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1 VIDEOTEATRO, TEATRO CINEMATOGRÁFICO E NOVAS MÍDIAS: UM EXEMPLO DE APLICAÇÃO PEDAGÓGICA DE TECNOLOGIAS DIGITAIS RESUMO: Tomando como modelo o videoteatro de Otávio Donasci e o teatro cinematográfico de John Jesurun, a teoria de Couchot e as análises de Arlindo Machado, o presente artigo sugere uma aplicação sugerida da pedagogia da atenção de Tim Ingold e da educação segundo Paulo Freire utilizando tecnologias digitais, tais como weblog, facebook, youtube e outros. Palavras-chave: Tecnologias; Arte; Ensino; Cinema; Teatro RESUMO EXPANDIDO: A comunicação que se segue é uma sugestão de aula, aplicando a sugestão da pedagogia da atenção de Tim Ingold e de conceitos de educação segundo Paulo Freire utilizando tecnologias digitais, tais como weblog, facebook, youtube. Como exemplos de utilização de vídeo e cinema em outro meio, o teatro, temos o modelo do videoteatro e das videocriaturas de Otávio Donasci, em São Paulo, Brasil, e o teatro cinematográfico de John Jesurun em Nova York, dentre outros que trabalham peças multimídias ou mixed- medias. Esses artistas foram precursores e hoje a presença da linguagem do vídeo e do cinema no teatro é mais recorrente. A utilização na Educação dessas mídias audiovisuais é um exemplo para a utilização das novas mídias na sala de aula, que além de ser um palco, é também uma sala virtual no mundo digital globalizado. Sempre é bom lembrarmos da utilização desses recursos no próprio curso de cinema e audiovisual, onde, embora pareça óbvio, encontramos resistência hoje por parte dos próprios alunos, conectados e em ritmo cada vez mais acelerado, em observarem filmes inteiros ou vídeos em tempo real. Lidando com nativos digitais, professores, sejam de disciplinas audiovisuais ou teóricas, têm que se inserir no universo das novas mídias e ser, além de mestres e atores, internautas conectados no ciberespaço. 2 Para Arlindo Machado (2001, p. 46), o vídeo “está presente em instalações multimídias, performances, sem falar de sua progressiva inclusão em eventos até então refratários a qualquer mediação visual, como peças de teatro.” Hoje há vários exemplos no teatro contemporâneo de peças que interagem com outras mídias, desde artistas famosos como o canadense Robert Lepage, que fez experiências com Shakespeare, ao contracenar com sua própria imagem fazendo todos os personagens da peça; o americano Bob Wilson, que trabalha efeitos de som e luz e foi influenciado por Pasolini; até grupos de teatro europeus como o Falso Movimento, que – para Hans-Thies Lehmann (2007, p. 385), teórico do teatro pós-dramático – mostra já no nome uma homenagem ao filme Movimento em Falso de Wim Wenders – “com base em Peter Handke – [com] interesse intermidiático sobretudo no cinema [e] estética do filme e do videoclipe integrada ao palco.” E no Brasil, temos o Teatro Oficina, de Zé Celso Martinez Correa e toda a série de peças Dionisíacas, encenadas em 2010 em turnê nacional, além da experiência do videoteatro de Otávio Donasci. De acordo com Arlindo Machado (2001, p. 273-274), o projeto de Donasci logrou realizar a síntese perfeita de duas artes, através de suas videocriaturas e de suas performances multimídias. Arlindo descreve espetáculos que assistiu no Festival Videobrasil de 1992: As videocriaturas nada têm de high tech. São apenas monitores de TV colocados, através de armações de ferro, em cima de atores escondidos sobre mantos pretos1. Cada tela de monitor, ligada por cabos a um gravador de vídeo (um dos protótipos inclui também a emissão sem fio), nos mostra a imagem de um rosto recitando monólogos ou dialogando com outra videocriatura no palco. O resultado é uma espécie de Mr. Hyde ou Frankenstein, metade gente e metade vídeo, que circula pela cena arrastando seus cabos e atormentando os espectadores. Tudo feito com equipamento doméstico de vídeo e recursos 1 Tubos de raios catódicos. 