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HORTA EM CASA
1 - Horta Em Casa:
Cultivar uma horta em casa é sinônimo de saúde; afinal, além de ser um incentivo a mais para incluir vegetais na alimentação cotidianamente, com o cultivo caseiro você garante hortaliças completamente livres de agrotóxicos.
A horta em casa como um benefício da alimentação saudável pode ser um apelo de ainda mais valor para crianças.
“Para quem tem crianças em casa, o encantamento delas ao ver o desenvolvimento de uma planta, pode tornar o consumo destas plantas muito mais prazeroso”, aponta Renata Rodrigues Bonazzi, idealizadora do projeto Horta Zen.
Além disso, cuidar da horta pode ser uma boa atividade para ser desenvolvida com a família, proporcionando mais tempo com os filhos, ajudando a ensinar lições de responsabilidade e proporcionando contato com a natureza.
Extrapolando as vantagens para a saúde, ter uma horta em casa traz também benefícios para o bolso: cultivando os vegetais, você evita gastar com compras em supermercados e feiras.
É também um trunfo a mais na decoração – seja a horta dentro do espaço da casa ou no quintal, é uma forma de acrescentar um toque de verde e deixar o ambiente mais fresco e acolhedor.
Em meio a todas as vantagens, ainda vale apontar que o cultivo de uma horta caseira não é complicado: dedicando tempo aos cuidados com irrigação e adubagem, observando a saúde das plantas e atentando-se para as necessidades de cada espécie é possível obter alimentos de qualidade que podem fazer toda a diferença na alimentação da sua família.
2 - Onde Plantar:
Falta de quintal não é motivo para não ter horta! Casas com pouco espaço ou apartamentos também podem dispor de um cantinho para o plantio de uma horta – basta escolher um local que receba algumas horas de luz solar direta.
Se o apartamento tiver muita insolação, como sol durante todo o dia, você pode ter uma horta completa, com ervas, hortaliças, leguminosas, etc.
Mas, se bater poucas horas de luz, é possível plantar algumas ervas e temperos em varandas, sacada ou janelas”, indica Ana Paula Souza, arquiteta e idealizadora da Hortinha.
Na hora de escolher o melhor modo de plantar a sua horta, pense no espaço disponível, considere as espécies que deseja cultivar e avalie qual modelo melhor se integra à decoração e estilo da sua casa.
Algumas formas de cultivar as plantas são:
Direto Na Terra:
Ideal para quem tem quintal com espaço, nesse modelo tradicional as sementes ou mudas são plantadas direto na terra.
Vasos:
Vasos são alternativas práticas tanto para quem mora em casa quanto em apartamento, com várias opções de tamanhos, materiais, formatos e cores.
Embalagens Recicladas:
Garrafas pet, latas de refrigerante ou alimentos, caixas de leite, potes de vidro. É uma saída barata, rápida e sustentável.
Floreiras:
Oferecendo um bom espaço, as floreiras são ótimas para uma horta compacta em pequenos espaços.
Caixas De Madeira:
Espaçosos e baratos, caixotes de madeira e paletes podem ser boas escolhas.
Horta Vertical:
Ideal para quem mora em apartamento, esse modelo consiste em montar a horta aproveitando espaços próximos a paredes. A horta vertical pode ser plantada em vasos, embalagens recicladas, estruturas de madeira e sapateiras.
3 - Quando Plantar:
Hortelã:
Como plantar: a hortelã pode ser plantada por mudas ou sementes, conforme a espécie. É aconselhado fazer o plantio em um local sem ação de ventos fortes, uma vez que estes podem prejudicar o crescimento da planta.
Quando plantar: embora a planta seja resistente a mudanças de clima, o ideal é plantar durante a primavera ou outono, quando as temperaturas são mais amenas.
Cuidados e quando colher: é preciso manter o solo adubado e irrigado, além de controlar o crescimento de ervas daninhas. A colheita pode ser feita a qualquer momento, tanto pela haste quanto apenas de algumas folhas. Ao colher pela haste, corte-a acima do primeiro par de folhas.
Salsinha:
Como plantar: as sementes podem ser plantadas em recipientes com profundidade de, pelo menos, 30 cm, para favorecer o desenvolvimento das raízes. Para agilizar a germinação, uma dica é deixar as sementes de molho em água por um dia antes de plantá-las.
Quando plantar: a salsa pode ser plantada em qualquer época do ano, de preferência aproveitando dias em que não faça calor ou frio excessivo.
Cuidados e quando colher: mantenha o solo sempre bem irrigado e planeje adubações frequentes. A colheita pode ser feita, em média, de dois a três meses após o plantio. As folhas devem ser colhidas inteiras.
Cebolinha:
Como plantar: pode ser plantada em sementes ou mudas. Caso as sementes não sejam plantadas diretamente no local definitivo, o transplante pode ser realizado depois de 30 a 40 dias.
Quando plantar: durante todo o ano, dando preferência às épocas de clima ameno.
Cuidados e quando colher: solo irrigado e adubado, com abundância de nutrientes. A colheita pode ser feita de dois meses e meio a quatro meses após o plantio. Colha as folhas inteiras, retirando-as pela base e nunca pela metade.
Alecrim:
Como plantar: o alecrim pode ser plantado por sementes ou mudas. No caso das mudas, o transplante para lugar definitivo deve ser feito apenas quando o ramo atingir entre 15 e 20 cm.
Quando plantar: plantas jovens não devem ficar expostas a temperaturas muito baixas, então prefira realizar o plantio em épocas mais quentes, como primavera ou verão.
Cuidados e quando colher: resistente a secas, as regas devem ser mais frequentes na planta jovem e podem ficar mais espaçadas na planta desenvolvida. A colheita pode ser feita a partir do terceiro mês após o plantio, sem retirar mais da metade dos ramos de uma só vez para não prejudicar o crescimento.
Manjericão:
Como plantar: pode ser plantado em sementes já nos lugares definitivos ou para ser transplantado com cerca de 10 a 15 cm. Mudas podem ser feitas a partir de ramos de plantas adultas; neste caso, o comprimento deve ser de em média 15 cm e o ramo deve ser mergulhado em água até que as raízes se formem.
Quando plantar: o manjericão não tolera baixas temperaturas. O ideal é plantá-lo em épocas quentes, com temperaturas acima de 18º C.
Cuidados e quando colher: as folhas podem ser colhidas após dois ou três meses do plantio. A irrigação deve ser constante, mantendo o solo sempre com umidade média.
Alface:
Como plantar: a alface pode ser plantada em sementes diretamente no local definitivo ou transplantada posteriormente – nesse caso, o ideal é fazer a mudança quando a planta já tiver de quatro a seis folhas, com o solo bastante irrigado.
Quando plantar: estações de clima ameno, como primavera e outono, são as mais indicadas para o plantio. Altas temperaturas podem impedir o desenvolvimento das sementes.
Cuidados e quando colher: a melhor maneira de colher é cortando a planta pela base, deixando cerca de 2,5 cm de caule acima do solo para que as folhas possam voltar a brotar. A planta pode ser colhida entre 55 e 130 dias após o plantio.
Couve:
Como plantar: em sementes ou mudas. Quanto maior o espaço disponível, maior será o desenvolvimento da planta. Caso opte por plantar em vasos, a recomendação é de que ele tenha pelo menos 25 cm de diâmetro.
Quando plantar: a couve pode ser plantada durante todo o ano, mas se adapta melhor a épocas de clima ameno ou frio. No verão, a tendência é que o crescimento seja reduzido.
Cuidados e quando colher: o solo deve ser mantido bem adubado e irrigado. Cortar a ponta do caule principal é uma medida que estimula o crescimento de brotos laterais. A colheita pode ser feita entre 10 e 16 semanas depois do plantio, deixando no pé algumas das folhas mais jovens para não barrar o desenvolvimento.
Brócolis:
Como plantar: o brócolis se dá bem em pequenos espaços, podendo ser plantado em sementes ou mudas já no local definitivo.
Quando plantar: pode ser cultivado durante todo o ano, mas se desenvolve melhor em clima ameno.
Cuidados e quando colher: essa é uma planta exigente em nutrientes, é preciso manter o solo rico em matéria orgânica com adubagens frequentes. A colheita pode ser feita entre 60 e 110 dias apóso plantio, dependendo da espécie.
Espinafre:
Como plantar: o espinafre se adapta bem a pequenos espaços e pode ser plantado diretamente no local definitivo, em sementes.
Quando plantar: se desenvolve melhor em clima ameno. Para regiões muito quentes, a melhor época para o plantio é durante o outono.
Cuidados e quando colher: irrigação frequente é o principal cuidado com a planta, que é de trato simples. A colheita pode ser feita de 40 a 100 dias após o plantio. Se for colher apenas algumas folhas, retire sempre as mais externas. Caso vá colher a planta inteira, corte pela base deixando cerca de 2,5 cm de caule acima do solo para o rebrotamento.
Agrião:
Como plantar: o agrião não exige muito espaço e pode ser plantado em sementes, no seu local definitivo.
Quando plantar: outono ou primavera, quando o clima está mais ameno. Cuidados e quando colher: é bastante sensível a secas, por isso mantenha sempre o solo úmido. As folhas podem começar a ser colhidas entre 60 e 80 dias após o plantio.
4 - Como Plantar:
Repolho:
Como plantar: o repolho é plantado em sementes no local definitivo ou transplantado com cerca de 10 cm de altura. Quanto maior o espaço disponível, maiores serão as cabeças produzidas.
