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13
DIREITO PROCESSUAL PENAL
REVISÃO CRIMINAL
ATUALIZADO EM 12/12/2016
REVISÃO CRIMINAL
1. Conceito
É a ação autônoma de impugnação que inaugura uma nova relação jurídica processual, tendo aptidão para reverter a coisa julgada material na esfera penal, sendo ordinariamente julgada perante o Tribunal.
Características:
• TRATA-SE DE AÇÃO EXCLUSIVA DA DEFESA. Não se admite a conhecida revisão criminal pro societate.
Princípio do ne bis in idem processual – Convenção Americana sobre DH – o acusado não pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Resultado – Deve-se acatar a autoridade da coisa julgada material, ainda que a decisão tenha sido proferida por juízo absolutamente incompetente. STJ. 
No mesmo sentido não se admite prova da verdade no crime de calúnia quando o acusado já foi absolvido.
OBS. o ônus da prova é da defesa. Não há que se falar em in dubio pro reo, que só tem espaço até a coisa julgada. STJ – apesar disso, afirma que em caso de empate deve-se aplicar a regra do HC, prevalecendo a decisão mais favorável ao acusado.
• Súmula 393/STF: o réu não precisa estar preso;
•Cabe ao réu a comprovação do trânsito em julgado (mediante certidão);
• Há relator e há revisor
• Cabimento perante o TJ/TRF e trib. Sup., jamais perante juiz de 1o. grau;
• Não se admite reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas (art. 622, p.u., CPP).
1.1. Natureza jurídica
a) CPP – recurso. Ultrapassado
b) Doutrina, Jurisprudência – ação autônoma de impugnação.
Assim, observa-se que a revisão criminal está erroneamente posicionada na estrutura do Código de Processo Penal, visto que se encontra no título referente aos recursos em geral (Título II). A revisão criminal é uma medida excepcional cabível apenas nas situações expressa e taxativamente previstas em lei.
1.2. Ação rescisória x Revisão criminal
	Ação Rescisória
	Revisão criminal
	Prazo decadencial de 2 anos
	Pode ser proposta a qualquer tempo, inclusive após o integral cumprimento da pena, para restabelecer o status dignitatis do réu(art. 622).
	Pode ser proposta no interesse de qualquer das partes
	Só pode ser proposta nos interesses da defesa (art. 8º, IV da Convenção Americana de DH). Não existe revisão criminal pro sociedade.
	Pode ser proposta por quem foi parte no processo, pelos sucessores, pelo terceiro juridicamente prejudicado e pelo MP.
	Pode ser proposta por: #2
· Réu #1
· Advogado devidamente habilitado (desde que tenha poderes especiais- Defensor Público não precisa desses poderes).
· Falecimento – CADI (não dizer que são todos os sucessores como no cível). #3
#1 – ADVERTÊNCIA: legitimidade do réu (Art. 623.  A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.): quanto à necessidade de capacidade postulatória, subsistem as seguintes posições:
1. PREVELECE: o réu pode propor a ação revisional, nomeando-se na sequência, advogado dativo para acompanhar o processo. STF. HC 74.309/07. É a literalidade do art. 623.
2. Como o art. 133 da CF consagra o advogado como peça essencial à administração da Justiça, resta concluir que o art. 623 CPP, legitimando o próprio réu, não foi recepcionado.
OBS. Renato diz que doutrina majoritária segue a segunda corrente, embora haja antigo precedente do STF seguindo a primeira. Esse precedente é de 2001, mas o que Nestor traz é de 2007, no mesmo sentido. Acredito que a primeira corrente prevalece mesmo.
#2 - ADVERTÊNCIA: Em face da omissão do art. 623, subsistem as seguintes correntes quanto à legitimidade do MP:
1. PREVALECE: O MP não poderá ingressar com a ação revisional por absoluta ausência de previsão legal – Nucci, Fauzi Hassan, STF – HC 80.796/01. O Supremo Tribunal Federal, no RO em HC 80.796-8-SP, 2ª Turma, rel. Min. Marco Aurélio, DJU 10/08/2001, RT 795/524, assim se manifestou: “O Estado-acusador, ou seja, o Ministério Público, não tem legitimidade para formalizar a revisão criminal, pouco importando haver emprestado ao pedido o rótulo de habeas corpus, presente o fato de a sentença já ter transitado em julgado há mais de quatro anos da impetração e a circunstância de haver-se arguido a competência da Justiça Federal, e não da Justiça Estadual, sendo requerente o Procurador da República”.
2. O MP pode propor revisão criminal em favor do réu, notadamente nas comarcas onde ainda não há defensor público. Ada Pellegrini e Norberto Avena.
Legislação: está prevista na Convenção Interamericana dos Direitos Humanos.
Não violação da coisa julgada:a revisão é uma garantia maior do que a coisa julgada, a revisão desfaz a coisa julgada.
#3 Companheiro também é legitimado
Obs. em caso e morte durante o processo, o juiz irá nomear curador para a defesa, não havendo previsão no CPP de suspensão para habilitação de herdeiro, sem prejuízo de posterior habilitação. 
2. Pressupostos
2.1. Lógico
Existência de decisão judicial condenatória ou absolutória imprópria com trânsito em julgado.
