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DIREITO CONSTITUCIONAL ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 2 SUMÁRIO 1 DISTINÇÕES PRELIMINARES ................................................................................................................... 5 1.1 FORMAS DE GOVERNO ................................................................................................................... 5 1.1.1 Monarquia ............................................................................................................................. 6 1.1.2 República ............................................................................................................................... 7 1.2 SISTEMAS DE GOVERNO ................................................................................................................. 8 1.2.1 Presidencialismo ..................................................................................................................... 8 1.2.2 Parlamentarismo .................................................................................................................... 9 1.2.3 Semipresidencialismo ou Semiparlamentarismo ..................................................................... 10 1.3 FORMAS DE ESTADO ..................................................................................................................... 11 1.3.1 Unitário ou simples ................................................................................................................ 11 1.3.2 Composto .............................................................................................................................. 12 1.3.3 Histórico ................................................................................................................................ 12 1.3.4 Peculiaridades históricas da Federação Brasileira ................................................................... 13 1.3.5 Principais características do Estado Federal ............................................................................ 13 1.3.6 Autonomia dos “Entes Federativos” ....................................................................................... 14 1.3.7 Argumentos favoráveis ao Estado Federal .............................................................................. 14 1.3.8 Argumentos contrários ao Estado Federal .............................................................................. 15 1.4 TIPOS DE FEDERALISMO ................................................................................................................ 16 1.4.1 Quanto ao surgimento (ou origem) ........................................................................................ 16 1.5 QUANTO À REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ................................................................................. 17 1.5.1 Federalismo Dualista/Dual ..................................................................................................... 17 1.5.2 Federalismo de Integração ..................................................................................................... 17 1.5.3 Federalismo Cooperativo ....................................................................................................... 18 1.6 QUANTO À HOMOGENEIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ............................................ 18 1.6.1 Ponto de vista externo ........................................................................................................... 19 1.7 CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ESTADO FEDERAL ...................................................................... 19 1.8 REQUISITOS PARA MANUTENÇÃO DA FEDERAÇÃO ........................................................................ 20 2 SOBERANIA E AUTONOMIA .................................................................................................................. 20 2.1 SOBERANIA ................................................................................................................................... 20 2.2 AUTONOMIA ................................................................................................................................ 21 3 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS .......................................................................................................... 23 3.1 CAMPOS ESPECÍFICOS DE COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA E LEGISLATIVA .................................... 24 3.2 POSSIBILIDADE DE DELEGAÇÃO ..................................................................................................... 25 3.3 COMPETÊNCIA COMUM (ART. 23, CFRB) ........................................................................................ 26 3 3.4 COMPETÊNCIA CONCORRENTE (ART. 24, CRFB) .............................................................................. 26 4 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA .......................................................................................... 54 4.1 ESTADOS ....................................................................................................................................... 55 4.2 DISTRITO FEDERAL ........................................................................................................................ 56 4.3 MUNICÍPIOS .................................................................................................................................. 56 4.4 TERRITÓRIOS ................................................................................................................................ 56 5 CRIAÇÃO DE ESTADOS, TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS .............................................................................. 57 5.1 ESTADOS E TERRITÓRIOS ............................................................................................................... 57 5.2 MUNICÍPIOS .................................................................................................................................. 58 6 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO ......................................................................................... 59 7 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ..................................................................................................................... 60 4 ATUALIZADO EM 16/07/20191 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Teoria Geral do Estado: Perspectivas de análise: O tema pode ser tratado a partir de vários ângulos: a) perspectiva histórica e sociológica, que aprecia o surgimento e a evolução do Estado; b) perspectiva jurídica, que aprecia a organização e a personificação do Estado; c) perspectiva filosófica, que aprecia os fundamentos e os fins do Estado. Conceito (JELLINEK): “É a corporação de um povo, assentado num determinado território e dotada de um poder originário de mando”. Ou, de forma mais singela, é um povo organizado politicamente num determinado território. Elementos do Estado: 1) Povo: conjunto dos cidadãos (nacionais) de um Estado. Difere da ideia de população, que é a expressão numérica dos habitantes de um Estado e difere da ideia de nação, que é uma comunidade histórica, cultural, étnica, linguística e tradicionalmente homogênea. 2) Poder político (governo): em sentido amplo, pode ser entendido como uma espécie institucionalizada (organizado e permanente) de poder social: possibilidade de alguém (Estado) impor sua vontade sobre os outros e exigir o cumprimento de suas ordens (leis). É preciso ressaltar que o poder político não é exclusivo: permite a existência de outros poderes paralelos (poder econômico, poder social, poder sindical etc.), mas está acima de todos eles. PRINCIPAL CARACTERÍSTICA: capacidade de editar normas jurídicas e de fazê-las cumprir. (CELSO BASTOS, cap. II). 3) Soberania: principal teórico: Jean Bodin, séc. XVI. Conceito: Poder de mando de última instância numa sociedade política. Liga-se, portanto, à ideia de poder político. Características: indivisível, irrevogável,perpétuo, supremo. Titular: Estado (pessoa jurídica). Efeitos: a) interno: poder superior a todos os demais. b) independência em seu relacionamento com os outros Estados e com as organizações internacionais. Significado atual: atualmente o princípio da soberania vem perdendo sua força, seja em razão da hipertrofia e da 1 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. 5 influência exercida por organismos internacionais (ONU, FMI, etc.), seja em razão da influência cada vez maior dos grandes conglomerados econômicos, estes sim cada vez mais influentes sobre Estados e governos. 4) Território (PAULO BONAVIDES, Ciência política): é o espaço dentro do qual o Estado exercita o seu poder de mando (soberania). O território está para o Estado assim como o corpo está para a pessoa humana. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE: em regra, a ordem jurídica de um Estado só é aplicável aos fatos ocorridos no âmbito do seu território. PARTES INTEGRANTES DO TERRITÓRIO: a terra firme localizada dentro dos limites territoriais, as águas ali compreendidas, o mar territorial (lei 8.617/93), o subsolo, a plataforma continental e o espaço aéreo. O problema da finalidade como elemento constitutivo do Estado: tradicionalmente, concebe-se o Estado como uma organização comprometida com um determinado fim. Segundo Dallari, este fim é a promoção do bem comum. Contudo, não se pode admitir a finalidade como um elemento constitutivo do Estado já que um Estado não deixará de ser qualificado como tal caso não cumpra aquilo que se espera dele. O mesmo não acontece com os verdadeiros elementos do Estado (povo; poder político; território). 1 DISTINÇÕES PRELIMINARES FORMAS DE GOVERNO SISTEMAS DE GOVERNO REGIMES DE GOVERNO FORMAS DE ESTADO República Monarquia Parlamentarismo Presidencialismo E ainda (menos relevante) Semipresidencialismo Sistema diretorial Autoritário (poder baseado na força) Democrático (poder baseado no consentimento) Federal Unitário 1.1 FORMAS DE GOVERNO As duas principais formas de Governo são: Monarquia e República. 6 1.1.1 Monarquia A palavra Monarquia, numa tradução literal, significa “governo de um só”, ou, “ poder de um só”. Na Monarquia o poder fica concentrado com o Rei ou com o Monarca. São as principais características da Monarquia: a) Irresponsabilidade política do governante: o governante não responde politicamente perante os demais poderes. O monarca ou o rei não praticam crime de responsabilidade (que são infrações politico administrativa), e também não podem ser destituídos pelo Parlamento. The King can do no wrong. b) Hereditariedade: na monarquia o poder é transmitido por laços consanguíneos, através da ascendência e descendência. The King never dies. c) Vitaliciedade: o poder na monarquia é um poder vitalício, o rei ou o monarca ficam no poder enquanto tiverem vivos ou tiverem saúde para isso. Monarquia constitucional (resistência ao absolutismo): Fatos históricos: a) Revolução Gloriosa – 1688; b) limites jurídicos ao poder do Rei – Bill of Rights, 1689, o Rei passa a ser parte do governo; c) adoção do sistema parlamentar de governo; d) distinção entre chefe de Estado e chefe de governo: chefe de Estado é o Rei (função simbólica) e chefe de governo passa a ser o primeiro ministro (chefe do gabinete de ministros escolhidos pelo Parlamento). Argumentos favoráveis à monarquia: Governo forte: soluções mais rápidas nas épocas de crises políticas. Monarca é um fator de unidade no Estado (é considerado um elemento comum a todas as correntes de opinião). Monarca garante a estabilidade das instituições (está à margem das disputas políticas). Monarca é alguém especialmente capacitado para o exercício do poder. 7 Argumentos contrários à monarquia: Monarquia sem governo é inútil. A unidade do Estado deve estar fundada num elemento objetivo (ordem jurídica) e não num elemento pessoal (o rei). Risco de um monarca ineficiente e incapaz. Caráter antidemocrático da monarquia. 1.1.2 República Surge, contemporaneamente (Revolução Francesa para cá), como alternativa à monarquia absoluta. Tanto na França como nos Estados Unidos, a república foi a forma de governo idealizada para implementar a soberania popular. República significa “coisa pública” ou “coisa de todos”. Ela não é o Governo de um só, e sim, Governo de muitos ou da maioria. São as principais características: a) Responsabilização política do Governante: o Governante possui responsabilidade política. O presidente da República pode praticar crime de responsabilidade (ex: impeachment). b) Eletividade: a transmissão do poder se dar através da eleição, o poder não é transmitido de pai para filho e sim através do voto popular. c) Temporariedade: o poder não é vitalício, e sim, poder temporário, logo teremos eleições a cada 04 anos. A alternância de poder é uma ideia fundamental na república. Na República o poder tem que ser transitório. 8 1.2 SISTEMAS DE GOVERNO O critério que é utilizado para saber que tipo de Sistema de Governo utilizamos é a articulação entre os poderes Legislativos e Executivos. São 03 os sistemas de Governo: 1.2.1 Presidencialismo O sistema presidencialista foi criado nos EUA em 1787, para substituir a figura do monarca. Desde o advento da República o sistema presidencialista vem sendo adotado. São características do presidencialismo: a) Concentração do poder: a função de chefe de estado e chefe de governo reúne-se em uma única pessoa, ou seja, o Presidente é o chefe de Estado e de Governo, ele representa o país dentro e fora do país. b) Mandato Temporário: o Presidente da República tem um tempo fixo de mandato, ou seja, ao contrário do parlamentarismo, que o primeiro ministro pode ser destituído a qualquer momento, no presidencialismo, o presidente só pode perder o cargo se ele praticar algum tipo de crime (crime de responsabilidade ou se praticar crime comum relacionado às suas funções) por mais que ele esteja fazendo um péssimo governo. * #OLHAOSUPERGANCHO: Você sabe o que se entende por presidencialismo de coalização? O regime presidencialista brasileiro confere aos parlamentares um poder que vai além da elaboração e votação de lei e outros atos normativos. Os parlamentares possuem intensa participação nas decisões de governo, inclusive por meio da indicação de cargos no Poder Executivo. Essa dinâmica é própria do sistema presidencialista brasileiro, que exige uma coalizão para viabilizar a governabilidade. Trata-se do chamado “presidencialismo de coalizão”. Não se pode esquecer, contudo, que a Constituição Federal atribui ao Congresso Nacional competência para fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da Administração Indireta (art. 49, X, da CF/88). 9 Vale lembrar, inclusive, que o Congresso Nacional possui poderes próprios de autoridade judicial quando instituídas comissões parlamentares de inquérito para apuração de fatos determinados (art. 58, § 3º). Ademais, para evitar conflitos de interesses, os Deputados e Senadores são proibidos de: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direitopúblico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; e b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior. Isso demonstra que os parlamentares devem manter independência em relação ao Poder Executivo para o exercício de suas atribuições. Nesse contexto, se um parlamentar recebe vantagens indevidas em troca de sustentação política a um diretor da Petrobrás, isso significa evidente omissão em sua função de fiscalizar a lisura dos atos do Poder Executivo. O exercício ilegítimo da atividade parlamentar, mesmo num governo de coalizão, é apto a caracterizar o crime de corrupção passiva. Esse tipo penal tutela a moralidade administrativa e tem por finalidade coibir e reprimir a mercancia da função pública, cujo exercício deve ser pautado exclusivamente pelo interesse público. O STF afastou o argumento da defesa de que se estaria “criminalizando a atividade político-partidária”. Não é nada disso. A atividade política continua sendo permitida, sendo lícito que partidos políticos apoiem determinada pessoa para os cargos de destaque do governo (exs: ministérios, diretorias etc.). O que se está punindo, neste caso, são atos que transbordaram os limites do exercício legítimo do mandato, ou seja, puniu-se um Deputado que recebia propina para dar sustentação política a um Diretor de estatal. Obs: Informação retirada no Informativo Comentado 904 do STF pelo Dizer o Direito2. 1.2.2 Parlamentarismo É o sistema de Governo mais antigo, originou – se na Inglaterra, no sec. XVIII. O único período da história brasileira que foi adotado o sistema de governo Parlamentarista foi nos anos de 61 a 63. 2 Determinado Deputado Federal integrava a cúpula de um partido de sustentação do governo federal. Como importante figura partidária, ele exercia pressão política junto à Presidência da República a fim de que Paulo Roberto Costa fosse mantido como Diretor de Abastecimento da Petrobrás. Como “contraprestação” por esse apoio, o Deputado recebia dinheiro do referido Diretor, quantia essa oriunda de contratos ilegais celebrados pela Petrobrás. O STF entendeu que esta conduta se enquadra no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). Obs: foi a primeira condenação do STF envolvendo a chamada “operação Lava Jato”. STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904). 10 São características do parlamentarismo: Divisão de funções do Executivo: as duas funções exercidas pelo executivo são dividas para duas pessoas distintas, existe a função de chefe de Estado e a função de chefe de Governo. No parlamentarismo o chefe de estado vai depender se o sistema é parlamentarismo republicano ou parlamentarismo monárquico, assim o chefe de estado pode ser um monarca ou um rei, se o parlamentarismo for monárquico (ex: Japão, Espanha). No parlamentarismo republicano o chefe de estado é o presidente da república (ex: Áustria, Índia, África do Sul, Alemanha). No parlamentarismo o chefe de estado é mais uma figura simbólica de representação do estado, ou seja, uma função mais formal, mas protocolar, ele não desempenha funções políticas dentro do estado. É o chefe de governo que exerce as unções políticas mais importantes. No parlamentarismo o chefe de poder é o primeiro ministro que governa com auxilio do gabinete. O gabinete é uma espécie de ministério. O nome parlamentarismo se dá devido à forma de escolha do primeiro ministro, o primeiro ministro é escolhido pelo parlamento. A qualquer momento o parlamento pode destituir o primeiro ministro, ou seja, no parlamentarismo não a prazo fixo de mandato. Enquanto o parlamento confiar no primeiro ministro, ele permanece no poder. Noção de desconfiança, quando ocorrer o primeiro ministro e seu gabinete é todo alterado. 