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Laira Lorraine Agostinho NºUSP 10282690 BIOQUÍMICA II – METABOLISMO HUMANO ESTUDO DIRIGIDO VIA GLICOLÍTICA, FERMENTAÇÃO E VIA DAS PENTOSES 1) Via glicolítica (VG) 1.1 Conceitue a VG e defina seu objetivo. R: A via glicolítica consiste em uma via metabólica geradora de ATP (energia), que também produz intermediários para síntese de outros componentes e é responsável por regenerar NADH. Ela acontece no citosol das células e transfere a energia presente nas ligações da molécula de glucose (não só glucose, vários carboidratos são substratos da via glicolítica), a partir da oxidação, para outros compostos energéticos. A glicólise é composta por uma sequência de dez reações catalisadas por enzimas que são divididas em duas fases: a fase preparatória- fosforilação da glucose e sua conversão em gliceraldeído-6-fosfato e a fase de compensação- conversão oxidativa do gliceraldeído- 3-fosfato em piruvato e formação aclopada de ATP e NADH. 1.2 Cite as moléculas de carboidratos que podem ser oxidadas na VG e explique porque elas podem ser substrato dessa via. R: A glucose não é a única hexose que entra na glicólise. Várias D-hexoses, incluindo a frutose, a galactose e a maltose, podem entrar na glicólise. Dissacarídeos como sacarose, lactose e trealose também podem ser substratos da via glicolítica, já que eles são convertidos a um derivado fosforilado, como: glucose-6-fosfato, frutose-6-fosfato ou frutose-1-fosfato. Essas moléculas podem ser oxidadas porque serão transformadas em intermediários da via glicolítica, podendo então, serem oxidadas até piruvato. 1.3 Explique quais as fases da via, porque ela é dividida em fases e copie as reações da VG. R: A via glicolítica é composta por dez etapas enzimáticas que são divididas em duas fases: A fase preparatória ou fase de investimento, onde há o “investimento de ATP- gasto energético”, é assim chamada, pois nessa fase há gasto de duas moléculas de ATP, nela a glucose é fosforilada e clivada formando duas moléculas de triose, o gliceraldeído-3-fosfato. Essa fase é composta pelas cinco etapas iniciais. Já na fase compensatória ou fase de pagamento, as duas moléculas de gliceraldeído- 3-fosfato são convertidas a piruvato com a simultânea produção de quatro moléculas de ATP, compensando o gasto energético da fase anterior. Essa fase é composta pelas cinco etapas finais. A glicólise é dividida em fases porque há dois momentos diferentes, o primeiro (preparatório) onde há gasto energético e o segundo (compensatório) que há ganho de energia. 1.4 Cite quais são os produtos da VG. R: Os produtos da via glicolítica a partir de uma molécula de glucose são: duas moléculas de piruvato, duas moléculas de ATP, duas moléculas de NADH, duas moléculas de H2O e dois H+. 1.5 Cite os pontos de controle VG e explique como eles são controlados. R: A via glicolítica é regulada de forma coordenada com outras vias geradoras de energia para assegurar um suprimento constante de energia e também para manter quantidades adequadas dos intermediários glicolíticos que possuem papéis biossintéticos. O ajuste necessário na velocidade da glicólise é alcançado pela integração complexa entre o consumo de ATP, a regeneração de NADH e a regulação alostérica de algumas enzimas glicolíticas, como: A enzima HEXOCINASE – fosforilação da glucose em glucose-6-fosfato (etapa 1), reação irreversível. A reação de hexocinase utiliza uma ligação do ATP de alto poder energético e forma um composto de baixo poder energético, que é a glicose-6- fosfato. Por apresentar uma inibição pelo produto, a hexocinase para de funcionar logo que uma quantidade significativa de glicose-6-fosfato é produzida e permanece inativa até que o nível dessa molécula reduz como resultado de seu uso por outras