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13 INTERVENÇÃO, ESTADO DE DEFESA E DE SÍTIO

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
INTERVENÇÃO, ESTADO DE DEFESA E DE SÍTIO 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1 INTERVENÇÃO FEDERAL ......................................................................................................................... 3 
1.1 CONCEITO ...................................................................................................................................... 3 
1.2 CARACTERÍSTICAS .......................................................................................................................... 4 
1.3 PRESSUPOSTOS MATERIAIS ............................................................................................................ 6 
1.4 PRESSUPOSTOS FORMAIS ............................................................................................................... 8 
1.5 ESPÉCIES ........................................................................................................................................ 8 
1.6 CONTROLE POLÍTICO E JURISDICIONAL .......................................................................................... 10 
1.7 REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA – ADI INTERVENTIVA .................................................................. 13 
1.8 ADI INTERVENTIVA ESTADUAL ....................................................................................................... 13 
1.9 LEI 12.562/2011 ............................................................................................................................ 16 
1.10 JURISPRUDÊNCIA DO STF SOBRE INTERVENÇÃO ............................................................................. 19 
2 ESTADO DE DEFESA .............................................................................................................................. 25 
3 ESTADO DE SÍTIO .................................................................................................................................. 27 
4 QUADRO COMPARATIVO ENTRE ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO ............................................... 29 
5 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO ......................................................................................... 34 
6 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ..................................................................................................................... 34 
 
 
3 
ATUALIZADO EM 21/03/20181 
INTERVENÇÃO, ESTADO DE DEFESA E DE SÍTIO – DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 
 
Sistema constitucional das crises, definido como o conjunto ordenado de normas constitucionais, que, 
informadas pelos princípios da necessidade e da temporariedade, tem por objeto as situações de crises e por 
finalidade a mantença ou o restabelecimento da normalidade constitucional. 
 
Os aludidos princípios determinam que: a) os meios de resposta tenham sua executoriedade restrita e 
vinculada a cada anormalidade em particular e, ainda, ao lugar e tempo específicos; b) o poder de fiscalização 
política dos atos de exceção seja de competência do legislativo; c) haja possibilidade de controle judicial, que 
deverá ser realizado a tempore e a posteriori. 
 
1 INTERVENÇÃO FEDERAL 
 
1.1 CONCEITO 
 
A intervenção pode ser definida como uma medida excepcional, de natureza política, consistente na 
possibilidade de afastamento temporário da autonomia de um ente federativo quando verificadas as hipóteses 
taxativamente previstas na Constituição Federal. 
 
Essa excepcionalidade se dá em razão do princípio da autonomia: margem de ação pela qual os entes 
federativos têm a garantia de que não sofrerão a interferência de outros. Então, excepcionalmente, essa 
autonomia pode ser afastada. 
 
Tenham em mente que esse afastamento ocorre sempre temporariamente, pois se fosse em caráter 
definitivo haveria violação do supracitado princípio da autonomia, que é um dos pilares da nossa federação. 
Além disso, as hipóteses de ocorrência são taxativas e devem ser interpretadas restritivamente, como veremos 
a seguir! As hipóteses são numerus clausus. 
 
 
1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de 
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados. 
4 
Há previsão da oitiva de dois órgãos superiores de consulta, quais sejam, o Conselho da República (art. 
90, I), e o Conselho de Defesa Nacional. 
 
Não há qualquer vinculação do Chefe do Executivo aos aludidos pareceres. 
 
1.2 CARACTERÍSTICAS 
 
 Excepcionalidade da medida; 
 
 Taxatividade das hipóteses; 
 
 Temporariedade da execução, enquanto subsistirem as razões para que a intervenção ocorra 
(art. 36, §1º, CF). 
 
CARACTERÍSTICAS 
EXCEPCIONALIDADE DA MEDIDA TEMPORARIEDADE DA EXECUÇÃO TAXATIVIDADE DAS HIPÓTESES 
 
Quando a União intervém nos Estados e no DF significa uma supremacia em relação a eles? 
 
Não. Dentro da Federação, como regra, não há supremacia de um ente federativo sobre o outro. Tanto 
que, se houver conflito entre lei federal, estadual e municipal, ele não será resolvido com base na hierarquia – 
deve-se recorrer à Constituição e à análise das hipóteses de competência. 
 
À rigor, quando há intervenção federal, é como se todos os outros entes da federação estivessem 
intervindo (uma espécie de “condomínio constitucional”), representados pela União. 
 
Pode haver intervenção federal em municípios? 
 
A princípio, não, tendo em vista que o art. 34 da Constituição versa apenas sobre “Estados e DF”. 
 
Vai um exemplo? 
 
5 
Lembrem do caso em que a União interveio em hospitais da cidade do Rio de Janeiro (época em que 
havia uma grande crise de saúde no Estado). O STF considerou que a intervenção era incompatível com a 
Constituição Federal, pois não poderia haver intervenção federal em município localizado em Estado. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. 
UNIÃO FEDERAL. DECRETAÇÃO DE ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO 
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. REQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS MUNICIPAIS. DECRETO 5.392/2005 DO 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA. MANDADO DE SEGURANÇA DEFERIDO. 
 
Mandado de segurança, impetrado pelo município, em que se impugna o art. 2º, V e VI (requisição dos hospitais 
municipais Souza Aguiar e Miguel Couto) e § 1º e § 2º (delegação ao ministro de Estado da Saúde da 
competência para requisição de outros serviços de saúde e recursos financeiros afetos à gestão de serviços e 
ações relacionados aos hospitais requisitados) do Decreto 5.392/2005, do presidente da República. Ordem 
deferida, por unanimidade. 
 
Fundamentos predominantes: (i) a requisição de bens e serviços do município do Rio de Janeiro, já afetados à 
prestação de serviços de saúde, não tem amparo no inciso XIII do art. 15 da Lei 8.080/1990, a despeito da 
invocação desse dispositivo no ato atacado; (ii) nesse sentido, as determinações impugnadas do decreto 
presidencial configuram-se efetiva intervenção da União no município, vedada pela Constituição; (iii) 
inadmissibilidade da requisição de bens municipais pela União em situação de normalidade institucional, sem a 
decretação de Estado de Defesa ou Estado de Sítio. Suscitada também a ofensa à autonomia municipal e ao 
pacto federativo. (STF. MS nº 25.295/RJ. Relator: Ministro Joaquim Barbosa. Data da Publicação: 05/10/2007) 
 
#DIZERODIREITO 
 
Há dois tipos de intervenção em nossa Federação:a) Intervenção da União nos Estados, no Distrito Federal ou nos Municípios localizados em Territórios 
(intervenção federal) – art. 34 da CF; b) Intervenção dos Estados nos Municípios (intervenção estadual) – art. 35 
da CF. ESQUEMA de aula – Direito Constitucional – Intervenção Federal Página 2 
 
 Intervenção FEDERAL  União intervém nos Estados. 
 
 Intervenção ESTADUAL  Estados intervém nos Municípios. (Obs.: a União não intervém em Municípios, a não 
ser que estejam em Territórios). 
6 
 
O não-pagamento de precatório pode, em tese, ensejar intervenção federal? 
 
SIM. O fato do Estado-membro deixar de pagar precatório configura descumprimento de decisão judicial 
transitada em julgado e, portanto, pode, em tese, autorizar a intervenção federal com base no art. 34, VI, 2ª 
parte, da CF/88. 
 
O simples não-pagamento de precatório já enseja a intervenção federal? 
 
NÃO. Segundo a jurisprudência consolidada do STF, é pressuposto indispensável ao acolhimento da 
intervenção federal que reste demonstrada a atuação estatal voluntária e dolosa com objetivo de descumprir 
decisão judicial transitada em julgado. 
 
Em outras palavras, é necessário que tenha havido, por parte do Estado, descumprimento voluntário e 
intencional da decisão judicial. A ausência de conduta dolosa do ente estatal em descumprir a ordem judicial 
não autoriza o deferimento do pedido de intervenção. Se ficar demonstrado que o Estado-membro não pagou 
os precatórios por conta de dificuldades financeiras, tal circunstância revela, segundo o STF, que não houve 
intenção estatal de se esquivar ao pagamento. STF. Plenário. IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, IF 5114/RS, rel. 
Min. Cezar Peluso, 28/3/2012. 
 
#OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #PGE # PGM #AGU 
Falta de pagamento de precatório por Estado-Membro pode ensejar intervenção federal? Confiram o 
entendimento do STF acerca do tema: "O descumprimento VOLUNTÁRIO E INTENCIONAL de decisão transitada 
em julgado configura pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. A ausência 
de voluntariedade em não pagar precatórios, consubstanciada na insuficiência de recursos para satisfazer os 
créditos contra a Fazenda Estadual no prazo previsto no § 1º do art. 100 da Constituição da República, não 
legitima a subtração temporária da autonomia estatal, mormente quando o ente público, apesar da exaustão do 
erário, vem sendo zeloso, na medida do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos judiciais." (STF, 
IF 1.917-AgR, rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-3-2004, Plenário, DJ de 3-8-2007.) 
 
1.3 PRESSUPOSTOS MATERIAIS 
 
Os pressupostos possuem quatro finalidades – defesa do Estado, defesa do princípio federativo, defesa 
das finanças estaduais, defesa da ordem constitucional. 
 
7 
DEFESA DO ESTADO DEFESA DO PRINCÍPIO FEDERATIVO 
DEFESA DAS FINANÇAS ESTADUAIS DEFESA DA ORDEM CONSTITUCIONAL 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - Manter a integridade nacional; (defesa do Estado) 
 
II - Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (defesa do Estado e defesa do 
princípio federativo) 
 
#NÃOCONFUNDA: Enquanto a invasão estrangeira é repelida em nome da defesa do Estado, a invasão de uma 
unidade da federação em outra é repelida em nome do princípio federativo. 
 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; (proteção do princípio federativo) 
 
IV - Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (proteção do princípio 
federativo) 
 
V - Reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (defesa das finanças estaduais) 
 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos 
estabelecidos em lei; 
 
VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; (defesa da ordem constitucional) 
 
VII - Assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: (são os princípios constitucionais sensíveis 
– defesa da ordem constitucional) 
 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
 
#VALELEMBRAR 
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PRINCÍPIOS SENSÍVEIS OU 
ENUMERADOS 
PRINCÍPIOS EXTENSÍVEIS 
PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS OU 
ORGANIZATÓRIOS 
A expressão “sensível” remete 
àquilo que é facilmente percebido 
pelos sentidos, claro, manifesto, 
sendo, portanto, princípios 
apontados indubitavelmente na 
constituição, expressos em seu 
texto, mais especificamente no art. 
34 VI, da CF/88. #OLHAELEAQUI! 
Consubstanciam regras de 
organização da União, cuja 
aplicação se estende aos Estados, 
por força do princípio da simetria. 
São aqueles que limitam, vedam ou 
proíbem a ação indiscriminada do 
Poder Constituinte Decorrente, 
determinados diretamente aos 
Estados, ainda que não de forma 
expressa. Podem gerar limitações 
expressas, implícitas ou 
decorrentes. 
 
1.4 PRESSUPOSTOS FORMAIS 
 
Legitimidade ativa – Presidente da República, por meio de decreto. Esse decreto deve prever a 
amplitude, o prazo de duração da intervenção, condições. Se for o caso, o Presidente pode nomear interventor 
(ocorre quando a intervenção está relacionada a algum ato do Poder Executivo). 
 
Além de um controle jurisdicional, a intervenção também é objeto de um controle político por parte do 
legislativo – apreciação pelo congresso em 24 horas, salvo no caso de se limitar a suspender a execução de 
algum ato específico. 
 
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se 
couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia 
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 
 
1.5 ESPÉCIES 
 
Existem três espécies de intervenção federal previstas na Constituição Federal de 1988: 
 
1) Intervenção espontânea: a sua decretação depende apenas da ocorrência dos motivos que a 
autorizam. Em outras palavras, ocorridos os motivos autorizadores, pode o Presidente da República, 
espontaneamente, sem qualquer tipo de provocação, decretar a intervenção. Nesse caso, o Presidente 
tem discricionariedade para decidir se quer ou não decretar a intervenção, sendo este um ato de 
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natureza política. 
 
Se refere às hipóteses dos incisos I (defesa do estado), II (repelir invasão), III (comprometimento da 
ordem pública) e IV (reorganizar finanças do ente da federação). 
 
2) Intervenção solicitada: a decretação depende de solicitação do Legislativo ou do Executivo. 
Nesse caso, a decretação da intervenção também será ato discricionário – o Presidente não é obrigado a 
decretar. Trata-se da hipótese do art. 36, I (primeira parte) da CF. 
 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
 
I – No caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de 
requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; 
 
3) Intervenção requisitada: a decretação depende de requisição do Poder Judiciário. Trata-se da 
hipótese do art. 36, I (segunda parte), II e III. Em todos os casos de intervenção requisitada, o Presidente 
da República não possui discricionariedade – trata-se de ato vinculado, em virtude do disposto na Lei nº 
1.079/50, mais precisamente em sede do seu art. 12. 
 
Art. 36 (…) 
 
I – No caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de 
requisição do SupremoTribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; 
 
II – No caso de desobediência à ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; 
 
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na 
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. 
 
Art. 12. São crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias: 
 
III – deixar de atender a requisição de intervenção federal do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior 
Eleitoral; 
 
#APROFUNDANDO: O retromencionado art. 12 da Lei nº 1.079/50 não fala expressamente do STJ, isso porque 
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ele ainda não existia em 1950, mas é pacífico que o teor do dispositivo legal também se aplica a ele. 
 
#ATENÇÃO: Cabe exclusivamente ao STF a requisição de intervenção para assegurar a execução de decisões da 
Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar, ainda quando fundadas em direito infraconstitucional. Perceba que o 
inciso II, do art. 36 apenas menciona STF, STJ e TSE. 
 
1.6 CONTROLE POLÍTICO E JURISDICIONAL 
 
A intervenção federal sofre dois tipos de controle: o político, realizado pelo Congresso Nacional, e o 
jurisdicional, realizado pelo Judiciário. 
 
1) Controle Político: a princípio, a intervenção é sempre controlada pelo Legislativo, conforme 
dispõe o art. 36, § 1º, da Constituição Federal. 
 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
 
(…) 
 
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se 
couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa 
do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 
 
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação 
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. 
 
Contudo, nem sempre é necessária a apreciação pelo Congresso ou pela Assembleia Legislativa 
(intervenção estadual). Existem hipóteses nas quais, por já haver controle prévio feito pelo Judiciário, a 
apreciação do Legislativo é dispensada. 
 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
 
(…) 
 
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela 
Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar 
11 
ao restabelecimento da normalidade. 
 
Nesses casos, não haverá controle político. Além disso, se a simples suspensão do ato impugnado for 
suficiente para reestabelecer a normalidade, não há necessidade de nomear interventor ou de a intervenção se 
perdurar no tempo. 
 
2) Controle Jurisdicional (STF): O controle jurisdicional da intervenção federal é feito pelo STF, 
conforme preconiza o art. 102, I, “f”, da CF/88. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
 
I – Processar e julgar, originariamente: 
 
(…) 
 
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, 
inclusive as respectivas entidades da administração indireta; 
 
Nesses casos de intervenção, pode ser que o Estado entenda que a União está intervindo indevidamente 
e interponha uma ação cível originária no STF. Aqui, caberá ao STF exercer o controle jurisdicional, 
independentemente do controle político feito pelo Congresso (um não exclui o outro). 
 
Esse controle jurisdicional é posterior à intervenção, diferentemente dos casos de ADI interventiva, por 
exemplo. 
 
Nesse caso, o STF não deve entrar no mérito da decretação da intervenção. Não cabe ao STF dizer se ela 
é devida ou não (#LEMBRANDO: é ato discricionário e político!). Ele só deverá analisar se os requisitos materiais 
e formais, previstos na Constituição, foram atendidos. 
 
Art. 36, §1º e §2º. 
 
O STF pode analisar a intervenção, exceto no que diz respeito ao mérito do ato. 
 
#OBS: Intervenção Estadual: art. 35, CF - Intervenção em município só pode ser estadual, salvo na hipótese de 
município de Território, que pode sofrer intervenção federal. 
 
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Hipóteses em que o controle exercido pelo Congresso Nacional é dispensado: 
 
VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
 
Procedimento 
 
O DECRETO DE INTERVENÇÃO está regulado no artigo 36: 
 
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela 
Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar 
ao restabelecimento da normalidade. 
 
A análise por outro poder já foi feita – não precisa sequer nomear interventor, basta a suspensão do 
ato. 
 
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo 
impedimento legal. 
 