1.2.3 Semipresidencialismo ou Semiparlamentarismo É um sistema híbrido, que conjuga o parlamentarismo com o presidencialismo. Surgiu em 1958, na França, é o mais recente. Portugal, Polônia, Colômbia adotam este sistema. Nesse sistema possui a mesma articulação política do parlamentarismo, ou seja, nele nós também temos a divisão entre o chefe de estado e o chefe de governo, porem o chefe de estado será sempre o presidente da república, o presidente da republica é eleito diretamente e exerce funções políticas importantes (ele não é uma figura meramente simbólica). 11 É o Presidente da República que escolhe o primeiro ministro, cujo nome deve ser chancelado pelo parlamento, então não é o parlamento que vai escolher o chefe de governo e sim o presidente. Modo de controle no parlamentarismo: a) questão de desconfiança; b) moção de censura. Modo de controle no presidencialismo brasileiro: a) ação popular (art. 5°, LXXIII, CF/88); b) questionamento das contas municipais (art. 31, § 3°, CF/88); c) denúncia de irregularidades ao Tribunal de Contas competente (art. 74, § 2°, CF/88); d) controle exercido por meio do voto nas eleições seguinte. #OBS: Estado de direito: “Estado em que todos – governantes e governados – estão submetidos à lei e à jurisdição”. Estado despótico é diferente de Estado de direito: forma de governo que quem detém o poder mantém, em relação aos súditos, o mesmo tipo de relação que o senhor (em grego, despotes) tem para com os escravos que lhe pertencem. 1.3 FORMAS DE ESTADO Na forma de governo o critério é a relação entre o governante e os governados. Nas formas de estado o critério é distribuição espacial do poder político, ou seja, o que diferencia é a maneira com a Constituição distribui o poder no Estado. 1.3.1 Unitário ou simples Nós temos um centro de poder, ou seja, apenas um poder para toda população. Aqui no Brasil nós adotamos a forma de estado unitário desde a primeira constituição em 1824, até 1889 com a proclamação da república. A grande maioria dos Estados Unitários possui descentralização (ou administrativa, ou político administrativa [é a capacidade de elaborar leis, escolher representantes e executar determinados comandos legais]). Teremos uma centralização política, que significa pouca autonomia dos entes do Estado. 12 1.3.2 Composto Temos mais de um centro de poder incidindo sobre a mesma população e o mesmo território. A) União Pessoal B) União Real C) Confederação D) Federação O termo federação vem de “foedrs” ou “foedus”, significa pacto, aliança, união. Na federação a essência é a união entre os entes que compõe a federação. A origem costuma ser atribuída a Constituição Norte Americana de 1787. 1.3.3 Histórico Fenômeno moderno. Primeiro Estado Federal: EUA. Independência em 1776 – 13 colônias se tornam 13 estados independentes e soberanos. 1781 – 13 estados soberanos assinam os Artigos da Confederação, um tratado para cooperação mútua a fim de preservar a independência. 1787 (ano da constituição dos EUA - 17 de setembro de 1787) – Revisão dos Artigos da Confederação, na cidade de Filadélfia, em que esteve ausente o Estado de Rhode Island. Duas correntes: uma pretendia a revisão puramente formal do tratado e a outra pretendia transformar a confederação em federação. Isto implicaria na perda da independência e da soberania dos estados. Os representantes não tinham mandato, não tinham autorização para implementar a transformação. Ficou estabelecido então que a conversão da confederação em federação seria realizada assim que houvesse a ratificação de 9 entre as 13 ex-colônias. Publica-se em Nova York, a partir de então, uma série de artigos explicando à população as vantagens da formação de um Estado federal. Posteriormente, estes artigos foram todoscompilados e publicados com o nome de O Federalista (Hamilton, Jay e Madison foram os autores). 1789 – ano em que ocorreu a ratificação do nono estado, surgindo os Estados Unidos da América como o primeiro Estado Federal. 13 1.3.4 Peculiaridades históricas da Federação Brasileira Estado federal no Brasil surge com a Constituição de 1891 (primeira Constituição da fase republicana3). As províncias, que eram subdivisões administrativas do território brasileiro no período monárquico, são alçadas à categoria de estados-membros e recebem autonomia do Poder Central. No Brasil, houve um processo diverso do americano: lá, cada um dos Estados soberanos abriu mão de sua soberania em prol da criação de um só Estado Federal soberano que os abrangesse a todos. Aqui, o Estado Unitário (monárquico) embora descentralizado administrativamente, transformou-se em Estado Federal. A Constituição de 1891 transferiu para os Estados-membros um feixe de atribuições (competências) que antes pertencia ao Poder Central. Por isso, diz-se que a federação americana surgiu de um movimento centrípeto, ao passo que a federação brasileira surgiu de um movimento centrífugo. 1.3.5 Principais características do Estado Federal a) Surgimento de um novo Estado e desaparecimento dos Estados que se uniram; b) O Estado federal se forma a partir de uma Constituição ao passo que a Confederação está baseada num Tratado; c) Na Federação não existe direito de secessão4; d) Numa federação, só o Estado federal tem soberania (estados-membros têm autonomia); e) No Estado federal não há hierarquia entre a União e os Estados-membros. Cada entidade possui suas próprias competências delineadas pela Constituição sem possibilidade de alteração (obs.: tradicionalmente, as constituições delimitam o elenco de poderes da União cabendo aos Estados- membros as competências remanescentes); f) Cada entidade tem sua própria fonte de renda; 3 Essa referência histórica foi cobrada na prova do TRF3/2016, sendo considerada correta a seguinte alternativa: “A forma federativa de Estado foi prevista na Constituição de 1891, mas ainda assim não foi assegurada autonomia aos Municípios na condição de entes federados”. 4 A seguinte assertiva foi considerada incorreta (DPE/PR – 2017 – FCC): O pacto federativo é indissolúvel. Excepcionalmente, é possível a regulamentação da secessão desde que atendidos os seguintes requisitos: edição de Lei Complementar específica; consulta direta, através de plebiscito, aos moradores do Estado; e comprovação de viabilidade financeira e orçamentária da proposta. 14 g) O poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas; h) Os cidadãos do Estado que adere à federação adquirem a cidadania do Estado federal e perdem a anterior; i) Existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário responsável pela interpretação e defesa da Constituição. 1.3.6 Autonomia dos “Entes Federativos” Utilizei aqui “entes federativos” por duas razões: a primeira é porque não há uma nomenclatura única utilizada universalmente para designar as unidades federadas dos Estados Federais: nos Estados Unidos e no Brasil, a designação utilizada é de Estado-membro, na Argentina as unidades federadas são chamadas de províncias e na Suíça chamam-se Cantões. Outra razão é que no Brasil, particularmente, também os municípios fazem parte da federação. Muitos criticam esta peculiaridade brasileira por sua falta de rigor técnico, mas a verdade é que os municípios no Brasil gozam da mesma autonomia que possuem os Estados-membros. Mas, afinal, o que vem a ser autonomia? Autonomia, constitucionalmente falando, significa o direito que os “entes federativos” têm de se reger (de se autogovernar) por leis próprias. Significa a liberdade de ação dentro de um círculo de competências delimitado pela Constituição, sendo esta liberdade restringida apenas por princípios da própria Constituição. Em razão de sua autonomia os Estados e Municípios têm o direito de se auto- organizar, ou seja, de terem Constituições próprias no caso dos Estados-membros ou Leis Orgânicas próprias, no caso dos municípios; têm ainda o direito de se autogovernar, ou seja, de eleger diretamente os membros dos seus próprios poderes Legislativo e Executivo (e de organizar o Poder Judiciário, no caso dos Estados- membros); e por fim, têm o direito de se auto-administrar, ou seja, podem exercer livremente as competências legislativas, tributárias e executivas delimitadas pela Constituição. 1.3.7 Argumentos favoráveis ao Estado Federal 1) Mais democrático em virtude da descentralização política; 2) Maior dificuldade para a concentração de poder; 3) Promove mais facilmente a integração entre as regiões e os cidadãos do Estado. 