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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA REGIONAL DE xxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxx, brasileira, casada, advogada, identidade nº xxxxxxxxxxxxxx – DICRJ, inscrito no CPF/MF sob o nº xxxxxxxxxxxx, residente e domiciliada à xxxxxxxxxxx em causa própria, para fins do Artigo 106, I, do Novo Código de Processo Civil vem, respeitosamente à presença de V. Exª, propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
Em face de XXXXXXXXX, inscrita no CNPJ sob o nº  XXXXX} com sede em XXXXXXXXXXX, CEP XXXXXXXXX, pelas razões de fato e de direito que a seguir passar a expor:
	DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A autora faz jus a concessão da gratuidade de Justiça, haja vista que essa não possui rendimentos suficientes para custear as despesas processuais e honorários advocatícios em detrimento de seu sustento e de sua família.
Diante disso, junta-se com a presente afirmado de pobreza, que não possui condições para arcar com as despesas as despesas processuais e honorários advocatícios em detrimento de seu sustento e de sua família.
De acordo com o artigo 4° do referido diploma legal, basta a afirmação de que não possui condições de arcar com custas e honorários, sem prejuízo próprio e de sua família, na própria petição inicial ou em seu pedido, a qualquer momento do processo, para a concessão do benefício, pelo que nos bastamos do texto da lei, in verbais:
Art. 4-° A parte gozara dos benefícios da assistência judiciaria, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar às custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
§ 1-° Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condigao nos termos da lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.
	DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
A Autora opta pela realização de audiência conciliatória NCPC, art. 319, inc. VII, razão qual requer a citação da ré para comparecer à audiência designada para essa finalidade NCPC, art. 334, caput c/c NCPC, art. 695,caput.
III – DOS FATOS
	
Por conseguinte, diante da inércia da Ré, não restou outra solução senão ingressar com a presente demanda para resolução do mérito. A Autora está perdida, pois as informações prestadas são conflitantes e estão acarretando cobranças indevidas em sua fatura do cartão de crédito, das parcelas. Assim, é evidente que os fatos aqui expostos causaram grandes transtornos à requerente, frustrando suas expectativas, não lhe restando alternativa, senão a propositura do presente, buscando a prestação jurisdicional a fim de ser reparado pelos danos materiais e morais sofridos, como passa a demonstrar.
IV– DO DIREITO
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA RÉ 
APLICAÇÃO DO ARTIGO 14 DO CDC
Cabe salientar que a responsabilidade da Ré é objetiva no caso em tela, respondendo, independentemente de culpa, pelos prejuízos causados ao consumidor pela prestação defeituosa do serviço, conforme dispõe o Artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor.
“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
No caso em comento, é evidente a responsabilidade da empresa Ré, que recusa o estorno conforme o art. 11 da Resolução ANAC nº 400/2016, fls.XXXXX, mesmo a Autora não sendo a responsável pelo cancelamento.
“Art. 11. O usuário poderá desistir da passagem aérea adquirida, sem qualquer ônus, desde que o faça no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, a contar do recebimento do seu comprovante.”
Em razão de todos os fatos aqui expostos, é evidente o prejuízo causado à requerente, que por culpa das Rés, está pagando por uma viagem que foi cancelada dentro do prazo legal à época dos fatos.
	
DA EVIDENTE FALHA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DAS RÉ
DO NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE A CONDUTA DA RÉ E OS DANOS SOFRIDOS PELA AUTORA
A responsabilidade civil parte do posicionamento que todo aquele que violar um dever jurídico através de um ato lícito ou ilícito, tem o dever de reparar, pois todos temos um dever jurídico originário o de não causar danos a outrem e ao violar este dever jurídico originário, passamos a ter um dever jurídico sucessivo, o de reparar o dano que foi causado.
No caso em comento, a empresa Ré não prestou o serviço que firmou com a Autora de forma satisfatória, tendo em vista o não recebimento do estorno referente ao cancelamento das passagens aéreas, confirmando a má prestação de serviços da Ré, com a falta de resolução dentro do prazo legal e com cobranças indevidas, como as parcelas.
