Buscar

5 NACIONALIDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
NACIONALIDADE 
 
 
 
Por Bruna Daronch 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 3 
2 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE ......................................................................................................................... 7 
3 BRASILEIROS NATOS ....................................................................................................................................... 8 
4 BRASILEIROS NATURALIZADOS ....................................................................................................................... 11 
5 SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES: “quase nacionais” .......................................................................................... 19 
6 DIFERENÇAS ENTRE NATOS E NATURALIZADOS ............................................................................................... 21 
7 PERDA DA NACIONALIDADE ........................................................................................................................... 23 
8 DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO ................................................................................................. 30 
9 BIBLIOGRAFIA INDICADA ................................................................................................................................ 31 
 
 
3 
 
ATUALIZADO EM 27/02/20181 
 
Caros alunos Ciclos, a FUC sobre Nacionalidade está totalmente atualizada com a nova Lei de Migrações (Lei 
13.445/2017). 
 
#SELIGA: Em quase todos os tópicos de substanciais mudanças, colocamos #TABELAS comparando os 
institutos/requisitos para ressaltar as principais novidades da nova legislação e o Estatuto do Estrangeiro, que foi 
integralmente revogado. 
 
NACIONALIDADE 
1 INTRODUÇÃO 
 
- Nacionalidade - vínculo jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, fazendo dele um componente do POVO 
(NACIONAIS DE UM PAÍS). 
 
#DOUTRINA: Gilmar Ferreira Mendes conceitua nacionalidade como vínculo político e pessoal que se estabelece 
entre o Estado e o indivíduo, fazendo com que este integre uma dada comunidade política, o que faz com que o 
Estado distinga o nacional do estrangeiro para diversos fins. Afirma, ainda, que o conceito de nacionalidade associa-
se ao ser humano. Somente por extensão pode-se cogitar de nacionalidade de pessoas jurídicas, empresas ou coisas. 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 e a Convenção Americana de São José da Costa Rica 
estabelecem que a pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em que tiver nascido, na falta de outra. Busca-se, 
portanto, evitar a situação dos apátridas. 
 
Qual a natureza jurídica da nacionalidade? É ponto de divergência doutrinária a natureza jurídica da nacionalidade. 
Dentre elas, pode-se destacar: a contratual, a de vínculo jurídico e a de vínculo político. A corrente contratualista 
sustenta ser a nacionalidade um contrato entre o indivíduo e o Estado, do qual resultariam direitos e deveres para os 
contratantes. Esta teoria é insuficiente para explicar o fenômeno da nacionalidade, uma vez que o recém-nascido 
 
1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo 
(setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura 
identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o 
número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do 
conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente 
citados. 
4 
 
também a possui, mesmo não podendo concluir um contrato, pois este pressupõe manifestação de vontade. 
Entretanto, pode-se considerá-la como sendo ao mesmo tempo um vínculo jurídico e político que une o indivíduo 
ao Estado, uma vez que dá a ele direitos e deveres de um modo geral e, em especial, direitos políticos. 
 
- Apesar de nacionalidade derivar de natio (nação), o conceito de nacional não é ligado a nação, mas ao povo 
(conceito mais amplo). Quando se fala em nação, a nação pressupõe um vínculo entre as pessoas, ou de origem 
histórica, ou de origem cultural, ou de língua. As pessoas têm características em comum. O povo é um conceito mais 
amplo. No Canadá, por exemplo, alguns são mais ligados ao povo francês, outros são mais ligados ao povo inglês. A 
palavra povo abrange os nacionais de um país. 
 
- Povo - conjunto de pessoas que fazem parte do Estado (elemento humano), unido ao Estado pelo vínculo jurídico-
político da nacionalidade. O povo é a dimensão pessoal do fenômeno estatal. 
 
Povo brasileiro = brasileiros natos + naturalizados. 
 
 
 
 
 
 
- População - conjunto de residentes no território, sejam eles nacionais ou estrangeiros, ou, ainda, apátridas. 
 
POVO POPULAÇÃO 
Conceito político e jurídico Conceito estatístico 
Inclui apenas os nacionais Inclui nacionais e estrangeiros 
Inclui os nacionais no exterior Inclui pessoas apenas de passagem pelo país 
Brasileiros natos e naturalizados Inclui todo mundo: brasileiros, estrangeiros, 
apátridas, pessoas de passagem 
 
#NÃOCONFUNDIR: 
Povo População Nação Cidadania 
Conjunto de pessoas 
(elemento humano do 
Estado) unidas pelo 
Conjunto de habitantes 
de um território, 
podendo ser nacionais 
Agrupamento humano 
ligados por laços 
históricos, culturais, 
Possui como 
pressuposto a 
nacionalidade, 
NACIONALIDADE 
INDIVÍDUO ESTADO 
5 
 
vínculo da 
nacionalidade. 
ou estrangeiros. econômicos e 
linguísticos. 
caracterizando-se como 
titularidades de direitos 
políticos de votar e ser 
votado. 
 
#DOUTRINA: Nacionalidade é um conceito mais amplo que o de cidadania. Por conseguinte, pressupõe-se que todo 
cidadão brasileiro é titular da nacionalidade brasileira, seja ela primária ou secundária. Nacionalidade  direitos 
políticos  cidadania. 
 
#SELIGA: O exercício de DIREITOS POLÍTICOS possui como pressuposto a nacionalidade, seja ela originária ou 
derivada. 
 
#CONCLUSÃO: O cidadão é o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos. 
 
- A nacionalidade é regulamentada pelo direito interno (caráter estritamente soberano da concessão da 
nacionalidade). Algumas regras gerais sobre a nacionalidade: 
 
a) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade (considerado um direito humano). Evita-se a figura do apátrida (ou 
HEIMATLOS, expressão alemã que significa sem pátria ou apátrida). 
b) Toda pessoa deveria ter apenas uma nacionalidade. Isso evitaria os conflitos da polipatridia (repulsa histórica do 
DIP à polipatridia, embora ainda exista). 
c) Toda pessoa tem direito a mudar de nacionalidade, direito que está sujeito às regras estabelecidas pelos entes 
estatais envolvidos. 
d)Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade (art. XV da DUDH). A pessoa pode perder sua 
nacionalidade, desde que a partir de regras previamente estabelecidas e compatíveis com as normas internacionais 
de direitos humanos e com o Estado de Direito. Ex: art. 15 da CF. 
e) A nacionalidade deve ser efetiva, ou seja, fundamentada em laços sociais consistentes entre o indivíduo e o 
Estado. Busca-se evitar que a nacionalidade seja concedida em bases meramente mercantilistas ou fictícias. 
f) A nacionalidade da mulher não se relaciona com a do marido. 
g) Os filhos de agentes de Estados estrangeiros herdam a nacionalidade dos pais, não importa onde nasçam. 
h) É proibido o banimento: o Estado não deve expulsar ou deportar o nacional de seu próprio território (art. 5º, 
XLVII, d). Por outro lado, o Estado sempre deve receber osdetentores de sua nacionalidade quando venham do 
exterior, inclusive quando expulsos ou deportados de Estado estrangeiro (lembrar também da figura do refugiado). 
 