15 1.3.8 Argumentos contrários ao Estado Federal 1) Dispersão exagerada de recursos públicos para manutenção de vários aparelhos burocráticos; 2) Dificuldade de implementação de planos políticos nacionais, menos custosos e mais eficientes; 3) Ocorrência de conflitos políticos e jurídicos. FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO É um Estado para a comunidade internacional. É uma pessoa jurídica de direito público, composta por vários Estados. Os estados membros são unidos por uma Constituição. Os membros são unidos, em regra, por um tratado internacional, porém nada impede que haja uma Constituição unindo os membros. Os membros possuem autonomia. No estado Federal quem tem soberania é a República Federativa (Estado Federal), nenhum ente que compõe a Federação tem soberania, porém todos os entes possuem autonomia. Os membros possuem soberania. É vedado o direito de secessão (é o direito de abandonar, se separar dos demais Estados). Principio da indissolubilidade do pacto federativo art. 1º CF Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Os Estados membros têm direito de secessão, a qualquer momento que eles queiram eles podem se separar dos demais Estados. As decisões dos órgãos centrais são obrigatórias para todos, numa federação quando o órgão central cria uma lei estabelecendo normas gerais, estas normas se estiverem dentro da competência da união estas normas gerais são obrigatórias para todos, todos os entes da federação devem respeitá-las. Os membros possuem o direito de nulificação (esse termo, significa que numa confederação como os estados que o compõe são soberanos se eles não quiserem acatar determinadas normas eles não são obrigados). As normas feitas pelo parlamento não são obrigatórias. Exerce atividades relacionadas a assuntos internos e externos, ou seja, numa federação temos a União exercendo atividades no plano internacional e atividades no plano nacional. Exerce atividades relacionadas ao plano externo, ou seja, em uma confederação quem cuida dos assuntos internos de cada país são os próprios países. 16 Os cidadãos possuem a nacionalidade do Estado Federal, ou seja, numa federação só existe uma nacionalidade. Ex: todos que vivem no Brasil só possuem uma nacionalidade, a brasileira. A nacionalidade é do país e não dos Estados. As pessoas não tem apenas uma nacionalidade, as pessoas possuem a nacionalidade de seu próprio país. Cada cidadão preserva a nacionalidade do seu respectivo Estado. Ex: no MERCOSUL cada um possui sua nacionalidade, brasil – brasileiro, argentina – argentino, não existe “mercosunianos”. O poder central é dividido em Legislativo, Executivo e Judiciário. Há apenas um órgão comum a todos os estados que é o Congresso Confederal, ou seja, a confederação em regra só tem o legislativo. O Judiciário e o Executivo permanecem sendo restrito a cada país. 1.4TIPOS DE FEDERALISMO 1.4.1 Quanto ao surgimento (ou origem) Esta classificação baseia-se com o tipo de movimento responsável pelo surgimento da Federação. A) Por agregação: Surge quando estados soberanos cedem uma parcela da sua soberania para formar um ente único. Esse tipo de federalismo também é chamado de Federalismo por Associação, ou por Aglutinação ou por Estado Perfeito. Existem vários Estados Soberanos esses estados se unem para formar um ente único que é o estado federal, quando isso ocorre eles tem que ceder uma parcela da sua soberania para o ente principal∕ central. O poder que era soberano passa a ser autônomo. Aqui o poder é deslocado da periferia para o centro (movimento centrípeto). Ex: Estados Unidos. B) Por segregação 17 Surge com a descentralização política de um Estado Unitário, ou seja, neste caso o movimento é inverso (movimento centrífugo), aqui existe um Estado unitário e nele o poder está concentrado no centro, este poder será dividido entre os Estados Membros. Ex: Brasil. 1.5 QUANTO À REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS O critério utilizado é a forma de distribuição de competências entre os entes federativos, ou seja, de que maneira a CF vai distribuir a competências entre os entes federativos. São 03 as espécies de federalismo: 1.5.1 Federalismo Dualista/Dual Caracteriza-se por uma repartição horizontal de competências entre a União e os Estados Membros, ou seja, nessa espécie de federalismo a CF divide de forma equilibrada as competências entre a União e os Estados. A relação entre a União e Estados é de coordenação, eles se encontram no mesmo plano∕ patamar. A divisão é feita de maneira rígida, não há interferência de ente com o outro. Este modelo de Estado Dualista geralmente é dotado pelos Estados Liberais Clássicos, a principal característica destes é o abstencionismo, ou seja, aquele estado que não intervém nas relações econômicas, sociais e laborais. Ex: EUA até 1929. 1.5.2 Federalismo de Integração É exatamente o oposto do Federalismo Dualista. Caracteriza-se pela repartição vertical de competências nas quais há uma relação de sujeição dos Estados em relação à União, ou seja, nesta repartição vertical de competências a relação entre a União e os Estados é uma relação de subordinação (e não coordenação∕ equilíbrio). Os Estados Membros estão submetidos às normas da União. Ex: Brasil durante a CF de 1967 e 1969. 18 #OUSESABER: Ao contrário do que o nome sugere, o federalismo de integração estabelece uma relação de subordinação entre as entidades federativas, mediante o fortalecimento do ente central em detrimento dos entes periféricos. Opõe-se, pois, ao federalismo de equilíbrio que pressupõe a coexistência harmônica e linear dos entes federados. 1.5.3 Federalismo Cooperativo Caracteriza-se por possuir tanto uma repartição horizontal quanto uma repartição vertical de competências, sendo estas tuteladas pela União. Não há hierarquia entre as Leis federais e estaduais. Ex: CF brasileira de 1988; EUA após 1929; CF Alemã. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação (FEDERALISMO COOPERATIVO) entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. No Brasil, há uma descentralização especial, denominada de TRÍPLICE ou de MODELO TRICOTÔMICO: União, Estados, DF e Municípios. JOSÉ AFONSO DA SILVA entende que os Municípios não são entes federados, mas, a posição majoritária é a de que são (STF). Assim, na verdade, é quádruplo porque considera também do Distrito Federal. O Brasil reconhece a autonomia dos MUNICÍPIOS, construindo uma Federação tripartite, um modelo diferente de federalismo – de 3º grau. O Município tem competência nas matérias de interesse local. Alguns autores afirmam que os municípios não podem ser equiparados aos Estados, têm autonomia, mas não é a mesma que os Estados. 1.6 QUANTO À HOMOGENEIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS O critério adotado para classificar o Federalismo em Simétrico ou Assimétrico é a simetria na distribuição de competências entre Entes federativos de mesmo grau, ou seja, nós vamos comparar a competência dos Estados Membros entre si (Estados Membros com Estados Membros). Ex: As competências atribuídas aos municípios são as mesmas? 19 Repare que estamos fazendo uma comparação interna dentro da federação brasileira, estamos analisando se a competência é distribuída de forma simétrica entre os Estados Membros. 1.6.1 Ponto de vista externo A) Simétrico (ou Homogêneo): É o federalismo típico. Pressupõe a adoção de um modelo tradicional com as características dominantes de uma federação clássica, ou seja, quando um país adota um modelo simétrico ou clássico de federação aquele modelo adotado pelo país é simétrico ou homogêneo. Há uma simetria entre o modelo adotado na Constituição e o modelo Federalismo Clássico. #EXEMPLO: São características de uma Federação Clássica: o Poder judiciário com órgãos nacionais e estaduais; o poder constituinte originário e o poder constituinte decorrente; a organização bicameral do Poder Legislativo. B) Assimétrico (ou Heterogêneo): É o federalismo atípico. É aquele em que há um rompimento com as linhas tradicionais do federalismo simétrico. #EXEMPLO: na federação brasileira nós temos algumas características que nenhuma outra federação do mundo possui: a consagração de um Município ser um ente federativo. José Tarcísio de Almeida Melo considera o Federalismo Brasileiro Assimétrico. 1.7 CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ESTADO FEDERAL São 03 as principais características de uma federação: DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA ESTABELECIDA PELA CONSTITUÇÃO: no 20 Estado unitário quando há esta descentralização é feita pelo próprio ente∕ poder central é que delega competências administrativas e legislativas, não é a Constituição que delega. No estado federal quem descentraliza é a Constituição. PARTICIPAÇÃO DAS VONTADES PARCIAIS NA FORMAÇÃO DA VONTADE NACIONAL (PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO): em um estado federal os entes que compõe a federação participam da formação da vontade nacional através do Senado. AUTOORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS MEMBROS POR MEIO DE CONSTITUIÇÕES PRÓPRIAS: é a capacidade que os Estados membros possuem de se organizar através de Constituição própria. 