Quando plantar: pode ser plantado durante todo o ano, uma vez que há variedades que se desenvolvem melhor no verão ou no inverno.
Cuidados e quando colher: deve ser irrigado com frequência e exige luz direta. A colheita pode ser feita quando as cabeças estiverem bem formadas e firmes, o que acontece de dois a quatro meses após o plantio.
Tomatinho Cereja:
Como plantar: plantado em sementes. Caso opte por fazer o transplante, faça isso quando as plantas atingirem aproximadamente 10 cm de altura.
Quando plantar: a melhor época para o plantio do tomatinho cereja é no início da primavera.
Cuidados e quando colher: a colheita pode ser feita entre 60 e 70 dias após o plantio, quando os frutos estiverem maduros. Caso o peso dos frutos comece a envergar o caule, ate uma estaca para sustentar a planta.
Cenoura:
Como plantar: plante a cenoura em solo profundo, leve e livre de pedras ou outros detritos. As sementes devem ser plantadas no local definitivo.
Quando plantar: o plantio ideal é em épocas de clima ameno. Evite plantar em dias muito frios ou com temperaturas muito elevadas, acima de 30º C.
Cuidados e quando colher: a colheita pode ser feita de dois a quatro meses após o plantio, conforme a espécie da cenoura. A irrigação deve ser frequente, sempre tomando cuidado para não encharcar o solo.
Beterraba:
Como plantar: plante em solo leve e livre de detritos, em mudas ou sementes. Pode ser plantada em local definitivo ou transplantada, cuidadosamente, quando a planta atinge 5 cm de altura.
Quando plantar: a beterraba não se desenvolve bem em altas temperaturas, mas consegue suportar o frio quando adultas. Prefira, então, plantar em épocas de clima ameno, como o início do outono.
Cuidados e quando colher: não deixe as raízes ficarem expostas, para fora da terra. Dependendo da espécie de beterraba, a colheita pode ser feita de dois a seis meses após o plantio.
Rabanete:
Como plantar: plante as sementes de rabanete em solo leve e livre de detritos no local definitivo. Lembre-se de selecionar um recipiente com profundidade adequada ao tamanho das raízes da espécie semeada.
Quando plantar: especialmente em épocas de clima ameno, mas existem espécies resistentes a outras condições climáticas.
Cuidados e quando colher: não deixe o solo secar completamente, faça regas frequentes. A colheita acontece após 25 a 80 dias do plantio, conforme a espécie.
Morango:
Como plantar: pode ser plantado em vasos e outros recipientes facilmente por não possuir raízes profundas. É mais comum o plantio de mudas, mas também pode ser plantado em sementes.
Quando plantar: prefira dias frescos e nublados para realizar o plantio, especialmente na época que compreende o fim do verão até o fim do outono. O morango desenvolve melhor os frutos quando as temperaturas não são muito elevadas.
Cuidados e quando colher: para produzir mais frutos, corte os estolhos assim que eles surgirem. Colha quando os frutos estiverem maduros, o que ocorre de 60 a 80 dias após o plantio.
Abóbora:
Como plantar: plante as sementes em solo rico em matéria orgânica. Caso opte por não plantar diretamente no local definitivo, faça o transplante quando os ramos tiverem três folhas.
Quando plantar: crescem melhor em climas quentes, portanto prefira plantar quando o inverno já tiver acabado, especialmente no início da primavera.
Cuidados e quando colher: mantenha o solo úmido, com irrigações frequentes. A colheita acontece cerca de quatro meses após o plantio.
Pepino:
Como plantar: o ideal é que as sementes sejam plantadas no local definitivo. Caso o plantio seja feito em vasos ou outros recipientes, indica-se que eles tenham pelo menos 30 cm de diâmetro e profundidade.
Quando plantar: o pepino se desenvolve melhor em altas temperaturas, então prefira realizar o plantio após o final do inverno.
Cuidados e quando colher: mantenha a planta longe do vento. Os frutos devem ser colhidos quando bem desenvolvidos, mas antes do amadurecimento completo, o que acontece de 30 a 70 dias após o plantio.
5 - Como Cultivar:
Iluminação:
Pequenos espaços podem render ótimas hortas, mas para que as plantas tenham um bom desenvolvimento é preciso observar a iluminação do local. “Para o cultivo de hortaliças precisamos de, no mínimo, cinco horas de luz do sol direta por dia, pode ser no período da manhã ou da tarde. Não coloque na sombra ou luz indireta”, aconselha Caroline Reyes, agrônoma da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF).
Sendo assim, observe bem os cantos disponíveis e escolha o mais arejado e iluminado – se a incidência for de sol da manhã, melhor ainda! A luz do sol é indispensável para que a planta sobreviva, então jamais opte por locais escuros e não conte com a ajuda de iluminação artificial.
Vale lembrar também que a incidência de luz pode mudar e a horta precisa acompanhar a claridade. “Para hortas dentro de casa que em geral estão em vasos, atenção para a mudança da incidência do sol ao longo do ano. Se necessário, mude-as de lugar”, ressalta Renata Rodrigues Bonazzi.
Irrigação:
A irrigação é uma parte importante no cultivo de uma horta e o modo como essa atividade é realizada pode fazer toda a diferença no desenvolvimento das hortaliças. A recomendação de Caroline é para tomar cuidado com o excesso de água, que pode causar o apodrecimento das raízes. Para evitar o acúmulo, o ideal é optar por vasos com furos no fundo. Ainda assim, cuide para que você coloque uma quantidade moderada de água.
Deve-se irrigar os vasinhos sem deixar escorrer água embaixo. A água em excesso causa a lixiviação do solo, ou seja, lava o solo, levando os nutrientes embora. O ideal é irrigar de modo que nunca escorra água, ensina a agrônoma.
Mas, então, qual a quantidade ideal de água? Acertar a quantidade e a frequência das irrigações vai depender muito das espécies plantadas e do local da sua horta – hortas em vasos tendem a secar mais rápido que em canteiros, por exemplo.
Difícil dizer quanto e quando irrigar. Varia de planta para planta, de clima para clima. Em geral, sugerimos regas diárias ou a cada dois dias. De preferência, no início da manhã ou fim da tarde quando não há incidência de sol sobre a horta.
Para verificar a necessidade de água, é importante observar o aspecto da planta, atentando-se para folhas amareladas, secas ou caídas, que podem ser sinais de falta de água. Outro método de verificação é inserir o dedo ou um palito no solo: se ao retirar o palito ou o dedo eles estiverem úmidos ou com terra grudada, o solo ainda está molhado; caso contrário, é hora de fazer uma nova rega.
Na hora de regar, a dica de Renata é direcionar a água com proximidade da raiz e evitar jogá-la “por cima”, de modo que a água não entre em contato com as folhas.Isto pode evitar que alguma doença que já esteja nas folhas prolifere para o resto da planta.
Preparação Do Solo:
A preparação do solo é um passoimportante para seguir antes de dar início ao plantio dos vegetais. É preciso garantir que o solo da horta seja rico em nutrientes e matéria orgânica para que as plantas cresçam com saúde e resultem em hortaliças de qualidade.
Há formas diferentes de preparar o solo com uma boa quantidade de nutrientes, existindo, inclusive, alternativas de terras já preparadas que podem ser compradas em lojas especializadas. Quem deseja fazer a preparação em casa pode adotar uma das receitas indicadas pelas especialistas.
A agrônoma da Embrapa Caroline Reyes indica uma mistura que leva quatro tipos de ingredientes: 50 litros de terra, 100 gramas de cal hidratada, adubo orgânico (17 litros de esterco de galinha ou 34 litros de esterco de gado) e adubo químico (200 gramas de NPK 4-14-8 ou 100 gramas de NPK 4-30-16).
Já a indicação de Renata Rodrigues Bonazzi, do Horta Zen, é um composto de três partes: 1/3 de terra preta, 1/3 de um mineral chamado vermiculita e 1/3 de matéria orgânica, que pode ser esterco de aves, húmus de minhoca ou outros compostos.
Outro ponto a ser observado é em relação à leveza e drenagem do solo. A leveza e a drenagem são importantes para que o solo não fique compactado e as raízes possam fluir e se desenvolver por todo o espaço que têm. Estas características também contribuem para um solo não encharcado que podem levar ao apodrecimento das raízes e ao desenvolvimento de fungos.
Adubação:
Manter o solo da horta rico em nutrientes através da adubação vai ajudar a formar plantas mais bonitas, viçosas e bem desenvolvidas.
As hortaliças são muito exigentes em nutrição, por isso, além do solo previamente preparado, depois que as plantinhas estiverem crescendo é necessário fazer adubações complementares a cada 15 dias. Além desse cuidado,recomenda que a cada colheita, o solo seja adubado antes de receber o plantio de um novo vegetal.
As adubações podem ser feitas com compostos orgânicos, esterco de galinha ou gado, húmus, sulfato de amônio ou adubos químicos. Lembre-se que quanto maior a variedade de adubos orgânicos utilizados, melhor para a saúde – sua e das plantas!
Colheita:
O tempo para colher um vegetal varia muito de acordo com a espécie de planta e pode ser influenciado pela época do ano, pela qualidade do solo, nutrientes, irrigação, eventuais pragas ou doenças e demais cuidados no cultivo. É comum que os pacotes de sementes venham com a previsão de colheita indicada na embalagem, mas este não deve ser um fator limitante em uma horta caseira.
