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ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE DOURADOS SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NÚCLEO DE ENSINO CURRÍCULO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE DOURADOS JANEIRO-2020 DOURADOS-MS ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL DE DOURADOS SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NÚCLEO DE ENSINO CURRÍCULO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE DOURADOS JANEIRO-2020 DOURADOS-MS DÉLIA GODOY RAZUK PREFEITA MARISVALDO ZEULI VICE-PREFEITO UPIRAN JORGE GONÇALVES DA SILVA SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO EVANDRO MORAES BRANDÃO NÚCLEO DE ASSESSORIA JURIDICA LUCIANO BRUFATTO YAMAGUTI DEPARTAMENTO DE FINANÇAS LEOVALDO BONFA DEPARTAMENTO DE CONTROLADORIA INTERNA JOOSANDRA CRUZ GONÇALVES MARIA DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS JOUZE KELLY OLIVEIRA DE SOUZA SILVA COMISSÃO DE VALORIZAÇÕA DO ADMIMINSTRATIVO SIDINEIA FREITAS DE OLIVEIRA STROPA COMISSÃO MUNICIPAL DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO/CMMA/PME CLAUDIA MARINHO CARNEIRO NODA COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL WANDA REGINA CALABRETTA STAUT COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL TEODORA DE SOUZA COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO INDÍGENA ANGELITA APARECIDA DA SILVA BARROS COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO MARIZA DE FATIMA BARROS ARAÚJO COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE ESCOLAR VALERIA APARECIDA RIBEIRO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL MUNICIPAL: SUZIANA REGINA BETT EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA RODRIGO DE MELLO TOSTA NÚCLEO DE MANUTENÇÃO DE INFORMÁTICA ROSÉLIA VERA BARROS NÚCLEO SOCIAL E PSICOPEDAGÓGICO DANIELLY DE OLIVEIRA SANTOS MOREIRA NÚCLEO DE NUTRIÇÃO ILDA MIYA SEQUIA NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E EVENTOS APARECIDA SILVA DE FIGUEIREDO NÚCLEO DE SUPERVISÃO TÉCNICA E ESTATÍSTICAS HILDAAPARECIDA DE SOUZA ROSANGELA CASTILHO CARDOSO GUIMARÃES CENTRAL DE ATENDIMENTO À MATRICULA SILVIA HIROKO SONODA MATSUBARA COMISSÃO DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO CLAUDIA PEREIRA BOM NÚCLEO DE ALMOXARIFADO GILBERTO GONÇALVES DOS SANTOS COORDENAÇÃO DE PATRIMÔNIO LUIZ CARLOS DE ARAUJO BITENCOURT NÚCLEO DE FROTAS E TRANSPORTE ESCOLAR NILVA CELESTRINO ROCHA NARCIZO PROGRAMA MAIS ALFABETIZAÇÃO CÍCERA PEREIRA LIMA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CLÓVIS AUGUSTO NIIYAMA MATEMÁTICA RONISE NUNES DOS SANTOS LÍNGUA PORTUGUESA SÔNIA APARECIDA MOREL COORDENAÇÃO DAS BIBLIOTECAS LAURA CRISTINA VARGAS PEREIRA COORDENADORA DO PLANEJAMENTO E PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ON-LINE DILENE DUTRA PAULON CLAUDIA MARINHO CARNEIRO NODA LAURA CRISTINA VARGAS PEREIRA NILVA CELESTRINO ROCHA NARCIZO FORMADORAS LOCAIS PARA A IMPLANTAÇÃO DA BNCC/2017 E CURRÍCULO DE REFERÊNCIA DO MATO GROSSO DO SUL/2019 CLAIR MORON DOS SANTOS MUNHOZ ARTICULADORA DA IMPLANTAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E DO CURRÍCULO DE REFERENCIA DO MATO GROSSO DO SUL- MS COMISSÃO DE REESTRUTURAÇÃO DO CURRÍCULO DA REDE MUNICIPAL ENSINO DE DOURADOS-MS CONFORME A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) E CURRÍCULO MS1 – 2019 I - Representantes SEMED: b) Aurélio da Silva Alencar – Representante da Educação Especial c) Célia Marques Garcia da Silva – Representante da Supervisão Técnica d) Cícera Pereira de Lima - Representante da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e) Clair Moron dos Santos Munhoz – Representante Anos Iniciais f) Clóvis Augusto Niiyama - Representante da Área de Matemática g) Ivonete Laurinda Ferreira – Representante Núcleo Social e Psicopedagógico h) Laura Cristina Vargas Pereira – Representante Anos Finais i) Marcel dos Santos Borba - Representante da área de Linguagens – Arte j) Mariza de Fátima Barros Araújo Caimar e Douglas Rodrigues Sauda - Representantes da área de Linguagens – Educação Física. k) Nilva Celestrino Rocha Narcizo Representante do Bloco Inicial de Alfabetização l) Ronise Nunes dos Santos - Representante da Área de Linguagens – Língua Portuguesa m) Sidineia Freitas de Oliveira Stropa – Representante do Gabinete n) Valéria Aparecida Ribeiro – Representante NTEM II – Representantes da Área de Linguagens: a) Aline Morales Moreti Cavalcante e Selene de Castro Silva Santos - Representantes dos docentes de Língua Inglesa – Anos Iniciais b) Ana Paula da Silva da Rosa Costa - Representante dos Docentes de Língua Portuguesa c) Ângela Aparecida dos Santos Medeiros - Representante da Coordenação Pedagógica Anos Iniciais d) Cristiane Cândia de Oliveira - Representante da Coordenação Pedagógica Componente Curricular Língua Portuguesa e) Eunice Paes de Barros - Representante da Coordenação Pedagógica Componente Curricular Arte f) Isabela Mayer Pucci - Representante dos Docentes de Educação Física g) Jacqueline Luciano dos Santos - Representante da Coordenação Pedagógica Componente Curricular Língua Inglesa h) Marcela Guarizo da Silva- Representante dos Docentes Anos Iniciais. i) Milleni Evangelista de Assis Alves - Representante dos Docentes Anos Iniciais – Alfabetização j) Rosimary Narcizo Rodrigues - Representante dos Docentes de Arte – Anos Iniciais k) Sabrina Vieira da Silva Santos – Representante dos Docentes de Arte e Representante da ADAER. l) Sirlene Ferreira Soares - Representante dos Docentes de Língua Inglesa m) Timóteo Neres de Oliveira - Representante da Coordenação Pedagógica Componente Curricular Educação Física 1 Diário Oficial - Ano XXI - nº 5.044 de 01 de novembro de 2019 e conforme lista de presença das reuniões da referida comissão. III – Representantes da Área de Matemática a) Ana Cristina Matias de Souza - Representante anos iniciais – Alfabetização b) Jean Vaz de Almeida - Representante dos docentes do Componente Curricular Matemática c) Mariana Aparecida Cordeiro Pinto - Representante dos docentes Anos Iniciais d Rosimar Camacho da Silva- Representantes da Coordenação Pedagógica Área de Matemática e) Rosineia Piva Mancin - Representante da Coordenação Pedagógica Anos Iniciais IV – Representantes da Área de Ciências Naturais a) Dielma de Sousa Borges Cassuci e Ana Claudia Verlindo Canesin - Representantes da Coordenação Pedagógica Componente Curricular Ciências b) Flávio Verona Casado - Representante dos docentes do Componente Curricular Ciências c) Luciene Martins Ferreira Rocha - Representante da Coordenação Pedagógica Anos Iniciais V – Representantes da Área de Ciências Humanas a) Adiana dos Santos Faria - Representante dos docentes Anos Iniciais-Geografia b) Kelly Cristina Silva Vieira - Representante dos docentes Componente Curricular História c) Laureci Rincos - Representante da Coordenação Pedagógica Componente Curricular História d) Olga Cristina da Silva Teixeira– Representante da Coordenação Pedagógica Anos Iniciais – História e) Rubens Batista Rocha - Representante da Coordenação Pedagógica Componente Curricular Geografia f) Silvani Vilar - Representante dos docentes Anos Iniciais – História g) Tayana Carolini Felizardo Bastos - Representante dos docentes do Componente Curricular Geografia VI – Representantes das Modalidades de Ensino: a) Adriana Liné - Educação do Campo b) Francelina da Silva Souza - Educação Indígena c) Roselei Teresinha Hall - Educação Especial d) Maria Helena dos Santos – Educação de Jovens e Adultos Organizadoras: Laura Cristina Vargas Pereira Clair Moron dos Santos Munhoz Dourados-MS/2020 Material de Propriedade do Governo Municipal de Dourados-MS Secretaria Municipal de Educação de Dourados-MS Reprodução autorizada desde que citada a fonte APRESENTAÇÃO O Currículo daRede Municipal de Ensino de Dourados-MS, Educação Infantil e Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Finais) passa por reformulação no propósito de adequação a Base Nacional Comum Curricular2 (BNCC) e ao Currículo de Referência do Mato Grosso do Sul. A Secretaria Municipal de Educação durante a atuação no processo de Implantação3 pela Base Nacional Comum Curricular, em regime de colaboração4 assumiu a participação na Co-Construção de um Currículo único. Instituído o regime de colaboração foi criada a Comissão Regional5 de Implementação integrada por representantes da Coordenadoria Regional de Educação/SED (Polo 5), União Nacional dos Conselhos Municipais, Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação/SIMTED, o Conselho Municipal de Educação/COMED e a Secretaria Municipal de Educação/SEMED. A referida Comissão teve como principal função a de fomentar a participação efetiva dos educadores do município no processo de elaboração do currículo sul-mato-grossense a partir de diálogos com os profissionais da educação, independentemente se pública ou privada. O cumprimento das agendas, organização e planejamento durante o processo de implementação da Base Nacional Comum Curricular, o Estado do MS apresentou um currículo único e contextualizado com a diversidade sul-mato-grossense, almejando a promoção da aprendizagem dos sujeitos na perspectiva da Educação Integral. Assim, Dourados efetiva o compromisso, juntamente com o Estado de Mato Grosso do Sul, de responsabilizar-se pela aprendizagem das crianças e adolescentes no município. Este documento não se finaliza, articula-se com as propostas de ensino previstas pela BNCC/MEC, por isso trata-se de um Referencial (modelo, parâmetro, orientação, direção) de como direcionar e aplicar os conteúdos curriculares para os alunos da Rede 2 Homologada em 20 de dezembro de 2017. 