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Formas Alternativas de Energia e Planejamento Energético W B A 0 5 5 6 _ v1 _ 1 2/183 Formas Alternativas de Energia e Planejamento Energético Autoria: Prof. Msc. Giancarlo Chesini Como citar este documento: CHESINI, Giancarlo. Formas alternativas de energia e planejamento ener- gético. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Definições Gerais 04 Unidade 2: Matriz Energética Brasileira 25 Unidade 3: Energia e Desenvolvimento 46 Unidade 4: Planejamento Energético 67 2/183 Unidade 5: Identificação e Levantamento de Opções e Recursos 89 Unidade 6: Modelos de Projeção de Demanda 111 Unidade 7: Avaliação Socioeconômica, Ambiental e Política 132 Unidade 8: Estudos Realizados no Brasil 154 3/183 Apresentação da Disciplina Poucos são os temas que estão intrinseca- mente ligados ao desenvolvimento da civi- lização humana. A identificação, o planeja- mento e a utilização dos recursos energé- ticos é um deles. Desde o domínio do fogo, passando pelo uso de animais e até as re- centes e gigantescas usinas geradoras de eletricidade, tudo se resume ao fato de que as sociedades evoluíram ao passo que fo- ram capazes de aproveitar o potencial ener- gético que lhes é disponível. Ao longo deste curso, você compreenderá que o planejamento energético não se limi- ta a identificar as fontes de energia e a ex- trair seu potencial com o máximo de efici- ência possível. O planejamento energético não é, atualmente, apenas um projeto de engenharia. Ele necessita englobar temas que foram historicamente relevados ao se- gundo plano. Questões como desenvolvi- mento sustentável e ecodesenvolvimento permeiam o debate sobre o tema, ao lado de fatores como os impactos ambiental, so- cial, político, econômico e histórico. A grande pergunta que se coloca às socie- dades modernas é: como aliar o desenvol- vimento social e tecnológico, aproveitan- do melhor os recursos e minimizando seus custos e os impactos sobre os ecossistemas e as próprias pessoas? Essa pergunta não tem resposta imediata, muito menos de- finitiva. O debate é necessário e urgente, abrangendo um amplo espectro social, his- tórico e político. E você não vai querer ficar de fora dele. Ao final deste curso, você terá mais elementos para discutir, posicionar-se perante o assunto e contribuir para o de- senvolvimento da sociedade. 4/183 Unidade 1 Definições Gerais Objetivos 1. Abordar os conceitos de energia pri- mária, secundária, final e útil. 2. Compreender fatores importantes para o balanço energético. 3. Apresentar uma visão geral sobre a transformação de energia mecânica em energia elétrica. Unidade 1 • Definições Gerais5/183 Introdução As medições mais modernas indicam que a idade da Terra é de aproximadamente 4,54 bilhões de anos. Atualmente, muitos mode- los tentam replicar as condições da atmos- fera terrestre nos seus primórdios em busca de entender como, a partir de compostos químicos, a vida surgiu. Apesar de não ha- ver, até o momento, consenso sobre essa questão, é fato inegável que a aparição de diversas formas de vida e suas consequen- tes evoluções está intimamente ligada ao abundante fornecimento de energia do Sol. A vida da espécie humana, em particular, está baseada nos ciclos de carbono, da água e do ar, todos eles dependentes da energia solar. As sociedades modernas apresentam, além disso, forte dependência da energia elétrica e da energia vinda de combustíveis fósseis, como o petróleo. Você é capaz de imaginar o funcionamento de uma cida- de sem eletricidade ou petróleo? Provavel- mente não. Saiba, então, que é a radiação solar que evapora a água, permitindo a pre- cipitação e formação de rios usados nas hi- drelétricas. Ela também aquece o ar, produ- zindo ventos que podem ser utilizados em parques eólicos. A radiação solar permite, ainda, a realização da fotossíntese, respon- sável pela produção de alimentos vegetais, carvão e lenha, por exemplo. Por fim, a pre- sença de matéria orgânica no próprio pe- tróleo evidencia a importância da energia vinda do Sol no desenvolvimento da vida como a conhecemos hoje. Unidade 1 • Definições Gerais6/183 1. Energia Apesar de intrínseca à vida, o conceito de energia é abstrato. Para fins práticos, no entanto, o grande interesse em se trabalhar com o conceito de energia reside no fato de que ela é uma quantidade que se conserva, ou seja, independentemente dos processos que ocorram, seu valor permanece cons- tante. Para explicitar a ideia de conservação de energia, imagine um baralho com 52 cartas. Se, após uma noite de jogos com seus ami- gos, você contar as cartas e perceber que há 50 delas, você provavelmente pensará que duas delas estão perdidas em algum lugar do ambiente. Se, ao contar as cartas, o nú- mero que você obtiver for 53, sua explicação provavelmente será a de que alguém acres- centou uma carta durante a noite. A conclu- são é a de que, se o número de cartas au- mentar ou diminuir, sempre haverá um me- canismo pelo qual se inserem ou se retiram cartas do conjunto total. Dificilmente você pensará que algumas das cartas foram cria- das ou destruídas espontaneamente. Caso não haja esses mecanismos, não importa o que seja feito, a quantidade de cartas será sempre a mesma. Nessa analogia, a quan- tidade de energia é equivalente ao número de cartas e as diferentes formas de energia são os jogos jogados durante a noite. No que concerne à física, as diferentes for- mas de energia podem ser classificadas em: energia gravitacional, cinética, elétrica, tér- mica, elástica, química, nuclear, energia da Unidade 1 • Definições Gerais7/183 radiação e energia da massa. No que se re- fere ao planejamento energético, é conve- niente trabalhar com nomenclaturas como energia primária, secundária, final e útil. 1.1 Energia Primária e Secundá- ria Define-se uma fonte de energia como pri- mária quando ela provém da natureza em sua forma bruta, direta, sem sofrer qual- quer tipo de transformação. São exemplos de fontes primárias de energia: o petróleo, o xisto, o gás natural, o carvão mineral, re- síduos animais ou vegetais, produtos da cana-de-açúcar, bem como energia solar, hidráulica, eólica, nuclear, de marés, de on- das, geotérmica, entre outras. Geralmente, é necessário algum tipo de intervenção para que a disponibilidade potencial da fonte de energia primária se torne efetiva. Por exem- plo, uma região com ventos de velocidade média alta e constante e com baixa turbu- lência apresenta um bom potencial eólico, no entanto, essa energia só será aproveita- da se ali forem instaladas turbinas eólicas. Se o recurso primário não é diretamente utilizado, então, ele deve ser submetido a algum processo nos chamados centros de transformação (refinarias, centrais elétri- Link Formas de energia e transformações (simulação interativa). Disponível em: <https://phet.colo- rado.edu/pt_BR/simulation/legacy/energy- -forms-and-changes>. Acesso em: 19 set. 2017. https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/energy-forms-and-changes https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/energy-forms-and-changes https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/energy-forms-and-changes Unidade 1 • Definições Gerais8/183 cas, carvoarias e destilarias). A partir dessa etapa, a fonte de energia é definida como secundária e pode se destinar a qualquer setor de consumo ou até mesmo a outro centro de transformação. São exemplos de fontes secundárias de energia: a gasolina, o óleo diesel, o gás liquefeito de petróleo (GLP) e a eletricidade. Dentro das fontes se- cundárias, há também aquelas que não são utilizadas para fins energéticos, como as- falto, graxas e lubrificantes. 1.2 Energia Final e Útil Para o setor energético, entende-se por energia final qualquer forma de energia, pri- mária ou secundária, tal como ela é entre- gue aos diferentes setores de consumo: in- dústrias, residências, comércios etc. Para o usuário, a energia ainda precisa sofrer maisuma transformação para então ser utiliza- da, seja na iluminação, no aquecimento, em motores de carro ou aparelhos elétricos, por exemplo. A realização de mais uma transformação depois de chegar ao usuário faz com que a energia final não seja completamente apro- veitada por ele. Ao abastecer seu carro, por exemplo, parte da energia contida no com- bustível é utilizada para movimentá-lo e parte é perdida na forma de calor. A mesma situação de perda de energia acontece, por exemplo, quando você utiliza algum aparelho eletrônico ou eletrodoméstico na sua casa. Normalmente, os aparelhos emitem ruídos e esquentam, ou seja, parte da energia é con- Unidade 1 • Definições Gerais9/183 sumida em processos que não são a finali- dade do aparelho. Agora você deve estar se perguntando se o princípio da conservação de energia deixou de ser verdadeiro. Não, ele ainda permanece correto, desde que se leve em consideração essas outras transforma- ções que retiram energia do sistema. Para fins energéticos, é conveniente definir uma energia útil, ou seja, a parte da energia final que é aproveitada pelo usuário. Com isso, é possível definir o rendimento ener- gético como a razão entre a energia útil e a energia final, sendo esta última calcula- da somando-se a energia útil com a par- te “perdida” na transformação. A “energia perdida”, por sua vez, é calculada soman- do-se o potencial de economia de energia (PEE) com a energia não recuperável (EÑR). 