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Mecânica dos Solos I INVESTIGAÇÃODO SUBSOLO (Aula 15 e 16) Profa. Muriel B. de Oliveira INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO Um dos primeiros passos para se abordar qualquer problema de Mecânica dos Solos consiste no reconhecimento da disposição, natureza e espessura das suas camadas, das suas características, que dão subsídios para o dimensionamento com economia e segurança. São diversos os métodos usados para o reconhecimento dos solos, que são escolhidos e aplicados de acordo com o tipo de obra de engenharia que se deseja projetar e executar (finalidade e proporção, características do terreno, custo, importância, experiências e práticas locais, etc.). INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO OBJETIVOS DA EXPLORAÇÃO DO SUBSOLO • Necessidade do conhecimento adequado do solo, como determinação da extensão, profundidade e espessura das camadas de solo e/ou rochas até uma determinada profundidade; • Descrição, classificação e origem dos elementos geológicos (cor, textura, processo formador); • Estratigrafia e distribuição geológico-geotécnica das camadas, com dados de compacidade ou consistência, cor e outras características perceptíveis; OBJETIVOS DA EXPLORAÇÃO DO SUBSOLO • Saber sobre as propriedades mecânicas e hidráulicas do solo ou da rocha (estado de alteração e variações), como resistência ao cisalhamento, permeabilidade e compressibilidade; • Posição do nível d’água considerando o lençol freático, artesiano ou suspenso; • Identificação e classificação do solo por meio da coleta de amostras ou outro processo in situ; • Avaliação das propriedades de engenharia por meio de ensaios de laboratório ou de campo (mais comuns). CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS 1 - Métodos Indiretos São aqueles em que a determinação das propriedades das camadas do subsolo são estimadas indiretamente pela observação a distância ou pela medida de outras grandezas do solo. Os índices medidos mantêm correlações com a natureza geológica dos diversos horizontes, podendo-se ainda conhecer as suas respectivas profundidades e espessuras. Os métodos de sensoriamento remoto e os métodos geofísicos são considerados métodos indiretos. MÉTODOS INDIRETOS O método de Sensoriamento remoto é utilizado para coletar informações sobre a estrutura do solo, sem tocá-lo fisicamente, mas através de sensores que se utilizam de energia eletromagnética. Possui alguns níveis de aquisição que são: • Nível terrestre: Neste nível são feitas operações simples que apenas fornecem informações especificas do solo em relação sobre a reflexão, absorção e refração da radiação eletromagnética para estudos nos níveis mais elevados. MÉTODOS INDIRETOS • Nível Suborbital: Nesse nível são utilizadas as fotografias aéreas que são geralmente utilizadas para produção de mapas, cartas entre outros. • Nível orbital: Se utilizam de satélites para seus estudos que são mais específicos para relações meteorológicas, tem também certa utilização em mapeamento em grande escala. Com esses níveis de aquisição é possível distinguir zonas rurais de zonas urbanas, áreas florestadas, mares e rios, desmoronamento de terras, erosão entre outras. MÉTODOS INDIRETOS MÉTODOS INDIRETOS Os métodos geofísicos são constituídos por técnicas indiretas de rastreamento em subsuperfície, não invasivos e, portanto, não destrutivos. MÉTODOS INDIRETOS • Métodos geoelétricos: Estes métodos envolvem a detecção, na superfície dos terrenos, dos efeitos produzidos pelo fluxo de corrente elétrica em subsuperfície. São métodos geoelétricos eletrorresistividade (sondagem elétrica vertical e caminhamento elétrico), polarização induzida, potencial espontâneo e os métodos eletromagnéticos. • Métodos Sísmicos: refração, reflexão, crosshole e tomografia, e para áreas submersas são usadas perfilagem sísmica, sonografia e ecobatimetria. MÉTODOS INDIRETOS • Métodos potenciais: gravimetria e magnetometria. A magnetometria é um método que mede a intensidade do campo magnético terrestre, que sofre influência das rochas em profundidade, aumentando ou diminuindo o campo, conforme a composição destas rochas e os contrastes de susceptibilidade magnética existente entre as mesmas. MÉTODOS INDIRETOS MÉTODOS DIRETOS 2 - Métodos diretos Consistem em qualquer