reações. Pode-se inferir que a hexocinase é uma enzima reguladora, na qual a glicose-6-fosfato é tanto o substrato como o regulador alostérico. A enzima FOSFOFRUTOCINASE-1 (PFK-1) – fosforilação da frutose-6-fosfato a frutose-1,6-bifosfato (etapa 3), é um importante sítio de regulação metabólica porque a atividade desta enzima pode ser aumentada ou reduzida por um certo número de metabólitos comuns. Tais efeitos são do tipo alostérico, pois são resultados de uma interação entre o metabólito e o catalisador protéico em um sitio diferente daquele onde ocorre a catálise. A enzima requer Mg2+ e é específica para frutose-6-fosfato. Sua atividade é estimulada pelo ADP e quando há excesso de ATP ela é inibida. Além do ATP, o citrato e o isocitrato, podem agir como moduladores inibitórios da fosfofrutocinase, atuando assim como efetores negativos. Por outro lado, o AMP, ADP e frutose-6-fosfato estimulam a enzima, fazendo papel de efetores positivos. Quando a relação ATP/ADP for alta a atividade da enzima fosfofrutocinase é severamente inibida, no entanto quando esta mesma relação é baixa a fosfofrutocinase tem sua atividade acelerada. Como em condições aeróbicas a relação ATP/ADP é alta, a velocidade da reação da fosfofrutocinase é reduzida e consequentemente a glicólise também é reduzida. Portanto, a inibição alostérica da fosfofrutocinase, principalmente pelo ATP, é o principal mecanismo regulador da glicólise. A enzima PIRUVATO-CINASE – transferência do grupo fosforil ao fosfoenolpiruvato para ADP (etapa 10). Essa reação é um ponto de controle secundário na glicólise. É também uma enzima alostérica. Em altas concentrações de ATP, a afinidade aparente da cinase do piruvato pelo fosfoenolpiruvato é relativamente baixa e a velocidade da reação será igualmente baixa em concentrações normais de fosfoenolpiruvato. Sempre que a célula já dispõe de uma concentração de ATP alta, a glicólise é inibida pela ação da fosfofrutocinase ou da piruvato-cinase. Por outro lado, em baixas concentrações de ATP, a afinidade aparente da piruvato-cinase pelo fosfoenolpiruvato aumenta, este comportamento capacita a enzima a transferir o grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ADP. A glicólise também é regulada pelos hormônios glucagon, insulina e adrenalina e por variações na expressão de genes de várias enzimas glicolíticas. 1.6 Calcule a ∆G°’ total da via e explique porque reações energeticamente desfavoráveis ocorrem nesta Via. R 2) Fermentação láctica 2.1 Conceitue a fermentação lática descrevendo seu objetivo (função) e onde ocorre. R: A fermentação é um processo anaeróbico (sem a presença de oxigênio) de geração de energia. Ela é muito importante, pois, garante a manutenção da energia necessária para a vida. A fermentação lática é uma via alternativa utilizada pelo organismo para a produção de energia na ausência de oxigênio. Ela ocorre quando os tecidos animais não são supridos com oxigênio suficiente para realizar a oxidação aeróbica do piruvato e do NADH produzidos na glicólise. Sendo assim, para produzir a energia necessária o NAD+ é regenerado a partir de NADH pela redução do piruvato a lactato pela catálise da enzima lactato-desidrogenase. Se o NAD+ não fosse regenerado, a célula ficaria em falta de aceptor de elétrons para a oxidação de gliceraldeído-3-fosfato, e as reações geradoras de energia da glicólise cessariam. O lactato produzido no organismo é transportado pelo sangue até o fígado, onde é convertido a glucose (gluconeoênese). A fermentação lática ocorre no citosol das células, principalmente nas células do tecido muscular e em pequena quantidade nas hemácias e nos rins. 2.2 Represente através de desenho a reação química envolvida e a descreva. 