2. Balanço Energético Nacional (BEN) Segundo José Goldemberg, “energia é um ingrediente essencial para o desenvolvi- mento” (1998, p. 7), sendo o consumo de energia per capita um possível indicador desse desenvolvimento. Em geral, os paí- ses desenvolvidos apresentam os maiores Para saber mais Estima-se a energia útil de acordo com a eficiên- cia média das instalações de cada setor de ativi- dade. Já o PEE é estimado considerando-se ape- nas as instalações mais modernas e eficientes dos mesmos setores. A diferença entre eles é o valor da EÑR. Unidade 1 • Definições Gerais10/183 consumos de energia em tep/capita e, por essa razão, o planejamento energético deve fazer parte da agenda política de qualquer país. No Brasil, a oferta e o consumo de energia são contabilizados pelo Ministério de Mi- nas e Energia. A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) publica anualmente um docu- mento chamado Balanço Energético Na- cional (BEN). A estrutura geral do BEN é composta pelas energias primária e secun- dária, além da transformação e do consumo final. Nele é feita, por exemplo, a análise da oferta e demanda de energia de acordo com sua fonte, são contabilizados dados de pro- dução, importação, exportação, variações de estoque, uso e perdas. Link Balanço Energético Nacional segundo o EPE. Dis- ponível em: <https://ben.epe.gov.br/default. aspx>. Acesso em: 19 set. 2017. Para saber mais Por convenção, utiliza-se para consumo de ener- gia a unidade tonelada equivalente de petróleo (tep), definida como a quantidade de calor libera- da quando se queima 1 tonelada de petróleo cru. Como esse valor depende da composição quími- ca do petróleo, a Agência Internacional de Ener- gia (OECD) define 1 tep como sendo 41,868 J ou 11,630 MWh. https://ben.epe.gov.br/default.aspx https://ben.epe.gov.br/default.aspx Unidade 1 • Definições Gerais11/183 3. Transformação de Energia Me- cânica em Energia Elétrica Tendo em vista que uma das principais for- mas de energia secundária utilizada pela sociedade é a eletricidade e que a maioria dos processos de geração envolve a trans- formação de energia mecânica em ener- gia elétrica, é importante que você saiba os princípios básicos dessa conversão. Historicamente, acreditava-se que eletrici- dade e magnetismo eram efeitos indepen- dentes. Em 1820, entretanto, duas desco- bertas mudaram esse panorama: a de que correntes elétricas em fios geram campos magnéticos e a de que fios conduzindo cor- rente elétrica imersos em regiões com cam- pos magnéticos ficam sujeitos à ação de forças. Um motor eletromagnético se utili- za, em especial, dessa última descoberta. Sabendo que correntes elétricas em fios geram campos magnéticos, você pode se perguntar se o processo inverso também é possível, ou seja, campos magnéticos (ímãs) são capazes de gerar eletricidade? Essa questão foi amplamente abordada nos anos seguintes às descobertas de 1820. Muitas tentativas foram feitas utilizando-se fios paralelos e ímãs próximos a fios, mas mes- mo com as maiores correntes elétricas e os mais intensos ímãs, nenhum efeito foi ob- servado. Apenas em 1831, Michael Faraday (Inglaterra, 1791-1867) descobriu o “pulo do gato”. O surgimento de uma corrente elétrica induzida pelo campo magnético só ocorre quando algo varia. Para o par de fios Unidade 1 • Definições Gerais12/183 paralelos, quando a corrente elétrica que percorre um dos fios varia, uma corrente elétrica é induzida no outro fio. Para o con- junto ímã e fio, se um deles se movimenta com relação ao outro, surge uma corrente elétrica no fio. Esse efeito é conhecido como indução eletromagnética. O fenômeno da indução eletromagnética, apesar de parecer uma simples curiosidade, está por trás das principais formas de ger- ação de eletricidade que, por sua vez, per- mitem que você usufrua das mais diversas aplicações tecnológicas. E a chave para a ocorrência do fenômeno reside na palavra variação. A grandeza que deve variar para o surgimento de correntes elétricas induzidas recebe o nome de fluxo magnético. Imag- ine uma usina hidrelétrica, na qual água é represada e dirigida por canos até as hélices de enormes turbinas. O fluxo de água mov- imenta as turbinas, fazendo-as girar. Con- dutores elétricos acoplados às turbinas são, então, postos em movimento numa região onde existe um campo magnético. O mov- imento de rotação faz com que a “quanti- Para saber mais De família pobre, Faraday teve uma educação precária. Durante a adolescência, foi ajudante de livraria, situação que lhe permitiu o contato com muitos livros. Não cursou a universidade. Além do eletromagnetismo, desenvolveu trabalhos sobre química. Foi conselheiro e membro de institui- ções de como a Royal Society e a Royal Institution, da qual se aposentou após 38 anos de trabalho. Unidade 1 • Definições Gerais13/183 dade” de campo magnético que atravessa a região delimitada pelos condutores varie conforme passa o tempo. Essa variação do fluxo magnético induz o aparecimento de correntes elétricas no condutor, que são, posteriormente, distribuídas para centros de transformação ou setores de consumo de eletricidade. A mesma ideia se aplica a outros tipos de usinas geradoras de eletri- cidade. No caso de usinas eólicas, o vento substitui o movimento das águas. Em usi- nas nucleares ou termoelétricas, a fonte de energia primária (urânio, carvão etc.) é us- ada para aquecer vapor d’água que, então, é dirigido para as turbinas, fazendo-as se mover. Link Aplicações do fenômeno da indução: mini-usi- na hidroelétrica. Disponível em: <http://eaulas. usp.br/portal/video.action?idItem=6073>. Acesso em: 19 set. 2017. http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=6073 http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=6073 Unidade 1 • Definições Gerais14/183 Glossário Energia gravitacional: forma de energia associada à localização de uma massa num campo gra- vitacional criado por outra massa. Energia cinética: energia relacionada ao movimento. Fluxo magnético: grandeza física associada à intensidade do campo magnético que atravessa uma determinada área. Questão reflexão ? para 15/183 Como você viu, a transformação de energia primária em ener- gia secundária requer alguma forma de intervenção que, por sua vez, traz impactos sociais, ambientais, políticos, econô- micos etc. Tendo em vista que o desenvolvimento de uma so- ciedade está associado ao consumo energético dela, escolha um tipo de usina geradora de eletricidade (hidrelétrica,nu- clear, térmica etc.) e elenque possíveis impactos gerados por sua construção e funcionamento, ordenando-os de acordo com o grau de relevância que você julga mais adequado. 16/183 Considerações Finais • A energia é parte fundamental da vida em sociedade, e seu consumo é uma medida do grau de desenvolvimento dela. • As fontes de energia podem ser divididas em primárias ou secundárias, sen- do a energia primária a energia em sua forma bruta, extraída direto da na- tureza. • Energia secundária é toda forma de energia proveniente de uma transfor- mação. • O fenômeno por trás da geração de eletricidade é chamado indução eletro- magnética. Unidade 1 • Definições Gerais17/183 Referências DALRYMP, G. B. The age of the Earth in the twentieth century: a problem (mostly) solved. Geolo- gical Society, London, Special Publications, 190, p. 205-221, 2001. DIAS, V. S.; MARTINS, R. A.; Michael Faraday: o caminho da livraria à descoberta da indução ele- tromagnética. Ciência & Educação, v. 10, n. 3, p. 517-530, 2004. FEYNMAN, R. P.; LEIGHTON, R. B.; SANDS, M. Lições de Física. v. 2. Porto Alegre: Bookman, 2008. GOLDEMBERG, J. Energia e desenvolvimento. Estudos Avançados, v. 12, n. 33, p. 7-15,1998. EPE. Balanço Energético Nacional 2015: Ano base 2014 – Empresa de Pesquisa Energética – Rio de Janeiro: EPE, 2015. 18/183 1. Se em toda transformação de energia ocorrem perdas, o princípio da con- servação de energia é relevante por quê? a) Ele fornece um valor máximo de energia a ser obtido a partir de determinada fonte. b) A energia perdida pode sempre ser capturada e aproveitada novamente. c) As perdas são uma questão tecnológica e assim que forem superadas, a energia disponível será ilimitada. d) As fontes energéticas estão ficando escassas e, consequentemente, é preciso conservá-las. e) Ele fornece um valor mínimo de energia a ser obtido a partir de determinada fonte. Questão 1 19/183 2. Qual dos pares abaixo apresenta um tipo de energia primária e de ener- gia secundária respectivamente? a) Asfalto e petróleo. b) Gasolina e eletricidade. c) Lenha e urânio. d) Álcool etílico e energia solar. e) Gás natural e eletricidade. Questão 2 20/183 3. A finalidade dos centros de transformação de energia é: a) Extrair a fonte de energia primária direto da natureza. b) Transportar a fonte de energia primária até o consumidor final. c) Converter a energia a partir de qualquer outra forma de energia. d) Transformar a energia secundária em energia útil. e) Acrescentar perdas de energia durante a conversão energética. Questão 3 21/183 4. O rendimento energético é definido pela razão entre: a) A energia final e a energia útil. b) A energia final e a energia primária. c) A energia útil e a energia primária. d) A energia útil e a energia final. e) A energia secundária e a energia final. Questão 4 22/183 5. No fenômeno da indução eletromagnética, muito utilizado para gerar eletricidade, correntes elétricas são produzidas a partir de: a) Variações do fluxo elétrico por meio de um isolante elétrico. b) Variações do fluxo magnético por meio de um condutor elétrico. c) Um fluxo magnético constante, porém, muito intenso. d) Um fluxo elétrico constante, porém, muito intenso. e) Variações das dimensões físicas do condutor elétrico. Questão 5 23/183 Gabarito 1. Resposta: A. O princípio da conservação de energia diz, basicamente, que a energia não pode ser criada ou destruída, apenas transforma- da. Assim, o princípio informa qual o valor máximo de energia seria possível extrair de qualquer fonte caso não houvesse perda na conversão. As perdas, apesar de poderem ser diminuídas, não podem ser eliminadas, e a energia perdida, na maioria dos casos, não consegue ser reaproveitada, portanto, os itens “b” e “c” estão incorretos. A conser- vação no nome do princípio não está rela- cionada com sustentabilidade, logo, o item “d” também é incorreto. 