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Prof. Antonio Carlos Sibellino de Barros Ensaios de Campo Para definição de um programa de investigação, o projetista deve ter em mãos: ➢ A planta do terreno (levantamento planialtimétrico); ➢ Os dados sobre a estrutura a ser construída e sobre vizinhos que possam ser afetados pela obra; ➢ Informações geológico-geotécnicas disponíveis obre a área (plantas, publicações técnicas, etc.); ➢ Normas e código de obras locais. Ensaios de Campo De posse destas informações, o projetista deve visitar o local da obra, preferencialmente com o responsável pela execução das investigações, com quem deverá manter uma relação técnica próxima. Frequentemente, a escolha da firma executora das investigações é feito pelo proprietário da obra, com base no menor preço. Neste caso, cabe ao projetista estabelecer um padrão mínimo de qualidade para as investigações. Ensaios de Campo Na visita ao local da obra, o projetista deverá anotar na planta feições geológico-geotécnicas importantes, tais como afloramento de rocha, taludes erosões etc. Fotografias são muito úteis para registrar essas feições. Após a fase preliminar o projetista deverá ter alguma ideia do tipo de fundação possível para a obra e programar a investigação complementar. Ensaios de Campo Se o embasamento , estiver bem caracterizado as novas sondagens poderão parar nas profundidades nas quais as tensões impostas pelas fundações são muito pequenas em comparação com as tensões geostáticas (tensão devido ao peso próprio do terreno), desde que nestas profundidades não ocorram solos fracos. Onde os furos devem ser localizados Os furos preliminares devem oferecer uma informação geológica geral a respeito da área que deve ser utilizada para planejar e executar uma exploração detalhada dos solos. Devem ser localizados próximo as áreas mais carregadas das estruturas, estruturas especiais, quando há suspeita de ocorrência de lixões, antigas áreas de deslizamento de terreno e depressão do solo. É comum que sejam localizados em um raio de 5 m a partir do centro de carga. Quantos furos e em que profundidade É praticamente impossível e economicamente inviável a exploração completa do local de uma obra. Deve-se realizar o julgamento do número, locação e profundidade dos furos para fornecer informação suficiente para o projeto e para a construção. O número e a profundidade dos furos deve cobrir a zona de solo que será afetada pelas cargas das estruturas. Quantos furos e em que profundidade Não há regras rígidas a seguir. Na maioria dos casos são assim definidos: ➢ Experiência do projetista; ➢ Características geológicas do subsolo; ➢ Importância das estruturas; ➢ Disponibilidade do equipamento. Ensaios de Campo As sondagens não poderão parar antes das profundidades previstas pra as fundações. No caso de edifícios o total de sondagem deverá atender ao mínimo da norma NBR 8036. Ensaios de Campo Livro Texto (pág. 21) Ensaios de Campo Em estudos preliminares, em que na maioria dos casos não há planta definida ou escolha de locais, a NBR 8036 recomenda pontos de sondagens com no máximo 100 m de distância entre eles e mínimo de 3 pontos. E em obras de grande porte, a distribuição geométrica dos pontos de sondagem deve considerar as condições geológicas locais. Ensaios de Campo Livro Texto (pág. 22) Ensaios de Campo Segundo a NBR 6122/2019: 4 – Investigação Geológicas e geotécnicas 4.1 – reconhecimento inicial Devem ser considerados os seguintes aspectos na elaboração dos projetos e previsão do desempenho das fundações: a) visita ao local; b) feições topográficas e eventuais indícios de instabilidade de taludes; c) indícios da presença de aterro (bota-fora) na área; d) indícios de contaminação do subsolo por material contaminante lançado no local ou decorrente do tipo de ocupação anterior; e) prática local de projeto e execução de fundações; f) estado das construções vizinhas; g) peculiaridades geológico-geotécnicas na área, tais como: presença de matacões, aforamento rochoso nas imediações, áreas brejosas e minas d´água. 4.2 – Investigação geológica Em função do porte da obra ou de condicionantes específicos, deve ser realizada vistoria geológica de campo por profissional habilitado, eventualmente complementada por estudos geológicos adicionais. 