se destina (p. 41). Portanto, essa relação está interligada, pois a educação trabalha fundamentalmente com a cultura, sendo a cultura transmitida de geração em geração através da educação, seja ela formal ou informal. O indivíduo, na sua essência, é um ser cultural e carrega consigo costumes que são cultivados e se transformam a cada geração, portanto, o que deixa de ser cultivado tende a desaparecer ou, se for cultivado, de forma diferente, pode se transformar e essas modificações impactam diretamente no meio ambiente. A educação é fundamental para uma conscientização das pessoas em relação ao meio ambiente, no mundo em que vivem para que possam ter cada vez mais qualidade de vida obtendo seus direitos e deveres constituídos por lei. O maior objetivo é tentar criar uma nova mentalidade com relação a como usufruir dos recursos oferecidos pela natureza, criando assim um novo modelo de comportamento na sociedade, buscando um equilíbrio entre o homem e o meio ambiente. A educação ambiental tornou-se lei em 27 de abril de 1999, pela Lei N° 9.795 - Lei da Educação Ambiental, onde em seu Art. 2° afirma: “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Vale ressaltar que o Brasil é o único país da América Latina que possui uma política nacional específica para a Educação Ambiental. É de suma importância para toda a sociedade a preocupação ambiental, no qual deve-se buscar alternativas, através de cartilhas, meios de comunicação, como a televisão e internet, por exemplo, que não comprometam ainda mais a saúde do planeta. Lixo e esgoto são fáceis de identificar, pois tem forma, cor, volume e, principalmente, cheiro bem definido. A população em sua maioria, principalmente das grandes cidades, já aprendeu a conviver com a poluição e, com isso, acostumaram-se ao fato, perdendo a capacidade de indignação. Portanto, cabe aos governantes promover a todos o acesso a métodos que possam ajudar ou auxiliar na preservação do meio ambiente, uma vez que o meio ambiente vem sofrendo impactos ambientais causados pela a humanidade á séculos. Vale ressaltar que é necessário implementar metodologias para a preservação e proteção ambiental, também é preciso proteger os recursos naturais que estão disponíveis a humanidade, logo, a conscientização do uso racional dos meios disponíveis, se faz necessário para que as futuras gerações estejam um pouco menos prejudicadas, devido a esse intenso processo de destruição ao meio ambiente que é causado no presente momento no globo terrestre. CAMPO DE OBSERVAÇÃO: Segundo relatos de antigos moradores, em meados dos anos 1950, a comunidade do Batan, localizada no bairro de Realengo, era uma grande fazenda, onde havia criação de gado e possuía uma vasta área de vegetação típica, o nome Batan deriva de ubatã, árvore bastante comum na época e que hoje não existe mais na região. A partir dos anos 1970 e 1980, houve um crescimento acelerado na população do Batan, com pessoas vindo de vários outros bairros e Estados que foram se instalando ali. Em consequência disso, ocorreu uma habitação improvisada no local, com pessoas tomando posse de terrenos particulares para neles construir, irregularmente, habitações precárias e sem controle por parte poder público. Nos anos seguintes, a população foi ocupando a região que, em pouco tempo, viria a se tornar uma grande comunidade, embora muito carente em termos de urbanização, saneamento básico, segurança e educação. O local que chama atenção é o largo da Baiana, surgiu através de um terreno de família que começou a ser dividido entre eles, após alguns anos começou a ser vendida alguns espaços da propriedade, o asfalto, a iluminação pública e a água não são para toda a comunidade, o que demonstra as dificuldades vivenciadas por essas pessoas. Quando o trabalho/dever atribuído ao poder público não chega de forma como deveria a população, a alternativa é arregaçar as mangas e colocar a mão na massa. É o que vêm fazendo os moradores do Batan, contudo, não é o suficiente para que as defasagens encontradas na vida dessas pessoassejam sanadas, pois cada dia a população cresce e com isso as necessidades também. Mesmo fazendo parte de uma sociedade estruturalmente organizada, cresce exponencialmente a pobreza e a desigualdade social, pois sem a atuação do