Obs. o que seria a coisa soberanamente julgada? É aquela que não pode ser atacada nem mesmo pela revisão criminal. É o caso da coisa julgada com base em sentença absolutória própria. (Art. 8, IV da Convenção Americana de DH). OBS. é possível recurso para mudar o fundamento da absolutória própria (ex. absolvição por falta de provas – absolvição por negativa de autoria), mas não é possível revisão com esse objetivo.
obs: Revisão criminal fraudulenta = decisão inexistente
. 
Obs2. NÃO caberá revisão criminal da decisão que extingue a punibilidade (art. 107 CP) ou que concede perdão judicial (é extintiva da punibilidade), já que elas não impõem sanção. . Se a extinção da punibilidade do autor se dá depois da sentença, como, por exemplo, quando o condenado é beneficiado pela anistia, graça ou indulto, possível também se torna o pedido de revisão. Súmula 18, STJ – sentença é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.O mesmo não acontece se ocorrer a mera extinção da pretensão executória. Afinal, existe sanção e a revisão almeja recompor o status dignitatis.Prescrição da pretensão punitiva (PPP): cabe revisão criminal? Impossível porque, reconhecida a PPP, não há sentença condenatória. Contudo, se o caso for de prescrição da pretensão executória, em que terá havido o trânsito em julgado, será cabível revisão criminal
obs. não cabe RC de impeachment- sanções políticas – Poder Legislativo
2.2. Formal
Demonstração do trânsito em julgado, que normalmente é feito por certidão. Essa certidão é denominada de carta de sentença. Se o acusado tiver preso e faltar certidão nomeia defensor para isso – STJ.
3. Hipóteses de admissibilidade
A ação de revisão criminal é de fundamentação vinculada. As hipóteses estão taxativamente previstas no art. 621 CPP. Assim, a revisão criminal é uma ação autônoma de fundamentação vinculada, porque o revisionando tem que invocar um dos fundamentos legais, sob pena de indeferimento liminar da inicial, por aplicação da TEORIA DA ASSERÇÃO (que exige a invocação de um fundamento legal).Esse indeferimento liminar é sentença de carência de ação, extinguindo o processo sem apreciar o mérito. Há previsão de interposição de agravo regimental.
Anulação do processo (o HC também é cabível e é mais rápido do que a revisão criminal, mas o limite máximo do HC é o cumprimento da pena, porque depois disso não há mais sentido o HC porque a liberdade não estará mais em jogo).
a) Decisão contrária ao texto da lei ou contrária à evidência dos autos.
Contrária à evidência dos autos (condenação que não tem apoio em provas idôneas, mas em meros indícios, sem qualquer consistência);Exige a demonstração de que a condenação não foi embasada em prova alguma. Não autoriza, portanto, para se pleitear absolvição por insuficiência ou precariedade de prova.
Obs. enquadramento interpretativo:
I. Error in procedendo: é o equívoco na aplicação da norma jurídica 
II. Error in judicando é o equívoco que compromete a percepção dos fatos e a cogniçãodo julgador diante dos fatos e do manancial probatório. 
Conclusão: percebe-se que a revisão criminal vai permitir reparar erros ou insuficiência cognitiva dos julgados. (HC 92.435 STF).
Obs. Em que pese o dispositivo fazer referência à lei penal, devemos incluir a lei processual, a CF e a Convenção Americana de DH.
Obs. a súmula 343 do STF - Não cabe ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais - , idealizada para o Processo Civil, é aplicada na esfera penal. Ou seja, a revisão criminal somente se justifica quando a contrariedade à norma for frontal.
Contrariedade a texto legal (EXEMPLOS: cabimento de regime aberto ou não aplicação do sistema trifásico);
Obs.: Aqui, abre-se a possibilidade de um questionamento bastante interessante: é possível revisão criminal por ser a decisão proferida contrária a novo entendimento jurisprudencial mais benigno? O entendimento não é pacífico. O STJ não admite: “O art. 621, inciso I, do Código de Processo Penal, determina que caberá revisão criminal "quando a sentença condenatória for contrária a texto expresso da lei", o que não pode ser confundido com mudança de orientação jurisprudencial a respeito da interpretação de determinado dispositivo legal.” (STJ, REsp 706042/RS, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 28/09/2005, DJ 07/11/2005, p. 363) Por outro lado, segundo Aury Lopes Júnior (2011, p. 616), RENATO STF, STJ (aplicando no caso de rescisórias), essa situação é plenamente possível, desde que a mudança seja efetiva e no tocante a entendimento jurisprudencial pacífico e relevante. Ou seja, uma mudança efetiva de entendimento, um rompimento de paradigma. Como aconteceu, por exemplo, com o entendimento, hoje pacífico, acerca da inconstitucionalidade do regime integralmente fechado para os crimes hediondos. Ora, do mesmo modo que a lei penal mais benigna tem efeito retroativo, a mudança radical no entendimento jurisprudencial, que beneficie o réu, também deve retroagir, sendo cabível a revisão criminal para a obtenção deste efeito.
De qualquer forma, mesmo que se entenda pelo não cabimento da Revisão Criminal na hipótese, nada impede o órgão julgador de conceder a ordem de ofício para adequar a situação do réu ao novo entendimento jurisprudencial.
b) Quando a decisão estiver embasada em depoimentos, documentos ou perícias falsas.
Não basta a existência de prova falsa, mas sim que a ela tenha sido decisiva para a condenação.
