Buscar

Despacho aduaneiro de exportação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

/
DEFINIÇÃO
Apresentação dos conceitos de Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex) e das etapas do
despacho aduaneiro e todos os seus trâmites.
PROPÓSITO
Compreender os conceitos e processos relacionados ao despacho aduaneiro visando a sua
correta aplicação nas operações de exportação.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
/
Descrever conceitos e funcionalidades do Siscomex, bem como o tratamento administrativo e a
classificação fiscal dos bens a serem exportadas
MÓDULO 2
Definir conceitos e procedimentos do despacho aduaneiro na exportação
INTRODUÇÃO
O gestor de operações de vendas para o exterior lida, no dia a dia, com diversos aspectos do
processo de exportação, e o despacho aduaneiro é uma condição obrigatória para que o
produto possa ser exportado.
Essa atividade obriga o gestor a conhecer qual ferramenta deve ser utilizada, qual processo
deve ser seguido, quais documentos devem ser apresentados e quais as precauções que
devem ser tomadas na operação de exportação.
Este tema tem como objetivo apresentar os conhecimentos teóricos e práticos relacionados ao
despacho aduaneiro para que o gestor possa desenvolver sua tarefa corretamente.
MÓDULO 1
 Descrever conceitos e funcionalidades do Siscomex, bem como o tratamento
administrativo e a classificação fiscal dos bens a serem exportadas
SISCOMEX
A operacionalização do comércio exterior, as normas legais e as ferramentas disponibilizadas,
ao longo do período de 1990 a 2020 pelo governo brasileiro, vêm acompanhando a evolução
do comércio internacional e, particularmente, das relações econômicas exteriores do País.
/

1992
Até 1992, o relacionamento entre o governo e os exportadores era baseado no uso de
documentos físicos. No final do ano em questão, o Brasil deu início ao processo de
informatização das operações de exportação, criando o primeiro documento informatizado: o
registro de exportação (RE).
2012
Em 2012, foi lançado o Siscomex Exportação Web e, finalmente, em agosto de 2018, foi
lançada a declaração única de exportação (DU-E), que utiliza o Portal Único de Comércio
Exterior (Siscomex). Essa sigla significa Sistema Integrado de Comércio Exterior.


2014
O Siscomex foi criado pelo Governo Federal, em 2014, para aprimorar os processos do
comércio exterior brasileiro, e reduzir os trâmites burocráticos, o tempo e o custo da operação
de exportação. Seus objetivos gerais são:
/
Simplificação dos processos, visando a aumentar a eficiência e a celeridade;
Dar maior transparência e previsibilidade aos processos de exportação.
O Portal Único de Comércio Exterior permite:
acesso simplificado à legislação de exportação

