Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO 1. Definição ....................................................................... 3 2. Normas gerais de atendimento ............................ 3 3. Boletim de ocorrência (bo)...................................... 5 4. Protocolo de atendimento ...................................... 5 5. Anticoncepção de emergência ............................. 9 6. Profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis não virais ...........................................12 7. Imunoprofilaxia contra hepatite b ......................14 8. Profilaxia contra infecção pelo hiv .....................15 9. Profilaxia para tétano .............................................19 10. Seguimento laboratorial .....................................20 11. Gravidez decorrente de violência sexual .....21 Referências bibliográficas .........................................27 3VIOLÊNCIA SEXUAL 1. DEFINIÇÃO A violência sexual é uma das ma- nifestações de violência de gênero mais cruéis que existe. Ela possui ra- ízes históricas dentro das sociedades e perdura até os dias atuais, produ- zindo consequências traumáticas e indeletáveis. Essa pode ser entendi- da como todo ato baseado no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico. Na maio- ria das vezes, a mulher é a principal vítima da violência sexual, no entanto, não raro homens, crianças, adultos, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência mental ou física, e popula- ção LGBT sofrem essa violência. Estima-se que a prevalência global de estupro é de 2 a 5% com incidência de 12 milhões de vítimas a cada ano. No Brasil, dados indicam uma média diária de 21,9 mulheres procurando atendimento em serviços de saúde por violência sexual. A maior preva- lência desse tipo de violência ocorre com adolescentes de 10 a 14 anos (66%) predominantemente do sexo feminino (91%). 2. NORMAS GERAIS DE ATENDIMENTO O atendimento inicial à vítima de violência sexual nas unidades de saúde e hospitais deve incluir en- trevista, registro da história, exa- me clínico e ginecológico, exames complementares e acompanha- mento psicológico. O acolhimento também deve ser realizado, tendo em vista que é o elemento mais im- portante para que haja qualidade e humanização no atendimento. En- tende-se acolher como um conjunto de medidas, posturas e atitudes dos profissionais de saúde que garantam credibilidade e consideração à situa- ção de violência. A humanização dos serviços demanda um ambiente aco- lhedor e de respeito à diversidade, livres de quaisquer julgamentos mo- rais. Isso presume receber e escutar às vítimas, com respeito e solidarieda- de, buscando-se formas de compre- ender suas demandas e expectativas. Durante o acolhimento, deve-se in- formar à vítima, sempre que possível, sobre tudo o que será realizado em cada etapa do atendimento e a impor- tância de cada medida. Sua autono- mia deve ser respeitada, acatando-se a eventual recusa de algum proce- dimento. Deve-se também oferecer atendimento psicológico e medidas de fortalecimento a fim de ajudar no enfrentamento dos conflitos e proble- mas intrínsecos à situação vivida. É importante que o serviço de saúde realize exame físico completo, exame ginecológico, coleta de amostras para o diagnóstico de infecções genitais e coleta de material para a identifica- ção do provável autor(a) da agressão. Outro ponto importante é o preen- chimento da Ficha de Notificação e 4VIOLÊNCIA SEXUAL Investigação de Violência Domés- tica, Sexual e/ou outras Violências, uma vez que a violência sexual é con- siderada um agravo de notificação compulsória. Os dados coletados por meio dessa ficha são processados no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). A Ficha de Notificação e Investiga- ção de Violência Doméstica, Sexual e/ ou outras Violências é composta por um conjunto de variáveis e categorias que retratam, minimamente, o perfil das violências perpetradas contra as mulheres e os adolescentes, a carac- terização das pessoas que sofreram violências e dos (as) prováveis auto- res (as) de agressão. SE LIGA! Você pode encontrar o modelo da ficha de notificação e os outros do- cumentos utilizados no antendimento à vitima de violência sexual na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde. O link é: http://bvs.saude.gov.br/ Esta ficha deve ser utilizada para a notificação compulsória de qualquer caso suspeito ou confirmado de vio- lência doméstica, sexual e/ou outras violências contra mulheres, indepen- dentemente da faixa etária, de acordo com Lei 10.778/2003, o Decreto-Lei nº 5.099/2004 e a Portaria MS/GM nº 2.406/2004. Quando se tratar de no- tificação de violência contra crianças e adolescentes um ficha deve ser en- caminhada para o Conselho Tutelar. Em casos de gravidez, suspeita ou confirmada, deve-se considerar a de- manda da mulher ou da adolescente, identificando se manifesta desejo ou não de interromper a gravidez. Cabe aos profissionais de saúde fornecer as informações necessárias sobre os direitos da mulher e da adolescente e apresentar as alternativas à interrup- ção da gravidez, como a assistência pré-natal e entrega da criança para adoção. Após o atendimento médico, se a mu- lher tiver condições, poderá ir à dele- gacia para lavrar o Boletim de Ocor- rência Policial, prestar depoimento, ou submeter-se a exame pelos peritos do Instituto Médico Legal (IML). Se, por alguma razão, não for mais possível a realização dos exames periciais dire- tamente pelo IML, os peritos podem fazer o laudo de forma indireta, com base no prontuário médico. Assim, os dados sobre a violência sofrida e suas circunstâncias, bem como os achados do exame físico e as medidas instituí- das, devem ser cuidadosamente des- critos e registrados em prontuário. SE LIGA! Em crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, a suspei- ta ou confirmação de abuso sexual deve, obrigatoriamente, ser comunicada ao Conselho Tutelar ou à Vara da Infância e da Juventude. Na falta destes, comu- nicar à Vara de Justiça existente no local ou à Delegacia. Se tratando de Idosos, a comunicação deve ser feita ao Conselho do Idoso ou ao Ministério Público/Auto- ridade Policial. 5VIOLÊNCIA SEXUAL HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA Registrar em Prontuário: 1) local, dia hora aproximada da violência sexual 2) tipo (s) de violência sexual sofrido (s) 3) forma (s) de constrangimento utilizada (s) 5) órgão que realizou o encaminhamento PROVIDÊNCIAS INSTITUÍDAS Verificar eventuais medidas prévias: 1) atendimento de emergência em outro serviço de saúde e medidas realizadas 2) realização de Boletim de Ocorrência Policial 3) realização do exame pericial de Corpo de Delito e Conjunção Carnal 4) comunicação ao Conselho Tutelar caso a vítima seja crianças ou adolescentes 5) outras medidas legais cabíveis Tabela 1. Principais pontos de registro em prontuário médico 3. BOLETIM DE OCORRÊNCIA (BO) O Boletim de Ocorrência Policial re- gistra a violência para o conhecimento da autoridade policial, que determina a instauração do inquérito e da inves- tigação. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) é documento elaborado para fazer prova criminal. A apresen- tação desses documentos não é ne- cessária para o atendimento nos ser- viços de saúde, porém o profissional de saúde deve orientar a vítima sobre seu direito de registro de boletim de ocorrência. Se a vítima de violência sexual desejar, deve-se sugerir o encaminhamento aos órgãos competentes, Delegacia de Polícia ou Delegacia de Proteção à Mulher, responsáveis pela requisição de perícia pelo IML. Nesses casos, é importante orienta-la quanto ao direi- to e importância de guardar cópia do boletim de ocorrência. 4. PROTOCOLO DE ATENDIMENTO Acolhimento e escuta qualificada O acolhimento e a escuta qualificada são elementos importantes para uma atenção humanizada às pessoas em situação de violência sexual. O aco- lhimento engloba o tratamento digno e respeitoso, a escuta, o reconheci- mento ea aceitação das diferenças, o respeito ao direito de decidir de mu- lheres e homens, assim como o aces- so a resolutividade da assistência. A capacidade de escuta, sem pré-jul- gamentos e imposição de valores, a aptidão para lidar com conflitos, a va- lorização das queixas e a identificação das necessidades são pontos básicos do acolhimento que poderão incenti- var as vítimas a falarem de seus sen- timentos e necessidades. Cabe ao profissional de saúde desenvolver es- cuta ativa e relação de empatia a par- tir das demandas das pessoas, assim como a possibilidade de se colocar no lugar do outro. Garantir a privacidade no atendimento e a confidencialidade das informações também são pontos importantes. 6VIOLÊNCIA SEXUAL Exame Físico O exame físico deve ser precedido de explicação, a vítima, sobre a necessi- dade de sua realização, sobre os lo- cais do corpo a serem tocados, escla- recendo os procedimentos que serão realizados e os materiais que serão coletados. Havendo recusa, a decisão e autonomia da pessoa devem ser respeitadas. O exame deverá ser rea- lizado pelo médico com a presença de outro profissional de saúde também habilitado para o atendimento integral às pessoas em situação de violência sexual. De acordo identificadas, as lesões deverão ser descritas quanto a sua localização, tamanho, número e for- ma, preferencialmente no sentido craniocaudal, inclusive as lesões ge- nitais e extragenitais, assinalando-as na Ficha de Atendimento específica ou fotografando-as, se possível, com o consentimento da vítima. Veja no quadro abaixo as lesões corporais mais frequentemente observadas em casos de violência sexual. REGIÃO POSSÍVEL LESÃO Craniana Face Olhos Orelhas Boca Couro cabeludo Equimose, escoriação, edema traumático e ferida contusa Fratura (mala, mentoniana e nasal), marcas de mor- dida, escoriação, equimose facial e edema traumático Equimose periorbitária (olho roxo) e da escleróti- ca (hemorragia em esclera) e edema traumático Equimose, escoriação e edema traumático Equimose labial, equimose intraoral, escoriação, marca de mordida, fratura e trauma dentário Cervical Externa Marca de mordida, equimose por sucção, equimose e escoriação Interna Trauma laríngeo, alteração na voz (rouquidão, disfonia) e difi- culdade de deglutição Torácica e abdominal Equimose, por sucção, escoriação, marca de mordida e corpos estranhos presentes na pele: terra, graveto, etc. Mamária Marcas de mordida ou sucção, equimose, escoriação e lacera- ção nos mamilos Membros superiores Equimose (especialmente nos antebraços e mãos); lesões de defesa, escoriação, edema traumático e fraturas Mãos Equimose, escoriação, edema traumático e fratura Membros inferiores Equimose (especialmente nas faces mediais das coxas); lesões de defesa, escoriação, marca de mordida e edema traumático Genital Equimose, escoriação, edema traumático e rotura himenal Anal Equimose, escoriação, edema traumático, laceração e dilatação * A existências dessas lesões não caracteriza por si a violência sexual, uma vez que podem ser resultante de prática sexual consentida Tabela 2. 7VIOLÊNCIA SEXUAL A coleta de material biológico (ves- tígios) é extremamente importante para a identificação do agressor por meio de exames de DNA. A pessoa em situação de violência, seu familiar ou responsável legal deverá consentir e assinar um termo de consentimen- to informado antes da coleta. A cole- ta deve ser realizada o mais rapida- mente possível a partir do momento da agressão sexual. A possibilidade de se coletar vestígios biológicos em quantidade e qualidade suficientes diminui com o passar do tempo, re- duzindo significativamente após 72h da agressão. O médico responsável pela coleta deve estar ciente da possibilidade de haver vestígios do agressão não so- mente nas regiões genital e anal, mas também em outros locais do corpo da vítima, como regiões mamárias e pei- toral, por exemplo. Objetos e roupas também podem ser sítios de vestígios biológicos. Durante a coleta, deve-se assegu- rar que o material coletado não seja contaminado com outros materiais biológicos presentes no ambiente ou pelo DNA da pessoa que coletou a amostra. Deverão ser utilizados lu- vas descartáveis, máscaras e outros materiais e instrumentos esteriliza- dos como, por exemplo, swab, pinça e tesoura. Coleta de Vestígios • Secreção Vaginal: A coleta da se- creção vaginal para a pesquisa de espermatozoide e exame de DNA deve ser feita com a vítima em po- sição ginecológica. Deve-se priori- zar a coleta de secreções e não da parede mucosa. Recomenda-se a utilização de espéculo, preferen- cialmente descartável, sem a pre- sença de materiais lubrificantes. A coleta deverá ser realizada utilizan- do-se, pelo menos, quatro swabs esterilizados. Se possível, os swa- bs deverão ser passados simulta- neamente, de dois em dois, lado a lado, a fim de que as amostras tenham maior similaridade entresi. Os swabs deverão ser numerados pela ordem de coleta, sendo que o 1º e 2º deverão ser destinados para exame de DNA e o 3º e 4º de- verão ser destinados para teste de triagem para a detecção de sêmen e pesquisa de espermatozoides. • Secreção anal: A coleta de secre- ção anal pode ser feita tanto em posição genopeitoral ou ginecoló- gica. Deve-se atentar para a pos- sibilidade de haver secreção não apenas na região anal, mas tam- bém na região perianal e períneo. Para a coleta de material da cavi- dade anal, introduzir um ou se pos- sível, dois swabs umedecidos com soro fisiológico 0,9% por vez no canal anal, preferencialmente em 8VIOLÊNCIA SEXUAL movimentos rotatórios. Os swabs deverão ser numerados pela or- dem de coleta, sendo que o 1º e 2º deverão ser destinados para exa- me de DNA e o 3º e 4º deverão ser destinados para teste de triagem para a detecção de sêmen e pes- quisa de espermatozoides. • Sêmen, secreções e/ou fluidos depositados na pele ou em outra regiões do corpo: Em casos de suspeita de deposição de sêmen, secreções ou fluidos biológicos (saliva, sêmen ou sangue) em outra áreas do corpo da vítima como, por