Temporariedade da intervenção, se a autoridade mantém a intervenção, sem os motivos que a 
justifiquem, cometerá crime de responsabilidade. 
 
Quando o Legislativo analisa o decreto o faz com discricionariedade, podendo determinar a sua 
suspensão. A responsabilidade civil do ato praticado pelo INTERVENTOR, os atos do interventor são divididos em 
dois tipos: 
 
1) Atos próprios da intervenção para afastar os motivos da intervenção: responsabilidade civil 
direta do órgão interventor. 
 
2) Atos ordinários do ente político sob a intervenção / atos de gestão ordinários: a primeira 
responsabilidade é o ente político sob a intervenção, mas se o interventor agir com dolo ou culpa caberá 
o regresso contra o ente interventor. 
 
13 
#ATENÇÃO: STJ 1. O decreto de intervenção estadual em município possui natureza político-administrativa, 
insuscetível de impugnação pela via do recurso especial. 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 
689.083/SP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 18.10.2005, DJ 
21.11.2005 p. 190) 
 
1.7 REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA – ADI INTERVENTIVA 
 
É um instrumento de controle concentrado concreto, ou seja, é uma exceção a regra. 
 
Ela é uma ação de controle concentrado, pois ocorre no STF, mas é um processo subjetivo - concreto 
(União x Estado). 
 
O único legitimado é o PGR, que atua como substituto processual. 
 
Ela tem como parâmetro o art. 34, VI (recusa à execução de lei federal) ou art. 34, VII (princípios 
constitucionais sensíveis). 
 
A decisão não tem natureza jurídica, mas sim político-administrativa. É uma decisão irrecorrível, não 
cabe ação rescisória. 
 
Atualmente, é possível a concessão de liminar pela maioria absoluta dos membros do Tribunal (art. 5º, 
Lei nº 12.562/11). 
 
O ato do Presidente da República estará vinculado à decisão do STF e não há controle político (art. 36, 
§3º, CF). 
 
1.8 ADI INTERVENTIVA ESTADUAL2 
 
O único legitimado é o PGJ e não cabe Recurso Extraordinário para o STF porque a natureza da decisão é 
político-administrativa (Súmula 637 STF). Também não há controle político (art. 36, §3º, CF). 
 
 
2
 #COMOFOICOBRADO: (Juiz TJAM 2013 FGV) O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de descumprimento de 
ordem ou de sentença judiciais (CF, Art. 34, VI, e Art. 35, IV), a efetivação do ato de intervenção – trate-se de intervenção 
federal nos Estados-membros, cuide-se de intervenção estadual nos Municípios – reveste-se de caráter político-
administrativo, muito embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário (CF, Art. 36, II, e Art. 35, IV), 
circunstância que inviabiliza, ante a ausência de causa, a utilização do recurso extraordinário. (item CORRETO). 
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Sobre a intervenção estadual, além das hipóteses de cabimento, uma questão sempre presente nasprovas é a redação da Súmula 637-STF: 
 
Súmula 637-STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de 
intervenção estadual em Município. 
 
#DIZERODIREITO: 
Por que não cabe recurso extraordinário? 
 
O recurso extraordinário destina-se a impugnar decisões judiciais (em sentido estrito). Quando o Tribunal de 
Justiça decide um pedido de intervenção estadual essa decisão, apesar de emanar de um órgão do Poder 
Judiciário, reveste-se de caráter político-administrativo (e não jurisdicional). Logo, por se tratar de uma decisão 
político-administrativa proferida pelo Poder Judiciário, contra ela não cabe recurso extraordinário já que não 
existe uma “causa judicial”. 
 
#DIZERODIREITO #CASOCONCRETO 
 
A situação fática foi a seguinte (com adaptações): 
 
Determinado sítio foi invadido por membros do MST. O proprietário ajuizou ação de reintegração de posse, 
tendo o juiz de direito concedido a liminar para desocupação da área, requisitando, para tanto, força policial. O 
magistrado determinou por várias vezes a intimação dos agentes públicos estaduais responsáveis (Governador 
do Estado, Secretário de Segurança, Comandante da PM etc.) para que encaminhassem ao local força policial, 
no entanto, as seguidas ordens judiciais foram descumpridas. Diante da inexecução da ordem judicial por mais 
de 6 anos, o proprietário do imóvel apresentou ao Presidente do Tribunal de Justiça pedido de intervenção 
federal. O TJ concordou com o autor e determinou a remessa do pedido de intervenção ao STJ. 
 
O STJ era competente para julgar esse pedido de intervenção? 
SIM. Cabe ao STJ o exame da Intervenção Federal nos casos em que a matéria é infraconstitucional (envolvendo 
legislação federal) e o possível recurso deva ser encaminhado ao STJ. No presente caso, a decisão descumprida 
é uma sentença em ação de reintegração de posse na qual se discutiram temas relacionados com direito civil 
privado, não tendo feito considerações sobre questões constitucionais. Logo, o eventual recurso contra a 
decisão, quando o processo superasse as instâncias ordinárias e chegasse aos Tribunais Superiores, seria 
apreciado pelo STJ em sede de recurso especial. Não caberia, no caso, recurso extraordinário ao STF, razão pela 
qual essa Corte não seria competente para julgar o pedido de intervenção relacionada com o desatendimento 
da decisão. 
 
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A parte autora (no caso, o proprietário) poderia ter representado ao STJ pedindo a intervenção? Isso seria 
correto? 
NÃO. A representação ou requisição de Intervenção Federal constituem providências que cabem aos Tribunais e 
não à parte interessada. Isso porque a intervenção federal, no caso de descumprimento de decisão judicial, não 
é um instrumento de realização do direito do particular vitorioso no caso. Trata-se de um mecanismo de 
afirmação da autoridade do órgão judiciário cuja ordem ou decisão esteja sendo descumprida. Em outras 
palavras, não é um instrumento de defesa do direito da parte, mas sim de garantia da independência do Poder 
Judiciário. No caso concreto, a parte autora fez o correto. Provocou o Tribunal de Justiça e este representou ao 
STJ pedindo a intervenção federal. Vale ressaltar que o autor não cometeu nenhuma irregularidade ao formular 
o pedido ao TJ porque este Tribunal local poderia até mesmo de ofício pedir a intervenção ao STJ. Ora, se ele 
poderia fazê-lo de ofício, nada impede que a parte o provoque. 
 
E se a decisão descumprida fosse do STJ ou do STF? 
Então, nesse caso, a parte poderia dirigir-se ao próprio STJ ou STF pedindo a intervenção. 
 
No mérito, o que decidiu o STJ? O pedido de intervenção foi aceito? 
NÃO. O STJ julgou improcedente o pedido de intervenção federal. Como já se passaram muitos anos desde que 
prolatada a decisão judicial descumprida, a remoção das diversas famílias que vivem no local se fosse feita hoje 
iria causar um enorme conflito social, até mesmo porque não existe lugar para acomodar de imediato, de forma 
digna, essas pessoas. O Ministro salientou que, tecnicamente, a recusa do Estado em fornecer força policial para 
a desocupação ordenada pelo Poder Judiciário caracteriza a situação prevista no art. 36, II, da CF, pois há 
desobediência à ordem “judiciária”, o que justificaria a intervenção (art. 34, VI) para “prover a execução da 
ordem ou ESQUEMA de aula – Direito Constitucional – Intervenção Federal Página 7 decisão judicial”. 
Entretanto, a situação em análise revela quadro de inviável atuação judicial, assim como não recomenda a 
intervenção federal para compelir a autoridade administrativa a praticar ato do qual vai resultar conflito social 
muito maior que o suposto prejuízo do particular. Pelo princípio da proporcionalidade, não deve o Poder 
Judiciário promover medidas que causem coerção ou sofrimento maior que sua justificação institucional e, 
assim, a recusa pelo Estado não é ilícita. Para o Ministro houve a afetação do bem por razões de interesse 
público, razão pela qual a questão deverá ser resolvida em reparação a ser buscada via ação de indenização 
(desapropriação indireta) promovida pelo interessado. Assim, o STJ negou o pedido de intervenção federal 
contra o Estado, considerando que houve a perda da propriedade por ato lícito da administração, não 
remanescendo outra alternativa que respeitar a ocupação dos ora possuidores como corolário dos princípios 
constitucionais da dignidade da pessoa humana, de construção de sociedade livre, justa e solidária com direito à 
reforma agrária e acesso à terra e com erradicação da pobreza, marginalização e desigualdade social. 
 
