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Trabalho ambiental

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Uma política ambiental ideológica para inglês ver[footnoteRef:1] [1: Resenha crítica elaborada para a disciplina de Tributação e Meio Ambiente com a professora Rita de Cassia Levinte Aleixes] 
Fernanda Rodrigues
Giovana Mari Vieira Da Silva Ternovoi De Moraes
 Iliete Yung
Jackeline Bonatelli[footnoteRef:2] [2: Alunas do curso de Pós Graduação em Direito Empresarial e Direito Tributário pela Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT .] 
DESCOMPASSO ENTRE AS POLÍTICAS AMBIENTAL E TRIBUTÁRIA (disponível em http://www.conjur.com.br/2012-jun-20/consultor-tributario-descompasso-entre-politicas-ambiental-tributaria) do professor e advogado Heleno Taveira Torres é um apanhado de ideias que expõe o confronto entre lex e realidade, dentro da própria Constituição e no sistema federativo.
O Dicionário Houaiss traz o prefixo 
“des de formação vernáculo, extremamente prolífico, (...); exprime sobretudo: 1) oposição, negação ou falta: desabrigo, desamor, desarmonia, desconfiança, descortês, desleal, desproporção, dessaboroso; 2) separação, afastamento: descascar, desembolsar, desenterrar, desmascarar;”
O descompasso do título do artigo, ainda segundo o dicionário, reflete 
ato ou efeito de descompassar, de sair do compasso
1	 Ausência de medida ou de regularidade; desordem, desproporção
2 Derivação: por extensão de sentido.
falta de conveniência, compostura; descomedimento, exagero
3 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: música.
ausência de compasso, cadência; irregularidade rítmica
4	 Derivação: sentido figurado. Divergência, desacordo, desarmonia
A escolha do vocábulo já demonstra com clareza que as medidas de incentivo à economia “verde” não tem acompanhamento da política tributária.
Ainda hoje, mais de 20 anos após a Rio 92, pouco se fez para diminuir esse abismo, em contraponto às medidas adotadas em âmbito internacional. A Constituição tem apelo verde, mas tudo se resume a palavras não aplicadas, colocadas como que para embelezar a ideologia redigida na Lei Maior. A política ambiental foca-se há muito tempo no poluidor-pagador, o que não coaduna com o disposto no CTN.
Na verdade, o “verde” é caro: é caro para o consumidor, é caro para o produtor, é caro para o vendedor, e é irrelevante para a Nação. Vivemos ainda uma mentalidade focada na exploração colonialista, capitalista, sem espaço para a preocupação com o futuro, desde que o lucro e a arrecadação se confirmem agora.
Atende-se o disposto constitucional, mas falta vontade política para transformar projetos em leis efetivas. A própria pesquisa ambiental não tem o apoio merecido. É como se ninguém percebesse o exaurimento dos recursos naturais, exceto uns e outros, tratados sempre como radicalistas. 
 No que concerne ao Sistema Tributário Estadual, permanece a mesma sistemática, a situação não se altera. Contudo existem exceções, como o caso do “ICMS Ecológico”.Entretanto o “ICMS Ecológico” não pode ser visto como um incentivo do próprio Estado, em verdade, o Estado não realiza desembolsos, o município que é o beneficiário dos recursos e arca com a responsabilidade. Fato incontroverso é que alguns estados se acomodam com apenas este mecanismo e não realizam qualquer outra medida adicional.
O “ICMS Ecológico” introduzido pelo Paraná está atualmente sendo utilizado em vários Estados da Federação. Tal mecanismo é baseado em metas ambientais, a qual pode definir o volume de repasse obrigatório do ICMS, com estas informações a legislação estadual pode definir para os municípios os regimes e projetos que poderão justificar a variação positiva no custeio de despesas com o meio ambiente, para realização do repasse de verbas de ICMS.
O Município que acaba assumindo a responsabilidade por colocar em pratica esse mecanismo, o qual está fundando no principio do protetor-recebedor, ou seja, os municípios realizam a intermediação com os proprietários. Nos casos os proprietários se comprometem a não utilizar determinada área e os municípios pagam os mesmos por isso, por exemplo. É possível afirmar que os municípios tem se engajado com a causa ambiental ao contrario da União e dos Estados, outro exemplo, é o caso dos municípios que incorporaram em sua legislação o chamado “IPTU verde”, o qual possuí algumas alíquotas especiais visando a proteção ambiental.