exemplo, face, lábios, tórax, abdo- me, coxa, períneo ou regiões com mordida (s) esses locais também deverão ser submetidos à coleta. Nessas situações, o procedimento será o mesmo anteriormente men- cionado, com a utilização de swab previamente umedecido com soro fisiológico 0,9%. Os swabs deve- rão ser passados levemente na re- gião onde puder ser visualizado o material ou, se não houver a visu- alização, onde houver o relato de deposição de material. Caso a co- leta ocorra na cavidade oral, não é necessário umedecer previamente o swab. Deve ser priorizada a co- leta da eventual secreção obser- vada. O sêmen tende a se depo- sitar entre os dentes e a gengiva. Para a coleta nesse caso, passa- -se o swab seco entre os dentes inferiores. • Vestígio Subungueal: Em casos de suspeita ou relato de luta cor- poral entre a vítima e o agressor, deverá ser coletado material su- bungueal dos dedos da vítima a fim de se buscar detectar mate- rial biológico do agressor. A coleta deverá ser realizada utilizando-se, pelo menos, dois swabs esteriliza- dos. Para facilitar o procedimento, umedecer levemente os swabs com água destilada e, em segui- da, proceder a coleta, passando o swab na região subungueal de cada dedo. Deve-se utilizar um swab para cada mão, com respec- tiva identificação de mão direita e esquerda. Em caso de utilização de mais de um swab por mão, nume- rar os swabs por ordem de coleta. • Cabelo e Pelo: Se durante o exame físico for constatada a presença de cabelo (s) e/ou pelo (s) com carac- terísticas diferentes ao da vítima, o médico deverá coletá-lo com a uti- lização de pinça esterilizada. • Vestes e objetos com possível presença de sêmen e/ou fluidos biológicos: Se for constatada ou houver relato de presença de sê- men e/ou outros fluídos biológi- cos com vestes e/ou objetos trazi- dos pela vítima, estes deverão sercoletados. • Células de mucosa oral: O mate- rial coletado da mucosa oral da ví- tima servirá como padrão genético 9VIOLÊNCIA SEXUAL de comparação com o vestígio en- contrado no seu corpo. A coleta deverá ser realizada utilizando-se, pelo menos, dois swabs esterili- zados, de haste longa e flexível. O procedimento consiste em friccio- nar o swab contra as paredes in- ternas de cada bochecha em movi- mentos giratórios nas superfícies. Recomenda-se que se friccione o mesmo swab dez vezes em cada uma das bochechas. Após a coleta, deve-se deixar os swa- bs secarem à temperatura ambiente, menor ou igual a 25º C, protegidos da luz solar e de fontes de contaminação biológica. Na sequência devem ser acondicionados em porta-swabs ou em suas embalagens de origem, den- tro de envelopes de papel ou de reci- pientes secos apropriados, lacrados, identificados em etiquetas imperme- áveis, contendo as devidas informa- ções pertinentes ao caso como as ini- ciais do nome da vítima, data e hora da coleta, tipo de amostra, responsá- vel pela coleta e nomes dos integran- tes da equipe de saúde que tiveram contato com o material coletado. O armazenamento dos swabs deve- rá ser sob congelamento em embala- gens plásticas apropriadas às condi- ções de temperatura e umidade que impeçam extravasamentos. Casos não seja possível o congelamento imediato, o armazenamento deverá ser feito sob refrigeração (média de 4º C) por, no máximo, 48 horas e após esse período congelar. O armazenamento do material cole- tado exige mecanismos de seguran- ça, como controle rigoroso do acesso à sala de armazenamento, que de- verá ser mantida trancada. Ainda é importante garantir que todos os ma- teriais sejam embalados e que este- jam seguros e à prova de adulteração. Apenas pessoal autorizado deve ser encarregado do material. Como não ainda existem normas legais para o prazo de descarte do material, reco- menda-se seu armazenamento por tempo indeterminado até que o des- carte possa ser feito mediante autori- zação judicial. Qualquer manuseio do material a partir de sua coleta e detalhes de transferência entre instituições deve ser registrado. As autoridades locais deverão estabelecer protocolos para o registro dessas informações e flu- xos de transferência de material. É importante documentar os itens co- letados em lista pormenorizada nos prontuários ou registros médicos dos pacientes, bem como detalhes de quando, para quem e como o material foi transferido. 5. ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA Considerando a aleatoriedade da vio- lência em relação ao período do ciclo 10VIOLÊNCIA SEXUAL menstrual, bem como se a violência foi um caso isolado ou se ocorre de forma contínua, o risco de gravidez, decorrente desse agravo, varia de 0,5 a 5%. O método anticonceptivo pode prevenir a gravidez forçada e indese- jada utilizando compostos hormonais concentrados e por curto período de tempo. A Anticoncepção de Emergência (AE) deve ser prescrita para todas as mulheres e adolescentes expostas à gravidez, através de contato certo ou duvidoso com sêmen, independen- te do período do ciclo menstrual em que se encontrem. Também é preciso levar em consideração se já houve a primeira menstruação e se a pacien- te se encontra antes da menopausa. A AE hormonal constitui o método de eleição devido ao seu baixo custo, boa tolerabilidade, eficácia elevada e ausência de contraindicação. A AE é desnecessária se a mulher ou adolescente estiver usando regu- larmente método anticonceptivo de elevada eficácia antes da violência sexual (ex.: DIU). Também é desne- cessária em casos de coito oral ou anal. A AE só se aplica se houve eja- culação vaginal. Esquemas de Administração O método de primeira escolha da AE hormonal consiste no uso exclusivo de um progestágeno, o levonorges- trel, na dose total de 1,5 mg. Nas apresentações comerciais conten- do dois comprimidos, cada um com 0,75mg de levonorgestrel, recomen- da-se o uso de dois comprimidos, via oral, em dose única. Nas apresenta- ções de um comprimido de 1,5 mg de levonorgestrel, recomenda-se o uso de um comprimido, via oral, em dose única. É importante salientar que a AE deve ser realizada o quanto antes possível, dentro de um limite de cin- co dias da violência sexual. Em situações excepcionais onde o le- vonorgestrel se encontre indisponível, o método de Yuzpe constitui a se- gunda escolha. Esse outro método de AE hormonal, consiste na utilização de anticonceptivos hormonais orais combinados (AHOC) de uso rotineiro em planejamento familiar, conhecidos como pílulas anticoncepcionais. O es- quema compõe-se da administração de um estrogênio associado a um progestágeno sintético, utilizados até cinco dias após a violência. Exis- tem no mercado AHOC com 0,05 mg de etinil-estradiol e 0,25 mg de le- vonorgestrel por comprimido. Nesse caso, utilizam-se dois comprimidos, via oral, a cada 12 horas, em um to- tal de quatro comprimidos. Nas apre- sentações comerciais com 0,03 mg de etinil-estradiol e 0,15 mg de le- vonorgestrel por comprimido, devem ser administrados quatro comprimi- dos, via oral, a cada 12 horas, em um total de oito comprimidos. 