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65 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR Unidade II 5 SISTEMAS PARA O COMÉRCIO EXTERIOR Com o avanço da tecnologia, as atividades do cotidiano ficaram muito mais simples e rápidas. Uma conta, por exemplo, pode ser paga por meio de alguns toques na tela do celular. E as vantagens também chegaram ao comércio exterior. Apesar de a burocracia ainda atrapalhar boa parte dos processos, alguns sistemas foram criados justamente para diminuir esse obstáculo e tornar algumas operações mais fáceis. Destacam‑se as seguintes vantagens do sistema: • harmonização de conceitos e uniformização de códigos e nomenclaturas; • ampliação dos pontos de atendimento; • eliminação de coexistências de controles e sistemas paralelos de coleta de dados; • simplificação e padronização de documentos; • diminuição significativa do volume de documentos; • agilidade na coleta e processamento de informações por meio eletrônico; • redução de custos administrativos para todos os envolvidos no sistema; • crítica de dados utilizados na elaboração das estatísticas de comércio exterior. Vamos verificar aqui as operações mais importantes. 5.1 Siscomex – Histórico Conforme o site da Receita Federal (BRASIL, 2019), o Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior. Este instrumento de controle das movimentações do comércio exterior brasileiro foi instituído pelo decreto n. 660, de 25 de setembro de 1992, e se constituiu em um grande avanço, ao informatizar todo o processamento administrativo relativo às exportações, que era realizado por meio de declarações em papel, carimbos e assinaturas. O sistema também inovou ao criar um fluxo único de informações, permitindo um enorme ganho em confiabilidade e rápido acesso a informações estatísticas, em que todos os intervenientes, públicos e GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 66 Unidade II privados, registram informações, declarações em sucessivas etapas, conforme fluxograma estabelecido, padronizando os procedimentos. A partir de 1993, com a criação do Siscomex, todo o processamento administrativo relativo às exportações foi informatizado, sendo que as operações passaram a ser registradas via Sistema e analisadas on‑line pelos órgãos que atuam em comércio exterior, tanto os chamados órgãos “gestores” (Secex, RFB e Bacen) como os órgãos “anuentes”, que atuam apenas em algumas operações específicas (Ministério da Saúde, Departamento da Polícia Federal, Comando do Exército etc.). O módulo importação entrou no ar em 1º de janeiro de 1997, a fim de que as operações que necessitam de licenciamento de importação pudessem ser efetuadas. O sistema tem sido constantemente aprimorado, tendo incorporado o módulo Drawback Eletrônico, em novembro de 2001. Em 2007 e 2008 foram lançados, respectivamente, o Drawback Suspensão Web e o Drawback Verde‑Amarelo Web, que estão vinculados ao Siscomex Exportação e Importação e cujos dados servem de apoio para a efetivação e baixa do ato concessório. Em 6 de agosto de 2012, entrou em produção o Siscomex Importação Web, trazendo uma série de funcionalidades e facilidades da nova plataforma. Conforme novas imposições foram surgindo, novos sistemas foram sendo criados e integrados ao Siscomex, tendo como exemplo o Siscomex Drawback Web, para a concessão dos regimes especiais de drawback, e do Siscomex Carga, destinado à assistência aduaneira das cargas que ingressam no Brasil pela via marítima. Outros foram modernizados, como o Siscomex Exportação. Objetivando concentrar o acesso aos sistemas e às informações de comércio exterior, melhorando os esquemas burocráticos, foi criado, com a participação direta dos anuentes e usuários, o site Portal Siscomex. Nele o usuário pode acessar diversos dados, serviços e estatísticas do comércio exterior, assim como ser direcionado para os sites de todos os participantes do sistema. Segundo a Receita Federal, O Programa Portal Único de Comércio Exterior preza por entregas rápidas e parciais de soluções que agreguem valor ao setor privado e público. Por isso decidiu‑se utilizar a metodologia ágil de desenvolvimento de software. Em trabalho conjunto entre Serpro, Secex e RFB, foi escolhida a metodologia ágil Scrum, dentre as várias existentes no mercado. As entregas relacionadas a seguir são previsões levantadas no evento de descoberta (Inception), comum a metodologia ágil, logo pode haver mudança de planos e prazos, pois o conhecimento e a complexidade sobre os produtos entregues (Release) são aprimorados no decorrer do desenvolvimento das soluções (Sprint). Em operação desde Maio/2019: Integração do Portal Único ao GovData: trata‑se de solução fundamental destinada à extração de relatórios gerencias das operações de comércio GEOVANE Sticky Note 67 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR exterior cursadas por meio do portal único com as finalidades de: alimentação de mecanismos de gestão de riscos; execução de procedimentos de auditoria após a liberação das cargas; elaboração de indicadores de desempenho. Anexação de documentos no sistema Trânsito: apresentação da documentação de trânsito aduaneiro pelo módulo anexação de documentos, não sendo mais necessária a entrega em papel nas unidades locais. Quebra de Jurisdição e RVF na Exportação: implantação do sistema de quebra de jurisdição no despacho aduaneiro e início do uso do Relatório de Verificação Física na DUE, ambos em fase piloto. Entrará em operação em Agosto/2019: Cadastro de peritos: este cadastro é a base para a futura produção de laudos necessários ao desembaraço aduaneiro, em hipóteses de canal vermelho. A solução trará transparência à designação do perito, visto que será de conhecimento público a relação daqueles habilitados a atuar na região. Futuramente, o cadastro minimizará a intervenção humana nesse processo mediante designação aleatória, por meio do Portal Único, do perito encarregado da emissão do laudo, com base no cadastro de peritos habilitados em cada unidade da RFB. Exportação consorciada: desenvolvimento de solução na Declaração Única de Exportação para permitir exportações em hipóteses em que há a necessidade de se declarar mais de um exportador para uma mesma mercadoria, a chamada exportação consorciada. Trata‑se, por exemplo, de caso em que um mesmo bem é constituído a partir de componentes produzidos por mais de um exportador, como certas exportações de ônibus, no qual o chassi pode ter um produtor/exportador e a carroceria outro, sob encomenda de um mesmo importador estrangeiro. Anexação de documentos no sistema Remessa Expressa de Importação: apresentação de documentação das importações realizadas na modalidade remessa expressa pelo módulo anexação de documentos, não sendo mais necessária a entrega em papel nas unidades locais. Integração de sistemas dos Anuentes com o Siscomex LI: Integração dos sistemas dos órgãos anuentes com o módulo de Licenciamento de Importação do Siscomex, via WebService, para fins de consulta e deferimento de licenças de importação (LI) de forma automatizada. Possibilitará aos analistas que hoje acessam dois sistemas para emitir uma licença, possam trabalhar apenas no sistema de gestão interna do órgão, automatizando o deferimento do pleito no Siscomex LI. Anvisa e Mapa, além de integrarem 68 Unidade II seus sistemas com a LI, também estão desenvolvendo ferramentas de gestão de risco, logo estarão automatizadas tanto a análise do órgão anuente como o deferimento da LI no Siscomex. Há negociações com Exército e Inmetro. Entrará em operação em Outubro/2019: Gestão de riscos para inspeção de embalagens de madeira na importação: integração entre sistemas atuais para emprego de gestão de riscos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na inspeção de cargas transportadas com emprego de embalagens de madeira.A recepção antecipada dos dados da carga, já viabilizada, permitirá ao órgão selecionar antes do ingresso no Brasil as cargas que deverão ser inspecionadas, agilizando a liberação das demais. A melhoria será implantada ainda com emprego do Siscomex atual, em projeto piloto, sendo progressivamente expandida ao longo de 2019. Entrará em operação em Dezembro/2019 (Homologação)‑ Fevereiro/2020 (Produção): Cancelamento e Retificação da Declaração Única de Importação: a Duimp atual permite apenas o registro pelo importador, o que viabiliza o seu emprego em etapa piloto ao viabilizar o despacho aduaneiro nas hipóteses em que não houver erros ou alterações nas condições da importação declarada. Contudo, para o uso regular do instrumento, faz‑se necessária solução que permita a retificação ou o cancelamento da declaração na hipótese de alguma divergência ou inadequação das informações declaradas. Trata‑se de solução essencial para o emprego efetivo da Duimp para o despacho aduaneiro de importações. Controle da carga aérea no Portal Único: desenvolvimento de soluções no módulo de Controle de Carga e Trânsito (CCT) do Portal Único, para permitir o controle de cargas aéreas por parte dos transportadores, em substituição ao atual sistema Mantra. A nova solução também permitirá o emprego de padrões internacionais para o documento, reduzindo custos de conformidade para os transportadores. Diante das limitações do sistema antigo, há prioridade no desenvolvimento da nova solução. Deverá ser desenvolvido mecanismo de integração do CCT com a atual declaração de importação, de modo a permitir ganhos imediatos. Anexação de documentos mediante serviço: desenvolvimento de webservice que permita às empresas anexarem documentos aos processos de comércio exterior por meio de sistemas em substituição ao processo manual em tela. Trará facilidade no cumprimento de exigências documentais, em