6 
 
#DOUTRINA #OLHAOGANCHO 
- Apesar de a concessão de nacionalidade ser em grande parte fruto da discricionariedade dos Estados, A SUA PERDA 
DEVE SE DAR EM VIRTUDE DE DETERMINADAS DISPOSIÇÕES LEGAIS OU MESMO CONSTITUCIONAIS. Um Estado não 
pode arbitrariamente privar o indivíduo de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. 
- A Convenção de Haia determina que um Estado não pode exercer sua proteção diplomática em proveito de um seu 
nacional contra outro Estado de que o mesmo seja também nacional. Dispõe também que, em um terceiro Estado, o 
indivíduo que possua várias nacionalidades deverá ser tratado como se tivesse só uma, podendo esse terceiro 
Estado reconhecer, dentre as alternativas existentes, apenas a nacionalidade do país no qual ele tenha sua residência 
habitual e principal ou a do país ao qual, segundo as circunstâncias, o estrangeiro pareça mais ligado, ou seja, a 
nacionalidade mais efetiva. 
- O ordenamento brasileiro não comporta nenhuma possibilidade de admissão da apatridia, embora contemple 
hipóteses de perda da nacionalidade brasileira (art. 15, CF), que podem levar à apatridia. 
- O Brasil admite a polipatridia, mas não expressamente. É que o brasileiro perde a nacionalidade quando adquire 
outra, salvo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira e de imposição de 
naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para 
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Nesses casos, o sujeito terá a nacionalidade 
brasileira + outra nacionalidade (polipatridia). 
 
#EXEMPLIFICACOACH: Cláudio, súdito do Estado A, estabeleceu seus negócios no Estado B, onde constituiu vasto 
patrimônio. Anos depois, correndo risco de se ver expropriado de seus bens pelo governo do Estado B e sem poder 
contar, por motivos históricos adversos, com a proteção diplomática de seu Estado pátrio, Cláudio emigrou para o 
Estado C, onde requereu imediatamente a sua naturalização, para receber a proteção diplomática, necessária para 
iniciar procedimento na CIJ contra o Estado B. Nessa situação, compete à CIJ, como pressuposto ao exame da 
proteção diplomática outorgada, deliberar acerca da efetividade internacional do ato de naturalização de Cláudio, 
embora tenha sido este realizado no âmbito da soberania nacional do Estado C. Atenção: a assertiva traz a 
descrição dos fatos ocorridos no caso nottebohm, no qual a CIJ decidiu que, para fins de outorga de proteção 
diplomática, a nacionalidade deve ser efetiva e contínua, o que não se configurava no caso. 
 
- Na hipótese de dupla nacionalidade, qualquer um dos Estados pode, em regra, exercer proteção diplomática em 
favor do indivíduo. Entretanto, NÃO É ADMITIDO O ENDOSSO NOS CASOS DE RECLAMAÇÃO FEITA PELO INDIVÍDUO 
CONTRA O SEU OUTRO ESTADO PATRIAL. A jurisprudência internacional reconheceu essa exceção em 1912, no caso 
Canevaro, relativo a um binacional italiano iure sanguinis e peruano iuresolis que tem suas propriedades 
expropriadas pelo governo peruano e busca proteção diplomática pela Itália. 
 
7 
 
2 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE 
 
1. Nacionalidade originária; primária; de origem; involuntária; de 1º grau, nata - brasileiros NATOS. 
- A nacionalidade originária não é adquirida por um ato de vontade (imposta de maneira unilateral), mas pelo 
nascimento (fato natural). 
 
Existem dois critérios para a atribuição da nacionalidade originária: jus soli (critério territorial) e jus sanguinis 
(critério sanguíneo). Cada Estado escolhe o seu critério (soberania). 
 
#IMPORTANTE: O Brasil utiliza o CRITÉRIO MISTO. O critério territorial (jus soli) não depende de mais nada: é 
brasileiro se nasceu no território brasileiro. Já o critério sanguíneo depende de outro fator, ele sozinho não é capaz 
de conferir nacionalidade à pessoa. 
 
2. Nacionalidade secundária ; adquirida ; voluntária ; por aquisição ; de 2ª grau ; por naturalização - 
brasileiros NATURALIZADOS. 
- A nacionalidade secundária é atribuída por fato posterior ao nascimento, normalmente em decorrência da 
manifestação de vontade do Estado em conceder sua nacionalidade e, em regra, da vontade do indivíduo em adquiri-
la. Essa nacionalidade pode ser requerida tanto por estrangeiros quanto pelos heimatlos (apátridas). 
 
- O critério de aquisição da nacionalidade secundária por excelência é a naturalização. Na prática internacional 
existem outros critérios, como o casamento, o vínculo funcional e a vontade da lei (naturalização unilateral). 
 
#ATENÇÃO: o brasil não adota o casamento como critério de atribuição da nacionalidade secundária. Entretanto, o 
estrangeiro casado com cônjuge brasileiro pode fazer jus à redução do prazo mínimo de residência no brasil para 
obter a naturalização, que pode passar de 4 para apenas 1 ano ou, no caso de cônjuges de diplomatas, para apenas 
30 dias de permanência no país. 
 
- A nacionalização unilateral ocorreu com a Constituição de 1891. 
 
- Os JUÍZES FEDERAIS são competentes para processar e julgar as causas referentes à NACIONALIDADE. Eventuais 
recursos deverão ser apreciados pelos TRFs. 
 
8 
 
Essa nacionalidade secundária pode ser dividida em: 
 
a) Ordinária: Não cria direito público subjetivo; por mais que o naturalizando preencha os requisitos, o ato é 
discricionário, a concessão da nacionalidade é ato de soberania do Estado, dependendo de oportunidade e 
conveniência políticas. Esta nacionalidade pode ser adquirida por: a) todos os estrangeiros (menos os originários de 
países de língua portuguesa); b) todos os originários de países de língua portuguesa (menos os portugueses); c) 
portugueses; d) legais (Lei de Migração). 
 
b) Extraordinária: Cria direito público subjetivo para o naturalizando. Se ele preencher os requisitos, terá direito à 
naturalização, bastando ela pedir. 
 
#CONCEITOS: 
 - Critério JUS SANGUINIS: O que interessa para a aquisição da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, 
pouco importando o local onde o indivíduo nasceu. 
 - Critério JUS SOLI ou da territorialidade: Nesse critério, o que importa para a definição e aquisição da nacionalidade 
é o local de nascimento, e não a descendência. 
 
3 BRASILEIROS NATOS 
 
a) JUS SOLI - os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não 
estejam a serviço de seu país. 
 
- Pais a serviço de seu país = nacionalidade dos pais. Exemplo: um diplomata alemão vem ao Brasil com sua esposa 
(ela não precisa estar a serviço do país). O filho será alemão nato, não brasileiro. 
 
- E se um dos pais está a serviço e outro não? Exemplo: um cônsul italiano vem ao Brasil e se casa com uma chilena 
que trabalha na iniciativa privada (não está a serviço). O filho será tanto italiano nato quanto brasileiro nato. Por que? 
A mãe não está a serviço do Chile. Para que a criança não adquira a nacionalidade brasileira, mesmo nascendo no 
Brasil, é necessário que ambos os pais estejam a serviço de seu país ou que um deles esteja apenas acompanhando 
o outro. 
 
- Caso o estrangeiro esteja a serviço de outro país (ex.: austríaco a serviço da França), o filho nascido no Brasil será 
brasileiro. 
9 
 
 
#ATENÇÃO: Hans nasceu em território brasileiro, mas seu pai, acompanhado da sua mãe, é cônsul da República da 
Gemênia no Brasil. Nesse caso, Hans terá nacionalidade gemênica. 
Serão considerados nascidos no Brasil os nascidos em navios de bandeira brasileira somente quando trafeguem por 
espaços neutros, e não onde quer que se encontrem, pois se estiverem no espaço soberano de outro Estado, terão 
então a nacionalidade deste local. 
 
b) JUS SANGUINIS + CRITÉRIO FUNCIONAL - os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro oumãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. 
 
- Serviço público é o prestado a qualquer um dos entes (U, E, DF, M), independente de sua natureza. 
 