A planta não precisa estar no seu desenvolvimento máximo para iniciar a colheita. Colher antes do desenvolvimento máximo pode proporcionar algumas vantagens, como o 
6 - Controle De Pragas:
Até mesmo as pequenas hortas caseiras estão sujeitas a pragas. Felizmente, como as proporções são menores, também torna-se mais fácil controlar o problema e manter as plantas saudáveis sem grandes transtornos.Para ajudar no combate às pragas, confira as receitas de inseticidas naturais que podem ser usados em hortas caseiras:
Inseticida De Alho:
1 cabeça de alho; cravo da índia; 2 copos de água
Bata todos os ingredientes no liquidificador até formar uma mistura homogênea e deixe-a descansar por um dia. Depois, adicione à mistura três litros de água e mexa bem. O inseticida pode ser borrifado nas folhas das plantas.
Inseticida De Óleo Vegetal:
5 ml de óleo de algodão ou soja; 0,5 ml de detergente neutro; água.
Em um recipiente com capacidade de 1L misture o óleo vegetal, o detergente e complete com água. Borrife a mistura nas folhas, brotos e frutos. Prefira fazer a aplicação ao final da tarde, quando a temperatura estiver mais amena.
Inseticida De Coentro:
200g de folhas de coentro;1L de água.
Bata os ingredientes no liquidificador e borrife o líquido nas folhas das plantas.
Inseticida De Pimenta:
6 a 10 pimentas; água.
Bata as pimentas no liquidificador com dois copos d’água por dois minutos. Deixe o composto descansar por uma noite e, no dia seguinte, filtre-o e misture com mais um copo d’água. O líquido pode ser borrifado nas folhas.
Inseticida De Folhas De Nim:
250g de folhas de nim; água.
Bata as folhas no liquidificador com dois litros de água e deixe a mistura descansar por 12 horas, em local escuro. Depois, filtre o extrato e acrescente mais 18 litros de água. Aplique nas folhas. O inseticida pode ser conservado por três dias.
CONCEITOS DE ALIMENTAÇÃO E DESPERDÍCIO
1 - Desperdício De Alimentos:
Desperdício de alimentos é um conceito de definição imprecisa.
De modo geral, considera-se desperdício um dos tipos de perda que ocorrem na cadeia produtiva dos alimentos, que vai da produção até o consumo, referindo-se especificamente às perdas deliberadas que ocorrem na comida apta para o consumo, seja por descarte ou pela não utilização.
Como muitas vezes pode ser difícil distinguir até que ponto as perdas são intencionais, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) prefere utilizar a expressão abrangente perda e desperdício, e é neste sentido que o tema será tratado neste artigo.
Cerca de 1,3 bilhão de tonelada de comida, representando em torno de 1/3 da produção mundial, são perdidas ou desperdiçadas anualmente, significando uma contínua e injustificável sangria nos recursos vitais do planeta e na economia das nações, e sendo um fator de desequilíbrio ecológico e social, uma das causas do aquecimento global e um importante obstáculo à resolução do problema da fome crônica que ainda aflige mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo.
2 - Geografia:
Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento o desperdício ocorre em sua maioria na fase final da cadeia produtiva, a do consumo.
Nos países mais pobres as perdas principais ocorrem nas etapas primárias e intermédias da cadeia, com perdas menos significativas na fase do consumo.
Em geral, o desperdício ocorre em níveis mais elevados nos países onde a industrialização é mais acentuada.
Por exemplo, na Europa e Estados Unidos as perdas per capita são estimadas em 95 a 115 kg por ano, enquanto que na África sub-saariana e no sudeste asiático elas ficam entre 6 e 11 kg por ano.
3 - Causas:
Diversos fatores contribuem que o alimento seja perdido durante sua produção, beneficiamento ou comercialização.
O assunto ainda é relativamente pouco estudado e requer muito mais pesquisa, mas no panorama geral, nos países pouco desenvolvidos as perdas se devem principalmente a limitações de ordem financeira, administrativa, infra-estrutural ou técnica, e não entram propriamente na definição de desperdício, mas cabem na definição geral perda alimentar.
Nos demais países principalmente se deve a fatores culturais ou comportamentais, e à deficiente coordenação entre os agentes da cadeia de produção, distribuição e comercialização dos alimentos.
As perdas também ocorrem quando há produção acima da demanda, e são influenciadas por fatores culturais, econômicos estruturais e técnicos presentes em todos os países, que incluem as opções de produção, tradições da cultura agropecuária e pesqueira, maneiras preferenciais de armazenamento, distribuição e comercialização dos produtos, e a lucratividade de cada uma das etapas da cadeia.
As perdas também ocorrem quando há produção acima da demanda, e são influenciadas por fatores culturais, econômicos estruturais e técnicos presentes em todos os países, que incluem as opções de produção, tradições da cultura agropecuária e pesqueira, maneiras preferenciais de armazenamento, distribuição e comercialização dos produtos, e a lucratividade de cada uma das etapas da cadeia.
O consumidor valoriza o aspecto cosmético do produto, da fruta, da verdura, se ela está bonita, etc.
Se ela está com uma manchinha, ou feia, enrugada, ou se a cenoura não tem aquele tamanho ou formato exato, ela já não serve para o consumo.
Então, como o consumidor rejeita, o varejo acaba rejeitando, e o produtor nem colhe.
Isso está mudando na Europa e em alguns lugares dos Estados Unidos, mas, principalmente na Europa, existem campanhas públicas para consumir alimentos que não são perfeitos, bonitos,mostrando que a qualidade nutricional está nessa diversidade.
As pessoas são diferentes, por que os vegetais têm de ser iguais, todos exatamente iguais? Então, o consumo é ditado pelo mercado, sim, porém o mercado se move em função da consciência das pessoas. Por isso, tem de conscientizar as pessoas para o consumo diferenciado
4 - Impacto:
As perdas e desperdícios de alimentos representam uma vasta e inútil drenagem de recursos de várias ordens: terra, água, energia, força de trabalho e dinheiro, além de extinguir vidas e diminuir o bem estar das pessoas, elementos cujo valor não pode ser quantificado ou monetarizado.
O desperdício têm um impacto cultural insidioso, pois a grande quantidade de comida perdida transmite uma impressão de que o alimento é facilmente conseguido e tem pouco valor intrínseco, e por isso pode ser desperdiçado sem preocupações, o que é uma visão profundamente equivocada, reforçando o círculo vicioso das perdas.
O problema tem também vastas implicações ecológicas e biológicas, pois a produção de alimentos, sempre em crescimento para atender a uma população mundial que não para de aumentar, requer o uso de sempre mais recursos naturais — por exemplo, derrubando-se novas áreas de floresta para dar lugar a culturas agrícolas e pastagens e exaurindo as reservas de água — e implica necessariamente na morte de uma multidão de animais e plantas por causas diretas e indiretas.
Se o alimento é perdido, a biodiversidade foi desnecessariamente empobrecida, os recursos naturais foram usados para nada e os animais e plantas foram sacrificados em vão.
Além disso, a decomposição de comida perdida ou desperdiçada emite grandes quantidades de metano e gás carbônico, que estão entre os principais gases estufa, os desencadeadores do aquecimento global, fenômeno que por si tem vastas consequências negativas.
Estima-se que cerca de 3,3 bilhões de toneladas de carbono sejam lançadas na atmosfera anualmente pelas perdas alimentares.
Paralelamente, a produção, estocagem e comercialização de alimentos tem contemporaneamente feito um uso crescente de produtos químicos altamente tóxicos como pesticidas e fertilizantes e de materiais e embalagens fabricados com plástico e outros materiais não-biodegradáveis, ampliando consideravelmente os problemas da poluição ambiental e do manejo do lixo.
Tem ainda um grande impacto econômico, pois comida perdida é dinheiro perdido. A FAO calcula que os custos chegam a 750 bilhões de dólares por ano.
Observa-se adicionalmente um importantíssimo custo social, já que grande população no mundo, calculada em torno de 840 milhões de pessoas, ainda sofre de fome crônica.
Segundo a FAO, a quantidade de comida perdida poderia erradicar completamente a fome do mundo.
Além disso, como os desperdícios especificamente se situam em sua maioria nos países industrializados, que importam muita comida produzida nos países pouco desenvolvidos, onde a fome é mais comum, as perdas concorrem para a desigualdade e a injustiça social, e ampliam os problemas já existentes de segurança alimentar, saúde pública, desemprego, migração de populações, violência e urbanização, entre outros, e podem ser uma causa de desintegração de culturas tradicionais.
TRATAMENTO DE RESÍDUOS
1 - Introdução
O tratamento de resíduos consiste no conjunto de métodos e operações necessárias para respeitar as legislações aplicáveis aos resíduos, desde a sua produção até o destino final com o intuito de diminuir o impacto negativo na saúde humana, assim como no ambiente.
Pode consistir numa deposição final, ou um tratamento intermediário, que diminua a perigosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem.
2 - Processamento
Processos Físicos
No tratamento de resíduos, podem ser utilizados os seguintes processos:
Separação de fases: sedimentação, decantação, filtração, centrifugação e floculação;
Transição de fases:destilação (processo de separação), evaporação, cristalização;
Tratamento térmico (e tratamento de resíduos que envolve altas temperaturas durante o processamento dos resíduos).