3 artesanais, improvisado à maneira brasileira, com os conhecimentos da eletrônica que Donasci foi adquirindo na prática. [...] Trata-se de ampliar os recursos expressivos do ator com a incorporação da linguagem dos meios audiovisuais. Quando o personagem morre, por exemplo, seu rosto vai aos poucos saindo de foco; quando ele está esbravejando, sua boca vai entrando em big close up, através de um zoom in, até ocupar todo o rosto-tela. Ao mesmo tempo, o vídeo ganha a dimensão cênica do teatro, libera-se da fatalidade bidimensional e pode relacionar-se fisicamente com a plateia. [...] Na performance, vê-se um ator contracenando ao vivo com uma imagem de mulher projetada num telão; como esse telão foi confeccionado com um (material) bastante elástico, a atriz que forneceu a imagem projetada pode, ela própria, colocar-se atrás da tela e modificá-la com seu corpo, sem ser vista pelo público. A impressão que tem o público é que a imagem da mulher, projetada no telão, torna-se viva e tridimensional, permitindo ao ator ‘real’ abraçá-la no palco. [...] As telas agora flutuam no espaço, separadas por ventiladores; os projetores, colocados sobre carrinhos, movimentam-se na cena, perseguindo as telas; as imagens sobrevoam as cabeças dos espectadores, chocam-se contra estes na plateia. Sobre a linguagem de cinema utilizada no teatro, vemos como para Lehmann (2007) a densidade dos signos cinematográficos (imagem fotográfica, movimento, música, linguagem, som, reprodução do mundo real) praticamente não confere liberdade para a reflexão, para a ‘mudança de sentido’, para a experimentação e a crítica. A montagem no teatro pós-dramático, em contrapartida, oferece essa liberdade e justamente por isso não implica que o olho do espectador se torne o olho da câmera cinematográfica. [...] É o espectador que correaliza os cortes e decide se e como vai focalizar o olhar. [...] Os espectadores recebem imagens de vídeos de outros espaços. Nesse sentido caberia analisar os espaços de John Jesurun. (LEHMANN, 2007, p. 276) 4 John Jesurun é um porto-riquenho radicado em Nova York desde os anos 80 cujo ‘teatro cinematográfico’ é um bom exemplo para o novo teatro com mídias. Ele apresenta uma variante da nova maneira de lidar com a voz e o som: O tema de Jesurun – a comunicação, as estranhezas da linguagem – exprimem-se mais pela forma do que pelo conteúdo. A rapidez das falas lembra o ritmo frenético das comédias de pastelão. As vozes são captadas por microfones ocultos [...] (LEHMANN, 2007, p. 259) E eles têm que coordenar a própria fala com o texto gravado antes em vídeo. “Há uma comutação do olhar entre a presença ao vivo e a videoimagem dos corpos, um olhar sobre as imagens corporais distanciadas por procedimentos tecnológicos tais como close-ups, blow-ups”, nos diz Lehmann (2007, p. 333). E complementa: “Esse teatro explora as relações entre o teatro e o cinema: diálogos de filmes são transpostos com ligeiras modificações; o princípio do corte é radicalizado” (2007, p.193). Considere-se que o ‘corte’ no teatro é feito pela iluminação e que o diálogo é escrito pelo próprio Jesurun, paródia humorística e rápida, não é uma adaptação. Para Jesurun, fazer teatro é fazer filmes sem ter de filmá-los. Ele trabalhou anteriormente na televisão, e essa experiência é que é transposta para o palco, até mais do que a do cinema. Ainda Lehmann (2007, p.193) diz: O efeito de colagem e montagem – em termos videográficos, cinematográficos e narrativos – se afasta de toda percepção da lógica dramática. [...] O ritmo dos cortes cinematográficos é transposto para o teatro, com o recurso a ágeis transições entre os lugares de representação delineados pela iluminação. [...] A tendência ao caráter cinematográfico e midiático também é enfatizada pela multiplicação técnica dos atores por meio de imagens de vídeo, com as quais elesparecem se comunicar. Como se trata de uma imagem deles mesmos, por vezes ampliadas, o que forçosamente se tematiza nesses atos de se dirigir às imagens é o “eu” dos atores. [...] Os personagens negam tanto os usos do teatro quanto os do cinema, cuja 5 estrutura formal é citada. O recurso ao procedimento cinematográfico faz desse teatro sem drama tanto mais teatro. Porém, nos espetáculos de Jesurun postados no youtube, o que vemos são atores contracenando com colegas que estão no palco e cuja