Cabe ressaltar que conforme o art. 11 da Resolução da ANAC 400/2016, a Ré deveria ter estornado o crédito na fatura da Autora no prazo contratual de até 120 dias da data do cancelamento, o que jamais ocorreu. 
Insta esclarecer que no próprio sitio eletrônico da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) consta a informação da obrigação da reacomodação em outro voo de outra cia aérea conforme abaixo:
“Posso desistir da passagem sem pagar multas?
O passageiro poderá desistir da compra, sem qualquer ônus, desde que o faça no prazo de até 24 horas após o recebimento do seu comprovante de passagem aérea, e desde que a compra ocorra com 7 dias ou mais de antecedência em relação à data do voo.”
Ademais, incumbe ao próprio prestador de serviços de transporte aéreo adotar todas as medidas necessárias à prevenção dos danos decorrentes de sua atividade, sob pena de responder objetivamente pelos prejuízos causados. Teoria do risco do empreendimento, esposada pelo Código de Defesa do Consumidor, segundo a qual todo aquele que se disponha a exercer alguma atividade no mercado de consumo tem o dever de responder pelos eventuais vícios ou defeitos dos bens e serviços fornecidos, independentemente de culpa.
Com relação à Ré, a Autora, cliente fiel desta há anos, tentou de todos os meios administrativos resolver a demanda. Desta forma, resta evidente a responsabilidade civil da Ré em indenizar à parte requerente pelos danos morais e materiais experimentados em virtude da situação narrada nos autos, bem como o nexo de causalidade entre os atos da Ré e os prejuízos vivenciados por essa parte.
DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DE AGÊNCIA DE VIAGEM 
A parte requerente adquiriu os pacotes aqui mencionados pelo sítio eletrônico da parte requerida, que recebeu o pagamento de forma direta pela parte autora. Assim, cabe a devolução dos valores pela parte Ré, uma vez que possui responsabilidade solidária, conforme entendimentos abaixo:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC)- AÇÃO INDENIZATÓRIA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO. IRRESIGNAÇÃO DA RÉ.1. "Esta eg. Corte tem entendimento no sentido de que a agência de turismo que comercializa pacotes de viagens responde solidariamente, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, pelos defeitos na prestação dos serviços que integram o pacote" (REsp nº 888751/BA, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, DJe 27/10/2011).2. O Tribunal de origem concluiu tratar-se de má prestação de um serviço ao falhar no seu dever de informar, e sendo a agência de turismo uma prestadora de serviço, como tal responde, independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores. Infirmar as conclusões do acórdão recorrido acerca da inexistência de informações suficientes e claras no contrato demandaria o reexame das provas e a interpretação do contrato, atraindo a aplicação das Súmulas 5 e 7 do STJ. Precedentes.3. Agravo regimental desprovido.(AgRg no AREsp 461.448/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 09/12/2014, DJe 16/12/2014)
DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PACOTE TURÍSTICO. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA OPERADORA. ART. 14 DO CDC. CONTRATO DE SEGURO SAÚDE PARA VIAGEM. CONTRATAÇÃO CASADA. NEGATIVA INDEVIDA DE COBERTURA NO EXTERIOR. CADEIA DE CONSUMO.SOLIDARIEDADE LEGAL ENTRE A OPERADORA E A SEGURADORA. ART. 7º DO CDC. RESSARCIMENTO DAS DESPESAS COM TRANSPORTE EM UTI AÉREA PARA O BRASIL E DEMAIS DESPESAS MÉDICAS. CABIMENTO.1.- O Tribunal de origem, analisando os fatos concluiu tratar-se de má prestação de um serviço, sendo a operadora de turismo, portanto, prestadora de serviço, como tal responde, independentemente de culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor.2.- Acresce que o parágrafo único do art. 7º do Código consumerista adotou o princípio da solidariedade legal para a responsabilidade pela reparação dos danos causados ao consumidor, podendo, pois, ele escolher quem acionará. E, por tratar-se de solidariedade, caberá ao responsável solidário acionado, depois de reparar o dano, caso queira, voltar-se contra os demais responsáveis solidários para se ressarcir ou repartir os gastos, com base na relação de consumo existente entre eles.3.- Desse modo, a distinção que pretende a recorrente fazer entre a sua atuação como operadora dissociada da empresa que contratou o seguro de viagem não tem relevância para a solução do caso e não afastaria jamais a sua responsabilidade.4.- Recurso Especial improvido.(REsp 1102849/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/04/2012, DJe 26/04/2012).”