município que não acompanha esse crescimento e nem dá conta das demandas que estão surgindo, expande-se uma desordem social. Para driblar as dificuldades da comunidade e poder tentar buscar estratégias de como melhorar o bem-estar coletivo, os habitantes contam com a associação de moradores, o comércio local e com a boa vontade de alguns moradores que auxiliam em questões como iluminação, ruas sem asfaltamento, posto de saúde, correspondências, limpeza, festas, rede de esgoto, no qual é cobrada uma pequena taxa para a manutenção, para que assim, possam tentar de forma digna, prover melhorias, já que há uma precariedade na ação dos órgãos públicos junto à comunidade. Ter uma rua pavimentada com asfalto de qualidade é um direito de todos e dever das Prefeituras Municipais, contudo, vias sem infraestrutura ainda são uma realidade, e segundo a Constituição Federal de 1988, é dever de toda Prefeitura prover uma pavimentação de qualidade para as vias urbanas, realizar manutenção, fazer a drenagem para a água da chuva e a sinalização das ruas, investimentos estes que refletem diretamente no bem-estar da comunidade. Diante desse contexto, é praticamente impossível construir perspectivas de vida, seja no âmbito familiar, social, escolar ou em meio a grande exposição de agentes insalubres que vem agregado de inúmeras doenças de impactos direto, principalmente nas crianças, pois em suas casas foram e estão sendo construídas em terrenos extremamente impróprios para moradia, são úmidas próximas a valas e rios, as construções ficam vulneráveis a deslizamentos de terras, enchentes, contaminando a água do uso cotidiano, o que é um prato cheio para o crescimento das doenças respiratórias, doenças de pele, crescimento de fungos. As políticas públicas são ineficientes e geralmente não tratam a causa do problema, apenas maquiam com paliativos de sobrevivência. O desleixo do Estado diante a essa problemática, interfere de alguma forma no comportamento da sociedade, uma vez que as pessoas em situação de vulnerabilidade, são tratados com repressão, preconceito, indiferença e violência, quando na verdade deveriam receber por parte dos governantes e da sociedade um tratamento digno, respeitoso, igualitário e acima de tudo, terem seus direitos garantidos por lei. CONCLUSÃO: EM CONSTRUÇÃO! Na realidade brasileira a pobreza atinge grande parte da população e os caminhos de luta pela sobrevivência, são as raízes de um debate bastante atual, no qual a importância de se construir uma sociedade consciente e inclusiva, que entenda a necessidade de preservar culturalmente o meio ambiente é um desafio, pois nas diferentes camadas da sociedade a realidade vai se modificar e a inclusão social é um processo para a construção de transformações, pequenas e grandes, e na mentalidade das pessoas alcançadas. REFERÊNCIAS: COSTA, Luciene da Silva. A gênese e evolução do urbanismo moderno e a produção da cidade: algumas reflexões. Caminhos de Geografia 2(4), junho,2001, p.38-54. CRESPO, Samyra & LAROVERE, Ana Lúcia Nadulitti (Coord.). Projeto GEO Cidades: Relatório Ambiental Urbano Integrado: Informe GEO: Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Consórcio Parceria 21, 2002. FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. Esquema Pressão - Situação - Resposta e Indicadores Ambientais. Disponível em: http://www.fao.org/ag/againfo/programmes/pt/lead/toolbox/Refer/EnvIndi.htm. Acesso em 20 de abril de 2020. IAP - Paraná. MAIA – Manual de Avaliação de Impactos Ambientais. 3100 – Origem e Síntese dos Principais Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) – Autora: Iara Verocai Dias Moreira. Curitiba, 1992. MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS; PNUMA – PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE. GEO Brasil: recursos hídricos: componente da série de relatórios sobre o estado e perspectivas do meio ambiente no Brasil. Brasília: MMA; ANA, 2007. MITCHELL, Bruce. Geography and Resource Analysis. New York: Longman Inc., 1979. NUCCI, João Carlos. Qualidade ambiental e adensamento urbano: um estudo de ecologia e planejamento da paisagem aplicado ao distrito de Santa Cecília (MSP). São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2001.
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