- Aqui, basta o pai ou a mãe. Não precisa ser os dois. É o contrário da hipótese anterior. O pai é brasileiro, está a 
serviço do Brasil, e a criança nasce no estrangeiro. O filho será brasileiro nato. Da mesma forma que o nosso OJ não 
reconhece a nacionalidade quando os dois pais estão a serviço de seu país (ex.: cônsul italiano e companheira), o 
filho do brasileiro a serviço no exterior será brasileiro. E se o pai brasileiro for casado com uma italiana? O filho terá a 
nacionalidade brasileira e italiana. Basta que o pai esteja a serviço do país. 
 
- A aquisição da nacionalidade, nessa hipótese, independe de formalidades. 
 
c) JUS SANGUINIS + REGISTRO - os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente[...]. 
 
- Preceito incluído pela EC 54/07, adotando o critério do ius sanguinis somado a um requisito específico: a 
necessidade de registro em repartição brasileira competente (Embaixada ou Consulado), independentemente de 
qualquer outro procedimento subsequente, além do registro, para confirmar a nacionalidade. 
 
d) JUS SANGUINIS + RESIDÊNCIA + OPÇÃO [...]OU venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, 
DEPOIS DE ATINGIDA A MAIORIDADE, pela nacionalidade brasileira. 
 
- Preceito incluído pela EC 54. 
 
- A adoção pode ser utilizada como critério para a atribuição da nacionalidade originária. 
 
10 
 
- E se a criança vier ao Brasil com menos de 18 anos? Nesse caso ela não teria capacidade pra manifestar sua 
vontade. O STF entende que como essa opção só pode ser feita após a maioridade, filho de brasileiro(a) que vem 
residir no Brasil antes dos 18 anos adquire a nacionalidade brasileira automaticamente. Quando atinge a 
maioridade, a nacionalidade fica suspensa. Até os 18 é automático, depois de 18 suspende até a opção 
confirmativa. Se não optar, não é mais brasileiro nato. Se optar, é brasileiro nato. É a nacionalidade provisória até os 
18 anos. 
 
* #NOVIDADELEGISLATIVA: O filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha sido registrado 
em repartição consular poderá, a qualquer tempo, promover ação de opção de nacionalidade. O órgão de registro 
deve informar periodicamente à autoridade competente os dados relativos à opção de nacionalidade, conforme 
regulamento. 
 
#ATENÇÃO: Helen, com 17 anos, nasceu na Gemênia e é filha de pais brasileiros, sendo que nenhum deles esteve na 
Gemênia a serviço da República Federativa do Brasil. Nesse caso, Helen poderá ser considerada brasileira nata, mas 
só poderá fazer essa opção após atingir a maioridade, e não com 17 anos. 
- O indivíduo que fizer pedido de opção da nacionalidade brasileira após a prática de um delito no exterior não 
será extraditado! Entretanto, o STF também admite que o processo de extradição seja suspenso enquanto tramita o 
pedido de opção da nacionalidade brasileira. Afinal, se o indivíduo for brasileiro nato (em razão da opção), ele não 
poderá ser extraditado. 
 
#APROFUNDAMENTO: O que se entende por nacionalidade potestativa? É aquela prevista no art. 12, inciso I, alínea 
“c”, da CF. Atualmente os requisitos são: Nascidos de pai brasileiro ou mãe brasileira; Que nenhum dos pais estivesse 
a serviço do Brasil; Inocorrência do registro na repartição competente; Fixação de residência a qualquer tempo; 
Realização da opção, após a maioridade, a qualquer tempo. No momento em que o filho de pai brasileiro e/ou mãe 
brasileira, que não estivessem a serviço do Brasil, nascido no estrangeiro, fixasse residência no Brasil, adquiriria a 
nacionalidade provisória, que seria confirmada com a opção feita perante a Justiça Federal, a partir da maioridade. 
Como a realização da opção exige plena capacidade de manifestação de vontade, se a fixação de residência em 
território nacional ocorrer antes da maioridade, passará a ser considerado brasileiro nato, porém sujeita essa 
nacionalidade a manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a maioridade. 
Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da 
nacionalidade brasileira. 
 
#IMPORTANTE: Durante o período de fixação da residência até atingir a maioridade civil, todos os direitos inerentes 
à nacionalidade poderão ser exercidos, pois a aludida condição suspensiva só vigorará a partir da maioridade. 
11 
 
Também por este motivo que Gilmar Ferreira Mendes afirma que, pendente a nacionalidade brasileira do 
extraditando da homologação judicial ex tunc da opção, já manifestada, suspende-se o processo de extradição. 
 
#DOUTRINA: Gilmar Ferreira Mendes destaca que o texto constitucional não cuidou das questões atinentes à 
nacionalidade nos espaços hídricos, aéreos ou terrestres não submetidos à soberania de um Estado. Assim, adota-se 
a posição de Pontes de Miranda que considera brasileiros natos os nascidos a bordo de navios ou aeronave de 
bandeira brasileira quando estiverem em espaço neutro. 
 
4 BRASILEIROS NATURALIZADOS 
 
- A naturalização pode ser tácita ou expressa. A CF não prevê a naturalização tácita, como aconteceu com a 
Constituição de 1824 e 1891 (todos aqueles que estavam no território brasileiro e não optaram por manter a 
nacionalidade de origem foram automaticamente considerados brasileiros). 
 
- A CF somente estabeleceu a naturalização EXPRESSA, que está prevista no inciso II. Duas possibilidades: 
 
a) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua 
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral = naturalização ordinária. 
 
- “Na forma da lei”: reportava-se ao Estatuto do Estrangeiro. Hoje, aplica-se a Lei de Migração (veja as novidades 
abaixo). 
 
- A naturalização é faculdade exclusiva do poder executivo e far-se-á mediante portaria do ministro da justiça, com 
efeitos retroativos à data do requerimento. (STF, Inf. 689). 
 
- A portaria de naturalização do Ministro da Justiça gerará a emissão, pelo Ministério da Justiça, de certificado de 
naturalização, o qual será solenemente entregue pelo juiz federal da cidade onde tenha domicílio o interessado. A 
naturalização só gera efeitos com a entrega solene. 
 
*#ATENÇÃO: A partir de 21 de novembro de 2017, em razão da vigência da Lei nº 13.445/2017, não serão mais 
expedidos Certificados de Naturalização, passando a concessão de tal direito a surtir efeitos a partir da data da 
publicação da Portaria de concessão de naturalização no Diário Oficial da União, conforme disposto no Art. 73 da 
referida Lei. 
12 
 
 
- O dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça poderá determinar, se necessário, outras diligências. Em 
qualquer caso, o processo deverá ser submetido, com parecer, ao Ministro da Justiça. 
 
- A formulação de pedido de naturalização impede a deportação do estrangeiro com visto de permanência vencido 
quando o exame do pedido de obtenção da nacionalidade secundária brasileira estiver atrasado. 
 
- O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 anos de sua vida e estabelecido definitivamente no 
território nacional poderá requerer ao Ministro da Justiça enquanto menor, por intermédio de seu representante 
legal, a emissão de certificado provisório de naturalização (naturalização provisória), que valerá como prova de 
nacionalidade brasileira até 2 anos após atingida a maioridade, prazo para a opção confirmativa perante o Ministro 
da Justiça. #REVOGADO #LEI13.445/2017 
 
- Após a naturalização, qualquer mudança de nome ou do prenome será excepcional e motivada, mediante 
autorização do Ministro da Justiça. 
 
Importante destacar que a naturalização não importa aquisição danacionalidade brasileira pelo cônjuge e 
filhos do naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou permaneçam no Brasil sem que satisfaçam às exigências 
da Lei de Migração. Ademais, a naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o naturalizado 
estava anteriormente sujeito em qualquer outro Estado. 
 
Vamos estudar as #NOVIDADES trazidas pela Lei de Migração? 
 