A responsabilidade solidária da parte Ré, no caso em tela, se verifica conforme entendimento dos tribunais e no art. 14, CDC. A agência foi a parte intermediadora, recebendo pagamentos, realizando comunicações, e assim deve se responsabilizar pelos danos causados à parte requerente.
Por conseguinte, é nítida a responsabilidade solidária da agência de viagens pelos defeitos na prestação dos serviços que integram o pacote de viagem, não podendo responsabilizar terceiro, ou o "fornecer direito", na tentativa de se eximir de culpa por eventuais danos ao consumidor, tendo em vista que a agência de viagens faz parte da cadeia de consumo.
DA OBRIGAÇÃO DA RÉ EM RESSARCIR OS DANOS MATERIAIS EM DOBRO
Conforme exposto acima, a conduta da Ré fez com que a Autora tivesse cobranças indevida de uma compra já cancelada há 04 meses. 
A Ré se exime das responsabilidades contratadas, não respondendo os contatos dessa parte, deixando a requerente a mercê da sua própria sorte, obrigando-a a custear passagens que ela já cancelou háxxxxxx meses no valor total de R$ xxxxxxxxxx gerando transtornos financeiros em um momento de crise econômica (docs. em anexo). 
Diante da negligência da requerida em não efetuar a devolução dos valores cobrados, a Autora está com dificuldades financeiras, obrigando a requerente solicitar a suspensão de cobranças do crédito imobiliário. Assim, impõe-se o ressarcimento dos danos materiais, devidamente comprovados, EM DOBRO, atualizados com juros e correção monetária, conforme dispõe o Artigo 42 do CDC, totalizando o montante de R$ xxxxxxxxxx).
DOS DANOS MORAIS SOFRIDOS PELA AUTORA
É evidente no caso em comento que a empresa Ré expôs a Autora a todo tipo de sofrimento moral ao atuar ilegal e dolosamente no caso em comento.
A conduta da Ré trouxe à Autora dor, vexame, constrangimento, humilhação e angústia, razão pela qual, faz jus a Autora ao ressarcimento dos danos causados pela falha na prestação dos serviços e descaso da Ré.
Nesse sentido, a Jurisprudência é uníssona:
	
	
	JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL. UPGRADE PARA CLASSE EXECUTIVA. LEILÃO. LANCE NÃO CONTEMPLADO. OFERTA DE NOVO LANCE NO VALOR SUGERIDO NÃO CONTRATADA. VALOR DEBITADO NO CARTÃO DE CRÉDITO. COBRANÇA INDEVIDA. COMUNICAÇÃO À COMPANHIA AÉREA EM MENOS DE 24 HORAS DO DÉBITO. MANUTENÇÃO DA COBRANÇA. AUSÊNCIA DE ENGANO JUSTIFICÁVEL. COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.  1.   Na origem, a autora ajuizou ação de conhecimento, em face da ré. Narrou que em 02/2019, adquiriu passagens aéreas junto à ré/recorrente, de ida (14/06/2019) e volta 08/07/2019), na classe econômica, com destino BRASÍLIA - LISBOA - BRASÍLIA, pelo preço total de R$ 6.357,20 (ID 12549744). Relatou que, em 05/06/2019, antes do início da viagem, foi-lhe oferecido pela companhia a alteração da classe econômica para executiva por meio de oferta de lances (ID 12549745).   (..)    O Excelso STF, ao fixar a tese relacionada ao tema 210, a respeito dos voos internacionais, definiu pela prevalência das normas internacionais em relação ao Código de Defesa do Consumidor, sem, contudo, afastar a aplicação da lei consumerista. Trata-se de aplicação da teoria do diálogo das fontes normativas. 12.         