imagem está sendo captada naquele instante mesmo, como acontece em “Firewall”, “Philoktetes” e “Septet”. De acordo com Arlindo Machado (2001, p. 273), “[...] tudo o que se fez raramente consiste em outra coisa que mostrar num telão aquilo que já se podia se ver ao vivo e com os olhos nus no palco.” Em “Corte Seco”, por exemplo, peça que utiliza o sistema dramatúrgico de José Sanchis Sinisterra, dramaturgo espanhol, Cristiane Jatahy coloca telões em cena, conectados com câmeras de segurança na entrada do teatro, no hall e nos corredores, além do camarim. No banheiro do camarim e em uma sala oculta há, além de câmera, microfone. Os atores vêem, no palco, o que está acontecendo fora, como continuação da trama que está em cena. Em um dado momento, uma atriz conversa com um ator que está tendo sua imagem captada ao vivo, o que seria uma técnica televisiva. A ordem das cenas é decidida ao vivo pela diretora, que desconstrói o roteiro à vista dos espectadores. Também à vista está o aparato tecnológico, ou dispositivos de computadores com programa de edição de som, mesa de corte, mesa de luz, tripés giratórios com os telões. Coisas que acontecem em tempo real fora do teatro entram no espetáculo daquele dia, como num documentário. Porém, não utilizaríamos esta redundância do ator filmado em cena contracenando com outro em nossa aula aqui simulada, mas gravaríamos de antemão atores para contracenar com outros no palco. Segundo Lehmann, (2007, p .314-315). [...] quando atores se dirigem a parceiros visíveis apenas num monitor, ou quando gravações de atores em vídeo são trazidas para o palco, de modo que eles participem da representação in absentia, o que há não é apenas um eco difuso do ambiente de vida cotidianamente pautado pelas mídias. Por certo, também se reflete a realidade do tempo estilhaçado, mas sobretudo o fato de 6 que espaços temporais heterogêneos podem ser conectados sem esforço por meio das mídias eletrônicas. Estamos falando aqui não do universo virtual de Couchot (2003) quando este fala do tempo ‘ucrônico’, mas colocando o tempo cinematográfico, que eterniza o passado no tempo presente do teatro e do tempo urgente da televisão. Segundo o autor, Enquanto a fotografia e o cinema registram o tempo completo do objeto que passa diante da objetiva, e a televisão capta o tempo em que esse mesmo objeto está acontecendo [...] não quer dizer que o cinema não procura e não tem êxito – quando ele se torna uma arte – em criar a cada representação um tempo que se desloca em relação à captura da imagem. (COUCHOT, 2003, p.169) Couchot (2003, p.180) também diz que a multimídia possibilita acesso a uma linguagem que nem o cinema puro ou o vídeo oferecem: Da mesma forma que está sempre associado à linguagem falada ou escrita (não existe imagem muda), o visual se associaria cada vez mais a formas de expressão não-lingüísticas, como deixa pressagiar a multimídia, que propõe uma hibridação entre texto, imagem e som, comandada por gestos, com possibilidades combinatórias que nem o cinema nem a televisão oferecem e que começam a enfraquecer a função hegemônica da imagem tradicional. “A hipermídia passou a ser um novo foco de atenção daqueles que buscam a melhoria dos processos comunicacionais e educacionais”, segundo Gosciola (2003, p. 32). Já Peter Evans afirma que, diferente da hipermídia, os sistemas de multimídia dispõem “sucessões expositivas que guiam o usuário por materiais projetados para ensinar conceitos particulares ou habilidades”. (EVANS apud GOSCIOLA, 2003, p. 33). Segundo o pensamento do filósofo francês Gilles-Deleuze, seria possível traçar um paralelo entre a imagem-movimento, que estaria para o teatro dramático assim como a imagem-tempo estaria para o pós-dramático. Para Arlindo Machado (2001, p. 69), 7 Em lugar de pensar os meios individualmente, o que começa a interessar agora são as passagens que se operam entre a fotografia, o cinema, o vídeo e as mídias digitais. Essas passagens permitem compreender melhor as tensões e as ambiguidades que se operam hoje entre o movimento e a imobilidade [...], entre o analógico e o digital, o figurativo e o abstrato, o