anexo eletrônico da documentação exigida pelos órgãos controladores e anuentes

inserção única de informações acerca das exportações para vários órgãos.
O PORTAL FACILITA UMA ATUAÇÃO
COORDENADA E HARMÔNICA DOS ÓRGÃOS DE
GOVERNO, COM A INTENÇÃO DE
IMPLEMENTAR O CONCEITO DE GESTÃO DE
RISCO NO PROCESSO DE DESPACHO
ADUANEIRO.
Em relação à tecnologia da informação, conforme apresentado na figura a seguir, o referido
portal está baseado no conceito de janela única ou single window:
/
 Janela única ou single window. Fonte: Receita Federal do Brasil do Brasil.
Esse programa possibilita que os envolvidos nas operações de exportação, os operadores e os
intervenientes, possam enviar a documentação ou outras informações exigidas pelo Governo
Federal a um único local acessível por internet: o portal Siscomex.
Os órgãos governamentais podem acessar o sistema e compartilhar informações, evitando
suas duplicidades.
INTEGRAÇÃO
As informações inseridas através do portal Siscomex integram o banco de dados único do
comércio exterior e são compartilhadas pelos órgãos governamentais, conforme as atribuições
legais de cada um. Isso permite realizar auditorias, aprimorar o gerenciamento dos riscos,
elaborar estatísticas e melhorar os índices de desempenho.
ÓRGÃOS CONTROLADORES
Os órgãos controladores do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) são: a
Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), a Receita Federal do Brasil (RFB) e o Banco Central
do Brasil (BACEN). Eles efetuam e analisam os registros, e fazem o acompanhamento e
controle das diferentes etapas das operações de exportação.
MÓDULOS DO SISCOMEX
/
O Portal Único Siscomex, mostrado na figura a seguir, apresenta diversos módulos:
 Portal Único Siscomex. Fonte: Portal Único Siscomex.
As funcionalidades dos módulos são:
PERFIL IMPORTADOR / EXPORTADOR /
DESPACHANTE ADUANEIRO
Possibilita elaborar a DU-E, pesquisar o tratamento administrativo, acessar ao CCT (Controle
de Carga e Trânsito) e LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos).
Desse modo, permite uma visão integrada do processo de exportação.
Ademais, é possível enviar documentos digitalizados, consultar processos e verificar a
classificação fiscal de mercadorias.
Há duas opções de entrada:
Como ajudante aduaneiro, que auxilia ao despachante aduaneiro durante o processo de
desembaraço;
Como importador/exportador/despachante.
As funcionalidades no módulo exportação são:
Declaração única de exportação — DU-E;
Tratamento administrativo;
/
Controle de carga e trânsito — CCT;
Licenciamentos, permissões, certificações e outros;
Visão integrada;
Anexação de documentos;
Classificação fiscal de mercadorias.
Fonte:Shutterstock
 Estrutura geral do Portal Único Siscomex — exportação. Fonte: Receita Federal do Brasil
do Brasil.
CADEIA LOGÍSTICA
Fiel depositário: Pessoa física que representa o depositário, o qual tem a guarda do depósito.
O fiel depositário é o responsável perante a Receita Federal do Brasil e o usuário do recinto
alfandegado.
Operador portuário: Pessoa jurídica autorizada a exercer as atividades de movimentação de
passageiros, fazer a logística de armazenamento e movimentação das cargas transportadas
por modal aquaviário dentro de um porto organizado.
Transportador/agente de carga: Responsável por encontrar a melhor opção logística para o
cliente, por meio de uma negociação com os diversos fornecedores de transporte internacional.
/
REMESSA EXPRESSA/POSTAL
Exportações realizadas utilizando empresas de envio expresso ou de Correios. Na modalidade
simplificada, elas assumem todo o processo e o desembaraço.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
Permite que as instituições financeiras, autorizadas pelo BACEN, operem com moedas
estrangeiras vinculadas ao comércio exterior, incluindo o financiamento às exportações sem
recursos públicos (adiantamento sobre cambiais entregues — ACE e adiantamento de contrato
de câmbio — ACC).
CERTIFICAÇÃO OEA
Operador Econômico Autorizado (OEA) é uma empresa autorizada pelo governo para dar mais
agilidade aos processos aduaneiros. Esse tipo de empresa está comprometida com os critérios
de conformidade aduaneira e segurança da cadeia logística. Seu objetivo é a redução de
prazos e custos para as empresas que operam em comércio exterior.
HABILITAR EMPRESA
Habilitação para efetuar operações de comércio exterior, utilizando o certificado digital via
internet.
ACESSO PÚBLICO DA DU-E
O acesso a este perfil pode ser feito sem o certificado digital e sem habilitação no Siscomex e
está restrito a:
Consultar DU-E;
Consultar recepção de carga;
Simular o tratamento administrativo na exportação.
/
TRATAMENTO ADMINISTRATIVO,
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DA MERCADORIA
E INTERVENIENTES
A princípio, os produtos são de exportação livre, ou seja, não precisam de nenhum tipo de
anuência prévia.
ENTRETANTO, O ANEXO XVII DA PORTARIA
SECEX NO 23/2011 — QUE DETERMINA AS
NORMAS ADMINISTRATIVAS DE IMPORTAÇÃO,
DRAWBACK E EXPORTAÇÃO — DEFINE QUAIS
SÃO OS PROCEDIMENTOS QUE O
EXPORTADOR DEVE ATENDER ANTES DO
EMBARQUE DO PRODUTO.
 SAIBA MAIS
/
A nomenclatura utilizada no comércio exterior brasileiro é a Nomenclatura Comum do Mercosul
(NCM), que é baseada no Sistema Harmonizado de Designação e Classificação de
Mercadorias (Sistema Harmonizado — SH).
ÓRGÃOS ANUENTES
São entidades do Governo Federalque, de acordo com uma determinada norma legal, têm a
obrigação de efetuar uma análise complementar do processo de exportação.
O objetivo primordial dos órgãos anuentes é liberar ou restringir a saída de uma mercadoria do
país. Cada órgão trata de determinado tipo de produto ou situação específica.
Fonte: Dede80/Shutterstock
Os órgãos anuentes na exportação são:
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL);
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP);
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);
Banco do Brasil S.A.;
/
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);
Comando do Exército (COMEX);
Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX);
Departamento de Polícia Federal (DPF);
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI);
Ministério da Defesa (MD);
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
Os órgãos anuentes têm a responsabilidade de pesquisar se as mercadorias atendem a
requisitos e normas internacionais. A análise é feita no momento que o exportador solicita a
licença de exportação na aba LPCO no Portal Único do Siscomex — exportação.
/
Fonte: Dede80/Shutterstock
 IMPORTANTE
O exportador deve consultar no Portal Único Siscomex para saber se existe tratamento
administrativo para o produto que se deseja exportar. Em caso positivo, ele deve seguir os
tratamentos administrativos (TA) indicados pelo órgão anuente e fornecer os documentos
exigidos.
Alguns exemplos podem ser vistos na tabela a seguir:
/
Fonte:Shutterstock
 Exemplos de órgãos anuentes e tipos de tratamento administrativos (TA). Fonte: Ministério
