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Livro - Impactos Ambientais e Recuperacao de Areas Degradadas

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da
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Impactos Ambientais e 
Recuperacao de 
Áreas Degradadas
~
João Pedro Marques Ribeiro
2ª Edição
Curitiba
2018
Impactos Ambientais e 
Recuperacao de 
Áreas Degradadas
~
João Pedro Marques Ribeiro
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
R484i Ribeiro, João Pedro Marques
Impactos ambientais e recuperação de áreas degradadas / João 
Pedro Marques Ribeiro. – 2. ed. – Curitiba: Fael, 2018.
163 p.: il.
ISBN 978-85-5337-027-6
1. Impacto ambiental 2. Área degradada – Recuperação 3. 
Legislação ambiental I. Título
CDD 577.2
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz
Revisão FabriCO
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/jannoon028
Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim
Sumário
 Carta ao Aluno | 5
1. As Principais Causas de Problemas 
Ambientais Contemporâneos | 7
2. Degradação: conceito e vetores | 17
3. Efeitos da degradação do meio ambiente | 29
4. Impacto ambiental | 43
5. Atividades econômicas causadoras de 
seus impactos ambientais | 59
6. A importância da conservação ambiental | 75
7. Legislação ambiental | 87
8. Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA | 109
9. Recuperação de área degradada (RAD) | 129
10. Plano de Recuperação de Área Degradada 
(PRAD) e suas variáveis | 141
 Conclusão | 151
 Referências | 153
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Há que se dizer que muito se avançou no sentido da proteção 
do Meio Ambiente e em prol da sustentabilidade, desde o encontro 
Rio92 até sua edição mais recente, a Rio+20, mas muito ainda há 
para se fazer.
No que tange à legislação brasileira, boa parte dos impac-
tos e das degradações ambientais têm penalidades previstas nas leis, 
bem como a normatização da recuperação da degradação ambiental 
gerada por atividades comerciais, industriais e agropecuárias.
Para atuar de forma eficiente e com a excelência necessária para 
administrar esse contexto atual, o gestor ambiental precisa ter conheci-
mento teórico-prático. 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 6 –
A disciplina Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degrada-
das fornece ao estudante conceitos básicos relacionados às formas e vetores 
das degradações ambientais e apresenta o conceito e as principais formas de 
impactos ambientais da atualidade. Com base nesses conceitos, aborda a 
legislação de pertinente ao tema.
O foco da disciplina é identificar as principais atividades causadoras de 
impacto ambiental e, a partir das características desses impactos, apresentar 
métodos, específicos para cada caso, para o desenvolvimento de Planos de 
Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD.
O objetivo desta disciplina é compartilhar conhecimento como aluno, 
para que seja capaz de planejar e desenvolver PRAD, bem como fazer parte 
de futuras equipes de execução de Estudos de Impactos Ambientais e seus res-
pectivos relatórios (EIA – RIMA). Para isso, você terá subsídios para desen-
volver as seguintes competências.
 2 compreender o quanto as ações do homem causam impactos no 
meio ambiente;
 2 identificar quais os principais impactos ambientais da atualidade;
 2 conhecer os métodos mais utilizados para a recuperação de áreas 
degradadas;
 2 perceber a importância do manejo sustentável para a manutenção 
da preservação e conservação na esferas local e regional;
 2 permitir a identificação das formas de impacto e degradação 
ambiental e suas correções. 
1
As Principais Causas de 
Problemas Ambientais 
Contemporâneos
Neste capítulo, vamos identificar as principais ações que nós, 
seres humanos, fazemos nas cidades e no meio rural e que se trans-
formam em problemas ambientais. A abordagem mostra a partir de 
quando o modo de vida humano causa impacto ao meio ambiente, 
e as consequências radicais na transformação da paisagem.
O modo de vida nas cidades causa mais impacto ambiental que 
nas zonas rurais? E o uso intensivo de combustíveis fósseis, tão comuns 
nos automóveis nas cidades, e nos tratores no meio rural, o quanto a 
poluição causadas por ele é considerada um impacto ambiental?
Nesse capítulo, ainda, vamos discutir como o uso de asfalto 
ocasiona impactos ambientais tão comuns, que às vezes nem nos 
damos conta de que se trata de um impacto grave causado pelo 
homem. O exemplo primordial é a ocorrência de enchentes em tan-
tas cidades brasileiras.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 8 –
Objetivos de aprendizagem:
 2 Entender a evolução da interação do homem com a natureza;
 2 Compreender o quanto a evolução do modo de vida causa impac-
tos ambientais;
 2 Identificar quais ações antrópicas causam impactos no meio urbano;
 2 Identificar quais ações antrópicas causam impactos no meio rural.
1.1 Evolução da interatividade 
entre homem natureza
Atualmente acredita-se que o planeta Terra tenha por volta de quatro bilhões 
e seiscentos milhões de anos. Grande parte desse período, o planeta não abrigou 
qualquer tipo de vida. Ao longo de toda a história da Terra, muitas mudanças acon-
teceram, desde a mudança de posição das placas tectônicas, que resultou em diver-
sas configurações aos continentes, até a presença de vida de variadas formas, entre 
elas os dinossauros, diversas espécies primitivas de aves, até o surgimento dos seres 
humanos no planeta, ao longo de todas as eras geológicas, apresentado na figura 1.
De acordo com Suguio (2008), os ser humano mais antigo já encontrado, 
na forma de fóssil, data de cerca de sete milhões de anos. O que significa que a 
história do homem representa no mínimo, 0,15% da história do planeta. 
 Você Sabia
Se o tempo de existência do planeta fosse comparado ao tempo de 
um dia (24 h), o homem só apareceria nos últimos minutos antes da 
meia noite!!! Incrível, não?!