Modalidades de Naturalização 
Ordinária 
Extraordinária 
Especial 
Provisória 
 
a) Naturalização Ordinária: 
 
A concessão da naturalização ordinária depende do preenchimento de uma série requisitos, que em 
comparação com as disposições do Estatuto do Estrangeiro, sofreram certo abrandamento: 
 
#DEOLHONASNOVIDADES: 
13 
 
Lei 13.445/2017 
(Art. 65) 
Lei 6.815/1980 
(Art. 112) 
Será concedida a naturalização ordinária àquele que 
preencher as seguintes condições: 
São condições para a concessão da naturalização: 
Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira Capacidade civil, segundo a lei brasileira 
Ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo 
de 4 (quatro) anos 
Ser registrado como permanente no Brasil 
Comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as 
condições do naturalizando 
Residência contínua no território nacional, pelo prazo 
mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao 
pedido de naturalização 
Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, 
nos termos da lei 
Ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as 
condições do naturalizando 
 – 
Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à 
manutenção própria e da família 
 – Bom procedimento 
 – 
Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no 
Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja 
cominada pena mínima de prisão, abstratamente 
considerada, superior a 1 (um) ano 
 – 
Boa saúde (requisito dispensado ao estrangeiro que 
reside no Brasil há mais de 2 anos). 
 
A nova lei ainda prevê hipóteses em que o prazo de residência no território nacional será reduzido para, no 
mínimo, um ano. Vejamos as novas hipóteses em comparação com a previsão constante no Estatuto do Estrangeiro, 
que continha prazos variáveis, conforme o caso: 
 
#DEOLHONASNOVIDADES: 
Lei 13.445/2017 
(Art. 66) 
Lei 6.815/1980 
(Art. 113) 
Redução do prazo de naturalização = 1 ano 
Mediante preenchimento de quaisquer das 
seguintes condições: 
Redução do prazo de naturalização = prazo 
variável (1, 2 ou 3 anos) 
Ter filho brasileiro Ter filho ou cônjuge brasileiro (Um ano) 
1 ano de 
Ter cônjuge ou companheiro brasileiro e não Ser filho de brasileiro 
14 
 
estar dele separado legalmente ou de fato no 
momento de concessão da naturalização 
residência 
Haver prestado ou poder prestar serviço 
relevante ao Brasil 
Haver prestado ou poder prestar serviços 
relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça 
Recomendar-se por sua capacidade 
profissional, científica ou artística 
Recomendar-se por sua capacidade profissional, 
científica ou artística 
2 anos de 
Residência 
 – 
Ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo 
valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior 
Valor de Referência; ou ser industrial que 
disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota 
ou ações integralizadas de montante, no mínimo, 
idêntico, em sociedade comercial ou civil, 
destinada, principal e permanentemente, à 
exploração de atividade industrial ou agrícola. 
 
3 anos de 
residência 
 
 
 
#AJUDAMARCINHO #PONTODEDESTAQUE: Vimos acima que, para ocorrer a naturalização ordinária, é necessário 
que o estrangeiro tenha residência no Brasil pelo prazo mínimo de 4 anos. A Lei prevê, contudo, que esse prazo 
mínimo poderá ser reduzido para 1 ano, se o naturalizando: II - tiver filho brasileiro; III - tiver cônjuge ou 
companheiro brasileiro e não estiver dele separado legalmente ou de fato no momento de concessão da 
naturalização; IV - tiver prestado ou puder prestar serviço relevante ao Brasil; ou V - tiver destacada capacidade 
profissional, científica ou artística que recomende a redução. 
 
b) Naturalização Extraordinária: 
 
A naturalização extraordinária será concedida a pessoa de qualquer nacionalidade fixada no Brasil há mais de 
15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira. 
 
Os requisitos para a naturalização extraordinária não sofreram alterações com a Lei de Migração, e nem 
poderiam, tendo em vista que decorrem de mandamento constitucional, conforme o art. 12, inciso II, b, da CF/88. 
 
Vale lembrar a doutrina majoritária entende que a concessão da naturalização extraordinária é ato vinculado. 
Nesse mesmo sentido, o STF entende que quando a CF diz “desde que requeiram”, significa que se a pessoa cumprir 
os 2 requisitos, basta requerer para ter o direito. 
 
15 
 
c) Naturalização Especial: 
 
A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em pelo menos uma das 
situações elencadas no art. 68. Observem: 
a) Seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em 
atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou 
b) Seja ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 
(dez) anos ininterruptos. 
#DEOLHONASNOVIDADES: 
Lei 13.445/2017 
(Art. 68) 
Lei 6.815/1980 
(Art. 114) 
Situações para concessão da naturalização 
especial: 
Naturalização especial no Estatuto do 
Estrangeiro: 
Seja cônjuge ou companheiro, há mais de 5 
(cinco) anos, de integrante do Serviço Exterior 
Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço 
do Estado brasileiro no exterior 
De cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco 
anos com diplomata brasileiro em atividade 
Nesses casos, 
a Lei 6.815/80 
dispensava a 
residência, 
exigindo 
apenas a 
estada no 
Brasil por 30 
dias. 
Seja ou tenha sido empregado em missão 
diplomática ou em repartição consular do Brasil 
por mais de 10 (dez) anos ininterruptos 
De estrangeiro que, empregado em Missão 
Diplomática ou em Repartição Consular do Brasil, 
contar mais de 10 (dez) anos de serviços 
ininterruptos. 
 
Por fim, a Lei de Migração ainda elenca os requisitos para a concessão da naturalização especial: 
 
#DEOLHONASNOVIDADES: 
Requisitos para a concessão da 
naturalização especial 
Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira. 
Comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do 
naturalizando. 
Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei. 
 
d) Naturalização Provisória: 
 
16 
 
A naturalização provisória sofreu grande mudança, pois, com o advento da Lei 13.445/2017, amplia-se a faixa 
etária para a sua concessão. O prazo de dois anos para a conversão da naturalização provisória em definitiva foi 
mantido. 
#DEOLHONASNOVIDADES: 
Lei 13.445/2017 
(Art. 70) 
Lei 6.815/1980 
(Art. 116) 
Condições para Naturalização Provisória Condições para Naturalização Provisória 
Poderá ser concedida ao migrante criança ou 
adolescente que tenha fixado residência em território 
nacional antes de completar 10 (dez) anos de idade. 
O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 
(cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no 
território nacional, poderá, enquanto menor, requerer a 
emissão de certificado provisório de naturalização, que 
valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois 
anos depois de atingida a maioridade. 
Deverá ser requerida pelo seu representante legal. 
Deverá ser requerida pelo menor, por intermédio de seu 
representante legal ao Ministro da Justiça. 
A naturalização será convertida em definitiva se o 
naturalizando expressamente assim o requerer no prazo 
de 2 (dois) anos após atingir a maioridade. 
A naturalização se tornará definitiva se o titular do 
certificado provisório, até dois anos após atingir a 
maioridade, confirmar expressamente a intençãode 
continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao 
Ministro da Justiça. 
 
*NOVIDADE LEGISLATIVA: Foi publicado no dia 20 de novembro de 2017 o Decreto nº 9.199, que regulamenta a Lei nº 
13.445 (Nova Lei de Migração). Inteiro teor: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2017/Decreto/D9199.htm. 
 
Decreto nº 9.199 
Seção II 
Das condições da naturalização 
 Art. 218. A naturalização, cuja concessão é de competência exclusiva do Ministério da Justiça e Segurança Pública, 
poderá ser: 
 
 I - ordinária; 
 
 II - extraordinária; 
 
 III - especial; ou 
 
17 
 
 IV - provisória. 
 
 Art. 219. Ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública disporá sobre os documentos e as diligências 
necessários à comprovação dos requisitos para a solicitação de cada tipo de naturalização. 
 