da Economia, 2018.
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE
MERCADORIAS
A classificação fiscal da mercadoria é uma informação que permite determinar o tratamento
administrativo das exportações, a preferência percentual atribuída e o preenchimento correto
da nota fiscal eletrônica de exportação e da declaração única de exportação.
/
Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock
A NOMENCLATURA UTILIZADA NO COMÉRCIO
EXTERIOR BRASILEIRO É A NOMENCLATURA
COMUM DO MERCOSUL (NCM). ELA ESTÁ
BASEADA NO SISTEMA HARMONIZADO DE
DESIGNAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE
MERCADORIAS OU APENAS SISTEMA
HARMONIZADO.
SISTEMA HARMONIZADO
O sistema harmonizado (SH) é uma nomenclatura de codificação e classificação de produtos
destinados ao comércio exterior. Foi desenvolvido pela Organização Mundial das Alfândegas e
é utilizado internacionalmente.
/
A estrutura do SH, apresentada no gráfico a seguir, é composta por uma sequência de seis
dígitos:
 Estrutura do sistema harmonizado (SH). (Fonte: Sistema harmonizado.)
Os dois primeiros dígitos se referem ao capítulo no qual o produto está inserido. Há 99
capítulos, mas apenas 96 foram utilizados.
Os dois dígitos seguintes, os 3º e 4º, se referem à posição do produto dentro do capítulo. O
número de posições (que se refere aos 4 primeiros dígitos) atualmente utilizados é 1241.
/
O 5º dígito indica a subposição simples (também chamada de 1º nível) e o 6º dígito indica a
subposição composta (ou 2º nível).
Os capítulos são dispostos em 21 seções.
O SH deve enquadrar qualquer produto existente e os que venham a existir. Por isso, uma
classificação de um produto no SH deve ser seguida de regras gerais de interpretação. As
regras gerais complementares (RGC) e, subsidiariamente, as notas explicativas, servem para
dar uma ordem sistemática e uniforme aos produtos.
/
Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock
REGRAS GERAIS PARA INTERPRETAÇÃO DO
SISTEMA HARMONIZADO (SH)
REGRA 1
Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para efeitos legais,
a classificação é determinada pelos textos das posições e das notas da seção e de capítulo e,
desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e notas, pelas regras
seguintes.
REGRA 2
a) Qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse artigo mesmo
incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que se encontra, a característica
essencial do artigo completo ou acabado. Abrange igualmente o artigo completo ou acabado,
ou como tal considerado nos termos das disposições precedentes, mesmo que se apresente
desmontado ou por montar.
b) Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria,
quer em estado puro, quer misturada ou associada a outras matérias. Da mesma forma,
/
qualquer referência às obras de uma matéria determinada abrange as obras constituídas inteira
ou parcialmente dessa matéria.
A classificação destes produtos misturados ou artigos compostos efetua-se conforme os
princípios enunciados na regra 3.
REGRA 3
Quando parecer que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posições por aplicação
da Regra 2- “b” ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se da forma seguinte:
a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou
mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de
um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de
sortidos acondicionados para a venda a retalho, tais posições devem considerar-se, em relação
a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente
uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria.
b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela
reunião de artigos diferentes, e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionadas para
a venda a retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra – 3 ‘a’,
classificam-se pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando for
possível realizar tal determinação.
c) Nos casos em que as Regras 3-‘a’ e 3-‘b’ não permitam efetuar a classificação, a mercadoria
classifica-se na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de
validamente se tomarem em consideração.
REGRA 4
As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das regras acima enunciadas
classificam-se na posição correspondente aos artigos mais semelhantes.
REGRA 5
Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo mencionadas estão sujeitas às
regras seguintes:
a) Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos musicais, para armas, para
instrumentos de desenho, para joias e receptáculos semelhantes, especialmente fabricados
para conterem um artigo determinado ou sortido, e, suscetíveis de uso prolongado, quando
apresentados com os artigos a que se destinarem, classificam-se com estes últimos, desde
que sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos.
/
Essa regra, todavia, não diz respeito aos receptáculos que confiram ao conjunto a sua
característica essencial.
b) Sem prejuízo do disposto na Regra 5 - ‘a’, as embalagens contendo mercadorias
classificam-se com estas últimas quando sejam do tipo normalmente utilizado para o seu
acondicionamento. Todavia, esta disposição não é obrigatória quando as embalagens sejam
claramente suscetíveis de utilização repetida.
REGRA 6
A classificação de mercadorias nas subposições de uma posição é determinada, para efeitos
legais, pelos textos dessas subposições e das notas de subposição respectivas, assim como,
mutatis mutandis, pelas regras precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis
subposições do mesmo nível.
Para os fins da presente regra, as notas de seção e do capítulo são aplicáveis, salvo
disposições em contrário.
REGRA GERAL COMPLEMENTAR (RGC)
As regras gerais para interpretação do sistema harmonizado se aplicarão, mutatis mutandis
(mudando o que deve ser mudado), para determinar dentro de cada posição ou subposição, o
item aplicável é dentro desse último, o subitem correspondente, entendendo-se que apenassão comparáveis desdobramentos regionais (itens ou subitens) do mesmo nível.
Fonte: Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos: Decreto nº
4.542, 2002.
Fonte: Box Lab/Shutterstock
/
NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL
(NCM)
No dia 1º de janeiro de 1995, ao ser criado o Mercado Comum do Sul (Mercosul), surge a
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), uma vez que uma das características deste bloco
econômico é a união aduaneira, o que implica a manutenção de um regime tarifário comum
para as mercadorias extrazona.
EXTRAZONA
Que não se enquadra nos acordos aduaneiros de determinada zona de comércio.
Os países integrantes do Mercosul elaboraram a NCM, definindo as alíquotas para o
intercâmbio com terceiros países não integrantes do Mercosul, estabelecendo a tarifa externa
comum (TEC).
Estes são alguns exemplos de procedimentos:
NCM 0201.30.00, NCM 0202.30.00, NCM 0206.10.00 E
NCM 0206.29.90
Carnes in natura sujeitas à obtenção de cota Hilton.