Resumindo o que foi julgado pelo STJ: 
16 
1) A União poderá intervir no Estado ou DF para prover (garantir) a execução de ordem ou decisão judicial que 
esteja sendo desrespeitada (art. 34, VI, da CF/88). Ocorrendo esse descumprimento, o STF, o STJ ou o TSE, a 
depender de qual ordem/decisão judicial esteja sendo desatendida, irá requisitar do Presidente da República a 
intervenção federal. 
 
2) Se o Estado/DF estiver descumprindo uma decisão de juiz ou Tribunal de 2ª instância, o Tribunal local deverá 
fazer uma representação ao Tribunal Superior competente (STF, STJ ou TSE) solicitando a intervenção. Se o 
Tribunal Superior concordar, ele irá requisitar ao Presidente da República a intervenção. 
 
3) Para saber qual o Tribunal Superior será competente deverá ser analisada a matéria discutida e para quem 
seria dirigido o eventual recurso. 
 
4) Compete ao STJ julgar pedido de intervenção federal baseado no descumprimento de ordem de reintegração 
de posse de imóvel rural ocupado pelo MST expedida por Juiz Estadual e fundada exclusivamente na aplicação 
da legislação infraconstitucional civil possessória. Isso porque a decisão descumprida analisou tema relacionado 
com direito civil privado, não tendo feito considerações sobre questões constitucionais. Logo, o eventual 
recurso contra a decisão, quando o processo superasse as instâncias ordinárias e chegasse aos Tribunais 
Superiores, seria apreciado pelo STJ em sede de recurso especial. Não caberia, no caso, recurso extraordinário 
ao STF, razão pela qual esta Corte não seria competente para julgar o pedido de intervenção relacionada com o 
desatendimento da decisão. 
 
Quanto ao mérito, no caso concreto, o STJ julgou improcedente o pedido de intervenção federal. Afirmou-se 
que, como já se passaram muitos anos desde que a decisão judicial foi descumprida, a remoção das diversas 
famílias que vivem no local se fosse feita hoje iria causar um enorme conflito social, até mesmo porque não 
existe lugar para acomodar de imediato, de forma digna, essas pessoas. Logo, apesar de tecnicamente, a 
situação se enquadrar em uma hipótese de intervenção federal, esta não deveria ser decretada, devendo se 
considerar que as fazendas ocupadas foram afetadas ao interesse público e que a questão deverá ser resolvida 
em reparação aser buscada via ação de indenização (desapropriação indireta) promovida pelo interessado. STJ. 
Corte Especial. IF 111-PR, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 1º/7/2014 (Info 545). 
 
1.9 LEI 12.562/2011 
 
#DIZERODIREITO 
 
REQUISITOS ADI A petição inicial deverá conter: 
17 
INTERVENTIVA I- A indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for o caso de 
recusa à aplicação de lei federal, das disposições questionadas; 
II- A indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão 
questionados; 
III- a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei federal; 
IV - o pedido, com suas especificações. 
A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter, se for o caso, cópia do 
ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. 
INDEFERIMENTO 
LIMINAR 
A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, quando não for o caso de 
representação interventiva, faltar algum dos requisitos estabelecidos na Lei ou for inepta. 
Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias. 
MEDIDA 
LIMINAR 
O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá 
deferir pedido de medida liminar na representação interventiva. Trata-se de importante 
inovação da lei uma vez que sempre se afirmou ser incabível liminar em ADI interventiva. 
 
Antes de conceder a medida liminar, o relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades 
responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o 
Procurador-Geral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
 
A liminar poderá consistir na determinação: 
• de que seja suspenso o andamento de processos ou; 
• sejam suspensos os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou; 
• de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da 
representação interventiva. 
SE NÃO HOUVER 
PEDIDO DE 
LIMINAR OU 
NÃO FOR O 
CASO DE 
CONCEDÊ-LA 
O relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato 
questionado, que as prestarão em até 10 (dez) dias. 
TENTATIVA DE 
“CONCILIAÇÃO” 
ANTES DE 
JULGAR A 
INTERVENÇÃO 
Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o 
Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, 
cada qual, no prazo de 10 (dez) dias (prazo maior que o previsto no caso da concessão da 
liminar). 
De forma salutar, a Lei prevê a possibilidade de uma espécie de “conciliação” ou “resolução 
alternativa do conflito” antes de ser decretada a intervenção federal. 
18 
Assim, recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá causa ao pedido, 
utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do regimento interno. 
INSTRUÇÃO DO 
PEDIDO DE 
INTERVENÇÃO 
Se entender necessário, o relator poderá: 
 Requisitar informações adicionais; 
 Designar perito ou comissão de peritos para que elabore laudo sobre a questão; 
 Marcar audiência pública onde serão tomadas declarações de pessoas com 
experiência e autoridade na matéria (com base nesse poder poderia ser admitida a 
participação de amicus curiae no processo); 
Autorizar a manifestação e a juntada de documentos por parte de interessados no processo. 
RELATÓRIO 
Após a manifestação dos responsáveis pelo ato questionado, do AGU e do PGR (no prazo de 
10 dias), e realizadas as diligências que entender necessárias, o relator lançará o relatório, 
com cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. 
QUÓRUM 
MÍNIMO P/ 
INICIAR A 
SESSÃO 
A decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se presentes na sessão 
pelo menos 8 Ministros. 
QUÓRUM 
MÍNIMO PARA 
QUE SEJA 
DECIDIDA A 
QUESTÃO 
Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou improcedência do pedido 
formulado na representação interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado 
pelo menos 6 Ministros (maioria absoluta do STF). 
Estando ausentes Ministros em número que possa influir na decisão sobre a representação 
interventiva, o julgamento será suspenso, a fim de se aguardar o comparecimento dos 
Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para a prolação da decisão. 
SE A AÇÃO FOR 
JULGADA 
PROCEDENTE 
O Presidente do STF, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do Presidente da 
República para que este, no prazo improrrogável de até 15 dias, tome as seguintes 
providências: 
a) Expeça decreto de intervenção especificando a amplitude, o prazo e as condições de 
execução da intervenção; 
b) Nomeie, nesse mesmo decreto, o interventor (se couber). Após a nomeação do 
interventor, seu nome será submetido à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de 24 
horas. Vale ressaltar que nem sempre haverá a nomeação de interventor; 
 
Obs1: nas hipóteses de que trata esta lei, a decretação da intervenção é vinculada, cabendo 
ao Presidente a mera formalização da decisão tomada pelo STF. 
 
Obs2: o decreto deve limitar-se a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida 
for suficiente para o restabelecimento da normalidade. 
19 
 
Obs3: a CF prevê, como regra, a existência de um controle político, realizado pelo Congresso 
Nacional, sobre o ato interventivo. No entanto, nas hipóteses tratadas por esta lei (previstas 
no art. 34, VI e VII), o controle político é dispensado. De fato, tratando-se de requisição 
judicial, não haveria sentido em o Legislativo obstá-la, sob pena de vulnerar o princípio da 
separação dos poderes. 
PUBLICAÇÃO DA 
DECISÃO 
Dentro do prazo de 10 dias, contado a partir do trânsito em julgado da decisão, a parte 
dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União. 
RECURSO 
CABÍVEL 
A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da representação interventiva é 
irrecorrível. 
AÇÃO 
RESCISÓRIA 
Não cabe ação rescisória contra a decisão que julga a representação interventiva. 
 
1.10 JURISPRUDÊNCIA DO STF SOBRE INTERVENÇÃO 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF 
 
Súmula nº 637: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de 
intervenção estadual em Município. 
 
O pedido de requisição de intervenção dirigida pelo Presidente do Tribunal de execução ao STF há de ter 
motivação quanto à procedência e também com a necessidade da intervenção. (IF 230, Rel. Min. Presidente 
Sepúlveda Pertence, julgamento em 24-4-1996, Plenário, DJ de 1º-7-1996.) 
 