No entanto, o entendimento sedimentado restringe-se à reparação por dano material e ao prazo prescricional relativos ao transporte aéreo internacional. Portanto, às hipóteses de cobrança indevida, como no caso em comento, por não estarem contempladas nas Convenções de Varsóvia e Montreal, aplicam-se as regras previstas no Código de Defesa do Consumidor. 13.         Ademais, as partes estão inseridas nos conceitos de fornecedor e consumidor previstos no Código de Defesa do Consumidor. Nesse contexto, a controvérsia deve ser dirimida à luz das regras de proteção do consumidor, inclusive as pertinentes à responsabilidade objetiva na prestação dos serviços de transporte aéreo (art. 2º e 3º do CDC). 14.         Pela sistemática do Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 14, a responsabilidade civil em casos de falhas que impliquem a prestação defeituosa ou a não prestação do serviço, como no caso dos autos, é objetiva. Logo, não sendo reconhecidas as excludentes previstas no citado artigo, surge o dever de reparar os prejuízos causados ao consumidor, atribuído à empresa aérea. 15.         Na hipótese, restou configurada a falha na prestação dos serviços consistente na (i) cobrança indevida de upgrade para classe executiva; (ii) indisponibilidade dos canais de atendimento ao consumidor da ré/recorrente; além (iii) da conduta desidiosa da empresa ante os reclames da autora/recorrida. 16.         É ônus da ré/recorrente demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora/recorrida (art. 373, II, do CPC). (..)O art. 42, parágrafo único, do CDC dispõe que, sendo o consumidor cobrado em quantia indevida terá direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável, que deverá ser demonstrado, o que não ocorreu nos presentes autos. 22.         Não há se falar em engano justificável quando a empresa, mesmo cientificada pela consumidora acerca da cobrança indevida, deixa de tomar as devidas providências. Dessa maneira, é justa a condenação à restituição em dobro. 23.         Ademais, não consta nos autos que a empresa tenha diligenciado a fim evitar ou, pelo menos, reduzir os danos causados à autora/recorrida. Com efeito, ao ser comunicada da cobrança indevida, deveria a ré/recorrente providenciar o estorno da cobrança indevida e possibilitar à passageira voar na classe econômica conforme contratado, e não simplesmente alegar, de forma genérica, impossibilidade de cancelamento do upgrade. 24.         Para além disso, ainda que se considerasse a intenção da autora/requerida na aquisição do upgrade no preço sugerido pela ré/recorrente (fato não comprovado), restou demonstrado nos autos que a solicitação de cancelamento ocorreu imediatamente após a cobrança, ou seja, dentro do prazo do seu direito de desistência (art. 49 do CDC[1]; art. 11 da Resolução 400 ANAC[2]). 25.         Pelas razões expostas, irretocável a sentença vergastada. 26.      Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos. 27.      Condenada a parte recorrente ao pagamento das custas processuais. Sem condenação ao pagamento de honorários advocatícios, ante a ausência de contrarrazões (art. 55, Lei 9.099/95). 28.      A súmula de julgamento servirá de acórdão, conforme regra do art. 46 da Lei n.º 9.099/95.   [1] Art. 49. O consumidor pode desistirdo contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. [2] O artigo 11 da Resolução 400 ANAC prevê que o consumidor possui o direito de desistência da passagem aérea adquirida, sem qualquer ônus, desde que o faça no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas. 