NCM 0402
Leite e seus derivados sujeitos à emissão do certificado de autorização do Brasil quando da
sua exportação para Colômbia.
NCM 1602.31.00, NCM 1701.13.00 E NCM 1701.13.00
Produtos sujeitos à cota tarifária quando da sua exportação para a União Europeia.
NCM 2401
Produtos sujeitos à padronização.
NCM 2402.20.00
javascript:void(0)
/
Pagamento do imposto de exportação de 150% nas exportações para América Latina e
Central.
NCM 7102.10.00, 7102.21.00 E 7102.31.00
Obrigatoriedade de emissão do certificado Kimberley.
CAPÍTULO 93 (REFERENTE A ARMAS)
Recolhimento de imposto de exportação de 150%, sendo que existem exceções à regra.
 IMPORTANTE
Mesmo com os procedimentos já definidos, o governo pode impedir, temporariamente ou
definitivamente, a exportação ou exigir emissão da licença de exportação de um produto em
função de um acontecimento inesperado.
Como já observado neste tema, a estrutura da NCM está baseada no SH. Os seis primeiros
dígitos do NCM são oriundos do SH. Após esses seis dígitos, há dois dígitos próprios do NCM,
como mostra a figura a seguir.
 Estrutura da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
Fonte: Nomenclatura Comum do Mercosul.
Assim, a estrutura da NCM também é composta por 21 seções, 96 capítulos, posições e
subposições, acrescentando-se dois dígitos próprios da NCM, os itens e subitens.
Como no SH, os capítulos são numerados em forma crescente e sequencial, identificando os
produtos dentro das seções. As posições e subposições destacam o desdobramento de uma
mercadoria mencionada no capítulo. Os itens e subitens, próprios do NCM, informam a
classificação e descrição completa dos produtos.
Nas operações de exportação, a NCM é utilizada no preenchimento da nota fiscal eletrônica de
exportação, na declaração única de exportação, no certificado de origem comum, no certificado
/
de origem Mercosul e quando solicitado pelo importador, na fatura comercial e packing list.
 EXEMPLO
Código NCM:
0104.10.11
Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe
ou com cria ao pé
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Este código é resultado dos seguintes desdobramentos:
Seção I Animais vivos e produtos do reino animal
Capítulo 01 Animais vivos
Posição 0104 Animais vivos das espécies ovina e caprina
Suposição 0104.10 Ovinos
Item 0104.10.1 Reprodutores de raça pura
Subitem 0104.10.11 Prenhe ou com cria ao pé
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Nomenclatura da Associação Latina Americana de Integração (NALADI). (Fonte: Nomenclatura
Comum do Mercosul.)
A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) é formada pelos seguintes países-
membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá,
Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
/
Fonte: Wikipedia
A NALADI/SH é a nomenclatura desse grupo e, também, tem como base a SH, ou seja, tem as
posições e subposições do SH subdividas em itens, tanto para atender o intercâmbio comercial
entre seus integrantes ou com outros parceiros comerciais internacionais.
DESPACHANTE ADUANEIRO
Um dos prestadores de serviço mais utilizados nos processos de exportação é o despachante
aduaneiro. Por intermédio de uma procuração, ele é autorizado pelo representante legal da
empresa exportadora, e passa a representá-la perante a Receita Federal do Brasil (RFB) e em
outros órgãos.
/
O despachante aduaneiro, muitas vezes, também presta serviços de assessoramento à
exportação. O trabalho dessa figura é regido pela Instrução Normativa RFB no 1.209/2011, que
determina os requisitos e procedimentos que devem ser adotados para o exercício da profissão
(e também da profissão de ajudante de despachante aduaneiro).
Fonte: : Aunging/Shutterstock
A norma informa, ainda, que a própria empresa exportadora pode realizar as tarefas
relacionadas com o despacho aduaneiro de exportação, mas, se preferir, pode contratar um
despachante aduaneiro.
Para desenvolver a sua tarefa, o despachante aduaneiro deve obrigatoriamente estar
registrado na RFB e possuir uma procuração outorgada pela empresa contratante.
As responsabilidades do despacho aduaneiro e seus ajudantes são:
/
Fonte: Aunging/Shutterstock
Praticar atos relacionados ao despacho aduaneiro de bens ou de mercadorias em nome
do seu representado;
Preencher a declaração única de exportação (DU-E) e a documentação relativa a
Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO), além de inserir no
sistema a nota fiscal eletrônica;
Pagar em nome do exportador o frete internacional, bem como as demais despesas
logísticas, serviços conexos e outros prestadores de serviços, em acordo com Incoterms,
quando acordado entre exportador e importador;
Assistir à verificação da carga, se o canal de parametrização for o vermelho;
Controlar a inserção dos dados do embarque por parte da empresa de transporte
internacional, para que seja possível concluir o despacho aduaneiro.
INCOTERMS
São cláusulas contratuais aplicadas a negócios internacionais.
javascript:void(0)
/
Fonte: smolaw/shutterstock
Para exercer o trabalho de ajudante de despachante aduaneiro, conforme mencionado no
artigo 4o da IN 1.209/2011, é obrigatório prestar um exame de qualificação técnica realizado
pela Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana) da RFB.
Fonte: sirtravelalot/shutterstock
Após ter trabalhado dois anos, o ajudante de despachante aduaneiro pode solicitar a inscrição
no registro de despachante aduaneiro.
/
Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock
O trabalho desenvolvido pelo despachante aduaneiro é remunerado levando em consideração
a prestação de um serviço prestado por pessoa física. Entretanto, a empresa exportadora pode
contratar uma comissária de despacho aduaneiro ou uma empresa de logística internacional.
Nesse caso, o vínculo contratual passa a ser entre empresas.
OPERADOR ECONÔMICO AUTORIZADO
(OEA)
O operador econômico autorizado (OEA), de acordo com o artigo 1o, parágrafo 1 da IN RFB
1.598/2015, é uma empresa interveniente em operações de comércio exterior vinculado à
movimentação internacional de bens.
O OEA tem por objetivo gerir riscos relacionados à segurança física das cargas e à
conformidade tributária e aduaneira. Para uma empresa aderir ao programa OEA, deve ter a
certificação OEA concedida pela RFB.
/
Fonte: Avigator Fortuner/Shutterstock
As empresas que podem requerer a certificação são:
I - O importador;
II - O exportador;
III - O transportador;
IV - O agente de carga;
V - O depositário de mercadoria sob controle aduaneiro;
VI - O operador portuário ou aeroportuário; e
VII - O despachante aduaneiro.
Fonte: Receita Federal, 2015.
A Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (COANA), órgão da RFB, pode ampliar a
certificação a outros intervenientes. A comissária de despacho e os despachantes aduaneiros
não pode ser certificada.
As modalidades de certificação do operador são:
/
As empresas que podem requerer a certificaçãosão:
I - OEA-Segurança (OEA-S), com base em critérios de segurança aplicados à cadeia logística
no fluxo das operações de comércio exterior;
II - OEA-Conformidade (OEA-C), com base em critérios de cumprimento das obrigações
tributárias e aduaneiras, e que apresenta níveis diferenciados quanto aos critérios exigidos e
aos benefícios concedidos:
a) OEA-C Nível 1 e;
b) OEA-C Nível 2 [...].
Fonte: Receita Federal do Brasil, 2017.
Segundo a RFB Nº 1.598/2015, os benefícios se dividem de acordo com a modalidade de
certificação:
PARA TODOS OS NÍVEIS (ARTIGO 9º)
Divulgação do nome do operador no site da RFB;
Utilização da marca do Programa Brasileiro de OEA;
Um servidor específico como ponto de contato para comunicação entre RFB e o OEA;
Usufruir dos benefícios e das vantagens dos acordos de reconhecimento mútuo que a
RFB venha a assinar com as aduanas de outros países;
Participar da formulação de propostas para alteração da legislação e dos procedimentos
aduaneiros que visem ao aperfeiçoamento do Programa Brasileiro de OEA;
Ser dispensadas de exigências formalizadas na habilitação a regimes aduaneiros
especiais ou aplicados em áreas especiais que já tenham sido cumpridas no
procedimento de certificação no Programa Brasileiro de OEA;
Participar de seminários e treinamentos organizados conjuntamente com a equipe OEA.
MODALIDADE OEA-S (ARTIGO 10)
Se selecionado para canais de conferência dos despachos de exportação do exportador
OEA, terá seu percentual reduzido em relação aos demais;
/
Parametrização das suas declarações aduaneiras do exportador OEA executadas de
forma imediata após o envio para despacho da Declaração Única Exportação (DU-E);
Ter processada em forma prioritária as DU-Es;
Ser dispensada a apresentação de garantia no trânsito aduaneiro cujo beneficiário seja
transportador OEA;
Ter acesso prioritário para transportadores OEA em recintos aduaneiros.
MODALIDADE OEA-C NÍVEL 1 OU NA MODALIDADE
OEA-C NÍVEL 2 (ARTIGO 11)
A consulta sobre classificação fiscal de mercadorias, formulada nos termos da Instrução
Normativa RFB nº 1.464, de 8 de maio de 2014, desde que atendidos os quesitos de que
tratam os artigos 5º e 6º da referida Instrução Normativa, terá solução proferida em até
quarenta dias;
Ser dispensada a apresentação de garantia para o importador OEA na concessão do
regime de admissão temporária para utilização econômica;
Tratamento de armazenamento prioritário da mercadoria importada por OEA que proceda
diretamente do exterior.
MODALIDADE OEA-C NÍVEL 2 (ARTIGO 12)
Redução dos percentuais vinculados aos canais de conferência dos despachos de
importação;
Ter a parametrização das declarações aduaneiras do importador OEA executada de
forma imediata após o registro da Declaração de Importação (DI) ou da Declaração Única
de Importação (DU Imp);
Caso a declaração de importação seja selecionada para conferência, o processamento
pelas unidades da RFB é prioritário;
/
Registrar a DI ou DU Imp antes da chegada da carga ao território aduaneiro nas
operações de importação por meio aquaviário, com aplicação de seleção parametrizada
imediata;
Ter a possibilidade de ter uma DI ou DU Imp emitida para admissão temporária,
selecionada para o canal verde de conferência aduaneira, dispensados o exame
documental e a verificação da mercadoria.
Fonte: Mongkolchon Akesin/Shutterstock
A certificação OEA é concedida em caráter precário, com prazo de validade indeterminado e,
para permanecer no programa, o OEA deve manter os requisitos e critérios necessários para a
obtenção da certificação, bem como as demais disposições da IN RFB nº 1.598/2015.
/
Fonte: Drazen Zigic/Shutterstock
A empresa que obtêm a certificação OEA é submetida ao procedimento de revisão de sua
certificação a cada três anos, para todas as modalidades de certificação, e a sua exclusão
pode acontecer em qualquer momento.
Fonte: ESB Professional/Shutterstock
O OEA fica sujeito a sanções administrativas, tais como: advertência, suspensão ou cassação
da certificação, bem como a multas aplicadas por infringir dispositivos do regulamento
aduaneiro vinculados aos desembaraços de exportação e importação.
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL DOS ITENS A SEGUIR NÃO PODE SER CONSIDERADO UM
OBJETIVO DO SISCOMEX?
A) Acesso simplificado à legislação de exportação.
B) Envio de documentos físicos, quando solicitado, aos órgãos governamentais.
C) Inserção das informações uma única vez.
D) Implementação da gestão de risco.
2. O DESPACHANTE ADUANEIRO É UMA PESSOA FÍSICA QUE, POR
MEIO DE PROCURAÇÃO ESPECÍFICA, PASSA A REPRESENTAR O
EXPORTADOR, ASSUMINDO DETERMINADAS RESPONSABILIDADES.
QUAL DAS ATRIBUIÇÕES, A SEGUIR, NÃO É RESPONSABILIDADE DO
DESPACHANTE ADUANEIRO?
A) Negociar com o banco contratante do câmbio uma linha de crédito para ser utilizada nas
operações de adiantamento de contrato de câmbio (ACC) e adiantamento sobre cambiais
entregues (ACE).
B) Formular a declaração única de exportação (DU-E) e as licenças, permissões, certificados e
outros documentos (LPCO), bem como inserir no sistema a nota fiscal eletrônica de exportação
(NFE).
C) Assistir à verificação da carga, se o canal de parametrização for o vermelho.
D) Controlar a inserção dos dados do embarque por parte da empresa de transporte
internacional, para que seja possível concluir o despacho aduaneiro.
GABARITO
1. Qual dos itens a seguir NÃO pode ser considerado um objetivo do Siscomex?
/
A alternativa "B " está correta.
Com a implantação do Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex), o envio de documentos,
quando solicitado, passa a ser feito na opção “anexação de documentos”, ou seja, o
documento é digitalizado e enviado eletronicamente.
2. O despachante aduaneiro é uma pessoa física que, por meio de procuração específica,
passa a representar o exportador, assumindo determinadas responsabilidades. Qual das
atribuições, a seguir, não é responsabilidade do despachante aduaneiro?
A alternativa "A " está correta.
A negociação da linha de crédito jamais será uma responsabilidade do despachante aduaneiro.
Normalmente, é responsabilidade da área financeira da empresa exportadora ou, em última
instância, do gestor da exportação.
MÓDULO 2
 Definir conceitos e procedimentos do despacho aduaneiro na exportação
Fonte: evenf/Shutterstock
/
TERRITÓRIO ADUANEIRO
O regulamento aduaneiro, presente no Decreto nº 6.759/2009, apresenta o conceito de
território aduaneiro como sendo o local no qual será exercido o direito aduaneiro (onde a
autoridade aduaneira de um país atua) e abrange todo o território nacional.
O poder de aplicar o direito aduaneiro se denomina jurisdição aduaneira e ela se estende por
todo o território aduaneiro, que se divide em:
Fonte: Travel mania/shutterstock
Zona primária — que, por sua vez, está subdividida da seguinte forma:
Área terrestre ou aquática nos portos alfandegados;
Área terrestre aeroportuária alfandegada;
Área terrestre que engloba os pontos de fronteira alfandegados;
Zonas de processamento de exportação.

