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/ DEFINIÇÃO Apresentação dos conceitos de Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex) e das etapas do despacho aduaneiro e todos os seus trâmites. PROPÓSITO Compreender os conceitos e processos relacionados ao despacho aduaneiro visando a sua correta aplicação nas operações de exportação. OBJETIVOS MÓDULO 1 / Descrever conceitos e funcionalidades do Siscomex, bem como o tratamento administrativo e a classificação fiscal dos bens a serem exportadas MÓDULO 2 Definir conceitos e procedimentos do despacho aduaneiro na exportação INTRODUÇÃO O gestor de operações de vendas para o exterior lida, no dia a dia, com diversos aspectos do processo de exportação, e o despacho aduaneiro é uma condição obrigatória para que o produto possa ser exportado. Essa atividade obriga o gestor a conhecer qual ferramenta deve ser utilizada, qual processo deve ser seguido, quais documentos devem ser apresentados e quais as precauções que devem ser tomadas na operação de exportação. Este tema tem como objetivo apresentar os conhecimentos teóricos e práticos relacionados ao despacho aduaneiro para que o gestor possa desenvolver sua tarefa corretamente. MÓDULO 1 Descrever conceitos e funcionalidades do Siscomex, bem como o tratamento administrativo e a classificação fiscal dos bens a serem exportadas SISCOMEX A operacionalização do comércio exterior, as normas legais e as ferramentas disponibilizadas, ao longo do período de 1990 a 2020 pelo governo brasileiro, vêm acompanhando a evolução do comércio internacional e, particularmente, das relações econômicas exteriores do País. / 1992 Até 1992, o relacionamento entre o governo e os exportadores era baseado no uso de documentos físicos. No final do ano em questão, o Brasil deu início ao processo de informatização das operações de exportação, criando o primeiro documento informatizado: o registro de exportação (RE). 2012 Em 2012, foi lançado o Siscomex Exportação Web e, finalmente, em agosto de 2018, foi lançada a declaração única de exportação (DU-E), que utiliza o Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex). Essa sigla significa Sistema Integrado de Comércio Exterior. 2014 O Siscomex foi criado pelo Governo Federal, em 2014, para aprimorar os processos do comércio exterior brasileiro, e reduzir os trâmites burocráticos, o tempo e o custo da operação de exportação. Seus objetivos gerais são: / Simplificação dos processos, visando a aumentar a eficiência e a celeridade; Dar maior transparência e previsibilidade aos processos de exportação. O Portal Único de Comércio Exterior permite: acesso simplificado à legislação de exportação anexo eletrônico da documentação exigida pelos órgãos controladores e anuentes inserção única de informações acerca das exportações para vários órgãos. O PORTAL FACILITA UMA ATUAÇÃO COORDENADA E HARMÔNICA DOS ÓRGÃOS DE GOVERNO, COM A INTENÇÃO DE IMPLEMENTAR O CONCEITO DE GESTÃO DE RISCO NO PROCESSO DE DESPACHO ADUANEIRO. Em relação à tecnologia da informação, conforme apresentado na figura a seguir, o referido portal está baseado no conceito de janela única ou single window: / Janela única ou single window. Fonte: Receita Federal do Brasil do Brasil. Esse programa possibilita que os envolvidos nas operações de exportação, os operadores e os intervenientes, possam enviar a documentação ou outras informações exigidas pelo Governo Federal a um único local acessível por internet: o portal Siscomex. Os órgãos governamentais podem acessar o sistema e compartilhar informações, evitando suas duplicidades. INTEGRAÇÃO As informações inseridas através do portal Siscomex integram o banco de dados único do comércio exterior e são compartilhadas pelos órgãos governamentais, conforme as atribuições legais de cada um. Isso permite realizar auditorias, aprimorar o gerenciamento dos riscos, elaborar estatísticas e melhorar os índices de desempenho. ÓRGÃOS CONTROLADORES Os órgãos controladores do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) são: a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), a Receita Federal do Brasil (RFB) e o Banco Central do Brasil (BACEN). Eles efetuam e analisam os registros, e fazem o acompanhamento e controle das diferentes etapas das operações de exportação. MÓDULOS DO SISCOMEX / O Portal Único Siscomex, mostrado na figura a seguir, apresenta diversos módulos: Portal Único Siscomex. Fonte: Portal Único Siscomex. As funcionalidades dos módulos são: PERFIL IMPORTADOR / EXPORTADOR / DESPACHANTE ADUANEIRO Possibilita elaborar a DU-E, pesquisar o tratamento administrativo, acessar ao CCT (Controle de Carga e Trânsito) e LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos). Desse modo, permite uma visão integrada do processo de exportação. Ademais, é possível enviar documentos digitalizados, consultar processos e verificar a classificação fiscal de mercadorias. Há duas opções de entrada: Como ajudante aduaneiro, que auxilia ao despachante aduaneiro durante o processo de desembaraço; Como importador/exportador/despachante. As funcionalidades no módulo exportação são: Declaração única de exportação — DU-E; Tratamento administrativo; / Controle de carga e trânsito — CCT; Licenciamentos, permissões, certificações e outros; Visão integrada; Anexação de documentos; Classificação fiscal de mercadorias. Fonte:Shutterstock Estrutura geral do Portal Único Siscomex — exportação. Fonte: Receita Federal do Brasil do Brasil. CADEIA LOGÍSTICA Fiel depositário: Pessoa física que representa o depositário, o qual tem a guarda do depósito. O fiel depositário é o responsável perante a Receita Federal do Brasil e o usuário do recinto alfandegado. Operador portuário: Pessoa jurídica autorizada a exercer as atividades de movimentação de passageiros, fazer a logística de armazenamento e movimentação das cargas transportadas por modal aquaviário dentro de um porto organizado. Transportador/agente de carga: Responsável por encontrar a melhor opção logística para o cliente, por meio de uma negociação com os diversos fornecedores de transporte internacional. / REMESSA EXPRESSA/POSTAL Exportações realizadas utilizando empresas de envio expresso ou de Correios. Na modalidade simplificada, elas assumem todo o processo e o desembaraço. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA Permite que as instituições financeiras, autorizadas pelo BACEN, operem com moedas estrangeiras vinculadas ao comércio exterior, incluindo o financiamento às exportações sem recursos públicos (adiantamento sobre cambiais entregues — ACE e adiantamento de contrato de câmbio — ACC). CERTIFICAÇÃO OEA Operador Econômico Autorizado (OEA) é uma empresa autorizada pelo governo para dar mais agilidade aos processos aduaneiros. Esse tipo de empresa está comprometida com os critérios de conformidade aduaneira e segurança da cadeia logística. Seu objetivo é a redução de prazos e custos para as empresas que operam em comércio exterior. HABILITAR EMPRESA Habilitação para efetuar operações de comércio exterior, utilizando o certificado digital via internet. ACESSO PÚBLICO DA DU-E O acesso a este perfil pode ser feito sem o certificado digital e sem habilitação no Siscomex e está restrito a: Consultar DU-E; Consultar recepção de carga; Simular o tratamento administrativo na exportação. / TRATAMENTO ADMINISTRATIVO, CLASSIFICAÇÃO FISCAL DA MERCADORIA E INTERVENIENTES A princípio, os produtos são de exportação livre, ou seja, não precisam de nenhum tipo de anuência prévia. ENTRETANTO, O ANEXO XVII DA PORTARIA SECEX NO 23/2011 — QUE DETERMINA AS NORMAS ADMINISTRATIVAS DE IMPORTAÇÃO, DRAWBACK E EXPORTAÇÃO — DEFINE QUAIS SÃO OS PROCEDIMENTOS QUE O EXPORTADOR DEVE ATENDER ANTES DO EMBARQUE DO PRODUTO. SAIBA MAIS / A nomenclatura utilizada no comércio exterior brasileiro é a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que é baseada no Sistema Harmonizado de Designação e Classificação de Mercadorias (Sistema Harmonizado — SH). ÓRGÃOS ANUENTES São entidades do Governo Federalque, de acordo com uma determinada norma legal, têm a obrigação de efetuar uma análise complementar do processo de exportação. O objetivo primordial dos órgãos anuentes é liberar ou restringir a saída de uma mercadoria do país. Cada órgão trata de determinado tipo de produto ou situação específica. Fonte: Dede80/Shutterstock Os órgãos anuentes na exportação são: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); Banco do Brasil S.A.; / Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); Comando do Exército (COMEX); Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX); Departamento de Polícia Federal (DPF); Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Ministério da Defesa (MD); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Os órgãos anuentes têm a responsabilidade de pesquisar se as mercadorias atendem a requisitos e normas internacionais. A análise é feita no momento que o exportador solicita a licença de exportação na aba LPCO no Portal Único do Siscomex — exportação. / Fonte: Dede80/Shutterstock IMPORTANTE O exportador deve consultar no Portal Único Siscomex para saber se existe tratamento administrativo para o produto que se deseja exportar. Em caso positivo, ele deve seguir os tratamentos administrativos (TA) indicados pelo órgão anuente e fornecer os documentos exigidos. Alguns exemplos podem ser vistos na tabela a seguir: / Fonte:Shutterstock Exemplos de órgãos anuentes e tipos de tratamento administrativos (TA). Fonte: Ministério da Economia, 2018. CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS A classificação fiscal da mercadoria é uma informação que permite determinar o tratamento administrativo das exportações, a preferência percentual atribuída e o preenchimento correto da nota fiscal eletrônica de exportação e da declaração única de exportação. / Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock A NOMENCLATURA UTILIZADA NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO É A NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM). ELA ESTÁ BASEADA NO SISTEMA HARMONIZADO DE DESIGNAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS OU APENAS SISTEMA HARMONIZADO. SISTEMA HARMONIZADO O sistema harmonizado (SH) é uma nomenclatura de codificação e classificação de produtos destinados ao comércio exterior. Foi desenvolvido pela Organização Mundial das Alfândegas e é utilizado internacionalmente. / A estrutura do SH, apresentada no gráfico a seguir, é composta por uma sequência de seis dígitos: Estrutura do sistema harmonizado (SH). (Fonte: Sistema harmonizado.) Os dois primeiros dígitos se referem ao capítulo no qual o produto está inserido. Há 99 capítulos, mas apenas 96 foram utilizados. Os dois dígitos seguintes, os 3º e 4º, se referem à posição do produto dentro do capítulo. O número de posições (que se refere aos 4 primeiros dígitos) atualmente utilizados é 1241. / O 5º dígito indica a subposição simples (também chamada de 1º nível) e o 6º dígito indica a subposição composta (ou 2º nível). Os capítulos são dispostos em 21 seções. O SH deve enquadrar qualquer produto existente e os que venham a existir. Por isso, uma classificação de um produto no SH deve ser seguida de regras gerais de interpretação. As regras gerais complementares (RGC) e, subsidiariamente, as notas explicativas, servem para dar uma ordem sistemática e uniforme aos produtos. / Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock REGRAS GERAIS PARA INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO (SH) REGRA 1 Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das notas da seção e de capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e notas, pelas regras seguintes. REGRA 2 a) Qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que se encontra, a característica essencial do artigo completo ou acabado. Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou como tal considerado nos termos das disposições precedentes, mesmo que se apresente desmontado ou por montar. b) Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer em estado puro, quer misturada ou associada a outras matérias. Da mesma forma, / qualquer referência às obras de uma matéria determinada abrange as obras constituídas inteira ou parcialmente dessa matéria. A classificação destes produtos misturados ou artigos compostos efetua-se conforme os princípios enunciados na regra 3. REGRA 3 Quando parecer que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posições por aplicação da Regra 2- “b” ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se da forma seguinte: a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para a venda a retalho, tais posições devem considerar-se, em relação a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria. b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes, e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionadas para a venda a retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra – 3 ‘a’, classificam-se pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar tal determinação. c) Nos casos em que as Regras 3-‘a’ e 3-‘b’ não permitam efetuar a classificação, a mercadoria classifica-se na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. REGRA 4 As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das regras acima enunciadas classificam-se na posição correspondente aos artigos mais semelhantes. REGRA 5 Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo mencionadas estão sujeitas às regras seguintes: a) Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos musicais, para armas, para instrumentos de desenho, para joias e receptáculos semelhantes, especialmente fabricados para conterem um artigo determinado ou sortido, e, suscetíveis de uso prolongado, quando apresentados com os artigos a que se destinarem, classificam-se com estes últimos, desde que sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos. / Essa regra, todavia, não diz respeito aos receptáculos que confiram ao conjunto a sua característica essencial. b) Sem prejuízo do disposto na Regra 5 - ‘a’, as embalagens contendo mercadorias classificam-se com estas últimas quando sejam do tipo normalmente utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, esta disposição não é obrigatória quando as embalagens sejam claramente suscetíveis de utilização repetida. REGRA 6 A classificação de mercadorias nas subposições de uma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das notas de subposição respectivas, assim como, mutatis mutandis, pelas regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Para os fins da presente regra, as notas de seção e do capítulo são aplicáveis, salvo disposições em contrário. REGRA GERAL COMPLEMENTAR (RGC) As regras gerais para interpretação do sistema harmonizado se aplicarão, mutatis mutandis (mudando o que deve ser mudado), para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável é dentro desse último, o subitem correspondente, entendendo-se que apenassão comparáveis desdobramentos regionais (itens ou subitens) do mesmo nível. Fonte: Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos: Decreto nº 4.542, 2002. Fonte: Box Lab/Shutterstock / NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM) No dia 1º de janeiro de 1995, ao ser criado o Mercado Comum do Sul (Mercosul), surge a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), uma vez que uma das características deste bloco econômico é a união aduaneira, o que implica a manutenção de um regime tarifário comum para as mercadorias extrazona. EXTRAZONA Que não se enquadra nos acordos aduaneiros de determinada zona de comércio. Os países integrantes do Mercosul elaboraram a NCM, definindo as alíquotas para o intercâmbio com terceiros países não integrantes do Mercosul, estabelecendo a tarifa externa comum (TEC). Estes são alguns exemplos de procedimentos: NCM 0201.30.00, NCM 0202.30.00, NCM 0206.10.00 E NCM 0206.29.90 Carnes in natura sujeitas à obtenção de cota Hilton. NCM 0402 Leite e seus derivados sujeitos à emissão do certificado de autorização do Brasil quando da sua exportação para Colômbia. NCM 1602.31.00, NCM 1701.13.00 E NCM 1701.13.00 Produtos sujeitos à cota tarifária quando da sua exportação para a União Europeia. NCM 2401 Produtos sujeitos à padronização. NCM 2402.20.00 javascript:void(0) / Pagamento do imposto de exportação de 150% nas exportações para América Latina e Central. NCM 7102.10.00, 7102.21.00 E 7102.31.00 Obrigatoriedade de emissão do certificado Kimberley. CAPÍTULO 93 (REFERENTE A ARMAS) Recolhimento de imposto de exportação de 150%, sendo que existem exceções à regra. IMPORTANTE Mesmo com os procedimentos já definidos, o governo pode impedir, temporariamente ou definitivamente, a exportação ou exigir emissão da licença de exportação de um produto em função de um acontecimento inesperado. Como já observado neste tema, a estrutura da NCM está baseada no SH. Os seis primeiros dígitos do NCM são oriundos do SH. Após esses seis dígitos, há dois dígitos próprios do NCM, como mostra a figura a seguir. Estrutura da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Fonte: Nomenclatura Comum do Mercosul. Assim, a estrutura da NCM também é composta por 21 seções, 96 capítulos, posições e subposições, acrescentando-se dois dígitos próprios da NCM, os itens e subitens. Como no SH, os capítulos são numerados em forma crescente e sequencial, identificando os produtos dentro das seções. As posições e subposições destacam o desdobramento de uma mercadoria mencionada no capítulo. Os itens e subitens, próprios do NCM, informam a classificação e descrição completa dos produtos. Nas operações de exportação, a NCM é utilizada no preenchimento da nota fiscal eletrônica de exportação, na declaração única de exportação, no certificado de origem comum, no certificado / de origem Mercosul e quando solicitado pelo importador, na fatura comercial e packing list. EXEMPLO Código NCM: 0104.10.11 Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe ou com cria ao pé Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Este código é