O instituto da intervenção federal, consagrado por todas as Constituições republicanas, representa um 
elemento fundamental na própria formulação da doutrina do federalismo, que dele não pode prescindir – 
inobstante a excecionalidade de sua aplicação –, para efeito de preservação da intangibilidade do vínculo 
federativo, da unidade do Estado Federal e da integridade territorial das unidades federadas. A invasão 
territorial de um Estado por outro constitui um dos pressupostos de admissibilidade da intervenção federal. O 
Presidente da República, nesse particular contexto, ao lançar mão da extraordinária prerrogativa que lhe defere 
a ordem constitucional, age mediante estrita avaliação discricionária da situação que se lhe apresenta, que se 
submete ao seu exclusivo juízo político, e que se revela, por isso mesmo, insuscetível de subordinação à vontade 
do Poder Judiciário, ou de qualquer outra instituição estatal. Inexistindo, desse modo, direito do Estado 
impetrante à decretação, pelo chefe do Poder Executivo da União, de intervenção federal, não se pode inferir, 
da abstenção presidencial quanto à concretização dessa medida, qualquer situação de lesão jurídica passível de 
20 
correção pela via do mandado de segurança. (MS 21.041, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-6-1991, 
Plenário, DJ de 13-3-1992.) 
 
Intervenção federal. Inexistência de atuação dolosa porparte do Estado. Indeferimento. Precedentes. Decisão 
agravada que se encontra em consonância com a orientação desta Corte, no sentido de que o descumprimento 
voluntário e intencional de decisão judicial transitada em julgado é pressuposto indispensável ao acolhimento 
do pedido de intervenção federal. (IF 5.050-AgR, Rel. Min. Presidente Ellen Gracie, julgamento em 6-3-
2008, Plenário, DJE de 25-4-2008.) 
 
No mesmo sentido: IF 4.979-AgR, Rel. Min. Presidente Ellen Gracie, julgamento em 6-3-2008, Plenário, DJE de 
25-4-2008.) 
 
Constitucional. ICMS. Repartição de rendas tributárias. PRODEC. Programa de Incentivo Fiscal de Santa Catarina. 
Retenção, pelo Estado, de parte da parcela pertencente aos Municípios. Inconstitucionalidade. RE desprovido. A 
parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da Carta 
Magna pertence de pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida aos 
Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual. 
Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de repartição de receitas 
tributárias. (RE 572.762, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-6-2008, Plenário, DJE de 5-9-2008.) 
 
No mesmo sentido: RE 531.566-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 9-6-2009, Segunda Turma, DJE 
de 1º-7-2009; RE 477.854, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-4-2009, Segunda Turma, DJE de 22-5-2009; 
RE 459.486-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 11-11-2008, Segunda Turma, DJE de 6-2-2009. 
 
O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de descumprimento de ordem ou de sentença judiciais 
(CF, art. 34, VI, e art. 35, IV), a efetivação do ato de intervenção – trate-se de intervenção federal nos Estados-
membros, cuide-se de intervenção estadual nos Municípios – reveste-se de caráter político-administrativo, 
muito embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário (CF, art. 36, II, e art. 35, IV), 
circunstância que inviabiliza, ante a ausência de causa, a utilização do recurso extraordinário. (AI 343.461-AgR, 
Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-6-2002, Segunda Turma, DJ de 29-11-2002.). 
 
No mesmo sentido: AI 666.833-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2007, Segunda Turma, DJE 
de 14-03-2008. 
 
Dado o caráter nacional de que se reveste, em nosso regime político, o Poder Judiciário, não se dá por meio de 
intervenção federal, tal como prevista no art. 34 da Constituição, a interferência do Supremo Tribunal, para 
21 
restabelecer a ordem em Tribunal de Justiça estadual, como, no caso, pretendem os requerentes. Conversão do 
pedido em reclamação a exemplo do resolvido, por esta corte, no pedido de Intervenção Federal 14. (Rcl 496-
AgR, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 23-6-1994, Plenário, DJ de 24-8-2001.) 
 
A exigência de respeito incondicional às decisões judiciais transitadas em julgado traduz imposição 
constitucional, justificada pelo princípio da separação de poderes e fundada nos postulados que informam, em 
nosso sistema jurídico, a própria concepção de Estado Democrático de Direito. O dever de cumprir as decisões 
emanadas do Poder Judiciário, notadamente nos casos em que a condenação judicial tem por destinatário o 
próprio poder público, muito mais do que simples incumbência de ordem processual, representa uma 
incontornável obrigação institucional a que não se pode subtrair o aparelho de Estado, sob pena de grave 
comprometimento dos princípios consagrados no texto da Constituição da República. A desobediência a ordem 
ou a decisão judicial pode gerar, em nosso sistema jurídico, gravíssimas consequências, quer no plano penal, 
quer no âmbito político-administrativo (possibilidade de impeachment), quer, ainda, na esfera institucional 
(decretabilidade de intervenção federal nos Estados-membros ou em Municípios situados em Território Federal, 
ou de intervenção estadual nos Municípios). (IF 590-QO, Rel. Min. Presidente Celso de Mello, julgamento em 17-
9-1998, Plenário, DJ de 9-10-1998.) 
 
Por não se tratar de causa, em sentido próprio, mas de providência administrativa, da privativa iniciativa do 
Tribunal de Justiça, não cabe recurso extraordinário contra a decisão daquela corte, que indeferiu o 
encaminhamento do pedido de intervenção federal, por suposto descumprimento de decisão judicial (art. 34, 
IV, da Constituição). (RE 149.986, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 9-3-1993, Primeira Turma, DJ de 7-5-
1993.) 
 
Não se caracteriza hipótese de intervenção federal, por descumprimento de decisão judicial (art. 34, VI, da CF), 
se, com base no art. 33 do ADCT da CF e em Decreto baixado pelo Poder Executivo estadual, o precatório 
judicial, em ação de indenização, por desapropriação indireta, vem sendo pago em moeda corrente, com 
atualização legal, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo de oito anos a partir de 1º-7-1989. Sendo o 
credor eventualmente preterido, em seu direito de precedência, o que pode pleitear é o sequestro da quantia 
necessária à satisfação do débito (parágrafo 2º do art. 100 da Constituição). E não, desde logo, a intervenção 
federal, por descumprimento de decisão judicial, a que se refere o art. 34, VI, da Constituição. (IF 120, Rel. Min. 
Presidente Sydney Sanches, julgamento em 10-2-1993, Plenário, DJ de 5-3-1993.) 
 
Se, embora tardiamente, a decisão judicial veio a ser cumprida, com a desocupação do imóvel, pelos 
esbulhadores, os autos da intervenção federal devem ser arquivados. Se se noticia que, posteriormente, nova 
invasão do imóvel, já pertencente a outros proprietários, aconteceu, sem que haja, entretanto, sequer prova de 
outra ação de reintegração de posse, com deferimento de liminar, esse fato subsequente, mesmo se 
verdadeiro, não pode ser considerado nos autos da intervenção federal, motivada pela decisão anterior, que 
22 
acabou por ser executada. (IF 103, Rel. Min. Presidente Néri da Silveira, julgamento em 13-3-1991, Plenário, DJ 
de 5-12-1997.) 
 
O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido de intervenção federal no Distrito Federal, formulado pelo 
Procurador-Geral da República, por alegada violação aos princípios republicano e democrático, bem como ao 
sistema representativo (CF, art. 34, VII, a). Na espécie, o pedido de intervenção federal teria como causa 
petendi, em suma, a alegação da existência de esquema de corrupção que envolveria o ex-Governador do DF, 
alguns Deputados Distritais e suplentes, investigados pelo STJ, e cujo concerto estaria promovendo a 
desmoralização das instituições públicas e comprometendo a higidez do Estado Federal. Tais fatos revelariam 
conspícua crise institucional hábil a colocar em risco as atribuições político-constitucionais dos Poderes 
Executivo e Legislativo e provocar instabilidade da ordem constitucional brasileira. Preliminarmente, a Corte, 
por maioria, rejeitou requerimento do Procurador-Geral da República no sentido de adiar o julgamento da causa 
para a primeira data do mês de agosto em que a Corte estivesse com sua composição plena. Ao salientar a 
ansiedade da população por uma resposta pronta da Corte quanto ao pedido de intervenção e a proximidade do 
início formal do período eleitoral, reputou-se estar-se diante de questão importante que demandaria decisão o 
mais célere possível. (...) no mérito, entendeu-se que o perfil do momento político-administrativo do Distrito 
Federal já não autorizaria a decretação de intervenção federal, a qual se revelaria, agora, inadmissível perante a 
dissolução do quadro que se preordenaria a remediar. Asseverou-se que, desde a revelação dos fatos, os 
diversos Poderes e instituições públicas competentes teriam desencadeado, no desempenho de suas atribuições 
constitucionais,ações adequadas para por fim à crise decorrente de um esquema sorrateiro de corrupção no 
Distrito Federal. Observou-se, assim, que os fatos recentes não deixariam dúvida de que a metástase da 
corrupção anunciada na representação interventiva teria sido controlada por outros mecanismos institucionais, 
menos agressivos ao organismo distrital, revelando a desnecessidade de se recorrer, neste momento, ao 
antídoto extremo da intervenção, debaixo do pretexto de salvar o ente público. (IF 5.179, Rel. Min. Cezar 
Peluso, julgamento em 30-6-2010, Plenário, Informativo 593.) 
 