/
Fonte: Hananeko_Studio/shutterstock
Zona secundária — o restante do território nacional (recintos alfandegados de zona
secundária).
O espaço geográfico das áreas alfandegadas é definido pela RFB.
DESPACHO ADUANEIRO
O despacho aduaneiro, pelo artigo 4o da Instrução Normativa RFB No 1.702, é o:
“Art. 4o [...] procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo
exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica,
com vistas ao desembaraço aduaneiro da mercadoria e a sua saída para o exterior.”
Fonte: Receita Federal, 2017.
É um procedimento obrigatório, realizado na zona primária, em um recinto alfandegado de
zona secundária ou, ainda, em recinto não alfandegado, que permite o envio de uma
mercadoria ao exterior. No caso da exportação, o despacho aduaneiro é de responsabilidade
da RFB.
/
Fonte: RWicaksono/Shutterstock
O despacho aduaneiro de exportação pode ser feitoa título definitivo ou não.
No primeiro caso, a princípio, a mercadoria não retorna ao país.

No segundo, no momento do despacho aduaneiro, o exportador informa a RFB que a
mercadoria irá retornar.
De modo geral, as operações de exportação incluem a logística internacional. Entretanto,
existem operações atípicas nas quais o produto é entregue no território nacional e essa
operação é considerada uma exportação do ponto de vista tributário, fiscal e cambial.
 EXEMPLO
Podemos mencionar uma exportação de produtos para uso e consumo a bordo, ou a
exportação ficta, que é a operação de venda de produtos nacionais a empresas com sede no
exterior, sem que haja a saída dos produtos do território brasileiro.
O despacho aduaneiro da exportação é processado utilizando a declaração única de
exportação (DU-E) e, de acordo com o art. 2° da IN RFB n° 1.702/2017, existem definições
/
específicas utilizadas no processo, tais como: declarante, despacho domiciliar, exportador,
referência única da carga (RUC), recepção desta e sua entrega.
Fonte: fizkes/Shutterstock
Fonte: vinnstock/Shutterstock
DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO
(DU-E)
/
É um documento informatizado obtido pelo Portal Único Siscomex Exportação, que serve para
que o exportador (ou pessoa por ele indicada ou contratada) preste informações aos órgãos
governamentais e intervenientes. Essas informações são de natureza:
Aduaneira