Essas relações temporais indicam que a interatividade dos seres humanos 
com a Terra, e, consequentemente, a interação das ações antrópicas com o 
meio ambiente são novas se comparadas com a história geológica. Entretanto, 
as transformações e as mudanças que a natureza sofreu são muito radicais se 
observadas dentro da mesma escala geológica.
Desde a existência dos hominídeos existe a interação do homem com 
o meio. Contudo foi quando apareceram os primeiros cultivos de produtos 
– 9 –
As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
agrícolas, assim como, a criação de animais para alimentação, é que os seres 
humanos começaram a mudar a configuração natural do meio. Isso a aproxi-
madamente 10 mil anos atrás.
Cabe destacar que na Fase inicial, mais primitiva desta relação entre o 
homem e o meio, os impactos eram menores, pois o homem vivia de maneira 
harmônica com o meio, extraindo apenas o que necessitava para sobreviver, 
sem quebrar o equilíbrio ecossistêmico com o ambiente em que viviam. Esta 
fase primitiva perdurou por cerca de 12 mil anos. Nesta etapa a densidade 
populacional era de 0,02 a 0,2 pessoas por quilômetro quadrado (RICK-
LEFS, 2003).
O passo seguinte das mudanças feitas nas paisagens, foi a aparição das 
primeiras aglomerações de humanos, algo como o embrião das nossas cida-
des atuais. Neste momento, houve um salto populacional em que a densidade 
passou de 25 para mil pessoas por quilômetro quadrado, resultando em uma 
quebra da harmonia da relação homem versus natureza (RICKLEFS, 2003).
Na fase inicial da urbanização, a ocupação do espaço natural pelo homem, 
iniciada a cerca de 3 mil a 3,5 mil anos na Mesopotâmia, as populações urba-
nas passaram a depender de recursos e alimentos provenientes de outras regi-
ões, criando o comércio de produtos manufaturados e não manufaturados. 
Nota-se um intenso aumento populacional global gradual durante maisde dez 
mil anos (RICKLEFS, 2003).
Com o passar dos anos, décadas e séculos, as alterações no meio 
ambiente produzidas pelo homem foram aumentando, da mesma forma que 
houve mudanças nos modos de vida que os seres humanos levavam. Estas 
alterações no meio ambiente são fruto da implantação e desenvolvimento de 
sistemas de produção, que, ainda propiciaram aos seres humanos, o aumento 
da capacidade de suporte do ambiente para a sustentação de grandes aglo-
merados urbanos. 
Todas essas mudanças e alterações foram seguidas de impactos no meio 
ambiente em que as respectivas civilizações viviam.
 Você Sabia
As atividades antrópicas têm transformado tanto a dinâmica do planeta 
que alguns cientistas já usam o termo Antropoceno para identificar o 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 10 –
período geológico que remete à existência do homem. Os períodos 
geológicos são definidos por grandes mudanças na dinâmica e na confi-
guração terrestre. Definir um período referente aos impactos antrópicos 
só reforça a intensidade como que o homem interage com o planeta.
Figura 1 – Escala geológica.
Fonte: Shutterstock (2015). 
Na Figura 1, pode-se observar que uma dada área que inicialmente era cheia 
de florestas, com o passar dos tempos uma pequena parte de suas árvores foram 
derrubadas para instalação de uma pequena aldeia.Com o passar do tempo a 
aldeia cresceu e virou uma vila, com casas de barro. Portanto mais árvores foram 
derrubadas para dar mais espaço para a cidade, além de barro e pedras que foram 
utilizados para a construção das casas. Posteriormente essa vila virou uma cidade 
maior, com mais necessidade de espaço e de outros recursos naturais, tais como 
água para o abastecimento, áreas para o plantio de alimento, entre outros. E, o 
que um dia foi uma floresta, foi gradativamente dado lugar a uma cidade.
 Importante
Compreender que a vida naturalmente é uma interação com o meio 
ambiente onde vivemos, e que o estamos transformando o tempo todo. 
É fundamental a percepção do quanto as transformações que fazemos 
estão causando danos ou trazendo benefícios ao meio ambiente. 
– 11 –
As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
1.2 Ações antrópicas no meio urbano
A necessidade de se viver em sociedade fez com que mulheres e 
homens começassem a morar uns muito próximos dos outros, criando as 
aldeias, que tornaram-se vilas até a atual configuração das cidades, como 
conhecemos ou vivemos hoje em dia.
A vida em sociedade garantiu a espécie humana maior segurança, 
frente a ameaças de animais possivelmente predadores dos humanos, e o 
domínio de técnicas de cultivo e de criação de animais possibilitou ali-
mento o ano todo. Com isso, houve aumento no crescimento da popula-
ção e, naturalmente, ocorreu a necessidade de maior ocupação de espaços 
ao redor do planeta.
No século XXI, ao longo do globo terrestre, são comuns, cidades 
imensas e inchadas de população, com milhões de habitantes. São Paulo, 
Nova York, Londres, Xangai, Beijing, Nova Délhi, são alguns exemplos.
Com o passar do tempo e com o aumento populacional do meio 
urbano, as necessidades das metrópoles vão muito além do simplesmente 
ocupar mais espaço para as suas construções e vias. E, com isso os impac-
tos causados pelo inchaço populacional também aumentam de tamanho. 
Com cidades cada vez mais populosas aumenta-se a geração de dejetos e 
lixo, criando a necessidade de tratamento dos resíduos sólidos e de aterros 
sanitários para disposição destes resíduos.