resultado dos seguintes desdobramentos: Seção I Animais vivos e produtos do reino animal Capítulo 01 Animais vivos Posição 0104 Animais vivos das espécies ovina e caprina Suposição 0104.10 Ovinos Item 0104.10.1 Reprodutores de raça pura Subitem 0104.10.11 Prenhe ou com cria ao pé Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Nomenclatura da Associação Latina Americana de Integração (NALADI). (Fonte: Nomenclatura Comum do Mercosul.) A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) é formada pelos seguintes países- membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. / Fonte: Wikipedia A NALADI/SH é a nomenclatura desse grupo e, também, tem como base a SH, ou seja, tem as posições e subposições do SH subdividas em itens, tanto para atender o intercâmbio comercial entre seus integrantes ou com outros parceiros comerciais internacionais. DESPACHANTE ADUANEIRO Um dos prestadores de serviço mais utilizados nos processos de exportação é o despachante aduaneiro. Por intermédio de uma procuração, ele é autorizado pelo representante legal da empresa exportadora, e passa a representá-la perante a Receita Federal do Brasil (RFB) e em outros órgãos. / O despachante aduaneiro, muitas vezes, também presta serviços de assessoramento à exportação. O trabalho dessa figura é regido pela Instrução Normativa RFB no 1.209/2011, que determina os requisitos e procedimentos que devem ser adotados para o exercício da profissão (e também da profissão de ajudante de despachante aduaneiro). Fonte: : Aunging/Shutterstock A norma informa, ainda, que a própria empresa exportadora pode realizar as tarefas relacionadas com o despacho aduaneiro de exportação, mas, se preferir, pode contratar um despachante aduaneiro. Para desenvolver a sua tarefa, o despachante aduaneiro deve obrigatoriamente estar registrado na RFB e possuir uma procuração outorgada pela empresa contratante. As responsabilidades do despacho aduaneiro e seus ajudantes são: / Fonte: Aunging/Shutterstock Praticar atos relacionados ao despacho aduaneiro de bens ou de mercadorias em nome do seu representado; Preencher a declaração única de exportação (DU-E) e a documentação relativa a Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO), além de inserir no sistema a nota fiscal eletrônica; Pagar em nome do exportador o frete internacional, bem como as demais despesas logísticas, serviços conexos e outros prestadores de serviços, em acordo com Incoterms, quando acordado entre exportador e importador; Assistir à verificação da carga, se o canal de parametrização for o vermelho; Controlar a inserção dos dados do embarque por parte da empresa de transporte internacional, para que seja possível concluir o despacho aduaneiro. INCOTERMS São cláusulas contratuais aplicadas a negócios internacionais. javascript:void(0) / Fonte: smolaw/shutterstock Para exercer o trabalho de ajudante de despachante aduaneiro, conforme mencionado no artigo 4o da IN 1.209/2011, é obrigatório prestar um exame de qualificação técnica realizado pela Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana) da RFB. Fonte: sirtravelalot/shutterstock Após ter trabalhado dois anos, o ajudante de despachante aduaneiro pode solicitar a inscrição no registro de despachante aduaneiro. / Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock O trabalho desenvolvido pelo despachante aduaneiro é remunerado levando em consideração a prestação de um serviço prestado por pessoa física. Entretanto, a empresa exportadora pode contratar uma comissária de despacho aduaneiro ou uma empresa de logística internacional. Nesse caso, o vínculo contratual passa a ser entre empresas. OPERADOR ECONÔMICO AUTORIZADO (OEA) O operador econômico autorizado (OEA), de acordo com o artigo 1o, parágrafo 1 da IN RFB 1.598/2015, é uma empresa interveniente em operações de comércio exterior vinculado à movimentação internacional de bens. O OEA tem por objetivo gerir riscos relacionados à segurança física das cargas e à conformidade tributária e aduaneira. Para uma empresa aderir ao programa OEA, deve ter a certificação OEA concedida pela RFB. / Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock As empresas que podem requerer a certificação são: I - O importador; II - O exportador; III - O transportador; IV - O agente de carga; V - O depositário de mercadoria sob controle aduaneiro; VI - O operador portuário ou aeroportuário; e VII - O despachante aduaneiro. Fonte: Receita Federal, 2015. A Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (COANA), órgão da RFB, pode ampliar a certificação a outros intervenientes. A comissária de despacho e os despachantes aduaneiros não pode ser certificada. As modalidades de certificação do operador são: / As empresas que podem requerer a certificaçãosão: I - OEA-Segurança (OEA-S), com base em critérios de segurança aplicados à cadeia logística no fluxo das operações de comércio exterior; II - OEA-Conformidade (OEA-C), com base em critérios de cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras, e que apresenta níveis diferenciados quanto aos critérios exigidos e aos benefícios concedidos: a) OEA-C Nível 1 e; b) OEA-C Nível 2 [...]