conjunto de operações destinadas a observar diretamente o solo ou obter amostras ao longo de uma perfuração. Como Métodos Manuais temos os Poços; Trincheiras e Trados manuais. Como Métodos Mecânicos podemos citar as Sondagens à percussão; Sondagens rotativas; Sondagens mistas; Sondagens especiais com extração de amostras indeformadas. MÉTODOS DIRETOS Poços, trincheiras e galerias de inspeção A NBR 9604 (2016) especifica os procedimentos para a execução de poços e trincheiras de inspeção para a retirada das amostras, deformadas e indeformadas. Os poços de inspeção são verticais de diâmetro considerável para permitir o acesso do observador, feitas com pás e picaretas, geralmente em solos coesivos, acima do nível d’água, e com rasa profundidade, que permitem a direta observação visual e exame direto “in situ” das paredes da escavação em estado natural, permitindo o exame dos horizontes perfurados do solo, possibilitando a retirada de amostras indeformadas e de amostras deformadas volumosas, para depois serem analisadas em ensaios laboratoriais. A abertura em rochas é feita com furos de martelete ou explosivos. MÉTODOS DIRETOS Poços, trincheiras e galerias de inspeção A trincheira de inspeção tem menor profundidade relacionada aos poços, e é recomendada nos casos em que há interesse em investigar o comportamento e/ou distribuição dos materiais no sentido lateral. As galerias são seções horizontais em subsuperfície, e são limitados a rochas ou solos muito consistentes. Esses métodos de reconhecimento possuem limitação pela profundidade escavada, dadas as características dos materiais e da posição do lençol freático. MÉTODOS DIRETOS Poços, trincheiras e galerias de inspeção MÉTODOS DIRETOS Sondagens a trado A NBR 9603 (2015) especifica os procedimentos para sondagens a trado. Sondagem a Trado é um método de prospecção do solo, considerado rápido e econômico, que utiliza o trado como instrumento de coleta, que é um tipo de amostrador de solo, de baixa e média resistência, constituído por lâminas cortantes, que podem ser compostas por duas peças, de forma convexa (trado concha) ou única, de forma helicoidal, que ao perfurar o solo, guarda em seu interior o material escavado. MÉTODOS DIRETOS Sondagens a trado A coleta de amostras por trado é feita a cada metro de avanço ou quando ocorre mudança do tipo de material perfurado. O objetivo desse tipo de sondagem é determinar o perfil estratigráfico do solo em pequenas profundidades, sem a obtenção dos índices de resistências e a observação do nível do lençol freático. A perfuração manual é de pequeno diâmetro e sua finalidade é a coleta de amostras deformadas para a execução de ensaios de laboratório. MÉTODOS DIRETOS Sondagens a trado Existem também os trados mecanizados, que permitem furo de maior diâmetro, atingindo maiores profundidades e atravessando solos mais compactos e mais rijos. A sondagem a trado deve ser interrompida ao alcançar materiais resistentes, não sendo eficaz também após ultrapassar o nível freático, pois a carga hidráulica prejudica a retirada do solo perfurado e desmorona as paredes da perfuração. MÉTODOS DIRETOS Sondagens a trado MÉTODOS DIRETOS Sondagem a percussão com circulação d’água (sondagens de simples reconhecimento) A NBR 6484 (2001) prescreve o método de execução de SPT. O ensaio SPT é executado a cada metro de profundidade do subsolo em estudo, e consiste na cravação de um amostrador padronizado no solo, através da queda de um peso de 65kg totalmente livre a uma altura de 75cm. O amostrador é dividido em 3 segmentos de 15 cm e o numero de golpes necessários para a cravação de cada segmento deve ser anotado.MÉTODOS DIRETOS SPT Ao término do ensaio SPT, o amostrador é aberto e uma amostra representativa do solo deve ser retirada. O ensaio SPT é utilizado para obtenção do índice de resistência à penetração do solo (Nspt), que de acordo com o definido por Terzaghi, é a soma do numero de golpes necessários a cravação no solo dos 30 cm finais do amostrador. Serve também para identificar as diferentes camadas do solo que compõem o subsolo; classificar o tipo de solo de cada camada; e, dar o nível do lençol freático. Possibilita também inúmeras correlações empíricas para dimensionamento de fundações. MÉTODOS DIRETOS SPT MÉTODOS DIRETOS SPT De acordo com a NBR 6484 (2001) a