Processos Químicos
Transferência de fases: adsorção, "air-stripping", extração por solventes;
Separação molecular: hiperfiltração, ultrafiltração, osmose reversa, diálise, iôns.
Processos Biológicos
Biogasificação
Tratamento mecânico-biológico
3 - Tratamento Final
Compostagem
A compostagem é um processo biológico que consiste na utilização de seres vivos para a decomposição de matéria orgânica, resultando em substrato, que pode ser usado como adubo orgânico.
A decomposição pode ser efetuada por microorganismos como bactérias e fungos, ou em baixas temperaturas por organismos como lesmas e minhocas.
Incineração
A Incineração é um processo de eliminação de resíduos sólidos, que consiste na queima dos mesmos em unidades especiais, permitindo assim a redução do seu volume, com emissões gasosas controladas e possibilitando o aproveitamento de energia.
Aterro Sanitário
Um Aterro sanitário é um espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos.
Os aterros de ultima geração permitem não só um confinamento seguro e econômico de resíduos que apresentem um grande volume de produção.
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
1 - PNRS:
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.
Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.
Além disso, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 2015.
DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS
1 - Desperdício
Desperdício de alimentos é um conceito de definição imprecisa. De modo geral, considera-se desperdício um dos tipos de perda que ocorrem na cadeia produtiva dos alimentos, que vai da produção até o consumo, referindo-se especificamente às perdas deliberadas que ocorrem na comida apta para o consumo, seja por descarte ou pela não utilização. Como muitas vezes pode ser difícil distinguir até que ponto as perdas são intencionais, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) prefere utilizar a expressão abrangente perda e desperdício, e é neste sentido que o tema será tratado neste artigo.
Dados de 2016 apontam que cerca de 1,3 bilhão de tonelada de comida, representando em torno de 1/3 da produção mundial, são perdidas ou desperdiçadas anualmente, significando uma contínua e injustificável sangria nos recursos vitais do planeta e na economia das nações, e sendo um fator de desequilíbrio ecológico e social, uma das causas do aquecimento global e um importante obstáculo à resolução do problema da fome crônica que ainda aflige mais de800 milhões de pessoas em todo o mundo.
Geografia
Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento o desperdício ocorre em sua maioria na fase final da cadeia produtiva, a do consumo. Nos países mais pobres as perdas principais ocorrem nas etapas primárias e intermédias da cadeia, com perdas menos significativas na fase do consumo. Em geral, o desperdício ocorre em níveis mais elevados nos países onde a industrialização é mais acentuada. Por exemplo, na Europa e Estados Unidos as perdas per capita são estimadas em 95 a 115 kg por ano, enquanto que na África subsaariana e no sudeste asiático elas ficam entre 6 e 11 kg por ano.
Causas
Diversos fatores contribuem que o alimento seja perdido durante sua produção, beneficiamento ou comercialização. O assunto ainda é relativamente pouco estudado e requer muito mais pesquisa, mas no panorama geral, nos países pouco desenvolvidos as perdas se devem principalmente a limitações de ordem financeira, administrativa, de infraestrutura ou técnica, e não entram propriamente na definição de desperdício, mas cabem na definição geral perda alimentar. Nos demais países principalmente se deve a fatores culturais ou comportamentais, e à deficiente coordenação entre os agentes da cadeia de produção, distribuição e comercialização dos alimentos.
As perdas também ocorrem quando há produção acima da demanda, e são influenciadas por fatores culturais, econômicos estruturais e técnicos presentes em todos os países, que incluem as opções de produção, tradições da cultura agropecuária e pesqueira, maneiras de armazenamento, distribuição e comercialização dos produtos, gosto pela abundância à mesa, compras excessivas, desinteresse pelo consumo das sobras e a lucratividade de cada uma das etapas da cadeia.
Por exemplo, Gustavo Porpino, analista da Embrapa, avaliando o caso do Brasil, onde anualmente são perdidas 41 mil toneladas de comida, mostrou como a cultura tem um peso importante no conjunto de causas e como há muito desperdício também entre as classes mais baixas: O Pais une fatores mais presentes em países pobres, tais como perdas no escoamento da safra devido a infraestrutura logística inadequada, com características comportamentais de consumo mais alinhadas com os hábitos dos consumidores de países ricos, concluindo que a família brasileira típica gosta de fartura na despensa e na mesa.
Quando esse gosto pela abundância é combinado com a preferência pela comida fresquinha, temos um cenário propício a gerar elevado desperdício. [...] As sobras são vistas com preconceito, e isso alimenta o desperdício. Muitas mulheres me disseram que a família não gosta de comida dormida e que o arroz tem que ser sempre fresquinho. Outro fator cultural que têm influência no problema é o conceito que a população forma a respeito do que é um bom alimento. Muitas vezes alimentos perfeitamente comestíveis são descartados ou rejeitados por razões alheias ao seu valor nutricional, acabando por perder-se.
O Professor Da UNICAMP Walter Belik Exemplifica:
O consumidor valoriza o aspecto cosmético do produto, da fruta, da verdura, se ela está bonita, etc. Se ela está com uma manchinha, ou feia, enrugada, ou se a cenoura não tem aquele tamanho ou formato exato, ela já não serve para o consumo. Então, como o consumidor rejeita, o varejo acaba rejeitando, e o produtor nem colhe. Isso está mudando na Europa e em alguns lugares dos Estados Unidos, mas, principalmente na Europa, existem campanhas públicas para consumir alimentos que não são perfeitos, bonitos, mostrando que a qualidade nutricional está nessa diversidade. As pessoas são diferentes, por que os vegetais têm de ser iguais, todos exatamente iguais? Então, o consumo é ditado pelo mercado, sim, porém o mercado se move em função da consciência das pessoas. Por isso, tem de conscientizar as pessoas para o consumo diferenciado.
Impacto
As perdas e desperdícios de alimentos representam uma vasta e inútil drenagem de recursos de várias ordens: terra, água, energia, força de trabalho e dinheiro, além de diminuir o bem estar das pessoas e prejudicar o meio ambiente em geral, elementos cujo valor não pode ser quantificado ou monetarizado.
O desperdício tem um impacto cultural insidioso, pois a grande quantidade de comida perdida transmite uma impressão de que o alimento é facilmente conseguido e tem pouco valor intrínseco, e por isso pode ser desperdiçado sem preocupações, o que é uma visão profundamente equivocada, reforçando o círculo vicioso das perdas.
O problema tem também vastas implicações ecológicas e biológicas, pois a produção de alimentos, sempre em crescimento para atender a uma população mundial que não para de aumentar, requer o uso de sempre mais recursos naturais e implica na morte de uma multidão de animais e plantas por causas diretas e indiretas.
Se o alimento é perdido, a biodiversidade foi desnecessariamente empobrecida, os recursos naturais foram usados para nada e os animais e plantas foram sacrificados em vão. Além disso, a decomposição de comida perdida ou desperdiçada emite grandes quantidades de metano e gás carbônico, que estão entre os principais gases estufa, os desencadeadores do aquecimento global, fenômeno que por si tem vastas consequências negativas.
Estima-se que cerca de 3,3 bilhões de toneladas de carbono sejam lançadas na atmosfera anualmente pelas perdas alimentares. Paralelamente, a produção, estocagem e comercialização de alimentos tem contemporaneamente feito um uso crescente de produtos químicos altamente tóxicos como pesticidas, fertilizantes e conservantes, além de usar embalagens fabricadas com plástico e outros materiais não biodegradáveis, ampliando consideravelmente os problemas da poluição ambiental e do manejo do lixo.
Tem ainda um grande impacto econômico, pois comida perdida é dinheiro perdido. A FAO calcula que os custos chegam a 750 bilhões de dólares por ano.[ Observa-se adicionalmente um importantíssimo custo social, já que grande população no mundo, calculada em torno de 840 milhões de pessoas, ainda sofre de fome crônica. Segundo a FAO, a quantidade de comida perdida poderia erradicar completamente a fome do mundo.
Além disso, como os desperdícios especificamente se situam em sua maioria nos países industrializados, que importam muita comida produzida nos países pouco desenvolvidos, onde a fome é mais comum, as perdas concorrem para aumentar a desigualdade e a injustiça social, e ampliam os problemas já existentes de segurança alimentar, saúde pública, desemprego, migrações forçadas, violência e urbanização, entre outros, e podem ser uma causa de desintegração de culturas tradicionais.
2 - Desperdício De Alimentos: Quais São As Causas E Os Prejuízos Econômicos E Ambientais Desse Problema?
Você sabia que o desperdício de alimentos atinge um terço de toda comida produzida no mundo? Pois é, a produção em excesso e o transporte são fatores significativos para esse problema. Mas além disso, há desperdício de alimentos na cozinha da nossa casa. Vamos dar uma olhada mais profunda nessa questão.
De acordo com a FAO (agência das Nações Unidas preocupada em erradicar a fome), 54% do desperdício de alimentos no mundo ocorre na fase inicial da produção, que são a manipulação pós-colheita e a armazenagem. Os outros 46% do desperdício, de acordo com a mesma fonte, ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo.
Quando lembramos que todos os dias 870 milhões de pessoas passam fome, esses dados sobre desperdício se tornam aterrorizantes.
No Mundo
A Europa sozinha é responsável por 222 milhões de toneladas do desperdício de alimentos, o equivalente a toda produção de alimentos na região da África Subsaariana!