Representação do Procurador-Geral da República pleiteando intervenção federal no Estado de Mato Grosso, 
para assegurar a observância dos 'direitos da pessoa humana', em face de fato criminoso praticado com 
extrema crueldade a indicar a inexistência de 'condição mínima', no Estado, 'para assegurar o respeito ao 
primordial direito da pessoa humana, que é o direito à vida'. (...) Representação que merece conhecida, por seu 
fundamento: alegação de inobservância pelo Estado-membro do princípio constitucional sensível previsto no 
art. 34, VII, alínea b, da Constituição de 1988, quanto aos 'direitos da pessoa humana'. (...) Hipótese em que 
estão em causa 'direitos da pessoa humana', em sua compreensão mais ampla, revelando-se impotentes as 
autoridades policiais locais para manter a segurança de três presos que acabaram subtraídos de sua proteção, 
por populares revoltados pelo crime que lhes era imputado, sendo mortos com requintes de crueldade. 
Intervenção federal e restrição à autonomia do Estado-membro. Princípio federativo. Excepcionalidade da 
medida interventiva. No caso concreto, o Estado de Mato Grosso, segundo as informações, está procedendo à 
23 
apuração do crime. Instaurou-se, de imediato, inquérito policial, cujos autos foram encaminhados à autoridade 
judiciária estadual competente que os devolveu, a pedido do Delegado de Polícia, para o prosseguimento das 
diligências e averiguações. Embora a extrema gravidade dos fatos e o repúdio que sempre merecem atos de 
violência e crueldade, não se trata, porém, de situação concreta que, por si só, possa configurar causa bastante 
a decretar-se intervenção federal no Estado, tendo em conta, também, as providências já adotadas pelas 
autoridades locais para a apuração do ilícito. Hipótese em que não é, por igual, de determinar-se intervenha a 
Polícia Federal, na apuração dos fatos, em substituição à Polícia Civil de Mato Grosso. Autonomia do Estado-
membro na organização dos serviços de Justiça e segurança, de sua competência (Constituição, arts. 25, § 1º; 
125 e 144, § 4º). (IF 114, Rel. Min. Presidente Néri da Silveira, julgamento em 13-3-1991, Plenário, DJ de 27-9-
1996.) 
 
O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada 
pelo Governador do Estado de Sergipe contra diversos dispositivos da Constituição estadual. (...). (...) declarou a 
inconstitucionalidade dos incisos V e VI do art. 23, que preveem a possibilidade de intervenção no Município em 
caso de corrupção na administração municipal ou de não se recolherem à Previdência Social, por seis meses 
consecutivos ou alternados, valores descontados em folha de pagamento de seus servidores e parcelas devidas 
pela Prefeitura. Considerou-se que referidos incisos estariam a ampliar o rol taxativo dos casos de intervenção 
do Estado em seus Municípios apresentado pelo art. 35 da CF, também de observância obrigatória pelos 
Estados-membros. (ADI 336, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-2-2010, Plenário, Informativo 574.) 
 
Intervenção estadual em Município: intervenção já determinada. Recurso extraordinário: efeito suspensivo. 
Caso em que se impõe o efeito suspensivo ao RE, dado que se tem questão constitucional da maior relevância, 
deste podendo decorrer intervenção estadual no Município, intervenção cuja requisição já foi determinada. 
Efetivada esta, restará sem objeto o RE. (AC 64-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 23-9-
2003, Segunda Turma, DJ de 10-10-2003.) 
 
Impossibilidade de decretação de intervenção federal em Município localizado em Estado-membro. Os 
Municípios situados no âmbito dos Estados-membros não se expõem à possibilidade constitucional de sofrerem 
intervenção decretada pela União Federal, eis que, relativamente a esses entes municipais, a única pessoa 
política ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro. Magistério da doutrina. Por isso mesmo, no 
sistema constitucional brasileiro, falece legitimidade ativa à União Federal para intervir em quaisquer 
Municípios, ressalvados, unicamente, os Municípios ‘localizados em Território Federal... (CF, art. 35, caput). (IF 
590-QO, Rel. Min. Presidente Celso de Mello, julgamento em 17-9-1998, Plenário, DJ de 9-10-1998.) 
 
Constituição do Estado do Maranhão. (...). Decretação da intervenção do Estado em Município, proposta pelo 
Tribunal de Contas (...). A tomada de contas do Prefeito municipal, objeto principal do controle externo, é 
exercido pela Câmara Municipal com o auxílio do Tribunal de Contas, órgão a que cumpre emitir parecer prévio, 
24 
no qual serão apontadas eventuais irregularidades encontradas e indicadas as providências de ordem corretiva 
consideradas aplicáveis ao caso pela referida casa legislativa, entre as quais a intervenção. Tratando-se, nessa 
última hipótese, de medida que implica séria interferência na autonomia municipal e grave restrição ao 
exercício do mandato do Prefeito, não pode ser aplicada sem rigorosa observância do princípio do due process 
of law, razão pela qual o parecer opinativo do Tribunal de Contas será precedido de interpelação do Prefeito, 
cabendo à Câmara de Vereadores apreciá-lo e, se for o caso, representar ao Governador do Estado pela 
efetivação da medida interventiva. (ADI 614-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 14-10-1992, Plenário, DJ 
de 18-5-2001.) 
 
Intervenção estadual no Município por suspensão da dívida fundada (CF, art. 35, I): impugnação a norma 
constitucional local, que exclui a intervenção, ‘quando o inadimplemento esteja vinculado a gestão anterior’ (c. 
Est. RJ, art. 352, § único): suspensão liminar concedida. (ADI 558-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento 
em 16-8-1991, Plenário, DJ de 26-3-1993.) 
 
Ação civil pública promovida pelo Ministério Público contra Município para o fim de compeli-lo a incluir, no 
orçamento seguinte, percentual que completaria o mínimo de 25% de aplicação no ensino. CF., art. 212. 
Legitimidade ativa do Ministério Público e adequação da ação civil pública, dado que esta tem por objeto 
interesse social indisponível (CF., art. 6º, arts. 205 e segs, art. 212), de relevância notável, pelo qual o Ministério 
Público pode pugnar (CF., art. 127, art. 129, III). (RE 190.938, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 
14-3-2006, Segunda Turma, DJE de 22-5-2009.) 
 
Intervenção federal, por suposto descumprimento de decisão de Tribunal de Justiça. Não se pode ter, como 
invasiva da competência do Supremo Tribunal, a decisão de Corte estadual, que, no exercício de sua exclusiva 
atribuição, indefere o encaminhamento do pedido de intervenção. (Rcl 464, Rel. Min. Octavio Gallotti, 
julgamento em 14-12-1994, Plenário, DJ de 24-2-1995.) 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL. ESTADO DO PARANÁ. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE . DESCUMPRIMENTO DE 
DECISÃO JUDICIAL. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INTERVENÇÃO. 1. A intervenção federal é medida de natureza 
excepcional, porque restritiva da autonomia do ente federativo. Daí as hipóteses de cabimento serem 
taxativamente previstas na Constituição da República, em seu art. 34. 2. Nada obstante sua natureza 
excepcional, a intervenção se impõe nas hipóteses em que o Executivo estadual deixa de fornecer força policial 
para o cumprimento de ordem judicial. 3. Intervenção federal julgada procedente. (IF 107/PR, Rel. Ministro 
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL,julgado em 15/10/2014, DJe 28/10/2014). 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL. ESTADO DO PARANÁ. INVASÃO DE PROPRIEDADE RURAL PELO MOVIMENTO DOS 
TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE DEFERIDA PELO PODER JUDICIÁRIO. RECUSA 
DE CUMPRIMENTO A DECISÃO JUDICIAL PELO EXECUTIVO ESTADUAL. DESOBEDIÊNCIA À ORDEM JUDICIAL 
25 
CARACTERIZADA. ART. 34, VI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Não se pode olvidar que a intervenção federal é 
medida de natureza excepcional, uma vez que restritiva da autonomia do ente federativo e que suas taxativas 
hipóteses de cabimento estão previstas na Constituição Federal. 2. Firme a jurisprudência desta Corte Superior 
de Justiça no sentido de que a eventual inércia imotivada ou mesmo fundada em critérios de mera conveniência 
do Poder Executivo no cumprimento das decisões judiciais equivale, por certo, à usurpação do Poder Judiciário 
e, por consequência, a quebra de um dos pilares de sustentação do Estado Brasileiro - o princípio federativo da 
independência e harmonia dos Poderes (art. 2º da Constituição Federal), autorizando a intervenção. 3. In casu, a 
"política de não utilização da força policial na resolução de conflitos agrários adotada pelo Governo do Estado 
do Paraná" gera, ainda que de modo transverso, a recusa do cumprimento da decisão judicial que determinou a 
imediata reitegração de posse nos autos da ação nº 226/2006 do d. Juízo Único da Comarca de Barbosa 
Ferraz/PR. 4. Intervenção Federal procedente. (IF 116/PR, Rel. Ministro FELIX FISCHER, CORTE ESPECIAL, julgado 
em 16/12/2015, DJe 02/02/2016) 
 