Obs. percebe-se que no atual contexto normativo, autorizamos a revisão quando a decisão tem por lastro a prova ilícita, qualquer que seja ela (art. 5º, LVI c/c art. 157 CPP). 
Obs. a ilicitude probatória normalmente é demonstrada em procedimento autônomo denominado de Justificação – procedimento para pré-constituição de prova. CONCLUSÃO: ele está disciplinado no art. 381, §5º do NCPC #NCPC. CONCLUSÃO 2: a Justificação será distribuída ao juiz de primeiro grau que atua no local da infração (TJ SP – RT 775.589).
Renato- somente pode ser produzida no âmbito da justificação, pois a revisão demanda prova pré-constituída.
(O endereçado deve provar a falsidade e depois ingressar com a revisão criminal; segundo Tourinho, não se apura ou investiga a falsidade no juízo rescindendo, já que este se limita a constatar a falsidade);
*A via adequada para nova tomada de declarações da vítima com vistas à possibilidade de sua retratação é o pedido de justificação (art. 861 do CPC 1973 / art. 381, § 5º do CPC 2015), ainda que ela já tenha se retratado por escritura pública. Ex: depois de o réu ter sido condenado com trânsito em julgado, a vítima volta atrás e afirma, em escritura pública lavrada no cartório, que a pessoa condenada não foi a autora do crime. Será possível neste caso a propositura de revisão criminal (art. 621, III, do CPP). No entanto, a revisão criminal não pode ser instruída com a escritura pública. Antes de ajuizar a revisão, o réu deverá propor uma ação de justificação na qual a vítima será ouvida. Só após esse processo de justificação será possível o manejo da revisão criminal. STJ. 6ª Turma. RHC 58.442-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 25/8/2015 (Info 569). 
Obs.: É importante ressaltar que o legislador brasileiro utilizou a expressão “comprovadamente falsos”, dando maior flexibilidade, isso porque não exige que o crime de falsidade tenha sido criminalmente punido. Deve haver demonstração do nexo causal entre a sentença condenatória e a falsidade.
c) Quando houver a descoberta de novas provas que favoreçam o réu que importem a absolvição ou o abrandamento da pena.
Obs. no âmbito cível (ação rescisória), essa prova tem que ser documental e deve se referir a fato já alegado no curso do processo.
Obs. A prova nova é aquela que não era conhecida no momento em que a decisão foi proferida, pouco importando se ela é antecedente ou superveniente (nova tecnologia) ao julgado impugnado. Ou seja, a novidade é cognitiva e não temporal.
Obs. a prova nova também pode ser produzida no procedimento de Justificação.Renato- somente pode ser produzida no âmbito da justificação, pois a revisão demanda prova pré-constituída. 
Obs. STJ - A justificação ocorre no primeiro grau e não cabe ao juiz indeferir o seu processamento valorando a prova, pois esse juízo cabe ao Tribunal quando da análise da revisão. STJ – da denegação do processamento, cabe HC.
#INF.569 - STJ
Importante!!! A via adequada para nova tomada de declarações da vítima com vistas à possibilidade de sua retratação é o pedido de justificação (art. 861 do CPC 1973 / art. 381, § 5º do CPC 2015), ainda que ela já tenha se retratado por escritura pública. Ex: depois de o réu ter sido condenado com trânsito em julgado, a vítima volta atrás e afirma, em escritura pública lavrada no cartório, que a pessoa condenada não foi a autora do crime. Será possível neste caso a propositura de revisão criminal (art. 621, III, do CPP). No entanto, a revisão criminal não pode ser instruída com a escritura pública. Antes de ajuizar a revisão, o réu deverá propor uma ação de justificação na qual a vítima será ouvida. Só após esse processo de justificação será possível o manejo da revisão criminal. STJ. 6ª Turma. RHC 58.442-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 25/8/2015 (Info 569). 
- A declaração da vítima, ainda que firmada em cartório, é considerada como uma prova produzida unilateralmente pela defesa e, portanto, não serve para fundamentar o pedido de revisão criminal. Tal prova só é válida se, necessariamente, for produzida na justificação judicial com as cautelas legais. 
- O processo de justificação possui natureza jurídica de medida cautelar preparatória, devendo ser proposta e processada perante o juízo criminal de 1ª instância. Assim, o condenado deverá ajuizar a ação de justificação na vara criminal. O CPP não traz nenhuma regra sobre o processo de justificação, razão pela qual deve-se aplicar, por analogia (art. 3º do CPP), o procedimento previsto no CPC.[footnoteRef:1] [1: Questão da prova oral da DPE/RN – Cespe.] 
ADVERTÊNCIA 1. Para o STF, na súmula 611, a competência para aplicação de uma nova lei a favor do réu após o trânsito em julgado é do juízo das execuções, não cabendo revisão criminal. Em caso de superveniência de lei mais benéfica (abolitio ou lexmitior), não cabe revisão, porque isso é matéria do juízo da execução penal (LEP 66, I e Súmula 611, STF). O mesmo raciocínio se aplica à anistia. 
ADVERTÊNCIA 2. Efeitos e consequências da ação revisional: ao julgar procedente a ação revisional estaremos diante das seguintes situações jurídicas: 
1. Judicium rescindens (juízo rescindente): ele se caracteriza pela desconstrução da coisa julgada material, em virtude do provimento da ação revisional. Juízo de cassação.