Em colheitas menos sofisticadas, grande parte da produção é perdida no transporte e manuseio da produção. No Brasil, grande parte do desperdício de alimentos acontece durante o manuseio e logística da produção: na colheita, o desperdício é de 10%. Durante o transporte e armazenamento a cifra é de 30%. No comércio e no varejo a perda é de 50%, enquanto nos domicílios 10% vai para o lixo.
Segundoum relatório do Instituto de Engenharia Mecânica, existe uma perda de 37%-80% da produção de arroz no Leste Asiático. Na Índia, 20 milhões de toneladas de trigo são perdidas por sistemas de abastecimento e distribuição impróprios.
Em países desenvolvidos, o desperdício tem uma razão mais estética, onde consumidores se recusam a comprar produtos com aparência mais abatida ou feridos, e as próprias redes rejeitam alimentos de aparência menos saudável.
No Reino Unido, 30% da colheita britânica é rejeitada por não atingir as expectativas do mercado quanto a suas características físicas, e sete milhões de toneladas de alimentos (o equivalente a dez bilhões de libras, ou 40 bilhões de reais) são descartadas pelo mesmo motivo.
O desperdício também está presente na casa do consumidor britânico, onde metade dos alimentos comprados são descartados.
Consciência E Prática Do Consumidor
Uma pesquisa feita pela Unilever, chamada World Menu Report, afirma que 96% dos brasileiros se preocupa com desperdício de alimentos, uma porcentagem alta em comparação à Alemanha (79%), aos Estados Unidos (77%) e à Rússia (69%). Porém, o que é contraditório é que o país possui um dos maiores índices de desperdício do mundo! Com 40 mil toneladas de alimentos que vão para o lixo todo dia. Segundo a ONG Banco de Alimentos (organização que busca combater a fome e o desperdício de alimentos), são desperdiçados mais de meio quilo de alimento por dia por cada brasileiro.
As causas para tamanho desperdício são muitas. Muitos produtos, como frutas e vegetais, estragam antes de saírem das prateleiras. Muitos consumidores compram produtos que estragam antes de irem para a mesa e uma parte considerável do que chega até ela não é consumido. Existem também os problemas durante o transporte. Longas distâncias e embalagens impróprias (ou até mesmo a ausência de embalagens) são fatores impactantes.
Prejuízos Econômicos
Quanto mais alimento jogado fora, mais caro ele fica. Inclusive foi baseada nessa lógica de mercado que, na década de 1930, no Brasil, a produção de café em excesso foi queimada para gerar lucro. Um relatório feito em 2013 apontou que, em escala mundial, o desperdício de alimentos custa 750 bilhões de dólares por ano. Agora imagine essa quantia em reais.
Prejuízos Ambientais
O desperdício de alimentos prejudica enormemente o meio ambiente. Imagine que boa parte dos agrotóxicos, água, terras, fertilizantes, desmatamento, transporte, gastos de energia e petróleo para a produção de máquinas e combustíveis empregados em todos processos da agropecuária é utilizada em vão. Isso faz com que seja necessário intensificar ainda mais a produção e, consequentemente a pressão ao meio ambiente.
No caso de desperdício de alimentos de origem animal, o prejuízo ambiental é maior, pois a criação de carneiro ou boi demanda maiores quantidades de insumos que a produção vegetal. Isso sem falar na questão do aumento de quantidade de resíduos sólidos, que é formado majoritariamente por resíduos orgânicos (60%).
Como Evitar
Grande parte do desperdício de alimentos está na própria produção. Mas o consumidor pode contribuir de alguma forma para mudar esse quadro.
A primeira seria sempre que possível optar por alimentos produzidos localmente, uma vez que estes não sofrem (ou sofrem menos) as perdas do transporte e da degradação, tornando-se, quem sabe, um locávoro.
Outra forma de evitar desperdícios, é optar por consumir Pancs (Plantas alimentícias não-convencionais), pois essas são uma alternativa às monoculturas e muitas vezes nascem naturalmente em casa ou proximidades, podendo ser colhidas na hora do uso, ou pouco tempo antes, evitando também perdas de transporte a longa distância e degradação pelo armazenamento.
Você também evita desperdício de alimentos aprendendo a fazer receitas com cascas, raízes e sementes. Você já pensou em comer casca de banana, por exemplo? Já conhece nossas 18 diferentes formas de reaproveitar a casca do limão? Conhece os sete benefícios da semente de abóbora para a saúde?
Você também pode contatar os produtores de alimentos mais próximos e formar grupos de consumo com seus vizinhos, pois fazendo compras coletivas o preço fica mais em conta e o produtor pode produzir de acordo com a demanda, evitando desperdícios.
Outra alternativa aliada a todas essas é compostar todo seu resíduo orgânico. Assim, em vez de virar “lixo” e ocupar espaço em aterros e lixões, ele servirá de insumo, inclusive, para você doar ou começar a plantar localmente em algum espaço compartilhado com vizinhos.
3 - Dicas Para Reduzir O Desperdício De Alimentos
Estima-se que um terço de toda a comida produzida no mundo é jogada fora. Isso significa um bilhão de toneladas de alimentos quantidade quatro vezes maior que a necessária para acabar com a fome no planeta. Sem levar em conta as sobras de comida que poderiam ser reaproveitadas, as más condições de logística, transporte e armazenamento também contribuem para o desperdício.
Qual O Preço Do Desperdício De Alimentos?
Alimentos custam caro para serem produzidos e distribuídos. Em geral, é preciso que haja desmatamento para o cultivo de uma área, uso de fertilizantes à base de nitrogênio (que são bem danosos ao meio ambiente), e utilização de combustíveis fósseis em máquinas agrárias e no transporte, além do alto consumo de água doce para irrigação.
Obviamente, temos que nos alimentar para nos mantermos vivos, mas podemos reduzir o desperdício dos alimentos e beneficiar outras pessoas (que vivem em insegurança alimentar) e o meio ambiente (diminuindo o teor de lixo orgânico em aterros sanitários e lixões).
Lista De Mercado
Fazer uma lista dos itens que faltam na sua casa contribui de uma forma simples para a redução do resíduo de alimentos. Além de auxiliar na quantidade correta de comprar o alimento, a prática reduz o gasto financeiro desnecessário.
Faça Mercado Com Frequência
Faça compras com mais frequência essa forma pode ajudar você a adquirir apenas o necessário, evitando o estoque de alimentos que acabam se deteriorando.
Resto De Ontem
Embora essa dica seja um tanto rejeitada, ela é ótima para reaproveitar as sobras de comidas deixadas na refeição anterior, evitando o desperdício e podendo se transformar até em um prato diferente
Potes Transparentes
Sobrou comida? Na hora de guardá-la, escolha potes transparentes. Essa atitude simples permite que você se lembre que determinado alimento está guardado. Caso contrário, você pode acabar se esquecendo e o alimento apodrecer.
Congelados
Certos alimentos não suportam muito bem a temperatura ambiente ou o calor. Em vez de perdê-los, por que não congelá-los e utilizá-los quando for conveniente para uma receita específica? Veja o período que certos alimentos duram enquanto congelados.
Faça Suco Ou Sopa
Comprou mais frutas ou legumes do que deveria? Renove o cardápio e faça sucos e sopas são nutritivos e alimentam.
Ajude Quem Passa Fome
Antes de jogar a comida fora, pare e pense que tem uma pessoa que está passando fome. Se tem algum alimento sobrando e que esteja apropriado para consumo, passe adiante para alguém que não tem o que comer.
Reduza A Quantidade De Lixo Orgânico
Reduza a quantidade de restos de comida jogada no lixo. Faça sua própria compostagem caseira e utilize o húmus resultante do processo em seu jardim. Assim, você contribui para a diminuição de lixo orgânico que vai para aterros, gerando, posteriormente, gases que contribuem para a poluição da atmosfera.
Empregue A Economia
Quem nunca foi a um restaurante e ficou hipnotizado pela grande quantidade de comidas deliciosas? Na gíria popular, "o olho fica maior que a barriga". Mas isso é um problema, pois acabamos deixando grandes quantidades de comida no prato, que vão parar no lixo. Pense duas vezes na hora de encher o prato de comida. Você economizará financeiramente e evitará desperdícios.
Faça Compostagem
Você pode reduzir o impacto sobre o clima fazendo a compostagem de restos de comida. Compostagem também recicla nutrientes, que são aproveitados pela terra.
Faça O Cardápio Da Semana
Planejaro cardápio da semana, definindo como serão as refeições diárias, permite planejar as compras semanais e evitar desperdícios. O maior desperdício doméstico verifica-se em frutas, legumes e verduras, ou seja, nos produtos típicos das compras semanais.
Sirva No Prato Somente O Que Vai Comer
Reedite o lema dos nossos pais e avós: respeito aos alimentos e ao trabalho alheio. Ponha no prato apenas a quantidade suficiente para aquela refeição.
Aproveite Cascas, Sementes E Talos Dos Alimentos
Ao preparar a comida, evite desperdício: talos, folhas, sementes e cascas têm grande valor nutritivo e possibilitam variações no cardápio. Experimente receitas que aproveitem os alimentos ao máximo.
Cultive Para Si Próprio.
Parte do desperdício alimentar ocorre devido a deterioração durante o transporte. Quando cultiva para si, evita quilômetros de desperdício de comida. Não precisa de um grande jardim para cultivar os seus produtos! Se tem um quintal ou uma varanda, cultive em recipientes.
Não Vá Às Compras Com Fome.