. Fonte: Receita Federal do Brasil, 2017. Segundo a RFB Nº 1.598/2015, os benefícios se dividem de acordo com a modalidade de certificação: PARA TODOS OS NÍVEIS (ARTIGO 9º) Divulgação do nome do operador no site da RFB; Utilização da marca do Programa Brasileiro de OEA; Um servidor específico como ponto de contato para comunicação entre RFB e o OEA; Usufruir dos benefícios e das vantagens dos acordos de reconhecimento mútuo que a RFB venha a assinar com as aduanas de outros países; Participar da formulação de propostas para alteração da legislação e dos procedimentos aduaneiros que visem ao aperfeiçoamento do Programa Brasileiro de OEA; Ser dispensadas de exigências formalizadas na habilitação a regimes aduaneiros especiais ou aplicados em áreas especiais que já tenham sido cumpridas no procedimento de certificação no Programa Brasileiro de OEA; Participar de seminários e treinamentos organizados conjuntamente com a equipe OEA. MODALIDADE OEA-S (ARTIGO 10) Se selecionado para canais de conferência dos despachos de exportação do exportador OEA, terá seu percentual reduzido em relação aos demais; / Parametrização das suas declarações aduaneiras do exportador OEA executadas de forma imediata após o envio para despacho da Declaração Única Exportação (DU-E); Ter processada em forma prioritária as DU-Es; Ser dispensada a apresentação de garantia no trânsito aduaneiro cujo beneficiário seja transportador OEA; Ter acesso prioritário para transportadores OEA em recintos aduaneiros. MODALIDADE OEA-C NÍVEL 1 OU NA MODALIDADE OEA-C NÍVEL 2 (ARTIGO 11) A consulta sobre classificação fiscal de mercadorias, formulada nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.464, de 8 de maio de 2014, desde que atendidos os quesitos de que tratam os artigos 5º e 6º da referida Instrução Normativa, terá solução proferida em até quarenta dias; Ser dispensada a apresentação de garantia para o importador OEA na concessão do regime de admissão temporária para utilização econômica; Tratamento de armazenamento prioritário da mercadoria importada por OEA que proceda diretamente do exterior. MODALIDADE OEA-C NÍVEL 2 (ARTIGO 12) Redução dos percentuais vinculados aos canais de conferência dos despachos de importação; Ter a parametrização das declarações aduaneiras do importador OEA executada de forma imediata após o registro da Declaração de Importação (DI) ou da Declaração Única de Importação (DU Imp); Caso a declaração de importação seja selecionada para conferência, o processamento pelas unidades da RFB é prioritário; / Registrar a DI ou DU Imp antes da chegada da carga ao território aduaneiro nas operações de importação por meio aquaviário, com aplicação de seleção parametrizada imediata; Ter a possibilidade de ter uma DI ou DU Imp emitida para admissão temporária, selecionada para o canal verde de conferência aduaneira, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria. Fonte: Mongkolchon Akesin/Shutterstock A certificação OEA é concedida em caráter precário, com prazo de validade indeterminado e, para permanecer no programa, o OEA deve manter os requisitos e critérios necessários para a obtenção da certificação, bem como as demais disposições da IN RFB nº 1.598/2015. / Fonte: Drazen Zigic/Shutterstock A empresa que obtêm a certificação OEA é submetida ao procedimento de revisão de sua certificação a cada três anos, para todas as modalidades de certificação, e a sua exclusão pode acontecer em qualquer momento. Fonte: ESB Professional/Shutterstock O OEA fica sujeito a sanções administrativas, tais como: advertência, suspensão ou cassação da certificação, bem como a multas aplicadas por infringir dispositivos do regulamento aduaneiro vinculados aos desembaraços de exportação e importação. / VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. QUAL DOS ITENS A SEGUIR NÃO PODE SER CONSIDERADO UM OBJETIVO DO SISCOMEX? A) Acesso simplificado à legislação de exportação. B) Envio de documentos físicos, quando solicitado, aos órgãos governamentais. C) Inserção das informações uma única vez. D) Implementação da gestão de risco. 2. O DESPACHANTE ADUANEIRO É UMA PESSOA FÍSICA QUE, POR MEIO DE PROCURAÇÃO ESPECÍFICA, PASSA A REPRESENTAR O EXPORTADOR, ASSUMINDO DETERMINADAS RESPONSABILIDADES. QUAL DAS ATRIBUIÇÕES, A SEGUIR, NÃO É RESPONSABILIDADE DO DESPACHANTE ADUANEIRO? A) Negociar com o banco contratante do câmbio uma linha de crédito para ser utilizada nas operações de adiantamento de contrato de câmbio (ACC) e adiantamento sobre cambiais entregues (ACE). B) Formular a declaração única de exportação (DU-E) e as licenças, permissões, certificados e outros documentos (LPCO), bem como inserir no sistema a nota fiscal eletrônica de exportação (NFE). C) Assistir à verificação da carga, se o canal de parametrização for o vermelho. D) Controlar a inserção dos dados do embarque por parte da empresa de transporte internacional, para que seja possível concluir o despacho aduaneiro. GABARITO 1. Qual dos itens a seguir NÃO pode ser considerado um objetivo do Siscomex? / A alternativa "B " está correta. Com a implantação do Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex), o envio de documentos, quando solicitado, passa a ser feito na opção “anexação de documentos”, ou seja, o documento é digitalizado e enviado eletronicamente. 2. O despachante aduaneiro é uma pessoa física que, por meio de procuração específica, passa a representar o exportador, assumindo determinadas responsabilidades. Qual das atribuições, a seguir, não é responsabilidade do despachante aduaneiro? A alternativa "A " está correta. A negociação da linha de crédito jamais será uma responsabilidade do despachante aduaneiro. Normalmente, é responsabilidade da área financeira da empresa exportadora ou, em última instância, do gestor da exportação. MÓDULO 2 Definir conceitos e procedimentos do despacho aduaneiro na exportação Fonte: evenf/Shutterstock / TERRITÓRIO ADUANEIRO O regulamento aduaneiro, presente no Decreto nº 6.759/2009, apresenta o conceito de território aduaneiro como sendo o local no qual será exercido o direito aduaneiro (onde a autoridade aduaneira de um país atua) e abrange todo o território nacional. O poder de aplicar o direito aduaneiro se denomina jurisdição aduaneira e ela se estende por todo o território aduaneiro, que se divide em: Fonte: Travel mania/shutterstock Zona primária — que, por sua vez, está subdividida da seguinte forma: Área terrestre ou aquática nos portos alfandegados; Área terrestre aeroportuária alfandegada; Área terrestre que engloba os pontos de fronteira alfandegados; Zonas de processamento de exportação. / Fonte: Hananeko_Studio/shutterstock Zona secundária — o restante do território nacional (recintos alfandegados de zona secundária). O espaço geográfico das áreas alfandegadas é definido pela RFB. DESPACHO ADUANEIRO O despacho aduaneiro, pelo artigo 4o da Instrução Normativa RFB