 Importante
Aterros Sanitários configuram-se como técnica de disposição de rejei-
tos sólidos de modo a ocupar pouco espaço e causar o mínimo de 
impacto ambiental possível. São o contrário dos antigos lixões que 
configuravam-se por grandes áreas em que os dejetos eram simples-
mente despejados causando enorme impacto ambiental. 
A grande quantidade de pessoas habitando as cidades, além de impac-
tar pela grande produção de lixo, exige cada vez mais a busca por recursos 
essenciais à vida, tais como a água. 
A água é tão essencial à vida que grande parte das cidades se formou e 
se desenvolveu no entorno de rios ou outras fontes desse recurso. A neces-
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 12 –
sidade de levar água a pontos distantes cresceu junto com o aumento das 
cidades e de suas populações. Assim o diga os romanos e seus aquedutos!
 Você Sabia
Aquedutos são estruturas de pedra constituída por um ou vários arcos 
superpostos e erguidos para dar sustentação a canais usados para con-
dução de água sobre vales ou outras formas de depressão do terreno.
Os aquedutos foram apenas alguns dos primeiros elementos que 
transformaram os cursos hídricos naturais, bem como as barragens e tan-
tos outros mecanismos criados 
para suprir as cidades com água.
Nos dias de hoje, é comum a 
utilização de termos como cana-
lização de cursos hídricos, reti-
ficação de rios, entre outros ter-
mos. Esses se referem a obras de 
engenharia que possibilitam aos 
moradores de cidades ter acesso 
a um bem necessário à vida.
O que ocorre é que muitas 
vezes essas alterações de cursos hídrico naturais causam desequilíbrios nas 
cidades, favorecendo enchentes ou fazendo com que boas fontes de água 
tornem-se rios poluídos e mal cheirosos.
Corpos d’água ou corpos (cursos) hídricos: Refere-se a quantidades 
de água reunidas superficialmente, podendo ser rios, lagos, córregos, 
ou subterraneamente, no formato de aquíferos e lençóis d’água.
 
Os impactos ambientais em meio urbano estão tão presentes em nossas 
vidas que atos simples, como o uso intensivo de detergentes, podem ser con-
siderados agentes causadores de poluição das águas. Isso por que, o esgoto 
gerado nas residências nem sempre é coletado e tratado e muitas vezes estes 
Figura 2 – Aqueduto em Portugal.
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– 13 –
As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
dejetos são lançados em rios, poluindo-os. O caso mais conhecido é o do rio 
Tietê (SP), que na altura da cidade de Pirapora do Bom Jesus (SP) costuma 
formar uma grande quantidade de espuma, resultado dos detergentes que são 
usados nas residências e que não recebem tratamento da rede coletora, este 
caso é recorrente e famoso, sendo amplamente divulgado pela mídia, notícias 
deste evento são facilmente encontradas em pesquisas simples na internet, 
em 2015 o UOL publicou notícia sobre o assunto em seu portal, intitulada 
“Espuma de poluição do rio Tietê invade ruas de Pirapora do Bom Jesus 
(SP)” . Outro exemplo é a poluição causada pelo descarte de óleos vegetais, 
usados na culinária, nas pias das residências. Óleos são poluidores potentes e 
difíceis de serem tratados e configuram como poluentes.
Não é somente sobre rios, córregos e outros corpos hídricos que as 
necessidades das cidades, ou melhor, dos habitantes das cidades, pressionam. 
A utilização de massa asfáltica e, em alguns casos, o concreto para a pavimen-
tação de ruas e avenidas acarretam na impermeabilização do solo. 
Em situação de chuva, a impermeabilização do solo impede a infiltração 
de água no solo e causa o aumento da velocidade do escoamento superficial 
de águas pluviais. Essa água que escoa superficialmente pelo solo, chega rapi-
damente aos corpos hídricos aumentando o seu volume em água. A imper-
meabilização do solo, somada à canalização de corpos hídricos urbanos, favo-
rece ocorrência de enchentes urbanas, comuns nas cidades brasileiras. 
Escoamento superficial: Escoamento de água da chuva 
sobre o solo quando a quantidade de água é maior que a 
capacidade de infiltração do solo. (ORMOND, 2006).
 
Outro ponto importante a ser observado sobre os impactos ao meio 
ambiente é o uso de asfalto como pavimento de ruas, avenidas e estradas. A 
pavimentação asfáltica gera um significativo aumento do aquecimento prove-
niente do solo. Com isso, áreas asfaltadas tendem a apresentar temperaturas 
mais elevadas do que áreas com outros tipos de pavimentação,ou que pos-
suam cobertura vegetal, como grama por exemplo.
O aumento da temperatura nas cidades, além de ser resultante do uso 
de asfaltos, também é provocado pela retirada de árvores e pelo aumento do 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 14 –
número de prédios. Esses fatores, não permitem que o ar quente se dissipe, o 
qual fica concentrado na cidade, criando um clima pontual mais aquecido Na 
climatologia esse fenômeno é denominado ‘ilha de calor’.
As ações antrópicas em meio urbano vão além dos aspectos de constru-
ção da cidade. O uso intensivo de automóveis e o modo de produção em geral 
emitem à atmosfera grande quantidade de gases e materiais particulados que 
ocasionam a poluição do ar.
1.3 Ações antrópicas no meio rural
A sustentação da vida em meio urbano, como explicitado, depende de 
uma série de recursos naturais, não só de água, mas de alimentos. São nessas 
necessidades que se baseiam boa parte das ações antrópicas no meio rural.
O meio rural não se reserva a ter menor quantidade de impactos ambien-
tais causados pela ação antrópica do que o meio urbano. Mesmo porque a 
primeira forma de impacto, ou alteração significativa do meio, fez-se pelos 
primeiros cultivos realizados há cerca de dez mil anos atrás.