1.8 REQUISITOS PARA MANUTENÇÃO DA FEDERAÇÃO IMUTABILIDADE DA FORMA FEDERATIVA: a forma federativa do Estado deve ser consagrada como cláusula pétrea, assim isso impede que o federalismo seja extinto. RIGIDEZ CONSTITUCIONAL ÓRGÃO ENCARREGADO DE EXERCER O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: devem existir órgão de fiscalização para verificar efetivamente se a Constituição está sendo ou não respeitada. AUTONOMIA FINANCEIRA DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS: é decorrência da descentralização, já que para a possibilidade de cumprimento de tarefas específicas, é preciso que haja autonomia de recursos. AUTONOMIA RECÍPROCA: não há hierarquia entre as entidades federadas, cada uma tem a sua parcela de autonomia, que é recíproca. 2 SOBERANIA E AUTONOMIA 2.1 SOBERANIA É o poder político supremo e independente. 21 É um poder supremo, pois internamente a soberania não está limitada por nenhum outro poder, então o poder soberano dentro de um país é um poder soberano (todos os poderes estão subordinados a ele). Na ordem interna é um poder supremo, não há nenhum poder acima dele. Poder Independente porque na ordem internacional não pode ser obrigado a acatar normas que não sejam voluntariamente aceitas, e, por estar em condição de igualdade com os poderes supremos de outros países, ou seja, no planointernacional o poder soberano é independente porque ele não é obrigado a aceitar nenhuma norma de outro país. Quem detém a soberania não é a União, esta é um ente federativo como os demais (Estados, Municípios e DF), estes possuem autonomia. Quem tem o atributo da soberania é a República Federativa do Brasil, ou seja, o Estado brasileiro, agora quem exerce a soberania em nome do Estado brasileiro é a União. A União possui “dupla personalidade”, pois assume um papel interno e outro internacionalmente. Internamente, ela é uma pessoa jurídica de direito público interno, componente da Federação brasileira e autônoma na medida em que possui capacidade de auto-organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração, configurando, assim, autonomia financeira, administrativa e política (FAP). Internacionalmente, a União representa a República Federativa do Brasil (vide art. 21, I a IV). Observe-se que a soberania é da República Federativa do Brasil, representada pela União Federal. 2.2 AUTONOMIA A palavra autonomia surgiu do grego: auto – próprio; nomia - norma, ou seja, significa a elaboração de normas próprias. Os entes (União, Estados Membros, DF e Municípios) possuem 04 autonomias básicas: 1) Auto-organização: é a capacidade de se estruturar e organizar através de normas próprias. A União se auto organiza pela CF; os Municípios e DF se organizam por Leis orgânicas art. 29 e art. 32, CF; os Estados se organizam pela CF. 2) Auto legislação: os entes federativos possuem capacidade de elaborar suas próprias leis. 22 3) Autogoverno: é a capacidade para eleger seus próprios representantes. A União escolhe o Presidente da República, deputados e senadores; no âmbito dos municípios prefeitos e vereadores; no âmbito estadual governador e deputado estadual. 4) Autoadministração: é a capacidade para execução dos próprios negócios, daquilo que está previsto em lei. Quadro próprio de servidores. #OBS: TODAS AS AUTONOMIAS ACIMA SÃO LIMITADAS PELA CRFB∕ 88. #OBS: CONSTITUIÇÃO NACIONAL X CONSTITUIÇÃO FEDERAL: a Constituição Nacional é aquela parte da CRFB∕ 88 que se refere a todos os entes da federação (U, E, DF e M), ex: art. 19, CF; art. 37, CF. Já a Constituição Federal é a parte da CRFB que se refere apenas a União, ex: art. 59 e ss., CF. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: Toda e qualquer dívida contraída pelos entes políticos depende de aprovação do legislativo federal (senado). Toda operação externa de natureza financeira de interesse da União, estados, Distrito Federal e municípios deve ser aprovada previamente pelo plenário do Senado. O mesmo se dá em relação aos limites e condições para as operações de crédito interno e externo das unidades federadas, bem como de suas dívidas 23 mobiliárias. O limite total da dívida consolidada de cada membro da federação também tem de passar pelo crivo do Senado, assim como a concessão de garantia da União para obtenção de créditos (art. 52, incs. V a X). 3 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Modelos de repartição de competência: O modelo clássico busca a sua fonte na Constituição norte-americana de 1787, refletindo aspirações do final do século XVIII. Nesse sentido, compete à União exercer os poderes enumerados e aos Estados os poderes não especificados, em um campo residual. Conforme bem anota Paulo Branco, o rigorismo da enunciação taxativa é flexibilizado pela doutrina dos poderes implícitos. O modelo moderno, por sua vez, passou a ser verificado após a Primeira Guerra Mundial, estando descritas nas constituições não somente as atribuições exclusivas da União, como, também, as hipóteses de competência comum ou concorrente entre a União e os Estados. No modelo horizontal, não se verifica concorrência entre os entes federativos. Cada qual exerce a sua atribuição nos limites fixados pela Constituição e sem relação de subordinação, nem mesmo hierárquica. No modelo vertical, por sua vez, a mesma matéria é partilhada entre os diferentes entes federativos, havendo, contudo, uma certa relação de subordinação no que tange à atuação deles. Essa repartição não é exclusiva da CRF/88, são critérios estabelecidos nas Constituições mais modernas. As atribuições são estabelecidas pelo constituinte originário e, em tese, poderiam ser objeto de modificação (por emenda), desde que a novidade, a ser introduzida, não violasse a forma federativa de Estado, bem como as demais cláusulas pétreas. A diretriz que informa a repartição das competências é o Princípio da Predominância do Interesse. De acordo este princípio, o Poder constituinte vai distribuir as competências, assim se o interesse for predominantemente geral, a competência será da União. Se o interesse é predominantemente local, a competência será atribuída aos Munícipios, por fim se o interesse for predominantemente regional, a competência será dos Estados. 24 #OBS: EXCEÇÃO - SERVIÇOS LOCAIS DE GÁS CANALIZADO É COMPETENCIA ESTADUAL – art. 25,§2º, CRFB. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. *#OUSESABER: A União pode instituir, mediante lei complementar, microrregiões para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum? A resposta é NÃO. Conforme se extrai do §3º do art. 25 da Constituição Federal, é da competência dos Estados: (a) a decisão política quanto à conveniência e a oportunidade de criação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; (b) a escolha de municípios a serem agrupados e das funções comuns; (c) a organização da região (forma, órgãos, competências internas, processo de deliberação e decisão, mecanismos de custeio, etc). Assim, é fato que a União não pode instituir, através de qualquer lei, tais agrupamentos, mesmo que para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Repita- se: essa instituição é de competência dos Estados e através de LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL (e não por lei ordinária). Interessante lembrar ainda que o STF já definiu que o caráter compulsório da integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal, nos termos do que restou julgado na ADI 1842. Recomendável também a leitura da Lei nº 13.089/2015, denominada Estatuto da Metrópole, que deve ser vista com atenção por quem presta concursos de procuradorias, já que a matéria envolve diretamente o interesse dos Estados e Municípios. 3.1 CAMPOS ESPECÍFICOS DE COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA E LEGISLATIVA Nestes campos específicos a Constituiçãofaz uma repartição horizontal de competências. A União tem poderes enumerados pela Constituição (no art. 21, CF competências administrativas e art. 22, CF competências legislativas). Além da União, a Constituição enumera os poderes dos Munícipios (possuem poderes enumerados ou poderes indicativos – art. 30, CF). Em relação aos Estados Membros, a CF, não enumera, nem indica os poderes que estes possuem, os poderes destes são chamados de poderes residuais∕ 25 remanescentes∕ reservadas (art. 25, §1º, CF). O DF não tem poderes específicos, ele detém as competências atribuídas aos Municípios e Estados (art. 32, §1º, CF). Nestes campos específicos não existe hierarquia entre Leis federais, estaduais e municipais, ou seja, quando a CF estabelece essa repartição horizontal entre os entes federativos, não há qualquer hierarquia entre eles, todos estão submetidos à Constituição, cada um dos entes tem campos materiais distintos estabelecidos pela Constituição. Art. 25. Os Estados organizam-se (CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO) e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem (CAPACIDADE DE AUTO-LEGISLAÇÃO), observados os princípios desta Constituição. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. (AQUILO QUE NÃO É VEDADO AOS ESTADOS EXPRESSA OU IMPLICITAMENTE, E NÃO É DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO E DOS MUNICÍPIOS). 