 Art. 220. Ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública concederá a naturalização, desde que 
satisfeitas as condições objetivas necessárias à naturalização, consideradas requisito preliminar para o 
processamento do pedido. 
 
 Art. 221. Para fins de contagem dos prazos de residência mencionados nas exigências para obtenção da 
naturalização ordinária e extraordinária, serão considerados os períodos em que o imigrante tenha passado a residir 
no País por prazo indeterminado. 
 
 Parágrafo único. A residência será considerada fixa, para fins da naturalização provisória prevista no art. 244, a 
partir do momento em que o imigrante passar a residir no País por prazo indeterminado. 
 
 Art. 222. A avaliação da capacidade do naturalizando de se comunicar em língua portuguesa será regulamentada 
por ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública. 
 
 Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso III do caput do art. 233 e no inciso II do caput do art. 241, as 
condições do naturalizando quanto à capacidade de comunicação em língua portuguesa considerarão aquelas 
decorrentes de deficiência, nos termos da legislação vigente. 
 
 Art. 223. O naturalizando poderá requerer a tradução ou a adaptação de seu nome à língua portuguesa. 
 
 Art. 224. O interessado que desejar ingressar com pedido de naturalização ordinária, extraordinária, provisória ou 
de transformação da naturalização provisória em definitiva deverá apresentar requerimento em unidade da Polícia 
Federal, dirigido ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. 
 
 Parágrafo único. Na hipótese de naturalização especial, a petição poderá ser apresentada a autoridade consular 
brasileira, que a remeterá ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. 
 
 Art. 225. As notificações relacionadas com o processo de naturalização serão efetuadas preferencialmente por 
meio eletrônico. 
 
 Art. 226. Os Ministérios da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores tramitarão os pedidos de 
naturalização por meio de sistema eletrônico integrado. 
 
 Art. 227. A Polícia Federal, ao processar o pedido de naturalização: 
 
 I - coletará os dados biométricos do naturalizando; 
 
 II - juntará as informações sobre os antecedentes criminais do naturalizando; e 
 
 III - relatará o requerimento de naturalização; e 
 
 IV - poderá apresentar outras informações que instruam a decisão quanto ao pedido de naturalização. 
 
 Parágrafo único. Na hipótese de naturalização especial, a coleta dos dados biométricos prevista no inciso I do 
caput será realizada pelo Ministério das Relações Exteriores. 
 
18 
 
 Art. 228. O procedimento de naturalização se encerrará no prazo de cento e oitenta dias, contado da data do 
recebimento do pedido. 
 
 § 1º Na hipótese de naturalização especial, a contagem do prazo se iniciará a partir do recebimento do pedido 
pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. 
 
 § 2º Caso sejam necessárias diligências para o procedimento de naturalização, o prazo previsto no caput poderá 
ser prorrogado por meio de ato do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública que fundamente a prorrogação. 
 
 Art. 229. O brasileiro que tenha optado pela nacionalidade brasileira ou aquele naturalizado que tenha cumprido 
as suas obrigações militares no país de sua nacionalidade anterior fará jus ao Certificado de Dispensa de 
Incorporação. 
 
 Art. 230. A naturalização produz efeitos após a data da publicação no Diário Oficial da União do ato de 
naturalização. 
 
 § 1º Publicado o ato de naturalização no Diário Oficial da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública 
comunicará as naturalizações concedidas, preferencialmente por meio eletrônico: 
 
 I - ao Ministério da Defesa; 
 
 II - ao Ministério das Relações Exteriores; e 
 
 III - à Polícia Federal. 
 
 § 2º O registro do ato de concessão da naturalização será realizado, em sistema próprio do Ministério da Justiça e 
Segurança Pública, com o nome anterior e, caso exista, o traduzido ou o adaptado. 
 
 Art. 231. No prazo de até um ano após a concessão da naturalização, o naturalizado maior de dezoito anos e 
menor de setenta anos deverá comparecer perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento. 
 
 Parágrafo único. A informação quanto à necessidade de comparecimento ou não perante a Justiça Eleitoral 
constará da decisão de naturalização publicada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública no Diário Oficial da 
União. 
 
 Art. 232. O prazo para apresentação de recurso na hipótese de indeferimento do pedido de naturalização será de 
dez dias, contado da data do recebimento da notificação. 
 
 § 1º O recurso deverá ser julgado no prazo de sessenta dias, contado da data da sua interposição. 
 
 § 2º A manutenção da decisão não impedirá a apresentação de novo pedido de naturalização, desde que 
satisfeitas as condições objetivas necessárias à naturalização. 
 
 § 3º Na hipótese de naturalização especial, o prazo estabelecido no caput será contado da data da notificação do 
requerente pelo Ministério das Relações Exteriores. 
 
Outros pontos de destaque (#NÃOESQUECER): 
 
19 
 
- Tradução ou adaptação do nome: No curso do processo de naturalização, o naturalizando poderá requerer a 
tradução ou a adaptação de seu nome à língua portuguesa. Será mantido cadastro com o nome traduzido ou 
adaptado associado ao nome anterior. 
 
- Alistamento como eleitor: No prazo de até 1 ano após a concessão da naturalização, deverá o naturalizado 
comparecer perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento. 
 
- Efeitos da naturalização: A naturalização produz efeitos após a publicação no Diário Oficial do ato de naturalização. 
 
- Perda da nacionalidade: O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de condenação transitada em julgado 
por atividade nociva ao interesse nacional, nos termos do inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição Federal. O risco 
de geração de situação de apatridia será levado em consideração antes da efetivação da perda da nacionalidade. 
 
- Reaquisição da nacionalidade: O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição 
Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a 
perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder Executivo. 
 
 
5 SITUAÇÃO DOS PORTUGUESES: “QUASE NACIONAIS” 
 
- Aos portugueses com RESIDÊNCIA PERMANENTE no País, se houver RECIPROCIDADE em favor de brasileiros, serão 
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição = quase nacionalidade. 
 
- O português é equiparado ao brasileiro naturalizado2 (não é nato por causa da última parte: “salvo os casos 
previstos nesta Constituição”). 
 
- Cuidado: “serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição” está 
certo! Direitos do brasileiro nato – restrições da CF = direitos do brasileiro naturalizado, que é o caso desses 
portugueses.2
 Assertiva errada de concurso: a situação do cidadão português que, no Brasil, seja admitido no regime de igualdade plena 
previsto na Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre brasileiros e portugueses, é idêntica à do brasileiro 
naturalizado. Está errado porque o brasileiro naturalizado conta, no exterior, com a proteção das autoridades brasileiras e só 
pode ser extraditado nas hipóteses do art. 5º, LI, da CF, o que não é o caso do português beneficiado pelo Estatuto da Igualdade. 
20 
 
- O gozo dos direitos políticos no Brasil importa em suspensão do exercício dos mesmos direitos em Portugal. 
 
- Atenção: o benefício do estatuto da igualdade não é automático, exigindo que o interessado o requeira e que o 
pedido seja deferido pelo ministro da justiça. 
 
Importante destacar que havendo reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com 
residência permanente no Brasil “os mesmos direitos inerentes aos brasileiros naturalizados”, salvo quando houver 
expressa vedação constitucional. A convenção sobre igualdade de direitos e deveres entre brasileiros e portugueses, 
firmada em 7/9/1971, foi substituída por novo tratado bilateral que entrou em vigor em 2001 (Decreto nº 3.927/91): 
 
Artigo 13. 1. A titularidade do estatuto de igualdade por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil não 
implicará em perda das respectivas nacionalidades. 2. Com a ressalva do disposto no parágrafo 3º do Artigo 17, os 
brasileiros e portugueses referidos no parágrafo 1º continuarão no exercício de todos os direitos e deveres inerentes 
às respectivas nacionalidades, salvo aqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordem pública do Estado de 
residência. 
 