2.3 Cite o destino do produto desta fermentação. R: O lactato produto da fermentação lática é conduzido via corrente sanguínea para o fígado onde é reconvertido pela enzima lactato-desidrogenase à piruvato, e transformado em glucose pela gliconeogênese (ciclo de cori). 3) Fermentação alcoólica 3.1 Conceitue a fermentação alcoólica descrevendo seu objetivo (função)e onde ocorre. R: A fermentação alcoólica é uma via de produção anaeróbica de energia, que é muito importante, pois, é realizada por muitos organismos (leveduras e micro-organismos) que ocupam nichos anaeróbicos. E consiste na fermentação da glucose em etanol e CO2, ocorrendo em duas etapas. Na primeira, o piruvato é descarboxilado em uma reação irreversível catalisada pela piruvato-descarboxilase. Na segunda etapa, o acetaldeído é reduzido a etanol pela ação da álcool-desidrogenase, com o poder redutor fornecido pelo NADH derivado da desidrogenação do gliceraldeído-3-fosfato. Além da importância biológica a fermentação alcoólica também é importante para a produção de diversos produtos com aproveitamento comercial como: vinhos, cervejas, pães, etanol (combustível), acetona, butanol e também na fabricação de medicamentos (como antibióticos). A fermentação alcoólica ocorre no citoplasma das células. 3.2 Represente através de desenho as reações químicas envolvidas e as descreva. R: 4) Via das pentoses 4.1 Conceitue a via das pentoses descrevendo seu objetivo (função) e onde ocorre. R: A via das pentoses é uma importante via anaeróbica alternativa da utilização de glucose na produção de pentoses para biossíntese de nucleotídeos. Nela, ocorre a oxidação da glucose-6-fosfato até pentoses-fosfato. Ela não gera ATP, mas sim NADPH, agente redutor utilizado para biosintese de ácidos graxos e esteróides (colesterol e seus derivados), bem como para a manutenção da integridade das membranas dos eritrócitos. A via das pentoses ocorre em duas etapas: fase oxidativa onde ocorre a produção de pentoses e fase não oxidativa onde ocorre a interconverção de pentoses intermediários da via glicolítica. Ela acontece no citosol das células, geralmente em tecidos responsáveis por sintetizar ácidos graxos, como o tecido adiposo, glândulas, gônadas e o fígado, a via das pentoses é mais ativa. Também em células que estão em rápida divisão, como células da medula óssea, mucosas e até tumores, possuem grande atividade da via das pentoses. Por último, células que são constantemente expostas a espécies reativas de oxigênio, como eritrócitos e as células do cristalino e da córnea, também utilizam-se bastante da via das pentoses afim de gerar grandes quantidades de NAPDH, que, sendo um bom redutor, minimiza os efeitos deletérios desse oxidante. 4.2 Explique o que é o ramo oxidativo e não oxidativo da via das pentoses e quando cada um deles ocorre. R: A via das pentoses é composta por duas fases: a oxidativa e a não oxidativa. A via oxidativa é composta por quatro reações, sendo duas delas de oxidação (primeira e terceira etapa), cujas reações são essencialmente irreversíveis. Nela, ocorre a conversão de glucose-6-fosfato a ribulose-5-fosfato e a redução de NADP+ a NADH. Já na via não oxidativa ocorre a reciclagem de pentoses fosfatadas a hexoses. Ocorre a epimerização da ribulose-5-fosfato à xilulose-5-fosfato pela ação da enzima ribose-5- fosfato-epimerase, em seguida, um rearranjo dos esqueletos de carbono, seis moléculas de pentose-fosfato são convertidas a cinco moléculas de hexose-fosfato, completando o ciclo, permitindo assim, a oxidação de glucose-6-fosfato com a produção de NADPH em tecidos que requerem principalmente essa molécula. O ramo oxidativo ocorre quando a necessidade da célula das concentrações de NADPH e de ribose-5-fosfato são equilibradas. Quando a célula necessita de NADPH e ATP, ocorre a fase oxidativa, em que a ribose-5-fosfato produzida é convertida a gliceraldeído-3-fosfato e frutose-6-fosfato (pela via não oxidativa), que entram na via glicolítica para produzir piruvato. E quando a necessidade de NADPH é maior que a de ribose-5-fosfato (como nos adipócitos para síntese de ácidos graxos) ocorre o ramo oxidativo juntamente com o ramo não oxidativo. 