4.3 – Investigação geotécnica preliminar Para qualquer edificação deve ser feita uma campanha de investigação geotécnica preliminar, constituída no mínimo por sondagens a percussão (com SPT), visando a determinação da estratigrafia e classificação dos solos, a posição do nível d’água e a medida do índice de resistência à penetração NSPT, de acordo com a ABNT NBR 6484. Na classificação dos solos deve ser empregada a ABNT NBR 6502. Para a programação de sondagens de simples reconhecimento para fundações de edifícios, deve ser empregada a ABNT NBR 8036. 4.4 – Investigação geotécnica complementar Em função dos resultados obtidos na investigação geotécnica preliminar, devido a peculiaridades do subsolo ou do projeto, ou ambos, ou ainda, no caso de dúvida quanto à natureza do material impenetrável a percussão, pode ser necessária uma investigação complementar, através da realização de sondagens adicionais, instalação de indicadores de nível d’água, piezômetros, ou outros ensaios de campo (sondagens rotativas, CPT, CPTU, DMT, geofísicas e outros) e de laboratório. Independentemente da extensão da investigação geotécnica preliminar realizada, devem ser feitas investigações adicionais sempre que, em qualquer etapa da execução da fundação, forem constatadas diferenças entre as condições locais e as indicações fornecidas pela investigação preliminar, de tal forma que as divergências fiquem completamente esclarecidas. 4.5 – Investigação complementares de campo Os ensaios de campo visam determinar parâmetros de resistência, deformabilidade e permeabilidade dos solos, sendo que alguns deles também fornecem a estratigrafia local. Alguns parâmetros são obtidos diretamente e outros por correlações. A seguir encontra-se uma relação dos ensaios mais usuais na prática brasileira e outros disponíveis. Para o planejamento da campanha de sondagem precisamos considerar o porte da obra, as peculiaridades do local e os resultados das etapas de estudo, sendo que a primeira fase recomendada pela norma de fundações NBR 6122 (ABNT, 2019) é a investigação preliminar. Nesta fase, buscamos conhecer as principais características do subsolo utilizando ao menos o número mínimo de sondagens de simples reconhecimento com medida de resistência à percussão (SPT) em função da projeção da edificação no terreno, conforme recomendação da NBR 8036. Métodos indiretos de investigação: Utilizados para prospectar petróleo, minérios, água subterrânea e rochas. Os métodos indiretos dão um panorama geral do perfil do subsolo, mas para estudos de fundações, esses dados devem ser complementados com ensaios diretos ou semidiretos para obtermos os parâmetros de resistência. ➢ método de eletrorresistividade – é possível mapear o material emitindo uma corrente elétrica conhecida no solo e medindo a resistividade; ➢ métodos sísmicos - é possível mapear o material emitindo ondas sísmicas e medindo a velocidade de propagação das ondas elásticas. Método de Eletrorresistividade No método de eletrorresistividade o mapeamento é feito em linhas afastando os eletrodos de corrente e medindo a diferença de potencial elétrico entre os eletrodos centrais. Pela lei de Ohm calculamos a resistência elétrica do terreno que comparada a valores usuais (Tabela 1.2) geram a classificação. Método de Eletrorresistividade Métodos Sísmicos Nos métodos sísmicos (sísmica de refração) adotamos explosivos, por exemplo, como fontes de emissão sonora e geofones para registrar o tempo gasto das ondas sísmicas do local de emissão até os geofones. Os valores de velocidade de propagação de onda serão comparados à valoresdisponíveis na literatura para a classificação das rochas (Tabela 1.3). Métodos Sísmicos Métodos semi indiretos e diretos de investigação: Os principais processos de investigação do subsolo para fins de projetos de fundações de estruturas são: ➢ Sondagens a trado; ➢ Sondagens a percussão com SPT; ➢ Ensaios de cone (CPT); ➢ Ensaios de palheta ou Vane Test (VST); ➢ Ensaio pressiométrico