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São Paulo, 26 de setembro de 2017
Colégio Nove de Julho
Discussão sobre “Capitães da areia” de Jorge Amado por Cecília Amado: O FILME
I-)
a) Há menores abandonados, hoje, em nossas cidades?
 Atualmente, nossa sociedade ainda sofre heranças do passado: milhares de mães solteiras geralmente continuam sofrendo discriminação e abandonando seus filhos, tanto por esse processo discriminatório quanto pela miséria e falta de condições econômicas para criá-los. De acordo com a UNICEF, existem mais de 8 milhões de crianças abandonadas no Brasil.
b) Em qual situação?
 Destas mais de 8 milhões de crianças abandonadas, 2 milhões estão nas ruas, sem abrigo, comida, dignidade; outras vivem em instituições.
 Hoje ainda vemos várias crianças que ficam na rua vendendo balas, doces e vários outros produtos para ajudar na renda familiar. Nos sinais de trânsito, milhares de crianças são usadas pelos adultos para pedir dinheiro aos motoristas dos carros. 
c) Devem ser considerados marginais? Ou seriam vítimas?
 Não adianta apontar um culpado, a culpa é daqueles que ignoram esse problema, é da classe média, dos pobres, dos cidadãos, do governo anterior e atual, da desigualdade social. Essas crianças precisam de ajuda e não de pessoas tendo medo delas ou tendo pensamentos impróprios.
 Inúmeras crianças estão nessa situação por falta de estrutura familiar, tanto econômica como psicológica. O grande número de filhos nas famílias pobres ocasiona o abandono do lar, a fome os leva a começar a cometer pequenos crimes, como roubar para se alimentar. 
 Essas crianças são vítimas da sociedade desigual e preconceituosa.
d) Quantos anos se passaram da data da publicação do livro até hoje?
O livro “Capitães de Areia” foi publicado pela primeira vez em 1937, já se passaram 80 anos.
e) Por que essa situação perdura há tanto tempo? A que pessoas ou instituições caberia a responsabilidade?
 O abandono existe há muito tempo, as medidas tomadas para mudar isso não valeram muito. No Brasil o abandono ocorre desde a era colonial, período em que as mães deixavam seus bebês na roda dos desvalidos. Hoje as crianças são abandonadas e crescem na rua. A responsabilidade é de todos que ignoram esse problema, mas principalmente o preconceito e a desigualdade social.
 Uma medida que pode ser feita, é a criação de programas educacionais que ajudem as famílias a se planejarem conforme sua renda familiar e a sociedade deve parar de julgar e começar a contribuir por meio de ideias e mobilizações que irão de fato promover uma mudança com resultados positivos para as crianças e consequentemente para a sociedade.
II-) A chegada a Salvador da varíola doença hoje erradicada no Brasil. Percebe-se mais uma vez o contraste entre Cidade Alta e Cidade Baixa, na Salvador da época.
a) se a vacinação foi para todos ou se foi limitada;
 A vacinação não foi disponibilizada para todos os habitantes, pois, somente quem tinha dinheiro podia comprar. 
b) se houve um ou mais de um tipo de varíola;
 Havia dois tipos de Varíola, a mais forte, que era conhecida como Bexiga Negra, tinha a mais fraca, que era conhecida como Alastrim, bem parecida com Sarampo. 
c) como foi o tratamento aos doentes;
 Os infectados eram levados para o Lazareto, onde somente os homens da saúde tinham acesso para poder cuidar das pessoas, dificilmente elas conseguiam escapar desse vírus terrível e morriam sem ninguém saber. 
d) por que todos temiam o “lazareto” onde se isolavam os doentes;
 
 Porque era um lugar com as pessoas infectadas por este vírus, onde eram deixadas para morrer, já que era muito difícil se curar, um local muito triste e perigoso, pois as pessoas que entravam lá saudáveis poderiam contrair a doença, ao entrar em contato com um enfermo. 
e) o papel do candomblé nesse contexto.
 Eles tinham a missão de orar para o santo Omolu para que ele acabasse com essa infestação, pois os baianos acreditavam que este santo é que teria levado a Bexiga até lá.
III-) A personagem Dora e seu irmão são órfãos cujos pais foram vítimas da varíola. 