As ações antrópicas que causam transformações e impactos ambientais 
no meio rural, ao contrário do que acontece no meio urbano, não se dão em 
função da grande quantidade de pessoas. No meio rural, o modo de produ-
ção, e as relações diretas com o trabalho são as principais causas dos impactos. 
Um dos primeiros impactos no meio rural acontece com a limpeza de terre-
nos para a realização de cultivos agrícolas, florestais e para implantação de pasta-
gens. Outro impacto significativo é o cultivo de uma só espécie em grandes áreas, 
o chamado monocultivo, que por sí só, já causa um desequilíbrio ecológico.
Para minimizar a degradação do ambiente, causada pelas atividades de 
produção agrícola, pecuária e florestal é necessária a adoção de técnicas de 
manejo e conservação do solo e da água. Devem ser preservadas. as matas mais 
próximas aos cursos hídricos, as chamadas ‘matas ciliares’, as quais tem a função 
de proteger nascentes, rios e lagos, semelhante aos cílios que protegem nos-
sos olhos. As matas ciliares protegem as margens da erosão e do ressecamento 
dos barrancos. São fundamentais para a manutenção da vida, pois servem de 
habitat para diversas espécies vegetais e animais. Também possuem a função de 
corredores para a fauna, permitindo que os animais possam deslocar-se de uma 
– 15 –
As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
região para outra. A retirada delas para o cultivo acarreta graves problemas de 
perda de solo e perda da qualidade da água, dados os assoreamentos causados.
 
Assoreamento: acúmulo de sedimentos pelo depósito de 
terra, areia, argila, detritos etc., na calha de um rio, na sua foz, 
em uma baía, um lago etc., consequência direta de enchen-
tes pluviais, frequentemente devido ao mau uso do solo e da 
degradação da bacia hidrográfica, causada por desmatamen-
tos, monoculturas, garimpos predatórios, construções etc.
 
O uso intensivo de água para a irrigação causa impactos no meio rural, 
como a diminuição da disponibilidade de água para outras atividades. O uso 
de equipamentos de irrigação à lavoura, por exemplo os aspersores e pivô 
central, que configuram a pior forma de uso da água no campo.
Há ainda um impacto mais silencioso que ronda os campos de cultivo. 
O uso intensivo de pesticidas e agrotóxicos, que acabam por poluir a água e 
os solos. Por mais que haja controle em seu uso, o monitoramento do meio 
ambiente deve ser feito constantemente para que os níveis de concentração 
desses agentes não exceda os limites, que causam sérios danos à saúde. A 
absorção natural por parte do solo e da água configura-se como poluição.
 Saiba mais
Não deixe de ler Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, escrito em 
1962. Trata-se de um livro que traz um dos primeiros fundamentos 
científicos para as questões relacionadas aos níveis de concentração 
de poluentes oriundos dos processos agrícolas, muitos destacados 
neste capítulo. É uma excelente leitura recomendada para quem 
deseja aprofundar ainda mais seus conhecimentos!
Áreas de pastoreio bovino, além de já terem sido naturalmente impac-
tadas pela perda de vegetação natural (em grande parte dos casos), também 
são suscetíveis à compactação do solo, pelo pisoteio do gado. Essa compac-
tação também interfere na capacidade de infiltração de água pelo solo. Com 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 16 –
isso, há o aumento do volume de 
água no escoamento superficial 
e, esse volume resulta em erosões 
no solo. 
Há ainda estudos que indi-
cam que os gases emitidos pelo 
gado ajudam a aumentar a quan-
tidade de gases responsáveis pelo 
efeito estufa.
 Importante
A suinocultura configura um grande impacto no que tange os deje-
tos dos animais, que são altamente poluidores por serem compos-
tos por grandes concentrações de nitratos, bem como a criação de 
galináceos. O descarte inadequado destes dejetos inadequadamente 
configura-se como alta contaminação dos efluentes líquidos.
Resumindo
O conceito chave deste capítulo é o de que o impacto ambiental está 
intrinsecamente relacionado à vida humana. A própria evolução do homem 
está condicionada ao aumento dos impactos e transformações ambientais.
Os impactos ambientais causados pelo homem, estão presentes tanto 
no contexto de produção rural quanto na complexidade dos grandes cen-
tro urbanos. Ter em mente que muitas vezes estamos causando impacto 
ambiental desapercebidamente é o primeiro passo para identificá-los e 
diminui-los de modo a caminhar para uma vida mais sustentável e menos 
impactante ao meio ambiente. 
Figura 3 – Pivo central fazendo a irrigação 
de lavoura.
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2
Degradação: 
conceito e vetores
Um dos principais conceitos da Disciplina de Impactos Ambien-
tais e Recuperação de Áreas Degradadas será abordado neste capítulo: 
a degradação ambiental. Os desdobramentos referentes aos impactos 
ambientais e a todos os processos de recuperação de áreas impactadas e 
degradadas ambientalmente, também serão apresentados.
A conceituação servirá de base para a identificação dos 
vetores ambientais, os quais serão correlacionados com seus respec-
tivos impactos e degradações.
Estes são conceitos fundamentais ao profissional do meio 
ambiente, que deve deter a capacidade de fácil identificação das 
mais diversas formas de degradação ambiental.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 18 –
Objetivos de aprendizagem: 
 2 Relacionar as formas de degradação ambiental com seus respecti-
vos vetores; 
 2 Conceituar a degradação ambiental;
 2 Conceituar o que são os vetores da degradação ambiental; 
 2 Identificar os vetores de degradação ambiental; 
 2 Identificar as formas de degradação ambiental e seus respectivos vetores.
2.1 Conceito de degradação ambiental
O termo degradação ambiental está bem introduzido no meio acadêmico 
e no profissional, sobretudo pelos esforços de se remediar e recuperar áreas que 
estejam submetidas ou caracterizadas pela degradação de seu ambiente. Assim, 
é essencial compreender a degradação ambiental para identificar suas caracte-
rísticas e propor soluções de remediação ou recuperação.