Artigo 17. 1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido 
aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade competente. 2. A igualdade 
quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de 
direitos equivalentes. 3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos 
mesmos direitos no Estado da nacionalidade. 
 
Importante observar que não se trata de uma dupla cidadania ou uma cidadania comum luso-brasileira. 
Simplesmente, uns e outros recebem, à margem ou para além da condição comum de estrangeiro, direitos que a priori 
poderiam ser apenas conferidos aos cidadãos do país. Ressalta Gilmar Ferreira Mendes que reconhecida a igualdade, 
poderá o beneficiário votar e ser votado, bem como ser admitido no serviço público. O titular do estatuto pleno passa 
a ter deveres como o concernente à obrigatoriedade do voto. Nos termos do tratado, os direitos políticos não podem 
ser usufruídos no Estado de origem e no Estado de residência. Assim, assegurado esse direito no Estado de residência, 
ficará ele suspenso no Estado de origem. No que tange aos cargos públicos, o beneficiário português do estatuto pleno 
poderá ter acesso a todas as funções, excetuadas aquelas conferidas apenas aos brasileiros natos. Porém, não se pode 
afirmar que a situação do português admitido no Estatuto de Igualdade seja idêntica à do brasileiro naturalizado. 
Observa Francisco Rezek que, ao contrário do naturalizado, o português beneficiário do estatuto de Igualdade Plena 
não pode aqui prestar serviço militar, estando submetido à expulsão e à extradição, esta quando requerida pelo 
governo português. O benefício da igualdade só será extinto no caso de expulsão ou de perda da nacionalidade 
21 
 
portuguesa. Caso se verifique a perda de direitos políticos em Portugal, haverá igualmente a perda desses direitos no 
Brasil, fazendo com que o titular do estatuto pleno passe a deter apenas a igualdade civil. 
 
- Não confundir duas situações3: 
Naturalização de estrangeiro proveniente de país de 
língua portuguesa (conceito mais amplo) ; 
Residência ininterrupta por 1 ano + idoneidade 
moral. 
Quase nacionalidade (portugueses – conceito mais 
restrito) ; 
Aos portugueses com residência permanente no país, se 
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão 
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro naturalizado. 
 
#APROFUNDAMENTO #OUSESABER: Quais são os dois tipos de “quase nacionalidade”? Temos a dois tipos: 
 
(i) A igualdade simples abarca os mesmos direitos dos brasileiros. 
(ii) A igualdade qualificada abarca, além dos demais direitos, os direitos políticos. Atenta-se que os direitos políticos 
em Portugal serão suspensos, pois a pessoa não pode, por exemplo, votar aqui e votar também em Portugal. 
 
6 DIFERENÇAS ENTRE NATOS E NATURALIZADOS 
 
- A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta 
constituição. Assim, só uma EC pode diferenciar natos e naturalizados. 
 
- Em princípio, o brasileiro nato não poderá perder a nacionalidade, salvo se adquirir outra. O naturalizado poderá 
ter sua naturalização cancelada não só por esse motivo, como também por conta de atividade nociva ao interesse 
nacional (art. 12, §4º, i). 
 
- 04 diferenças de tratamento: cargos privativos de brasileiros natos, 6 assentos no conselho da república, empresa 
jornalística/radiofusão e extradição. 
#SELIGANATABELA: 
Extradição 
Somente o naturalizado pode ser extraditado (o nato 
nunca!) 
O naturalizado pode ser extraditado por crime cometido 
 
3
 - Assertiva errada de concurso: desde que haja reciprocidade, a lei brasileira atribui a pessoas originárias de países de língua 
portuguesa com residência permanente no Brasil, independentemente de naturalização, os direitos inerentes ao brasileiro, 
inclusive o gozo dos direitos políticos, salvo a ocupação de cargo privativo de brasileiro nato. Está errado porque o benefício do 
Estatuto da Igualdade aplica-se apenas aos portugueses, não aos nacionais dos demais países de língua portuguesa. 
22 
 
antes da naturazliação ou então mesmo depois da 
naturalização se o crime cometido foi o tráfico ilícito de 
entorpecentes. 
Cargos privativos 
Há alguns cargos privativos de brasileiro nato. São eles: 
i. Presidente e Vice-Presidente da República ; 
ii. Presidente da câmara dos deputados ; 
iii. Presidente do Senado Federal ; 
iv. Ministro do Supremo Tribunal Federal ; 
v. De carreira diplomática ; 
vi. De oficial das Forças Armadas 
vii. De Ministro de Estado da Defesa 
Atividade nociva ao interesse nacional 
Somente o brasileiro naturalizado poderá perder a 
nacionalidade em virtude da prática de atividade nociva 
ao interesse nacional (art. 12, par. 4º, I, da CF/88). 
Conselho da República 
Participam do Conselho da República, além de outros 
membros, seis cidadãos brasileiros natos, segundo o art. 
89 da CF/88. 
Empresa jornalística e de radiodifusão 
Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de 
empresa jornalística e de radiodifusão no Brasil é 
necessário que tenha se naturalizado há mais de 10 anos. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA: É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de 
droga (art. 5º, LI, da CF/88). STF. 1ª Turma. Ext 1244/República Francesa, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016 
(Info 834) 
 
 Questão de segurança nacional: diplomata, Forças Armadas e Min. de Estado da Defesa. 
 Linha sucessória da Presidência da República: qualquer um que possa eventualmente ocupar a presidência 
da República tem que ser brasileiro nato. 
 
Vice Presidente da CD Presidente do SF Ministro do STF. 
 
23 
 
#ATENÇÃO: pode haver deputados ou senadores naturalizados, somente o presidente da CD/SF que não pode ser. 
No caso do STF, todos os Ministros do STF devem ser natos, não só o presidente! Existe um rodízio na presidência 
do STF, ou seja, qualquer ministro pode assumir a presidência do STF, e, logo, a Presidênciada República. 
Obs.: O Presidente do CNJ, como é o Presidente do STF (mesma pessoa), também não pode ser naturalizado. 
 
#ATENÇÃO: O único Ministro de Estado que tem que ser nato é o da Defesa. 
 
7 PERDA DA NACIONALIDADE 
 
- O brasileiro naturalizado (hipótese 1 e 2) e o nato (hipótese 2) podem perder a nacionalidade brasileira. 
 
1) PERDA-PUNIÇÃO: cancelamento da naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional - só se aplica ao brasileiro naturalizado, não se aplica ao nato. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA -Inf. 694 do STF: DEFERIDA A NATURALIZAÇÃO, SEU DESFAZIMENTO SÓ PODE 
OCORRER POR PROCESSO JUDICIAL, MESMO QUE O ATO DE CONCESSÃO DA NATURALIZAÇÃO TENHA SIDO 
EMBASADO EM PREMISSAS FALSAS (ERRO DE FATO). O MINISTRO DO ESTADO DE JUSTIÇA, POR MEIO DE ATO 
ADMINISTRATIVO, NÃO PODE CANCELAR O DEFERIMENTO DA NATURALIZAÇÃO. Além disso, “em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional” é uma causa exemplificativa. Não houve a recepção do art. 112, §§ 2º e 3º, da Lei 
6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) pela atual Constituição, de dispositivos que permitiam ao Ministro da Justiça agir 
dessa forma (processamento pela via administrativa). 
 
- A nacionalidade brasileira não poderá ser readquirida por outro procedimento de naturalização, salvo por ação 
rescisória. 
 
- O MPF é competente para promover a ação e a Justiça Federal para julgá-la. 
 
- Não se sabe o que é “uma atividade nociva ao interesse nacional”. Como a nacionalidade é um direito fundamental, 
deve-se considerar apenas um ato que seja tipificado como crime e contrário aos interesses do Estado. 
 