2 ESTADO DE DEFESA 
 
Conceito 
 
São estados de legalidade extraordinária (“constitucionalização das circunstâncias excepcionais” – É o 
termo utilizado por Canotilho). A própria CF prevê a sua excepcionalidade. 
 
O Estado de Defesa está previsto no art. 136, CF. 
 
Estado de Defesa: situação em que se organizam medidas destinadas a debelar ameaças à ordem 
pública ou à paz social. Referido instituto tem caráter preventivo e regional. A medida é privativa do Presidente 
da República (art. 84, IX). 
 
Pressupostos (art. 136): 
 
1) De fundo: 
 
 Existência de grave e iminente instabilidade institucional que ameace a ordem pública ou a paz 
social OU; 
 
 Manifestação de calamidade de grandes proporções na natureza que atinja a mesma ordem 
pública ou a paz social; 
 
2) De forma: 
26 
 
a) prévia manifestação dos Conselhos da República e de Defesa Nacional; 
 
b) após ouvi-los, decreto do Presidente da República estabelecendo prazo de duração, que não 
pode ser superior a 30 dias, admitida uma prorrogação; 
 
c) especificação das áreas abrangidas; e 
 
d) indicação das medidas coercitivas, dentre as arroladas no art. 136, §1º. 
 
A opinião dos Conselhos da República e de Defesa Nacional, apesar de obrigatória, não têm força 
vinculante. 
 
Efeitos: 
 
Adoção de legalidade especial para a área delimitada no decreto, podendo incidir as restrições aos 
seguintes direitos: 
 
a) de reunião; 
 
b) sigilo de correspondência; 
 
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; 
 
d) ocupação e o uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, e 
 
e) prisão por crime contra o Estado ou por outros motivos, por período não superior a dez dias, salvo 
autorização do Judiciário. 
 
Controle: 
 
O Presidente da República tem a faculdade de decretar o estado de defesa. O controle político é 
realizado pelo Congresso em dois momentos: primeiro, na apreciação do decreto de instauração e prorrogação, 
submetido à sua apreciação dentro de 24h da edição, acompanhado da respectiva fundamentação, dispondo de 
10 dias para tanto (se estiver em recesso, o Congresso será convocado, extraordinariamente, no prazo de 5 
dias). 
 
27 
Em um segundo momento, após a cessação dos efeitos do estado de defesa, as medidas aplicadas em 
sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso, com especificação e 
justificação dessas providências. Se o Congresso recusá-las, restará caracterizado algum crime de 
responsabilidade do Presidente, especialmente o atentado a direitos individuais. 
 
É possível ainda o controle concomitante, quando a Mesa do Congresso designa comissão composta de 
cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas. 
 
O controle jurisdicional, por sua vez, poderá ser concomitante (ex: a prisão por crime contra o Estado 
deve ser comunicada imediatamente ao juiz competente; é necessária a autorização judicial para prisão ou 
detenção superior a 10 dias) ou posterior. 
 
Segundo Alexandre de Moraes, será possível ao Poder Judiciário reprimir eventuais abusos e 
ilegalidades cometidas durante a execução das medidas do estado de defesa, inclusive por meio de mandado de 
segurança e habeas corpus, pois a excepcionalidade da medida não possibilita a total supressão dos direitos e 
garantias individuais e tampouco configura um salvo-conduto aos agentes políticos para total desrespeito à 
Constituição e às leis. Em relação, porém, à análise do mérito discricionário do Poder Executivo, a doutrina 
entende impossível, por parte do Poder Judiciário, a análise da conveniência e oportunidade política para a 
decretação. 
 
3 ESTADO DE SÍTIO 
 
Conceito 
 
Medida de suspensão temporária e localizada de garantias constitucionais apresentando maior 
gravidade do que o Estado de defesa. No estado de sítio o Presidente da República deve obrigatoriamente 
solicitar autorização do Congresso Nacional (que deverá autorizá-la por maioria absoluta de cada uma das casas 
legislativas). 
 
Pressupostos: 
 
1) De fundo: 
 
a) comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia das 
medidas tomadas durante o estado de defesa; 
 
b) declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira; 
28 
 
2) Formais: 
 
a) audiência do Conselhos da República e de Defesa Nacional; 
 
b) autorização por maioria absoluta do Congresso Nacional, em atendimento a solicitação 
fundamentada do Presidente da República; 
 
c) decreto do presidente da República, estabelecendo a duração da exceção (não superior a 30 
dias, prorrogável por igual período, mais de uma vez), as instruções que regerão a conduta dos 
executores da medida, as garantias constitucionais que ficarão suspensas. 
 
O prazo de 30 dias, prorrogáveis por iguais períodos, se aplica somente quando o fundamento é 
comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia das medidas 
tomadas durante o estado de defesa. Na hipótese de guerra a medida perdurará enquanto for necessária, não 
havendo limitação temporal. 
 
Efeitos: 
 
1) substituição da legalidade comum por uma legalidade constitucional extraordinária; 
 
2) aplicação de medidas coercitivas previstas no art.139, CF, por delegados do Presidente, em geral 
militares. 
 
Controle: 
 
O Congresso Nacional realiza o controle político em três momentos: a) prévio, já que a decretação 
depende de sua prévia autorização; b)concomitante: art. 140, a Mesa do Congresso, ouvidos os líderes 
partidários, designará comissão composta por cinco de seus membros para fiscalizar e acompanhar a execução 
das medidas; c)sucessivo: cessado o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo 
Presidente, em mensagem ao Congresso, com especificação e justificação dessas providências. O controle 
jurisdicional é amplo em relação aos limites de aplicação das restrições autorizadas. 
 
O controle político prévio, se negativo será vinculante, e o Presidente da República não poderá decretar 
o estado de sítio por aquele motivo, sob pena de responsabilidade. Por outro lado, se o Congresso Nacional 
autorizar, com discricionariedade política, o Presidente da República poderá ou não decretar o estado de sítio. 
 
29 
O controle jurisdicional: Assim como no Estado de Defesa,Alexandre de Moraes entende que será 
possível ao Poder Judiciário reprimir eventuais abusos e ilegalidades cometidas durante a execução das medidas 
do estado de sítio, inclusive por meio de mandado de segurança e habeas corpus, pois a excepcionalidade da 
medida não possibilita a total supressão dos direitos e garantias individuais e tampouco configura um salvo-
conduto aos agentes políticos para total desrespeito à Constituição e às leis. Em relação, porém, à análise do 
mérito discricionário do Poder Executivo juntamente com o Poder Legislativo, a doutrina entende impossível, 
por parte do Poder Judiciário, a análise da conveniência e oportunidade política para a decretação da medida. 
 
Dessa forma, a designação das áreas abrangidas dar-se-á depois de publicado o decreto de estado de 
sítio, não necessariamente tendo que abranger, portanto, toda a área geográfica do território nacional, apesar 
de se tratar de comoção grave de repercussão nacional. 
 