No 1.702, é o: “Art. 4o [...] procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e a sua saída para o exterior.” Fonte: Receita Federal, 2017. É um procedimento obrigatório, realizado na zona primária, em um recinto alfandegado de zona secundária ou, ainda, em recinto não alfandegado, que permite o envio de uma mercadoria ao exterior. No caso da exportação, o despacho aduaneiro é de responsabilidade da RFB. / Fonte: RWicaksono/Shutterstock O despacho aduaneiro de exportação pode ser feitoa título definitivo ou não. No primeiro caso, a princípio, a mercadoria não retorna ao país. No segundo, no momento do despacho aduaneiro, o exportador informa a RFB que a mercadoria irá retornar. De modo geral, as operações de exportação incluem a logística internacional. Entretanto, existem operações atípicas nas quais o produto é entregue no território nacional e essa operação é considerada uma exportação do ponto de vista tributário, fiscal e cambial. EXEMPLO Podemos mencionar uma exportação de produtos para uso e consumo a bordo, ou a exportação ficta, que é a operação de venda de produtos nacionais a empresas com sede no exterior, sem que haja a saída dos produtos do território brasileiro. O despacho aduaneiro da exportação é processado utilizando a declaração única de exportação (DU-E) e, de acordo com o art. 2° da IN RFB n° 1.702/2017, existem definições / específicas utilizadas no processo, tais como: declarante, despacho domiciliar, exportador, referência única da carga (RUC), recepção desta e sua entrega. Fonte: fizkes/Shutterstock Fonte: vinnstock/Shutterstock DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO (DU-E) / É um documento informatizado obtido pelo Portal Único Siscomex Exportação, que serve para que o exportador (ou pessoa por ele indicada ou contratada) preste informações aos órgãos governamentais e intervenientes. Essas informações são de natureza: Aduaneira Administrativa Financeira Comercial Tributária Fiscal Logística IMPORTANTE A DU-E serve para realizar o despacho aduaneiro da exportação, e o controle aduaneiro e administrativo é realizado de acordo com as informações inseridas nela. O tipo de DU-E que o exportador deve utilizar está vinculado à forma de exportação, com os bens declarados e as circunstâncias da operação. / O preenchimento da DU-E tem como base a nota fiscal eletrônica de exportação (NFE). Ao inserir a chave na NFE, no campo correspondente da DU-E, há a migração dos dados que são comuns a ambos documentos. Diversas são as informações que devem ser inseridas na DU-E. O exportador pode utilizar três tipos diferentes de exportação: Exportação própria ‒ o declarante e o exportador mencionados na DU-E são a mesma pessoa. Além disso, se a exportação for constituída por produtos fabricados em distintos estabelecimentos do mesmo exportador e amparados por notas fiscais diferentes a DU-E será uma só. Exportação simplificada ‒ o declarante e o exportador mencionados na DU-E são pessoas diferentes, e o declarante da DU-E só pode ser uma empresa de correio expresso ou os a própria empresa de Correios. Exportação por conta e ordem de terceiros ‒ o declarante e o exportador mencionados na DU-E são pessoas diferentes. Mas o declarante na DU-E é uma pessoa jurídica contratada exclusivamente para fazer a exportação na condição de operador logístico. É importante observar que a nota fiscal eletrônica de exportação é emitida pelo exportador. Fonte: create jobs 51/Shutterstock IMPORTANTE / De modo geral, o despacho aduaneiro de exportação é feito antes de a carga ser colocada a bordo do modal escolhido para o transporte internacional. Entretanto, existem exceções a essa regra, como: exportação de granel e fornecimento de combustível para consumo a bordo de aeronaves de transporte internacional de passageiros e cargas. SEQUÊNCIA DO DESPACHO ADUANEIRO Conforme mostra o esquema a seguir, a sequência do despacho aduaneiro depende do tratamento administrativo da mercadoria que está sendo exportada: Fonte:Shutterstock Estrutura do despacho aduaneiro. Fonte: Receita Federal do Brasil. Isso significa que, para as mercadorias de livre exportação, o processo é menos complexo. Já para aquelas submetidas a licenciamento, o andamento do processo depende da anuência do LPCO e, posteriormente, da anuência da DU-E, para prosseguir com o despacho da mercadoria. Conforme já informado, o documento principal do despacho aduaneiro é a DU-E. Desde agosto de 2018, tornou-se obrigatório preencher a nota fiscal eletrônica antes da DU-E. Assim que a DU-E for anuída, para fins de despacho aduaneiro, ela é registrada e fica vinculada ao registro único de cargas (RUC). / O próximo passo é inserção da nota fiscal eletrônica de exportação no módulo Controle de Carga e Trânsito (CCT), que tem a responsabilidade de controlar a localização da carga a ser exportada e o seu deslocamento entre os diversos intervenientes ao longo do despacho aduaneiro. O módulo CCT no Portal Único de Exportação tem várias funcionalidades Fonte: Jaromir Chalabala/Shutterstock Recepção da carga Sua entrega Consolidação Unitização Manifestação do embarque / Após a recepção da nota fiscal eletrônica de exportação no CCT, o próximo passo é a apresentação da carga para despacho, o que permite a RFB iniciar a seleção para conferência aduaneira utilizando o módulo gerenciamento do risco. O resultado dessa análise será a seleção da carga para um dos canais a seguir. Canal verde O sistema efetua o desembaraço automático da mercadoria, dispensando o exame documental e a verificação física. Canal laranja É realizado apenas o exame documental. Os documentos que devem ser apresentados são: fatura comercial, packing list e, se o modal de transporte for via terrestre, fluvial ou lacustre, a via original do conhecimento de carga e do manifesto internacional de carga. Canal vermelho Além do exame documental, é efetuada a conferência física da mercadoria. Nos canais amarelo e vermelho, se não for detectada nenhuma irregularidade, o desembaraço é concluído. Depois