especial para empresas que contam com grande número de transações de 69 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR comércio exterior. Catálogo de produtos: conclusão de implantação do Catálogo de Produtos com possível integração a DUE e à Ferramenta de Auxílio à Classificação Fiscal (Classif). Será possível múltiplos Fabricantes Estrangeiros por produto, atendendo a necessidade levantada pelas Tradings Companies. Pagamento Centralizado de Comércio Exterior (PCCE): implantação de pagamento integral ou parcial de ICMS de importações realizadas por Duimp, de forma integrada e automatizada ao novo processo de importação, com liberação automatizada das mercadorias dos recintos alfandegários (BRASIL, [s.d.]). Saiba mais Para informações adicionais acerca do Siscomex‑Portal Único, acesse: BRASIL. Portal Único Siscomex. O portal Siscomex – mais informações. [s.d.]i. Disponível em: <http://portal.siscomex.gov.br/conheca‑o‑portal/ o‑que‑e‑portal‑siscomex/O_Portal_Siscomex>. Acesso em: 10 jul. 2019. Os módulos do Siscomex têm como principais usuários: • Aduana: AFRFB, ATRFB e outros servidores aduaneiros. • Secretaria de Comércio Exterior – Secex, Banco Central do Brasil – Bacen e anuentes: atuam no controle administrativo e cambial. • Importador e exportador. • Depositário: responsável pelo recinto alfandegado (RA), fiel depositário das cargas sob controle aduaneiro. • Transportador: transportador de cargas do percurso internacional e/ou transportador de trânsito aduaneiro. 5.2 Portal único de comércio exterior O Portal Único de Comércio Exterior é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Receita Federal do Brasil, que visam à reformulação dos processos de exportação, importação e trânsito aduaneiro, e buscam estabelecer processos mais eficientes e integrados entre todos os envolvidos no comércio exterior. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 70 Unidade II Com essa reformulação, busca‑se estabelecer processos mais eficientes, harmonizados e integrados entre todos os intervenientes públicos e privados no comércio exterior. Da reformulação dos processos, o Programa Portal Único passa ao desenvolvimento e integração dos fluxos de informações correspondentes a eles e dos sistemas informatizados encarregados de gerenciá‑los. Assim, o Programa Portal Único de Comércio Exterior nasce baseado em três pilares: Programa Portal Único Integração dos intervenientes Redesenho dos processos Tecnologia da informação Figura 21 – Pilares do Programa Portal Único de Comércio Exterior 5.2.1 Integração O primeiro pilar é a integração entre os atores do comércio exterior. Tem‑se, primeiramente, a cooperação entre os intervenientes de governo e do setor privado para o planejamento e desenvolvimento do Programa Portal Único. Formou‑se uma grande estrutura de governança, sob coordenação conjunta da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Secretaria de Comércio Exterior e sob supervisão da Casa Civil. Essa estrutura compreende os órgãos de governo que atuam no comércio exterior. São eles: • Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); • Secretaria de Comércio Exterior (Secex); • Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento; • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); • Agência Nacional do Cinema (Ancine); • Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); • Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); • Câmara de Comércio Exterior (Camex); • Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 71 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR • Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); • Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz); • Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); • Departamento de Polícia Federal (DPF); • Exército Brasileiro; • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); • Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro); • Instituto Brasileiro do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); • Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI); • Ministério da Defesa; • Ministério das Relações Exteriores (MRE); • Ministério da Infraestrutura; • Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A integração cooperativa do setor privado com o programa, mediante entidades representantes dos diferentes intervenientes privados nas operações de comércio exterior (importadores, exportadores, despachantes aduaneiros, transportadores, depositários, terminais portuários etc.), é fundamental, visto serem eles os beneficiários das melhorias que o Programa Portal Único trouxe. A figura a seguir é uma ilustração dessa ideia: Conhecimento das necessidades Co m pa rt ilh am en to Dados Informações Metodologias Ferramentas Inteligência Figura 22 – Integração entre órgãos intervenientes no comércio exterior No site do Ministério da Economia (BRASIL, [s.d.]b), o governo afirma que: GEOVANE Sticky Note 72 Unidade II No desenvolvimento da integração, a etapa inicial é o simples compartilhamento de dados, aqueles presentes nos sistemas e documentos de comércio exterior, entre os intervenientes. Com a evolução da mútua compreensão das necessidades das partes envolvidas, tendo em vista os objetivos de cada uma, podem‑se identificar quais informações podem ser compartilhadas entre os órgãos, de modo a facilitar para cada um o exercício de suas competências. Por informações, entendem‑se aqui os conjuntos de dados apresentados de forma organizada. Com base no conhecimento do que há de comum nas atividades dos órgãos, pode‑se passar ao compartilhamento de metodologias de trabalho, trazendo maior previsibilidade aos operadores. O compartilhamento de metodologias leva ao compartilhamentodas ferramentas destinadas à implementação dessas metodologias. Se dois ou mais órgãos contam com o mesmo tipo de necessidade de controle (inspeção física, por exemplo) e partilham a mesma metodologia para executá‑lo, convém a todos o emprego do mesmo instrumento, um sistema de TI, por exemplo, para esse fim. Toda essa evolução conduz à última etapa: a integração da inteligência. Com base na ampla difusão de dados e informações entre os agentes, aliada ao uso de metodologias uniformes e ferramentas de gestão compartilhadas, é possível a criação de sistemas de inteligência capazes de identificar irregularidades nas operações a partir de critérios de controle e autorização de diversos órgãos, desde fraudes tributárias até o descumprimento de regulamentos técnicos e normas ambientais. 5.2.2 Redução de prazos e custos Conforme o Banco Mundial (2017) o projeto Doing Business mede, analisa e compara as regulamentações aplicáveis às empresas e o seu cumprimento em 190 economias e cidades selecionadas nos níveis subnacional e regional, e apresenta índices que permitem a comparação da qualidade das regulamentações de negócios de diversos países. Pelos dados constantes no referido site, com relação ao tempo para exportar, em conformidade com obrigações na fronteira (horas), o Brasil perde 49 horas a um custo de US$ 862,00. Esses números fazem com que o Brasil figure na 109ª posição na classificação relativa à facilidade para fazer negócios, à frente da Argentina, que está classificada na 119ª posição. Saiba mais Caso queira conhecer a metodologia e os comparativos entre países, acesse: BANCO MUNDIAL. Sobre o Projeto Doing Business. Doing business, 2017. Disponível em: <http://portugues.doingbusiness.org/about‑us>. Acesso em: 2 jul. 2019. GEOVANE Sticky Note 73 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR 5.2.3 Simplificação O portal único funciona como interface única entre governos e operadores privados, concentrando em um único ponto as exigências e os serviços dos diversos órgãos intervenientes. A figura a seguir ilustra a estrutura dos processos de comércio exterior. As setas verdes indicam as informações prestadas pelos operadores privados e as vermelhas apresentam as respostas e exigências dos órgãos de governo: Anuências prévias Inspeção no porto Logística portuária Inspeção coordenada com base em análise de riscos Exportador Importador Transportador Figura 23 – Estrutura dos processos de comércio exterior 5.3 Anuente web Os órgãos governamentais intervenientes no Siscomex classificam‑se como: • Gestores: responsáveis pela administração, manutenção e aprimoramento do sistema dentro de suas respectivas áreas de competência. São eles: — Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), responsável pelas áreas aduaneira e tributária; — Secretaria de Comércio Exterior (Secex), responsável pela área administrativa; — Banco Central do Brasil (Bacen), responsável pelas áreas financeira e cambial. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 74 Unidade II • Anuentes: são todos os órgãos que necessitam efetuar uma análise complementar, dentro de sua área de competência, de determinadas operações de exportação, e são responsáveis pela autorização do processo de importação/exportação na etapa administrativa/comercial, de determinados bens, como: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da Saúde e Ibama, entre outros. Estão interligados ao Siscomex, de modo a tornar mais ágil essa análise. Desse modo, para que a operação se torne efetiva, é necessário, em alguns casos, o estabelecimento de normas específicas por parte dos órgãos anuentes. Como exemplo, temos a exportação de material radiativo que necessita da anuência da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), assim como a exportação de remédios, que está sujeita à anuência do Ministério da Saúde. Essas relações não substituem a consulta ao Tratamento Administrativo do Siscomex para verificação do sistema administrativo aplicado às mercadorias. As respectivas siglas constantes das relações são relativas aos órgãos conforme segue: — Ancine: Agência Nacional do Cinema; — Aneel: Agência Nacional de Energia Elétrica; — ANP: Agência Nacional de Petróleo; — Anvisa: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; — CNEN: Comissão Nacional de Energia Nuclear; — Comexe: Comando do Exército; — Decex: Departamento de Operações de Comércio Exterior; — DNPM: Departamento Nacional de Produção Mineral; — DPF: Departamento de Polícia Federal; — ECT: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos; — Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; — Inmetro: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial; — Mapa: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; — MCT: Ministério da Ciência e Tecnologia; — Suframa: Superintendência da Zona Franca de Manaus. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note Anotar sem espaçamento de linha, apenas para conhecimento de SIGLAS.� 75 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR 5.4 Cadastro aduaneiro O cadastro de despachantes aduaneiros e ajudantes de despachante aduaneiro no sistema de cadastro dos intervenientes do comércio exterior na Receita Federal, que é considerado o representante legal perante o Siscomex, é a pessoa física autorizada por importador/exportador (pessoa física ou pessoa jurídica) para atuar em seu nome, no exercício das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro. De acordo com a Instrução Normativa RFB n. 1.603, de 15 de dezembro de 2015, publicada no Diário Oficial da União em 16 de dezembro de 2015, poderá ser credenciado a operar o Siscomex como representante legal: • despachante aduaneiro; • dirigente ou empregado da pessoa jurídica representada; • empregado de empresa coligada ou controlada da pessoa jurídica representada; • funcionário ou servidor especificamente designado, nos casos de órgão da administração pública direta, autarquia e fundação pública, órgão público autônomo, organismo internacional e outras instituições extraterritoriais. 5.5 Cadastro de empresa exportadora/renovação Após a habilitação do responsável legal pela pessoa jurídica na Receita Federal, este poderá credenciar no Siscomex as pessoas físicas que atuarão como representantes da empresa para a prática dos atos relacionados com o despacho aduaneiro. • Pessoa jurídica: o credenciamento e o descredenciamento de representantes da pessoa jurídica para a prática das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro no Siscomex serão efetuados diretamente no sistema pelo respectivo responsável legal habilitado, no módulo “Cadastro de Representante Legal” do Siscomex. • Pessoa física: o credenciamento e o descredenciamento de representante de pessoa física poderão ser feitos na forma mencionada ou mediante solicitação para a Unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil responsável pelo despacho aduaneiro, com a indicação do despachante aduaneiro, acompanhado do respectivo instrumento de outorga de poderes. Cabe lembrar que pessoa física não poderá importar mercadorias em quantidades que revelem prática de comércio. Para importações de mercadorias destinadas ao comércio, procedentes do Paraguai por via terrestre, entre os municípios de Ciudad Del Este (Paraguai) e Foz do Iguaçu (Brasil), realizadas por Microempreendedor Individual (MEI), é possível a utilização do Regime de Tributação Unificada (RTU), de acordo com regras próprias de inscrição no regime, e conforme a Lei n. 11.898, de 8 de janeiro de 2009. Outras operações de importação ou exportação de mercadorias com destinação comercial devem ser realizadas por pessoa jurídica previamente habilitada no Siscomex. Segundo a Lei n. 11.898, de 8 de janeiro de 2009, GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE StickyNote GEOVANE Sticky Note 76 Unidade II Art. 2º O Regime de que trata o art. 1º desta Lei permite a importação, por via terrestre, de mercadorias procedentes do Paraguai, mediante o pagamento unificado de impostos e contribuições federais incidentes na importação, observado o limite máximo de valor das mercadorias importadas por habilitado, por ano‑calendário, fixado pelo Poder Executivo, bem como o disposto no art. 7º desta Lei. Parágrafo único. A adesão ao regime é opcional e será efetuada na forma estabelecida pelo Poder Executivo (BRASIL, 2009d). O artigo 7º da mesma lei diz que: Art. 7º Somente poderá optar pelo Regime de que trata o art. 1º desta Lei a microempresa optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES NACIONAL, de que trata a Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. § 1º Ao optante pelo Regime não se aplica o disposto no art. 56 da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. § 2º A operação de importação e o despacho aduaneiro poderão ser realizados pelo empresário ou pelo sócio da sociedade empresária, por pessoa física nomeada pelo optante pelo Regime ou por despachante aduaneiro. § 3º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará os termos e condições de credenciamento das pessoas de que trata o § 2º deste artigo (BRASIL, 2009d). O interessado, pessoa física ou jurídica, somente poderá ser representado para exercer atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de mercadorias: • por intermédio do despachante aduaneiro; • pessoalmente, se pessoa física; • se pessoa jurídica, também mediante: — dirigente; — empregado; — funcionário ou servidor especificamente designado, no caso de órgão da administração pública, missão diplomática ou representação de organização internacional. 77 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR Consequentemente, somente tais pessoas podem ser credenciadas como representantes do interessado para atuar em seu nome no Siscomex, conforme os artigos 808 e 809 do Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, que regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior, que diz: Art. 808. São atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de mercadorias, inclusive bagagem de viajante, na importação, na exportação ou na internação, transportadas por qualquer via, as referentes a: I ‑ preparação, entrada e acompanhamento da tramitação e apresentação de documentos relativos ao despacho aduaneiro; II ‑ subscrição de documentos relativos ao despacho aduaneiro, inclusive termos de responsabilidade; III ‑ ciência e recebimento de intimações, de notificações, de autos de infração, de despachos, de decisões e de outros atos e termos processuais relacionados com o procedimento de despacho aduaneiro; IV ‑ acompanhamento da verificação da mercadoria na conferência aduaneira, inclusive da retirada de amostras para assistência técnica e perícia; V ‑ recebimento de mercadorias desembaraçadas; § 1º Somente mediante cláusula expressa específica do mandato poderá o mandatário subscrever termo de responsabilidade em garantia do cumprimento de obrigação tributária, ou pedidos de restituição de indébito ou de compensação. § 2º A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá dispor sobre outras atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de mercadorias. Art. 809. Poderá representar o importador, o exportador ou outro interessado, no exercício das atividades referidas no art. 808, bem assim em outras operações de comércio exterior (BRASIL, 2009a). Saiba mais Para verificação de como proceder a habilitação para utilizar o Siscomex, acesse: BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria da Receita Federal. Instrução normativa RFB n. 1.676, de 2 de dezembro de 2016. Brasília, 2016a. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link. action?visao=anotado&idAto=79022>. Acesso em: 2 jul. 2019. 78 Unidade II 5.6 Credenciamento de pesquisadores – CNPq Antes de iniciar o planejamento de uma importação, é necessário definir quem será o responsável pela importação: • Instituição: podem solicitar o credenciamento instituições sem fins lucrativos, ou fundações de apoio ativas no fomento, na coordenação ou na execução de programas de pesquisa científica ou tecnológica para proceder a importação de bens, em conformidade com a lei. • Pesquisador: podem solicitar o credenciamento pesquisadores com título de doutor ou perfil científico ou tecnológico equivalente, vinculados às instituições credenciadas pelo CNPq ou que preencham os requisitos para o credenciamento. Uma vez definido o responsável pela importação, deve‑se verificar se ele está com o credenciamento válido no CNPq, nos termos da Lei n. 8.010, de 29 de março de 1990: Art. 1º São isentas dos impostos de importação e sobre produtos industrializados e do adicional ao frete para renovação da marinha mercante as importações de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, bem como suas partes e peças de reposição, acessórios, matérias‑primas e produtos intermediários, destinados à pesquisa científica e tecnológica. § 1º As importações de que trata este artigo ficam dispensadas do exame de similaridade, da emissão de guia de importação ou documento de efeito equivalente e controles prévios ao despacho aduaneiro. § 2º O disposto neste artigo aplica‑se somente às importações realizadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ‑ CNPq, por cientistas, por pesquisadores, por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação ‑ ICT e por entidades sem fins lucrativos ativos no fomento, na coordenação ou na execução de programas de pesquisa científica e tecnológica, de inovação ou de ensino e devidamente credenciados pelo CNPq. (Redação dada pela Lei n. 13.322, de 2016) Art. 2º O Ministro da Fazenda, ouvido o Ministério da Ciência e Tecnologia, estabelecerá limite global anual, em valor, para as importações mencionadas no art. 1º. § 1º Não estão sujeitas ao limite global anual: a) as importações de produtos, decorrentes de doações feitas por pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras, destinados ao desenvolvimento da Ciência e Tecnologia; e GEOVANE Sticky Note 79 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR b) as importações a serem pagas através de empréstimos externos ou de acordos governamentais destinados ao desenvolvimento da Ciência e Tecnologia. § 2º A quota global de importações será distribuída e controlada pelo CNPq que encaminhará, mensalmente a) à Secretaria da Receita Federal (SRF) relação das entidades e pessoas físicas importadoras, bem como das mercadorias autorizadas, valores e quantidades; b) à Secretaria de Comércio Exterior ‑ SeCEx, para fins estatísticos, relação dos importadores e o valor global, por pessoa física ou jurídica, das importações autorizadas (BRASIL, 1990). 