11VIOLÊNCIA SEXUAL [Box Se liga!: A eficácia da AE é ele- vada, com índice de efetividade mé- dio de 75 a 80% e taxa de falha de cerca de 2%. Significa que a AE pode evitar, em média, três de cada quatro gestações que ocorreriam após a vio- lência sexual. Porém, a eficácia de AE pode variar em função do número de horas entre a violência sexual e sua administração. As taxas de falha do levonorgestrel variam de 0,4% (0-24 horas) até 2,7% (49-72 horas). Para o método de Yuzpe as taxas de falha variam de 2% (0-24 horas) até 4,7% (49-72 horas).] MÉTODO DOSE VIA OBSERVAÇÃO LEVONORGESTREL Primeira escolha 0,75 mg de le- vonorgestrel por comprimido Oral 2 comprimidos Dose única 1,5 mg de levo- norgestrel por comprimido Oral 1 comprimido Dose única MÉTODO DE YUZPE Segunda escolha AHOC com 0,05 mg de etinil-estra- diol e 0,25 mg de levonorgestrel por comprimido Oral 2 comprimidos a cada 12 horas – to- tal de 4 comprimidos AHOC com 0,03Mg de etinil-estradiol e 0,15mg de le- vonorgestrel por comprimido Oral 4 comprimidos a cada 12 horas – to- tal de 8 comprimidos Tabela 3. Medidas gerais Os efeitos secundários mais frequen- tes da AE são náuseas e vômitos, po- dendo ser minimizados com o uso de antieméticos cerca de uma hora an- tes da tomada da AE. Em caso de vômitos nas primeiras 1 a 2 horas após a administração da AE, recomenda-se que a dose seja repetida. Se vômitos ocorrerem no- vamente, dentro do mesmo prazo, recomenda-se a administração da AE por via vaginal. Mulheres inconscien- tes, onde a via oral não pode ser utili- zada também recomenda-se a admi- nistração da AE por via vaginal. O método de Yuzpe não deve ser em- pregado quando se utiliza o ritonavir, presente na profilaxia da infecção pelo HIV, pela significativa redução dos níveis séricos de etinil-estradiol no sistema microssomal hepático. 12VIOLÊNCIA SEXUAL A única contraindicação absolta da AE é a gravidez confirmada. Em pacientes com antecedentes de AVE, tromboembolismo, enxaque- ca severa ou diabetes com compli- cações vasculares é recomendado realizar AE com levonorgestrel. Para esses pacientes é preciso tomar al- gumas precauções caso considere a utilização do método de Yuzpe. A mulher em situação de violência se- xual deve ser orientada a retornar ao serviço de saúde, assim que possível, se ocorrer atraso menstrual, que pode ser indicativo de gravidez. SE LIGA! Tratando-se de adolescente, o direito à confidencialidade e ao sigilo sobre a atividade sexual e sobre a pres- crição de métodos anticonceptivos deve ser igualmente preservado, segundo os artigos 11, 102 e 103 do Código de Éti- ca Médica, reiterados pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 6. PROFILAXIA DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISNÃO VIRAIS A prevalência de IST em situações de violência sexual é elevada. Por isso, a profilaxia de infecções sexualmente transmissíveis não virais em mulhe- res que sofreram violência sexual está indicada nas situações de exposição com risco de transmissão dos agen- tes, independentemente da presença ou gravidade das lesões físicas e idade da mulher. Doenças como go- norreia, sífilis, infeção por clamídia, tricomoníase e cancro mole podem ser prevenidas com o uso de medica- mentos de reconhecida eficácia. Não existe o estabelecimento de um tempo limite para a introdução da profilaxia das IST não virais em situ- ações de violência sexual. Inclusive, essa prevenção pode ser postergada a critério do profissional de saúde e da mulher, em função das condições desta ou mesmo para evitar intole- rância gástrica, significativa com o uso simultâneo de diversas medica- ções. Essa medida não acarreta, ne- cessariamente, danos ao tratamento. Para evitar o uso concomitante de di- versas medicações, que poderia levar a intolerância gástrica e baixa adesão, deve-se optar preferencialmente pela via parenteral para administração de antibióticos, os quais devem ser utili- zados no primeiro dia de atendimen- to. Sendo assim, é preferível adotar o esquema: penicilina benzatina + cef- triaxona + azitromicina. Pelo baixo impacto da tricomoníase na saúde da mulher e por apresentar reações adversas e interações medi- camentosas significativas, a adminis- tração profilática de metronidazol é facultativa ou pode ser postergada. Caso seja utilizado, o metronidazol deve ser evitado durante o primeiro trimestre da gestação. 13VIOLÊNCIA SEXUAL Esquema profilático para mulheres e adolescentes MEDICAÇÃO APRESENTAÇÃO VIA DE ADMINISTRAÇÃO POSOLOGIA Penicilina G benzatina 1,2 milhão UI IM 2,4 milhões UI (1,2 milhão em cada nádega), dose única Ceftriaxona 250 mg IM 250mg, em dose única Azitromicina 500 mg VO 02 comprimidos, dose única Tabela 4. SE LIGA! A gravidez, em qualquer idade gestacional, não contraindica o esque- ma profilático composto por penicilina benzatina, ceftriaxona e azitromicina. Esquema profilático para crianças Crianças apresentam maior vulnera- bilidade às IST devido a imaturidade anatômica e fisiológica da mucosa va- ginal, além de outros fatores. O diag- nóstico de uma IST em crianças pode ser o primeiro sinal de abuso sexual. Nessa faixa-etária, em específico, as vítimas são, frequentemente, subme- tidas a diferentes tipos de abuso se- xual, entre os quais pode não haver penetração vaginal, anal ou oral. Tam- bém deve ser aventada a hipótese de violência sexual crônica e prolongada, pois isso é muito comum em casos de violência sexual na infância. Nesse sentido, não está indicada a profila- xia das IST não virais para casos onde não existe contato contaminante ou quando existe o contato contaminan- te crônico com o agressor. MEDICAÇÃO APRESENTAÇÃO VIA DE ADMINISTRAÇÃO POSOLOGIA Penicilina G benzatina Frasco-amp. com 150.000UI, 300.000UI, 400.000UI IM 50 mil UI/kg (dose máxima: 2,4 milhões UI), dose única Ceftriaxona 250mg (acompanha diluente de 2ml) IM Aplicar 125mg (1ml) Azitromicina 600mg/15ml ou 900mg/22,5ml VO 20mg/kg (dose máxima: 1g), dose única Tabela 5. Esquema alternativo Em pessoas com história compro- vada de hipersensibilidade aos me- dicamentos de primeira escolha, em especial à penicilina, deve-se utilizar alternativa de profilaxia. 14VIOLÊNCIA SEXUAL MEDICAÇÃO ADULTOS CRIANÇAS E ADOLESCENTES Estearato de eritromicina 500mg, VO, 6/6hs por 15 dias (sífilis) ou 7 dias (clamídia) 50mg/kg/dia, VO, 6/6hs, por 15 dias (sífilis/ clamídia) Ciprofloxacina 500mg, VO, dose única Contra-indicado Tabela 6. SE LIGA! A Ciprofloxacina está con- traindicada durante a gestação. Recomendações gerais Nos casos de violência sexual em que ocorra exposição crônica e repetida com o agressor ou quando houver uso de preservativo (masculino ou fe- minino) durante todo o crime sexual não se recomenda a profilaxia de IST não virais. Entretanto, é essencial in- terromper o ciclo de violência, e o uso da profilaxia deve ser individualizado. Os médicos devem saber informar aos pacientes sobre os benefícios e os efeitos adversos associados à profilaxia. Podem ser associados an- tieméticos, principalmente, se for feita a anticoncepção de emergência. A coleta de amostras cérvico-vagi- nais para o diagnóstico de infecções pode ser feita no momento do exame, porém não deve retardar o início da profilaxia para as IST não virais. 