	
	JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. CONSUMIDOR. PRELIMINAR DE IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DE JUSTIÇA. PRESUNÇÃO DE INCAPACIDADE FINANCEIRA. AUSÊNCIA DE PROVA EM CONTRÁRIO. IMPUGNAÇÃO REJEITADA. ESTORNO BANCÁRIO INDEVIDO. PROCEDIMENTO QUE IMPEDIU A EMISSÃO DO VISTO PARA A VIAGEM INTERNACIONAL DA PARTE AUTORA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR. DANO MATERIAL CONFIGURADO. ÓBICE QUE IMPOSSIBILITOU A VIAGEM INTERNACIONAL NA SUA VÉSPERA. SITUAÇÃO QUE SUPERA O MERO ABORRECIMENTO. DANO MORAL CONFIGURADO. ARBITRAMENTO. JUÍZO DE EQUIDADE. RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDO, PRELIMINAR REJEITADA E NÃO PROVIDO. I. Trata-se de recursos inominados interpostos em face da sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos elencados na inicial para condenar a ré ao pagamento de danos materiais no valor de R$ 3.179,52 em favor da primeira autora. II. Ante a presunção que milita em favor da pessoa natural (CPC, art. 99, § 3.º), compete à parte que impugna o benefício fazer prova da capacidade financeira do beneficiário da gratuidade. No caso, a instituição financeira limitou-se a asseverar nas suas contrarrazões não estar comprovada a hipossuficiência econômica da recorrente, argumentando apenas que ela teve condições de contratar advogado para a demanda. Contudo, o fato da parte estar patrocinada por advogado particular não impede a concessão dos benefícios da justiça gratuita. Assim, à míngua de prova hábil a elidir a presunção de hipossuficiência, rejeita-se a preliminar de impugnação à gratuidade de justiça. III. Na sua peça recursal a parte ré apenas alega de forma genérica que não teria cometido qualquer ato ilícito a justificar os danos materiais fixados. (..)Portanto, considerando que os danos materiais devem ser ressarcidos no limite de sua extensão, e que foi devidamente demonstrado pela primeira autora os prejuízos materiais decorrentes da impossibilidade de viajar em face do ato da requerida, deve ser mantida a sentença quanto ao dano material fixado. (..). A indenização por danos morais possui três finalidades, quais sejam, a prestação pecuniária serve como meio de compensação pelos constrangimentos, aborrecimentos e humilhações experimentados pela parte requerente, punição para a parte requerida e prevenção futura quanto a fatos semelhantes. VI. Não há um critério matemático ou padronizado para estabelecer o montante pecuniário devido à reparação. O valor da reparação deve guardar correspondência com o gravame sofrido, devendo o juiz pautar-se nos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, sopesando as circunstâncias do fato e as condições pessoais e econômicas das partes envolvidas, assim como o grau da ofensa moral e sua repercussão. VII. Atento às diretrizes acima elencadas, entendo o montante de R$ 3.000 (três mil reais) para a primeira autora como suficiente para, com razoabilidade e proporcionalidade, compensar os danos sofridos, sem, contudo, implicar em enriquecimento sem causa. VIII. Recurso da parte ré conhecido, preliminar rejeitada e não provido. Recurso da primeira autora conhecido e provido para condenar a parte ré ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais) a título de reparação pelos danos morais, acrescido de correção monetária a contar desta data (STJ, Súmula 362) e juros de mora de 1% (um por cento) ao mês a partir da data da citação, mantido os demais termos da sentença. IX. Condeno o réu recorrente ao pagamento das custas processuais e de honorários advocatícios que fixo em 10% sobre o valor da condenação. X. Sem custas processuais e sem honorários advocatícios pela parte autora face o provimento do seu recurso.
Ressalte-se que não há que se falar em mero aborrecimento no caso em comento, visto que a frustração, angústia e sofrimento são evidentes no caso em comento, considerando que a Autora está sofrendo em virtude da morosidade da Ré, mesmo ocorrendo o cancelamento dentro do prazo legal. 
Assim, indiscutível a obrigação da requerida de indenizar os danos morais sofridos pela requerente, também de forma a impedir tal comportamento defeituoso por parte da Ré e de seus prepostos.