Certamente já foi às compras com fome e sabe que tem tendência para comprar a loja toda. Coma alguma coisa antes de sair ou leve uma fruta ou barra de cerais para o caminho. Dessa forma quem comanda as compras é a sua lista e o seu cérebro, em vez do seu estômago.
4 - Perdas E Desperdícios De Alimentos: Um Desafio Para O Desenvolvimento Sustentável
Estamos todos empenhados em alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Um dos principais objetivos que estabelecemos é conseguir a fome zero até 2030. Gerenciar a agricultura e os sistemas alimentares de forma sustentável é chave para alcançar nossos objetivos. Fizemos esses compromissos conscientes de que produzimos o suficiente para alimentar a todos, ao passo ainda há quase 800 milhões de pessoas que passam fome no mundo. Ao mesmo tempo, mais de dois bilhões de pessoas estão obesas. Os sistemas alimentares não estão alinhados às nossas expectativas.
As perdas e os desperdícios de alimentos representam um importante retrato da ineficiência dos nossos sistemas alimentares. O mundo reconheceu o problema. Uma das metas dos ODS diz que em 2030, devemos reduzir pela metade as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita e também o desperdício global de alimentos per capita no varejo e no consumo.
As perdas e os desperdícios de alimentos ocorrem ao longo de toda a cadeia de valor agrícola e em todas as fases da produção até chegar à mesa. Os dados revelam que cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos e desperdiçados por ano no mundo, o equivalente a 24% de todos os alimentos produzidos para o consumo humano. Essas estimativas englobam toda a cadeia de valor. As perdas na produção, no armazenamento e na manipulação somam mais de 520 milhões de toneladas, o equivalente a quase 8% dos alimentos produzidos. As perdas na agricultura e durante o armazenamento são especialmente mais elevadas nos países mais pobres, superior a um bilhão de toneladas, ou quase 12% de tudo que é produzido na África.
As Perdas De Alimentos Tem Um Forte Impacto Na Segurança Alimentar ...
O alto índice de perdas de alimentos nos países pobres muitas vezes acontece devido a tecnologias de colheita e pós-colheita insuficientes ou obsoletas; armazenamentos precários, lamentavelmente, muitas vezes o transporte, o processamento e as instalações de refrigeração são inadequados; e faltam infraestrutura e sistemas eficazes de embalagem e comercialização. Os baixos preços recebidos pelos produtores da cadeia de valor faz com que o retorno líquido ao investimento em tecnologias apropriadas seja extremamente baixo ou negativo.
Essas perdas representam um enorme pedágio nos recursos disponíveis para os agricultores, especialmente para os pequenos agricultores que enfrentam dificuldade de acesso aos meios de prevenção de perdas. As perdas, portanto, não só reduzem a quantidade de alimentos disponíveis diretamente para alimentar os membros da família de um agricultor familiar, mas também diminui a renda disponível para comprar os alimentos necessários para complementar os suprimentos escassos nos períodos de entressafra.
Melhorar as instalações de armazenamento e manuseio também contribui para sanar deficiências sazonais suaves e preservar o conteúdo de nutrientes, isso aumenta a estabilidade do abastecimento alimentar, bem como a qualidade dos alimentos e sua utilização. Finalmente, as perdas estão diretamente ligadas as quatro dimensões da segurança alimentar: disponibilidade, acesso, uso e estabilidade.
... E, Ao Mesmo Tempo, Aprofundam O Uso De Recursos Naturais Na Produção De Alimentos
Além das perdas no estágio inicial (produção), existem ainda muitas quantidades perdidas durante as fases de processamento, armazenamento e manipulação nos supermercados e também pelas famílias. Essas formas de perdas e desperdícios somam 780 milhões de toneladas em âmbito mundial, ou 16% dos alimentos produzidos. Evitar essas perdas proporcionaria vantagens adicionais para a segurança alimentar, como por exemplo, fornecer os suprimentos necessários para os bancos de alimentos e redes de segurança, inclusive nos países ricos.
Evitar essas perdas e desperdícios também gera um grande bônus para os ecossistemas da terra, além de reduzir a produção e o consumo de alimentos. As perdas e os desperdícios de alimentos aumentam as pressões já existentes na terra, na água e na biodiversidade e também na emissão de gás de efeito estufa (GEE), afetando os recursos locais e do meio ambiente global. Estimativas atuais apontam que as perdas e desperdícios de alimentos representam aproximadamente 28% das terras agrícolas do mundo que são usadas para produzir alimentos que nunca serão consumidos pelos seres humanos.
Ao mesmo tempo, grandes quantidades de energia e recursos hídricos usados em toda a cadeia de abastecimento alimentar, acabam sendo perdidas ou desperdiçadas. Os gases de efeito estufa relacionados com a perda de alimentos e resíduos explicam a porcentagem considerável das emissões totais. Caso as perdas e os desperdícios de alimentos fossem um país seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Com as crescentes restrições de recursos naturais e a necessidade de aumentar a produção agrícola global em 60% no ano de 2050, o combate ao desperdício torna-se um elemento chave no desenvolvimento global sustentável. Para aumentar a disponibilidade de alimentos, combater as perdas e os desperdícios é, em princípio, muito mais eficiente do que expandir a produção de alimentos. Por isso a comunidade global concordou com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 12 (SDG 12), e estabeleceu uma meta específica (12.3) que tem como objetivo reduzir pela metade o desperdício global de alimentos per capita e reduzir as perdas até 2030.
O Que Pode Ser Feito Para Reduzir As Perdas E Desperdícios De Alimentos, Preservar Nossos Ecossistemas E Reduzir O Impacto Das Mudanças Climáticas?
As perdas e os desperdícios de alimentos devem ser abordados ao longo de toda a cadeia de abastecimento alimentar, para criar sistemas alimentares sustentáveis.
Deficiências gerenciais e técnicas representam importantes causas de perdas de alimentos nos países em desenvolvimento, especialmente nas fases de colheita e pós-colheita. Em tais casos, simples inovações de baixo custo podem fazer uma grande diferença. Por exemplo, a introdução de simples prateleiras elevadas para secagem de peixes no litoral de Burundi na costa do lago Tanganyika na África reduziu consideravelmente as perdas e aumentou o bem estar dos produtores de peixe, dos quais a maioria são mulheres.
Da mesma forma, a FAO desenvolveu um projeto de treinamentos na Uganda, Congo e Burkina Faso para pequenos produtores, além de ajudar na compra de sacos plásticos e recipientes metálicos, reduzindo substancialmente as perdas de alimentos em comparação à época em que o alimento era armazenado utilizando instalações tradicionais, como celeiros.É claro que a introdução de soluções técnicas é mais eficaz quando outras partes da cadeia de abastecimento alimentar também estão funcionando corretamente.
A melhoria no armazenamento pode ter pouco impacto sobre a perda de alimentos se, por exemplo, os agricultores não têm acesso aos mercados para vender os produtos. É fundamental reforçar o investimento em infraestrutura, embalagens, transporte e comercialização. Os baixos preços recebidos pelos agricultores e a falta de instrumentos de gestão de risco pode desencorajar a adoção de inovações técnicas e de gestão, mesmo quando esses instrumentos estão disponíveis e são conhecidos.
O problema do desperdício de alimentos pode ser mais complexo para resolver, uma vez que requer mudanças na forma como valorizamos e consumimos os alimentos. Os nossos padrões de consumo atuais não são sustentáveis. Os desperdícios de alimentos estão efetivamente ligados à demanda do consumidor, que evolui constantemente e é influenciado por muitos fatores culturais e sociais que nem sempre seguem racionalidade econômica ou ecológica. Sendo assim, a consciência do consumidor é um passo fundamental para melhorar nossas habilidades em planejamento alimentar, compra e consumo.
Levar essas questões para as escolas e criar políticas públicas são importantes pontos de partida. Outra opção é desenvolver mercados para os produtos considerados de qualidade “inferior” e usar medidas para influenciar os padrões de qualidade considerados pelos consumidores. Muitas normas privadas estabelecidas pelos varejistas para garantir certas características dos produtos, acabam desperdiçando alimentos que ainda estão perfeitamente em condições de serem consumidos, mas não os são por problemas de estética devido ao seu tamanho, cor ou forma. Tanto os varejistas, como as instituições de caridade devem ser encorajados a organizar a recolhimento e a venda de produtos que seriam descartados, mas que ainda estão aptos para o consumo e mantém o valor nutricional.
A sensibilização é fundamental em tudo isso. A iniciativa SAVE FOOD, uma parceria única liderada pela FAO envolvendo governo, sociedade civil, pesquisadores e o setor privado, está agora no caminho para aumentar a conscientização sobre o impacto e as soluções para combater as perdas e os desperdícios de alimentos. Contamos com mais de 500 empresas e organizações. O objetivo é facilitar o diálogo entre as partes interessadas, impulsionar a inovação e a criação de políticas e estratégias, além de sensibilizar por meio de uma campanha de comunicação global e a organizar congressos regionais.
Outros mecanismos de destaque incluem a Comunidade Global de Prática (CoP) sobre a Redução de Perdas de alimentos lançada pela FAO, FIDA e WFP. A FAO ainda dá suporte para o Protocolo de Perdas e Desperdícios de alimentos. Com base nessas parcerias existentes, e por recomendação do G20, uma Plataforma Técnica para a Medição e Redução de Perdas e Desperdícios de Alimentos foi lançada no final de 2015, com o objetivo de sensibilizar, compartilhar as melhores práticas e melhorar a medição das perdas de desperdícios de alimentos.