3.2 POSSIBILIDADE DE DELEGAÇÃO A possibilidade de delegação está contida no art. 22, parágrafo único, CF (competência privativa da União)5. Apenas a União pode delegar esta delegação só pode ser feita para os Estados e DF, devendo delegar a todos os estados e DF, sem exceção (art.19,III, CF). Esta delegação somente poderá ser feita através de Lei Complementar. A União não pode delegar aos Estados toda matéria, ela só pode delegar aos Estados questões específicas relacionadas a estas matérias. *#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: É inconstitucional lei estadual que isenta entidades filantrópicas de recolher as taxas de retribuição autoral arrecadadas pelo ECAD. A lei estadual que cria novas hipóteses de não recolhimento de direitos autorais não previstas na Lei federal usurpa a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, direito de propriedade e para estabelecer regras de intervenção no domínio econômico (art. 22, I, da CF/88). Além disso, essa lei estadual retira dos autores das obras musicais o seu direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução das obras ou do reconhecimento por sua criação, afrontando o art. 5º, XXII e XXVII, da CF/88. STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/5/2019 (Info 939). 5 A seguinte assertiva foi considerada correta (DPE/PR – 2017 – FCC): É consagrada a possibilidade de delegação de certas competências legislativas privativas da União aos Estados, através da edição de lei complementar especificando a matéria, não podendo ser desigual entre os Estados. 26 3.3 COMPETÊNCIA COMUM (ART. 23, CFRB) As competências comuns são competências essencialmente administrativas, porém quem vai administrar indiretamente acaba legislando. As competências comuns são atribuídas a todos os entes da federação sem exceção, ou seja, é uma competência que pode ser exercida pela U, E, DF e M. Em relação à competência comum (cumulativa, concorrente, administrativa ou paralela), de maneira bastante interessante, o art. 23, parágrafo único, estabelece que leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. E se ocorrer o conflito entre os entes federativos? Nesse caso, observam Mendes, Coelho e Branco que “se o critério da colaboração não vingar, há de se cogitar do critério da preponderância de interesses. Mesmo não havendo hierarquia entre os entes que compõem a Federação, pode-se falar em hierarquia de interesses, em que os mais amplos (da União) devem preferir aos mais restritos (dos Estados)”. A regra de ouro da atuação do administrador (direito administrativo) = o administrador somente pode fazer o que a lei autoriza. Assim, os atos materiais da União decorrentes de sua competência exclusiva serão legislados pela própria União. Há uma correspondência entre a competência material e a competência legislativa. Assim, se todos os entes políticos praticam os atos materiais todos poderão legislar sobre ele. 3.4 COMPETÊNCIA CONCORRENTE (ART. 24, CRFB) As competências concorrentes são competências essencialmente legislativas, porém quem vai legislar indiretamente acaba administrando, pois nada impede que eles executem estas leis. É um dispositivo relacionado ao federalismo cooperativo. Essa repartição é uma repartição vertical de competências não cumulativas, ou seja, ao tratarem da matéria, cada um tratará de um ponto específico. A competência da União para estabelecer normas gerais, não exclui a competência suplementar dos estados, que estabelecem normas específicas, por isso não se fala em competência cumulativa. 27 Se a União não legislar? Os estados terão a competência legislativa plena = normas gerais e específicas. Alguns autores fazem a seguinte diferença (André Ramos Tavares e Alexandre de Morais): competência complementar x supletiva (são espécies da competência suplementar). Complementar seria aquela que depende da prévia existência de lei federal – art. 24, §2º. Supletiva é aquela que surge em virtude da inércia da União para estabelecer as normas gerais – art. 24, §3º. *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: As disposições legais sobre a forma de cobrança do Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) pela Procuradoria Geral do Estado e de sua intervenção em processos de inventário, arrolamento e outros de interesse da Fazenda Pública são regras de procedimento que não violam o Código de Processo Civil. Neste caso, são normas eminentemente procedimentais, autorizadas pelo art. 24 da CF/88, que prevê a competência concorrente da União e dos Estados. A possibilidade de a Procuradoria-Geral do Estado intervir e ser ouvida nos inventários, arrolamentos e outros feitos em nada atrapalha o processo. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905). #ATENÇÃO #IMPORTANTE: Atenta-se que essa diferença foi adotada pelo CESPE: A CF também prevê regras de competência concorrente entre a União, os estados e o Distrito Federal (DF) no art. 24. Assim, compete à União dispor sobre normas gerais, e aos estados e DF sobre as peculiaridades da matéria, de acordo com as realidades locais. Trata-se da denominada competência suplementar dos estados e do DF, fundada no conteúdo do § 2.º do art. 24 da CF. A competência suplementar dos estados e do DF é dividida em duas espécies: a) a competência complementar (existe lei federal); e b) a competência supletiva (não existe lei federal). Assim, caso a União tenha editado normas gerais sobre determinado tema, os estados e o DF podem exercer sua competência complementar. Não obstante, se a União não tiver editado a norma geral sobre a matéria, os estados e o DF adquirem a competência plena, ou seja, para a edição da norma de caráter geral e da norma de natureza específica (competência supletiva). Essas são as regras emanadas dos § 3.º e § 4.º do art. 24 da CF. Não há possibilidade de delegação da União em favor dos Estados e do DF para que estes disponham sobre as matérias consignadas no art. 24 (só cabe delegação na competência privativa da União do art. 22, par. único, CF). O que há é o exercício ou não, pela União, do âmbito de competência que lhe é próprio para a edição de normas gerais sobre determinada matéria, com os desdobramentossupramencionados. Todavia, cabe ressaltar ainda 28 que os estados e o DF não dispõem de autorização constitucional para o exercício da competência legislativa plena em caráter definitivo. Ao contrário, trata-se de competência temporária, de modo que a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrária, na forma expressamente disposta no § 4.º do art. 24 da CF. #OBS: lei federal pode revogar lei estadual? Em termos técnicos a revogação de um ato só pode ser feita por um ato de mesma densidade normativa (mesmo hierarquia) e emana do mesmo poder. Dessa, forma a superveniência de lei federal sobre normas gerais não revoga a lei estadual sobre normas gerais. Ela suspende a eficácia da norma geral estadual. #OBS: Se a norma geral feita pela União for revogada por uma nova lei da União geral, haverá o retorno da norma estadual suspensa = efeito repristinatório tácito. Será que os municípios podem tratar das matérias do art. 24 já que eles não estão elencados no caput? Embora não esteja elencado no art. 24, os municípios poderão exercer uma competência suplementar para tratar de assuntos de interesse local (art. 30, I e II). Essa competência suplementar dos Municípios só não pode ser exercida quando se tratar de competência privativa ou exclusiva da União ou dos estados. Qual a diferença entre competência privativa e exclusiva? Privativa pode ser objeto de delegação. O único caso é o art. 22, parágrafo único. Obs. o art. 84 traz ainda uma competência privativa do Presidente da República. Exclusiva é aquela que não pode ser objeto de delegação. DICA – EXCLUSIVA = EXCLUI a possibilidade de delegação. A CF/88 não faz distinção entre as duas espécies, razão pela qual alguns autores sustentam que ela não deve permanecer. *#DIZERODIREITO #JURISPRUDÊNCIA #STF: Ao editar o art. 7º da Lei nº 9.717/98 e o Decreto nº 3.788/2001, a União extravasou a competência legislativa para a edição de normas gerais sobre previdência social. A União extrapolou os limites de sua competência legislativa na edição da Lei nº 9.717/98, ao impor sanções decorrentes da negativa de expedição de Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP). STF. 1ª Turma. ACO 3134 TP- AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, red. p/ ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/12/2018 (Info 928). *#DIZERODIREITO #JURISPRUDÊNCIA #STF: É constitucional lei estadual que concede o desconto de 50% no valor dos ingressos em casas de diversões, praças desportivas e similares aos jovens de até 21 anos de idade. STF. Plenário. ADI 2163/RJ, rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12/4/2018 (Info 897) Competência tributária expressa: art. 153 (estudar especialmente em direito tributário); 29 Competência tributária residual: art. 154, I (instituição, mediante lei complementar, de impostos não previstos no art. 153, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na CF); Competência tributária extraordinária: art. 154, II (instituição, na iminência ou no caso de guerra externa, de impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criança). COMPETÊNCIAS MATERIAIS OU COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS Tratam da responsabilidade pelo exercício de determinados serviços públicos / administrativos É a competência para a edição de normas. Os entes federados não podem legislar sobre