Cabe ressaltar ainda, entendimento também adotado nos Juizados Especiais Cíveis:
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. CONSUMIDOR. REMARCAÇÃO DE PASSAGEM AÉREA. REEMBOLSO DEFERIDO PELA COMPANHIA. ESTORNO NÃO REALIZADO. SUCESSIVAS TENTATIVAS DE RESOLUÇÃO EXTRAJUDICIAL DA CELEUMA. ABALO EM MOMENTO DE SAÚDE DELICADO DA TITULAR DO CARTÃO. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora face o capítulo da sentença que julgou improcedente o pedido de compensação por dano moral, ao entendimento de que os fatos narrados retratam simples cobrança indevida, sem o condão de aviltar atributos da personalidade da parte recorrente. II. A controvérsia deve ser dirimida segundo os preceitos do Código de Defesa do Consumidor, haja vista o enquadramento das partes nos conceitos de consumidor e fornecedor de serviços estatuídos nos artigos 2.º e 3.º da Lei 8.078/90. III. Cuida-se, apenas, de averiguar se a retenção do numerário configura fato apto a ocasionar dano moral. IV. O valor indevidamente retido mostra-se suficiente para causar impacto no estado de ânimo de pessoa que se encontrava comprovadamente enferma (ID 10349039), ferindo-lhe direitos de personalidade em momento no qual precisava de serenidade e descanso. V. Ademais, não obstante os sucessivos pedidos da parte recorrente, que perduraram por cerca de oito meses de contatos com a recorrida, a controvérsia somente foi dirimida judicialmente. Neste sentido, tem conquistado lugar na jurisprudência a Teoria do Desvio Produtivo do Consumidor, já adotada pelo STJ e pelas Turmas Recursais, que reconhecem que a perda de tempo imposta ao consumidor pelo fornecedor, de modo abusivo, para o reconhecimento do seu direito enseja indenização por danos morais. Precedentes: Acórdão n.1174393, 07136623120188070020, Relator: CARLOS ALBERTO MARTINS FILHO 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal, Data de Julgamento: 29/05/2019, Publicado no DJE: 04/06/2019. Pág.:  Sem Página Cadastrada; Acórdão n.1174964, 07516154120188070016, Relator: JOÃO LUÍS FISCHER DIAS 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de Julgamento: 29/05/2019, Publicado no DJE: 06/06/2019. Pág.:  Sem Página Cadastrada; Acórdão n.1174887, 07038937420198070016, Relator: ARNALDO CORRÊA SILVA 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de Julgamento: 29/05/2019, Publicado no DJE: 04/06/2019. Pág.:  Sem Página Cadastrada.  VI. Assim, a conduta omissiva da parte recorrida resultou em dano moral à parte recorrente, o qual deve ser compensado por meio de prestação pecuniária (CDC, art. 7.º). VII. O valor da reparação deve guardar correspondência com o gravame sofrido, devendo o juiz pautar-se nos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, sopesando as circunstâncias do fato e as condições pessoais e econômicas das partes envolvidas, assim como o grau da ofensa moral e sua repercussão. VIII. Em atenção às diretrizes acima elencadas, entende-se o montante de R$ 2.000,00 (dois mil reais), como suficiente para, com razoabilidade e proporcionalidade, compensar os danos sofridos pela parte recorrente, sem, contudo, implicar enriquecimento sem causa. IX. Recurso conhecido e provido para reformar em parte a sentença e julgar procedente o pedido de compensação por dano moral, condenando a parte recorrida ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser corrigido monetariamente pelo INPCa partir desta data e acrescido de juros moratórios de 1% a.m. desde a citação. Sentença mantida em seus demais termos. Custas recolhidas. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9.099/95).