2. Judicium rescisorium (juízo rescisório): ele se caracteriza pela prolação de um acórdão substitutivo, ingressando-se no mérito da matéria revisada. Juízo de reforma.
Em regra, há os dois juízos. O quesó não irá ocorrer no caso de anular a sentença, já que, nesse caso, o processo será devolvido à origem para que se retorne seu curso a partir da nulidade, salvo se já extinta a punibilidade.
CONCLUSÃO1: Percebe-se que a procedência da ação revisional pode ocasionar:
· A absolvição do réu
· A alteração na classificação do crime
· Modificação da pena
· Nulificação do julgado. (proferindo um juízo rescindente e não rescisório; porque quando anula não julga o mérito, remetendo-o para a primeira instância, que jamais pode prejudicar o réu, porque haveria uma reformatio in pejus). Nos termos do par. único do art. 626, do CPP, jamais poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista. Por isso, aliás, que não se admite reformatio in pejus indireta, ou seja, anulado o processo em virtude revisão, não pode o réu ter sua pena agravada na nova sentença.
Art. 626.  Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Parágrafo único.  De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.
CONCLUSÃO2. Revisão criminal x Júri
Em virtude da soberania dos vereditos (art. 5º, XXXVIII), surgiram as seguintes posições:
1. PREVALECE. Para Frederico Marques, o Tribunal mitigando a soberania, poderá absolver o réu injustamente condenado pelo júri, afinal a soberania é uma garantia para o imputado e não deve, por um critério hermenêutico ser tomada em seu prejuízo. É a posição do STF. (STF RE 674.151/11).
2. Para Jorge Romeiro e NUCCI, ao argumento de que a soberania constitucionalmente preservada deve ser respeitada e o réu, pela procedência da revisão, seria encaminhado a um novo júri. Minoritária.
Q - 2010 – diz que a primeira está correta
Obs. Renato (com precedente de 2011) diz que prevalece a segunda corrente no STJ e no resumo do TRF diz que prevalece a primeira, mas atenta para julgado de 2002 que aplicou a segunda: Com efeito, no julgamento do HC 19.419-DF, a 5ª Turma do STJ, rel. Min. Jorge Scartezzini, entendeu que “o deferimento da revisão criminal implica que o mérito da ação seja apreciado, novamente, pelo Tribunal Popular, não podendo o Tribunal ad quem decidir a questão, sob pena de violação à soberania dos veredictos, assegurada constitucionalmente” (RT 811/557).
Nesse caso, faz-se uma ponderação entre o princípio da soberania dos veredictos e da ampla defesa, e conclui-se no sentido de o último deve prevalecer, a fim de não se perpetuar injustas privações da liberdade humana. 
*APROFUNDANDO:
REPERGUNTA: É possível o ajuizamento de Revisão Criminal para modificar os fundamentos de caso submetido ao Tribunal do Júri? Em tal caso, haveria ofensa ao princípio da soberania dos vereditos?
O tema é divergente, todavia, o entendimento dominante[1][footnoteRef:2] é no sentido de que a condenação penal definitiva imposta pelo Júri também pode ser desconstituída mediante revisão criminal, não lhe sendo oponível a cláusula constitucional da soberania do veredicto do Conselho de Sentença. Podem-se citar os seguintes argumentos em prol da referida corrente: [2: [1]Esse é o entendimento do STF e do STJ, tendo sido reafirmado nos julgados: (STF, 1ª Turma, HC 70.193/RS, Rel. Min. Celso de Mello, j. 21/09/1993, DJ 06/11/2006). REsp 1304155/MT, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. p/ Acórdão Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe 01/07/2014; AgRg no REsp 1154436/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11/12/2012, DJe 17/12/2012; HC 137504/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 28/08/2012, DJe 05/09/2012; REsp 964978/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Rel. p/ Acórdão Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/ RJ), QUINTA TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 30/08/2012.] 
a) A soberania dos veredictos do Júri, apesar de ser prevista constitucionalmente, não é absoluta, podendo a decisão ser impugnada, seja por meio de recurso, seja por revisão criminal. A CF não previu os veredictos como um poder incontrastável e ilimitado.
b) Segundo a doutrina, a soberania dos veredictos é uma garantia constitucional prevista em favor do réu e não da sociedade.
c) Desse modo, se a decisão do júri apresenta um erro que prejudica o réu, ele poderá se valer da revisão criminal. Não se pode permitir que uma garantia instituída em favor do réu (soberania dos veredictos) acabe por prejudicá-lo, impedindo que ele faça uso da revisão criminal.                                                        
REPERGUNTA: Em tal caso, o Tribunal que irá julgar a revisão criminal, além de fazer o juízo rescindente, poderá também realizar o juízo rescisório?
O tema é cercado de polêmicas, existindo duas correntes principais.
A primeira, encabeçada por Ada Pellegrini Grinover, que defende a possibilidade do Tribunal, ao julgar a revisão, ter competência para fazer o juízo rescindente e também o juízo rescisório.
A segunda corrente, defendida por Nucci, defende que o Tribunal só pode realizar o juízo rescindente, devendo determinar a realização de novo júri. Vejamos de maneira esquematizada:
	1ª corrente:
#TESEINSTITUCIONAL
O Tribunal, ao julgar a revisão, temcompetência para fazer o juízo rescindente e também o juízo rescisório.