do desembaraço da mercadoria, ela está liberada para ser entregue ao transportador internacional. Assim que o veículo sair da zona alfandegada, é responsabilidade da empresa de cargas internacional manifestar a carga no CCT (inserindo os dados do embarque no CCT), o que / possibilita ao auditor fiscal da Receita Federal do Brasil averbar o processo e dar por finalizado o despacho aduaneiro. De acordo com o tratamento administrativo, pode acontecer que o produto a ser exportado precise de, antes de ser concluído o desembaraço de licença, autorização, certificado ou outro tipo de documento diferente dos relacionados pela RFB. Esses documentos são emitidos por algum órgão anuente e, esse procedimento, a partir de agosto de 2018, é realizado utilizando o módulo LPCO do Portal Único Siscomex Exportação. Com a implementação do módulo LPCO, é possível solicitar uma licença que englobe diversas operações de exportação do produto cujo licenciamento está sendo exigido de acordo com o tratamento administrativo da exportação. Esse tipo de documento é conhecido como “licença guarda-chuva”. / Essas licenças são utilizadas, por exemplo, para: Fonte: RachenStocker/shutterstock Produtos analisados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Fonte: Robert Kneschke/shutterstock Medicamentos com registro do tipo autorização de fabricação para fim exclusivo de exportação (AFEX), controlados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). / Fonte: Tarcisio Schnaider/shutterstock Exportações financiadas pelo Banco do Brasil nas modalidades Proex Financiamento. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS A seguir, são mencionados dois regimes aduaneiros especiais que impactam diretamente a gestão de uma operação de exportação: Recinto especial para despacho aduaneiro de exportação (REDEX); Trânsito aduaneiro na exportação. REDEX O REDEX é um regime aduaneiro especial que permite que o desembaraço aduaneiro de exportação seja feito em local não alfandegado de zona secundária. Ele pode ser o estabelecimento do próprio exportador ou o local específico para uso comum por vários exportadores. Esse local deve ser reconhecido em ato declaratório executivo (ADE), assinado pelo superintendente regional da Receita Federal que tenha jurisdição sobre o REDEX. / Caso a carga a ser desembaraçada esteja no estabelecimento do próprio exportador, a sua fiscalização éfeita por uma equipe da Receita Federal do Brasil deslocada eventualmente ao local. Se o local para desembaraço é o de uso coletivo, a fiscalização fica a cargo de uma equipe permanente da RFB sempre que a demanda justificar. Operacionalmente, o uso do REDEX agiliza os processos de embarque e logística, pois a carga chega já desembaraçada ao local de embarque e, se não houver indícios de avaria da carga, ela é embarcada imediatamente. TRÂNSITO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO O trânsito aduaneiro de exportação é um regime especial que possibilita o transporte de mercadoria, sob controle da RFB, entre dois pontos do território aduaneiro, com isenção do pagamento dos tributos. Esse tipo de trânsito é aplicado entre o local de origem e o local de destino, e desde o momento do desembaraço para trânsito aduaneiro pela unidade de origem até o momento em que a unidade de destino conclui o processo. No trânsito aduaneiro de exportação, as mercadorias já foram submetidas ao despacho de exportação ou de reexportação. O trânsito aduaneiro serve para: O transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, desembaraçadas para exportação, entre o local de origem e o local de destino, para embarque ou armazenamento em área alfandegada para posterior embarque; O transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportação, entre o local de origem e o local de destino, para embarque ou armazenamento em área alfandegada e posterior embarque ou transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportação; O transporte de mercadoria estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada, pelo território aduaneiro, para reexportação ou exportação e conduzida em veículo destinado ao exterior. Para controlar as operações de trânsito aduaneiro, é utilizado o Sistema Integrado de Comércio Exterior, módulo trânsito (Siscomex Trânsito). Ele não se aplica às remessas postais internacionais nem ao trânsito de mercadorias submetidas previamente ao despacho aduaneiro de exportação ou de reexportação. / O beneficiário do trânsito aduaneiro de exportação é o exportador para o transporte de carga nacional ou nacionalizada. Também podem ser beneficiários: o operador de transporte multimodal, o transportador habilitado pela RFB, o agente autorizado a efetuar a unitização ou desunitização da carga em recinto alfandegado. No caso de transporte aéreo internacional, só podem ser beneficiários transportadores aéreos nacionais. No caso de transporte por via marítima e via terrestre, só podem ser beneficiárias as empresas expressamente autorizadas pelo órgão competente. TIPOS DE DECLARAÇÃO USADAS NO DESPACHO PARA TRÂNSITO ADUANEIRO As declarações usadas para o despacho para trânsito aduaneiro são: DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO (DTA) Seu uso é permitido para carga amparada por conhecimento de transporte internacional. MANIFESTO INTERNACIONAL DE CARGA - DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO (MIC-DTA) Utilizado na exportação de bens por modal rodoviário e no amparo de cargas em trânsito aduaneiro do Brasil para os outros países membros do Mercosul. CONHECIMENTO-CARTA DE PORTE INTERNACIONAL - DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO (TIF-DTA) Utilizado na exportação de bens por modal ferroviário e no amparo de cargas em trânsito aduaneiro do Brasil para os países membros do Mercosul. / DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO DE TRANSFERÊNCIA (DTT) Enquadra as operações de trânsito aduaneiro que envolvam as transferências não amparadas por conhecimento de transporte internacional de mercadoria admitida no regime de Depósito Alfandegado Certificado (DAC). VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. PARA QUE UMA EXPORTAÇÃO POSSA SER DESEMBARAÇADA, É OBRIGATÓRIO O REGISTRO DA DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO (DU-E). A FORMA POR MEIO DA QUAL A EXPORTAÇÃO É FEITA PODE IMPLICAR QUE AS EMPRESAS EXPORTADORAS E DECLARANTES SEJAM DIFERENTES. ESSA SITUAÇÃO ACONTECERÁ QUANDO A EXPORTAÇÃO FOR: I. POR CONTA PRÓPRIA A TÍTULO DEFINITIVO. I. SIMPLIFICADA A TÍTULO DEFINITIVO. III. POR CONTA E ORDEM DE TERCEIRO A TÍTULO DEFINITIVO. É CORRETO AFIRMAR QUE: A) Os Itens I e III são verdadeiros. B) Os itens II e III são falsos. C) Os itens I e II são verdadeiros. D) Os itens I e III são falsos. 