assuntos de competência uns dos outros, evitando a superposição de atividade legislativa, mesmo na competência legislativa comum do artigo 24. EXCLUSIVAS UNIÃO (artigo 21) EXCLUSIVAS Cada ente tem a sua, excluindo os demais. PRIVATIVAS Da UNIÃO (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei complementar. Desde que, sobre questões específicas. COMUNS, CUMULATIVAS OU PARALELAS (artigo 23) Todos os entes federados CONCORRENTES (artigo 24) Os municípios estão excluídos, cabem somente a União, Estados e Distrito Federal, que poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24, mas, não há superposição. §§ 1º a 4º (à união competem às normas gerais; os Estados têm competência suplementar; se a União não emitir as normas gerais, os Estados poderão exercer a competência plena sobre o assunto; se após o exercício da competência plena dos Estados, surgir supervenientemente regulamentação sobre normas gerais da União, a norma dos Estados terá a eficácia suspensa. SUPLEMENTARES (artigo 24, § 2º; art. 30, II) no primeiro artigo trata-se competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o segundo artigo fala da competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS. MNEMÔNICA: COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 30 PRIVATIVA (União) CONCORRENTE (União e Estados/DF) CÓDIGOS Eleitoral Processual Penal Civil Comercial (já existiu) Trabalho Aeronáutico Mineração Exceção: Tributário MÃE Marítimo Agrário Espacial (outro recurso seria: mar, terra e – falta de – ar). TRANSPORTE, NAVEGAÇÃO e PORTOS. Exceção: exploração do transporte rodoviário municipal (MUNICÍPIO) e intermunicipal (ESTADOS). “ATIRE” Águas Telecomunicações6 Informática Radiodifusão Energia (...) desapropriação, serviço postal etc. “DINHEIRO PÚBLICO” Tributário Financeiro Econômico (forçado) URBANISMO OBS: não é competência só do Município (lembrar do Estatuto da Cidade) PENITENCIÁRIO OBS: Segurança Pública é precipuamente dever dos Estados/DF. OBS2: LEP é lei geral. INTERESSES DIFUSOS Meio-ambiente Patrimônio cultural (sentido amplo) Saúde Educação Consumidor Deficientes Regras sobre a competência legislativa concorrente: União = normas gerais; Estados = mantêm competência SUPLEMENTAR; Inexistência de lei federal = Estados então gozam de competência legislativa plena; Superveniência de lei federal (norma geral) = SUSPENSÃO DA EFICÁCIA da lei estadual (a lei não é revogada); Municípios têm competência para legislar 6 A prova do TRF/2016 considerou correta a seguinte alternativa: “Lei estadual não poderá disciplinar a respeito de validade de crédito de telefone celular pré-pago, projetando-o no tempo, sob pena de violação à competência exclusiva da União Federal para legislar sobre telecomunicações.” 31 Lei complementar poderá autorizar os ESTADOS a legislar sobre QUESTÕES ESPECÍFICAS das matérias relacionadas acima. sobre assuntos de interesse local. Horário de estabelecimento comercial Município Horário de Banco União Tempo de espera em fila de banco Município *#NOVIDADELEGISLATIVA: A Lei nº 13.640, de 26 de Março de 2018 (Lei do Uber) alterou a Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, para regulamentar o transporte remunerado privado individual de passageiros e conferiu aos Municípios (e ao Distrito Federal) competência exclusiva para regulamentar e fiscalizar o serviço de transporte remunerado privado individual de passageiros. #OUSESABER: “O Município não pode legislar sobre direito do consumidor”. A assertiva está ERRADA. Segundo o art. 24, incisos V e VII, da CF88, compete concorrentemente à União, Estados e DF legislar sobre produção e consumo, além de responsabilidade por danos ao consumidor. No entanto, nada impede que os municípios possam legislar sobre matéria de defesa dos consumidores, desde que o assunto seja de interesse local. Exemplos: Tempo de filas em bancos e obrigatoriedade de instalação de bebedouros e sanitários em agência bancária. Insta registrar que tais exemplos são frutosde julgamentos do STF. #ATENÇÃO #DEFENSORIA # JÁCAIUEMPROVA: OLHEM A PEGADINHA TRAZIDA PELA FCC NA PROVA DA DPE/BA, EM 2016. A banca considerou INCORRETA a seguinte alternativa: “Compete privativamente à União legislar sobre organização da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios”. #ATENÇÃO: A competência para legislar sobre Defensoria Pública do DF é do próprio DF e não da União. Cabe à União apenas a competência de legislar sobre Defensoria Pública de Territórios (que sequer existem no Brasil). Assim, vejamos: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; #CONCLUSÕESIMPORTANTES: - Reparem que o Poder Judiciário e o Ministério Público do DF continuam a ser organizados pela União. - Somente cabe ao DF a legislação da Defensoria Pública do DF. 32 - Atualmente, não temos nenhum Território, mas se for criado algum, a Defensoria Pública de lá também será de competência da União. #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF É inconstitucional lei estadual que preveja punições a empresas privadas e a agentes públicos que exijam a realização de teste de gravidez e a apresentação de atestado de laqueadura para admissão de mulheres ao trabalho. STF. Plenário. ADI 3165/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/11/2015 (Info 807). Os Municípios com mais de 20 mil habitantes e o Distrito Federal podem legislar sobre programas e projetos específicos de ordenamento do espaço urbano por meio de leis que sejam compatíveis com as diretrizes fixadas no plano diretor. Isso significa que nem sempre que o Município for legislar sobre matéria urbanística, ele precisará fazê-lo por meio do Plano Diretor. O Plano Diretor é o instrumento legal que dita a atuação do Município ou do Distrito Federal quanto ao ordenamento urbano, traçando suas linhas gerais, porém a sua execução pode se dar mediante a expedição de outras lei e decretos, desde que guardem conformidade com o Plano Diretor. STF. Plenário. RE 607940/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 29/10/2015 (Info 805). Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. STF. Plenário. Aprovada em 09/04/2015 - Info 780. É INCONSTITUCIONAL lei estadual que crie, como requisito de admissibilidade para a interposição de recurso inominado no âmbito dos juizados especiais, o depósito prévio de 100% do valor da condenação. Tal norma viola a competência privativa da União para legislar sobre direito processual, além de vulnerar os princípios do acesso à jurisdição, do contraditório e da ampla defesa. STF. Plenário. ADI 2699/PE, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 20/5/2015 (Info 786). É constitucional lei estadual que preveja a possibilidade de empresas patrocinarem bolsas de estudo para professores em curso superior, tendo como contrapartida a obrigação de que esses docentes ministrem aula de alfabetização ou aperfeiçoamento para os empregados da empresa patrocinadora. Essa lei insere-se na competência legislativa do Estado-Membro para dispor sobre educação e ensino, prevista no art. 24, IX, da CF/88. STF. Plenário. ADI 2663/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/3/2017 (Info 856). Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam fundamentadamente. STF. 2ª Turma. ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, julgado em 14/3/2017 (Info 857). *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras de veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel 33 fique inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização do serviço, durante o período de garantia contratual. STF. Plenário. ADI 5158/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/12/2018 (Info 926). *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias façam o corte do fornecimento de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. Ex: lei do Estado do Paraná proíbe concessionárias de serviços públicos de água e luz de cortarem o fornecimento residencial de seus serviços por falta de pagamento de contas às sextas-feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia útil anterior a feriado. Também estabelece que o consumidor que tiver suspenso o fornecimento nesses dias passa a ter o direito de acionar juridicamente a concessionária por perdas e danos, além de ficar desobrigado do pagamento do débito que originou o corte. STF. Plenário. ADI 5961/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/12/2018 (Info 928). *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É constitucional lei estadual ou municipal que imponha sanções às agências bancárias que não instalarem divisórias individuais nos caixas de atendimento. Trata-se de matéria relativa a relação de consumo, o que garante ao Estado competência concorrente para legislar sobre o tema (art. 24, V, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4633/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (notícia do site). STF. 1ª Turma. ARE 756593 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/12/2014. *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É inconstitucional lei estadual que obriga as empresas concessionárias de serviços de telecomunicações a manterem escritórios regionais e representantes legais para atendimento presencial de consumidores