4 QUADRO COMPARATIVO ENTRE ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO 
 
 ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO ESTADO DE SÍTIO 
PREVISÃO LEGAL Art. 136, caput Art. 137, I Art. 137, II 
HIPÓTESES 
1. Ordem pública 
ou paz social ameaçada 
2. Instabilidade 
institucional 
3. Calamidade 
natural 
1. Comoção 
nacional 
2. Ineficácia do 
Estado de Defesa 
1. Declaração de 
guerra 
2. Resposta à agressão 
armada estrangeira 
ATRIBUIÇÃO PARA 
DECRETAÇÃO 
Presidente da República 
(art. 84, IX, CR/88) 
Presidente da República 
(art. 84, IX, CR/88) 
Presidente da República 
(art. 84, IX, CR/88) 
PROCEDIMENTO 
Presidente verifica a 
hipótese legal, solicita 
pareceres dos Conselhos 
da República (art. 89) e 
de Defesa Nacional (art. 
91). Com os pareceres 
decidirá se decreta ou 
não o Estado de Defesa 
Presidente verifica a 
hipótese legal, solicita 
pareceres dos Conselhos 
da República (art. 89) e 
de Defesa Nacional (art. 
91). Com os pareceres, 
solicita ao Congresso 
Nacional autorização 
para decretação do 
Estado de Sítio, expondo 
os motivos 
determinantes do 
IDEM AO PROCEDIMENTO 
DE DECRETAÇÃO DO 
ESTADO DE SÍTIO 
ANTERIOR. 
30 
pedido. O Congresso 
Nacional somente 
poderá autorizar por 
maioria absoluta da 
Câmara dos Deputados e 
do Senado Federal. Com 
a autorização, o 
Presidente poderá 
decretar o Estado de 
Sítio. 
PRAZO 
Máximo de 30 dias, 
prorrogável por mais 30 
dias uma única vez. 
Máximo de 30 dias, 
prorrogado por mais 30 
dias, de cada vez. 
O tempo necessário da 
guerra ou para repelir a 
agressão armada 
estrangeira. 
ÁREAS ABRANGIDAS 
Âmbito regional. Locais 
restritos e determinados 
(art. 136). 
Âmbito nacional. Após o 
Decreto, o Presidente 
especificará as medidas 
específicas e as áreas 
abrangidas (art. 138, 
caput) 
IDEM AO PROCEDIMENTO 
DE DECRETAÇÃO DE 
ESTADO DE SÍTIO 
ANTERIOR. 
RESTRIÇÕES A DIREITOS 
E GARANTIAS 
INDIVIDUAIS 
Poderão ser restringidos 
os direitos do art. 5º, XII 
(sigilo de 
correspondência e de 
comunicações 
telegráficas e 
telefônicas), XVI (direito 
de reunião) e LXI 
(exigibilidade de prisão 
somente em flagrante 
delito ou por ordem da 
autoridade judicial 
competente) 
Poderão ser restringidos 
do art. 5º, XI 
(inviolabilidade 
domiciliar), XII (sigilo de 
correspondência e de 
comunicações 
telegráficas e 
telefônicas), XVI (direito 
de reunião), XXV (direito 
de propriedade) LXI 
(exigibilidade de prisão 
somente em flagrante 
delito ou por ordem da 
autoridade judicial 
competente) e também 
o art. 220 (liberdade de 
Poderão ser atingidos, em 
tese, todas as garantias 
constitucionais, desde que 
presentes três requisitos 
constitucionais: 
1- Necessidade 
de efetivação da 
medida; 
2- Tenham 
sido objeto de 
deliberação por 
parte do Congresso 
Nacional no 
momento de 
autorização da 
medida; 
31 
manifestação do 
pensamento, a criação, a 
expressão e a 
informação) 
3- Devem estar 
expressamente 
previstos no 
Decreto 
presidencial. 
CONTROLE POLÍTICO 
SOBRE A DECRETAÇÃO 
Posterior. Decretado o 
Estado de Defesa ou sua 
prorrogação, o 
Presidente da República, 
dentro de 24 horas, 
submeterá o ato com a 
respectiva justificativa ao 
Congresso Nacional, que 
somente aprovará a 
decretação por maioria 
absoluta de ambas as 
Casas Legislativas 
editando o respectivo 
Decreto Legislativo. 
Prévio. O controle do 
Congresso Nacional é 
prévio, vez que há 
necessidade de 
autorização para que o 
Presidente o decrete. 
IDEM AO ESTADO DE SÍTIO 
ANTERIOR. 
FISCALIZAÇÃO POLÍTICA 
SOBRE AS MEDIDAS 
A mesa do Congresso 
Nacional, ouvidos os 
líderes partidários, 
designará Comissão 
composta de cinco de 
seus membros para 
acompanhar e fiscalizar a 
execução das medidas 
referentes ao Estado de 
Defesa e ao Estado de 
Sítio. 
IDEM IDEM 
ATIVIDADE 
PARLAMENTAR 
O Congresso Nacional 
permanecerá em 
funcionamento até o 
término das medidas 
coercitivas. Em hipótese 
alguma permite-se o 
IDEM. Além disso, no 
Estado de Sítio não se 
incluirá a possibilidade 
de restrição à liberdade 
de informação, a difusão 
de pronunciamentos de 
IDEM AO ESTADO DE SÍTO 
ANTERIOR. 
32 
constrangimento do 
Poder Legislativo, sob 
pena de crime de 
responsabilidade (art. 85, 
III) 
parlamentares efetuados 
em suas Casas 
Legislativas, desde que 
liberada pela respectiva 
mesa. 
RESPONSABILIDADE 
Cessado o Estado de 
Defesa ou o Estado de 
Sítio, cessarão também 
seus efeitos, sem 
prejuízo da 
responsabilidade pelos 
ilícitos cometidos por 
seus executores ou 
agentes. 
IDEM IDEM 
PRESTAÇÃO DE CONTAS 
Cessada a situação 
excepcional, as medidas 
aplicadas em sua vigência 
serão relatadas pelo 
Presidente da República, 
em mensagem ao 
Congresso Nacional, com 
especificação e 
justificação das 
providências adotadas, 
com relação nominal dos 
atingidos, bem como a 
indicação das restrições 
aplicadas. 
IDEM IDEM 
DESRESPEITO OS 
REQUISITOS E 
PRESSUPOSTOS 
CONSITUCIONAIS POR 
PARTE DO PRESIDENTE 
DA REPÚBLICA 
Crime de 
responsabilidade sem 
prejuízo das 
responsabilidades civis e 
criminais. 
IDEM IDEM 
 
33 
VÁLVULAS DE PANELA DE PRESSÃO: São as medidas excepcionais na CRFB/88 utilizadas para retomar a 
estabilidade em caso de tumulto institucional. Exemplo: Intervenção Federal; Estado de Defesa e Estado de Sítio 
– considerados elementos de estabilização constitucional. 
 
#OUSESABER 
 
A administração Pública está subordinada ao princípio da legalidade. Entretanto, no caso de estado de defesa 
e estado de sítio, a severidade da aplicação do citado princípio fica mitigado, face às excepcionalidades 
existentes. Certo ou errado? 
 
Vários são os princípios constitucionais e legais que a Administração Pública está subordinada. Entretanto, cabe 
destaque o estudo detalhado daqueles trazidos no art. 37 da Constituição Federal, o famoso LIMPE: legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Nesta questão trataremos apenas do Princípio da 
Legalidade. 
 
O Princípio da Legalidade é a base da democracia e é o que nos assegura que todos os conflitos sejam resolvidos 
pela lei. A legalidade tem dois aspectos: 
 
a) Nas relações privadas: Aqui, os particulares buscam seus próprios interesses e são livres para atuarem, desde 
que não contrariem o disposto na legislação. A lei funciona, neste caso, como limitadora de vontades. 
 
b) Nas relações públicas: A Poder Público (Administração) só pode atuar nos moldes autorizados ou 
determinados pela legislação. Aqui, a lei funciona como reguladora de vontade, ou seja, como ponto de partida 
para que a Administração possa atuar. 
 
Ocorre que, segundo o Prof. Celso Antônio Bandeira de Melo (Curso de Direito Administrativo, 26ª Ed., pág. 105 
e 126-136), é possível apontar três restrições excepcionais ao princípio da legalidade: 
 
a) Medida provisória 
 
b) Estado de defesa 
 
c)Estado de sítio 
 
Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua atuação, o que 
revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade. O Prof. Celso Antônio é uma administrativista 
de grande prestígio, então, fiquemos espertos à sua fala. Item correto! 
34 
 
5 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO 
 
DIPLOMA DISPOSITIVOS 
Constituição Federal Art. 34 a 36; art. 90, I e art. 136 a 141 
Lei 12.562/2011 Integralmente 
 
 
6 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 
 
- Anotações de aula 
 
- Complementação no Direito Constitucional Esquematizado – Pedro Lenza 
 
- Jurisprudência do site Dizer o Direito

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