5 - Desperdício De Alimentos: Um Alerta Para Mundo.
Viver em um planeta onde, em 2015, 795 milhões de pessoas ainda passam fome, deveria ecoar um alerta e levar a ações mais efetivas, principalmente por parte das nações fornecedoras de alimentos, como o Brasil, em relação ao desperdício que favorece a insegurança alimentar em todo o mundo. Isto porque cerca de 1,3 bilhão de toneladas daquilo que poderia virar comida para os famintos vai parar na lata do lixo, ou seja, não chega à mesa do consumidor final.
Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) apontam que as consequências econômicas diretas do desperdício de alimentos, excluindo peixes e frutos do mar, chegam a 750 bilhões de dólares por ano. “Mais da metade (54%) da perda de alimentos no mundo ocorre na fase inicial da produção, na manipulação, pós-colheita e armazenagem. O restante (46%) acontece nas etapas de processamento, distribuição e consumo”, informa Alan Bojanic, representante da entidade no Brasil.
Ele informa que os países em desenvolvimento sofrem mais com as perdas durante a produção agrícola, enquanto o desperdício na distribuição e no consumo tende a ser maior nas regiões de renda média e elevada, que respondem por quase 40% destas perdas. “Este número é de 16% nas regiões com baixa renda,” explica Bojanic.
Especialista em indústrias agrícolas e responsável pela infraestrutura rural na FAO, Robert van Otterdijk garante que “com um quarto destes números (750 bilhões de dólares), é possível alimentar 842 milhões de pessoas famintas em todo o mundo”.
Segundo ele, ao “reduzir à metade este desperdício, bastaria aumentar a produção alimentar mundial em 32% para conseguir dar comida a 9 bilhões de pessoas, a população mundial prevista para 2050”, de acordo com projeções demográficas da entidade.
NÃO APROVEITAMENTO
Em países industrializados, o desperdício anual pode atingir a um montante de 670 toneladas, enquanto naqueles em desenvolvimento, 630. Segundo Bojanic, frutas, hortaliças, raízes e tubérculos são os alimentos com a taxa mais alta de não aproveitamento. “Para se ter uma ideia clara do prejuízo causado pelo desperdício, a cada ano, os consumidores dos países ricos “jogam fora” 222 milhões de toneladas, o que quase equivale à quantidade de alimentos produzidos para alimentar a África Subsaariana (230 milhões de toneladas), sendo suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas”, comenta o representante da FAO no Brasil.
Bojanic também avalia que o nível mais elevado de desperdício de alimentos nas nações mais ricas “resulta de uma combinação entre o comportamento do consumidor e a falta de comunicação ao longo da cadeia de abastecimento. “Falta planejamento dos consumidores na hora de ir às compras”, analisa.
Ele ressalta que os padrões estéticos desnecessários, logística incorreta de comercialização e prazos de validade incoerentes são alguns exemplos do problema do varejo. Já entre os consumidores, o obstáculo concentra-se principalmente, na má utilização dos produtos.
PERDAS ECONÔMICAS
“Este desperdício não só causa grandes perdas econômicas, mas tem também gerado um impacto significativo nos recursos naturais dos quais dependem a humanidade para se alimentar.” Conforme Alan Bojanic, a cada ano os alimentos produzidos — e não consumidos — utilizam um volume de água equivalente ao fluxo anual do Rio Volga na Rússia, e são responsáveis pela emissão de 3,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera do planeta.
“Diante deste quadro, deve ser dada prioridade à redução do desperdício de alimentos. Além da redução de perdas resultantes de más práticas nas atividades rurais, é necessário maior esforço para equilibrar a oferta e a demanda, para que não se desperdicem recursos naturais desnecessariamente”, diz.
ALTERNATIVAS
Para Bojanic, é possível trilhar alguns caminhos para combater o desperdício dos produtos alimentícios no mundo. No caso dos excedentes, a melhor opção é a reutilização deles na cadeia alimentar do ser humano, por meio de mercados secundários ou da doação aos mais vulneráveis da sociedade.
“Se os alimentos não estão em condições para o consumo humano, a alternativa mais adequada é desviá-los para a cadeia alimentar animal, poupando recursos que, de outra forma, seriam necessários para produzir ração comercial”, orienta.
Segundo o representante da FAO no Brasil, quando a reutilização não é viável, é possível pensar na reciclagem e na recuperação. “A reciclagem de subprodutos, a digestão anaeróbia, a compostagem e a incineração com recuperação de energia permitem que se recupere a energia e os nutrientes provenientes do desperdício, o que representa uma vantagem significativa em relação aos aterros.”
NECESSIDADES
Peritos estimaram, em 2013, que seria necessário um aumento de 60% da produção para responder às necessidades futuras da humanidade, um patamar insustentável para o planeta, cujos recursosem terra e água não são infinitos.
Para Mathilde Iweins, coordenadora de um relatório da FAO sobre os custos ambientais do desperdício, “as superfícies agrícolas utilizadas para a produção de alimentos que não serão utilizados equivalem às do Canadá e da Índia, em conjunto”.
Segundo ela, se considerar o desperdício alimentar como um país, este seria “o terceiro emissor de gás de efeito estufa, depois da China e dos Estados Unidos”, com um consumo de água equivalente a três vezes o Lago Léman (entre a Suíça e França).
SUBNUTRIÇÃO
A FAO mostra ainda, no relatório de 2013, que a subnutrição abrange 26% das crianças, que apresentam atraso no crescimento, e 1,4 bilhão de pessoas com excesso de peso, incluindo 500 milhões de obesos. O documento também avaliou que o custo econômico da subnutrição e das carências em micronutrientes representa de 2% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, ou seja, entre US$ 1,4 bilhão e US$ 2,1 bilhões.
Conforme o Programa Alimentar Mundial (PAM), que fornece ajuda de emergência a 80 países, é urgente reforçar o número de mães e crianças que recebem produtos nutricionais especializados e focar esta atenção nos primeiros mil dias de vida.
“Se a comunidade internacional investisse US$ 1,2 bilhão por ano, durante cinco anos, na redução das carências em micronutrientes, a quebra da taxa de mortalidade infantil e o impacto positivo nos rendimentos futuros podiam atingir os US$ 15,3 bilhões”, indicou o PAM, citando especialistas do Consenso de Copenhague (Dinamarca), um projeto voltado ao bem-estar da humanidade.
“Conseguir o maior número possível de alimentos de cada gota de água, porção de terreno, partícula de fertilizantes e minuto de trabalho poupa recursos para o futuro e torna os sistemas mais sustentáveis”, citou a organização.
GESTÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
1 - Introdução
Os resíduos orgânicos representam metade dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil e podem ser tratados em várias escalas, desde a escala doméstica, passando pela escala comunitária, institucional (de um grande gerador de resíduos), municipal até a escala industrial, para a produção de fertilizante orgânico.
O Que São Os Resíduos Orgânicos?
Os resíduos orgânicos são constituídos basicamente por restos de animais ou vegetais descartados de atividades humanas. Podem ter diversas origens, como doméstica ou urbana (restos de alimentos e podas), agrícola ou industrial (resíduos de agroindústria alimentícia, indústria madeireira, frigoríficos...), de saneamento básico (lodos de estações de tratamento de esgotos), entre outras.
São materiais que, em ambientes naturais equilibrados, se degradam espontaneamente e reciclam os nutrientes nos processos da natureza. Mas quando derivados de atividades humanas, especialmente em ambientes urbanos, podem se constituir em um sério problema ambiental, pelo grande volume gerado e pelos locais inadequados em que são armazenados ou dispostos. A disposição inadequada de resíduos orgânicos gera chorume, emissão de metano na atmosfera e favorece a proliferação de vetores de doenças. Assim, faz-se necessária a adoção de métodos adequados de gestão e tratamento destes grandes volumes de resíduos, para que a matéria orgânica presente seja estabilizada e possa cumprir seu papel natural de fertilizar os solos.
O Que Fazer Com Os Resíduos Orgânicos?
Segundo a caracterização nacional de resíduos publicada na versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos orgânicos correspondem a mais de 50% do total de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil. Somados aos resíduos orgânicos provenientes de atividades agropastoris e industriais, os dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos indicam que há uma geração anual de 800 milhões de toneladas de resíduos orgânicos.
Quando separados na fonte (ou seja, quando os resíduos orgânicos não são misturados com outros tipos de resíduos) a reciclagem dos resíduos orgânicos e sua transformação em adubo ou fertilizante orgânico pode ser feita em várias escalas e modelos tecnológicos. Pequenas quantidades de resíduos orgânicos podem ser tratadas de forma doméstica (aprenda aqui como fazer) ou comunitária, enquanto grandes quantidades podem ser tratadas em plantas industriais. Os processos mais comuns de reciclagem de resíduos orgânicos são a compostagem (degradação dos resíduos com presença de oxigênio) e a bio-digestão (degradação dos resíduos com ausência de oxigênio).
Tanto a compostagem quanto a bio-digestão buscam criar as condições ideias para que os diversos organismos decompositores presentes na natureza possam degradar e estabilizar os resíduos orgânicos em condições controladas e seguras para a saúde humana. A adoção destes tipos de tratamento resulta na produção de fertilizantes orgânicos e condicionadores de solo, promovendo a reciclagem de nutrientes, a proteção do solo contra erosão e perda de nutrientes e diminuindo a necessidade de fertilizantes minerais (dependentes do processo de mineração, com todos os impactos ambientais e sociais inerentes a esta atividade, e cuja maior parte da matéria-prima é importada).