em cidades com população superior a 100 mil habitantes, bem como a divulgarem os correspondentes endereços físicos no site, no contrato de prestação de serviços e nas faturas enviadas aos usuários. Trata-se de matéria relativa a “serviços públicos de telecomunicações”, cuja competência é privativa da União (art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88). STF. Plenário. ADI 4633/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (notícia do site) *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É inconstitucional lei do Distrito Federal que institua, extinga e transforme órgãos internos da Polícia Civil do Distrito Federal. Essa lei viola o art. 21, XIV, da CF/88, que fixa a competência da União para manter e organizar a Polícia Civil do Distrito Federal. Deve-se reconhecer que o art. 21, XIV, CF/88 trata tanto de competência administrativa quanto legislativa, sendo a matéria, portanto, atribuída, prioritariamente, à União. As leis distritais impugnadas, ao criarem cargos em comissão e novos órgãos, também instituíram novas obrigações pecuniárias a serem suportadas pela União. Ocorre que é vedado ao Distrito Federal valer-se de leis distritais para instituir encargos financeiros a serem arcados pela União. Como as leis distritais declaradas inconstitucionais eram muito antigas (2001, 2002 e 2005), o STF decidiu modular os efeitos da decisão. STF. Plenário. ADI 3666, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 06/12/2018 (notícia do site). 34 *#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: Lei estadual previu que se a vítima do estupro for pessoa do sexo feminino menor de 18 anos, esta vítima deverá ser examinada, obrigatoriamente, por uma legista mulher, que irá fazer a perícia. O STF concedeu medida cautelar em ADI para dar interpretação conforme a Constituição a esse dispositivo. Segundo o STF, as crianças e adolescentes do sexo feminino vítimas de violência deverão ser, obrigatoriamente, examinadas por legista mulher, mas desde que isso não importe retardamento ou prejuízo da diligência. É preciso conciliar a proteção de crianças e adolescentes mulheres vítimas de violência e o acesso à Justiça. Embora essa norma estadual vise proteger as vítimas de estupro na realização da perícia, o efeito resultante foi contrário, porqueperitos homens estavam se recusando a fazer o exame nas menores de idade em razão da Lei. Dessa forma, as investigações não tinham prosseguimento. Vale ressaltar, por fim, que o Estado-membro tinha competência legislativa para editar esta norma (não há inconstitucionalidade formal). Isso porque esta Lei estadual não trata sobre direito processual penal (art. 22, I, da CF/88), mas sim sobre procedimento em matéria processual, assunto que é de competência concorrente (art. 24, XI, da CF/88). STF. Plenário. ADI 6039 MC/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/3/2019 (Info 933). #OUSESABER: É constitucional lei estadual que veda revista íntima praticada por empregadores em seus estabelecimentos? Segundo o STF, não, por ofender competência privativa da União para legislar sobre Direito do Trabalho(art. 22, I, CF/88). Vejamos: Matéria concernente a relações de trabalho. Usurpação de competência privativa da União. Ofensa aos arts. 21, XXIV, e 22, I, da CF. Vício formal caracterizado. (...) É inconstitucional norma do Estado ou do Distrito Federal que disponha sobre proibição de revista íntima em empregados de estabelecimentos situados no respectivo território. [ADI 2.947, rel. min. Cezar Peluso, j. 5-5-2010, P, DJE de 10- 9-2010. É inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da “vaquejada”. Segundo decidiu o STF, os animais envolvidos nesta prática sofrem tratamento cruel, razão pela qual esta atividade contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. A crueldade provocada pela “vaquejada” faz com que, mesmo sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância do disposto no inciso VII do § 1º do art. 225 da CF/88, que veda práticas que submetam os animais à crueldade. STF. Plenário. ADI 4983/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 06/10/2016 (Info 842). *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF #IMPORTANTE É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre as competências da Procuradoria Geral do Estado. Isso porque esta matéria é de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88). É do Governador do Estado a iniciativa de lei ou emenda constitucional que discipline a organização e as atribuições dos órgãos e 35 entidades da Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). *#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o governador e o vice-governador do Estado ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional mostra- se incompatível com os postulados da simetria e da separação dos Poderes. A Constituição Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que é da competência do Congresso Nacional autorizar o Presidente e o Vice- presidente da República a se ausentarem do País quando a ausência for por período superior a 15 dias. Logo, afronta os princípios da separação dos Poderes e da simetria a norma da Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para que o Governador e o Vice-governador se ausentem do País por qualquer prazo. Os Estados-membros não podem criar novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita ou implicitamente de regra ou princípio previsto na Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5373 MC/RR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/5/2019 (Info 939). *#IMPORTANTE #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que a Procuradoria Geral do Estado ficará responsável pelas atividades de representação judicial e de consultoria jurídica apenas “do Poder Executivo”. Essa previsão viola o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal. De acordo com o art. 132 da CF/88 as atribuições da PGE não ficam restritas ao Poder Executivo, abrangendo também os demais Poderes. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). *#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: A Lei nº 13.060/2014, que disciplina o uso dos instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, é constitucional, tanto sob o aspecto formal como material. STF. Plenário. ADI 5243/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 11/4/2019 (Info 937). *#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de passageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal. Isso porque compete à União legislar sobre “trânsito e transporte”, nos termos do art. 22, XI, da CF/88. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão geral) (Info 939). São inconstitucionais leis municipais que proíbam o serviço de transporte de passageiros mediante aplicativo A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão geral) (Info 939). 36 *#IMPORTANTE #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF. Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a assistência jurídica da Administração indireta será exercida por profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos quadros. É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que “a representação judicial e extrajudicial dos órgãos da administração indireta é de competência dos profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos quadros e integram advocacia pública cujas atividades são disciplinadas em leis especificas.” Essa previsão viola o princípio da unicidade a representação judicial dos Estados e do Distrito Federal. O art. 132 da CF/88 atribuiu aos Procuradores dos Estados e do DF exclusividade no exercício da atividade jurídica contenciosa e consultiva não apenas dos órgãos, mas também das entidades que compõem a administração pública indireta. STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). Inconstitucionalidade da previsão de procuradores autárquicos. É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que cria o cargo de procurador autárquico em estrutura paralela à Procuradoria do Estado. Também é inconstitucional dispositivo de constituição Estadual que transforma os cargos de gestores jurídicos, advogados e procuradores jurídicos em cargos de procuradores autárquicos. STF. Plenário. ADI 5215/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). Inconstitucionalidade da previsão de procuradores autárquicos e de advogados de fundação. É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que os procuradores autárquicos e os advogados de fundação terão competência privativa para a representação judicial e o assessoramento jurídico dos órgãos da Administração Estadual Indireta aos quais vinculados, e que, para os efeitos de incidência de teto remuneratório, eles serão considerados “procuradores”, nos termos do art. 37, XI, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4449/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). *#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de Procurador-Geral da universidade estadual. Esta previsão está de acordo com o princípio da autonomia universitária (art. 207 da CF/88). STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel.
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