3 Resolução CNE/CP n.º 2, de 22 de dezembro de 2017, instituiu e orientou a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a ser implementada obrigatoriamente nas etapas e respectivas modalidades da Educação Básica.. 4 Comissão Estadual de Implementação da Base Nacional Comum Curricular sob a presidência da Secretária de Estado de Educação e com representações do Conselho Estadual de Educação, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Mato Grosso do Sul e Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Resolução “P” SED, de 28 de agosto de 2017). 5 Comissão Regional – DO/MS nº 9.645 de 27 de abril de 2018, Resolução SED nº 1.219, de 26 de abril de 2018. Municipal de Ensino de Dourados. O referido documento tem como objetivo pontuar uma gestão participativa e democrática, assegurando o Planejamento, a Participação, o Trabalho Coletivo, a Responsabilidade, o Comprometimento e o Conhecimento. Neste contexto, a Secretaria Municipal de Educação, desenvolveu em 2016 estudos sobre a 1ª e 2ª versão sobre a BNCC e em 2018 iniciou o processo de Implantação pela BNCC através das formações continuadas. A gestão atual reconhece a necessária adequação do currículo aos novos contextos educacionais, no entanto não conta em seu quadro pedagógico com os especialistas nas diversas áreas de conhecimento específicos ao ensino fundamental, no Núcleo de Educação do Ensino Fundamental da SEMED. Para o processo de pesquisa, análise, reformulação e reestruturação do Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS conta com a participação da Comissão de Sistematização cuja função será a de compartilhar com os pares (professores e coordenadores das escolas e gestores da REME) em formações especificas por área de ensino, o que resultou no Referencial Curricular da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino (mais especificamente o Ensino Fundamental: Anos Iniciais e Anos Finais, nesse momento) do Município de Dourados/2020, aqui apresentado. Apresenta-se um currículo contextualizado com a diversidade douradense, sul- mato-grossense e norteado pelas dez competências gerais da BNCC, que privam pela promoção das aprendizagens necessárias e indispensáveis a todos os sujeitos, visando uma Educação Integral, garantindo a formação e o desenvolvimento humano. Upiran Jorge Gonçalves da Silva Secretário Municipal de Educação Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14 1.EDUCAÇÃO, ESCOLA E CURRÍCULO NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE DOURADOS-MS ................................................................................................................................... 17 1.1.OS FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS DA BNCC (2017) .......................................... 24 1.2.INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS E A CULTURA DIGITAL ......................... 26 1.3.NÚCLEO SOCIAL E PSICOLÓGICO/NSP ............................................................ 26 2. TEMAS CONTEMPORÂNEOS ................................................................................... 28 2.1 O Estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena ......................... 28 2.2 Direitos das Crianças e dos Adolescentes .......................................................... 30 2.3 Educação em Direitos Humanos ......................................................................... 30 2.4 Educação Ambiental ............................................................................................. 31 2.5 Educação para o Trânsito ..................................................................................... 32 2.6 Educação Alimentar e Nutricional ..................................................................... 33 2.7 Educação Fiscal ....................................................................................................... 33 2.8 Educação Financeira .............................................................................................. 34 2.9 Saúde, Sexualidade e Gênero, Vida Familiar e Social .................................... 35 2.10. Respeito, Valorização e Direitos dos Idosos ................................................. 35 2.11 Conscientização, Prevenção e Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) ................................................................................................................................. 36 2.12 Cultura sul-mato-grossense e diversidade cultural ...................................... 37 2.13 Superação de Discriminações e Preconceitos como Racismo, Sexismo, Homofobia e Outros .............................................................................................................. 37 2.14 Cultura Digital ...................................................................................................... 38 3.AVALIAÇÃO ....................................................................................................................... 42 3.1 Avaliação Institucional ..................................................................................... 42 3.2 Avaliações de Desempenho .............................................................................. 43 4. FORMAÇÃO CONTINUADA ................................................................................ 46 5. EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................................................ 51 5.1_____ Transição para o Ensino Fundamental ........................................... 51 5.2__________Síntese das Aprendizagens ...................................................... 53 6. ENSINO FUNDAMENTAL E SUAS MODALIDADES DE ENSINO ............... 55 6.1 Avaliação no Ensino Fundamental ............................................................ 59 6.2 Estrutura do Ensino Fundamental ............................................................60 6.3.Modalidades ........................................................................................................ 61 6.3.1. Educação de Jovens e Adultos – EJA ........................................... 61 6.3.2. Educação Especial ............................................................................ 63 6.3.3. Educação do Campo ......................................................................... 65 6.3.4. Educação Indígena ........................................................................... 65 6.4. Programas ........................................................................................................... 66 6.4.1. Programa Mais Alfabetização – 2018/2019 ................................. 66 6.4.2. Programa Escola Leitora ................................................................ 68 6.5. OS CÓDIGOS NO CURRÍCULO DE DOURADOS-MS ....................... 73 6.6 ÁREAS DE CONHECIMENTOS .................................................................. 74 6.6.1. Áreas de Linguagens ........................................................................ 74 Competências Específicas de Linguagens de acordo com a BNCC (2017) .............................................................................................................. 75 6.6.2 LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................... 76 O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ............................................ 79 O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO BLOCO INICIAL DE ALFABETIZAÇÃO ................................................................................................. 83 Competências específicas para Língua Portuguesa de acordo com a BNCC (2017) .............................................................................................................. 86 CAMPOS DE ATUAÇÃO, PRÁTICAS DE LINGUAGEM, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS ................................ 88 LÍNGUA PORTUGUESA DO 1º E 5º ANO ................................................................... 88 LÍNGUA PORTUGUESA DO 1º E 2º ANO ................................................................... 