2. Resposta: E. Fontes primárias de energia são aquelas ob- tidas da natureza na sua forma bruta, sem qualquer tipo de conversão. Quando a fonte primária passa por alguma transformação, em algum centro de transformação, ela re- cebe o nome de fonte secundária. Na ques- tão, são exemplos de fontes primárias: pe- tróleo, gás natural, lenha, urânio e energia solar. As fontes secundárias são: gasolina, eletricidade, álcool etílico e asfalto (é se- cundário, mas não tem caráter energético). 3. Resposta: C. Os centros de transformação fazem a con- versão da energia proveniente de fontes primárias ou mesmo secundárias, nas suas 24/183 Gabarito diferentes formas. Eles não precisam, ne- cessariamente, extrair a fonte primária da natureza. O item “b” é incorreto porque ra- ramente a fonte primária é utilizada dire- tamente pelo consumidor e, mesmo nesse caso, não é finalidade do centro de trans- formação o transporte dela. A transforma- ção da energia secundária em energia útil é feita pelo consumidor e seus aparelhos, logo o item “d” está incorreto. Apesar de in- serir perdas durante as transformações, não é essa a finalidade do centro de transforma- ção, o que faz o item “e” ser falso. 4. Resposta: D. O rendimento energético é a razão entre a energia disponível para uso e a quantidade que, de fato, é utilizada para o fim desejado. Assim, por ocorrerem diversas transforma- ções ao longo do percurso, não se compara energia final ou útil com energia primária ou secundária, o que invalida as alternati- vas “b”, “c” e “e”. A alternativa “a” está in- correta porque o rendimento, por definição, é algo inferior a 1 (ou 100%). 5. Resposta: B. A palavra-chave para a geração de correntes elétricas induzidas é a variação da grandeza chamada fluxo magnético, que mede a quan- tidade de campo magnético que atravessa a área delimitada por um condutor elétrico. As- sim, as alternativas “a”, “c” e “d” estão incorre- tas. As dimensões do condutor de eletricidade pouco influenciam o efeito da indução, logo, a alternativa “e” também está incorreta. 25/183 Unidade 2 Matriz Energética Brasileira Objetivos 1. Compreender o conceito de matriz energética. 2. Conhecer a matriz energética e a ma- triz elétrica brasileira. 3. Quantificar o uso de energia no Brasil, qual tipo de energia e quem a usa. 4. Localizar as principais unidades gera- doras de energia elétrica do país. Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira26/183 Introdução A história da humanidade pode ser escrita tomando como base a descoberta e utiliza- ção das mais diversas fontes de energia pri- mária. Energia solar, força muscular, tração animal, lenha, energia hidráulica e, mais re- centemente, o petróleo e o gás natural for- necem um bom panorama de como as so- ciedades evoluíram e se constituíram. Para cada fonte de energia primária, à me- dida que seu uso se tornava mais intenso e requisitado, buscavam-se fontes que pu- dessem complementar ou até mesmo subs- tituir a fonte anterior, fosse por questões de eficiência ou abundância. No cenário atual, é imprescindível que cada país saiba as fontes de energia primária de que dispõe em sua extensão territorial, bem como a confiabilidade e a estabilidade ne- cessárias para ofertá-las aos consumido- res, sejam eles indústrias, a agricultura, os transportes ou a população. Além disso, uma preocupação recente diz respeito à racionalidade do uso de tais fontes, numa tentativa de aliar o crescimento econômico ao não esgotamento dos recursos naturais. Por esses motivos, o conhecimento da ma- triz energética é essencial. 1. Matriz energética No campo da matemática, uma matriz é uma coleção de elementos dispostos de forma ordenada em linhas e colunas. Nes- sa linha de raciocínio, a matriz energética é o conjunto de informações sobre todas as formas de energia disponíveis numa região Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira27/183 para serem consumidas, distribuídas ou transformadas. Em termos matemáticos, é uma representação da quantidade ou ofer- ta dos recursos energéticos.Além da oferta, é necessário também conhecer e projetar a demanda de determinado país ou região. Dados da Agência Internacional de Ener- gia (IEA, do inglês International Energy Agen- cy) indicam que, em 2014, o consumo final de energia atingiu a marca de 9.424 Mtep (milhões de toneladas equivalentes de pe- tróleo). Desse total, 2.751 Mtep foram con- sumidos pela indústria, 2.627 Mtep pelo transporte, 3.218 Mtep para usos diversos e 828 Mtep para fins não energéticos. As principais fontes de energia utilizadas pela indústria foram o carvão (31%), a eletricida- de (26%), o gás natural (20%) e os derivados de petróleo (11%). Já o setor de transportes consumiu majoritariamente produtos do petróleo (92%). No Brasil, foram consumidos 232 Mtep, dos quais 81 Mtep pela indústria, 86,4 Mtep pelo transporte, 49,2 Mtep para usos di- versos e 15,4 Mtep para fins não energéti- cos. No setor de transporte, o Brasil seguiu a tendência mundial, com uso majoritário de produtos do petróleo (80%), com a di- ferença de que 18% do consumo se deu a partir de biocombustíveis e resíduos. Já no setor industrial, o cenário brasileiro diferiu Link Agência Internacional de Energia. Disponível em: <www.iea.org>. Acesso em: 20. set. 2017. http://www.iea.org Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira28/183 consideravelmente do mundial, apresen- tando como principal fonte energética os biocombustíveis e resíduos (42%), seguidos pela eletricidade (22%), derivados de pe- tróleo (16%) e gás natural (11%). O carvão, principal fonte energética para a indústria mundial, tem baixa participação na matriz energética industrial brasileira, dada sua baixa disponibilidade e qualidade. 1.1 A Matriz Energética Brasileira Em 2016, segundo Relatório Síntese da Em- presa de Pesquisa Energética (EPE), a ofer- ta interna de energia no Brasil foi de 288,3 Mtep e o consumo final foi de 255,4 Mtep, que representam variações de -3,8% e -2,2% respectivamente, ambas motivadas pelo enfraquecimento da economia. No mesmo ano, o Brasil registrou, em sua ma- triz energética, 56,5% de participação das energias não renováveis e 43,5% das ener- gias renováveis, uma das mais elevadas ta- xas mundiais. A participação das energias não renová- veis na matriz energética brasileira se divi- diu em: petróleo e seus derivados (36,5%), gás natural (12,3%), carvão mineral (5,5%), urânio (1,5%) e outras fontes (0,7%), totali- zando os 56,5% do total. Pelo lado das ener- gias renováveis, a lista foi encabeçada pela biomassa da cana (17,5%), energia hidráu- lica (12,6%), lenha e carvão vegetal (8,0%) e lixívia e outras renováveis (5,4%), como o biodiesel e a energia eólica. Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira29/183 Os setores que mais consumiram energia no Brasil em 2016 foram a indústria (33%) e os transportes (32,4%), tanto de cargas como os relacionados à mobilidade huma- na. O próprio setor energético consumiu 10,3% do total, seguido pelas residências (9,7%), o setor de serviços (4,9%) e a agro- pecuária (4,0%). O consumo não energéti- co foi de 5,8%. No setor industrial, as principais fontes de energia utilizadas foram o bagaço de cana (20,9% do total), a eletricidade (19,9%), o carvão mineral (12,3%) e o gás natural (11,3%). No setor de transportes, o óleo die- sel seguiu em primeiro lugar (43,9% do to- tal), acompanhado pela gasolina, normal e de aviação (29,3%), e pelo etanol (16,8%). Um ponto interessante que talvez você te- nha notado é que, nas indústrias, a partici- pação de energias renováveis é maior, 58% contra 20% do setor de transportes. Já o consumo residencial esteve, basicamente, dividido em eletricidade (46%), GLP (26,5%) e lenha (24,4%). Para saber mais Também conhecida como licor negro, a lixívia (ou lixívia negra) é usada como combustível em usi- nas cogeradoras da indústria do papel. É um re- síduo líquido obtido da cozedura da madeira para eliminação de componentes indesejáveis ao pro- cesso de extração da celulose. Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira30/183 1.2 A Matriz Elétrica Brasileira No mundo moderno, a eletricidade tem pa- pel central. Atividades simples como assistir à televisão, guardar alimentos na geladeira e carregar a bateria do telefone celular re- querem o uso desse tipo de energia. Você é capaz, ainda, de imaginar alguma situação ou local em que não haja, por exemplo, uma lâmpada? Assim, conhecer a matriz elétri- ca do Brasil, além da matriz energética, é questão fundamental quando se fala em energia e planejamento energético. A matriz elétrica brasileira se caracteriza pelo domínio das energias renováveis. Em 2016, a participação desse tipo de energia atingiu o valor de 81,7%. A oferta interna de energia elétrica foi de 619,7 TWh e o con- sumo final de 520 TWh. Entre todas as fon- tes de energia elétrica, a energia hidráuli- ca é a que tem maior participação (68,1%), seguida pelo gás natural (9,1%), biomassa (8,1%), energia eólica (5,4%), derivados do petróleo (3,7%), carvão e derivados (2,9%) e energia nuclear (2,6%). A elevada partici- pação da energia hidráulica na matriz elétri- ca brasileira é consequência da existência Para saber mais O gás liquefeito de petróleo (GLP) é um grande conhecido da população e também atende pelo nome de gás de cozinha. É um combustível inco- lor composto basicamente por butano e propano, ambos extraídos do petróleo. Sua produção ocorre em refinarias ou no processamento de gás natural. Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira31/183 de muitos rios com desníveis no território nacional, o que também a torna uma das soluções mais econômicas. A capacidade instalada chegou a 150.338 MW no ano de 2016. Desse total, 64,5% foi produzido por hidrelétricas, 27,5% por usi- nas térmicas e 6,7% via energia eólica. A par- ticipação das usinas nucleares foi de apenas 1,3%, enquanto a energia solar não apresen- tou contribuição significativa (24 MW). Das cinco principais usinas hidrelétricas brasileiras, de um total de 217, uma se en- contra no rio Tocantins, no estado do Pará: a usina do Tucuruí. Duas delas estão insta- ladas no rio Paraná: a binacional Itaipu, no município de Foz do Iguaçu (fronteira com o Paraguai); e a de Ilha Solteira, na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Com- pletam a lista a usina de Xingó, entre os es- tados de Alagoas e Sergipe, e o Complexo Paulo Afonso, na Bahia, ambas instaladas no rio São Francisco. A energia hidráulica é considerada uma forma de energia limpa, uma vez que a água, depois de passar pela usina, retorna ao leito do rio sem sofrer de- generações. Para saber mais entende-se por biomassa qualquer matéria or- gânica, de origem vegetal ou animal, que apre- sente potencial para ser transformada tanto em energia térmica quanto em elétrica. Além des- ses tipos de energia, da biomassa obtêm-se bio- combustíveis, como o etanol e o biodiesel, am- bos substitutos de derivados de petróleo como a gasolina e o óleo diesel. Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira32/183 As usinas termelétricas brasileiras utilizam os mais diversos tipos de combustíveis: óleo diesel, óleo combustível, bagaço de cana, gás natural, carvão mineral e vegetal, lixívia entre outros. Do total de 2.924 uni- dades, destacam-se: a usina Governador Leonel Brizola (antiga TermoRio), instalada no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; as usinas Mário Lago e Norte Flumi- nense, ambas em Macaé, também no esta- do do Rio de Janeiro; a usina Porto do Pecém I, localizada em São Gonçalo do Amarante, no Ceará; e a usina Uruguaiana, na cidade de mesmo nome, no Rio Grande do Sul. Des- sas cinco, todas utilizam o gás natural como combustível, com exceção da usina Porto do Pecém I, que utiliza carvão mineral. O parque eólico brasileiro conta com 430 usinas, das quais 81 foram instaladas no ano de 2016. O estado que lidera a capacidade instalada de energia eólica é o Rio Grande do Norte, que também lidera o quesito ger- ação,seguido por Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí. A região Nordeste correspon- de a aproximadamente 85% da geração por fonte eólica, uma vez que a maior parte dos parques eólicos está ali instalada. O fator de capacidade médio das fontes eólicas brasileiras atingiu o patamar de 40% em 2016, valor muito acima da média mundial Link Itaipu Binacional. Disponível em: <https://www. itaipu.gov.br/>. Acesso em: 20 set. 2017. https://www.itaipu.gov.br/ https://www.itaipu.gov.br/ Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira33/183 de 25%. Os estados que lideraram o rank- ing de fator de capacidade médio são os mesmos que apresentam a maior capaci- dade instalada, porém, em ordem diferente: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio Grande do Sul. Com relação à energia nuclear, a primeira usina nuclear (ou termonuclear) brasileira, Angra 1, localizada na região de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, iniciou sua operação comercial em 1985. Em 2001, foi inaugura- da a segunda usina nuclear do país, Angra 2. Ambas utilizam como combustível o urâ- nio enriquecido. Em 2015, a construção daquela que seria a terceira usina nuclear brasileira, Angra 3, foi suspensa por moti- vos financeiros. Link Energia Nuclear em dois minutos. Eletronuclear TV. Disponível em: <http://www.eletronuclear. gov.br/>. Acesso em: 20 set. 2017. http://www.eletronuclear.gov.br/ http://www.eletronuclear.gov.br/ Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira34/183 Glossário Capacidade instalada: capacidade (no caso elétrico, potência) máxima que pode ser produzida sem interrupções, desconsiderando-se as perdas. Fator de capacidade: razão entre a geração efetiva num determinado intervalo de tempo e ca- pacidade total no mesmo tempo. Leva em consideração o valor gerado e a capacidade instalada. Urânio enriquecido: urânio no qual a proporção do isótopo U-235 foi aumentada de 0,7% para cerca de 3%. O aumento se dá porque U-235 é físsil, enquanto seu isótopo mais abundante (U- 238) não é. Questão reflexão ? para 35/183 Os dados da Agência Internacional de Energia mostram que a participação dos derivados de petróleo no setor de transportes é predominante. Em sua opinião, quais são as dificuldades (políticas, financeiras, de eficiência etc.) que impedem a participação mais efetiva das ener- gias renováveis nos transportes brasileiros? 36/183 Considerações Finais • Matriz energética é o conjunto de informações sobre todas as formas de energia disponíveis para serem consumidas, distribuídas ou transformadas. • O setor de transportes é majoritariamente dependente de petróleo e de seus derivados. • A principal fonte energética da indústria no mundo é o carvão. No Brasil, porém, são os biocombustíveis e resíduos. • Matriz elétrica se refere ao conjunto de informações sobre a geração, dis- tribuição e o consumo de energia elétrica especificamente. • Energias renováveis, em especial a energia hidráulica, têm alta participa- ção na matriz elétrica brasileira. Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira37/183 Referências AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Atlas de Energia Elétrica. 2. ed. Brasília: ANEEL, 2005. AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Gás liquefeito de petróleo – GLP. Disponível em: <http://www.anp.gov.br/wwwanp/petroleo-e-derivados2/glp>. Acesso em: 3 jul. 2017. AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA – IEA. Disponível em: <www.iea.org>. Acesso em: 3 jul.2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA – ABEEólica. Boletim Anual de Geração Eólica 2016. Disponível em <http://www.abeeolica.org.br/dados-abeeolica/>. Acesso em: 8 jul. 2017. CARVALHO, J. F. O declínio da era do petróleo e a transição da matriz energética brasileira para um modelo sustentável. Tese de Doutorado – PPGE/USP – São Paulo, 2009. ELETROBRÁS ELETRONUCLEAR. Disponível em: <http://www.eletronuclear.gov.br/>. Acesso em: 5 jul. 2017. GOLDEMBERG, J.; LUCON, O. Energia e meio ambiente no Brasil. Estudos Avançados, v. 21, n. 59, p. 7-20, 2007. http://www.anp.gov.br/wwwanp/petroleo-e-derivados2/glp http://www.iea.org http://www.abeeolica.org.br/dados-abeeolica/ http://www.eletronuclear.gov.br/ Unidade 2 • Matriz Energética Brasileira38/183 PORTAL BRASIL. Maiores usinas hidrelétricas do país. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/ old/copy_of_imagens/sobre/economia/energia/imagens/maiores-usinas-hidreletricas-do-pais/ view>. Acesso em: 3 jul. 2017. http://www.brasil.gov.br/old/copy_of_imagens/sobre/economia/energia/imagens/maiores-usinas-hidreletricas-do-pais/view http://www.brasil.gov.br/old/copy_of_imagens/sobre/economia/energia/imagens/maiores-usinas-hidreletricas-do-pais/view http://www.brasil.gov.br/old/copy_of_imagens/sobre/economia/energia/imagens/maiores-usinas-hidreletricas-do-pais/view 39/183 1. Assinale a alternativa que define corretamente “matriz energética”. a) O conjunto das principais formas de energia utilizadas pela indústria. b) A fonte de energia extraída diretamente da natureza, em seu estado bruto. c) O conjunto de informações sobre a energia primária de uma determinada região. d) O conjunto das principais formas de energia utilizadas numa região. e) O conjunto de dados sobre toda a energia disponível para consumo, distribuição ou trans- formação. Questão 1 40/183 2. Assinale a alternativa correta. As principais fontes de energia consumidas pela indústria no mundo e no Brasil são, respectivamente: Questão 2 a) Derivados de petróleo para ambos. b) Carvão e biocombustíveis/resíduos. c) Carvão e eletricidade. d) Eletricidade e gás natural. e) Biocombustíves/resíduos e produtos de petróleo. 41/183 3. Assinale a alternativa correta. A matriz energética brasileira se caracteriza por: Questão 3 a) Elevada participação de energias renováveis, mas com forte dependência de derivados de petróleo. b) Baixa participação de energias renováveis e forte dependência de derivados de petróleo. c) Elevada participação de energias renováveis, sendo a energia hidráulica a principal delas. d) Predomínio das energias renováveis sobre as não renováveis. e) Forte predomínio das energias não renováveis com participação superior a 75%. 42/183 4. Assinale a alternativa correta. A matriz elétrica brasileira se caracteriza por: Questão 4 a) Predomínio das energias não renováveis, como os derivados de petróleo. b) Predomínio das energias renováveis, especialmente a energia hidráulica. c) Predomínio das energias renováveis, especialmente a energia eólica. d) Igual participação das energias renováveis e não renováveis. e) Participação de derivados do petróleo superior à energia hidráulica. 43/183 5. Assinale a alternativa correta. A maior parte dos parques eólicos brasilei- ros se encontra na região: Questão 5 a) Sul. b) Sudeste. c) Norte. d) Nordeste. e) Centro-Oeste. 44/183 Gabarito 1. Resposta: E. A matriz energética é a informação sobre a quantidade total de energia disponível para consumo, distribuição e transformação. Não se refere somente às principais fontes de energia, como sugerido pelas alternati- vas “b”, “c” e “d”, nem a setores específicos, como diz a alternativa “a”. 2. Resposta: B. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, a maior contribuição para o consu- mo de energia pela indústria mundial vem do carvão (31%). Já no Brasil, a principal fon- te são os biocombustíveis e resíduos (42%). 3. Resposta: A. Os dados do Relatório Síntese da EPE, ano- -base 2016, mostram que o petróleo e seus derivados têm a maior participação na ma- triz energética brasileira, contribuindo com 36,5% do total. Todas as energias renová- veis somam 43,5%, uma das taxas mais ele- vadas do mundo, sendo a biomassa da cana a mais participativa. 