	2ª corrente:
O Tribunal só poderá fazer o juízo rescindente, devendo determinar que seja realizado novo júri ao invés de absolver o réu.
	Quem defende: Ada Pellegrini Grinover e Frederico Marques[2][footnoteRef:3] [3: [2]Com esse entendimento: GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antônio Magalhães; FERNANDES, Antônio Scarance. Recursos no processo penal. 6ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. p. 247. Em sentido semelhante: MÉDICI, Sérgio de Oliveira. Revisão criminal. 2ª ed. São Paulo: EditoraRevista dos Tribunais, 2000. p. 201. No sentido de que é possível, em sede de revisão criminal, a absolvição, por parte do Tribunal de Justiça, de acusado condenado pelo Tribunal do Júri: STJ, 5ª Turma, REsp 964.978/SP, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu – Desembargador convocado do TJ/RJ.] 
	Quem defende: Guilherme de Souza Nucci e Renato Brasileiro
	A 5ª Turma do STJ já decidiu conforme a primeira corrente, vejamos: (...) 1. É possível, em sede de revisão criminal, a absolvição, por parte do Tribunal de Justiça, de réu condenado pelo Tribunal do Júri.(...) 5. Em uma análise sistemática do instituto da revisão criminal, observa-se que entre as prerrogativas oferecidas ao Juízo de Revisão está expressamente colocada a possibilidade de absolvição do réu, enquanto a determinação de novo julgamento seria consectário lógico da anulação do processo. (...)
 
	Com esse entendimento: STJ, 5ª Turma, HC 19.419/DF, Rel. Min. Jorge Scartezzini, j. 25/06/2002, DJ 18/11/2002 p. 251. Em sentido semelhante: STJ, 5ª
Turma, AgRg no REsp 1.021.468/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 02/08/2011, DJe 10/08/2011; STJ, 5ª Turma, REsp 1.172.278/GO, Rel. Min. Jorge Mussi, j.
26/08/2010, DJe 13/09/2010.
 
Renato Brasileiro[3][footnoteRef:4] discorre sobre o tema, vejamos: [4: [3] Código de Processo Penal comentado (2016), p. 1475.] 
“De fato é perfeitamente possível que o Tribunal de Justiça reconheça, por exemplo, que a decisão condenatória se baseou em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos, mas, a fim de não imiscuir-se na competência do juízo natural para os crimes dolosos contra a vida,determinar a submissão do acusado a novo julgamento pelo Júri.” 
ATENÇÃO: NÃO se comprometa!! Em rápida análise da doutrina, encontramos autores que afirmam tanto que prevalece na jurisprudência tanto a primeira corrente quanto a segunda. Por isso, o importante aqui é mostrar ao examinador o domínio das duas correntes e inclinar a sua preferência à primeira, já que mais favorável ao réu.
Olha o gancho!
Afinal, o que é mesmo juízo rescindente e rescisório?
No julgamento da revisão criminal, se o Tribunal decidir desconstituir a decisão impugnada, diz-se que houve juízo rescindente.
Se, além de desconstituir a decisão impugnada,o próprio Tribunal proferir outra decisão em substituição àquela que foi rescindida, diz-se que houve juízo rescisório.
#SELIGANOSSINÔNIMOS #AGRADEOEXAMINADOR
- JUÍZO DE CASSAÇÃO = JUÍZO RESCIDENTE
- JUÍZO DE REFORMA = JUÍZO RESCISÓRIO
d) Nulidade absoluta
Apesar de não estar no rol do art. 621, é retirada essa hipótese do art. 626 ao falar da possibilidade de nulidade do processo. Essa nulidade pode ser arguida em HC? Sim, desde que haja ameaça ou coação à liberdade. Se não houver é caso de revisão. Outra diferença é a possibilidade de haver dilação probatória na revisão.
4. Competência
	Decisão de juiz de primeiro grau
	TJ/TRF
	Acórdão do TJ
	TJ
	Acórdão do TRF
	TRF
	Acórdão do STJ
	STJ
	Acórdão do STF
	STF
STJ e STF julgam as revisões criminais quando impuseram condenação, seja em grau de competência originária, seja em grau de recurso. O Capez afirma que a competência também será desses tribunais quando eles confirmarem a condenação.
Obs. O conhecimento determina a competência para a revisão criminal. Efeito substitutivo. Ainda que não seja provido, na parte em que foi conhecido irá substituir a decisão recorrida. Situações
· Tribunal 2º grau conheceu/não conheceu/deu provimento/não deu provimento: Tribunal 2º grau julga a revisão criminal. (não importa, pois a competência é dele).
· RE e Resp - conheceu o recurso: STF ou STJ julgam a revisão criminal, apenas na parte que foi objeto do RE ou Resp.
· RE e Resp – não conheceu o recurso: Tribunal de 2º grau julga o recurso.
ADVERTÊNCIA 1. Caberá ao Regimento Interno definir o órgão competente no Tribunal para julgar a ação revisional (STF HC 93.515 c/c Art. 628). Art. 628.  Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares para o processo e julgamento das revisões criminais.
ADVERTÊNCIA 2. Juizados Especiais Criminais: 
	Juiz de 1º grau
	Turma Recursal
	Turma recursal
	Turma Recursal
É a posição do STJ– Resp 470.673.
Q 2013 – comentário diz que é polêmico.