CONSUMIDOR. CONEXÃO. ENUNCIADO DE SÚMULA 235 DO C. STJ. LEGITIMIDADE DO BENEFICIÁRIO DA RESERVA DE PASSAGEM AÉREA. OFERTA PRECISA REALIZADA DURANTE ?CYBER MONDAY?. VINCULAÇÃO. CUMPRIMENTO DA PROMESSA COM RELAÇÃO A PARTE DOS CONSUMIDORES. OBRIGAÇÃO DE FAZER. VARIAÇÃO DE TEMPORADA. CONVERSÃO EM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS (PERDAS E DANOS). DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. 1.            Nos termos do Enunciado de Súmula 235 do C. STJ, não há que se falar em conexão entre dois feitos, quando um deles já houver sido sentenciado. 2.            Verifica-se que o recorrente é parte interessada na demanda, quanto ao pedido de emissão exclusivamente de sua passagem aérea, tendo em vista ser este o destinatário final de uma das passagens reservadas, a despeito da compra haver sido realizada por meio do cartão de crédito de sua namorada. Precedente: (Acórdão n.727914, 20120610093435ACJ, Relator: LUÍS GUSTAVO B. DE OLIVEIRA, 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal, Data de Julgamento: 22/10/2013, Publicado no DJE: 30/10/2013. Pág.: 234. Ellen Bruno de Souza e Antônio Alves de Souza Junior X Universo Online S/A e Apple Computer Brasil). 3.            Oferta publicitária vincula o fornecedor ofertante, a teor do art. 30 do CDC. Não aplicação da teoria do preço desproporcional, em razão da oferta ter sido realizada em época de mega liquidações, conhecida como ?cyber Monday?. 4.            Ademais, ausente justificativa para as recorridas honrarem as reservas feitas exclusivamente no sitio eletrônico da segunda recorrida (KLM), em prejuízo das reservas feitas no sítio eletrônico de sua parceira comercial e ora primeira recorrida (Expedia). 5.            Não conveniência da imposição de obrigação de fazer (emissão de nova passagem), em razão da grande variação do preço, a depender da ?baixa? ou ?alta? temporada da aquisição e/ou viagem. Necessidade também e oportunizar à parte a compra da passagem almejada através de outra prestadora de serviços de transporte aéreo. 6.            Valor que seria pago (R$ 507,00) que deve ser descontado do valor médio de uma passagem de ida e volta na ?baixa? temporada (R$ 3.000,00), de forma que devem as recorridas indenizar o recorrente na importância de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). 7.            O dano moral, para que se faça indenizável, deve infundir à pessoa lesão a sua imagem, hábil a deixar sequelas que se reflitam de forma nociva em seu dia-a-dia, o que não restou configurado no caso. 8.            Recurso CONHECIDO e PROVIDO EM PARTE, para reconhecer a legitimidade do recorrente e condenar as recorridas a pagar a este a quantia de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), atualizada desde a data do cancelamento da reserva da passagem aérea, acrescida de juros de 1% (um por cento) ao mês.
V – DOS PEDIDOS
Em razão de todo o exposto, requer a Autora respeitosamente à V. Exª:
1- A concessão de justiça gratuita requerida;
 
2 – A citação das Ré, na pessoa de seu representante legal, para querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia;
3 – A inversão do ônus da prova com base no Artigo 6º, inciso VII, do Código de Defesa do Consumidor, diante da hipossuficiência da parte Autora;
4 – A procedência total do pedido para condenar a Ré ao pagamento de indenização a título de danos materiais, em dobro, no montante de R$ xxxxxxxxxx, ou na forma simples, R$ xxxxxxxxxxxxxxx, ambos devidamente corrigidos monetariamente e com aplicação dos juros legais;
 
5 – A condenação da empresa Ré ao pagamento de indenização a título de danos morais sofridos pela Autora, no valor de xxxxxxxxxxx;
7 – A condenação da Ré ao pagamento de custas e honorários advocatícios de 20% sob o valor da causa;
Protesta a Autora por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a documental suplementar e depoimento pessoal do representante legal da empresa Ré.
Atribui-se a presente causa o valor de R$xxxxxxxxxxx, para efeitos meramente fiscais.
Termos em que,
P. Deferimento.
xxxxxxx, xxxxxxx de Jxxxxxxxx, xxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxx
OAB/xxxxxxxxxx

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