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resumo do texto de Thompson

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Com os motins, a população defendia a manutenção de uma economia moral, que “assentava num sólido e tradicional entendimento acerca das normas e obrigações so- ciais, e das funções econômicas inerentes aos diversos sectores da comunidade”. Para o funcionamento deste modelo econômico, o modelo paternalista, eram impostas uma série de regras que iam de encontro da economia moral do povo. Os agricultores, por exemplo, deviam levar os cereais para o mercado, em vez de os vender enquanto ainda estivessem no campo, ou retê-los na esperança da elevação de preços. Também os fazendeiros eram moralmente impedidos de vender as suas colheitas a intermediários e os abastados de comprar antes dos pobres, entre outras restrições.
Gerava–se, contudo, um ambiente propício àquele que pode lucrar mais sobre o que pode menos, já que os comerciantes, detentores únicos de certas mercadorias essenciais, passam a controlar o preço dos produtos de primeira necessidade no mercado. Thompson refere que, apesar de este último modelo ser o mais adequado às realidades século XV III, a mudança não acontecia, porque as autoridades se encontravam “em certa medida reféns da população, que adoptara elementos do modelo paternalista enquanto direito próprio e seu património legítimo” Enquanto o modelo paternalista vigorava, não se verificava um elevado número de agitações populacionais. É certo que na sociedade de hoje, se torna difícil imaginar uma época “onde se considerava «antinatural» um homem lucrar com as necessidades dos outros e em que se entendia também que, em tempo de escassez, os preços dos bens de «primeira necessidade» deveriam permanecer ao nível habitual – mesmo que fossem menos abundantes”. Porém, na Inglaterra do século XVIII, ao verem o pão, seu alimento mais básico, ser-lhes retirado, “a impaciência dos pobres transforma-se em incontida fúria e desespero”. Assim, os motins de subsistência eram um “aspecto constante nos episódios de intimidação popular, quando homens e mulheres quase a morrer d e fome atacavam moinhos e celeiros para castigarem os seus proprietários e não para roubarem alimentos”.

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