Cabe revisão criminal contra sentença condenatória dos juizados? Há controvérsias. Alguns sustentam que, desde quando a Lei n. 9.099 não excluiu a ação de revisão criminal das decisões proferidas pelos juizados especiais criminais e respectivas turmas recursais, tal qual se fez relativamente à ação rescisória para os juizados cíveis (art. 59), admitiu, implicitamente, a revisional. Segundo o STJ, cabe revisão criminal das sentenças condenatórias proferidas nos juizados especiais e a competência é da Turma Recursal (STJ, CC 47718/RS, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/08/2008, DJe 26/08/2008). Porém, não cabe contra sentença que homologa transação penal, já que não existiu condenação nem sequer houve a análise de prova (STJ, REsp 1107723).
ADVERTÊNCIA 3.: o relator (APENAS ELE) da revisão criminal NÃO pode ter proferido decisão no processo que está sendo revisto.Art. 625.  O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo.
*O julgamento pelo STF de HC impetrado contra decisão proferida em recurso especial não afasta, por si só, a competência do STJ para processar e julgar posterior revisão criminal. João foi condenado em 1ª instância, tendo apelado ao TJ, que manteve a sentença. Em seguida, ele interpôs recurso especial ao STJ, que conheceu do Resp (examinou o mérito), mas negou provimento, mantendo a condenação. Houve o trânsito em julgado. Contra o acórdão do STJ, o réu impetrou habeas corpus no STF. A 1ª Turma do STF conheceu do habeas corpus, mas não concedeu a ordem por entender que não houve ilegalidade. A competência para julgar eventual revisão criminal será do STJ. STJ. 3ª Seção. RvCr 2.877-PE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 25/2/2016 (Info 578).
- No julgamento da revisão criminal, se o Tribunal decidir desconstituir a decisão impugnada, diz-se que houve juízo rescindente. Se, além de desconstituir a decisão impugnada, o próprio Tribunal proferir uma outra decisão em substituição àquela que foi rescindida, diz-se que houve juízo rescisório. Dessa feita, julgando procedente a revisão (juízo rescindente), o Tribunal poderá: alterar a classificação da infração (juízo rescindente + juízo rescisório); absolver o réu (juízo rescindente + juízo rescisório); modificar a pena (juízo rescindente + juízo rescisório); ou anular o processo (nesse caso, só haverá juízo rescindente, porque o processo será devolvido à 1ª instância, onde será proferida nova sentença).
- Competência: 1ª regra: a revisão criminal é sempre julgada por um Tribunal ou pela Turma Recursal. Não existe revisão criminal julgada por juiz singular. 2ª regra: se a condenação foi proferida por um juiz singular e não houve recurso, a competência para julgar a revisão criminal será do Tribunal (ou Turma) ao qual estiver vinculado o magistrado. Ex: juiz de direito condena o réu e não há recurso das partes, havendo trânsito em julgado. Caso seja proposta revisão criminal contra a sentença, esta será julgada pelo TJ. Ex: juiz federal condena o réu. A defesa interpõe apelação fora do prazo e esta não é conhecida. Ocorre o trânsito em julgado. Caso seja proposta revisão criminal contra a sentença, esta será julgada pelo TRF. Ex: juiz do juizado especial criminal condena o réu e as partes não interpõem recurso inominado, havendo trânsito em julgado. Caso seja proposta revisão criminal contra a sentença, esta será julgada pela Turma Recursal. 3ª regra: se a condenação foi mantida (em recurso) ou proferida (em casos de competência originária - foro privativo) pelo TJ, TRF ou Turma Recursal e contra este acórdão não foi interposto RE ou Resp, a competência para julgar a revisão criminal será do TJ, TRF ou Turma Recursal. Ex: juiz de direito condena o réu, que apela para o TJ. Este, no entanto, mantém a condenação. Contra este acórdão não houve recurso, ocorrendo o trânsito em julgado. Caso seja proposta revisão criminal, deverá ser ajuizada contra o acórdão do TJ (que substituiu a sentença) e esta revisional será julgada pelo próprio TJ. Ex: Prefeito é condenado pelo TRF (competência originária do TRF para julgar prefeitos por crimes federais). Contra este acórdão, não houve recurso, ocorrendo o trânsito em julgado. Caso seja proposta revisão criminal, deverá ser ajuizada contra o acórdão do TRF e esta revisional será julgada pelo próprio TRF. Ex: juiz do juizado condena o réu, que interpõe recurso inominado para a Turma Recursal. Esta, no entanto, mantém a condenação. Contra este acórdão não houve recurso, ocorrendo o trânsito em julgado. Caso seja proposta revisão criminal, deverá ser ajuizada contra o acórdão da TR (que substituiu a sentença) e esta revisional será julgada pela própria TR. 4ª regra: se a condenação foi mantida ou proferida pelo TJ ou TRF e contra este acórdão foi interposto RE ou Resp, de quem será a competência para julgar a revisão criminal? Depende: 1) Se o RE ou o Resp não forem conhecidos: a competência será do TJ ou TRF (regra 3 acima explicada). 2) Se o RE ou Resp forem conhecidos: 2.1) Caso a revisão criminal impugne uma questão que foi discutida no RE ou no Resp: a competência será do STF ou do STJ. 2.2) Caso a revisão criminal impugne uma questão que não foi discutida no RE ou no Resp: a competência será do TJ ou TRF.