4. Resposta: B. Os dados do Relatório Síntese da EPE, ano- -base 2016, indicam que mais de 80% da energia elétrica brasileira é proveniente de fontes de energia renováveis, das quais 68,1% são geradas a partir da energia hi- dráulica. Logo, a matriz elétrica brasileiraé 45/183 Gabarito predominantemente formada por energias renováveis, em especial a energia hidráulica. 5. Resposta: D. Aproximadamente 85% da produção de eletricidade por meio da energia eólica está concentrada na Região Nordeste. Entre os cinco estados brasileiros que mais a produ- zem, quatro são de lá: Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Piauí. 46/183 Unidade 3 Energia e Desenvolvimento Objetivos 1. Correlacionar desenvolvimento hu- mano e consumo energético. 2. Conceituar ecodesenvolvimento e de- senvolvimento sustentável. 3. Compreender semelhanças e diferen- ças entre ecodesenvolvimento e de- senvolvimento sustentável. Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento47/183 Introdução Mensurar o desenvolvimento de uma so- ciedade não é tarefa fácil, afinal, como se quantifica a qualidade de vida? Quais fa- tores são importantes e qual o grau de re- levância de cada um deles? Durante muito tempo, o crescimento econômico, por meio do produto interno bruto (PIB) per capi- ta, foi a régua utilizada para aferir o esta- do de desenvolvimento de uma nação. Com esse critério, o Brasil se colocou entre as 10 maiores economias mundiais. No entanto, mesmo atingindo o patamar das economias mais desenvolvidas, persistia um fator que o diferenciava dos demais: a forte concen- tração de riqueza e desigualdade social. Foi necessário, portanto, mudar a métrica. Nesse sentido, outros indicadores foram se estabelecendo como o Índice de Desenvol- vimento Humano (IDH), baseado na tríade saúde, educação e renda. Qualquer classificação, entretanto, apre- senta limitações, uma vez que o conceito de qualidade de vida pode diferir radical- mente entre os diversos grupos sociais e, consequentemente, qualquer critério es- colhido deve ser interpretado de acordo com o contexto de cada conjunto social. Nesta leitura você encontrará elementos para discutir o desenvolvimento do ponto de vista energético. Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento48/183 1. Consumo Energético e Desen- volvimento Ao pensar sobre consumo energético e de- senvolvimento, a imagem que provavel- mente vem à sua cabeça é a de que bens tec- nológicos como computadores, carros, avi- ões e eletrônicos, os quais estão associados à noção de desenvolvimento, necessitam de energia. Um cenário mais fundamental pode ser observado também: imagine um grupo de pessoas que mora numa região isolada ou de difícil acesso. Se não houver fornecimento de energia elétrica, não há a possibilidade de instalação de uma bomba capaz de, por exemplo, captar água de um poço artesiano para armazená-la numa cai- xa d’água elevada. Sem isso, o acesso à água de qualidade é dificultado, comprometendo as condições de saúde. O acesso à água potável é uma questão de saneamento e, consequentemente, de qua- lidade de vida. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) indicavam que, até 2015, cerca de 35 mi- lhões de brasileiros não tinham acesso à água tratada. Link O que é o IDH. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil – PNUD. Disponível em: <http://www.br.undp.org/content/bra- zil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-i- dh.html>. Acesso em: 20 set. 2017. http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idh.html http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idh.html http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idh.html Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento49/183 No mesmo ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemorou o Ano Interna- cional da Luz com o intuito de chamar aten- ção para o fato de que, à época, estimava- -se que 1,5 bilhão de pessoas não tinham acesso à energia elétrica. Aqui no Brasil, a constatação de que a exclusão elétrica era predominante em áreas com baixo IDH cul- minou na criação do programa Luz para Todos, do Governo Federal. O programa, lançado em 2003, tinha como objetivo levar energia elétrica a 10 milhões de pessoas na zona rural até o ano de 2008. Em 2010, com 60% da meta inicial atingida, o programa foi estendido até 2014, sendo novamente prorrogado, agora até 2018. A relação entre consumo energético e de- senvolvimento fica explícita quando cru- zamos os dados de IDH com o consumo de energia. Países com IDH muito alto apresen- tam, também, elevado consumo de energia. A Noruega, país com maior IDH (0,944) em 2014, consumiu, no mesmo ano, 5,60 tep/ capita. A Austrália, com IDH 0,935, consu- Link Sistema Nacional de Informações sobre Sanea- mento – SNIS. Disponível em: <http://www.snis. gov.br/>. Acesso em 20 set. 2017. Link Programa Luz para Todos. Disponível em: <ht- tps://www.mme.gov.br/luzparatodos/asp/>. Acesso em: 20 set. 2017. http://www.snis.gov.br/ http://www.snis.gov.br/ https://www.mme.gov.br/luzparatodos/asp/ https://www.mme.gov.br/luzparatodos/asp/ Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento50/183 miu 5,30 tep/capita. Os 10 países com maior IDH tiveram consumo energético superior a 2,7 tep/capita. Canadá e EUA obtiveram como resultado, respectivamente, 7,88 e 6,94 tep/capita. O Brasil, com IDH 0,755, considerado alto, consumiu 1,47 tep/capi- ta, abaixo da média mundial que foi 1,89 tep/capita. Os países integrantes da OECD (Organização para a Cooperação e Desen- volvimento Econômico), com quem o Brasil mantém relações, consumiram uma média de 4,16 tep/capita. Países como Quênia e Paquistão, com os maiores IDHs dentro do grupo dos países considerados com bai- xo desenvolvimento humano, consumiram 0,53 e 0,49 tep/capita respectivamente. Da análise acima, é evidente que há uma correlação entre desenvolvimento humano e consumo de energia. A energia, por sinal, espalha-se por diversas dimensões da ati- vidade humana: social, econômica, política e ambiental. Socialmente, além de permitir retirar água de poços artesianos, a energia aumenta o acesso à informação e à educa- ção, uma vez que é possível levar luz para as escolas no período noturno. Econômica e politicamente, ela impacta diretamente a produção de riqueza e o uso decorrente dessa renda energética. Já ambientalmen- te, é importante considerar a relação entre produção e reserva e a diversidade e impac- to de cada fonte energética utilizada. Se, por um lado, o consumo de energia se mostra o motor e um limitante para o de- senvolvimento, o aumento do consumo de energia traz à tona um problema. A deman- Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento51/183 da da indústria e dos transportes por ener- gia é praticamente ininterrupta, porém, o ritmo com que os recursos naturais são re- postos é menor. Essa observação fez surgir os conceitos de ecodesenvolvimento e de- senvolvimento sustentável. 2. Ecodesenvolvimento e Desen- volvimento Sustentável As sociedades pré-Revolução Industrial ti- nham sua matriz energética baseada em fontes renováveis de energia: rios para os moinhos, vento para os barcos e a lenha das florestas para casas e lareiras. O ritmo de uso dessas fontes, em especial da lenha, era comparável ao ritmo de reposição dos recursos naturais. Com o advento da Revo- lução Industrial, a matriz energética migrou para uma base de fontes não renováveis, especialmente os combustíveis fósseis, e o equilíbrio na relação entre a taxa de utiliza- ção/reposição se extinguiu. O conceito de ecodesenvolvimento surgiu nos anos 1970 como uma alternativa ao de- bate sobre a política de desenvolvimento. Por um lado, estavam os países em desen- volvimento que reivindicavam o direito ao crescimento, e por outro, a defesa do cha- mado crescimento zero. O ponto central do ecodesenvolvimento é a preocupação com o crescimento econômico, sem deixar de lado os aspectos ambientais e sociais, com base nas potencialidades de cada país. As- sim, o desenvolvimento deve estar voltado para as necessidades sociais, com o objeti- Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento52/183 vo de melhoria da qualidade de vida, tendo em vista a preservação dos recursos natu- rais para as geraçõesfuturas. De acordo com Montibeller Filho (1993), o ecodesenvolvimento abrange cinco dimen- sões de sustentabilidade: social, econômica, ecológica, espacial e cultural. Na dimensão social, o objetivo é reduzir as desigualdades sociais. Na econômica, fica evidente a aposta no potencial interno, uma vez que o objetivo é aumentar a produção e a riqueza sem de- pendência externa. Ecologicamente, o inte- resse é preservar os recursos naturais para as gerações futuras. A sustentabilidade es- pacial procura evitar a aglomeração de ativi- dades ou pessoas em determinadas regiões. Por último, a sustentabilidade cultural visa a evitar conflitos, respeitando cada ecossiste- ma e a formação de cada comunidade. O conceito de desenvolvimento sustentável ganhou força a partir do Relatório Brun- dtland, também conhecido como relató- rio “Nosso futuro comum”, na década de 1980. O documento centra o desenvolvi- mento sustentável na ecologia, explicitan- do a importância de respeitar os ciclos na- Para saber mais A ideia de crescimento zero surgiu do estudo in- titulado Limites do Crescimento, conduzido por Dennis Meadows e sua equipe no MIT (Massa- chusetts Institute of Technology) e publicado em 1972. Devido ao esgotamento dos recursos naturais, que levaria ao colapso da sociedade, o estudo preconizava a paralisação do crescimento econômico mundial. Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento53/183 turais para que a sociedade presente e as próximas gerações possam satisfazer suas necessidades. A tese central do relatório se apoia na crença de que o desenvolvimento tecnológico produzirá cada vez mais gas- tando menos recursos. Consequentemente, o padrão de consumo das sociedades mais industrializadas poderia ser mantido e ex- pandido para toda e qualquer sociedade. Neste momento, você deve estar se pergun- tando como viabilizar o processo do “mais com menos”. A ideia básica aqui é utilizar o avanço tecnológico para otimizar a reci- clagem das fontes de energia. No entanto, o reaproveitamento de um insumo esbar- ra em duas questões: a perda da eficiência energética em reciclagens sucessivas, de acordo com a segunda lei da termodinâ- mica, e o custo. Os primeiros processos de reciclagem são economicamente viáveis, mas, a cada processo, o custo para separar os componentes se torna cada vez maior, o que implica em maior gasto de energia, e fornece um produto com qualidade menor. Para saber mais Orelatório Brundtland recebe esse nome em ho- menagem à primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, escolhida pela ONU em 1983 para chefiar a Comissão Mundial sobre Meio Am- biente e Desenvolvimento, cujo objetivo era apre- sentar propostas de caráter mundial na área am- biental. Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento54/183 As principais divergências entre os con- ceitos de ecodesenvolvimento e desen- volvimento sustentável residem, segundo Montibeller Filho (1993), no posicionamen- to quanto à qualidade do meio ambiente e às diferenças sociais como elementos fun- damentais a serem considerados e no pro- gresso técnico e o seu papel em relação à pressão sobre os recursos naturais. Mesmo assim, os dois conceitos apresentam fortes pontos de convergência, fazendo com que diversos autores os utilizem como sinôni- mos. Entre esses pontos, estão a preocu- pação com o bem-estar da sociedade atual e das futuras gerações, o que implica uma visão em longo prazo do uso dos recursos naturais. O meio ambiente, por si só, apre- senta-se como parte essencial do processo de desenvolvimento e, consequentemente, passa a ter valoração econômica, não em termos de preço, mas em termos de oferta e prejuízo. Para saber mais A segunda lei da termodinâmica implica que um sistema isolado não pode passar sucessivamente pelo mesmo estado de modo idêntico. Com o pas- sar do tempo, cada ciclo leva a uma diminuição da energia disponível, fazendo com que o processo seja irreversível. No caso da reciclagem, isso acar- reta perdas energéticas e diminuição da qualida- de do produto final. Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento55/183 Glossário Correlação: correspondência ou analogia entre ideias. Uma correlação não implica, necessaria- mente, uma relação de causa e efeito. Ecossistema: sistema que inclui os seres vivos e o ambiente, com suas características físico-quí- micas e as inter-relações entre ambos. Insumo: elemento necessário para produzir mercadorias, serviços ou produtos. Para a recicla- gem, é a matéria-prima, mas pode ser capital, horas de trabalho, equipamentos etc. Questão reflexão ? para 56/183 Você verificou, nesta leitura, que há uma correlação en- tre desenvolvimento humano e consumo de energia. Países com alto IDH apresentam também elevado con- sumo energético per capita. Tendo isso em vista, apre- sente um plano de ação ou elenque passos que pode- riam aumentar o consumo energético de um país como o Brasil. Há um limite para o consumo energético e, con- sequentemente, para o desenvolvimento? 57/183 Considerações Finais • Índice de desenvolvimento humano e consumo energético apresentam for- te correlação. • O ecodesenvolvimento tem como ponto central o desenvolvimento econô- mico, sem deixar de lado os aspectos ambientais e sociais. • O desenvolvimento sustentável tem como ponto central a ecologia e o ciclo da natureza. • Tanto o ecodesenvolvimento como o desenvolvimento sustentável apresen- tam preocupação com a sociedade presente e as futuras gerações. Unidade 3 • Energia e Desenvolvimento58/183 Referências AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA – IEA. Key world energy statistics. Disponível em: <ht- tps://www.iea.org/publications/freepublications/publication/key-world-energy-statistics.html>. Acesso em: 13 jul. 2017. ARAUJO, K. K. S.; BARROSO, C. M. R.; SOUZA, E. J. C. Ecodesenvolvimento e desenvolvimento sus- tentável: conceitos e divergências. Revista Reflexões e Práticas Geográficas, v. 1, n. 1, p. 45-57, jul./dez. 2014. FERNANDEZ, B. P. M. Ecodesenvolvimento, desenvolvimento sustentável e economia ecológica: em que sentido representam alternativas ao paradigma de desenvolvimento tradicional? De- senvolvimento e meio ambiente, n. 23, p. 109-120, jan./jun. 2011. INSTITUTO TRATA BRASIL. Situação saneamento no Brasil. Disponível em: <http://www.trata- brasil.org.br/saneamento-no-brasil>. Acesso em: 13 jul. 2017. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Programa Luz para Todos. Disponível em: <https://www. mme.gov.br/luzparatodos/asp/>. Acesso em: 13 jul. 2017. MONTIBELLER FILHO, G. Ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável: conceitos e prin- cípios. 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Acesso em: 13 jul. 2017. http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0/conceitos/o-que-e-o-idh.html https://www.mme.gov.br/luzparatodos/asp/ https://www.mme.gov.br/luzparatodos/asp/ http://www.snis.gov.br/ http://www.snis.gov.br/ 60/183 1. O consumo energético do Brasil em 2014 foi de 1,47 tep/capita, o que o coloca: a) Abaixo da média mundial de consumo energético. b) Entre os países que menos consomem energia per capita. c) Acima da média mundial de consumo energético.d) Exatamente na média mundial de consumo energético. e) Entre os 10 países que mais consomem energia per capita. Questão 1 61/183 2. O ecodesenvolvimento, conceito surgido nos anos 1970, traz uma dimen- são social que preconiza: a) O aumento a riqueza sem dependência externa. b) A preservação dos recursos naturais para as gerações futuras. c) A redução das desigualdades sociais. d) Evitar a aglomeração de atividades ou pessoas em determinadas regiões. e) O respeito a cada ecossistema e à formação de cada comunidade. Questão 2 62/183 3. O ecodesenvolvimento e o desenvolvimento sustentável apresentam como uma característica em comum: a) A ideia de que o progresso da ciência aliviará a pressão sobre os recursos naturais. b) A preocupação com o bem-estar da sociedade atual e das futuras gerações. c) A defesa da sociedade atual, mas sem preocupação com gerações futuras. d) A defesa de que o crescimento econômico deve ser imediatamente paralisado. e) A preocupação com as gerações futuras, mas já admitindo que não há salvação para a so- ciedade atual. Questão 3 63/183 4. O crescimento zero, proposto pelo ecodesenvolvimento, preconiza: a) A eliminação de fontes não renováveis da matriz energética. b) A paralisação do crescimento econômico dos países já desenvolvidos. c) A diminuição do consumo de energia mundial. d) O crescimento positivo, porém, de forma lenta. e) A paralisação do crescimento econômico mundial. Questão 4 64/183 5. No desenvolvimento sustentável, a ideia de fazer “mais com menos”, reci- clando os recursos naturais esbarra na questão de que: a) A conservação de energia é violada. b) A tecnologia ainda não está suficientemente avançada para permiti-la. c) A perda de eficiência energética é alta, mesmo com custo de reciclagem baixo. d) A perda de eficiência energética e o custo de reciclagens sucessivas são altos. e) Há recursos que não são passíveis de reciclagem. Questão 5 65/183 Gabarito 1. Resposta: A. O consumo energético brasileiro, em 2014, foi de 1,47 tep/capita, abaixo da média mundial (1,89 tep/capita) e bem inferior aos 10 países com maior IDH (2,7 tep/capita). 2. Resposta: C. O ecodesenvolvimento traz cinco dimen- sões: a social, a econômica, a ecológica, a espacial e a cultural. Socialmente, o objetivo é que esse tipo de desenvolvimento acabe por reduzir as desigualdades sociais de cada região. Os itens “a”, “b”, “d” e “e” apresentam as características das outras dimensões. 3. Resposta: B. Uma das características comuns a ambas as correntes de pensamento é a preocupação com a sociedade no presente para que ela se desenvolva, e com as gerações futuras para que elas também possam se desenvol- ver. O item “a” é uma característica apenas do desenvolvimento sustentável, enquanto o item “d” é uma ideia que surgiu dentro do ecodesenvolvimento. 4. Resposta: E. O chamado crescimento zero é uma tenta- tiva de impedir o esgotamento dos recursos naturais e o consequente colapso da socie- dade. Assim, ele prega que todos os paí- ses, não apenas alguns, deveriam paralisar 66/183 Gabarito o crescimento econômico. Ele não sugere a busca por energias renováveis, nem a di- minuição do consumo de energia, apenas o não crescimento desse consumo. 5. Resposta: D. O principal problema de “fazer mais com menos” é que reciclar recursos sucessiva- mente aumenta o custo, uma vez que é ne- cessária mais energia para separar os com- ponentes. Além disso, a qualidade do pro- duto final é cada vez menor, assim como sua eficiência energética. 67/183 Unidade 4 Planejamento Energético Objetivos 1. Compreender a importância do pla- nejamento energético. 2. Verificar os principais atributos pre- sentes nos planejamentos de longo prazo. 