atual e o virtual. Simulação de caso: Vamos imaginar uma situação em que um professor de cinema tenha de ministrar uma disciplina que integre os atores e o aparato cinematográfico em cena, algo como O Ator e a câmera. E vamos imaginar que essa disciplina seja dentro de uma escola profissionalizante de teatro e que tenha a intenção não de preparar atores para cinema ou televisão, mas para peças contemporâneas multimídias. A primeira coisa a fazer é exibir para os alunos trabalhos de diretores e grupos de teatro que trabalham esta linguagem no palco contemporâneo, através, por exemplo, da ferramenta do youtube na internet. Aqui, como diz Clara Zamboni de Almeida, (apud PILLAR, 2006, p.73) “O professor decide quais imagens farão parte do repertório merecedor da apreciação de seus alunos”. Em nosso projeto de aula, os alunos poderiam aproveitar uma experiência que já vem acontecendo na web que são as novelas virtuais. Assim como Jesurun utiliza diálogos teatrais falados em grande velocidade, tornando-os um pastiche do cinema no teatro, na cultura brasileira o equivalente aos filmes arrasa-quarteirões de Hollywood são as novelas televisivas. Um bom exercício seria fazer com que os alunos, após terem criado seu blog e o denominado com o nome do projeto-novela, criem personagens, diálogos, acompanhados por um professor/tutor, que estabeleceria um prazo para a roteirização. Nos diz Almeida (apud PILLAR, 2006, p.74): “A releitura de obras é um procedimento bastante explorado pelos professores, que propõem um resgate da produção de artistas, onde os alunos interferem na obra recriando-a através de intervenções, citações, recontextualizações, etc.” A próxima etapa do trabalho seria a gravação das cenas dos atores em vídeo que devem contracenar com outros atores no palco. Os próprios alunos que tenham facilidade de 8 lidar com câmeras e iluminação seriam utilizados na equipe técnica, com equipamento devidamente reservado e testado pelo professor. A etapa seguinte é o ensaio da sincronia entre a projeção desses vídeos e as “deixas” para os atores teatrais, o momento em que devem entrar e falar com os atores na tela. Mesmo com muito ensaio, sabemos que a apresentação pode ter falhas técnicas que devem ser incorporadas na performance para o público. Assim, como queria o professor Paulo Freire (1996, p. 26) criamos uma situação de verdadeira aprendizagem, onde “os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.” O objeto ensinado é apreendido, e não aprendido apenas, pelos educandos, pois, para Freire (1996, p.23) [...] Ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina alguma coisa a alguém. Por fim, a etapa em que o público assiste à encenação da peça multimídia,numa data previamente estipulada – e que não é ainda a etapa final de nosso projeto. Nosso objetivo último é utilizar o mesmo blog criado anteriormente para o roteiro para a postagem do vídeo feito da encenação do espetáculo. Essa postagem pode também ser feita numa assinatura de facebook ou num grupo virtual criado pela turma, assim como pode ser colocada no youtube. Não há o problema aqui de uma conservação do material para alterações, como fizemos durante o momento da roteirização, daí a necessidade de um diário, de um blog. A força de uma experiência multimídia para os alunos-atores, cuja definição da profissão teatral tem sempre se ancorado no caráter presencial do ator em relação a seu público, e não em um avatar virtual ou holográfico2, gera um questionamento da própria 2 Isso explica o porquê de a Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood não ter dado o Oscar ao filme Avatar, de James Cameron, em 2009, por pressão mesmo do sindicato dos atores. 