95 LÍNGUA PORTUGUESA DO 1º ANO .......................................................................... 100 LÍNGUA PORTUGUESA DO 2º ANO .......................................................................... 109 LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º AO 5º ANO .............................................................. 118 LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO .......................................................................... 125 LÍNGUA PORTUGUESA DO 4º ANO .......................................................................... 132 LÍNGUA PORTUGUESA DO 5º ANO .......................................................................... 139 LÍNGUA PORTUGUESA DO 6º AO 9º ANO .............................................................. 147 LÍNGUA PORTUGUESA DO 6º E 7º ANO ................................................................. 165 LÍNGUA PORTUGUESA DO 6º ANO .......................................................................... 175 LÍNGUA PORTUGUESA DO 7º ANO .......................................................................... 179 LÍNGUA PORTUGUESA DO 8º E 9º ANO ................................................................. 183 LÍNGUA PORTUGUESA DO 8º ANO .......................................................................... 194 LÍNGUA PORTUGUESA DO 9º ANO .......................................................................... 199 6.6.3. ARTE ........................................................................................................................... 204 ARTE: conversando com a BNCC e o Currículo Regional-MS ............................. 208 Competências específicas de Arte, de acordo com a BNCC (2017) ........................ 209 UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS ................................................................................................. 210 ARTE 1º E 2º ANO ..................................................................................................... 210 ARTE 3º E 4ºANO ...................................................................................................... 218 ARTE 5º ANO ............................................................................................................. 228 ARTE 6º E 7º ANO ..................................................................................................... 235 ARTE 8º E 9º ANO ..................................................................................................... 245 6.6.4. EDUCAÇÃO FÍSICA ....................................................................................... 255 EDUCAÇÃO FÍSICA: conversando com a BNCC e o Currículo Regional-MS .. 258 Competências Específicas de Educação Física de acordo com a BNCC- 2017 ..... 259 UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS ................................................................................................. 261 EDUCAÇÃO FÍSICA 1º ANO .................................................................................. 261 EDUCAÇÃO FÍSICA 2ºANO ................................................................................... 262 EDUCAÇÃO FÍSICA 3º ANO .................................................................................. 267 EDUCAÇÃO FÍSICA 4º ANO .................................................................................. 269 EDUCAÇÃO FÍSICA 5º ANO .................................................................................. 271 EDUCAÇÃO FÍSICA 6º ANO .................................................................................. 274 EDUCAÇÃO FÍSICA 7º ANO .................................................................................. 277 EDUCAÇÃO FÍSICA 8º ANO .................................................................................. 280 EDUCAÇÃO FÍSICA 9º ANO ......................................................................................... 283 6.6.5. LÍNGUA INGLESA ......................................................................................... 287 Competências específicas Língua Inglesa, de acordo com a BNCC (2017) ........... 289 EIXO, UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES ........................................................................................ 290 LÍNGUA INGLESA 1º ANO ..................................................................................... 290 LÍNGUA INGLESA 2º ANO ..................................................................................... 292 LÍNGUA INGLESA 3º ANO ..................................................................................... 294 LÍNGUA INGLESA 4º ANO ..................................................................................... 296 LÍNGUA INGLESA 5º ANO ..................................................................................... 299 LÍNGUA INGLESA 6º ANO ..................................................................................... 302 LÍNGUA INGLESA 7º ANO ..................................................................................... 307 LÍNGUA INGLESA 8º ANO ..................................................................................... 311 LÍNGUA INGLESA 9º ANO ..................................................................................... 315 6.6.6. MATEMÁTICA ............................................................................................... 319 Competências específicas da Matemática de acordo com a BNCC (2017) ............. 321 UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS .............................................................................................323 MATEMÁTICA 1º ANO ........................................................................................... 323 MATEMÁTICA 2º ANO ........................................................................................... 331 MATEMÁTICA 3º ANO ........................................................................................... 344 MATEMÁTICA 4º ANO ........................................................................................... 357 MATEMÁTICA 5º ANO ........................................................................................... 373 MATEMÁTICA 6º ANO ........................................................................................... 387 MATEMÁTICA 7º ANO ........................................................................................... 400 MATEMÁTICA 8º ANO ........................................................................................... 412 MATEMÁTICA 9º ANO ........................................................................................... 426 6.6.7. A ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS ...... 439 Função social do componente curricular de Ciências da Natureza e suas Tecnologia ..... 442 Competências específicas de Ciências da Natureza de acordo com a BNCC (2017) ........ 444 UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS ............................................................................................. 446 CIÊNCIAS 1º ANO .................................................................................................... 446 CIÊNCIAS 2º ANO .................................................................................................... 449 CIÊNCIAS 3º ANO .................................................................................................... 453 CIÊNCIAS 4º ANO .................................................................................................... 456 CIÊNCIAS 5º ANO .................................................................................................... 459 CIÊNCIAS 6º ANO .................................................................................................... 463 CIÊNCIAS 7º ANO .................................................................................................... 467 CIÊNCIAS 8º ANO .................................................................................................... 473 CIÊNCIAS 9º ANO .................................................................................................... 477 6.6.8. ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS ................................................................ 483 Competências Específicas de Ciências Humanas de acordo com a BNCC (2017). 485 6.6.8.1. GEOGRAFIA ..................................................................................... 486 Competências específicas de Geografia de acordo com a BNCC (2017) ............... 488 UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS ................................................................................................. 490 GEOGRAFIA 1º ANO ............................................................................................... 