de Menard ou autoperfurantes (PMT); ➢ Ensaio dilatométrico de Marchetti (DMT). Métodos semi indiretos e diretos de investigação: Ensaios de cone (CPT) Originalmente desenvolvido na Holanda na década de 1930 para investigar solos moles (e também estratos arenosos onde se apoiariam estacas), o ensaio de cone (CPT) se difundiu no mundo todo graças à qualidade de suas informações. O ensaio consiste basicamente na cravação a velocidade lenta e constante (dita estática ou quase estática) de uma haste com ponta cônica, medindo-se a resistência encontrada na ponta e a resistência por atrito lateral. Ensaios de cone (CPT) Os ensaios de cone e piezocone, conhecidos pelas siglas CPT (cone penetration test) e CPTU (piezocone penetration test), respectivamente, caracterizam-se internacionalmente como uma das mais importantes ferramentas de prospecção geotécnica. Resultados de ensaios podem ser utilizados para a determinação estratigráfica de perfis de solos, a determinação de propriedades dos materiais prospectados, particularmente em depósitos de argilas moles, e a previsão da capacidade de carga de fundações. Ensaios de cone (CPT) A evolução do ensaios CPT/CPTU. (Fonte: Retirado do Portal GoudaGeo- equipment B.V.) https://www.gouda-geo.com/index.php?x=products/5,CPT_Equipment/25,Background_Information_on_CPT/73,History_of_Cone_Penetration_Testing_(CPT) Ensaios de cone (CPT) A evolução do ensaios CPT/CPTU. (Fonte: Retirado do Portal GoudaGeo- equipment B.V.) https://www.gouda-geo.com/index.php?x=products/5,CPT_Equipment/25,Background_Information_on_CPT/73,History_of_Cone_Penetration_Testing_(CPT) Ensaios de cone (CPT) A evolução do ensaios CPT/CPTU. (Fonte: Retirado do Portal GoudaGeo -equipment B.V.) https://www.gouda-geo.com/index.php?x=products/5,CPT_Equipment/25,Background_Information_on_CPT/73,History_of_Cone_Penetration_Testing_(CPT) No Brasil, o ensaio de cone vem sendo empregado desde o final da década de 1950. A experiência brasileira limitava-se, porém, a um número relativamente restrito de casos, com a possível exceção de projetos de plataformas marítimas para prospecção de petróleo. Essa tendência foi revertida na década de 1990, em que se observou um crescente interesse comercial pelo ensaio de cone, impulsionado por experiências de pesquisas desenvolvidas nas universidades brasileiras. Ensaios de cone (CPT) No Brasil, a norma que prescreve o método é a ASTM D- 3441 Standard test method for deep quasi-static, cone and friction-cone penetration tests of soils (ASTM, 2016). As principais informações obtidas são: ❖ a resistência de ponta 𝑞𝑐; ❖ o atrito lateral 𝑓𝑠; ❖ a determinação estratigráfica do perfil do solo. Ensaios de cone (CPT) A resistência lateral é obtida pela diferença entre a resistência total, correspondente ao esforço estático, necessário para a penetração do conjunto numa extensão de aproximadamente 25 cm, e a resistência de ponta, quando se crava somente 4 cm da ponta móvel. Um outro dado importante é a razão de atrito (𝑅𝑓) que permite chegarmos ao tipo de solo. 𝑅𝑓 = 𝑓𝑠 𝑞𝑐 (%) Ensaios de cone (CPT) A partir da década de 1970, desenvolveu-se um sistema de medição da resistência de ponta e do atrito lateral através de células de carga elétricas, passando esses tipo de cones a ser conhecidos com “cones elétricos”. O piezocone (CPT-U) é um cone elétrico com uma pedra porosa que permite a aferição da pressão neutra, também conhecida como poropressão (u), conforme resultados indicados na Figura 1.11. Essa informação nos auxilia na análise do adensamento, da permeabilidade e do nível d’água. Ensaios de cone (CPT) Ensaios de cone (CPT) Ensaios de cone (CPT) O tipo mais comum de cone é o mecânico, que mede o esforço necessário para a cravação do conjunto pelo dinamômetro. https://www.youtube.com/watch?v=h3HKuvFg_U0 https://www.youtube.com/watch?v=h3HKuvFg_U0 Ensaios de palheta ou Vane Test (VST) Outro ensaio complementar é o de palheta, conhecido também como Vane Test (VST) com o objetivo de determinar a resistência não drenada (coesão) de argilas moles a muito moles 𝑆𝑢 e descrito na NBR 10905: ensaios de palheta in situ – procedimento de ensaio. Ensaios