Administrativa

Financeira

Comercial
Tributária

Fiscal

Logística
 IMPORTANTE
A DU-E serve para realizar o despacho aduaneiro da exportação, e o controle aduaneiro e
administrativo é realizado de acordo com as informações inseridas nela. O tipo de DU-E que o
exportador deve utilizar está vinculado à forma de exportação, com os bens declarados e as
circunstâncias da operação.
/
O preenchimento da DU-E tem como base a nota fiscal eletrônica de exportação (NFE). Ao
inserir a chave na NFE, no campo correspondente da DU-E, há a migração dos dados que são
comuns a ambos documentos.
Diversas são as informações que devem ser inseridas na DU-E. O exportador pode utilizar três
tipos diferentes de exportação:
Exportação própria ‒ o declarante e o exportador mencionados na DU-E são a mesma
pessoa. Além disso, se a exportação for constituída por produtos fabricados em distintos
estabelecimentos do mesmo exportador e amparados por notas fiscais diferentes a DU-E será
uma só.
Exportação simplificada ‒ o declarante e o exportador mencionados na DU-E são pessoas
diferentes, e o declarante da DU-E só pode ser uma empresa de correio expresso ou os a
própria empresa de Correios.
Exportação por conta e ordem de terceiros ‒ o declarante e o exportador mencionados na
DU-E são pessoas diferentes. Mas o declarante na DU-E é uma pessoa jurídica contratada
exclusivamente para fazer a exportação na condição de operador logístico. É importante
observar que a nota fiscal eletrônica de exportação é emitida pelo exportador.
Fonte: create jobs 51/Shutterstock
 IMPORTANTE
/
De modo geral, o despacho aduaneiro de exportação é feito antes de a carga ser colocada a
bordo do modal escolhido para o transporte internacional. Entretanto, existem exceções a essa
regra, como: exportação de granel e fornecimento de combustível para consumo a bordo de
aeronaves de transporte internacional de passageiros e cargas.
SEQUÊNCIA DO DESPACHO ADUANEIRO
Conforme mostra o esquema a seguir, a sequência do despacho aduaneiro depende do
tratamento administrativo da mercadoria que está sendo exportada:
Fonte:Shutterstock
 Estrutura do despacho aduaneiro. Fonte: Receita Federal do Brasil.
Isso significa que, para as mercadorias de livre exportação, o processo é menos complexo. Já
para aquelas submetidas a licenciamento, o andamento do processo depende da anuência do
LPCO e, posteriormente, da anuência da DU-E, para prosseguir com o despacho da
mercadoria.
Conforme já informado, o documento principal do despacho aduaneiro é a DU-E. Desde agosto
de 2018, tornou-se obrigatório preencher a nota fiscal eletrônica antes da DU-E. Assim que a
DU-E for anuída, para fins de despacho aduaneiro, ela é registrada e fica vinculada ao registro
único de cargas (RUC).
/
O próximo passo é inserção da nota fiscal eletrônica de exportação no módulo Controle de
Carga e Trânsito (CCT), que tem a responsabilidade de controlar a localização da carga a ser
exportada e o seu deslocamento entre os diversos intervenientes ao longo do despacho
aduaneiro.
O módulo CCT no Portal Único de Exportação tem várias funcionalidades
Fonte: Jaromir Chalabala/Shutterstock
Recepção da carga

Sua entrega

Consolidação
Unitização

Manifestação do embarque
/
Após a recepção da nota fiscal eletrônica de exportação no CCT, o próximo passo é a
apresentação da carga para despacho, o que permite a RFB iniciar a seleção para conferência
aduaneira utilizando o módulo gerenciamento do risco.
O resultado dessa análise será a seleção da carga para um dos canais a seguir.
Canal verde
O sistema efetua o desembaraço automático da mercadoria, dispensando o exame documental
e a verificação física.