Degradação ambiental pode ser definida como a perda de recursos natu-
rais, inserindo-se a perda de ambientes físicos e itens ecossistêmicos, bem como 
a perda da biodiversidade. Desta forma, podem ser consideradas como degra-
dação ambiental, a contaminação antrópica, a exploração de recursos naturais 
e alterações climáticas.
Mas nem sempre foi assim. Ao longo da história, a preocupação com a 
degradação ambiental e com a perda da fauna e da flora foi modificando-se. 
As indústrias das primeiras décadas do século XX, que tinham como principal 
combustível o carvão,possuíam pouquíssima ou nenhuma preocupação com os 
poluentes emitidos pelas chaminés de suas fábricas, bem como com os resíduos e 
efluentes que eram lançados nos rios. Como resultado desta atitudes, por exem-
plo, a cidade de Londres deste período se viu imersa em poluição com a ocorrên-
cia de eventos de poluição e degradação, tais como o smog de 1952.
A palavra smog, é resultado da junção de duas palavras em 
inglês: smoke (fumaça) e fog (neblina). Smog refere-se ao acú-
mulo da poluição no ar em grandes cidades, que constitui uma 
grande bruma de fumaça na atmosfera próxima à superfície.
– 19 –
Degradação: conceito e vetores
Deriva majoritariamente da emissão de poluentes de automó-
veis e da atividade industrial, devido à queima de carvão.
 
Com o avançar das décadas do século XX, a preocupação ambiental foi 
aumentando, e as atividades industriais cada vez mais se viram obrigadas a mudar 
antigos hábitos, por atitudes de menor impacto negativo ao meio ambiente. 
Em função do aumento das preocupações da população mundial com as 
questões ambientais, os governos e as corporações foram pressionados a criar 
novas posturas e legislações, que pudessem regulamentar e gerar mudanças 
significativas na preservação e conservação ambientais.
Diferentes conferências e iniciativas internacionais, foram realizadas a 
partir da década de 1970, para auxiliar na divulgação de conceitos importantes 
que permitam um melhor entendimento global sobre as inter-relações entre 
várias áreas do saber e vários atores envolvidos com processos de degradação. 
(OLIVEIRA e SOUTO, 2011). As principais conferências ambientais interna-
cionais foram as de Estocolmo, em 1972, a Eco-92 ou Rio-92; a Rio+10, em 
2002, e a Rio+20, em 2012.
No Brasil, no fim da década de 70, houve um empenho na criação de leis 
sobre as questões ambientais, o que foi sintetizado com a promulgação da Lei 
Federal nº 6938 de 1981, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente. 
Esta lei, estabelece a necessidade da realização do Estudo de Impacto Ambien-
tal (EIA) durante o processo de licenciamento para empreendimentos ou ati-
vidades que efetiva ou potencialmente fossem geradoras de danos significati-
vos ao equilíbrio ambiental, bem como a confecção de Relatórios de Impacto 
Ambiental (Rima). Estes documentos, semelhante aos planos de recuperação 
de áreas degradadas, têm por objetivo prevenir e minimizar o desenvolvimento 
de ações que ocasionem degradação ambiental.
A avaliação de impactos ambientais provenientes da ocupação humana, por 
meio de empreendimentos e atividades não disciplinadas, são regulamentadas por 
resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que estabelecem 
em quais casos é obrigatória a realização de EIA e do respectivo Rima.
Nos tempos atuais, é generalizada a preocupação em relação às atividades 
e a eventuais ações que causem degradação ambiental, com exemplos ampla-
mente divulgados pela mídia e que geraram grande comoção pública.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 20 –
Um exemplo foi o caso do enorme vazamento de petróleo no Golfo 
do México em 2010, que demorou dias para que fosse estancado, causando 
enorme prejuízo nas águas marinhas, na biota e nas praias, e que foi ampla-
mente divulgado e noticiado ao redor do mundo. 
 Saiba mais
O vazamento de petróleo, que ocorreu no Golfo do México, foi 
considerado o pior da história, por que foram derramados cerca de 5 
milhões de barris de petróleo no mar, além de ocasionar a morte de 
sete trabalhadores. Esse volume de vazamento representa, aproxima-
damente, o dobro da produção de petróleo diária do Brasil. Durou 
87 dias, se espalhou por mais de 1.500 km no litoral norte-americano, 
contaminando e matando milhares de animais. 
No Brasil, o maior desastre ambiental aconteceu no distrito de Bento 
Rodrigues, município de Mariana, estado de Minas Gerais. Em novembro de 
2015, duas barragens de rejeito de mineração de ferro, da empresa Samarco, 
romperam, lançando 62 milhões de metros cúbicos de lama sobre o distrito 
e sobre o Rio Doce. O desastre resultou em 10 mortes e 18 desaparecidos. A 
onda de lama devastou também outros sete distritos de Mariana e contaminou 
os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, com prejuízos ao ecossistema 
e morte de peixes. O abastecimento de água foi interrompido em cidades de 
Minas e do Espírito, afetando mais de 800.000 pessoas. A lama percorreu 
850 km e seu destino final foi o Oceano Atlântico, no Espírito Santo (, onde 
o Rio Doce tem sua foz (GONÇALVES; FUSCO; VESPA, 2015).
Os exemplos mais frequentes de degradação ambiental, no Brasil, que rece-
bem destaque na mídia e, também, provocam comoção, são as ações como as 
queimadas ilegais na região Centro–Oeste e o desenfreado desmatamento da flo-
resta Amazônica, na região Norte, e da Mata Atlântica, na região Sudeste, que 
configuram-se como as formas de degradação mais conhecidas e divulgadas.