5.7 Comércio de diamantes – DNPM O Sistema Cadastro Nacional do Comércio de Diamantes – CNCD visa ao cadastramento de produtores e comerciantes de diamantes brutos em território nacional, ao controle das declarações de produção e venda no mercado interno e ao gerenciamento dos requerimentos de Certificado do Processo de Kimberley (CPK). Implantado no Brasil em 2003, o Sistema de Certificação do Processo de Kimberley (SCPK) é um mecanismo internacional que visa evitar que diamantes ilegais possam financiar conflitos armados e desacreditar o mercado legítimo de diamantes brutos. Para atender aos objetivos do SCPK, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) instituiu o monitoramento e o controle do comércio e da produção de diamantes brutos em território nacional por meio do CNCD e do Relatório de Transações Comerciais (RTC). 5.8 Vicomex – Visão integrada do comércio exterior O sistema Visão Integrada do Comércio Exterior – Vicomex é parte integrante do Portal Siscomex,objetiva simplificar o monitoramento das operações de comércio exterior, facilitando a atuação dos intervenientes envolvidos nessas atividades. Ele permite ao importador/exportador e a seus representantes legais, perante o Siscomex, realizarem consultas acerca de suas operações de importação e exportação, em andamento ou já concluídas, com indicação do status atual de cada processo e visualização completa de todas as suas etapas, sem a necessidade de consultas a diversos sistemas. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 80 Unidade II Figura 24 – Sistema Visão Integrada – página inicial Saiba mais É possível simular o tratamento para exportação, através do site: BRASIL. Portal Único Siscomex. Simular tratamento administrativo. [s.d.]j. Disponível em: <https://portalunico.siscomex.gov.br/talpco/#/ simular‑ta?perfil=publico>. Acesso em: 10 jul. 2019. Qualquer pessoa ou empresa (mesmo não habilitada no Siscomex), tem acesso à informação, mediante acesso público. Fornecendo um conjunto mínimo de dados, pode‑se verificar se a operação pretendida está sujeita a licenciamento. Vejamos como fazer uma verificação no sistema para proceder uma exportação normal para a Alemanha, no caso a simulação é com o produto papel, com o NCM 48.01.00.90. 81 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR Figura 25 – Simulação de consulta no sistema Ao optar por Simular Tratamento Administrativo, o sistema apresentará a seguinte informação: Figura 26 – Simulação de consulta no sistema 82 Unidade II Note que o sistema, nesta simulação, informa que a “Operação com as características informadas não requer LPCO”. LPCO significa Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos à Exportação. Vejamos agora uma nova simulação, desta vez utilizando o NCM 22.02.10.00 que é de refrigerantes, previsto no Enquadramento Exportação para Uso e Consumo a Bordo, na situação especial, “Embarque antecipado”: Figura 27 – Simulação de consulta no sistema Observe que há o retorno com a informação de que para a operação designada, que solicita o embarque antecipado, o sistema informa que “O código de enquadramento somente pode ser utilizado para operação com situação especial de despacho a posteriori”. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 83 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR Figura 28 – Simulação de consulta no sistema Através do Sumário disponível no sistema é possível verificar o NCM de qualquer tipo de mercadoria para exportação ou importação. Vide a figura a seguir: Figura 29 – Sumário do NCM 84 Unidade II Vejamos agora a simulação de uma exportação de revólveres e pistolas, sob o NCM 93.02.00.00 (exceto os das posições 93.03 ou 93.04), em uma exportação normal para o Irã, com a situação de emissão da DU‑E a posteriori. Figura 30 – Simulação de exportação de armas Note que o sistema retorna com as seguintes informações: • Mensagem: mercadoria passível de Imposto de Exportação. Verifique o contido no Anexo XVII da Portaria Secex 23/11. Não requer LPCO e não necessita de anuência prévia pelo Decex. • Requer LPCO: informar número do LPCO (Licença de Produtos da Faixa Vermelha) no item da DU‑E DFPC. DFPC significa Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados, órgão do Exército Brasileiro. • Impedimento: o código de enquadramento não pode ser utilizado para operação com situação especial de despacho a posteriori. Note que na linha onde se requer a LPCO – Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos à Exportação, existe um link, no quadro Modelo, com a sigla E00013, que direciona a empresa para o site no qual você faz a visualização de pedido de LPCO. Neste caso, todos os dados no sistema deverão ser preenchidos corretamente, e onde aparece a informação: O presente produto está sujeito a tratamento administrativo do Exército Brasileiro, sendo necessário a anexação dos seguintes documentos: GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 85 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR A. Certificado de Usuário Final ou Autorização/Licença de Importação do país destino; e B. Comprovante de pagamento da taxa de fiscalização de produtos controlado; C. Parecer favorável do Colog, para os casos de arma ou munição ou viatura operacional de valor histórico; e D. Parecer favorável do MRE para a exportação de armas, munições e produtos menos letais (que não estão descritos na DG/PNEMEM) (BRASIL, [s.d.]j). Neste caso, para efetivar a exportação, o interessado deverá enviar um e‑mail para o SFPC2 – Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados – 2ª Região Militar, com o número do RE, dossiê e produto, solicitando a anuência no Siscomex. Saiba mais A fim de obter informações adicionais acerca do Siscomex, acesse: BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal. Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex. Brasília, 2019. Disponível em: <http:// receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao‑e‑exportacao/ sistema‑integrado‑de‑comercio‑exterior‑siscomex>. Acesso em: 2 jul. 2019. 5.9 DU‑E – Declaração única de exportação A funcionalidade Exportações, conforme a Portaria Conjunta RFB/Secex n. 349, de 21 de março de 2017, agora ocorre por meio da Declaração Única de Exportação‑DU‑E. A DU‑E é o novo processo de exportação, que substituiu o Registro de Exportação, o Registro de Crédito, a Declaração Simplificada de Exportação (e a Declaração de Exportação). Trata‑se de um documento preenchido campo a campo. O declarante ou o próprio exportador deverá informar os dados da operação de exportação a partir das informações da Nota Fiscal Eletrônica (NF‑e), sendo verificado pelo sistema o tratamento administrativo do produto ou do tipo da exportação. Uma vez feito o login no Portal Siscomex, o acesso à funcionalidade de “Elaborar DU‑E” se dará acessando‑se Módulo “Exportação” >> “Declaração Única de Exportação” >> “Elaborar DU‑E”. O fluxo básico da exportação agora é feito da seguinte forma: • A DU‑E correspondente a uma ou mais notas fiscais é registrada. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 86 Unidade II • A recepção da carga correspondente à DU‑E é registrada pelo depositário no CCT – Controle de Carga e Trânsito, com base na(s) nota(s) fiscal(is) que amparou(aram) seu transporte até o local de despacho. • Quando toda a carga estiver recepcionada, automaticamente ela será apresentada para despacho e o canal de conferência será determinado. • Após o desembaraço da carga, o depositário registra no CCT sua entrega ao transportador internacional, com base em contêiner ou, se carga solta, no número da DU‑E e na quantidade de volumes por tipo de embalagem ou, se for o caso, na quantidade de veículos ou de granel (por tipo). • O transportador internacional registra a manifestação dos dados de embarque. Quando todos os contêineres ou todos os volumes, por tipo de embalagem, forem manifestados, a carga estará completamente exportada e, não havendo qualquer pendência na DU‑E, ela será averbada. No caso de trânsito aduaneiro, há algumas diferenças: • Após o desembaraço da carga, o depositário registra a entrega da carga a um transportador nacional, baseada em contêiner ou no número da DU‑E, no evento de trânsito nacional entre zonas primárias pelas vias de transporte aéreo e aquaviário, para fins de transbordo ou baldeação no local de embarque ao exterior, ou com base em DAT previamente registrado no CCT pelo transportador, nas demais hipóteses de trânsito; • Após a chegada ao local de embarque no exterior, três situações podem ocorrer: — Um depositário ou operador portuário registra no CCT a recepção da carga com base em contêiner, no número da DUE ou em DAT, conforme o caso, e posteriormente registra no CCT a entrega ao transportador internacional que embarcará a carga para o exterior, baseada em contêiner ou no número da DU‑E; — O transportador que realizou o trânsitonacional entre zonas primárias por via aérea ou aquaviária é o mesmo que levará a carga para o exterior e, por essa razão, não há qualquer registro de recepção ou entrega de carga no local do embarque a ser feito no CCT; ou — Um transportador internacional registra no CCT a recepção da carga do transportador nacional, com base em contêiner, no número da DU‑E ou em DAT, conforme o caso; O transportador internacional registra a manifestação dos dados de embarque e, estando a carga completamente exportada e sem pendências na DU‑E, ocorre a averbação. As regras para habilitação e acesso ao Portal Único permanecem as mesmas do Siscomex/Web. • A Secretaria da Receita Federal do Brasil habilita pessoas jurídicas e pessoas físicas, em diversas modalidades. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 87 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR • A Secretaria de Comércio Exterior habilita instituições financeiras, órgãos anuentes e Secretarias de Fazenda estaduais Observação Salientamos que um empregado só pode representar um único estabelecimento de seu empregador. • Responsável: legal para fins de habilitação no Siscomex é o representante da entidade (inclusive de entidade não personificada), observada a natureza jurídica desta, devidamente qualificado conforme a Tabela de Natureza Jurídica x Qualificação do Representante da Entidade da IN RFB n. 1.634 de 6 de 2016. • Representante legal: é aquele nomeado, por meio de instrumento de outorga de poderes (para representar a entidade com poderes restritos e específicos, conforme o art. 11 da IN RFB n. 1.603 de 2015. • Pessoa física: poderão ser nomeados representantes para a prática das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro, por meio de instrumento de outorga de poderes (conforme o art. 11 da IN/RFB n. 1.603 de 2015). O despachante aduaneiro poderá ser nomeado como representante da pessoa física para a prática das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro. O sistema disponibiliza os campos a seguir a serem preenchidos, conforme o Manual. Figura 31 – Informações básicas para preenchimento da DU‑E A elaboração da DU‑E começa pela informação do “Declarante”. A figura do declarante não deve ser confundida com o usuário que acessa o sistema, nem com o despachante. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 88 Unidade II • Declarante é o CNPJ de quem elabora a DU‑E e acompanha os demais procedimentos aduaneiros. Na maioria dos casos, o declarante é o próprio exportador. • Exportador é o emissor da Nota de Exportação. A forma de exportação pode ser por conta própria (declarante por conta e ordem de terceiros (declarante exportador) e por operador de remessa postal ou expressa (o declarante é uma empresa de remessa postal ou expressa, também conhecidos como “courier”)). Na situação de despacho, temos a seguinte tela: Figura 32 – Informações básicas para preenchimento da DU‑E • Nenhuma: default do sistema, que se aplica à maioria das operações. • DU‑E a posteriori: nos casos em que o registro da operação se dá após a saída da mercadoria do país. São aqueles previstos no art. 102 da IN RFB n. 1.702/17. • Embarque antecipado: neste caso, preenche‑se a DU‑E como “sem nota” e, posteriormente, retifica‑se a DU‑E para incluir a nota fiscal, conforme disposto nos artigos 96 a 101 da IN RFB n. 1.702/17. • Exportação sem saída da mercadoria do país: aplica‑se nos casos de exportação ficta e bens a serem admitidos no regime aduaneiro especial de DAC, hipóteses em que não são preenchidos dados de embarque. Estão previstos no art. 105 da IN RFB n. 1.702/17. Na situação do tipo de documento fiscal, temos a seguinte tela: Figura 33 – Informações básicas para preenchimento da DU‑E GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 89 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR O tipo de documento fiscal ampara as mercadorias a serem exportadas: podendo ser Nota Fiscal Eletrônica (NF‑e), Nota Fiscal Formulário ou sem nota fiscal. No caso das operações realizadas sem nota fiscal, quando se tratar de “Embarque antecipado”, deve‑se escolher opção “Embarque antecipado”. Na mesma tela, temos também a moeda de negociação ou de referência: o sistema disponibilizará lista das moedas para ser escolhida pelo usuário. Quando não há venda de bens, deve‑se informar a “moeda de referência”. E há ainda o campo RUC – Registro único de carga: nele, o usuário poderá criar sua própria RUC, caso não o faça, o sistema a elaborará conforme modelo padrão, o qual será reiniciado anualmente. O formato da RUC atende a uma recomendação da Organização Mundial de Aduanas (OMA) para a Unique Consignment Reference (UCR). Seu formato é <ano><país><exportador><década> <referência do operador> e deve conter no máximo 35 caracteres no total, sendo: • <ano>: o ano em que a RUC é atribuída no Portal Siscomex a uma dada exportação por meio de DU‑E, por exemplo, “7” se atribuída em 2017, “8” se atribuída em 2018, e assim por diante; • <país>: o país onde a RUC foi atribuída. No caso brasileiro, sempre “BR”; <exportador>: trata‑se da identificação do exportador no CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica ou CPF – Cadastro de Pessoa Física, conforme o caso. Se CNPJ, 8 dígitos, e se CPF, 11 dígitos; • <década>: a década do ano em que a RUC é atribuída no Portal Siscomex a uma dada exportação por meio de DU‑E, por exemplo, “1” se atribuída em 2017, “2” se atribuída em 2020, e assim por diante; • <referência>: uma série única de caracteres que pode ser atribuída pelo exportador/declarante ou, se ele não o fizer, pelo sistema. A <referência> deve conter de 1 a 23 caracteres, caso seja CNPJ, e no máximo 20 caracteres, caso seja CPF. Cabe salientar que o principal objetivo da Unique Consignment Reference ‑ UCR é definir um mecanismo genérico que tenha flexibilidade suficiente para lidar com os cenários mais comuns que ocorrem no comércio internacional. A base do UCR é maximizar o uso de referências existentes de fornecedor, cliente e transporte. O conceito de UCR está na necessidade fundamental das autoridades aduaneiras de facilitar o comércio internacional legítimo, enquanto, ao mesmo tempo, fornece controles efetivos. Posteriormente, temos a tela de Local de Despacho e Embarque, conforme figura a seguir: GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 90 Unidade II Figura 34 – Informações básicas para preenchimento da DU‑E Os campos a serem preenchidos são: • Unidade da RFB: o usuário deverá preencher o campo escolhendo um dos códigos da Tabela de Unidades da RFB. • Recinto aduaneiro: o usuário deverá preencher o campo escolhendo um dos códigos da Tabela de Recintos Aduaneiros. • Despacho fora de recinto: o usuário deve indicar a unidade da RFB, o CNPJ ou CPF do responsável pelo local de despacho, as coordenadas geográficas do local de despacho e o endereço. • Embarque/Transposição de Fronteira fora de Recinto: o usuário deve indicar a unidade da RFB e a referência do endereço. • Despacho domiciliar: pode ocorrer em qualquer local do território nacional autorizado pela RFB ou em legislação específica. Neste caso, o responsável pelo local é sempre o exportador. Na mesma tela temos os complementos a serem informados, como a via especial de transporte na qual o declarante escolhe entre as opções disponíveis conforme lista a seguir: meios próprios, dutos, 91 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR linhas de transmissão, em mãos, por reboque ou transporte vicinal fronteiriço (está contíguo, muito próximo, vizinho); e as Informações Complementares, que são opcionais e de livre preenchimento pelo declarante (600 caracteres). Figura 35 – Informações básicas para preenchimento da DU‑E Concluído o preenchimento, o usuário deve clicar em “Avançar” para passar para o Passo 2, conforme figura na sequência: Figura 36 – Informações básicas para preenchimento daDU‑E Nesta tela, o usuário informará o número da chave de acesso da Nota Fiscal Eletrônica que possui 44 caracteres, clicando em seguida no botão “Adicionar”. Após incluir todas as NF‑e, ele deverá clicar em “Avançar” para passar para a tela seguinte. O sistema importará os dados da NF‑e, sendo que: • A NF‑e deverá conter todos os CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações, das entradas e saídas de mercadorias, intermunicipal e interestadual. Trata‑se de um código numérico que identifica a natureza de circulação da mercadoria ou a prestação de serviço de transporte) de seus itens iniciados pelo numeral 7. • A NF‑e deverá estar na situação “autorizada”. • Todas as NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) da NF‑e devem existir na tabela. • O campo de unidade tributável de cada item da NF‑e deve ser preenchido com a unidade de medida estatística da NCM, conforme Nota Técnica 2016.003 do Encat/RFB – Projeto Nota Fiscal Eletrônica. • O país do importador deve ser o mesmo para todas as notas adicionadas. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 92 Unidade II O usuário poderá clicar no ícone “excluir” conforme o símbolo de uma lixeira ( ) caso decida não utilizar uma das notas fiscais adicionadas. Observe que a nota não poderá ser excluída após o detalhamento dos itens, somente até este passo. O usuário conseguirá também optar por “Retornar” para voltar ao Passo 1, a fim de retificar dados que tenham sido inscritos incorretamente. O passo 3 é o detalhamento dos itens, quando o sistema irá listar as notas fiscais adicionadas para o usuário completar os dados de comércio exterior, por item de DU‑E, os quais são criados a partir dos elementos de cada uma das notas fiscais. O usuário deverá clicar no ícone ( ) para completar o detalhamento dos dados do item. • Tratamento prioritário: a DU‑E permite tratamento prioritário por item, nas condições em que o declarante escolhe entre as opções disponíveis como: nenhuma, carga viva, carga perecível, carga perigosa, partes/peças de aeronave, lembrando que a NCM e a descrição informada na nota migram para os itens da DU‑E; se houver atributos vinculados à NCM, deve preencher conforme as opções disponíveis; e que o texto do subitem da NCM é o texto da posição da NCM. Há dados que migram das notas fiscais adicionadas: CNPJ/CPF e nome do exportador, código da NCM, texto da posição da NCM; descrição da mercadoria preenchida na nota (até 120 caracteres), unidade de medida estatística e comercializada, quantidade na unidade de medida estatística e comercializada, nome e endereço do importador. Os campos que não migram da nota devem ser preenchidos, sendo que aqueles de preenchimento obrigatório estão marcados com (*). • Descrição Complementar da Mercadoria: neste campo a mercadoria pode ser mais detalhada, se houver necessidade (até 600 caracteres). • Peso Líquido Total (kg) do Item da DU‑E: o declarante informa o peso líquido total do item da DU‑E, sendo que o sistema irá somar os pesos de todos os itens. Observe que o valor em reais que migra para a DU‑E considera os números contidos na nota (despesas de frete, seguro, outras e desconto). • Comissão de Agente: se houver comissão de agente na operação, o declarante deverá preencher o percentual de acordo com os limites estabelecidos pela Secex: capítulos 1 a 24 do Sistema Harmonizado (até 10%, capítulos 25 a 83 do Sistema Harmonizado (até 15%) e os capítulos 84 a 97 do Sistema Harmonizado (até 20%). • Condição de Venda: o declarante preenche conforme termos negociados com o importador (Incoterm – International Commercial Terms, ou traduzido como Termos Internacionais de Comércio). • Valor da Mercadoria na Condição de Venda (VMCV): o declarante informa o valor da mercadoria na condição de venda e na moeda negociada. • Valor da Mercadoria no Local de Embarque (VMLE): o declarante informa o valor da mercadoria no local de embarque e na moeda negociada. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 93 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR • Enquadramento: cada item de DU‑E pode conter até 4 códigos de enquadramentos, sendo o relacionamento entre eles validado pelo sistema no envio dos dados para registro da DU‑E; • CCPTC/CCROM: CCPTC é o “Certificado de Cumprimento de Política Tarifária Comum” e CCROM é o “Certificado de Cumprimento do Regime de Origem do Mercosul”. As informações de CCPTC/CCROM são facultativas quando o “País de Destino Final” informado na tela “Dados Gerais” não pertencer ao Mercosul. • Lista de LPCO: DU‑E vinculada a LPCO. • País de Destino: o país de destino final da mercadoria pode ser diferente do país do importador, mas deve ser o mesmo a ser informado pelo transportador na manifestação de dados de embarque. O declarante deverá escolher o país de destino da lista disponível na tela, sendo que a lista completa pode ser consultada na Tabela de Países do Siscomex. Dependendo do Código Fiscal de Operações e Prestações, da nota de exportação, o sistema poderá solicitar o preenchimento das notas referenciadas ou, se for o caso, o exportador poderá complementar o item com a inclusão de notas fiscais complementares: Adicionar nota fiscal referenciada eletrônica Adicionar nota fiscal referenciada formulário Adicionar nota fiscal complementar Notas fiscais referenciadas formulário Notas fiscais complementares Notas fiscais referenciadas eletrônicas Figura 37 – Informações básicas para preenchimento da DU‑E Na tela descrita anteriormente, o usuário informa as chaves de acesso das notas referenciadas, o item respectivo e a quantidade associada. Clica em “Adicionar” para refazer o procedimento para todas as notas referenciadas, se houver. Em caso de necessidade de inserir notas complementares, deve ser informada a chave de acesso e o item da NF‑e. Quando todos os campos obrigatórios estiverem preenchidos, deve‑se clicar em “Concluir Preenchimento de Item de DU‑E” para preencher o detalhamento do próximo item, se houver (em tela é possível elaborar DU‑E com até 500 itens, por webservice o sistema aceita até 999 itens). No passo 4, temos a Anexação, em que caso seja necessário, devem ser anexados os documentos instrutivos obrigatórios do despacho de exportação, com exceção das NF‑e, bem como outros GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 94 Unidade II documentos eventualmente exigidos pela fiscalização aduaneira. Quando todos os itens forem detalhados (o sistema marca com ), o declarante poderá clicar em “Registrar” para obter o resultado do processamento. No sistema aparece a tela que demonstraremos na sequência: Figura 38 – Informações básicas para preenchimento da DU‑E Se todos os campos estiverem corretamente preenchidos e não houver tratamento administrativo impeditivo, o sistema irá registrar a DU‑E e informará o seu número, o número da RUC e a sua chave de acesso. Com o número da DU‑E e sua chave de acesso, qualquer usuário pode consultar os dados da DU‑E e não apenas o seu histórico (consulta livre). Com essas duas informações, o exportador poderá conceder acesso a uma instituição financeira que necessite consultar as informações da operação para fechamento de câmbio. Caso exista algum impedimento para o registro, o sistema irá apresentar os alertas com os motivos, indicando qual item da DU‑E deve ser corrigido para a operação prosseguir. Se constar uma mensagem de alerta, e no controle administrativo surgir “dispensado”, o exportador não precisará adotar nenhuma outra providência, uma vez que a mensagem serve apenas para passar alguma informação ou orientação ao exportador. Seja porque o produto a ser exportado poderá estar sujeito a Imposto de Exportação, seja porque o país de destino da mercadoria possui alguma restrição, seja para alertar sobre a forma de regularização a posteriori da operação, seja porque o órgão anuente necessitará consultar o respectivo item de DU‑E. Nesse último caso,possibilita‑se a dispensa da impressão do extrato, já que o órgão terá as informações de que necessita consultando diretamente pelo sistema. Caso haja necessidade de autorização por órgão anuente, a DU‑E será registrada, mas conterá indicação no controle administrativo do modelo requerido. 6 DESPACHO DE EXPORTAÇÃO O despacho aduaneiro de exportação é processado, no Siscomex, em diversas etapas a serem executadas pelo exportador, pelo depositário, pela fiscalização aduaneira e pelo transportador. Em linhas gerais, cabe: • ao exportador o registro da DU‑E no sistema; GEOVANE Sticky Note 95 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR • ao depositário a confirmação de que a carga a ser desembaraçada encontra‑se em seus armazéns; • à fiscalização aduaneira a recepção dos documentos; • à fiscalização aduaneira a conferência aduaneira; • à fiscalização aduaneira o início e a conclusão do trânsito aduaneiro; • ao transportador a informação referente à carga efetivamente embarcada com destino ao exterior. Art. 580 Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior Art. 581 Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a reexportada, está sujeita a despacho de exportação, com as exceções estabelecidas na legislação específica (BRASIL, 2009b). Em geral, o despacho de exportação será processado por meio de DU‑E registrada no Siscomex. Será dispensada de despacho aduaneiro de exportação a saída do País de mala diplomática ou consular, assim considerada a que contenha tão somente documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, art. 27, promulgada pelo Decreto n. 56.435, de 1965 e Instrução Normativa n. 338, de 2003). O despacho aduaneiro de mercadorias adquiridas no mercado interno, inclusive no comércio de subsistência das populações fronteiriças, residentes no exterior, de conformidade com os limites e condições estabelecidos na Instrução Normativa SRF n. 118, de 1992, será processado com base na respectiva nota fiscal, dispensado o registro no Siscomex, não gerando, para o vendedor, direito à isenção de tributos, nem a qualquer outro benefício ou incentivo à exportação (art. 65 da Instrução Normativa SRF n. 28, de 1994). De forma resumida, o despacho de exportação está sujeito às seguintes etapas: • Registro da DDE: o registro da declaração para despacho de exportação – DDE inicia o despacho de exportação. Na formulação da DDE, o Sistema aproveitará os dados e informações dos Registros de Exportação – RE, já obtidos anteriormente. Em casos específicos, previstos na legislação, o despacho é feito através de Declaração Simplificada de Exportação – DSE, hipótese em que é dispensado o RE. • Confirmação da presença de carga: esta etapa se refere à confirmação da presença da carga pelo depositário, em recinto alfandegado, ou pelo exportador, em local não alfandegado. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 96 Unidade II • Recepção dos documentos: após a informação da presença da carga, ocorrerá a recepção dos documentos do despacho, que consiste na entrega, pelo exportador, dos documentos instrutivos do despacho e registro de tal fato no Sistema, pela Aduana. • Parametrização: registrada no Sistema, a recepção dos documentos instrutivos do despacho, a próxima etapa será a parametrização, ou seja, a seleção, pelo Siscomex, dos despachos de exportação para um dos seguintes canais de conferência aduaneira: verde, laranja ou vermelho, submetendo‑se aos seguintes procedimentos: — Verde: são dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria. O desembaraço é feito automaticamente pelo Siscomex. — Laranja: é realizado apenas o exame documental, dispensando‑se a verificação da mercadoria. — Vermelho: o despacho é submetido tanto ao exame documental quanto à verificação da mercadoria. • Distribuição: após a parametrização, os despachos de exportação selecionados para os canais laranja e vermelho serão distribuídos para os Auditores Fiscais da Receita federal – AFRF, para análise. • Desembaraço: uma vez designado, o AFRF fará o exame documental do despacho, caso ele tenha sido selecionado para o canal laranja, conferindo se os dados constantes na DDE coincidem e se harmonizam com as informações da documentação instrutiva do despacho. • Caso o despacho tenha sido selecionado para o canal vermelho, o AFRF efetuará o exame documental e a verificação da mercadoria. O desembaraço da mercadoria será necessariamente registrado no Sistema, pelo AFRF responsável. • Registro dos dados de embarque: o transportador registrará os dados de embarque imediatamente depois de realizado o embarque da mercadoria para o exterior, com base nos documentos por ele emitidos. • Averbação de embarque: a averbação é o ato final do despacho de exportação e consiste na confirmação, pela fiscalização aduaneira, do embarque da mercadoria. Ela será feita, no Sistema, após a confirmação do efetivo embarque da mercadoria e do registro dos dados pertinentes pelo transportador. Registrados os dados de embarque, se os dados informados pelo transportador coincidirem com os informados no desembaraço da DDE, haverá averbação automática do embarque pelo Sistema. Caso contrário, a Alfândega analisará a documentação apresentada, confrontando‑a com os dados relativos ao desembaraço e ao embarque, efetuando‑se a chamada averbação manual, com ou sem divergência. • Emissão do Comprovante de Exportação: concluída a operação de exportação, com a sua averbação no Sistema, será fornecido ao exportador, quando solicitado, o documento comprobatório da exportação, emitido pelo Siscomex, na unidade de despacho da mercadoria. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 97 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR 6.1 Despacho a posteriori O despacho posterior à saída dos bens para o exterior (DU‑E a posteriori) é uma situação especial de despacho e está prevista nos artigos 102 a 104 da IN RFB n. 1.702/2017. Sua principal característica é o fato de o registro da DU‑E ser feito após a efetiva saída da mercadoria do País. Portanto, no novo processo de exportação, a situação especial “despacho a posteriori” não se confunde com a situação especial “embarque antecipado”, uma vez que nesta a DU‑E deve ser registrada antes do efetivo embarque das mercadorias para o exterior, ficando postergado tão somente seu desembaraço (que ocorre após o embarque). As hipóteses às quais se aplicam o despacho a posteriori são: • fornecimento de combustíveis, lubrificantes, alimentos e outros produtos para uso e consumo de bordo em aeronave ou embarcação de bandeira estrangeira ou brasileira, em tráfego internacional; • venda de pedras preciosas e semipreciosas nacionais, suas obras e artefatos de joalheria, a passageiros com destino ao exterior, em moeda estrangeira, cheque de viagem ou cartão de crédito, em loja franca instalada na zona primária de porto ou aeroporto alfandegado; • exportação de partes e peças aplicadas na renovação ou recondicionamento, manutenção ou reparo de aeronaves ou de equipamentos e instrumentos de uso aeronáutico, admitidos no País ao amparo de regime aduaneiro especial; • exportação definitiva de bens anteriormente exportados no regime de exportação temporária ou em consignação; • exportação temporária ou definitiva de bens, equipamentos e componentes aeronáuticos destinados a conserto, reparo, revisão e manutençãode aeronaves; • exportação de energia elétrica; • exportação de bens que saíram anteriormente do País amparados por Ambra (Autorização de Movimentação de Bens Submetidos ao Recof). Em termos sistêmicos, a peculiaridade referente ao fluxo de uma DU‑E com tal situação especial de despacho é a dispensa do registro da entrega da carga e da manifestação dos dados de embarque no Portal Único Siscomex. Dessa forma, o evento CCE (carga completamente exportada) ocorre imediatamente após o desembaraço da declaração. Regra geral, aplica‑se a estas operações a etapa de recepção de carga, exceto no caso de o despacho ser domiciliar. Os prazos para registro e apresentação para despacho da “DU‑E a posteriori” estão previstos no § 1º, do Art. 102, da IN RFB 1.702/2017 e na legislação específica (por exemplo: exportação de energia elétrica). O exportador que descumprir tais prazos, até que regularize a situação da exportação em questão, ficará impedido de utilizar o despacho a posteriori em novas operações. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 98 Unidade II Quando da elaboração da DU‑E, é essencial a indicação da situação especial “DU‑E a posteriori”. Por enquanto, apenas operações amparadas por nota fiscal podem ser registradas usando a referida situação especial de despacho. Estava prevista a entrada em produção da possibilidade de operações a posteriori sem nota fiscal. Conforme disposto na Notícia Siscomex Exportação 78/2018, até que a funcionalidade seja implementada, as empresas aéreas estrangeiras beneficiárias do regime aduaneiro especial de depósito afiançado (DAF) que precisarem efetuar os despachos de reexportação das mercadorias saídas de seus estoques (sem nota fiscal) deverão proceder ao registro de DU‑E para despacho comum, sem Nota Fiscal, anexando na própria DU‑E a lista detalhada de bens a serem reexportados. Por consequência, precisarão manifestar os dados de embarque a fim de que a carga seja completamente exportada e a operação averbada. Regra geral, o despacho a posteriori de bens de uso e consumo de bordo não deve ser feito com despacho domiciliar. Assim, a recepção das notas fiscais relativas aos fornecimentos deve ser realizada no Portal Único Siscomex pelo transportador adquirente dos produtos ou por seu representante no País, no caso de empresa estrangeira. O registro da recepção de carga tem de ser realizado logo após a ocorrência física da operação a que se refira. Quando do registro da recepção da carga, é importante observar que, por se tratar de um transportador internacional que realiza tal ação, o usuário deve informar a unidade da RFB que jurisdiciona o local do fornecimento, as coordenadas geográficas desse local e seu próprio CNPJ, pois ele é o responsável pela carga. A DU‑E deve ser registrada e apresentada para despacho com base nos fornecimentos realizados em cada quinzena do mês, até o último dia da quinzena subsequente, à unidade da RFB que jurisdiciona o local do fornecimento. Por se tratar de uma operação considerada como exportação, apenas notas fiscais de exportação podem ser utilizadas para instruir a DU‑E. Portanto, o Portal Único Siscomex somente aceitará as notas fiscais eletrônicas cujo campo denominado “idDestino” esteja preenchido com o código 3 (que refere‑se à “operação com exterior”) e cujos CFOP sejam do grupo 7000. Observação Nos casos em que seja informado despacho domiciliar sem que, de fato, a operação assim tenha sido realizada, será exigido o cancelamento da operação e o registro de nova DU‑E, sem prejuízo da aplicação das penalidades eventualmente cabíveis aos envolvidos. Na elaboração da DU‑E (considerando a regra geral, em que não se aplica o despacho domiciliar), além de informar que se trata de uma situação especial de “DU‑E a posteriori”, o declarante deve tomar os seguintes cuidados: GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 99 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR • Na informação dos dados referentes ao local de despacho: — indicar a URF que jurisdiciona o local onde ocorreu o fornecimento dos bens; e — orientar que se trata de despacho fora de recinto; — comunicar o CNPJ do transportador que realizou a recepção das cargas como sendo o responsável pelo local de despacho; — expressar as coordenadas geográficas indicadas na recepção e o endereço do local. No preenchimento de cada item de DU‑E, deve‑se utilizar o campo denominado “País de destino” com o país de nacionalidade da aeronave ou da bandeira do navio. 6.2 Operação de exportação definitiva de bens exportados temporariamente ou em consignação Tal operação deverá ser registrada como despacho domiciliar, o que dispensa a etapa de recepção de carga. Na elaboração da DU‑E, além de informar que se trata de uma situação especial de “DU‑E a posteriori”, o declarante deve tomar os seguintes cuidados: • Na informação dos dados referentes ao local de despacho: — indicar a URF onde ocorreu o despacho da operação de exportação temporária ou em consignação, conforme o caso; e — orientar que se trata de despacho fora de recinto, informar o CNPJ do exportador como sendo o responsável pelo local de despacho, as coordenadas geográficas e o endereço do estabelecimento do exportador, e orientar que se trata de despacho domiciliar. • Na informação dos dados referentes ao local de embarque: informar a URF (e recinto, se for o caso) onde ocorreu o embarque da operação de exportação temporária ou em consignação, conforme o caso. • No preenchimento dos dados dos Itens de DU‑E, uma vez selecionado o enquadramento adequado, o sistema exigirá o número dos RE, DSE ou DU‑E que ampararam a exportação temporária ou em consignação, conforme o caso. 6.3 Operação de exportação de vendas em lojas francas No caso da venda de pedras preciosas e semipreciosas nacionais, suas obras e artefatos de joalheria, a passageiros com destino ao exterior, em loja franca instalada na zona primária de porto ou aeroporto alfandegado, a DU‑E a posteriori deve ser registrada e apresentada para despacho, com base no movimento das vendas realizadas em cada quinzena, até o último dia da quinzena subsequente. GEOVANE Sticky Note GEOVANE Sticky Note 100 Unidade II A operação deverá ser registrada como despacho domiciliar, o que dispensa a etapa de recepção de carga. Na elaboração da DU‑E, além de informar que se trata de uma situação especial de “DU‑E a posteriori”, o declarante deve tomar os seguintes cuidados: • Na informação dos dados referentes ao local de despacho: — indicar a URF com jurisdição sobre a loja franca; e — orientar que se trata de despacho fora de recinto, comunicar o CNPJ da loja franca como sendo o responsável pelo local de despacho, as coordenadas geográficas e o endereço de tal estabelecimento, e expressar que se trata de despacho domiciliar. • Na informação dos dados referentes ao local de embarque: — indicar a URF com jurisdição sobre a loja franca; e — não deve informar um recinto de despacho. • No campo “Via Especial de Transporte”, selecionar a opção “Em mãos”. 