Contudo, é necessário criar e estimular outras formas de disseminar as boas praticas ambientais. Sendo imperioso ressaltar que o sistema tributário ambiental deve estar alinhando com a Constituição e seus princípios para que as convenções e praticas internacionais sejam efetivamente recepcionadas.
Em virtude de todo descaso do nosso sistema tributário com a sustentabilidade ambiental é necessário um estudo a longo prazo com a hermenêutica da Constituição ambiental visando uma orientação para o desenvolvimento sustentável. Sob este aspecto deve se ter bem definido os papeis e as condutas dos agentes econômicos envolvidos, assim é possível definir o problema e a finalidade das medidas de sustentabilidade. Assim posteriormente é necessário definir a melhor conduta tributaria coerentes com a funcionalidade dos serviços, bem como, sobre o impacto nas politicas de meio ambiente.
Em suma, a proteção ambiental pode ser perfeitamente atendida, através de um equilíbrio da carga tributária, sem a necessidade de apelas, como única via, a meios de renúncia de receitas, na forma de isenções ou de incentivos fiscais, mas a luz de um emprego de uma interpretação baseada na preservação da sustentabilidade tributaria. É necessário olhar sob o aspecto da sustentabilidade ambiental, não apenas uma visão punitiva com um “tributo ambiental”, ou seja, o chamado “principio do poluidor pagador”. A necessidade é de estímulos que visam a proteção ambiental que possam garantir a sustentabilidade .Interpretar, aplicar e atualizar a legislação tributária orientada pelos valores ambientais é, pois, a grande virtude do que se possa definir como os objetivos do novo “Direito Tributário Ambiental”, para promover a concretização da efetiva “economia verde” em nosso país e no mundo. Nem mesmo no turismo denominado sustentável se vê iniciativas coerentes e uniformes no Brasil.
Os ecossistemas são fontes de riquezas incalculáveis, quando se trata do uso direto dos recursos ambientais, sendo assim o manejo tem um preço.
Nesse contexto é que se buscou aplicar o Princípio do usuário-pagador em que se procura com as receitas dos tributos cobrir gatos ambientais, ledo engano, posto que o que se tenta é amenizar os impactos ambientais não suportados pelo anterior Princípio poluidor-pagador, que apesar das cifras inomináveis não cumpriam seu papel social, permitindo aos poluidores continuar poluindo. 
Há que se observar as limitações constitucionais dessa técnica, ao poder de tributar, e com isso o que se objetiva é afastar o princípio do Poluidor-pagador como fundamento para a criação de impostos ambientais, posto que a Constituição Federal impede o uso de tributo com o fim sancionatório, o que é imprescindível é que seja assegurado que o tributo seja orientado à sustentabilidade do meio ambiente. 
No contraponto a realidade é outra, posto que sobram projeto de lei, tanto nos âmbitos municipal, estadual e federal, e falta a efetivação em Leis. É urgente pois, não estamos falando em meses, mas sim em anos, como o exemplo do CIDE-combustível, que após 10 anos de sua criação por meio da Emenda Constitucional 33, e Lei Ordinária 10.336, até hoje, não foi criado o fundo competente, para emprego da sua receita para proteção do meio ambiente, mesmo com previsão Constitucional.
O conjunto de crenças e hábitos do espírito que informa e comanda o pensamento da coletividade, comuns a cada membro dessa coletividade, ainda não se atentou para a economia verde, uma vez que ela é cara, tem pouca procura e quase não possui benefícios, ou seja, é ignorada pela produtoras de alimentos e tecnologia em larga escala, ficando relegada aos naturalistas, cientistas, e muitas vezes, radicais.
Apoiando-nos um pouco em teorias de conspiração, a quem interessaria a economianão-verde? Ao acharmos a resposta para este questionamento, poderemos pensar em um pacto benéfico entre ambiente e economia.

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