 Você Sabia
Segundo o site SOS Mata Atlântica, a extensão desta mata já foi de 
1.315.460 km², se estendendo por 17 estados do Brasil (Rio Grande do 
– 21 –
Degradação: conceito e vetores
Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio 
de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Para-
íba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). Atualmente, 
ainda existe cerca de 8,5 % desta mata. Em função da sua localização, 
boa parte dela foi devastada para dar lugar a grandes centros. 
Em nosso país, a degradação ambiental é resultado principalmente das 
atividades antrópicas relacionadas ao crescimento econômico, tais como 
obras de infraestrutura, atividades industriais, urbanas e agrícolas mal plane-
jadas, responsáveis por 10% das áreas degradadas e que estão em processo de 
desertificação e arenização. A intensificação desta prática está combinada ao 
regime climático, à fragilidade dos solos e dos recursos hídricos e, ainda, ao 
aumento significativo do desenvolvimento econômico nas últimas décadas. 
(OLIVEIRA e SOUTO, 2011)
Entretanto, deve-se identificar exatamente o que é a degradação ambiental, 
qual seu conceito, o que configura uma degradação ambiental. Será que apenas 
cortar uma árvore em uma rua pode ser considerado degradação ambiental?
Tanto a legislação ambiental como autores das mais diversas áreas do 
conhecimento conceituam o termo degradação ambiental.
A Política Nacional do Meio Ambiente define degradação ambien-
tal como sendo uma alteração adversa das características do meio ambiente 
(artigo 3°, inciso II).
Para Bitar (1997), a degra-
dação tem sido geralmente asso-
ciada aos efeitos ambientais con-
siderados negativos ou adversos, 
e que decorrem principalmente 
de atividades ou intervenções 
humanas. Raramente, o termo 
se aplica às alterações decorren-
tes de fenômenos ou processos 
naturais. O conceito tem variado 
segundo a atividade em que esses efeitos são gerados, bem como em função do 
campo do conhecimento humano em que são identificados e avaliados.
Figura 1: Estrutura de Diretório.
F
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ch
ut
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, 2
01
5
.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 22 –
Já Sánchez (2006) conceitua degradação como sendo de um objeto ou 
de um sistema, e que é muitas vezes associada a ideia de perda de quali-
dade. Degradação seria, assim, uma deterioração na qualidade ambiental. 
Ormond (2006), por sua vez, define degradação como o processo pelo qual 
uma substância altera suas características e/ou propriedades físicas, químicas 
e biológicas. Enquanto Ribeiro e Manzione (2011) indicam que a degradação 
ambiental configura-se como sendo cada vez mais o frequente e intensamente 
dano ambiental oriundo de processos industriais (Figura 1).
A alteração negativa ou deterioração do meio ambiente referente a uma 
área é a ideia comum, na conceituação de degradação ambiental pelos autores. 
Dessa forma, o elemento central do conceito de degradação ambiental é a per-
cepção, ou seja, a degradação ambiental, basicamenterefere-se a como as pes-
soas ou grupos sociais enxergam a perda ou a deterioração do meio ambiente. 
Pode-se dizer então que o conceito de degradação ambiental evoluiu ao 
longo dos anos, uma vez que houve uma mudança de percepção a respeito 
do que poderia ser considerado degradação no passado. Essa percepção, cer-
tamente seguirá sendo transformada, uma vez que as relações entre homem e 
natureza estão sendo alteradas continuamente.
De modo geral, alguns pontos da degradação ambiental não sofrerão 
grandes alteração, mesmo com a mudança de percepção e de tolerância à 
degradação ambiental. Sánchez (1992) conceitua pontualmente 4 destas 
perspectivas para a compreensão da degradação ambiental:
a) Perda de capital ou patrimônio natural;
b) Perda das funções ambientais;
c) Situações criadas pelo homem que representam risco à saúde ou a 
segurança das demais pessoas; 
d) Alterações paisagísticas.
Compreender o conceito de degradação ambiental, dentro das perspec-
tivas atuais, propicia a identificação das formas como ela ocorre e quais os 
atores envolvidos neste processo. Neste contexto, as principais formas que a 
degradação ambiental têm são:
 2 Erosões e perda de solo;
 2 Assoreamentos;
– 23 –
Degradação: conceito e vetores
 2 Contaminação das águas (superficiais e subterrâneas);
 2 Contaminação do solo;
 2 Poluição do ar;
 2 Desmatamento;
 2 Alteração da paisagem, fruto da ação de mineradoras que em alguns 
casos acabam com morros;
 2 Excesso de barulho por causa de maquinário ou de caminhões;
 2 Extinção de espécies;
 2 Processos de desertificação.
 Você Sabia
Voçorocas e ravinas são formas de erosão do solo. É comum que 
estes tipos de erosão ocorram de forma natural, isso por que voço-
rocas e ravinas nada mais são do que o resultado da ação da água 
sobre o solo. Porém, também podem ocorrem de forma não natural, 
quando a ação do homem resulta em perda da vegetação, que segura 
e protege o solo da ação da água (Figura 2). Sem a vegetação, a água 
fica livre para carrear os sedimentos do solo e erodi-lo. 
2.2 Vetores da degradação ambiental
Para compreender o con-
ceito de vetores da degradação 
ambiental é necessário identifi-
car as características dos atores 
interatuantes (que atuam direta 
ou indiretamente) nos processos 
e atividades que a causam.
A matemática conceitua 
vetor como o segmento de reta 
orientado que tem o mesmo 
módulo, a mesma direção e o 
Figura 2: Erosão decorrente da perda de 
vegetação e ocupação irregular.