6.4 Embarque antecipado A operação de exportação de vendas objeto de DU‑E ainda não desembaraçada é uma situação especial de despacho de exportação, que, em razão da incerteza em relação à quantidade exata a ser exportada, pode ser autorizado em diversas hipóteses previstas no art. 96 da IN RFB n. 1.702/2017: I ‑ de granéis, inclusive petróleo bruto e seus derivados; II ‑ de produtos da indústria siderúrgica e de mineração; III ‑ de produtos agroindustriais acondicionados em fardos ou sacaria; IV ‑ de pastas químicas de madeira, cruas, semibranqueadas ou branqueadas, embaladas em fardos ou briquetes; V ‑ de veículos e máquinas agrícolas novos; VI ‑ de mercadorias cujas características intrínsecas ou extrínsecas ou cujos processos de produção, transporte, manuseio ou comércio impliquem variação de peso decorrente de alteração na umidade relativa do ar; GEOVANE StickyNote GEOVANE ALMEIDA 101 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR VII ‑ de mercadorias cujas características intrínsecas ou extrínsecas ou cujos processos de produção, transporte, manuseio ou comércio exijam operações de embarque parcelado e de longa duração; VIII ‑ de produtos perecíveis; IX ‑ realizada por via rodoviária, fluvial ou lacustre, por estabelecimento localizado em município de fronteira sede de unidade da RFB; X ‑ de papel em bobinas; e XI ‑ de bens cujo transporte, manuseio ou armazenagem se sujeite a restrições especiais, conforme estabelecido em ato do chefe da respectiva unidade da RFB de despacho (BRASIL, 2017f). (Para as hipóteses indicadas nos incisos I a VIII, a DU‑E deverá ser instruída com a programação do embarque, que deve ser anexada na própria DU‑E.) Fundamentalmente, essa operação se caracteriza pelo registro inicial da DU‑E com solicitação de autorização para embarque antecipado, sem ainda indicar a(s) nota(s) fiscal(is) de exportação, e, após a autorização pela RFB e os bens serem embarcados para o exterior, a DU‑E é retificada para a inclusão da(s) nota(s) fiscal(is) de exportação correspondente(s) aos bens efetivamente embarcados. Em regra, o embarque antecipado não se aplica a cargas conteinerizadas. Porém, se autorizada tal operação, em casos excepcionais, pela unidade local da RFB, a retificação da DU‑E para inclusão das notas fiscais de exportação deve ser realizada antes do registro, no Portal Único Siscomex, da entrega dos contêineres para embarque, pois é a vinculação das notas fiscais à DU‑E que estabelece também o vínculo entre elas e os contêineres. A seguinte hipótese configura situação em que se pode promover o embarque antecipado com autorização consubstanciada na própria legislação, não sendo dispensada a apresentação de termo de responsabilidade e tampouco da programação de embarque: exportações de microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional quando a operação for realizada por microempresas ou empresas de pequeno porte, conforme diz a Instrução Normativa RFB n. 1.676, de 2 de dezembro de 2016: Art. 5º O registro do despacho de exportação das microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria ou sua saída do território nacional quando a exportação for realizada pela própria empresa. § 1º O disposto no caput não dispensa a empresa da apresentação do Termo de Responsabilidade previsto no art. 55 da Instrução Normativa SRF n. 28, de 27 de abril de 1994, nem da informação prévia da programação de embarque, na forma prevista no Anexo Único. 102 Unidade II § 2º O Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) deverá acompanhar as mercadorias submetidas a despacho nos termos deste artigo. Art. 7º O art. 3º da Instrução Normativa RFB n. 1.603, de 15 de dezembro de 2015, passa a vigorar com a seguinte redação: § 9º O disposto no § 1º não se aplica às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) (BRASIL, 2016a). 6.5 Sistema Pucomex/Importação 6.5.1 DU‑IMP – Declaração única de importação A partir de 2 de outubro de 2018, entrou em vigor o novo Processo de Importação, baseado na Declaração Única de Importação (Duimp), no Portal Único de Comércio Exterior (Pucomex). Assim como a entrada em vigor da DUE trouxe mudanças para os fluxos de exportações, as diversas alterações da Duimp incluem uma completa reformulação normativa e procedimental que visa tornar todos os órgãos governamentais envolvidos nas operações de importação mais eficientes, integrados e harmonizados. A expectativa é que as mudanças proporcionem uma redução de 40% nos prazos médios dos trâmites de liberação das mercadorias na importação, reduzindo de 17 para 10 dias, o que como consequência diminuirá custos na cadeia logística das empresas. A Duimp vai substituir as Declaração de Importação (DI), Declaração Simplificada de Importação (DSI), Licença de Importação (LI) e Licença Simplificada de Importação (LSI), as duas últimas no que se referem às inspeções. • Registro antecipado: será possível fazer a parametrização durante o trânsito da mercadoria, o que vai permitir que o produto chegue ao destino já desembaraçado, evitando por exemplo, a necessidade de armazenamento nos terminais. Existe a possibilidade de realização do registro prévio durante o licenciamento ser deferido, mas só poderá acontecer o desembaraço depois de efetivado o vínculo entre os dois documentos. • Carga versus mercadoria: haverá diferenciação entre carga e mercadoria, ou seja, o importador poderá realizar o desembaraço parcial da carga visando dar o seguimento às mercadorias que, eventualmente, estejam em situação do risco ou de análise por parte das autoridades. • Fim da DTA: a Duimp também será utilizada na operacionalização da mercadoria entre as zonas primárias e secundárias, fazendo o papel da Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA). Nesse sentido, ela deixará de existir e a empresa importadora poderá nacionalizar as mercadorias que já tenham sido removidas fazendo uso do mesmo documento. GEOVANE ALMEIDA GEOVANE ALMEIDA GEOVANE ALMEIDA GEOVANE ALMEIDA GEOVANE ALMEIDA GEOVANE ALMEIDA 103 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA COMÉRCIO EXTERIOR • LI guarda‑chuva: vai permitir o registro de um único Licenciamento de Importação para vários embarques futuros, desde que sejam embarques regulares e com mercadorias de mesmas características. A migração para esse novo processo é progressiva. Iniciou‑se, a partir do dia 2 de outubro de 2018 e abrangeu as empresas certificadas no OEA Conformidade Nível 2, (OEA significa Operador Econômico Autorizado) no modal marítimo com recolhimento integral dos tributos, ou seja, aquelas instituições não utilizam benefícios fiscais ou licenças. Já a segunda etapa, lançada em 18 de dezembro de 2018, incluiu também as importações das empresas OEA Conformidade Nível 2, mas com anuência do Mapa e dos demais regimes de tributação. A expectativa é de que todas as empresas importadoras deem início ao processo com o uso da Duimp em 2019, mas ainda sem data definida. Assim como a integração dos órgãos do governo no Portal Único de Comércio Exterior irá agilizar o fluxo, as empresas terão que contribuir para que as facilidades previstas na Duimp sejam concedidas. E é aí que entra o Catálogo de Produtos. O referido catálogo será o módulo do Portal Único no qual as empresas deverão preencher, previamente, as informações pertinentes a todas as características dos insumos/produtos importados. • Objetivo: o objetivo será aumentar a qualidade da descrição dos produtos com informações organizadas em atributos, documentos anexos, imagens e fotos que auxiliem o tratamento administrativo, a fiscalização e a análise de riscos. A novidade promete agilizar os trâmites com a reutilização das informações em operações futuras, sem a necessidade de um novo registro dos mesmos dados, já que será criado um número de referência específico. Além disso, o Cadastro vai permitir o fornecimento de informações do produto de uma única vez para todos os órgãos anuentes envolvidos na operação, proporcionando maior agilidade nos deferimentos de LPCO. • Licença de importação (LI): no caso da concessão, quando necessária, da LI, ela vai ser para o “produto”, em vez da obtenção da LI a cada operação. Além disso, havendo necessidade desse controle, o módulo de licenciamento poderá ser acionado a partir do próprio Catálogo de Produtos. • Histórico do importador: outro benefício aos importadores será a criação de um histórico de operações comerciais por produto, permitindo um melhor gerenciamento de riscos. Ou seja, o Catálogo vai disponibilizar à administração aduaneira um histórico recorrente daquele importador, possibilitando assim um tratamento mais ágil, já que
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