7. IMUNOPROFILAXIA CONTRA HEPATITE B A imunoprofilaxia contra a hepatite B está indicada em casos de violên- cia sexual nos quais ocorra exposição ao sêmen, sangue outros fluidos cor- porais do agressor. Em condições de desconhecimento ou dúvida sobre o status vacinal, a profilaxia deverá ser administrada. Cabe também ressaltar, que a decisão de iniciar a imunoprofi- laxia contra a hepatite B não deve es- tar condicionada à solicitação ou à re- alização de exames complementares. Mulheres não imunizadas ou que des- conhecem seu status vacinal devem receber a primeira dose da vacina e completar o esquema posteriormen- te, considerando o intervalo de um e seis meses. Já mulheres com esque- ma vacinal incompleto devem com- pletar as doses recomendadas. Mulheres em situação de violência sexual também devem receber dose única de Imunoglobulina Huma- na Anti-Hepatite B (IGHAHB). A IGHAHB está indicada para todas as mulheres em situação de violên- cia sexual não imunizadas, com es- quema vacinal incompleto ou que desconhecem seu status vacinal. A IGHAHB pode ser administrada em até, no máximo, 14 dias após a vio- lência sexual, embora seja recomen- dada a aplicação nas primeiras 48 horas após a violência. 15VIOLÊNCIA SEXUAL IMUNOBIOLÓGICO VIA DE ADMINISTRAÇÃO POSOLOGIA Vacina Anti-hepatite B (Imunização ativa) IM (deltóide) Varia de acordo fabricante (µg ou µl) IGHAHB (Imunização passiva) IM (glúteo) 0,06 ml/Kg Tabela 7. Imunoprofilaxia da Hepatite B Recomendações gerais • Em casos de violência sexual nos quais a mulher apresente expo- sição repetida crônica ao mesmo agressor ou mulheres cujo agres- sor seja sabiamente vacinado ou quando houver o uso de preser- vativo (masculino ou feminino) durante o crime sexual não há re- comendação de imunoprofilaxia contra hepatite B. • A gravidez, em qualquer idade gestacional, não contraindica a imunização para a hepatite B e nem a oferta de IGHAHB. • Como a imunização contra hepati- te está incluída no calendário va- cinal para menores de 20 anos, deverá ser considerada a adminis- tração da vacina naqueles que não receberam. • Na suspeita de possibilidade de transmissão vertical da hepatite B ou C em gestantes que sofreram violência sexual é recomendado a vacinação imediata (1ª dose) da criança associada a IGHAHB ad- ministradas em grupos muscula- res separados. Ambas devem ser realizadas o mais precocemente possível nas primeiras 12 a 24 ho- ras de vida. • Nos casos de transmissão vertical o aleitamento materno não está contraindicado apesar do HBsAg que pode ser encontrado no leite materno mesmo após recém-nas- cidos terem recebido a primeira dose da vacina e imunoglobulina humana anti-hepatite B. Porém, devem ser ponderados os riscos e benefícios. • Em exposições com paciente-fon- te infectado pelo vírus da hepatite C e naquelas com fonte desconhe- cida, está recomendado o acom- panhamento da vítima por meio de testes laboratoriais. 8. PROFILAXIA CONTRA INFECÇÃO PELO HIV A prescrição da quimioprofilaxia pós- -exposição sexual ao HIV nos casos de violência sexual não pode ser fei- ta de rotina e aplicada, indiscrimina- damente, a todas as situações. Exige avaliação cuidadosa quanto ao tempo tipo de violência, bem como o tempo 16VIOLÊNCIA SEXUAL decorrido até a chegada da pessoa agredida ao serviço de referência após o crime. • A quimioprofilaxia antirretroviral (ARV) estárecomendada em to- dos os casos de penetração va- ginal e/ou anal nas primeiras 72 horas após a violência, inclusive se o status sorológico do agres- sor for desconhecido. Em situação de exposição envolven- do sexo oral exclusivo, mesmo com ejaculação dentro da cavidade oral, a transmissão do HIV é rara, mas já foi descrita. Como não existem evidên- cias definitivas para assegurar a in- dicação profilática dos antirretrovirais nestes casos, a relação risco-benefí- cio deve ser considerada e a decisão individualizada, levando em conside- ração o desejo da vítima em realizar a profilaxia, a presença de lesões na cavidade oral e o conhecimento do status sorológico do agressor. A testagem para HIV do agressor não deve retardar o início da profila- xia ARV, mas deve ser feita sempre que possível. Nas situações em que o agressor é desconhecido ou soropo- sitivo para o HIV, está indicada a pro- filaxia ARV até que a vítima seja rea- valiada em serviço de referência. Caso o resultado do agressor seja negativo, a quimioprofilaxia ARV não deve ser realizada ou deve ser interrompida. Porém, resultados falso-negativos devem sempre ser avaliados dentro do contexto clínico e epidemiológico. É importante garantir que, mesmo na ausência de um médico infectologista, não ocorra retardo do início da profila- xia. Nestas circunstâncias, a profilaxia deverá ser iniciada como recomenda- do nas situações de desconhecimen- to do esquema antirretroviral do autor da agressão, com reavaliação poste- rior do especialista para indicar a mu- dança ou não dos antirretrovirais. Em geral, o esquema profilático deve ser mantido sem interrupção por quatro semanas consecutivas. Não está recomendada a profilaxia para o HIV no caso de violência sexual em que a mulher, a criança ou a ado- lescente apresente exposição crônica e repetida ao mesmo agressor devido à possibilidade da contaminação já ter ocorrido no passado. Entretanto, é importante interromper o ciclo de violência. Nestes casos, independen- temente da indicação da profilaxia, a investigação sorológica deverá ser feita por seis meses, considerando o último episódio conhecido de exposi- ção anal, vaginal ou oral, e a decisão de profilaxia deve ser individualizada. Esquema profilático para indivíduos adultos O esquema preferencial de profila- xia pós-exposição (PEP) deve incluir combinações de três antirretrovi- rais (ARV), sendo dois inibidores de 17VIOLÊNCIA SEXUAL nucleosídeos da transcriptase rever- sa (ITRN), como tenofovir (TDF) e la- mivudina (3TC), associados a outra classe de ARV. O esquema preferencial é compos- to por tenofovir (TDF) + lamivudi- na (3TC) + dolutegravir (DTG), pois possui menor número de efeitos ad- versos e baixa interação medicamen- tosa, o que propicia melhor adesão e manejo clínico. Além disso, apresenta alta barreira genética, aumentando a segurança para evitar resistência transmitida, principalmente quando a pessoa-fonte é multiexperiementada. MEDICAMENTO APRESENTAÇÃO POSOLOGIA TDF + 3TC Comprimido coformulado (TDF 300mg + 3TC 300mg) 1 comprimido VO 1x/dia Na indisponibilidade da apre- sentação coformulada: Na indisponibilidade da apresentação coformulada: Comprimido TDF 300mg + Comprimido 3TC 150 mg 1 comprimido VO 1x/dia + 2 comprimidos VO 1x/dia DTG Comprimido DTG 50mg 1 comprimido VO 1x/dia Tabela 8. Fonte: BRASIL. PCDT: Profilaxia pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. 