Retomar passagens que evidenciem os seguintes aspectos:
a) A queima do barraco e a fuga;
 Os vizinhos deram jantar aos órfãos nesta tarde. No outro dia pela manhã o árabe que era dono dos barracões do morro mandou derramar álcool no de Margarida para desinfetar. E logo o alugou, pois era um barracão bem situado, bem no alto da ladeira. E enquanto os vizinhos discutiam o problema dos órfãos, Dora tomou o irmão pela mão e desceu para a cidade.
b) a fome e o cansaço das duas crianças;
 Zé Fuinha começou a pedir de comer e a se queixar do cansaço. Dora o acalentou com promessas e seguiram. Mas no Campo Grande Zé Fuinha não pôde mais. A caminhada era demasiada para ele, para os seus seis anos. Então Dora entrou numa padaria, trocou os únicos quinhentos réis que possuía, comprou dois pães dormidos, deixou Zé Fuinha sentado num banco com os pães.
c) os olhares masculinos dirigidos a Dora;
 O guarda que a informou olhou para os seus seios que nasciam. 0 cabelo loiro dela, maltratado, voava com o vento.
d) a atitude de dona Laura, ao saber a causa da morte da mãe de Dora;
 Ela agradeceu. Mas estava um pouco assustada, se bem lhe escapasse muito da malícia dos olhares dele. Dona Laura chegou, os cabelos grisalhos, a filha atrás dela, espiando Dora com olhos compridos. Era sardenta, mas tinha certa graça. Dora contou que a mãe tinha morrido: -- A senhora tinha me prometido um emprego... -- De que foi que Margarida morreu? -- De bexiga, sim senhora. Dora não sabia que dizendo aquilo tinha perdido a possibilidade do emprego. -- De varíola? A mocinha se afastou receosa. Até o rapaz se desviou um pouco, pensou nos seios pequenos de Dora marcados de varíola. Cuspiu com nojo. Dona Laura tomou um tom triste: -- É que já tomei outra empregada. Agora não tenho necessidade...
e) a solidariedade de dois capitães da areia, João Grande e Professor;
 O preto coçava a cabeça. 0 magrelo olhou para ele, depois para Dora: -- Tu tem onde dormir? -- Não. O magrelo falou para o negro: -- A gente leva ela pro trapiche... -- Uma menina... O que é que Bala vai dizer? -- Tá chorando disse o magrelo em voz muito baixa. O negro olhou. Evidentemente estava atarantado. O branco coçou o pescoço, espantando uma mosca. Botou a mão no ombro de Dora muito devagarinho, como se tivesse medo de a tocar: -- Vem com a gente. A gente dorme num trapiche... O preto fez esforço para sorrir: -- Não é um palacete, mas é melhor que a rua... Andaram. João Grande e Professor iam na frente. Ambos tinham vontade de conversar com Dora, mas nenhum sabia o que dizer, não tinham se visto ainda num apuro assim.
f) A influência do contexto na vida das pessoas, sobretudo dos menores abandonados.
 Esse contexto de crianças abandonas nos mostra o fator primordial em que os pais não devem abandonar seus filhos, acompanhando-os dando a eles amor e educação para que eles sigam o caminho certo não optando para o crime.
IV-) Responda:
a) Como padre José Pedro encara os menores infratores?
 Ele dizia que a culpa era da vida, da situação em que eles se encontravam, e fazia de tudo para remediar a vida deles. Sabia que era a única maneira de fazer com que eles tivessem uma existência limpa. Achava que Deus perdoaria e queria ajudá-los.
b) Os demais pensam como o padre? Como os outros veem os garotos?
 Não; a maioria deles (principalmente os ricos) enxergavam os meninos como criminosos e marginais.
V-) O Professor.
a) Como o Professor vê os livros?
 
 O professor via os livros como uma fonte de inspiração.
b) Interpretar a visão de literatura presente nas passagens abaixo:
“Lia-os todos numa ânsia que era quase febre.”.
“contando aquelas histórias que lia e muitas que inventava, fazia a grande e misteriosa mágica de os transportar para mundos diversos, fazia com que os olhos dos Capitães da Areia brilhassem como só brilham as estrelas da noiteda Bahia”.
 Ele era realmente apaixonado pela literatura, ao ler, ele se sentia em outro mundo, e queria transmitir essa sensação para os amigos, como eles não sabiam ler, ele contava as histórias, e muitas vezes inventava partes, para torná-las mais interessantes.
c) Apontar um indício do sincretismo religioso da Bahia.
 “Ninguém sabia, no entanto, que um dia, anos passados, seria ele quem haveria de contar em quadros que assombrariam o país a história daquelas vidas e muitas outras histórias de homens lutadores e sofredores. Talvez só o soubesse ­Don’Aninha, a mãe do terreiro da ­Cruz de Opô Afonjá, porque ­Don’Aninha sabe de tudo que Iá lhe diz através de um búzio nas noites de temporal.” (pág.30)
 Isso representa que Don’Aninha através das crenças podia saber o que iria acontecer no futuro de algumas pessoas, e era a religião deles, acreditar nesses santos.