Apesar disso, atualmente, menos de 2% dos resíduos sólidos urbanos são destinados para compostagem. Aproveitar este enorme potencial de nutrientes para devolver fertilidade para os solos brasileiros está entre os maiores desafios para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Quanto à bio-digestão, o Ministério do Meio Ambiente fez parte do Comitê Gestor do Projeto Brasil-Alemanha de Fomento ao Aproveitamento Energético de Biogás no Brasil (PROBIOGÁS), coordenado pelo Ministério das Cidades em parceria com a Agência de Cooperação Internacional Alemã.
2 - Resíduos Orgânicos E A Legislação Brasileira
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) previu, no art. 36, inciso V, a necessidade de implantação, pelos titulares dos serviços, “de sistemas de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articulação com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido”. Desta forma, entende-se que a promoção da compostagem da fração orgânica dos resíduos, assim como a implantação da coleta seletiva e da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, faz parte do rol de obrigações dos municípios instituída pela Lei 12.305/2010.
Segundo as definições de reciclagem e rejeitos da PNRS (Art. 3º, incisos XIV e XV), conclui-se igualmente que processos que promovem a transformação de resíduos orgânicos em adubos e fertilizantes (como a compostagem) também podem ser entendidos como processos de reciclagem.
Desta forma, resíduos orgânicos não devem ser considerados indiscriminadamente como rejeitos, e esforços para promover sua reciclagem devem ser parte das estratégias de gestão de resíduos em qualquer escala (domiciliar, comunitária, institucional, industrial, municipal...). As principais referências legais nacionais atualmente em vigor aplicáveis à reciclagem de resíduos orgânicos estão listadas abaixo:
- Lei nº 6894, de 16 de dezembro de 1980. Dispõe sobre a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas, destinados à agricultura, e dá outras providências. (Redação dada pela Lei nº 12.890, de 2013).
- Decreto nº 4.954, de 14 de janeiro de 2004. Altera o Anexo ao Decreto nº 4.954, de 14 de janeiro de 2004, que aprova o Regulamento da Lei no 6.894, de 16 de dezembro de 1980, que dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, ou biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas destinados à agricultura. (Redação dada pelo Decreto nº 8.384, de 2014)
- Resolução CONAMA n. 375, de 29 de agosto de 2006. Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências.
- Instrução Normativa SDA nº 25, de 23 de julho de 2009, do Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Aprova as normas sobre as especificações e as garantias, as tolerâncias, o registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, mistos, compostos, organominerais e bio-fertilizantes destinados à agricultura.
- Instrução Normativa SDA nº 27, de 5 de junho de 2006, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Dispõe sobre a importação ou comercialização, para a produção, de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes.
- Instrução Normativa GM nº 46, de 6 de outubro de 2011, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal de Vegetal.
- Instrução Normativa GM nº 53, de 23 de outubro de 2013, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estabelece disposições e critérios para a inspeção e fiscalização de fertilizantes, corretivos, inoculantes, biofertilizantes e materiais secundários; o credenciamento de instituições privadas de pesquisa; e requisitos mínimos para avaliação da viabilidade e eficiência agronômica e elaboração do relatório técnico-científico para fins de registro de fertilizante, corretivo e biofertilizante na condição de produto novo.
Catadores E A Compostagem
A Lei nº 8666, de 21 de junho de 1993, no art. 24, inciso XXVII, estabelece a possibilidade de dispensa de licitação “na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007)”.
A partir do entendimento da compostagem também como uma forma de reciclagem, conclui-se que a prestação deste tipo de serviço por cooperativas ou outras formas de associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis é mais uma forma de atuação possível destas entidades.
Como Compostar?
Existem muitas formas de compostar resíduos orgânicos de forma segura. A medida que vamos entendendo que condições são necessárias para garantir que os resíduos se degradem de forma segura (sem gerar odores, nem atrair animais como ratos e moscas), podemos criar estas condições de infinitas formas.
Para informações mais completas sobre o tema, acesse a publicação Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos - Manual de Orientação, que apresenta os princípios da compostagem e formas de compostar de forma segura.
Para a compostagem doméstica, outras possibilidades simples são a compostagem em minhocários e a compostagem em baldes, que podem ser feitas até em locais com pouco espaços, como apartamentos.
COMPOSTAGEM ORGÂNICA
1 - Introdução
O que acontece com os restos de alimentos e de resíduos de jardins que descartamos? E de onde vêm os adubos e fertilizantes que precisamos para produzir os alimentos que consumimos e cultivar nossas hortas e jardins? Esta cartilha parte do princípio de que, com algum conhecimento técnico, mobilização social e boa vontade, é possível tratar os resíduos orgânicos que geramos por meio da compostagem em nossas próprias comunidades e instituições.
Associando a compostagem com a jardinagem e a agricultura urbana, transforma-se um potencial problema ambiental em fonte de saúde coletiva, promove-se a reconexão com a terra e aprofundam-se os laços sociais. Desta forma, o principal objetivo desta cartilha é desmistificar a gestão descentralizada de resíduos orgânicos e inspirar comunidades e instituições a se envolverem com a gestão dos resíduos orgânicos que geram.
A cartilha busca tratar do tema de compostagem comunitária (em um bairro, por exemplo) e institucional (em um restaurante, hotel, escola, órgão público entre outros) de resíduos orgânicos utilizando uma linguagem acessível, sem desprezar as informações técnicas importantes, para concretizar iniciativas do gênero. Este tipo de gestão de resíduos tem a característica de ser descentralizado, geralmente de porte pequeno ou médio e dispensa a necessidade de transporte dos resíduos para outros locais.
Por isso, nesta cartilha, daremos ênfase a um método específico de compostagem que tem sido aplicada com sucesso no Brasil para a compostagem comunitária ou institucional (e, recentemente, também em grande escala), que é o processo de compostagem termofílica em leiras estáticas com aeração passiva. O público-alvo são tanto profissionais que lidam com resíduos sólidos (técnicos de prefeituras, empresas e outras instituições) quanto lideranças comunitárias, agentes de saúde, estudantes e outras pessoas interessadas no assunto.
O conhecimento exposto aqui é baseado na experiência acumulada de comunidades e instituições que assumiram responsabilidade pelos resíduos que geram, percorrendo um caminho de aprendizado que leva à alquimia de transformar restos descartados em fonte de vida. Reciclar os resíduos orgânicos e restabelecer seu papel natural de fertilizar os solos é um dos principais desafios ambientais que enfrentamos atualmente e somente com envolvimento coletivo alcançaremos sucesso em uma das muitas frentes para a efetiva implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
2 - 1. COMPOSTAGEM: UM CICLO NATURAL
Antes de abordar o tratamento e reciclagem dos resíduos orgânicos por meio da compostagem, é importante conhecer o histórico da geração de resíduos e compreender o surgimento da compostagem em nossa sociedade. Há milhares de anos, as pessoas sobreviviam no planeta caçando, coletando frutas, folhas e raízes: eram nômades que não possuíam vínculo com algum lugar específico. Entre 12.000 e 10.000 anos atrás, alguns grupos de diferentes partes do planeta perceberam que era possível enterrar grãos para produzir novas plantas comestíveis, dando início à prática da agricultura.
Desde então, começaram a cultivar seus próprios alimentos e criar animais, tornando-se agricultores. Em algum momento da agricultura antiga, foi observada a existência de um fenômeno natural de fertilização do solo. A fertilização se inicia, por exemplo, quando uma folha cai no solo e se mistura com fezes de aves ou qualquer outro animal, com outras folhas, frutos, galhos e que, sofrendo a influência das condições climáticas, dá início à decomposição e reciclagem natural da matéria orgânica. Nesses locais, as bactérias, fungos, formigas, minhocas e outras formas de vida se desenvolvem, gerando húmus, que devolve os nutrientes à terra e os disponibiliza para as plantas.
Supõe-se que os antigos agricultores, ao observarem esse processo, passaram a recolher o húmus fértil encontrado sob as árvores, vales e outros locais onde naturalmente se depositava matéria orgânica, transportando-o para os locais de cultivo. Imagina-se que, aos poucos, passaram intuitivamente a imitar o processo, misturando diferentes materiais, como folhas, restos de frutas, fezes de animais, deixando esse material por um tempo em repouso para, então, aplicá-lo na agricultura.
Esta é uma das hipóteses de como o homem foi apreendendo o processo natural de reciclagem de matéria orgânica, passando a reproduzi-lo de acordo com suas necessidades, dando origem ao processo que atualmente chamamos de compostagem.
Existem relatos de civilizações que há mais de 5.000 anos fazem compostagem e praticam a ciclagem de nutrientes como base para a agricultura, como plantios tradicionais na China e os Chinampas, na região onde hoje é o México. A compostagem, portanto, não é um processo recente de tratamento de resíduos orgânicos.
É uma prática simples e intuitiva, que a humanidade pratica há milênios. Com o advento da sociedade de consumo, que começou a gerar grandes quantidades de resíduos inorgânicos (como plásticos), manejar os resíduos passou a ser mais complexo. Os grandes marcos dessa mudança foram a Revolução Industrial e a utilização do petróleo

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