cravação do amostrador-padrão pode ser interrompida antes dos 45 cm de penetração sempre que: • O número de golpes ultrapassarem 30 golpes em qualquer dos três segmentos de 15 cm; • Em toda a cravação se ultrapassar um total de 50 golpes aplicados: impenetrável ao SPT; • Durante a aplicação de cinco golpes sucessivos do martelo não se observar avanço do amostrador- padrão. Neste caso, após retirar o amostrador, deve-se iniciar o ensaio de avanço da perfuração por circulação de água (ou avanço por lavagem). MÉTODOS DIRETOS SPT Para o ensaio de circulação de água: • O ensaio de avanço da perfuração por circulação de água deve ter duração de 30 min, anotando os avanços do trépano obtidos em cada período de 10 min. • Quando no mesmo ensaio de lavagem por tempo forem registrados avanços inferiores a 5 cm por 10 minutos, em três períodos consecutivos, o mesmo é considerado impenetrável ao trépano; • Não é recomendada a adoção do critério de impenetrável ao trépano para término da sondagem quando está previsto continuidade por sondagem rotativa. Deve ser utilizado o critério de impenetrável ao SPT. MÉTODOS DIRETOS SPT MÉTODOS DIRETOS SPT MÉTODOS DIRETOS Sondagens rotativas Sondagem Rotativa é um método de investigação geotécnica que consiste no uso de um conjunto motomecanizado projetado para a obtenção de amostras de materiais rochosos, contínuas e com formato cilíndrico, através de ação perfurante dada basicamente por forças de penetração e rotação que, conjugadas, atuam com poder cortante. A amostra de rocha obtida é chamada de testemunho. São empregadas quando a sondagem de simples reconhecimento atinge o extrato rochoso, matacões ou solos que são impenetráveis à percussão. MÉTODOS DIRETOS Sondagens rotativas Quando executada junto com SPT essa sondagem é conhecida como Sondagem Mista, o equipamento avança em solos alterados e rochas, obtendo diretamente as amostras (testemunhos), exatamente sobre a rocha a ser explorada proporcionando oportunidade para uma série de ensaios. O custo para a execução de sondagens rotativas é muito superior ao custo de uma investigação SPT convencional. Porém é um serviço essencial para grandes obras, cujas fundações serão apoiadas ou ancoradas no maciço rochoso, em projetos de barragens e sistemas eólicos e mineração. MÉTODOS DIRETOS Sondagens rotativas MÉTODOS DIRETOS Sondagens rotativas A locação dos furos de sondagem é feita com a utilização de equipamentos de topografia, onde os relatórios deverão identificar a localização exata da perfuração, tendo indicadas as coordenadas geográficas e com nível do topo da sondagem. MÉTODOS DIRETOS ✓ Ensaio de perda d'água sob pressão O ensaio de perda d'água sob pressão é realizado em maciços rochosos através de furos de sondagens rotativa, tem por objetivo a determinação da permeabilidade e ao comportamento desses maciços frente á percolação d’água através de suas fissuras. A água é injetada sob pressão num certo trecho de um furo de sondagem e na medida da quantidade de água absorvida pelo maciço rochoso durante certo tempo, a uma dada pressão de injeção. MÉTODOS DIRETOS ✓ Ensaio de perda d'água sob pressão Este ensaio é realizado para vários estágios de pressão. É fundamental e indispensável no projeto de barragens, túneis e canais de adução. Os equipamentos utilizados são: bombas d’água, hidrômetros, manômetros e transdutores de pressão, canalizações e mangueiras. MÉTODOS DIRETOS ✓ Ensaio de perda d'água sob pressão MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Os métodos semidiretos ou ensaios in situ são ensaios realizados, em geral, nos furos de sondagem, e são processos que fornecem informações sobre as características do terreno, sem contudo possibilitarem a coleta de amostras ou informações sobre a natureza do solo, a não ser por correlações indiretas. Comparando esses métodos com ensaios de laboratório, sua utilização se dá quando a amostragem é difícil ou inconveniente, desejamos minimizar a perturbação e variações no estado de tensões devido ao processo de coleta, manuseio e transporte das amostras; ou ainda quando a configuração do subsolo exerce grande influência nas propriedades de medida. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de cone estático CPT “cone penetration test”, “deep sounding” ou cone holandês) consiste na cravação estática lenta, de um cone mecânico ou elétrico que armazena em um computador os dados obtidos a cada 20 cm. O cone alocado nesta bomba hidráulica é penetrado no terreno a uma velocidade de 1 a 2 cm por segundo. O próprio equipamento, por ser hidráulico, crava o cone no terreno e funciona como também como uma prensa. Após cravado os dados são obtidos de forma automática, sendo os índices capturados pelo sistema, que faz o registro contínuo dos mesmos ao longo da profundidade. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de cone estático O emprego desse ensaio está na investigação complementar a sondagem de simples reconhecimento, com objetivo de determinar parâmetros para projeto. Esse método fornece a medição do esforço total de cravação (Ft), o esforço isolado de cravação de ponta (Fp), e por diferença o esforço de atrito lateral (Fl = Ft – Fp). Podem ser obtidos os parâmetros de resistência de ponta (qc), a resistência do atrito lateral (fs) e a correlação entre os dois (Fr, medida em %) que permitem a identificação do tipo de solo. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de cone estático As ponteiras podem ser elétricas ou mecânicas. A ponteira elétrica possui um ou mais elementos elétricos para medir dentro da própria ponteira um dos componentes de resistência à penetração. A ponteira mecânica possui a mesma função, só que essa resistência é medida por meio de hastes internas. Geralmente, é necessário que o terreno tenha condições de acessibilidade para receber o equipamento que pode estar montado sobre um caminhão ou ancorado diretamente sobre o terreno. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de cone estático MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Piezocone O ensaio piezocone (CPTU) é muito utilizado quando se deseja estimar parâmetros de resistência e avaliação da dissipação da poropressão em argilas moles para determinação do coeficiente de adensamento horizontal. O ensaio se dá pela cravação no terreno de uma ponteira cônica com área de ponta de 10cm² ou 15cm² a uma velocidade constante de 20mm/s. Existem sistemas com e sem cabos de transmissão de dados. A ponteira cônica é equipada com células de carga e elemento poroso que permitem determinar na medida da cravação a resistência de ponta (qc), o atrito lateral (fs) e a pressão neutra (u). MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Piezocone O equipamento de cravação é semelhante ao do ensaio de CPT e consiste de uma estrutura de reação sobre a qual é montado um sistema de aplicação de cargas constituído por pistões de acionamento hidráulico que cravam a ponteira e a composição de hastes, fornecendo medidas da cravação a uma velocidade constante. Os dados coletados na ponteira são transmitidos através de cabo e de forma analógica sem cabos) à superfície onde um sistema automático de aquisição de dados por meio de programas computacionais. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de PiezoconeMÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Pressiométrico Os ensaios pressiométricos tipo Menard (PMT) são empregados na determinação in situ de características de deformabilidade e resistência dos solos. O ensaio pressiométrico consiste na inserção em um furo de sondagem de sonda pressiométrica e deformação radial de membrana por meio de da injeção d’água sob pressão constante. O ensaio é basicamente realizado através de uma sonda cilíndrica (sendo três sondas dilatáveis, uma central e duas extremas) dentro de um furo aberto no solo, e nela é aplicada uma pressão que levará à expansão da sonda comprimindo o solo no sentido horizontal que medirá as variações de pressões e volumes ocorridos com a deformação do solo. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Pressiométrico MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Pressiométrico Seus diâmetros variam entre 32 e 115 mm e o comprimento total de 60 a 70 cm e existe um sistema de controle de pressões e volumes. A interpretação dos resultados do ensaio é baseada na curva pressiométrica (pressão x variação de volume para um tempo de 60 s (V60)) e da curva de fluência (pressão x V60 – V30). A fase de equilíbrio (1), onde verifica-se a pressão de repouso do terreno (P0). A fase 2 representa a fase elástica. A fase 3 é a fase onde determinamos o módulo pressiométrico (Ep). A fase 4 é a fase plástica, da curva de fluência menos a pressão de fluência (Pf). Por último, temos a fase 5 que caracteriza a fase de equilíbrio limite, onde as deformações são muito grandes tendendo a pressão limite (Pl). MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Pressiométrico MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Palheta (Vane Test) O ensaio de palheta, conhecido também como “Vane test” permite a determinação direta da resistência ao cisalhamento não drenada do solo (Su) de depósitos de argilas moles in situ. É um ensaio com procedimentos estabelecidos em normas nacionais e internacionais, no Brasil normatizado pela ABNT NBR 10905 (1989). É importante o conhecimento prévio do tipo de solo onde será realizado o ensaio, para além de avaliar a sua aplicabilidade, bem como para, posteriormente, interpretar adequadamente os resultados. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Palheta (Vane Test) O ensaio consiste em utilizar uma palheta de seção em forma de cruz que, quando cravada em argilas saturadas de consistência mole a rija, é submetida a um torque necessário para cisalhar o solo por rotação em condições não drenadas. O equipamento do ensaio é composto por palheta, hastes, dispositivo manual ou mecânico para aplicação do momento de torção e o torquímetro usado para medir o torque. A palheta especificada na Norma Brasileira apresenta desempenho satisfatório em argilas com resistências inferiores a 50 KPa. Para definir a usabilidade do ensaio é importante observar: MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Palheta (Vane Test) a) Nspt menor ou igual a 2 , correspondendo a resistência de penetração (qc) menor ou igual a 1000 KPa; b) Solo predominantemente argiloso (devemos considerar: > 50% passando na peneira # 200, LL > 25, IP > 4); c) ausência de lentes de areia (a ser definida antes por ensaios de penetração). MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Palheta (Vane Test) As principais hipóteses assumidas são: • Ensaio não drenado; • A superfície de ruptura é um cilindro de mesma dimensão da palheta; • O solo isotrópico e distribuição uniforme de tensões; • Despreza-se o amolgamento em torno da palheta. Em campanhas de sondagens, quando associado ao ensaio CPTU, permite a calibração deste com precisa definição do valor de Nkt. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Ensaio de Palheta (Vane Test) MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Técnicas Combinadas Técnicas “combinadas” são técnicas de difícil classificação. Temos como exemplo o Cone- pressiométrico e o Cone Sísmico. O cone pressiométrico é uma alternativa econômica ao CPT convencional e ao ensaio pressiométrico tipo Menard. No teste, o dispositivo (Figura 16.6) é montado no aparelho CPT. Pode ser realizado em uma ampla gama de tipos de material de argilas moles a rijas e areias. Esta técnica combinada mede os parâmetros de resistência e rigidez do solo em níveis de deformação tão baixos quanto 0,01%. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Técnicas Combinadas O ensaio de cone sísmico consiste na geração de uma onda de cisalhamento na superfície do solo, e sua captura e registro por meio de um sensor sísmico posicionado a uma determinada profundidade. A Figura 16.7(a) mostra o esquema de funcionamento de um cone sísmico e na Figura 16.7(b) é ilustrado um cone com módulo sísmico. O módulo sísmico deve ser acoplado na parte traseira do cone, com um diâmetro sobre diâmetro, o que garante o contato do solo com o módulo sísmico, logo com o sensor sísmico, que pode ser um geofone ou um acelerômetro. MÉTODOS IN SITU OU SEMIDIRETOS Técnicas Combinadas AMOSTRAS DEFORMADAS E INDEFORMADAS Amostras deformadas e indeformadas de solos Em um estudo de prospecção geotécnica, a amostragem tem a função de determinar a composição e estrutura dos materiais, além da obtenção de corpos de prova para ensaios de laboratório. As amostras são classificadas em não representativas, representativas, deformadas e indeformadas. AMOSTRAS DEFORMADAS E INDEFORMADAS Amostras deformadas Conservam todos os constituintes minerais do solo, inclusive sua umidade natural, mas não conservam sua estrutura original que é alterada pelo processo de extração. Esse tipo de amostra se presta para caracterização do solo e