- Compete ao STF processar e julgar, originariamente, a revisão criminal de seus julgados (art. 102, I, "j", da CF), sendo que, no Regimento Interno desse Tribunal, existe a previsão de se admitir a revisão criminal dos processos findos cuja condenação tenha sido proferida ou mantida no julgamento de ação penal originária, recurso criminal ordinário (art. 263) ou, se o fundamento coincidir com a questão federal apreciada, recurso extraordinário (art. 263, § 1º). Assim, o STF não é competente para o julgamento de revisão criminal proposta contra julgado proferido em HC. Isso já foi reconhecido pelo próprio STF: (...) O Supremo Tribunal Federal é competenteapenas para processar e julgar revisão criminal quando a condenação tiver sido por ele proferida ou mantida no julgamento de ação penal originária, em recurso criminal ordinário ou em recurso extraordinário com conhecimento do mérito. (...) STF. Plenário. RvC 5448 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/03/2016.
5. Justa indenização
Nada impede na revisão que o Tribunal reconheça a justa indenização, em virtude do erro judiciário.
Obs. responsabilidade do estado por atos de jurisdição
· Regra: Irresponsabilidade
· Exceção: Responsabilidade objetiva – erro judiciário e preso além do tempo fixado em sentença.
Há necessidade de pedido expresso.
Obs. a indenização engloba eventuais danos matérias e/ou morais, assim como eventuais valores já pagos pelo réu à suposta vítima, em eventual ação civil ex delicto.
Obs. art. 630, §2, B – não tem respaldo constitucional, afinal a indenização é cabível se a condenação injusta é fruto da ação pública ou privada. Nada impede, contudo, que o Estado ingresse com ação regressiva contra o querelante.
Art. 630.  O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1o  Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2o  A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Indenização civil: a revisão se justifica diante da existência de um erro judicial. A CR/88 garante a indenização em face de erro judicial. A indenização deve ser pedida na própria revisão ou em uma ação civil autônoma? É possível tanto a ação autônoma, quanto o pedido dentro da própria revisão. Aliás, o comum é pedir dentro da própria ação de revisão criminal. Se o julgador deferir, o acórdão é ILÍQUIDO, ou seja, determina que haverá a indenização, mas não fixa o quantum. Assim, é imprescindível a liquidação do acórdão para depois ser feita sua execução. A União arcará se o erro for da justiça federal e o estado membro se for da justiça estadual. A responsabilidade do poder público é OBJETIVA. EXCEÇÃO: quando a condenação decorrer de ato ou falta imputável ao réu, a exemplo da confissão ou da ocultação de prova em seu poder (culpa exclusiva). A responsabilidade de pagamento é devida também em caso de ação penal privada, apesar da disposição do art. 630, §2º, “b”, CPP em sentido contrário. O Estado terá ação regressiva contra os agentes que tenham agido com dolo.
6. Revisão criminal em face das condições da ação
6.1. Legitimidade ad causam
a) Ativa: art. 623 – réu, advogado, CADI.
b) Passiva: Estado Membro ou a União, conforme o caso.
O MP não é legitimado passivo daação de revisão criminal, funcionando, entretanto, como custos legis.
6.2. Interesse de agir
Ele se caracteriza com o trânsito em julgado da decisão condenatória ou absolutória imprópria (art. 625).
É irrelevante se houve o esgotamento dos recursos ordinários postos à disposição da defesa. Pode não ter recorrido nem da sentença de primeira instância. Basta o trânsito em julgado. Dessa forma não há que se falar em necessidade de prequestionamento. STF.
6.3. Possibilidade jurídica do pedido
É necessário que exista uma decisão definitiva com conteúdo desfavorável à defesa, já que não sabe revisão pró sociedade.
7. HC nas hipóteses de flagrante nulidade revisão criminal
Para o STF, o HC não funciona como um sucedâneo explícito e banalizado da revisão criminal. Todavia, se a decisão impugnada é manifestamente nula, nada impede o manejo do HC, inclusive com pedido liminar. (HC 101.542).
8. Efeito extensivo
Se a ação revisional for julgada procedente, o réu que não entrou com a ação de revisão pode ser beneficiado pela revisional do seu comparsa, desde que o fundamento seja objetivo, ou seja, comum a todos eles (EXEMPLO: fato atípico.) O art. 580 CPP (efeito extensivo) é aplicado inclusive à ação revisional. STF HC 107. 731
Ademais, considerando que a revisão criminal é uma ação de impugnação de caráter excepcional, somente admissível em favor do réu,nada impede que se produza uma decisão ultra ou extra petita. Assim, por exemplo, o Tribunal pode absolver o réu, ainda que o pedido tenha sido de anulação do processo ou apenas uma diminuição da pena.
9. Recolhimento ao cárcere
Para o STF, na súmula 393, o manejo da ação revisional não exige o recolhimento do réu ao cárcere.
CERTIDÃO DE ÓBITO FALSA: Sentença que declara extinta a punibilidade com base em certidão de óbito falsa não faz coisa julgada em sentido material, razão pela qual não se admite o manejo de revisão criminal contra ela (proibição da revisão criminal pro societate). Segundo o STF, o caso é de REVOGAÇÃO da sentença: “A decisão que, com base em certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade do réu pode ser revogada, dado que não gera coisa julgada em sentido estrito” (STF, HC 104998, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 14/12/2010)
TRF4: sentença estrangeira homologada no Brasil admite revisão criminal? NÃO, a revisão criminal é cabível no país de origem e não no Brasil.