490 GEOGRAFIA 2º ANO ............................................................................................... 492 GEOGRAFIA 3º ANO ............................................................................................... 496 GEOGRAFIA 4º ANO ............................................................................................... 498 GEOGRAFIA 5º ANO ............................................................................................... 502 GEOGRAFIA 6º ANO ............................................................................................... 506 GEOGRAFIA 7º ANO ............................................................................................... 509 GEOGRAFIA 8º ANO ............................................................................................... 513 GEOGRAFIA 9º ANO ............................................................................................... 519 6.6.8.2. HISTÓRIA ................................................................................................. 525 Competências específicas de História de acordo com a BNCC (2017) .................. 528 UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS ......................................................................................................... 530 HISTÓRIA 1º ANO ............................................................................................................ 530 HISTÓRIA 2º ANO ............................................................................................................ 532 HISTÓRIA 3º ANO ............................................................................................................ 536 HISTÓRIA 4º ANO ............................................................................................................ 544 HISTÓRIA 5º ANO ............................................................................................................ 549 HISTÓRIA 6º ANO ............................................................................................................ 554 HISTÓRIA 7º ANO ............................................................................................................ 566 HISTÓRIA 8º ANO ............................................................................................................ 577 HISTÓRIA 9º ANO ............................................................................................................ 594 6.6.9. ENSINO RELIGIOSO ............................................................................................ 618 Competências específicas de Ensino Religioso de acordo com a BNCC (2017) ................. 621 UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO, HABILIDADES E AÇÕES DIDÁTICAS ............................................................................................................. 623 ENSINO RELIGIOSO 1º ANO ........................................................................................ 623 ENSINO RELIGIOSO 2º ANO ........................................................................................ 625 ENSINO RELIGIOSO 3º ANO ........................................................................................ 626 ENSINO RELIGIOSO 4º ANO ........................................................................................ 627 ENSINO RELIGIOSO 5º ANO ........................................................................................ 628 ENSINO RELIGIOSO 6º ANO ........................................................................................ 629 ENSINO RELIGIOSO 7º ANO ........................................................................................ 631 ENSINO RELIGIOSO 8º ANO ........................................................................................ 632 ENSINO RELIGIOSO 9º ANO ........................................................................................ 634 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 636 14 INTRODUÇÃO AOS EDUCADORES A Prefeitura Municipal de Educação de Dourados, por meio da Secretaria Municipal de Educação, comprometida com o processo de Implantação pela Base Nacional Comum Curricular vem (re)elaborar o Referencial Curricular da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Dourados – Ensino Fundamental, disponibilizado às unidades escolares em 2016. Esse documento tinha como objetivo maior sistematizar o currículo, promovendo uma educação de qualidade em sólidos parâmetros, diante dasnovas políticas públicas da Educação, Plano Nacional da Educação, Plano Municipal da Educação e a Base Nacional Comum Curricular, esses todos estudados e analisados desde 2014. Nessa perspectiva, o Secretário Municipal de Educação de Dourados Dr. Upiran Jorge Gonçalves da Silva (Decreto nº 849 de 05/03/2018), no cumprimento de sua responsabilidade administrativa dessa Secretaria e pautado nas novas propostas de currículo e diretrizes que vêm sendo discutidas e apresentadas pelas instâncias oficiais, em nível nacional, estadual e local, propôs a sua equipe pedagógica a atualização do Referencial Curricular da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino passando esse documento a intitular-se Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS. O estudo e reformulação desse Referencial baseou-se na necessidade premente da SEMED/Dourados-MS em manter-se em consonância com as normas nacionais, estaduais e locais, principalmente o que tange atender às expectativas de aprendizagem dos alunos. Para tanto, a Comissão de Sistematização atuou via compromisso na Co- Construção do Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul e durante o regime de colaboração entre Estado e Municípios de Mato Grosso do Sul assumiu o compromisso da implantação e implementação do mesmo nas escolas da Rede Municipal respeitadas as normas do Sistema de Ensino de Dourados-MS. Conforme o art. 4º da Resolução CNE/CEB n.º 4, de 13 de julho de 2010, as bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação responsabilizam o poder público, a família, a sociedade e a escola, pela garantia a todos os educandos, de um ensino ministrado de acordo com os princípios da igualdade de condições para o acesso, inclusão, 15 permanência e sucesso na escola. Ainda, no inciso II do art. 9º, aduz-se consideração sobre a inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural, resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade. A BNCC afirma, de maneira explicita, que a Educação Básica deve compreender a complexidade e a não linearidade do conhecimento, promovendo uma educação voltada para o pleno desenvolvimento do estudante, nas suas singularidades e diversidades, reafirmando que a escola é um espaço de aprendizagem e democracia inclusiva, devendo proporcionar práticas de respeito às diferenças e diversidades. A Rede Municipal após a participação na Co-Construção do Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul, durante o regime de colaboração assume propor, também uma Educação Integral, que reflita tanto na formação quanto no desenvolvimento humano global, o que pressupõe romper com a ideia de um currículo que privilegia a dimensão cognitiva em detrimento da afetiva. O Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS, consta as dez competências gerais como princípios norteadores, definidas na Base Nacional Comum Curricular, por entender que a BNCC é um documento normativo e que as áreas do conhecimento, os componentes curriculares e os campos de experiências, proporcionarão habilidades. O Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS, é instrumento para as escolas Municipais de Educação, bem como para as instituições de ensino privadas da Educação Infantil elaborarem orientações que auxiliem nos processos de construção e/ou revisão do Projeto Político Pedagógico, atendendo, ainda, às normas do Conselho Municipal de Educação (COMED). Esse Currículo visa a construção de uma proposta que atenda às suas particularidades e pluralidade da região da grande Dourados, tem como objetivo fundamental subsidiar a prática pedagógica, contribuindo assim para a melhoria da qualidade do processo de ensino e de aprendizagem, que garanta o atendimento às expectativas de aprendizagem dos estudantes na idade/ano equivalente, que orienta de maneira objetiva o atendimento aos estudantes com necessidades educacionais específicas, promovendo a implementação do Projeto Político Pedagógico das escolas. O referido documento aqui em pauta vem de maneira a proporcionar a todos os educadores uma visão sistêmica do currículo, articulando os conteúdos, as habilidades, que interage de forma contextualizada os diversos conhecimentos entre as áreas e componentes curriculares/disciplinas, cabendo a Unidade escolar articulá-lo de acordo 16 com suas especificidades, com autonomia metodológica, e, ainda, o desenvolvimento de um processo contextualizado com a realidade local. Assim, não se finaliza uma proposta, mas a articula com as bases educacionais, essas sempre parceiras no processo de ensino e aprendizagem do educando, nesse sentido agradecemos a todos os que de forma formal e informal participaram do processo que culminou Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS,, esse que a partir de agora, é um instrumento que consensualiza o compromisso de todos por uma educação de qualidade. Profª Mc Clair Moron dos Santos Munhoz Articuladora do Processo de Implantação da BNCC e do Currículo de Referência do Mato Grosso do Sul-MS Profª Esp. Laura Cristina Vargas Pereira Coordenadora do Planejamento e do PPP on-line 17 1.EDUCAÇÃO, ESCOLA E CURRÍCULO NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE DOURADOS-MS Demandas históricas e políticas têm promovido mudanças na sociedade e, consequentemente, alterações no processo educacional e na escola, visto que esta instituição exerce papel importantíssimo para o desenvolvimento humano e social. Por isso, a escola precisa realizar práticas pedagógicas que atendam às necessidades dos alunos. Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais enfatizam: [...] A escola deve assumir-se como um espaço de vivência e de discussão dos referenciais éticos, não uma instância normativa e normatizadora, mas um local social privilegiado de construção dos significados éticos necessários e constitutivos de toda e qualquer ação de cidadania, promovendo discussões sobre a dignidade do ser humano, igualdade de direitos, recusa categórica de formas de discriminação, importância da solidariedade e observância das leis. (BRASIL, 1998a, p. 16). Além disso, ainda segundo os PCN’s, ―é papel do Estado democrático facilitar o acesso à educação, investir na escola, para que esta instrumentalize e prepare crianças e jovens para as possibilidades de participação política e social. (BRASIL, 1998a, p. 19). Em síntese, a escola é um espaço social propício para a formação cidadã, pois acolhe toda a diversidade, e deve, portanto, promover o respeito e a valorização das diferenças. Nesse sentido, no contexto brasileiro, uma educação de qualidade diz respeito a uma educação que contribua para a aquisição e/ou aprimoramento de aprendizagens indispensáveis à formação cidadã que, por sua vez, faz referência à constituição de sujeitos ―autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam ver atendidas suas necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas. (BRASIL, 1998a, p. 21). Para alcançar essa formação, há que se ter bem definidos os propósitos de ensino, o currículo, as metodologias, enfim, a estrutura da educação em todas as suas etapas e modalidades. A função da escola em proporcionar um conjunto de práticas preestabelecidas tem o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva. A escola, ao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como objeto 18 de ensino, conteúdos que estejam em consonância com as questões sociais que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres. O artigo 210 da Constituição Brasileira de 1988 prescrevea fixação de conteúdos mínimos, a fim de garantir uma formação básica comum, sem perder de vista os valores culturais e artísticos característicos da nação brasileira e suas regiões. Por tudo isso, não se deve pensar em listagem de conteúdos. Antes deve-se pensar em um currículo que, na maioria das vezes, ultrapassa os limites das normas, das regras, do ensino prescritivo, unificador para alcançar os horizontes dos saberes coletivos e individuais intrínsecos ao ser humano e necessários para a atuação em sociedade, A respeito do currículo, os Parâmetros Curriculares Nacionais esclarecem: O termo ―currículo, por sua vez, assume vários significados em diferentes contextos da pedagogia. Currículo pode significar, por exemplo, as matérias constantes de um curso. Essa definição é a que foi adotada historicamente pelo Ministério da Educação e do Desporto quando indicava quais as disciplinas que deveriam constituir o ensino fundamental ou de diferentes cursos do ensino médio. Currículo é um termo muitas vezes utilizado para se referir a programas de conteúdos de cada disciplina. Mas, currículo pode significar também a expressão de princípios e metas do projeto educativo, que precisam ser flexíveis para promover discussões e reelaborações quando realizado em sala de aula, pois é o professor que traduz os princípios elencados em prática didática (...). (BRASIL, 1998a, p. 49). Ao assimilar o conteúdo implícito na leitura, por exemplo, a criança compreende, por meio da mediação do professor, as formas de pensar, de perceber, de raciocinar, de interpretar e outras presentes no contexto de inter- relações. Nessa direção, currículo diz respeito também a conhecimentos, experiências, práticas explícitas e implícitas – ocultas, nos termos de Sacristán (2000) – produzidas na escola ou na sociedade. A respeito multiplicidade de sentido da palavra currículo, Moreira (2001) lembra que isso ocorre porque se trata de um conceito construído e determinado sócio- histórica e culturalmente. Além disso, diz respeito também às práticas pedagógicas que condicionam e teorizam o próprio currículo. Ainda, o autor resume: Dentre as definições existentes, ressalto algumas: Conhecimento escolar e experiências de aprendizagem representam os dois sentidos 19 mais usuais da palavra currículo, desde sua incorporação ao vocabulário pedagógico. No primeiro sentido, que é também o dominante ao longo dos tempos, o currículo é visto como o conhecimento tratado pedagógica e didaticamente pela escola e que deve ser aprendido e aplicado pelo aluno. Para os que adotam essa concepção, as seguintes perguntas tornam-se básicas: O que deve um currículo conter? Como organizar esses conteúdos? A segunda concepção tem raízes nas visões de educação e de pedagogia que começam a se delinear a partir do século XVIII, relacionadas às mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais que então ocorriam. A ênfase nas diferenças individuais e a preocupação com a atividades do aluno levam à maior valorização da forma em detrimento do conteúdo. Currículo passa a significar o conjunto de experiências a serem vividas pelo estudante sob a orientação da escola. Constituem perguntas centrais nessa segunda abordagem: Como selecionar as experiências de aprendizagem a serem oferecidas? Como organizá-las relacionando-as aos interesses e ao desenvolvimento do estudante? (MOREIRA, 2001, p. 12). Entende-se que ambas as definições coexistem e são vigentes ainda nessa primeira década do novo milênio. Suas respectivas questões ainda fazem parte do contexto escolar brasileiro. Todavia, tais definições/questões não devem limitar o fazer pedagógico. A sociedade contemporânea exige a observação do conhecimento prévio do aluno e, tendo em vista a formação cidadã dos alunos, novas questões somam-se às existentes. Ao longo do tempo, a sociedade transforma-se e reconfigura a compreensão de educação escolar. Desta forma, a escola torna-se ferramenta de socialização de valores e padrões culturais estabelecidos pela sociedade, a qual vivencia períodos de transformações sociais, econômicas e políticas, caracterizando-se, atualmente, cada vez mais pela conectividade, o que exige formação integral dos sujeitos e princípios inclusivos da escola. A discussão curricular aponta para princípios de inclusão, com os quais o sistema brasileiro está comprometido, conforme evidencia a Resolução n. 04, de 13 de julho de 2010, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica: Art. 4º As bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação responsabilizam o poder público, a família, a sociedade e a escola pela garantia a todos os educandos de um ensino ministrado de acordo com os princípios de: I – Igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na escola; [...] A mesma resolução, no seu artigo 9º, destaca, ainda, que a escola de qualidade social adota como centralidade as crianças, adolescentes e jovens e a aprendizagem, o que pressupõe atendimento aos seguintes requisitos: “[...] II – consideração sobre a inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural, resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade”. 