para moldagem de corpos de prova compactados. Em uma amostragem superficial as coletas são feitas com auxílio de trados, pás e escavadeiras manuais. Na amostragem profunda, é necessário equipamento especial, sendo a perfuração rotativa ou por percussão (ou a escavação de poços ou trincheiras). AMOSTRAS DEFORMADAS E INDEFORMADAS Amostras indeformadas Diferem das amostras deformadas por manterem sua estrutura original, embora percam as tensões a que estavam submetidas em seu local de origem. São colhidas tanto em sondagens superficiais quanto profundas. Sua coleta é feita pela cravação (e posterior retirada) de um cilindro metálico no solo, ou pela escultura de uma forma prismática (como o cubo), executada no local de amostragem. A viabilidade para esse tipo de amostra é função da natureza do solo, da profundidade da amostra e do nível de água. AMOSTRAS DEFORMADAS E INDEFORMADAS Amostras indeformadas Cuidados especiais com seu acondicionamento para transporte até o laboratório onde serão analisadas devem ser tomados para evitar perda de umidade e deformação (incluindo ruptura) da amostra. Esses detalhes incluem o uso de sacos plásticos, capeamento com parafina, forma de recipientes para transporte, material de acondicionamento, etc. Solos pouco ou não coesivos, pedregulhosos ou concrecionados, são solos de difícil amostragem. AMOSTRAS DEFORMADAS E INDEFORMADAS Amostras indeformadas AMOSTRAS DEFORMADAS E INDEFORMADAS Amostras indeformadas AMOSTRADORES PARA OBTENÇÃO DE AMOSTRAS INDEFORMADAS Amostrador de parede fina (Shelby): A sondagem, para a coleta de amostra indeformada do tipo Shelby, é realizada com o equipamento de sondagem à percussão, de simples reconhecimento . AMOSTRADORES PARA OBTENÇÃO DE AMOSTRAS INDEFORMADAS • Amostrador de pistão: É usado para melhorar as condições de amostragem em argilas muito moles. O pistão é suspenso e o tubo cravado em etapas. AMOSTRADORES PARA OBTENÇÃO DE AMOSTRAS INDEFORMADAS • Amostrador tipo Osterberg: É um amostrador de pistão estacionário onde a amostragem é feita por um tubo interno cravado por pressão hidráulica enquanto o pistão é mantido fixo. É particularmente indicado para argilas orgânicas moles, siltes argilosos e areias. AMOSTRADORES PARA OBTENÇÃO DE AMOSTRAS INDEFORMADAS • Amostrador Denison: Esse tipo de amostrador é acionadopor uma sonda rotativa. É indicado para amostragem de solos resistentes, os quais não é possível a cravação. TIPOS DE AMOSTRADORES REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6484: Solo - Sondagens de simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio. Rio de Janeiro/RJ. 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8036: Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios – Procedimento. Rio de Janeiro/RJ. 1983. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9604: Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas - Procedimento. Rio de Janeiro/RJ. 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9604: Sondagem a trado - procedimento. Rio de Janeiro/RJ. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10905: 1989. Solo - Ensaios de palheta in situ - Método de ensaio. Rio de Janeiro/RJ. AVEIRO. Tipos de amostradores. Disponível em: <http://geo.web.ua.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=158&Itemid=54>. Acesso em 31 de out. 2017. BASTOS, C.A.B. Mecânica dos Solos. Notas de Aula. [S.l.]: Departamento de Materiais e Construções da Fundação Universidade Federal do Rio Grande, 2002. BODÓ, B.; JONES, C. Introdução à Mecânica dos Solos. 1. ed. - Rio de Janeiro Ed. Livros Técnicos e Científicos, 2017. CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. vol. 1. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Livros Técnicos e Científicos, 2016. CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. vol. 3. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Livros Técnicos e Científicos, 2016. ODEBRECHT, E.; SCHNAID, F. Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. 2. ed. Oficina de Textos. 2012. PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 aulas. 3a Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. TORRES GEOTECNIA. Disponível em: <http://www.torresgeotecnia.com.br/portfolio-view/amostra-indeformada-shelby/>. Acesso em 31 de out. 2017.
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