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5
.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 24 –
mesmo sentido. Assim, na área ambiental, em linhas gerais, vetores referem-
-se a um condutor, a um portador, ou em alguns casos, a um facilitador de 
algo para alguém/algum lugar. E, para tanto, é necessário que se identifique 
a quem interessa que haja esse condutor, ou seja, para identificar o vetor da 
degradação ambiental é necessário, primeiramente identificar o(s) agente(s) 
envolvidos no processo de degradação.
2.2.1 Agentes envolvidos 
Os agentes envolvidos na degradação ambiental configuram-se basica-
mente como sendo as corporações, indústrias, mineradores e todas as orga-
nizações envolvidas em atividades econômicas, cujo desenvolvimento cause 
algum tipo de impacto ambiental.
Exemplificando, quando uma indústria têxtil decide instalar-se 
próximo a uma área rural produtora de algodão a fabricação de tecidos 
gerará efluentes líquidos poluentes. No caso da indústria não tratar estes 
efluentes antes do lançamento em um corpo hídrico, esta será geradora de 
impactos ambientais, e consequentemente será um agente envolvido na 
degradação ambiental.
Não é somente a empresa ou indústria que executa a atividade gera-
dora de degradação que é considerada como agente envolvido na degrada-
ção. Todos os fornecedores e investidores que participam desta empresa, 
mesmo que indiretamente, contribuem de alguma forma para o processo de 
degradação e também são considerados agentes.
É necessário questionar se empresas que realizam estudos ambien-
tais, a polícia ambiental e outros órgãos fiscalizadores não seriam agentes 
envolvidos neste processo, uma vez que sabemos que o corpo técnico dos 
órgãos ambientais e da polícia ambiental muitas vezes é composto por um 
número reduzido de funcionários o que acarreta em eventuais falhas de 
fiscalização; é sabido também que em alguns casos há omissão do impacto 
por parte dos órgãos fiscalizadores e das empresas que realizam estudos 
ambientais, isso é fruto de propinas e maus funcionários. Porém todos 
relacionam-se diretamente com atividades fiscalizadoras, mitigadoras ou 
que servem para que se evite o dano ambiental e, portanto, não partici-
pam do processo de degradação.
– 25 –
Degradação: conceito e vetores
2.2.2 Vetores da degradação ambiental
De acordo com Ormond 
(2006), vetor é o meio biótico 
ou abiótico que serve de con-
dução de um agente danoso, ou 
não, de um sistema para outro. 
Sendo assim, o con-
ceito de vetor, que interessa 
para a análise da degradação 
ambiental, refere-se direta-
mente às condições (ou atra-
tivos que um dado local ou 
ambiente proporcione), ou ao 
interesse de um agente de uma atividade (seja ela econômica, ou não) que 
degrade o ambiente onde esteja instalada.
A possibilidade que determinados locais oferecem para o desenvolvi-
mento de atividades potencialmente exploratórias são fatores determinantes 
para a instalação destas. Para o caso da indústria petrolífera, locais próximos 
ao mar são preferenciais para instalação de suas atividade (Figura 3)
Entre as atividades potencialmente causadoras de degradação ambien-
tal destacam-se: a mineração, a agropecuária, a especulação imobiliária e 
a atividade industrial de modo geral. São atividades que se encaixam no 
conceito de degradação ambiental, pois modificam negativamente o meio 
em que estão instaladas, com perda de funções ambientais, alterações paisa-
gísticas, bem como proporcionam situações de risco a saúde e a segurança 
de animais e humanos.
Essas atividades necessitam de locais que satisfaçam suas necessidades 
de acesso à matéria-prima, ou às condições para a instalação dos seus meios 
de produção. Assim, as formas como se desenvolvem e se configuram os usos 
e ocupações da terra são essenciais para se identificar potenciais vetores de 
degradação ambiental.
Conceitualmente, os vetores de degradação ambiental configuram-
-se como os processos oriundo de atividades potencialmente causadora de 
danos ambientais.
Figura 3: Indústria petrolífera localizada 
próxima a plataforma de exploração de petróleo
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5
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 26 –
Dessa forma, os vetores de degradação ambiental estão intrinsicamente 
ligados aos seus respectivos agentes, ou seja, o vetor e a degradação só existem 
porque há um agente degradante. Os agentes utilizam os vetores para o desen-
volvimento de suas atividades econômicas, gerando a degradação ambiental.
O Quadro 1 mostra alguns exemplos das inter-relações entre vetores da 
degradação ambiental, seus respectivos agentes e as principais alterações no 
meio, ou seja, a degradação ambiental causada:
Quadro 1 – Relação entre agentes, vetores e suas respectivas degrada- 
ções ambientais.
Agente Vetor
Principais alterações no meio 
– degradação ambiental
Mineradoras Lavras ou minas Alteração na paisagem 
Problemas de contaminação do solo
Rebaixamento de lençol freático
Industrias Planta Fabril / 
Maquinário / Cal-
deiras em geral / 
Emissão de poluentes atmosféricos
Emissão de poluentes em águas 
superficiais e subterrâneas
Contaminação do solo
Poluição sonora
Produtores rurais Pasto e o gado em si Compactação do solo
Emissão de poluentes atmosféricos
Agentes imobiliários Loteamentos e demais 
construções civis.