Pedro Bala
VI-) Pedro Bala é o protagonista da história, o líder do bando de meninos. No livro e no filme, os alunos vão acompanhar sua trajetória Descrever seu perfil.
 Líder dos Capitães da Areia com 15 anos, tem o cabelo loiro e uma cicatriz de navalha no rosto, fruto da luta em que venceu o antigo comandante do bando. É ágil, esperto, temido e respeitado por todos do grupo. Traz nos olhos e na voz a autoridade de chefe. Nunca soube de sua mãe, e seu pai, conhecido como Loiro, era estivador e liderara uma greve no porto, quando foi assassinado por policiais. Há dez anos Bala vagabundeia pelas ruas da Bahia. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje, sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos. Ele é quem mais se aproxima de um protagonista da história, pois serve como uma espécie de linha condutora, dando um caráter coesivo aos diversos quadros que são apresentados ao longo da narrativa.
 VII-) Pedro e Dora formam o par amoroso do romance e do filme. São muito jovens, mas o sofrimento os amadurece antes do tempo, por isso dão muito valor ao sentimento que os une. Dora é acolhida pelos Capitães da Areia. O que ela representa para eles?
 Dora representa para os Capitães da Areia uma figura maternal, que foi muito ausente na vida de todos. O primeiro a vivenciar esse sentimento é o Gato. Ao pedir a ela costure um caro paletó de casimira, sente as unhas de Dora em suas costas e lembra-se de Dalva, sua amante, mas logo reflete sobre a distinção: enquanto Dalva arranhava suas costas para despertar-lhe a libido, Dora o fazia apenas com o instinto materno de vê-lo bem vestido. O mesmo sentimento acaba sendo despertado em Volta Seca, Pirulito e nos demais Capitães da Areia, exceto o Professor e Pedro Bala. Este último iria amá-la, no futuro, como esposa.
Dora
VIII-) O romance dos dois terá um final precoce, porque Dora morre. Por um lado, é um fato triste demais. Por outro, pode-se considerar uma estratégia narrativa para que Pedro se torne um líder grevista, um herói sempre perseguido pela polícia, fato frequente na época em que se situa a narrativa no livro — década de 1930. O líder, como se viu no trecho analisado acima, resiste à tortura, se ele próprio for a vítima. Como reagiria esse mesmo líder ante a tortura de
alguém da família, de uma pessoa querida? 
 
 (Capítulo “Companheiros”, da página 248 à página 256).
 “Dora vivera com eles, fora mãe para todos eles. Mas fora irmã também, correra com eles pelas ruas, invadira casas, batera carteiras, brigara com o grupo de Ezequiel. Depois, para Pedro Bala, fora noiva e esposa, esposa quando a febre a devorava, quando a morte já a rondava naquela noite de tanta paz. Paz que ia dos olhos dela para a noite em torno. [...] Agora olha o céu procurando a estrela de Dora. É uma estrela de longa cabeleira loira, uma estrela como não existe nenhuma outra. Porque nunca existiu nenhuma mulher como Dora, que era uma menina. [...] Pedro Bala pensa que a estrela que é Dora talvez ande agora correndo sobre as ruas, becos e ladeiras da cidade a procurá-lo. Talvez o pense numa aventura nas ladeiras. Mas hoje não são os Capitães da Areia que estão metidos numa bela aventura. São os condutores de bonde, negros fortes, mulatos risonhos, espanhóis e portugueses. [...] A greve se soltou na cidade. [...] A vida da rua o ensinou a amar a liberdade. A canção daqueles presos dizia que a liberdade é como o sol: o maior bem do mundo”.
Engajamento social
IX-) De que maneira o engajamento esquerdista de Jorge Amado, próprio de sua primeira fase, manifesta-se em Capitães Da Areia?
 O engajamento social se dá por meio da crítica social, de acordo com a qual os meninos não são culpados por suas ações, mas vítimas de sua condição social; pela defesa do sindicalismo, Pedro Bala torna-se líder sindical e leva esperança ao povo; pela crítica ao coronelismo no sertão. 
X-) Qual personagem melhor representa essa posição política?
 O personagem que melhor representa o engajamento esquerdista em Capitães Da Areia é Pedro Bala, filho de um líder sindical, chefe dos Capitães Da Areia, que ao final segue o exemplo do pai.

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