2018. SE LIGA! A duração da PEP é de 28 dias. Apesar de sua maior tolerabilidade, o TDF está associado com a possi- bilidade de toxicidade renal, espe- cialmente em pessoas com doenças renais preexistentes ou com fatores de risco. Quando a taxa de filtração glomerular for menor que 60 ml/min ou em pessoas com história de lon- ga duração de diabetes, hipertensão arterial descontrolada ou insuficiência renal, a indicação deve ser avaliada, considerando que a duração da expo- sição ao medicamento será curta (28 dias) e eventuais eventos adversos renais são normalmente reversíveis com a suspensão do medicamento. Caso opte-se por suspensão do TDF ou algum outro ARV existem esque- mas profiláticos alternativos para PEP. Veja no quadro abaixo. Impossibilidade de TDF: AZT + 3TC + DTG Impossibilidade de DTG: TDF + 3TC + ATV/r Impossibilidade de ATV/r: TDF + 3TC + DRV/e A duração da PEP é de 28 dias. AZT: Zidovudina ATV/r: Atazanavir/ritonavir DRV/r: Darunavir/ritonavir TDF: Tenofovir DTG: Dolutegravir 3TC: Lamivudina Tabela 9. Fonte: BRASIL. PCDT: Profilaxia pós-exposi- ção (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. 2018. 18VIOLÊNCIA SEXUAL O DTG pode ser indicado como parte da PEP para mulheres em idade fértil desde que antes do início do seu uso seja descartada a possibilidade de gravidez. Para mulheres gestantes, o esquema preferencial deve ser com- posto com raltegravir (RAL) a partir da 14ª semana de gestação. MEDICAMENTO APRESENTAÇÃO POSOLOGIA TDF + 3TC Comprimido coformulado (TDF 300mg + 3TC 300mg) 1 comprimido VO 1x/dia Na indisponibilidade da apre- sentação coformulada: Na indisponibilidade da apresentação coformulada: Comprimido TDF 300mg + Comprimido 3TC 150 mg 1 comprimido VO 1x/dia + 2 comprimidos VO 1x/dia RAL Comprimido RAL 400mg 1 comprimido VO 2x/dia Tabela 10. ARV preferenciais para PEP em gestantes Fonte: BRASIL. PCDT: Profilaxia pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. 2018. Esquema profilático para crianças e adolescentes O esquema de profilaxia para crian- ças e adolescentes é orientado de acordo a faixa etária. Veja na tabela abaixo. Faixa etária Esquema preferencial Medicações alternativas 0-14 dias AZT + 3TC + NVP - 14 dias – 2 anos AZT + 3TC + LPV/r Impossibilida- de do uso de LPV/r: NVP 2 anos – 12 anos AZT + 3TC + RAL Impossibilidade de uso de RAL: LPV/r Acima de 12 anos: seguir as recomendações para adultos Tabela 11. Fonte: BRASIL. PCDT: Profilaxia pós-expo- sição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. 2018. SE LIGA! Os adolescentes têm direito à PEP mesmo sem a presença dos pais ou responsáveis. Nesses casos, como previsto no ECA e pela Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, deve-se avaliar a capacidade de discernimento do ado- lescente, com exceção das situações de violência. Recomendações gerais • A adesão à profilaxia ARV é um dos fatores principais na redução do risco de transmissão da infec- ção pelo HIV. Já a não adesão do esquema está diretamente rela- cionada ao risco de falha da pro- filaxia e de surgimento de cepas virais multirresistentes. Nesse sentido, torna-se fundamental o esclarecimento precoce ao pacien- te dos possíveis efeitos adversos, bem como formas de minimizá- -los. É extremamente importante 19VIOLÊNCIA SEXUAL considerar uma nova avaliação da vítima de violência sexual na primeira semana após o início da profilaxia a fim de rever a ocorrên- cia de possíveis efeitos adversos e reforçar a necessidade da adesão para que a profilaxia seja tolerada até o final de quatro semanas. • Os principais efeitos adversos da profilaxia são, em geral, sinto- mas inespecíficos e autolimitados, como efeitos gastrintestinais, cefa- leias e fadiga. Na maioria das ve- zes, não é necessária a interrupção da profilaxia devido a esses sin- tomas, pois podem ser utilizados medicamentos sintomáticos, como antieméticos e antidiarreicos, para minimizá-los. • Na presença de intolerância me- dicamentosa, a paciente deve ser reavaliada para adequação do es- quema terapêutico. • Mulheres em situação de violência sexual que estejam amamentando deverão ser orientadas a suspen- der o aleitamento durante a qui- mioprofilaxia ARV, pela possibili- dade de exposição da criança aos ARV (via leite materno) e também para evitar o risco de transmissão vertical. • Quando forem necessários ajus- tes nas doses dos medicamentos, recomenda-se que sejam feitas pormédico experiente no manejo ARV. Medicamentos psicotrópi- cos como hipnóticos, antidepres- sivos e anticonvulsivantes, mui- tas vezes indicados para vítima, possuem potencial interação com antirretrovirais. • Deve ser reforçada a necessidade do uso de preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais devido a possibilidade de uma infecção. 9. PROFILAXIA PARA TÉTANO A profilaxia para Tétano é feita com a administração de Soro Antitetânico (SAT), 5.000 unidades via intramus- cular (IM). Aos alérgicos a SAT pode se indicar imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT) em dose úni- ca de 250 unidades. Veja na tabela abaixo os critérios de administração. 20VIOLÊNCIA SEXUAL 10. SEGUIMENTO LABORATORIAL A coleta imediata de sangue e de amostra do conteúdo vaginal realiza- das no momento de admissão da ví- tima é necessária para estabelecer a eventual presença de IST, HIV ou he- patite prévias à violência sexual. En- tretanto, a coleta não deve retardar o início da profilaxia. Para o diagnóstico rápido da infecção pelo HIV são feitos testes rápidos va- lidados pelo departamento IST/Aids que são distribuídos pelo Ministério da Saúde. Deve-se realizar a testagem inicialmente com um único teste rápi- do. Caso o resultado seja negativo, o diagnóstico estará definido. Caso seja positivo, deverá ser realizado um se- gundo teste rápido para a conclusão do diagnóstico. É importante destacar que a realização de um teste anti- -HIV nos serviços de emergência deve ser feita após aconselhamen- to e consentimento verbal da mu- lher ou do responsável nos casos de crianças. O apoio laboratorial é fundamental para auxiliar no diagnóstico e na in- vestigação das ISTs/HIV/Hepatites. No entanto, o diagnóstico final deve ser o resultado dos achados do exa- me clínico e ginecológico, associa- dos aos testes complementares. As HISTÓRIA DE VACINAÇÃO CONTRA TÉTANO FERIMENTO LIMPO OU SUPERFICIAL - VACINA SAT ou IGHAT OUTROS TIPOS DE FERIMENTO - VACINA SAT ou IGHAT Incerta ou < de 3 doses SIM NÃO SIM SIM 3 doses ou >; última dose há < de 5 anos NÃO NÃO NÃO NÃO 3 doses ou >; última dose entre 5 a 10 anos NÃO NÃO SIM NÃO 3 doses ou >; última dose há > de 10 anos SIM NÃO SIM NÃO 21VIOLÊNCIA SEXUAL instituições de referência devem ofe- recer suporte laboratorial para a exe- cução dos exames recomendados e de outros que, a critério clínico, pos- sam ser necessários. A realização de hemograma e dosa- gem de transaminases é necessária somente para mulheres que iniciem a profilaxia com antirretrovirais, deven- do ser solicitados no primeiro atendi- mento e repetidos após duas sema- nas de uso da profilaxia antirretroviral e a critério clínico. 