Canal laranja
É realizado apenas o exame documental. Os documentos que devem ser apresentados são:
fatura comercial, packing list e, se o modal de transporte for via terrestre, fluvial ou lacustre, a
via original do conhecimento de carga e do manifesto internacional de carga.

Canal vermelho
Além do exame documental, é efetuada a conferência física da mercadoria.
Nos canais amarelo e vermelho, se não for detectada nenhuma irregularidade, o desembaraço
é concluído. Depois do desembaraço da mercadoria, ela está liberada para ser entregue ao
transportador internacional.
Assim que o veículo sair da zona alfandegada, é responsabilidade da empresa de cargas
internacional manifestar a carga no CCT (inserindo os dados do embarque no CCT), o que
/
possibilita ao auditor fiscal da Receita Federal do Brasil averbar o processo e dar por finalizado
o despacho aduaneiro.
De acordo com o tratamento administrativo, pode acontecer que o produto a ser exportado
precise de, antes de ser concluído o desembaraço de licença, autorização, certificado ou outro
tipo de documento diferente dos relacionados pela RFB.
Esses documentos são emitidos por algum órgão anuente e, esse procedimento, a partir de
agosto de 2018, é realizado utilizando o módulo LPCO do Portal Único Siscomex Exportação.
Com a implementação do módulo LPCO, é possível solicitar uma licença que englobe diversas
operações de exportação do produto cujo licenciamento está sendo exigido de acordo com o
tratamento administrativo da exportação. Esse tipo de documento é conhecido como “licença
guarda-chuva”.
/
Essas licenças são utilizadas, por exemplo, para:
Fonte: RachenStocker/shutterstock
Produtos analisados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Fonte: Robert Kneschke/shutterstock
Medicamentos com registro do tipo autorização de fabricação para fim exclusivo de exportação
(AFEX), controlados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
/
Fonte: Tarcisio Schnaider/shutterstock
Exportações financiadas pelo Banco do Brasil nas modalidades Proex Financiamento.
REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS
A seguir, são mencionados dois regimes aduaneiros especiais que impactam diretamente a
gestão de uma operação de exportação:
Recinto especial para despacho aduaneiro de exportação (REDEX);
Trânsito aduaneiro na exportação.
REDEX
O REDEX é um regime aduaneiro especial que permite que o desembaraço aduaneiro de
exportação seja feito em local não alfandegado de zona secundária. Ele pode ser o
estabelecimento do próprio exportador ou o local específico para uso comum por vários
exportadores.
Esse local deve ser reconhecido em ato declaratório executivo (ADE), assinado pelo
superintendente regional da Receita Federal que tenha jurisdição sobre o REDEX.
/
Caso a carga a ser desembaraçada esteja no estabelecimento do próprio exportador, a sua
fiscalização éfeita por uma equipe da Receita Federal do Brasil deslocada eventualmente ao
local. Se o local para desembaraço é o de uso coletivo, a fiscalização fica a cargo de uma
equipe permanente da RFB sempre que a demanda justificar.
Operacionalmente, o uso do REDEX agiliza os processos de embarque e logística, pois a
carga chega já desembaraçada ao local de embarque e, se não houver indícios de avaria da
carga, ela é embarcada imediatamente.
TRÂNSITO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO
O trânsito aduaneiro de exportação é um regime especial que possibilita o transporte de
mercadoria, sob controle da RFB, entre dois pontos do território aduaneiro, com isenção do
pagamento dos tributos.
Esse tipo de trânsito é aplicado entre o local de origem e o local de destino, e desde o
momento do desembaraço para trânsito aduaneiro pela unidade de origem até o momento em
que a unidade de destino conclui o processo.
No trânsito aduaneiro de exportação, as mercadorias já foram submetidas ao despacho de
exportação ou de reexportação. O trânsito aduaneiro serve para:
O transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, desembaraçadas para
exportação, entre o local de origem e o local de destino, para embarque ou
armazenamento em área alfandegada para posterior embarque;
O transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportação, entre o local de
origem e o local de destino, para embarque ou armazenamento em área alfandegada e
posterior embarque ou transporte de mercadoria estrangeira despachada para
reexportação;
O transporte de mercadoria estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou
despachada, pelo território aduaneiro, para reexportação ou exportação e conduzida em
veículo destinado ao exterior.
Para controlar as operações de trânsito aduaneiro, é utilizado o Sistema Integrado de Comércio
Exterior, módulo trânsito (Siscomex Trânsito). Ele não se aplica às remessas postais
internacionais nem ao trânsito de mercadorias submetidas previamente ao despacho aduaneiro
de exportação ou de reexportação.
/
O beneficiário do trânsito aduaneiro de exportação é o exportador para o transporte de carga
nacional ou nacionalizada. Também podem ser beneficiários: o operador de transporte
multimodal, o transportador habilitado pela RFB, o agente autorizado a efetuar a unitização ou
desunitização da carga em recinto alfandegado.
No caso de transporte aéreo internacional, só podem ser beneficiários transportadores aéreos
nacionais. No caso de transporte por via marítima e via terrestre, só podem ser beneficiárias as
empresas expressamente autorizadas pelo órgão competente.
TIPOS DE DECLARAÇÃO USADAS NO
DESPACHO PARA TRÂNSITO ADUANEIRO
As declarações usadas para o despacho para trânsito aduaneiro são:
DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO (DTA)
Seu uso é permitido para carga amparada por conhecimento de transporte internacional.
MANIFESTO INTERNACIONAL DE CARGA -
DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO (MIC-DTA)
Utilizado na exportação de bens por modal rodoviário e no amparo de cargas em trânsito
aduaneiro do Brasil para os outros países membros do Mercosul.
CONHECIMENTO-CARTA DE PORTE INTERNACIONAL -
DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO (TIF-DTA)
Utilizado na exportação de bens por modal ferroviário e no amparo de cargas em trânsito
aduaneiro do Brasil para os países membros do Mercosul.
/
DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO DE TRANSFERÊNCIA
(DTT)
Enquadra as operações de trânsito aduaneiro que envolvam as transferências não amparadas
por conhecimento de transporte internacional de mercadoria admitida no regime de Depósito
Alfandegado Certificado (DAC).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PARA QUE UMA EXPORTAÇÃO POSSA SER DESEMBARAÇADA, É
OBRIGATÓRIO O REGISTRO DA DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO
(DU-E). A FORMA POR MEIO DA QUAL A EXPORTAÇÃO É FEITA PODE
IMPLICAR QUE AS EMPRESAS EXPORTADORAS E DECLARANTES
SEJAM DIFERENTES. ESSA SITUAÇÃO ACONTECERÁ QUANDO A
EXPORTAÇÃO FOR:
I. POR CONTA PRÓPRIA A TÍTULO DEFINITIVO.
I. SIMPLIFICADA A TÍTULO DEFINITIVO.
III. POR CONTA E ORDEM DE TERCEIRO A TÍTULO DEFINITIVO.
É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) Os Itens I e III são verdadeiros.
B) Os itens II e III são falsos.
C) Os itens I e II são verdadeiros.
D) Os itens I e III são falsos.
2. O MÓDULO CONTROLE DE CARGA E TRÂNSITO (CCT) PERMITE
REALIZAR UMA SÉRIE DE OPERAÇÕES. QUAL DAS OPERAÇÕES A
SEGUIR NÃO PODE SER EXECUTADA USANDO O CCT?
/
A) Recepção da carga.
B) Entrega da carga.
C) Manifestação do embarque.
D) Licenciamento da exportação.
GABARITO
1. Para que uma exportação possa ser desembaraçada, é obrigatório o registro da
declaração única de exportação (DU-E). A forma por meio da qual a exportação é feita
pode implicar que as empresas exportadoras e declarantes sejam diferentes. Essa
situação acontecerá quando a exportação for:
I. Por conta própria a título definitivo.
I. Simplificada a título definitivo.
III. Por conta e ordem de terceiro a título definitivo.
É correto afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
Os únicos casos nos quais exportador e declarante são pessoas jurídicas diferentes são na
exportação simplificada e na exportação por conta e ordem de terceiros. Em ambos os casos, a
exportação é a título definitivo.
2. O módulo Controle de Carga e Trânsito (CCT) permite realizar uma série de operações.
Qual das operações a seguir não pode ser executada usando o CCT?
A alternativa "D " está correta.
Quando exigido por norma legal específica, o licenciamento da exportação é feito com base na
utilização do módulo licenças, permissões, certificados e outros documentos (LPCO). O módulo
CCT controla a localização da carga de exportação e sua movimentação durante todo o
despacho aduaneiro.
/
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, foi possível verificar quais são os aspectos normativos e operacionais do
despacho aduaneiro de exportação, inclusive as opções de que o exportador dispõe para
aprimorar sua logística internacional.
Em se tratando de um tema vinculado fortemente a normas legais, cabe ao gestor se manter
atualizado e, dessa maneira, evitar erros — por desatualização ou falta de informação — que
venham a impactar a fluidez do processo de exportação ou provocar prejuízos financeiros para
sua empresa e seu cliente internacional.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, R,; BIZELLI, J. S. Noções básicas de importação. São Paulo: Edições
Aduaneiras, 1997.
BRASIL. Decreto Nº 6.759, de 5 fevereiro de 2009. Regulamenta a administração das
atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio
exterior. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 5 de
fevereiro de 2009.
/
BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1598, de 09 de dezembro de 2015. In: Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 11 dezembro de 2015, seção 1,
página 33.
BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1702, de 21 de março de 2017. In: Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 março de 2017, seção 1,
página 25.
CASTRO, J. A. Exportação: aspectos práticos e operacionais. São Paulo: Edições Aduaneiras,
2000.
MAIA, J. M. Economia internacional e comércio exterior. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
MARINHO, M. R.; PIRES, J. G. Comércio exterior — teoria x prática no Brasil. São Paulo:
Edições Aduaneiras, 1999.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Portaria Secex nº 23, de 14 de julho de 2011 (atualizada),
consolida em um único documento todas as normas emitidas pela SECEX sobre o tratamento
administrativo das importações e exportações e sobre o regime especial de drawback. Brasília,
DF, jul. 2011.
MINISTÉRIO DA FAZENDA / SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução
Normativa no 1.702, de 21 de março de 2017. Disciplina o despacho aduaneiro de exportação
processado por meio de Declaração Única de Exportação (DU-E). In: Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, 21 de março de 2017, edição 57, seção 1, página 25.
RATTI, B. Comércio internacional e câmbio. São Paulo:Edições Aduaneiras, 2006.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa SRF no 230, de 24 de outubro de
2003. In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, de 28 de outubro de 2003. Brasília,
DF, out. 2003
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB no 1.209, de 7 de novembro de
2011. Estabelece requisitos e procedimentos para o exercício das profissões de despachante
aduaneiro e de ajudante de despachante aduaneiro. In: Diário Oficial da República Federativa
do Brasil, de 8 de novembro de 2011. Brasília, DF, nov. 2011.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB no 1.598, de 9 de dezembro de
2015. Dispõe sobre o Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado. In: Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, de 9 de dezembro de 2015. Brasília, DF, nov. 2015.
ROCHA, P. C. A. Regulamento aduaneiro comentado com textos legais transcritos. 19.
ed. São Paulo: Aduaneiras, 2016.
/
SILVA, T. P. F. et al. Tributação do comércio exterior. Rio de Janeiro: FGV, 2014.
SINDICATO DOS DESPACHANTES ADUANEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
(SINDAERJ). Honorário de despachante aduaneiro/ Orientação para importadores e
exportadores. Rio de Janeiro, 27 nov. 2019.
WERNECK, P. Comércio exterior e despacho aduaneiro. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2007.
EXPLORE+
Para se aprofundar nos tópicos abordados neste tema, pesquise sites interessantes que tratam
de exportação. Procure por materiais referentes a:
Perguntas frequentes – Siscomex/Exportação.
Dicas de Exportação – Ministério da Economia.
CONTEUDISTA
Gabriel Segalis
 CURRÍCULO LATTES
javascript:void(0);

Outros materiais