20 Esse princípio é reiterado pela Base Nacional Comum Curricular – BNCC, quando afirma que a Educação Básica deve compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento humano e assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto. Deve, também, promover uma educação com vista ao acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades, e reafirmar que a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve promover práticas de respeito às diferenças e diversidades. Emerge-se, nesse contexto, uma questão central: combinar a expansão dos direitos universais e a garantia da acessibilidade efetiva para além da igualdade de oportunidades, garantindo maior igualdade de direitos e condições. Destaca-se, para tal, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência n. 13.146, de 6 de julho de 2015, que no artigo 3º, inciso IV, define barreiras como “qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros”. O princípio inclusivo requer a conjugação do desenvolvimento das capacidades das crianças, adolescentes e jovens para a participação social, política, cultural e econômica, com a promoção do desenvolvimento das instituições de ensino de modo a oferecer as oportunidades de que necessitam. No que se refere às crianças, adolescentes e jovens, público da educação especial, tem-se uma história marcada por conceber a exclusão como um problema intrínseco dos sujeitos em vez de ser equacionado na relação das crianças, adolescentes e jovens com os seus pares e com o meio escolar. Porém, o princípio inclusivo se aplica a todos, com a diferença que esses necessitam de apoios específicos que podem variar de natureza, tipo e intensidade em todo o seu percurso escolar. O grande desafio da atualidade é retirar a flexibilização e diversificação curricular da discussão periférica sobre a diferença, e elevá-la para a questão central do currículo. Nesse documento, defendemos a construção de um currículo sensível à heterogeneidade e comprometido com a promoção da equidade. O sujeito, deste tempo histórico, deve ser capaz de estabelecer relações sociais, integrar-se ao mundo do trabalho, tecer críticas e vivenciar os preceitos da cidadania e da democracia. Para esse propósito, a escola precisa disseminar o conhecimentocientífico e oportunizar práticas para a compreensão dessa forma de conhecimento, além de 21 desenvolver competências para a vida em sociedade. Em outras palavras, Libâneo (2014) indica que a escola comprometida com a educação integral deve proporcionar ações pedagógicas culturais e científicas, pois assim promoverá o desenvolvimento cognitivo afetivo e moral das crianças, adolescentes e jovens. O Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS, propõe aos sujeitos uma Educação Integral que se refere tanto à formação quanto ao desenvolvimento humano global, o que pressupõe romper com a ideia de um currículo que privilegia a dimensão cognitiva em detrimento da afetiva, além de promover uma educação que acolha e reconheça o sujeito nas suas singularidades e diversidade (BNCC, 2017). Nesse sentido, a educação integral implica planejar processos educativos que estimulem a formação humana em suas diversas potencialidades, com a intenção de desenvolver plenamente o sujeito, portanto, recorre-se ao protagonismo e à autoria. O protagonismo oportuniza condições para que os sujeitos de aprendizagem sejam capazes de se envolverem em atividades educativas e atuem com compromisso e liberdade. Uma educação que privilegia o protagonismo, cria situações para que as crianças, adolescentes e jovens possam empreender a construção do seu ser, ou seja, a realização de suas potencialidades em termos pessoais e sociais. Assim, esses sujeitos poderão ocupar espaços e mobilizar conhecimentos para iniciar uma mudança social. De maneira análoga, será possível a tomada de decisão baseada em valores vivenciados e na construção da autonomia. Por isso, propõem-se ações protagonistas (COSTA, 2000) nas escolas, e é importante saber o que fazer com o conhecimento produzido, saber pensar e intervir, propondo alternativas e fazendo-se sujeitos de história individual e coletiva. Deve-se proporcionar processos educativos que auxiliem o sujeito da aprendizagem no desenvolvimento de seu projeto de vida. Esclarece-se que a expressão “projeto de vida” também remonta ao desenvolvimento pleno do sujeito, visto que a educação integral deve proporcionar práticas pedagógicas que auxiliem crianças, adolescentes e jovens na tomada de decisões, na resolução de problemas e em situações não planejadas. Vale ressaltar que, para assegurar as aprendizagens essenciais nos sujeitos, foram definidas dez competências gerais na Base Nacional Comum Curricular as quais, conforme o currículo de Mato Grosso do Sul retoma, por entender que a BNCC é um documento normativo e que os componentes curriculares e as áreas de conhecimento proporcionarão aos sujeitos, habilidades e conhecimentos que possibilitarão o alcance às competências gerais. O conceito de competência nesses documentos refere-se “a 22 mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BNCC, p. 8, 2017). Destacam-se, a partir desta definição, as competências do século 21 que visam à promoção da articulação de conhecimentos, atitudes e valores no que se refere às emoções e à autonomia. Por isso, traz-se para este documento algumas competências do século 21 que auxiliam no desenvolvimento pleno de crianças, adolescentes e jovens, tais como: comunicação, colaboração, criatividade, autoconhecimento, responsabilidade, pensamento crítico, resolução de problemas e abertura para o novo. Entende-se que estas competências devem estar presentes durante o processo de aprendizagem das crianças, adolescentes e jovens, por meio da intencionalidade do professor e da utilização de metodologias que integrem conhecimentos e atitudes. Assim, a prática do professor está estruturada no desenvolvimento de habilidades que promoverão o conhecimento científico, a promoção de atitudes e valores para a convivência no século XXI e em metodologias integradoras. A partir disso, torna-se possível o desenvolvimento pleno das crianças, adolescentes e jovens do Estado de Mato Grosso do Sul. Corroborando o que acima se expõe, elencam-se as dez competências gerais da BNCC: 1 - Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2 - Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3 - Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4 - Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5 - Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6 - Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar- se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as 23 relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7 - Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8 - Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9 - Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10 - Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (BNCC, p. 9-10, 2017). A partir da leitura e compreensão destas competências gerais, assim como das competências específicas para cada componente curricular e área de conhecimento que compõe a BNCC, torna-se necessária a materialização das crianças, adolescentes e jovens que constroem e reconstroem o território que habitam. Ao transpor as competências e habilidades desse currículo para a prática pedagógica, será necessário identificar a criança, o adolescente e o jovem sul-mato-grossense, a fim de garantir os princípios da equidade e da igualdade constantes das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Diante do exposto, salienta-se que o Currículoda Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS, é instrumento básico para as Unidades Educativas (re)elaborarem o Projeto Político Pedagógico a partir nas necessidades locais. 24 1.1.OS FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS DA BNCC (2017) Segundo a BNCC (2017) o foco no desenvolvimento de competências marca as discussões pedagógicas e sociais das últimas décadas, especialmente quando se estabelecem as finalidades gerais do Ensino Fundamental. Ao longo das últimas décadas o foco no desenvolvimento de competências tem orientado a maioria dos Estados e Municípios brasileiros e diferentes países na construção de seus currículos. É esse também o enfoque adotado nas avaliações internacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que coordena o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), que instituiu o Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação para a América Latina (LLECE, na sigla em espanhol). Nesse enfoque das competências, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas à clareza do que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC. Ao considerar que a sociedade contemporânea impõe um olhar inovador e inclusivo a questões centrais do processo educativo: o que aprender, para que aprender, como ensinar, como promover redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o aprendizado. No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades. Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral. 25 A BNCC (2017), reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades. Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir. Assim, o Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS, em consonância com o Currículo de Referência do Estado de Mato Grosso do Sul-MS e a Base Nacional Comum Curricular/BNCC se propõe a superação da fragmentação disciplinar do conhecimento, o estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida. 26 1.2.INSERÇÃO DAS TECNOLOGIAS E A CULTURA DIGITAL A Rede Municipal de Ensino de Dourados conta com o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTEM), que foi ciado pelo Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo/MEC), formado por uma equipe interdisciplinar de professores e técnicos qualificados para oferecer formação contínua aos professores e assessorar escolas da rede no uso pedagógico e na área técnica (hardware e software). O NTEM é considerado braços da integração tecnológica nas escolas de ensino básico. O NTEM, pertencente à Secretaria de Educação, além de capacitar profissionais para prestar suporte pedagógico e técnico às escolas, contribui para as pesquisas e atualizações de conhecimentos e disseminação de experiências pedagógicas. Em Dourados, são 39 (trinta e nove) escolas da Rede Municipal de Ensino que possuem uma Sala de Tecnologia Educacional (STE), totalizando 594 máquinas. Cada escola, através do seu Projeto Político Pedagógico, orienta e regula o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e formalizar o compromisso de prover a infraestrutura para o adequado funcionamento desse espaço. O NTEM ainda conta com o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) nas orientações da promoção do uso pedagógico da informática na Rede Municipal de Ensino, com doação e instalação de computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais, ficando a cargo do NTEM a assistência e estrutura adequada para os laboratórios e também a formação continuada aos educadores para uso das máquinas e tecnologias. O Currículo da Rede Municipal de Ensino de Dourados-MS entende as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) como recursos necessários ao desenvolvimento da aprendizagem e compreende a Cultura Digital como tema relevante a ser vivenciado nas escolas (conferir Cultura Digital nos Temas Contemporâneos nesse documento). 1.3.NÚCLEO SOCIAL E PSICOLÓGICO/NSP O Núcleo Social e Psicológico/NSP é parte integrante da Secretaria Municipal de Educação/SEMED no município de Dourados, composto por profissionais do Serviço Social, da Psicologia e da Pedagogia. De caráter institucional, desenvolve ações como 27 visitas às unidades escolares, atendimento na SEMED; projetos de intervenção, articulação e parcerias intersetoriais (Secretaria Municipal de Saúde/SEMS e Secretaria Municipal de Assistência Social/SEMAS). Dentre os propósitos do NSP encontra-se a prevenção de violência no ambiente escolar e na vida do estudante, a promoção de habilidades socioemocionais dos alunos, professores e coordenação escolar; motivação dos processos de ensino e de aprendizagem; orientação psicopedagógica, sensibilização às famílias acerca da responsabilidade em acompanhar e monitorar a educação dos filhos incluindo o desempenho acadêmico dos mesmos. Além de valorizar e ressaltar a importância das competências socioemocionais de todos os envolvidos no processo educacional o Núcleo Social e Psicológico acredita que o aluno deve ser compreendido em sua totalidade, como um indivíduo que exerce influência e é influenciado pelo ambiente em que vive. Assim, as orientações a família, a equipe escolar e estudantes são voltadas ao autoconhecimento e reconhecimento das emoções relacionados à história de vida e contexto de vida de cada um, bem como a capacidade de lidar com os relacionamentos interpessoais, adequando respeito,autonomia, resiliência, flexibilidade e determinação. A aprendizagem se trata de um processo interno, ativo, intra e interpessoal. Dessa forma, é necessário desenvolver um trabalho efetivo promovendo participação e comprometimento dos sujeitos envolvidos. A relação de confiabilidade com as instituições educativas fortalece o processo de respeito e afetividade como valor significativo, além do olhar diferenciado às necessidades socioemocionais dos profissionais da educação e da gestão educacional mais consciente. Em consonância com Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul/2019, e com a BNCC/2017, o trabalho do NSP busca preconizar a educação integral, considerando a multidimensionalidade do ser humano, seu pleno desenvolvimento nos aspectos cognitivos, físicos, afetivos, políticos, culturais, éticos e sociais. A singularidade da criança, do adolescente e jovem no processo formativo demanda que os educadores conheçam as múltiplas formas de aprender, de desenvolver e se relacionar. Que a instituição educativa ofereça aos estudantes a oportunidade de se desenvolver de maneira plena no exercício de suas mais diversas atividades individuais e sociais. A BNCC/2017 destaca a importância de se trabalhar as competências cognitivas juntamente com as socioemocionais favorecendo a oportunidade de construir conhecimentos de forma plural, plena e integrada. Esse trabalho se efetiva com as ações desenvolvidas pelo NSP. Além 28 disso, “a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades” (BRASIL, 2017, p. 14). Nesse sentido, o processo educativo deve estimular a formação humana em suas diversas potencialidades, auxiliando o sujeito no desenvolvimento de seu projeto de vida. Esclarece-se que a expressão “projeto de vida” também remonta ao desenvolvimento pleno da pessoa, visto que a educação integral deve proporcionar práticas pedagógicas que auxiliem na tomada de decisões, na resolução de problemas e em situações que vão além do planejamento. (Currículo-MS, 2019, p. 49). Em constante busca para superar a fragmentação e a abstração dos conteúdos numa abordagem que contextualiza o cenário global do século XXI, complexo e múltiplo que requer de todos competências que favoreçam atitudes frente ao volume substancial de informações disponíveis, elaborando soluções criativas e coerentes com responsabilidade em relação ao seu impacto na sociedade. 2. TEMAS CONTEMPORÂNEOS A sociedade atual, constantemente em processos de transformação, exige da educação formal mudanças de paradigmas no que se refere à orientação e promoção de valores essenciais à vida, às relações sociais e ao convívio na coletividade. A educação formal tornou-se lócus para a formação ética dos sujeitos, haja vista as inserções de temáticas desse contexto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; nas Diretrizes Nacionais Gerais para Educação Básica. Essas temáticas são incluídas nesse referencial no propósito de atender a parte diversificada do currículo visando contemplar características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos sujeitos. Esses temas não pertencem a componentes curriculares e/ou áreas de conhecimento, por isso a organização do trabalho pedagógico exige a interdisciplinaridade, a contextualização e a transversalidade. 2.1 O Estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena A temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena está prevista no Artigo 26 - A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, por meio da Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008, que inclui a obrigatoriedade desta temática nos currículos oficiais 29 das redes de ensino. Segundo essa Lei, os conteúdos devem incluir: [...] diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil (BRASIL, 2008). A Lei ainda determina que esses conteúdos sejam abordados em todo o currículo e em especial nas áreas em que se concentram a Arte, a Literatura e a História do Brasil. Reconhece-se para essa temática a Resolução CNE/CP n. 1, de 17 de junho de 2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana cujo objetivo é: a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico- racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam a todos, respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da democracia brasileira (BRASIL, 2013, p. 492). Essas Diretrizes postulam que um dos objetivos é “o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias, asiáticas” (BRASIL, 2013, p. 492). Especificamente em Mato Grosso do Sul, é possível recorrer ao Parecer Orientativo CEE/MS n. 131, de 2005, que afirma que a população brasileira foi privada, por meio da história contada, dos benefícios de uma cultura evidentemente plural e rica. O documento indica que: [...] a valorização da diversidade, construindo uma nova forma de se relacionar com as matrizes culturais e identidades que compõem a sociedade brasileira, com o elemento enriquecedor das relações raciais é uma das principais formas de introduzir a discussão e trabalhar com esta diversidade (MATO GROSSO DO SUL, 2005, p. 11). 