- A decisão possui efeitos ex nunc, somente atingindo a relação jurídica indivíduo-Estado, após o trânsito em julgado. 
 
24 
 
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA #STF: A naturalização só pode ser desfeita por sentença judicial (e não por processo 
administrativo). Com base, nesse entendimento, que deriva da leitura do art. 12, § 4º, I, da CF/88, o STF entendeu, 
em 2013 que, após ter sido deferida a naturalização, seu desfazimento só pode ocorrer mediante processo judicial, 
mesmo que o ato de concessão da naturalização tenha sido embasado em premissas falsas (erro de fato). O STF 
entendeu que os §§ 2º e 3º do art. 112 da Lei n.°6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) não foram recepcionados pela 
CF/88, pois previam processo administrativo. Assim, o Ministro de Estado da Justiça não tem competência para rever 
ato de naturalização. STF. Plenário. RMS 27840/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. 
Marco Aurélio, 7/2/2013 (Info 694). 
 
2) Perda-mudança: Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
 
a) De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 
 
- É a naturalização voluntária. Nesse caso, podem perder a nacionalidade os natos e naturalizados. 
 
- A perda independe de ação judicial, já que se concretiza no âmbito de procedimento administrativo. A perda da 
nacionalidade decorre de Decreto Presidencial ou, por delegação, de decreto do Ministro da Justiça. O decreto é ato 
meramente declaratório, porque a perda decorre de acontecimento anterior, no caso, a aquisição de outra 
nacionalidade, e seu efeito é apenas o de dar publicidade ao fato. 
 
- Se adquirir a nacionalidade italiana, por exemplo, poderá manter as 2 nacionalidades, já que a Itália admite a dupla 
nacionalidade. 
 
- É admitida a reaquisição da nacionalidade brasileira, sob a forma derivada. Ou seja, volta como brasileiro 
naturalizado, não nato. Perdeu a nacionalidade brasileira  adquire como estrangeiro  naturalização. 
 
#EXEMPLIFICACOACH: suponha que Raimundo, brasileiro nato, tenha saído do Brasil para morar nos Estados Unidos, 
onde reside há mais de 30 anos e que, nesse país, tenha obtido a nacionalidade americana como condição para 
permanecer no território americano. Nessa situação, caso deseje retornar ao Brasil para visitar parentes, Raimundo 
não necessitará de visto, pois não perderá a nacionalidade brasileira. 
 
#DEOLHONODECRETO #NOVIDADELEGISLATIVA: 
25 
 
 
*NOVIDADE LEGISLATIVA: Foi publicado no dia 20 de novembro de 2017 o Decreto nº 9.199, que regulamenta a Lei 
nº 13.445 (Nova Lei de Migração). Inteiro teor: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2017/Decreto/D9199.htm. 
Art. 248. O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de sentença transitada em julgado por atividade nociva 
ao interesse nacional, nos termos estabelecidos no art. 12, § 4o, inciso I, da Constituição. 
Parágrafo único. A sentença judicial que cancelar a naturalização por atividade nociva ao interesse nacional 
produzirá efeitos após o trânsito em julgado. 
Art. 249. A perda da nacionalidade será declarada ao brasileiro que adquirir outra nacionalidade, exceto nas 
seguintes hipóteses: 
I - de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; e 
II - de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. 
Art. 250. A declaração da perda de nacionalidade brasileira se efetivará por ato do Ministro de Estado da Justiça e 
Segurança Pública, após procedimento administrativo, no qual serão garantidos os princípios do contraditório e da 
ampla defesa. 
Art. 251. Na hipótese de procedimento de perda de nacionalidade instaurado a pedido do interessado, a solicitação 
deverá conter, no mínimo: 
I - a identificação do interessado, com a devida documentação; 
II - o relato do fato motivador e a sua fundamentação legal; 
III - a documentação que comprove a incidência de hipótese de perda de nacionalidade, devidamente traduzida, se 
for o caso; 
IV - endereço de correio eletrônico do interessado, se o possuir. 
§ 1o O Ministério da Justiça e Segurança Pública dará publicidade da decisão quanto à perda de nacionalidade em 
seu sítio eletrônico, inclusive quando houver interposição de recurso. 
§ 2o Caberá recurso da decisão a que se refere o § 1o à instância imediatamente superior, no prazo de dez dias, 
contado da data da publicação no sítio eletrônico do Ministério da Justiça e Segurança Pública. 
Art. 252. O Ministério da Justiça e Segurança Pública dará ciência da perda da nacionalidade: 
I - ao Ministério das Relações Exteriores; 
II - ao Conselho Nacional de Justiça; e 
III - à Polícia Federal. 
Art. 253. O risco de geração de situação de apatridia será considerado previamente à declaração da perda da 
nacionalidade. 
 
26 
 
#APROFUNDAMENTO: Para Gilmar Ferreira Mendes e Francisco Rezek, o ato do Presidente da República que declara 
a perda da nacionalidade é meramente declaratório, pois a perda se deu com a própria naturalização. Mazzuoli 
defende que o brasileiro nato que perde a naturalização ao se (re)naturalizar será brasileiro naturalizado com todas 
as implicações que esta situação jurídica lhe causa. Porém, o Supremo Tribunal Federal, em 18 de junho de 1986, ao 
julgar a Ext 441, tendo como Relator o Ministro Néri da Silveira, se pronunciou pela impossibilidade da extradição do 
brasileiro que readquiriu sua nacionalidade, conforme ementa a seguir: "Extradição. Havendo o extraditando 
comprovado a reaquisição da nacionalidade brasileira, indefere-se o pedido de extradição. Constituição federal, art. 
153, parágrafo 19, parte final. Não cabe invocar, na espécie, o art. 77, i, da lei n. 6.815/1980. Essa regra dirige-se, 
imediatamente, a forma de aquisição da nacionalidade brasileira, por via de naturalização. Na espécie, o extraditando 
é brasileiro nato (Constituição Federal, art. 145, i, letra ''a''). A reaquisição da nacionalidade, por brasileiro nato, 
implica manter esse status e não o de naturalizado. Indeferidoo pedido de extradição, desde logo, diante da prova 
da nacionalidade brasileira, determina-se seja o extraditando posto em liberdade, se tal não houver de permanecer 
preso." 
 
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o greencard decidir adquirir a nacionalidade norte-americana, ele 
irá perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista 
na alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o greencard, não havia necessidade de ter 
adquirido a nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para o exercício de direitos civis. O 
estrangeiro titular de greencardjá pode morar e trabalhar livremente nos EUA. Dessa forma, conclui-se que a 
aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade. Vale ressaltar que, perdendo a 
nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime nos EUA e 
fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. Art. 12 (...) § 4º - 
Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de 
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou 
para o exercício de direitos civis; STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 
 
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o greencard decidir adquirir a nacionalidade norte-americana, ele 
irá perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista 
na alínea “b” do inciso II do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o greencard, não havia 
necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para o exercício 
de direitos civis. O estrangeiro titular de greencard já pode morar e trabalhar livremente nos EUA. Dessa forma, 
conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade. Vale ressaltar que, 
perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime 
27 
 
nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. STF. 1ª 
Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 (Info 822). STF. 1ª Turma. Ext 1462/DF, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 28/3/2017 (Info 859). 
 
SITUAÇÃO IMPEDE A... 
O indivíduo requer a naturalização após a prática de 
um delito no exterior 
Extradição 
O indivíduo requer a naturalização, cujo exame está 
atrasado, e seu visto de permanência vence 
Deportação 
Extradição não admitida pela lei brasileira Deportação e Explusão 
Reconhecimento da condição de refugiado Extradição 
Estrangeiro casado com brasileira, ou que tenha filho 
brasileiro, dependente da economia paterna 
Apenas a expulsão 
 
#FACILITACOACH #AJUDAMARCINHO: 
 
1) Nacionalidade Originária (também chamada de 
primária, atribuída ou involuntária) 
É aquela que resulta de uma fato natural (o 
nascimento). 
A pessoa se torna nacional nato. 
 