11. GRAVIDEZ DECORRENTE DE VIOLÊNCIA SEXUAL A mulher em situação de gravidez decorrente de violência sexual, bem como a adolescente e seus represen- tantes legais, devem ser esclarecidos sobre as alternativas legais quanto ao destino da gestação e sobre as pos- sibilidades de atenção nos serviços. É direito desses mulheres e adolescen- tes serem informadas da possibilida- de de interrupção da gravidez. Da mesma forma e com mesma ênfase, devem ser esclarecidas do direito e da possibilidade de man- terem a gestação até o seu térmi- no, garantindo-se os cuidados pré- -natais apropriados para situação. Nesse caso, também devem receber informações completas e precisas sobre as alternativas após o nasci- mento, que incluem a escolha entre permanecer com a futura criança e inseri-la na família, ou proceder com mecanismos legais de doação. Nes- sa última alternativa, os serviços de saúde devem providenciar as medi- das necessárias junto às autoridades que compõe a rede de atendimento para garantir o processo regular de adoção. Em relação aos aspectos legais, de acordo com o Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940, artigo 128, inciso II do Código Penal brasileiro, o abortamento é permitido quando a gravidez resulta de estupro ou, por analogia, de outra forma de violên- cia sexual. O código penal não exige qualquer documento para a prática do abortamento nesse caso, a não ser o consentimento da mulher. Assim, a mulher que sofre violência sexual não tem o dever legal de noticiar o fato à polícia. Deve-se orientá-la a tomar as providências policiais e judiciais cabí- veis, mas caso ela não o faça, não lhe pode ser negado o abortamento. O Código Penal afirma que a palavra da mulher, que busca os serviços de saúde afirmando ter sofrido vio- lência, deve ter credibilidade, ética e legalmente, devendo ser recebi- da como presunção de veracidade. O objetivo do serviço de saúde é ga- rantir o exercício do direito à saúde, portanto não cabe ao profissional de saúde duvidar da palavra da vítima, o que agrava mais ainda as consequ- ências da violência sofrida. 22VIOLÊNCIA SEXUAL Caso revele-se, após o abortamento, que a gravidez não foi resultado de violência sexual somente a gestante responderá criminalmente pelo crime de aborto se todas as cautelas proce- dimentais foram cumpridas pelo ser- viço de saúde. Outro aspecto importante é a garantia dada ao médico, pelo Código de Ética Médica, de objeção de consciência e o direito de recusa em realizar o abor- tamento em casos de gravidez resul- tante de violência sexual. No entanto, é dever do médico informar à mulher sobre seus direitos e, no caso de ob- jeção de consciência, deve garantir a atenção ao abortamento por outro profissional da instituição ou de outro serviço. Não se pode negar o pronto atendimento à mulher em qualquer caso de abortamento, afastando- -se, assim, situações de negligên- cia, omissão ou postergação de conduta que viole a lei, o código de ética profissional, e os direitos hu- manos das mulheres. Cabe ressaltar que não há direito de objeção de consciência em caso de: • risco de morte para a mulher. • qualquer situação de abortamen- to juridicamente permitido, na qual existe a ausência de outro profis- sional que o faça. • quando a mulher puder sofrer da- nos ou agravos à saúde em razão da omissão do profissional. • no atendimento de complicações derivadas do abortamento inse- guro, por se tratar de casos de urgência. Procedimentos de justificação e autorização para a interrupção de gestação Alguns procedimentos devem ser adotados pelos serviços de saú- de para a realização do abortamen- to em situações de violência sexual. Cinco diferentes termos devem ser documentados: 1) TEMO DE CONSENTIMENTO LI- VRE E ESCLARECIDO (TCLE): é um documento imprescindível. Nesse deve constar a declaração da mulher e/ou de seu representante legal pela escolha da interrupção da gestação, ciente da possibilidade de manter a gestação até seu término e das alter- nativas existentes nesse caso, além do conhecimento dos desconfortos e riscos possíveis decorrente dos pro- cedimentos médicos adotados para o abortamento. 2) TERMO DE RESPONSABILIDADE: é assinado pela mulher e/ou seu re- presentante legal, onde declaram que as informações prestadas para a equi- pe de saúde correspondem à legítima expressão da verdade. Deve constar que os declarantes estão cientes das consequências dos crimes de Falsi- dade Ideológica e de Aborto previs- tos no Código Penal. 23VIOLÊNCIA SEXUAL 3) TERMO DE RELATO DE CIR- CUNSTANCIADO: a mulher e/ou seu representante legal devem descrever as circunstâncias da violência sexual sofrida que resultaram em gravidez. Deve constar a data, o horário aproxi- mado, o local, e a descrição detalhada do ocorrido. 4) PARECER TÉCNICO: é assinado por médico, atestando a compatibili- dade da idade gestacional com a data da violência sexual alegada, afastan- do-se a hipótese da gravidez decor- rente de outra circunstância diferente da violência sexual. 5) TERMO DE APROVAÇÃO DE PROCEDIMENTO DE INTERRUP- ÇÃO DE GRAVIDEZ: é firmado pela equipe multiprofissional e pelo diretor ou responsável pela instituição. Recomendações gerais • Todos os termos,devidamente as- sinados, devem ser anexados ao prontuário hospitalar e cópia de cada um deve ser entregue para mulher e/ou representante legal. Os casos que não receberam apro- vação devem ter motivos justifica- dos e cuidadosamente registrados em prontuário hospitalar. • Caso a equipe de saúde entenda que o usuário não possui condições de decidir sozinho sobre alguma intervenção em razão de sua com- plexidade, deve, primeiramente, realizar as intervenções urgentes que se façam necessárias, e, em seguida, abordar o adolescente de forma clara quanto a necessidade de que um responsável o assista e o auxilie no acompanhamento. • A ausência dos pais ou responsá- veis não deve impedir o atendi- mento pela equipe de saúde em nenhuma consulta. Todos os es- clarecimentos e riscos sobre abor- to legal devem ser fornecidos à adolescente. É indispensável co- municar, esclarecer e acordar com a adolescente sobre o momen- to e os procedimentos que serão realizados. • Quando houver indicação de um procedimento invasivo, como no caso do aborto, torna-se necessá- ria a presença de um dos pais ou responsável, excluindo-se as situ- ações de urgência, quando há ris- co de vida iminente, e em casos de violência sexual. • Havendo desejo de continuidade da gravidez pela adolescente e discordância dos pais ou respon- sáveis que desejam o aborto, o serviço deve respeitar o direito de escolha da adolescente e não rea- lizar nenhum encaminhamento ou procedimento que se oponha a sua vontade. Nesses casos deve ser oferecido acompanhamento psi- cossocial à família e à adolescente. 