Obs. a revisão não tem efeito suspensivo – agente continua preso.Em casos de manifesta ilegalidade, pode haver antecipação da tutela ou poder geral de cautela do juiz. HC de ofício.
Obs. não cabe apelação, por ser competência originária de Tribunal, e embargos infringentes de decisão não unanime, pois só são cabíveis embargos infringentes no caso de RESE, apelação e agravo em execução.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA DO STJ
1) A revisão criminal não é meio adequado para reapreciação de teses já afastadas por ocasião da condenação definitiva.
2) O julgamento superveniente da revisão criminal prejudica, por perda de objeto, a análise do habeas corpus anteriormente impetrado.
3) Não é cabível habeas corpus como sucedâneo recursal ou para substituir eventual revisão criminal.
4) O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal de habeas corpus impetrado contra decisão proferida em recurso especial não afasta, por si só, a competência do Superior Tribunal de Justiça para processar e julgar posterior revisão criminal.
5) É assegurada à defesa a sustentação oral em sessão de julgamento de revisão criminal. #Defensoria
6) A aplicação do princípio do favor rei veda a revisão criminal pro societate. #MP
7) A Turma Recursal é o órgão competente para o julgamento de revisão criminal ajuizada em face de decisões proferidas pelos Juizados Especiais. [footnoteRef:5] [5: Alta incidência em prova] 
8) É possível a correção da dosimetria da pena em sede de revisão criminal.
9) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a desconstituição da decisão por meio de revisão criminal.
10) O ajuizamento de revisão criminal não importa em interrupção da execução definitiva da pena, tendo em vista a ausência de efeito suspensivo.
11) O réu possui capacidade postulatória para propor revisão criminal, nos termos do art. 623 do CPP, que foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 e não foi revogado pela Lei n. 8.906/94 Estatuto da Advocacia.[footnoteRef:6] [6: Alta incidência em prova] 
12) Na revisão criminal prevista no art. 105, I, e, da CF, apenas a questão federal anteriormente decidida por esta Corte Superior pode ser examinada.
13) O acolhimento da pretensão revisional, nos moldes do art. 621, I, do CPP, é excepcional e limita-se às hipóteses em que a contradição à evidência dos autos seja manifesta, dispensando a interpretação ou análise subjetiva das provas produzidas.
14) A mudança de orientação jurisprudencial e a interpretação controvertida a respeito de determinado dispositivo legal não são fundamentos idôneos para a propositura de revisão criminal.[footnoteRef:7] #MP [7: Alta incidência em prova] 
15) A justificação criminal é via adequada à obtençãode prova nova para fins de subsidiar eventual ajuizamento de revisão criminal.[footnoteRef:8] #Defensoria [8: Atenção para esse entendimento em provas de segunda etapa] 
16) A revisão criminal não pode ser fundamentada no arrolamento de novas testemunhas, tampouco na reinquirição daquelas já ouvidas no processo de condenação. #MP
18) O atraso no julgamento da revisão criminal provocado exclusivamente pela defesa não caracteriza excesso de prazo. #MP
20) *O réu foi condenado, sentença que transitou em julgado. Um tempo depois, foi ajuizada revisão criminal pedindo a desconstituição da condenação. O Tribunal de Justiça votou no sentido de NEGAR o pedido do réu. Apesar disso, por uma FRAUDE, o resultado do julgamento foi alterado e a proclamação saiu como se o pedido do réu houvesse sido aceito e ele tivesse sido absolvido na revisão criminal. O acórdão “fraudulento” foi publicado, tendo o Ministério Público sido intimado e não apresentado recurso, razão pela qual houve o trânsito em julgado da revisão criminal. Cerca de um ano e meio mais tarde, após uma reportagem de jornal, o TJ descobriu a fraude que havia sido perpetrada. Diante disso, o Tribunal, de ofício, convocou nova sessão na qual os Desembargadores retificaram o julgamento e publicaram novo acórdão, agora proclamando o resultado correto, ou seja, indeferindo a revisão criminal. 
O autor da revisão criminal interpôs recurso contra esse segundo acórdão publicado. Alegou que houve violação da coisa julgada e ofensa ao princípio da segurança jurídica, ao argumento de que, após a publicação do acórdão absolutório, sem que houvesse a interposição de recurso, não poderia o Tribunal, de ofício, modificar sua decisão, especialmente quando decorridos mais de um ano e meio desde o trânsito em julgado. O STJ concordou com a providência adotada pelo TJ? SIM. O STJ decidiu que o Tribunal pode, a qualquer momento e de ofício, desconstituir acórdão de revisão criminal que, de maneira fraudulenta, tenha absolvido o réu, quando, na verdade, o posicionamento que prevaleceu na sessão de julgamento foi pelo indeferimento do pleito revisional. A publicação intencional de acórdão ideologicamente falso – que não retrata, em nenhum aspecto, o julgamento realizado - com o objetivo de beneficiar uma das partes, mesmo após o trânsito em julgado, não pode reclamar a proteção de nenhum instituto do sistema processual (coisa julgada, segurança jurídica etc.). STJ. 6ª Turma. REsp 1.324.760-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/12/2014 (Info 555). 
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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