Critérios para a atribuição da nacionalidade originária : 
 Critério territorial (jus soli): se a pessoa nascer no 
território do país, será considerada nacional deste ; 
 Critério sanguíneo (jus sanguínis): a pessoa irá adquirir 
a nacionalidade de seus ascendentes, não importando 
que tenha nascido no território de outro país. 
 
#SELIGA: No Brasil, adota-se, como regra, o critério do 
jus soli, havendo no entento, situações nas quais o 
critério sanguíneo é aceito. 
2) Nacionalidade Secundária (também chamada 
de derivada, adquirida ou voluntária) 
É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa, 
que decide adquirir, para si, uma nova nacionalidade. A 
isso se dá o nome de naturalização. 
Atenção : esse ato voluntário pode ser expresso ou 
28 
 
tácito. 
A pessoa se torna nacional naturalizado. 
 
Como a CF trata o assunto (#DEOLHONACF): 
São brasileiros (art. 12, CF) 
I – Natos (inciso I) II – Naturalizados (inciso II) 
a) Os nascidos no Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a servição de 
seu país ; 
- adotou-se aqui o critério jus soli ; (art. 12, I, a) 
- Assim, no Brasil, a regra é o critério do solo, com 
mitigações previstas no art. 12, I, alineas b e c ; 
b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou 
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 
serviço do Brasil ; 
- Critério aqui : jus sanguinis + a serviço do Brasil 
(funcional) (art. 12, I, b) 
c) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou 
de mãe brasileira, desde que sejam registrados em 
repartição brasileira competente ; 
- Critério aqui foi o jus sanguinis + registro (art. 
12, I, c, 1ª parte) 
d) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou 
de mãe brasileira, ainda que não tenham sido 
registrados na repartição brasileira competente, desde 
que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer 
tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira ; 
- Critério aqui : jus sanguinis + residência no Brasil 
+ opção confirmativa ; 
- Chamada de nacionalidade potestativa (porque 
depende destaopção confirmativa, que só pode ser 
dada após a maioridade) 
a) Naturalização ordinária (comum) – Os 
estrangeiros que, segundo os requisitos da lei, 
adquiram a nacionalidade brasileia. 
- Para os originários de países de língua 
portuguesa a lei só pode exigir a residência por uma 
ano ininterrupto e idoneidade moral ; 
- Obs. : o Brasil pode negar a naturalização (é ato 
discricionário) 
b) Naturalização extraordinária – Os estrangeiros 
de qualquer nacionalidade que estejam residindo no 
Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem 
condenação penal ; 
 
Obs. : se o estrangeiro preencher essas condições, o 
governo brasileiro não pode negar a naturalização (é 
ato vinculado). 
 
29 
 
Hipóteses de perda da nacionalidade (art. 2º, par. 4º, CF/88) 
Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que : 
I – Praticar atividade nociva ao interesse nacional II – Adquirir outra nacionalidade 
A doutrina denomina de ‘perda-punição’ ; A doutrina denomina de ‘perda-mudança’ ; 
Se um brasilerio naturalizado praticar atividade nociva 
ao interesse nacional, terá cancelada a sua 
naturalização ; 
Se um brasileiro nato ou naturalizado adquirir 
voluntariamente uma nacionalidade estrangeira, 
perderá, então, a brasileira ; 
Essa perda ocorre por meio de uma processo judicial, 
assegurado contraditório e ampla defesa, que tramita 
na Justiça Federal (art. 109, X, da CF/88). 
A lei não descreve o que seja atividade nociva ao 
interesse nacional ; 
Esta perda ocorre por meio de um processo 
administrativo, assegurado o contraditório e ampla 
defesa, que tramita no Ministério da Justiça. 
Este processo poderá ser instaurado de ofício ou 
mediante requerimento (art. 23 da Lei nº 818/49) ; 
Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por 
meio de sentença, que deve ter transitado em julgado ; 
Após a tramitação do processo, a perda efetiva-se por 
meio de Decreto do Presidente da República ; 
Os efeitos da sentença serão ex nunc ; Os efeitos do Decreto serão ex nunc ; 
Esta hipotese de perda somente atinge o brasileiro 
naturalizado. 
Assim, o brasileiro nato não pode perder a sua 
nacionalidade, mesmo que pratique atividade nociva ao 
interesse nacional. 
Esta hipotese de perda atinge tando o brasileiro nato 
como o naturalizado. 
Havendo perda de nacionalidade por este motivo, a sua 
requisição somente poderá ocorrer caso a sentença que 
a decretou seja rescindida por meio de ação recisória. 
Desse modo, não é permitido que a pessoa que perdeu 
a nacionalidadepor esta hipótese a obtenha novamente 
por meio de novo procedimento de naturalização. 
Havendo a perda da nacionalidade por este motivo, a 
sua reaquisição será possível por meio de pedido 
dirigido ao Presidente da República, sendo o processo 
instruído no Ministério da Justiça. Caso seja concedida a 
reaquisição, esta é feita por meio de Decreto. 
Alexandre de Moraes defende que o brasileiro nato que 
havia perdido e readquire sua nacionalidade, passa a ser 
brasileiro naturalizado (e não mais nato). 
Por outro lado, José Afonso da Silva afirma que o 
readquirente recupera a condição que perdera : se era 
brasileiro nato, voltará a ser brasileiro nato ; se 
naturalizado, retomará essa qualidade ; 
 Exceções : 
A CF traz duas hipóteses em que a pessoa não perderá a 
30 
 
nacionalidade brasileira, mesmo tendo adquirido outra 
nacionalidade. 
Assim, será declarada a perda da nacionalidade do 
brasileiro que adquirir outra nacionalidade, salvo nos 
casos : 
i. De reconhecimento de nacionalidade originária 
pela lei estrangeira : 
Ex. : a Itália reconhece aos filhos de seus nacionais a 
cidadania italiana. Os brasileiro descendentes de 
italianos que adquirem aquela nacionalidade não 
perderão a brasileira, uma vez que se trata de mero 
reconhecimento de nacionalidade originária italiana 
em virtude do vínculo sanguíneo. Logo, serão pessoas 
com dupla nacionalidade. 
ii. De imposição de naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu 
território ou para o exercício de direitos civis ; 
Aqui o objetivo da exceção é preservar a nacionalidade 
brasileira daquele que, por motivos de trabalho, 
acesso aos serviços públicos, moradia, etc., 
praticamente se vê obrigado a adquirir a nacionalidade 
estrangeira, mas que, na realidade, jamais teve a 
intenção ou vontade de abdicar da nacionalidade 
brasileira. 
 
8 DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO 
 
DIPLOMA DISPOSITIVOS 
CF Art. 12 
Lei 13.445/2017 Art. 63 ao art. 76 
Decreto 9.199/2017 Art. 213 ao art. 254 
Decreto nº 3.927/91 Art. 13 e art. 17 
31 
 
 
9 BIBLIOGRAFIA INDICADA 
Foca no Resumo 
 
Paulo Henrique Gonçalves Portela 
 
Resumo do TRF5 
 
Resumos do Ponto a Ponto Concursos (Danilo Guedes) 
 
Material Especial do Ciclosr3 para a turma da 1ª Fase da DPU 
 
Informativos do Dizer o Direito. 
 
Resumo publicado no Dizer o Direito4 
 
Anotações de Aula 
 
4
 Leia na íntegra: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/09/lei-de-migrac3a7c3a3o-resumo.pdf.

Outros materiais