2. O MÓDULO CONTROLE DE CARGA E TRÂNSITO (CCT) PERMITE REALIZAR UMA SÉRIE DE OPERAÇÕES. QUAL DAS OPERAÇÕES A SEGUIR NÃO PODE SER EXECUTADA USANDO O CCT? / A) Recepção da carga. B) Entrega da carga. C) Manifestação do embarque. D) Licenciamento da exportação. GABARITO 1. Para que uma exportação possa ser desembaraçada, é obrigatório o registro da declaração única de exportação (DU-E). A forma por meio da qual a exportação é feita pode implicar que as empresas exportadoras e declarantes sejam diferentes. Essa situação acontecerá quando a exportação for: I. Por conta própria a título definitivo. I. Simplificada a título definitivo. III. Por conta e ordem de terceiro a título definitivo. É correto afirmar que: A alternativa "A " está correta. Os únicos casos nos quais exportador e declarante são pessoas jurídicas diferentes são na exportação simplificada e na exportação por conta e ordem de terceiros. Em ambos os casos, a exportação é a título definitivo. 2. O módulo Controle de Carga e Trânsito (CCT) permite realizar uma série de operações. Qual das operações a seguir não pode ser executada usando o CCT? A alternativa "D " está correta. Quando exigido por norma legal específica, o licenciamento da exportação é feito com base na utilização do módulo licenças, permissões, certificados e outros documentos (LPCO). O módulo CCT controla a localização da carga de exportação e sua movimentação durante todo o despacho aduaneiro. / CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, foi possível verificar quais são os aspectos normativos e operacionais do despacho aduaneiro de exportação, inclusive as opções de que o exportador dispõe para aprimorar sua logística internacional. Em se tratando de um tema vinculado fortemente a normas legais, cabe ao gestor se manter atualizado e, dessa maneira, evitar erros — por desatualização ou falta de informação — que venham a impactar a fluidez do processo de exportação ou provocar prejuízos financeiros para sua empresa e seu cliente internacional. REFERÊNCIAS BARBOSA, R,; BIZELLI, J. S. Noções básicas de importação. São Paulo: Edições Aduaneiras, 1997. BRASIL. Decreto Nº 6.759, de 5 fevereiro de 2009. Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 5 de fevereiro de 2009. / BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1598, de 09 de dezembro de 2015. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 dezembro de 2015, seção 1, página 33. BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1702, de 21 de março de 2017. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 março de 2017, seção 1, página 25. CASTRO, J. A. Exportação: aspectos práticos e operacionais. São Paulo: Edições Aduaneiras, 2000. MAIA, J. M. Economia internacional e comércio exterior. São Paulo: Editora Atlas, 2000. MARINHO, M. R.; PIRES, J. G. Comércio exterior — teoria x prática no Brasil. São Paulo: Edições Aduaneiras, 1999. MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Portaria Secex nº 23, de 14 de julho de 2011 (atualizada), consolida em um único documento todas as normas emitidas pela SECEX sobre o tratamento administrativo das importações e exportações e sobre o regime especial de drawback. Brasília, DF, jul. 2011. MINISTÉRIO DA FAZENDA / SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa no 1.702, de 21 de março de 2017. Disciplina o despacho aduaneiro de exportação processado por meio de Declaração Única de Exportação (DU-E). In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 21 de março de 2017, edição 57, seção 1, página 25. RATTI, B. Comércio internacional e câmbio. São Paulo:Edições Aduaneiras, 2006. RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa SRF no 230, de 24 de outubro de 2003. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, de 28 de outubro de 2003. Brasília, DF, out. 2003 RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB no 1.209, de 7 de novembro de 2011. Estabelece requisitos e procedimentos para o exercício das profissões de despachante aduaneiro e de ajudante de despachante aduaneiro. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, de 8 de novembro de 2011. Brasília, DF, nov. 2011. RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB no 1.598, de 9 de dezembro de 2015. Dispõe sobre o Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, de 9 de dezembro de 2015. Brasília, DF, nov. 2015. ROCHA, P. C. A. Regulamento aduaneiro comentado com textos legais transcritos. 19. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2016. / SILVA, T. P. F. et al. Tributação do comércio exterior. Rio de Janeiro: FGV, 2014. SINDICATO DOS DESPACHANTES ADUANEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SINDAERJ). Honorário de despachante aduaneiro/ Orientação para importadores e exportadores. Rio de Janeiro, 27 nov. 2019. WERNECK, P. Comércio exterior e despacho aduaneiro. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2007. EXPLORE+ Para se aprofundar nos tópicos abordados neste tema, pesquise sites interessantes que tratam de exportação. Procure por materiais referentes a: Perguntas frequentes – Siscomex/Exportação. Dicas de Exportação – Ministério da Economia. CONTEUDISTA Gabriel Segalis CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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