25 Por fim, o Parecer determina que “a educação é um dos veículos de reprodução do racismo, preconceito e discriminação tão presentes na sociedade, portanto é tarefa da mesma desconstruir e transformar a situação posta” (MATO GROSSO DO SUL, 2005, p. 11). 30 2.2 Direitos das Crianças e dos Adolescentes A inserção do Direito das Crianças e dos Adolescentes no âmbito escolar está pautada na Lei n. 11.525, de 25 de setembro de 2007, que acrescenta § 5º ao Art. 32 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes no currículo do Ensino Fundamental e na Lei n. 13010, de 26 de junho de 2014 que altera a Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos, ou de tratamento cruel, ou degradante e altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Explica-se que a Lei n. 11.525/2007 torna obrigatório, no currículo do Ensino Fundamental, conhecimentos que tratem dos direitos das crianças e dos adolescentes, conforme o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, enquanto a Lei n. 13.010/2014 inclui nos currículos da Educação Básica conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente, de forma transversal, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Reconhece-se a escola como um espaço de difusão de conhecimentos e de interação social para as crianças e adolescentes, ou seja, os sujeitos frequentadores da escola são os mesmos a quem o Estatuto da Criança e do Adolescente protege. A partir da concepção de que a cidadania só ocorre no exercício da cidadania, a escola, enquanto espaço de formação, neste currículo entendida comoeducação integral, promoverá a vivência dos direitos e deveres das crianças e adolescentes fornecendo subsídios para a vida em sociedade. 2.3 Educação em Direitos Humanos A Educação em Direitos Humanos está assegurada na Resolução CNE/CP n. 1, de 30 de maio de 2012, que estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. Nessas diretrizes encontra-se a explicação de que a Educação em Direitos Humanos é um dos eixos fundamentais do direito à educação. Isto quer dizer que a educação deve pautar-se em práticas educativas alicerçadas nos Direitos Humanos e “em seus processos de promoção, proteção, defesa e aplicação na vida cotidiana e cidadã de sujeitos de direitos e de responsabilidades individuais e coletivas” (BRASIL, 2013, p. 512). 31 O conceito de Direitos Humanos, segundo essas Diretrizes, entende-se por direitos “internacionalmente reconhecidos como um conjunto de direitos civis, políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sejam eles individuais, coletivos, transindividuais ou difusos, referem-se à necessidade de igualdade e de defesa da dignidade humana” (BRASIL, 2013, p. 512). Cabe destacar que os conhecimentos da Educação em Direitos Humanos podem ser inseridos no currículo de três formas: I- pela transversalidade e interdisciplinaridade; II- pelos conteúdos específicos de componentes curriculares já existentes; e III- pela combinação da transversalidade e da disciplinaridade. Diante do exposto, evidencia-se que a escola de educação básica é um espaço privilegiado para a formação da cidadania ativa, porque contribui sistematicamente para o desenvolvimento do ser humano. Isto implica em propor aos aprendizes, constantemente, a vivência da Educação em Direitos Humanos, a fim de analisarem, compreenderem e modificarem o ambiente em que estão inseridos. 2.4 Educação Ambiental A Educação Ambiental desenvolvida na escola se constitui pelo princípio de sensibilização e formação crítica de cidadãos conscientes de suas ações em relação ao mundo em que vivem. De acordo com a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, a Educação Ambiental é entendida como processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente e sustentabilidade. Especificamente, para a educação formal, a referida lei explicita que a Educação Ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, a inserção dos conhecimentos concernentes à Educação Ambiental nos currículos da Educação Básica pode ocorrer de três maneiras: I) pela transversalidade, mediante temas relacionados com o meio ambiente e a sustentabilidade 27 socioambiental; II) como conteúdo dos componentes já constantes do currículo; e III) pela combinação de transversalidade e de tratamento nos componentes curriculares. A Educação Ambiental proposta aqui, é aquela inserida organicamente na educação integral e que “aponta múltiplos percursos possíveis a serem trilhados pela escola e pela comunidade, com a adoção de princípios e práticas sociais sustentáveis, 32 além de favorecer o envolvimento direto dos sujeitos sociais no processo educativo” (BRASIL, 2011). Essa visão pressupõe a transformação das escolas em Espaços Educadores Sustentáveis, ou seja, em espaços que “mantêm uma relação equilibrada com o meio ambiente e compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a garantir qualidade de vida para as gerações presentes e futuras” (BRASIL, 2011). Para que essa proposta se efetive, as transformações escolares devem ocorrer em três eixos: espaço físico, gestão e currículo. A transformação no espaço físico envolve pesquisa acerca do uso e do funcionamento das edificações, a arquitetura dos prédios escolares e o atendimento às necessidades locais. As mudanças na gestão estão intimamente relacionadas aos princípios da democracia e da participação, ou seja, a gestão escolar tem responsabilidade compartilhada, inclusive com a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida - Com-Vida. Por fim, a modificação no currículo pressupõe a inserção da Educação Ambiental no Projeto Político Pedagógico da escola, de forma interdisciplinar e transdisciplinar, para promoção de sujeitos críticos, éticos e pautados em atitudes sustentáveis. Nesse sentido, a escola, enquanto comunidade de aprendizagem, deve ser um dos agentes sociais e engajar-se na proposição de ações que minimizem impactos ambientais e dialogue com os princípios da sustentabilidade. 2.5 Educação para o Trânsito O Código de Trânsito Brasileiro instituído pela Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997, estabelece que a Educação para o Trânsito seja promovida na pré-escola e nas escolas de ensino fundamental e médio por meio de planejamento e ações coordenadas entre entidades dos Sistemas Nacional de Trânsito e de Educação. Por isso, a Educação para o Trânsito está inserida nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica como pertencente à parte diversificada do currículo. O objetivo da Educação para o Trânsito é o de estimular hábitos e comportamentos seguros no trânsito, transformando o conhecimento em ação, por meio de observação, vivências e situações cotidianas; consequentemente a Educação para o Trânsito provoca a interpretação do mundo em que o sujeito vive, ou seja, quando em processo conteúdo pode reconstruir conceitos e valores condizentes ao exercício da cidadania. Ressalta-se que as crianças, os adolescentes e ao jovens enquadram-se na categoria de pedestre e como tal precisam conhecer e conviver com as leis, os símbolos e os agentes de trânsito. 33 Numa proposta contínua de Educação para o Trânsito percebe-se a ampliação dos direitos e deveres do pedestre e futuros motoristas. Desse modo, a Educação para o Trânsito, a médio e longo prazo tende a reduzir acidentes de trânsito porque elevam os níveis de consciência social e responsabilidade individual e coletiva dos cidadãos. Esclarece-se que a Educação para o Trânsito não pode ser reduzida à transmissão de regras de trânsito e representação de símbolos e objetos; sobretudo experienciar práticas educativas que abordem, paralelamente, danos ao meio ambiente e à saúde. 2.6 Educação Alimentar e Nutricional A temática da Educação Alimentar e Nutricional foi inserida no artigo n. 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional por meio da Lei n. 13.666, de 16 de maio de 2018. Além disso, há a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que foi atualizada pela Portaria n. 2.715, de 17 de novembro de 2011, e visa a “melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição” (BRASIL, 2013, p. 21). Entende-se que os momentos de alimentação escolar fazem parte de uma proposta pedagógica pautada no desenvolvimento pleno dos sujeitos. Por isso, ao tratar a temática transversalmente nos currículos torna-se possível orientar os aprendizes a respeito de hábitos alimentares saudáveis. Nesse sentido, a prática educativa para a formação de hábitos alimentares saudáveis deve respeitar os valores culturais, sociais, afetivos e comportamentais, assim como promover a reflexão acerca da cadeia produtiva dos alimentos, com destaque para as questões de meio ambiente e saúde pública. 2.7 Educação Fiscal A Educação Fiscal, de acordo com o Documento-Base do Programa Nacional de Educação Fiscal, é entendida como um processo educativo que visa à construção de uma
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