4.3 Cite os produtos desta via e copie as reações da via. R: Os produtos da via das pentoses são: -Fase oxidativa • NADH (utilizado para produzir glutationa e dar suporte para a biossíntese redutora); • Ribose-5-fosfato (precursor para nucleotídeos, coenzimas e ácidos nucleicos); • CO2. -Fase não oxidativa https://www.infoescola.com/bioquimica/acidos-graxos/ https://www.infoescola.com/biologia/tecido-adiposo/ https://www.infoescola.com/biologia/tecido-adiposo/ https://www.infoescola.com/anatomia-humana/figado/ https://www.infoescola.com/anatomia-humana/medula-ossea/ https://www.infoescola.com/histologia/mucosa/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/oxigenio/ https://www.infoescola.com/sangue/hemacias/ https://www.infoescola.com/visao/cornea/ • Produção de novas moléculas de glucose-6-fosfato a partir das pentoses recicladas (que podem ser utilizadas tanto na via de pentoses novamente, como em todas as vias de metabolismo da glucose). 4.4 Explique como a via das pentoses se integra com a VG. R: A via glicolítica e a via das pentoses são ligadas por muitas partes intermediárias, não apenas para produzir co-fatores ricos em energia, mas também para gerar intermediários para as reações biossintéticas e pelas enzimas compartilhadas. Um exemplo dessa integração são as hexoses (frutose-6-fosfato) e trioses (gliceraldeído-3- fosfato) que são produzidas na via das pentoses e podem ser utilizadas muito facilmente pela via glicolítica. Essas vias são integradas pela relação entre o pool de triose-fosfato/pentose-fosfato. Na glicólise, após a conversão da frutose-6-fosfato para frutose-1,6-bifosfato, a reação seguinte catalisada pela aldolase e depois pela triose-fosfato-isomerase são reversíveis, assim como, parte da reação da via das pentoses é também reversível, incluindo o passo catalizado pela epimerase da ribulose-5-fosfato, isomerase da ribose-5-fosfato, transcetolase e transaldolase. Essas reações de reversibilidade servem para manter o pool de triose-fosfato/pentose-fosfato localizado no citosol em equilíbrio. Outra integração dessas vias é o gliceraldeído-3-fosfato que é formado pela ação da enzima transacetolase que se converte a diidroxiacetona-fosfato pela enzima glicolítica triose- fosfato-isomerase, e essas duas trioses podem ser unidas pela aldolase formando a frutose-1,6-bifosfato. Alternativamente, a triose-fosfato pode ser oxidada a piruvato pelas reações glicolíticas. O destino das trioses é determinado pelas necessidades relativas das células por pentoses-fosfato, NADPH e ATP. Tanto na via glicolítica como na via das pentoses a entrada de glucose-6-fosfato é dependente das necessidades momentâneas da célula e das concentrações de NADP+ no citosol. Na ausência desse aceptor de elétrons, a primeira reação da via das pentoses não pode prosseguir. Quando a célula está convertendo rapidamente NADPH em NADP+ nas reduções biossintéticas, o nível de NADP+ se eleva, o que estimula alostericamente a glucose-6-fosfato-desidrogenase e, assim, aumenta o fluxo de glucose-6-fosfato pela via das pentoses. Quando a demanda por NADPH é menor, o nível de NADP+ diminui, consequentemente, a via das pentoses também se reduz e a glucose-6-fosfato é utilizada para alimentar a glicólise. Todas as enzimas da via das pentoses estão localizadas no citosol assim como as da via glicolítica Referências utilizadas para a realização do estudo dirigido: Lehninger, Voet e vídeo aulas disponibilizadas.
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