de palheta ou Vane Test (VST) O aparelho utilizado para a execução do ensaio de palheta é composto por quatro palhetas finas de metal, soldadas ortogonalmente (90°) a uma haste. A palheta é cravada a partir do fundo de um furo vertical até a profundidade desejada, em geral a intervalos de 1 m. É aplicado um torque a uma velocidade constante de 6° por minuto, por meio de um dispositivo instalado no topo do equipamento (torquímetro), localizado na superfície do solo, ou acima dela. Ensaios de palheta ou Vane Test (VST) Ensaios de palheta ou Vane Test (VST) O torquímetro está acoplado à haste. O pico do torque medido pelo equipamento de palheta é transformado em resistência não drenada utilizando a equação: 𝑆𝑢 = 2𝑇𝑚á𝑥 𝜋𝑑3 ℎ 𝑑 + 1 3 Ensaios de palheta ou Vane Test (VST) 𝑇𝑚á𝑥 ⟹ é 𝑜 𝑡𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 ℎ ⟹ 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑙ℎ𝑒𝑡𝑎 𝑑 ⟹ 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑙ℎ𝑒𝑡𝑎 A razão h/d é em geral 2. o fator 1/3 é baseado na suposição de distribuição uniforme de deformação entre o topo e a base das superfícies de ruptura. 𝑆𝑢 = 0,86 𝑇𝑚á𝑥 𝜋𝑑3 Ensaio pressiométrico de Menard ou autoperfurantes (PMT) A resistência não drenada do solo também pode ser obtida em ensaios pressiométricos de Ménard (PMT) ou autoperfurantes (SBPM), que também trazem características de deformabilidade dos solos em termos de módulo cisalhante (G) ou módulo de Young (E), ou seja, teremos o comportamento tensão-deformação de solos in situ. Ensaio pressiométrico de Menard ou autoperfurantes (PMT) A sonda pressiométrica é composta por um cilindro metálico envolto por uma membrana e é introduzida no solo em pré-furos ou cravadas à percussão ou estaticamente. No ponto de ensaio, a membrana é expandida por pressão aplicada na superfície utilizando água e gás comprimido. https://youtu.be/HyTYW1yGe6w https://youtu.be/HyTYW1yGe6w Ensaio pressiométrico de Menard ou autoperfurantes (PMT) Ensaio pressiométrico de Menard ou autoperfurantes (PMT) Segundo Massad (2010), medindo as pressões limite 𝑃1 , sabendo da pressão em repouso 𝑃0 e buscando o coeficiente 𝛽 que varia de 5,5 a 12 de acordo com o tipo de solo, conseguimos determinar a resistência não drenada (coesão) por meio da expressão: 𝑆𝑢 = 𝑃1 − 𝑃0 𝛽 Ensaio pressiométrico de Menard ou autoperfurantes (PMT) Pela pressão em repouso 𝑃0 podemos obter o estado de tensões do solo, fundamental na análise de obras de terra, obtendo a tensão horizontal (𝜎′ℎ) e coeficiente de empuxo no repouso 𝐾0. Ensaio dilatométrico de Marchetti (DMT). Traz um cardápio completo de parâmetros que podem ser obtidos pela interpretação dos resultados, entre eles: razão de sobreadensamento (OCR), resistência não drenada ( 𝑆𝑢 ), ângulo de atrito interno do solo ( ∅′) , coeficiente de adensamento horizontal (𝐶ℎ), coeficiente de permeabilidade ( 𝐾ℎ ), peso específico ( 𝛾) , módulo oedométrico (M), coeficiente de empuxo horizontal no repouso (𝐾0 ) e até mesmo o coeficiente de reação do subleito para pisos e pavimentos (k) usado no dimensionamento de pavimentos industriais em concreto armado. Ensaio dilatométrico de Marchetti (DMT). Os dados serão obtidos na cravação da lâmina dilatométrica no terreno, medindo o esforço necessário para a penetração, e na expansão da membrana fina de aço inoxidávelno ponto de ensaio por meio de gás. https://youtu.be/E8hq-dLN1Fo https://youtu.be/E8hq-dLN1Fo Ensaio dilatométrico de Marchetti (DMT). Ensaio dilatométrico de Marchetti (DMT). As leituras A e B indicadas na Figura são medidas imediatamente após a cravação, e correspondem à pressão do gás equivalente à pressão horizontal do solo 𝑃0 e pressão quando a expansão atingir 1,1 mm 𝑃1 , respectivamente. Complementarmente, de acordo com Massad (2010), podemos considerar que a pressão interna final do ensaio é igual à pressão hidrostática do terreno. Métodos diretos de investigação: São mais simples, mas são os únicos que proporcionam a amostragem de solo. Os principais processos de investigação são: ➢ Poços; ➢ Sondagens a trado; ➢ Sondagens a percussão com SPT. Poços São escavações manuais, geralmente não escoradas, que