24VIOLÊNCIA SEXUAL • Em casos onde haja posiciona- mentos conflitantes, onde a ado- lescente deseja a interrupção da gravidez e a família não deseja, e estes não estejam envolvidos na violência sexual, deve ser buscada a via judicial, através do Conselho Tutelar ou Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, que deve- rão, através do devido processo le- gal, solucionar o impasse. • Para menores de 18 anos grávidas com direito ao aborto legal, devem ser acolhidas e esclarecidas sobre seu direito à escolha da opção do abortamento, sendo necessária a autorização de responsáveis ou tutores para a solicitação do pro- cedimento. Para menores de 14 anos, necessitam adicionalmente de uma comunicação ao Conse- lho Tutelar e acompanhamento do processo, com sua solicitação de agilização. • Em situações em que há recusa da adolescente em informar o caso a sua família e receio que a comuni- cação ao responsável legal impli- que em afastamento da usuária ou dano à sua saúde, aceita-se a in- dicação, pela adolescente, de uma pessoa maior e capaz para o acom- panhamento e auxílio da equipe de saúde na condução do caso. Procedimentos de interrupção da gravidez Sob a perspectiva da saúde, aborta- mento é a interrupção da gravidez até a 20ª ou 22ª semana de gestação e com produto da concepção pesando menos que 500 g. Para realizar esse procedimento deve-se levar em con- sideração o cumprimento de algumas medidas e cuidados simples para que o abortamento seja oferecido de for- ma segura e acessível para a mulher nos serviços de saúde. Determinar a idade gestacional é im- portante para a escolha do método do abortamento e para estabelecer a concordância entre a idade gestacio- nal e o período da violência. Além dis- so, o exame clínico e a ultrassonogra- fia (USG) são necessários para afastar a ocorrência de gravidez ectópica ou de gestação molar. Sempre que pos- sível, o exame ultrassonográfico deve ser realizado em local ou horário dife- rente daquele utilizado para o atendi- mento pré-natal, evitando constran- gimento e sofrimento para a mulher. Durante o exame, deve-se evitar co- mentários desnecessários sobre as condições fetais. Antecedentes de doenças pré-existentes, reações alér- gicas, medicamentos em uso e trans- tornos de coagulação também deve ser investigados. • Para a interrupção da gravidez de até 12 semanas de idade ges- tacional o método de escolha e a 25VIOLÊNCIA SEXUAL aspiração a vácuo intrauterina, recomendado pela OMS. Esse pro- cedimento é muito seguro, rápido e eficiente. As complicações são excepcionais e, raramente, de gra- vidade relevante. A Aspiração Elé- trica a Vácuo (AEV) utiliza bomba de vácuo de fonte elétrica, o que exige equipamento nem sempre disponível. Alternativamente, pode ser realizada a Aspiração Manu- al Intrauterina (Amiu) com uso de cânulas flexíveis de Karman com diâmetros entre 4 e 12 mm aco- pladas a seringa com vácuo de 60cc, promovendo raspagem e aspiração simultânea da cavidade uterina. Além disso, o abortamen- to medicamentoso com uso de misoprostol (via vaginal preferen- cialmente) também é uma opção válida. Para a interrupção da gravidez de após 12 semanas de idade gesta- cional o abortamento medicamen- toso constitui o método de eleição. Para gestações com mais de 12 e menos de 22 semanas de idade ges- tacional recomenda-se a utilização do misoprostol para a dilatação cervical e a expulsão ovular. A mulher deve permanecer, obrigatoriamente, in- ternada até a conclusão da interrup- ção, completando-se o esvaziamento uterino com curetagem nos casos de abortamento incompleto. Para casos de gestações com mais de 22 semanas de idade gestacio- nal não há indicação para interrupção da gravidez. A mulher deve ser infor- mada da impossibilidade de atender a solicitação do abortamento e aconse- lhada ao acompanhamento pré-natal especializado, facilitando-se acesso aos procedimentos de adoção, se as- sim desejar. 26VIOLÊNCIA SEXUAL EXCETO + + SAT IGHAT TRATAMENTO DIGNO E RESPEITOSO, SEM JULGAMENTOS ATÉ 12 SEMANAS PERMANECER COM A FUTURA CRIANÇA LEVONOR- GESTREL (1ª ESCOLHA) IGHAHB (IMUNI- ZAÇÃO PASSIVA) AS VÍTIMAS TEM DIREITO A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ (ABORTO) RESPEITO A AUTONOMIA DA VÍTIMA ESCUTA QUALIFICADA GARANTIA DA PRIVACIDADE/CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES RELAÇÃO DE EMPATIA ACOLHIMENTO HISTÓRIA DETALHADA EXAME CLÍNICO/ GINECOLÓGICO EXAMES COMPLEMENTARES EXPLIÇÃO PRÉVIA DOS LOCAIS DO CORPO TOCADOS ESCLARECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS RESPEITO A RECUSA DA PACIENTE IDENTIFICAÇÃO DAS LESÕES COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO (VESTÍGIOS) LOCALIZAÇÃO TAMANHO NÚMERO FORMA SECREÇÃO VAGINAL SECREÇÃO ANAL FLUIDOS DEPO- SITADOS NA PELE VESTÍGIO SUBUNGUEAL VESTES/OBJE- TOS COM MATERIAL BIOLÓGICO CABELO/PELO CÉLULAS DA MUCOSA ORAL ARMAZENAMENTO ADEQUADO FLUXOS DE TRANSFERÊNCIA ESTABELECIDOS POR AUTORIDADES LOCAIS SEGURANÇA DO MATERIAL ATENDIMENTO À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL PROFILAXIA DE ISTs NÃO VIRAIS ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA PROFILAXIA HIV IMUNOPROFILAXIA HEPATITE B ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO ORIENTAR QUANTO AO DIREITO DE REGISTRAR BO PREENCHIMENTO DA FICHA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA PROFILAXIA PARA TÉTANO REGISTRO EM PRONTUÁRIO SINAN CRIANÇAS/ ADOLES- CENTES IDOSOS NOTIFICAR CONSELHO TUTELAR NOTIFICAR CONSELHO DO IDOSO/ MINISTÉRIO PÚBLICO PREENCHIMENTO DOS 5 TERMOS DE JUSTIFICAÇÃO/ AUTORIZAÇÃO DE ABORTAMENTO ENCAMINHAR A ADOÇÃO EM CASOS DE URGÊNCIA QUANDO HÁ RISCO DE DANOS À SAÚDE DA MULHER POR OMISSÃO DO PROFISSIONAL NA AUSÊNCIA DE OUTRO PROFISIONAL QUANDO HÁ RISCO DE MORTE DA MULHER ASPIRAÇÃO A VÁCUO INTRAUTERINA APÓS 12 SEMANAS MISOPROSTOL (FORMA MEDICAMENTOSA) GRAVIDEZ PÓS- VIOLÊNCIA INFORMAR À VÍTIMA POSSIBILIDADE DE MANTER GESTAÇÃO O MÉDICO TEM DIREITO À OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA TDF 3TC DTG VACINA ANTI- HEPATITE B (IMUNI- ZAÇÃO ATIVA) PENICILINA G BENZATINA CEFTRIAXONA AZITROMICINA METRONIDAZOL SÍFILIS GONORRÉIA INFECÇÃO POR CLAMÍDIA TRICOMONÍASE MÉTODO DE YUZPE (2ª ESCOLHA) LIMITE DE 5 DIAS PROCEDIMEN- TOS DE INTER- RUPÇÃO MAPA MENTAL: GERAL 27VIOLÊNCIA SEXUAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Pro- gramáticas Estratégicas.Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexu- al contra mulheres e adolescentes: norma técnica. 3ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. Norma Técnica – Atenção humanizada às pessoas em situação de Violência Sexual com Registro de Informações e coleta de ves- tígios. 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigi- lância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. PCDT: Profilaxia pós exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais. 2018. DELZIOVO, Carmem Regina; BOLSONI, Carolina Carvalho; NAZARIO, Nazaré Otília and CO- ELHO, Elza Berger Salema. Características dos casos de violência sexual contra mulheres adolescentes e adultas notificados pelos serviços públicos de saúde em Santa Catarina, Bra- sil. Cad. Saúde Pública [online]. 2017, vol.33, n.6, e00002716. Epub July 13, 2017. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/0102-311x00002716. 28VIOLÊNCIA SEXUAL
Compartilhar