3. Conhecer o Plano Nacional de Energia 2030 e as perspectivas futuras para o Brasil e o mundo. Unidade 4 • Planejamento Energético68/183 Introdução Na aula anterior, você viu que o consumo energético está fortemente correlaciona- do ao desenvolvimento de um país. Isso, por si só, coloca o planejamento energéti- co no cerne das políticas públicas. No Bra- sil, a questão do planejamento energético se tornou importante a partir da década de 1970, com a crise do petróleo. À época, paí- ses como Irã, Arábia Saudita, Iraque e Kuwa- it passaram a regular suas exportações de petróleo até que, em 1973, num movimento político contra os países que apoiavam Isra- el na Guerra do Yom Kippur (Dia de Perdão), as vendas de petróleo foram embargadas e a produção reduzida. O preço do barril su- biu de US$ 2,95 para US$ 11,65, e isso não foi o fim. Em 1979, em consequência da Re- volução Islâmica, o Irã paralisou a produção de petróleo, fazendo com que o preço mé- dio do barril chegasse à casa dos US$ 40,00. Muitos países, fortemente dependentes do petróleo, além de reduzirem a importação, viram-se obrigados a fazer manobras eco- nômicas a fim de manter as contas externas equilibradas e, do ponto de vista energéti- co, buscar formas alternativas de geração de energia. No Brasil, por exemplo, surgiu o Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool) em 1975, cuja primeira etapa se caracte- rizou pela produção de álcool anidro para ser acrescentado à gasolina e, posterior- mente, de álcool hidratado para ser usado como combustível. O programa obteve êxi- to enquanto o preço do barril de petróleo se manteve elevado. Unidade 4 • Planejamento Energético69/183 Os choques do petróleo são um exemplo de como é necessário diversificar a matriz energética de um país ou região e, mais ainda, de como é importante fazer um bom planejamento do setor energético. 1. Planejamento Energético A utilização de energia abrange todos os setores das sociedades modernas, seja você lendo este texto, sejam as indústrias pro- duzindo bens e mercadorias que circularão pelo território nacional ou mesmo o setor de serviços em atividade. Desse modo, os efei- tos das decisões tomadas no âmbito ener- gético são sentidos por todos e, por esse motivo, o setor energético é, segundo Bajay (1989) em parte concentrado e em parte di- fuso. Um dos membros mais influentes des- se sistema é o governo, sobre quem recai a responsabilidade das decisões, muitas de- las de longo prazo. O sistema energético deve, obviamente, atender à demanda de todos os setores da Para saber mais O álcool anidro, com graduação alcoólica mínima de 99,6%, é praticamente etanol puro. É acrescen- tado à gasolina por questões ambientais e para re- dução de custo. Já o álcool hidratado tem, na sua composição, entre 95 e 96% de etanol. A fermen- tação gera o álcool hidratado e, após um processo de desidratação, é obtido o álcool anidro. Unidade 4 • Planejamento Energético70/183 sociedade, o que requer alto grau de inves- timento, seja na construção de usinas ge- radoras, na exploração de recursos como o petróleo ou na busca por fontes alterna- tivas de energia. No entanto, a geração e o consumo de energia também causam im- pactos nas áreas social, ambiental, espacial e cultural, o que faz o investimento do se- tor energético não ser uma questão apenas econômica. O planejamento energético é, portanto, uma ferramenta essencial para garantir que a demanda futura de um país, estado ou re- gião seja suprida de forma eficiente, econo- micamente viável, com impacto ambiental mínimo e que contemple a dimensão so- ciocultural da população em questão. Ele é responsável por assegurar o fornecimento ininterrupto de energia ao menor custo e sem causar danos ao ambiente e à popula- ção. Racionamentos, interrupção no forne- cimento, como a Crise do apagão, ocorrida entre 2001-2002 no Brasil, ou elevação dos custos são aspectos negativos da falta ou da precariedade de um planejamento ener- gético. Para saber mais A Crise do apagão recebeu esse nome devido às frequentes interrupções no fornecimento de ele- tricidade, muitas delas de longa duração. Afetou principalmente as regiões Sudeste, onde houve racionamento,e Centro-Oeste. A falta de plane- jamento e de investimentos na geração e distri- buição de energia, aliada ao aumento do consu- mo e à escassez de chuva, foram os fatores res- ponsáveis pela crise. Unidade 4 • Planejamento Energético71/183 Em linhas gerais, o planejamento energético tenta elucidar duas questões: como políti- cas públicas, energéticas e ambientais, bem como o esgotamento das energias fósseis e o desenvolvimento tecnológico podem afe- tar o crescimento econômico? E quais polí- ticas são mais adequadas para se atingir um desenvolvimento sustentável e quais serão os efeitos ambientais no longo prazo caso ele não seja estabelecido? (VILA, 2012). Ainda segundo Vila (2012), dentro dos mo- delos de longo prazo, seis são os atributos principais presentes: a cobertura geográfi- ca, o horizonte temporal, o nível de detalhe, a hipótese de previsão de preços, as técni- cas de resolução e o tratamento de tecno- logias. Na estruturação de um planejamento ener- gético, são usados diferentes modelos na tentativa de abarcar a complexidade da so- ciedade, mas, em termos gerais, podemos separá-los em dois tipos: os modelos agre- gados e os de uso final. O primeiro deles baseia seus cálculos em projeções de cres- cimento econômico e de consumo de cada setor. Com isso, determina-se a demanda de cada área e calcula-se a demanda total somando-se todas as contribuições. Já o segundo tipo de modelo, além de fazer uma separação do consumo pelo setor, também o faz pelo uso final. Segundo Vila (2012), os dois tipos de modelos se complementam e, quando integrados, possibilitam analisar e identificar os impactos sobre os diversos setores da economia. Unidade 4 • Planejamento Energético72/183 A cobertura geográfica pode ser mundial, regional ou nacional, de acordo com as ca- racterísticas de cada região. O horizonte temporal define o período de tempo para o qual o modelo representa bem os setores em estudo. São comumente classificados em: curto prazo (inferior a 2 anos), médio prazo (entre 2 e 30 anos) e longo prazo (en- tre 30 e 100 anos). Modelos de longo prazo, por exemplo, devem levar em consideração fatores como o crescimento demográfico, o surgimento de novas tecnologias e pos- síveis esgotamentos de fontes não renová- veis. O nível de detalhes está relacionado, basicamente, ao número de variáveis con- sideradas no modelo: por um lado, quanto maior for esse número, mais complexa será a análise; por outro lado, a presença de mais variáveis permite a obtenção de conclusões mais precisas. Aqui você precisa pensar em qual pergunta quer responder com seu mo- delo e quais parâmetros são relevantes para ele. A hipótese de previsão de preços se re- laciona com a expectativa da evolução dos preços durante um intervalo de tempo. Os modelos geralmente se utilizam de hipó- teses opostas: a de previsão míope e a de previsão perfeita. As técnicas de resolução se referem às linguagens de programação usadas para lidar com a complexidade e o número de variáveis dos modelos. Por fim, o tratamento das tecnologias energéticas leva em conta as diferenças que fazem com que algumas delas se sobressaíam e perdu- rem, e por quanto tempo isso acontece, en- quanto outras ficam pelo caminho. Unidade 4 • Planejamento Energético73/183 2. Cenários Nacional e Mundial Em 2007, a Empresa de Pesquisa Energéti- ca (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, publicou o primeiro estudo de lon- go prazo no âmbito do governo brasileiro, o Plano Nacional de Energia 2030 – PNE 2030. Esse plano demarca a iniciativa, por parte do Estado, de realizar um planeja- mento de longo prazo, questão tradicional- mente negligenciada. A estrutura metodológica do PNE 2030 se divide, basicamente, em quatro módulos: macroeconômico, demanda, oferta e estu- dos finais. O módulo macroeconômico diz respeito à formulação de cenários econômi- cos mundiais e nacionais de longo prazo. O módulo de demanda é responsável pela projeção do consumo final de energia, to- Para saber mais Na previsão míope, espera-se que os preços se mantenham ou então variem de maneira conhe- cida. Já na previsão perfeita, os preços são previs- tos pelo modelo. Enquanto na hipótese perfeita, todas as informações são conhecidas e processa- das de maneira igual, na míope, não se conhecem as relações internas do modelo nem os valores fu- turos de variáveis fora do modelo. Link Plano Nacional de Energia 2030 – PNE 2030. Disponível em: <http://www.epe.gov.br/ PNE/20080111_1.pdf>. Acesso em: 20 set. 2017. http://www.epe.gov.br/PNE/20080111_1.pdf http://www.epe.gov.br/PNE/20080111_1.pdf Unidade 4 • Planejamento Energético74/183 mando como base aspectos demográficos, as especificidades de cada setor e a con- servação de energia. Os estudos das fon- tes energéticas e sua relação com aspectos tecnológicos, ambientais e a competitiv- idade econômica foram objeto de estudo do módulo de oferta. Por fim, os estudos fi- nais integraram os módulos de demanda e oferta, levando em consideração aspectos estratégicos, políticos e afins que possam influenciar na garantia de segurança no fornecimento de energia. Na projeção dos cenários econômicos, os principais dados de entrada utilizados no PNE 2030 foram a taxa de crescimento do PIB, o crescimento demográfico e do comér- cio mundial, as políticas fiscal e monetária, os investimentos externos e a evolução da produtividade. Três cenários possíveis para a economia mundial foram representados de acordo com o padrão de globalização, a estrutura de poder político-econômico e a solução de conflitos. Os cenários nacionais, num total de qua- tro, foram formulados levando-se em conta os pontos positivos do país, como o grande mercado interno e seu potencial de cresci- mento, a abundância de recursos naturais e biodiversidade e a diversidade cultural e ét- nica. Entre os pontos negativos, que se con- figuram como obstáculos a serem supera- dos, os principais são a necessidade de ex- pansão da infraestrutura, as desigualdades regionais e grande concentração de renda, o atraso tecnológico e a baixa qualificação