avançam até que se encontre o nível d’água ou até onde for estável. Os poços permitem um exame do solo nas paredes e no fundo da escavação, e a retirada de amostras indeformadas tipo bloco ou em anéis. Esse tipo de investigação está normalizado pela NBR 9604. Poços Sondagens a trado As sondagens a trado são perfurações executadas com um dos tipos de trado manuais mostrados a seguir. A profundidade também está limitada à profundidade do nível d’água, e as amostras retiradas são deformadas. Esse tipo de investigação está normalizado pela NBR 9603. Sondagens a trado Sondagens a trado Sondagens a trado Quando for analisar as amostras, fique atento à resistência de penetração e ao odor, pois podem indicar solos de baixa resistência e com quantidade considerável de material orgânico, péssimos para fundações. Sondagens a percussão As sondagens a percussão são perfurações capazes de ultrapassar o nível d’água e atravessar solos relativamente compactos ou duros. O furo é revestido se se apresentar instável. Caso apresente estável, a perfuração pode prosseguir sem revestimento, eventualmente adicionando-se um pouco de bentonita à água. Sondagens a percussão A perfuração avança na medida em que o solo, desagregado com auxílio de um trépano, é removido por circulação de água, lavagem. Na sondagem à trado, destaca-se a sondagem à trado com medidas de resistência (SPT). Sondagens a percussão O ensaio SPT é muito difundido e embasado grande parte dos projetos no Brasil. Mas em algumas situações, como em solos moles e muito moles, seus resultados não são muito conclusivos, principalmente no que diz respeito aos parâmetros de resistência. Estes solos são comuns nas regiões litorâneas, onde as edificações estão cada vez maiores e o estudo das fundações torna-se um grande desafio. Sondagens a percussão Em solos com consistência mole a muito mole, os ensaios complementares ao SPT poderão ser: • O ensaio do cone (CPT – cone penetration test) que indica como parâmetros de resistência a de ponta 𝑞𝑐 e o atrito lateral 𝑓𝑠, bem como a determinação estratigráfica do perfil do solo. Sondagens a percussão • Os ensaios de palheta, conhecidos também como Vane Test (VST) com o objetivo de determinar a resistência não drenada (coesão) de argilas moles a muito moles Su . • Os ensaios pressiométricos de Ménard (PMT) ou autoperfurantes (SBPM), que também trazem a resistência não drenada do solo e complementarmente às características de deformabilidade dos solos em termos de módulo cisalhante (G) ou módulo de Young (E), ou seja, teremos o comportamento tensão-deformação de solos in situ. Sondagens a percussão • Os ensaios dilatométricos de Marchetti (DMT) que trazem diversos parâmetros que podem ser obtidos pela interpretação dos resultados, entre eles: razão de sobreadensamento (OCR), resistência não drenada 𝑆𝑢 , ângulo de atrito interno do solo ∅′, adensamento horizontal 𝐶ℎ , coeficiente de permeabilidade 𝐾ℎ, peso específico 𝛾, módulo oedométrico (M) e coeficiente de empuxo horizontal no repouso K0 . • Bibliografia adotada: ➢ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019. ➢ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos – métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ➢ BUDHU, M. Fundações e estruturas de contenção. Rio de Janeiro: LTC, 2017; ➢ VELLOSO, D. de A.; LOPES, F. de R. Fundações: critérios de projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais, fundações profundas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. ✓ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES E GEOTECNIA (ABEF). Manual de execução de fundações e geotecnia: práticas recomendadas. São Paulo: PINI, 2012.; ✓ CAMPOS, J. C. Elementos de fundação em concreto. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.; ➢ CAPUTO, H. P; CAPUTO, A. N; RODRIGUES, J. M. Mecânica dos solos e suas aplicações: mecânica das rochas, fundações e obras de terra: volume 2 - 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. ➢ MILITITSKY, J.; CONSOLI, N. C.; SCHNAID, F. Patologias das Fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
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