9 profissão. Ao contrário de Mirna Spritzer (apud PILLAR, 2006), que pensa que o ator de televisão ou de cinema não precisa desenvolver a consciência do que seu corpo e seu rosto estão expressando em dado momento, acredito que todo ator deve ter esta consciência e a experiência multimídia nos mostra isso. Segundo Spritzer (apud PILLAR, 2006, p.148), o ator [...] Tem que se conhecer e as possibilidades de imagens de que é capaz de representar. [...] Desta forma, poderia afirmar que o ator constrói imagens a cada modificação na sua performance. Constrói imagens em si e com seu corpo no espaço. Para Couchot (2003, p.190-191), O grande problema, já há alguns anos, é a simulação dos atores. Este objetivo, que se inscreve no desenvolvimento natural da indústria cinematográfica e na tradição mais sagrada do Golem (criar um duplo do homem tendendo à autonomia), mobiliza tesouros de engenhosidade. [...] Sonha-se hibridar os atores entre si, sejam eles reais ou imaginários, de emprestar ao corpo e ao rosto o jogo dramático, o modo de andar, as expressões de tal outro. Sonha-se também – e começa-se a fazê-lo – em dirigir os atores de síntese como qualquer outro ator humano. Um outro experimento que pode ser feito com os atores em uma escola é a do videoteatro. Como não se fabricam mais monitores de tubo de raio catódico, como na época das videocriaturas de Donasci, podemos ao menos trabalhar seu conceito de multimídia usando telões que se ligam e desligam surpreendendo os atores, que têm que, aparentemente para o público, improvisar reagindo às falas dos atores na tela, que estariam em outro local, conectando-se através do Skype, de tablets/smartphones 4G, enquanto os atores no palco os estariam vendo (assim como o público) através também de TVs slim ou laptops (notebooks). Os atores na tela vão manipulando os atores no palco, que reagem como bonecos, personagens altamente manipuláveis – ou não! Mais uma vez, o weblog, o twitter, o facebook, o whatsapp, youtube e instagram vão servir para relatar depois a experiência performática e para se ter um feedback do público. 10 Conclusão: Através de uma descoberta tecnológica engendrada pelos alunos de curso profissionalizante, nativos-digitais, despertamos uma consciência crítica que nasce, como diria Freire (1996, p.32), da curiosidade [...] [...] com que podemos nos defender dos irracionalismos decorrentes ou produzidos por certo excesso de racionalidade de nosso tempo altamente tecnologizado. E não vai nesta consideração nenhuma arrancada falsamente humanista de negação da tecnologia. Pelo contrário, é consideração de quem [...] a olha ou mesmo a espreita de forma criticamente curiosa. Poderemos dizer então que o conhecimento produzido foram os alunos que o descobriram por si próprios. De acordo com Tim Ingold, (2010, p.21) [...] mostrar alguma coisa a alguém é fazer esta coisa se tornar presente para esta pessoa, de modo que ela possa apreendê-la diretamente, seja olhando, ouvindo ou sentindo. Aqui, o papel do tutor é criar situações deste ou daquele aspecto do que pode ser visto, tocado ou ouvido, para poder assim ‘pegar o jeito’ da coisa. Aprender, neste sentido, é equivalente a uma ‘educação da atenção’. REFERÊNCIAS: COUCHOT, Edmond. A tecnologia na arte: da fotografia à realidade virtual. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz & Terra, 1996. 35ª.edição, 2007. GOSCIOLA, Vicente. Do game à TV interativa. São Paulo: Senac, 2003 INGOLD, Tim. Da transmissão de representações à educação da atenção. In: Educação. Porto Alegre:Vol.33 No.1 jan./abr. 2010. PUC RS. LEHMANN, Hans-Thies. Teatro Pós-Dramático. São Paulo: Cosac & Naify, 2007. 11 MACHADO, Arlindo. Máquina e Imaginário. O desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: EDUSP, 2001. PILLAR, Analice Dutra (org.) A Educação do Olhar no ensino das artes. Mediação: Porto Alegre, 2006, p.71-72. Dados do Autor: Nome: Myriam Pessoa Nogueira Titulação máxima: Doutora em Artes Instituição de Origem: UFMG E-mail de contato: myriampessoa@yahoo.com GT indicado: 1 – Cinema, audiovisual e educação Minicurrículo: Doutora em Artes – Cinema - pela EBA/UFMG em 2014– doutorado sanduíche pela CAPES com a Wayne State University – Detroit – Michigan – EUA em 2013; Mestre em Letras – Literaturas em Língua Portuguesa pela PUC Minas em 2009 (1 ano bolsa Capes); Certificado em Cinema, Vídeo, TV e Novas Mídias da UCLA (bolsa APARTES MinC/MEC 1997-99); bacharel em Comunicação Social – Radialismo – pela FAFICH – UFMG, 1988. mailto:myriampessoa@yahoo.com
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