da mão de obra. Unidade 4 • Planejamento Energético75/183 Para se determinar a demanda de energia, quando tratamos do consumo final pela população, alguns fatores importantes são o crescimento demográfico, a dis- tribuição espacial e a taxa de urbanização dela. Para as projeções da indústria, agro- pecuária e serviços, definidas as taxas anu- ais de crescimento do PIB em cada um dos cenários nacionais, é possível determinar o valor adicionado de cada setor e, assim, a participação deles. Com o valor adicionado, estima-se o consumo energético, baseado na demanda de energia útil por setor e por fonte energética. Definida a energia útil, determina-se a energia final de acordo com o rendimento de cada processo. Nas projeções de consumo final do PNE 2030, foram considerados como fatores importantes, de modo geral: os indicadores físicos de produção, a participação de cada fonte de energia por área específica, o ren- dimento na conversão da energia final em energia útil e a participação das tecnologias na produção. Essas quatro variáveis per- mitem avaliar a participação de cada fonte no uso final de energia, bem como o impac- to da substituição de fontes ou da imple- mentação de novas tecnologias. A respeito das perspectivas futuras no cenário nacional, as fontes renováveis con- tinuam a desempenhar papel importante tanto na matriz energética quanto na ma- triz elétrica. Na matriz energética, desta- cam-se os seguintes pontos: redução sig- nificativa da participação do petróleo e seus derivados, da lenha e do carvão vegetal. Em Unidade 4 • Planejamento Energético76/183 contrapartida, projeta-se uma elevação da participação do gás natural, da energia nu- clear e de outras fontes renováveis. Com respeito à matriz elétrica, estima-se uma ligeira queda na produção via energia hi- dráulica, muito em função daexpansão dos programas térmicos, a redução da partici- pação do petróleo e seus derivados e um aumento considerável da participação do gás natural, do carvão mineral e da energia nuclear. No cenário mundial estima-se, até 2030, uma elevação no valor absoluto do uso de combustíveis fósseis devido ao crescimen- to da oferta de energia mundial. No entan- to, percentualmente, projeta-se uma leve queda na participação desse tipo de fon- te. Espera-se também um ligeiro aumento da participação das energias renováveis na matriz energética mundial. Quanto à ma- triz elétrica mundial, as projeções indicam que a participação dos combustíveis fósseis permanece alta, porém, constante, repre- sentando o aumento no valor absoluto do consumo. E assim como na matriz energéti- ca, a participação das fontes renováveis deve aumentar ligeiramente. Em resumo, nos cenários brasileiro e mun- dial até 2030, a matriz energética perman- ecerá com grande participação dos com- bustíveis fósseis, em especial pelo alto con- sumo que o setor de transportes faz dessa fonte. No entanto, as perspectivas indicam que, mesmo aumentando em valor abso- luto, a tendência é de uma leve diminuição na presença desse tipo de fonte nas matriz- Unidade 4 • Planejamento Energético77/183 es energéticas. Países como França, Ale- manha, Noruega e Suécia já pensam em re- stringir ou mesmo vetar a comercialização de carros movidos a combustíveis fósseis, numa tentativa de frear os impactos am- bientais causados por eles, como o aquec- imento global. Link França quer acabar com venda de veículos a ga- solina ou diesel até 2040. Disponível em: <http:// g1.globo.com/carros/noticia/franca-quer- -acabar-com-venda-de-veiculos-a-gaso- lina-ou-diesel-ate-2040.ghtml>. Acesso em: 20 set. 2017. Link: Suécia propõe que União Europeia proíba carros a gasolina a partir de 2030. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/econo- mia/energia-e-sustentabilidade/suecia-pro- poe-que-uniaoeuropeia-proiba-carros-a- -gasolina-a-partir-de-2030-6koxw1fwcmu- ffk6sfs3rtwsk2>. Acesso em: 20 set. 2017. http://g1.globo.com/carros/noticia/franca-quer-acabar-com-venda-de-veiculos-a-gasolina-ou-diesel-ate-2040.ghtml http://g1.globo.com/carros/noticia/franca-quer-acabar-com-venda-de-veiculos-a-gasolina-ou-diesel-ate-2040.ghtml http://g1.globo.com/carros/noticia/franca-quer-acabar-com-venda-de-veiculos-a-gasolina-ou-diesel-ate-2040.ghtml http://g1.globo.com/carros/noticia/franca-quer-acabar-com-venda-de-veiculos-a-gasolina-ou-diesel-ate-2040.ghtml http://www.gazetadopovo.com.br/economia/energia-e-sustentabilidade/suecia-propoe-que-uniaoeuropeia-proiba-carros-a-gasolina-a-partir-de-2030-6koxw1fwcmuffk6sfs3rtwsk2 http://www.gazetadopovo.com.br/economia/energia-e-sustentabilidade/suecia-propoe-que-uniaoeuropeia-proiba-carros-a-gasolina-a-partir-de-2030-6koxw1fwcmuffk6sfs3rtwsk2 http://www.gazetadopovo.com.br/economia/energia-e-sustentabilidade/suecia-propoe-que-uniaoeuropeia-proiba-carros-a-gasolina-a-partir-de-2030-6koxw1fwcmuffk6sfs3rtwsk2 http://www.gazetadopovo.com.br/economia/energia-e-sustentabilidade/suecia-propoe-que-uniaoeuropeia-proiba-carros-a-gasolina-a-partir-de-2030-6koxw1fwcmuffk6sfs3rtwsk2 http://www.gazetadopovo.com.br/economia/energia-e-sustentabilidade/suecia-propoe-que-uniaoeuropeia-proiba-carros-a-gasolina-a-partir-de-2030-6koxw1fwcmuffk6sfs3rtwsk2 Unidade 4 • Planejamento Energético78/183 Glossário Padrão de globalização: indicativo de quão integradas são as economias nacionais e/ou regio- nais. Taxa de urbanização: percentual da população urbana comparada com a população total de uma região. Valor adicionado: valor adquirido por um bem ou serviço ao sofrer transformações ao longo da cadeia produtiva. Permite, entre outras coisas, a tomada de decisão baseada em projeções futu- ras e a determinação das causas da criação ou destruição de valor agregado. Questão reflexão ? para 79/183 Escolha um tipo de fonte de energia (hidráulica, eólica, térmica etc.) e esboce um planejamento energético in- dicando a cobertura geográfica, o horizonte temporal e o nível de detalhes. 80/183 Considerações Finais • O planejamento energético é essencial para suprir a demanda futura ao menor custo e com baixo impacto ambiental. • São atributos de um planejamento: a cobertura geográfica, o horizonte temporal, o nível de detalhes, a hipótese de preços, as técnicas de resolução e o tratamento de tecnologias. • Os modelos podem ser classificados, basicamente, em agregados ou de uso final. • No âmbito brasileiro, o PNE 2030 faz o planejamento energético do país até 2030. Unidade 4 • Planejamento Energético81/183 Referências ANDRADE, E. T.; CARVALHO, S. R. G.; SOUZA, L. F. Programa do Pró-álcool e o etanol no Brasil. Engevista, v. 11, n. 2, p. 127-136, dez. 2009. BAJAY, S. V. Planejamento energético: necessidade, objetivo e metodologia. Revista Brasileira de Energia, v. 1, n. 1, p 45-53, 1989. BRASIL. EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE. Aspectos fundamentais de planejamento energético. Rio de Janeiro: EPE, 2005. BRASIL. EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE. Plano Nacional de Energia 2030. Rio de Janeiro: EPE, 2007. VENTURA FILHO, A. O Brasil no contexto energético mundial. Núcleo de Análise Interdisciplinar de Políticas e Estratégias da Universidade de São Paulo, NAIPPE/USP, v. 6, 2009. NETO, A. P. Metodologia para planejamento energético estadual de longo prazo. Dissertação (mestrado). Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Exatas, Programa de Pós-gradu- ação em Engenharia Elétrica, Curitiba 2013. VILA, C. U. Planejamento energético e as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológi- cos. In: PEREIRA, T. C. G. (org.). Energias renováveis – políticas públicas e planejamento energéti- co. Curitiba: Copel, 2014. p. 24–44 82/183 1. Assinale a alternativa correta. Uma das consequências da crise do petró- leo foi: a) A queda no preço médio do barril de petróleo. b) A queda no preço dos derivados de petróleo, como a gasolina. c) A estabilidade econômica das nações do Ocidente. d) O aumento das importações de petróleo devido à grande oferta. e) A busca por formas alternativas de geração de energia. Questão 1 83/183 2. Assinale a alternativa correta. O horizonte temporal de um planejamen- to energético define: a) O tempo que se tem para construir um determinado tipo de usina geradora. b) O número de variáveis incluídas no modelo. c) O tempo no qual os setores da economia são bem representados pelo modelo. d) A expectativa da evolução dos preços durante um intervalo de tempo. e) As linguagens de programação utilizadas nos modelos. Questão 2 84/183 3. Assinale a alternativa que define corretamente o Plano Nacional de Ener- gia 2030. a) O primeiro estudo energético de longo prazo do governo brasileiro. b) O plano para levar eletricidade a todos os brasileiros até 2030. c) O plano para eliminar os combustíveis fósseis da matriz energética brasileira até 2030. d) Um estudo sobre o setor energético que deverá ser finalizado em 2030. e) O primeiro estudo energético brasileiro, realizado na década de 1970, quando da crise do petróleo. Questão 3 85/183 4. Assinale a alternativa correta. Na projeção dos cenários econômicos do PNE 2030, é tido(a) como positivo(a) para o caso brasileiro: a) A necessidade de expansão da infraestrutura. b) A abundância de recursos energéticos e o potencial de crescimento do mercado interno. c) A grande concentração de renda. d) O atraso tecnológico. e) A baixa qualificação da mão de obra que pode, portanto, ser melhorada. Questão 4 86/183 5. As perspectivas futuras para o setor energético brasileiro indicam: a) Aumento na participação do petróleo e seus derivados. b) Aumento na participação da lenha e do carvão vegetal. c) Redução da participação do gás natural. d) Redução da participação do petróleo e seus derivados. e) Domínio das usinas térmicas sobre as usinas hidrelétricas. Questão 5 87/183 Gabarito
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