Alteração da paisagem
Aumento da possibilidade de con-
taminação por esgoto
Aumento da produção de lixo
Postos de gasolina Tanques deestoca-
gem de combustível
Contaminação do solo e do lençol freático
Indústria petrolífera Plataformas 
de petróleo
Contaminação do mar
Perda de biodiversidade marinha
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
– 27 –
Degradação: conceito e vetores
Dessa forma, num exemplo hipotético em um determinado local, observa-
-se uma situação de degradação onde o rio está assoreado e a área de entorno 
encontra-se com sinais de desmatamento. O primeiro passo, é analisar a situa-
ção e identificar o agente causador de cada um destes impactos. Neste exemplo, 
verificou-se que a causa do assoreamento do rio é a perda da sua mata ciliar e 
o excesso de material particulado nas águas é consequência da erosão das mar-
gens, em função da existência de processo de extração de areia. Conclui-se, que 
as lavras de areia onde as dragas estão operando são os vetores da degradação, e 
o agente, neste caso específico, é a empresa que está fazendo a extração.
Lavra de areia: Lavra é um conjunto de operações obje-
tivando a extração de minérios para aproveitamento 
ao natural ou após processos de beneficiamento.
 
Os vetores da degradação ambiental são basicamente a causa direta, ou 
ainda, o condutor do processo de degradação e, os agentes, fazem uso do vetor. 
Resumindo
Os conceitos apresentados neste capítulo, serão fundamentais para com-
preendermos, nos próximos capítulos, quais as consequências da degradação 
ambiental para a qualidade da vida contemporânea, nas atividades indus-
triais, agronômicas e comerciais e para a preservação do planeta para as gera-
ções futuras.
3
Efeitos da degradação 
do meio ambiente
Os efeitos resultantes da degradação ambiental, ao contrá-
rio do que se imagina, na maioria das vezes tem consequências dire-
tas em nossa qualidade de vida. Perda da biodiversidade (na forma 
de fauna e flora), piora significativa da qualidade do ar que respira-
mos, alterações nas temperaturas globais, regionais e locais, polui-
ção de água e perda de solos são alguns dos temas trabalhados neste 
capítulo. Você consegue relacionar algum destes temas a problemas 
em nossa qualidade de vida ou saúde?
A geração de emprego e renda, fruto do desenvolvimento da 
economia, baseada na construção de novas atividade econômicas, 
é fundamental para a sociedade como um todo. Porém, devemos 
nos questionar sobre o custo que estamos dispostos a pagar por esse 
desenvolvimento. Desenvolvimento com o mínimo de impacto 
ambiental é a solução? Conhecer e debater os efeitos da degradação 
ambiental dão um norte para respondermos a esta questão.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 30 –
Objetivos de aprendizagem: 
 2 Compreender os efeitos que as atividades econômicas geram no 
meio ambiente;
 2 Conhecer as principais formas de degradação e seus efeitos no meio 
ambiente; 
 2 Relacionar a degradação ambiental com a piora da qualidade de vida.
3.1 Perda de biodiversidade
O termo biodiversidade refere-se à riqueza, variedade e variabilidade exis-
tentes entre os organismos vivos e às complexidades ecológicas onde ocorrem. 
A biodiversidade varia nas diferentes regiões ecológicas e compreende a 
variabilidade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espé-
cies da flora, fauna e micro-organismos, a variedade das funções ecológicas 
desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas, bem como a variedade de 
comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos.
Diversas esferas da sociedade civil organizada, a comunidade científica 
internacional, os governos nacionais, ambientalistas e profissionais do meio 
ambiente têm divulgado e se preocupado com a perda da biodiversidade, na 
forma de vegetação de forma geral, e, com a vida silvestre no mundo todo, em 
especial nas regiões tropicais. 
A perda da biodiversidade está ligada a impactos em outras esferas, como 
a social e a econômica. 
Soma-se a este impacto a retirada de vegetação seguida pela ocupação de 
áreas que eram biomas. Estas ocupações dão-se de formas, velocidades e inten-
sidades diferentes, como já aconteceu na Mata Atlântica, no cerrado brasileiro 
e na caatinga.
Bioma: do grego bio (vida) oma (grupo, conjunto) é definido como um con-
junto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação 
contíguos e identificáveis em escala regional com condições geoclimáticas similares e 
história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica pró-
pria. Os biomas continentais do brasil são: Bioma Amazônia, Bioma Mata Atlântica, 
Bioma Caatinga, Bioma Cerrado, Bioma Pantanal e Bioma Pampa (IBGE, 2004). 
– 31 –
Efeitos da degradação do meio ambiente
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Amazônia é o maior 
bioma do Brasil: num território de 4,196.943 milhões de km2 (IBGE, 2004), 
crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de toda a madeira tropical 
do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul). 
Desde 1988, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) analisa o des-
matamento na Amazônia Legal por meio de imagens de satélite, no âmbito 
do projeto Prodes, o qual verifica as alterações na cobertura florestal por corte 
raso. A partir de 2004, o Governo Federal instituiu o Plano de Ação para 
Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), 
o qual fomenta políticas públicas para manter a floresta em pé, por meio do 
monitoramento e de ações de fiscalização e controle. Desde 2008, o auge do 
desmatamento foi registrado no ano de 1988, com 29.059 km2.ano-1 desma-
tados, em 2004 no início do PPCDAm o desmatamento registrado foi de 
27.772 km2.ano-1, reduzindo para 5.012 km2.ano-1 em 2014 (MMA, 2015c).
O MMA considera como principais responsáveis pela perda e diminui-
ção da biodiversidade:
 2 a perda e fragmentação dos habitats, fruto do desmatamento;
 2 a introdução de espécies exóticas e doenças; 
 2 a exploração excessiva de espécies de plantas e animais; 
 2 o uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas 
de reflorestamento; 
 2 a contaminação do solo, água e atmosfera por poluentes;
 2 mudanças climáticas.
A biodiversidade está diretamente ligada a todos os outros componentes 
da natureza, como a água, o solo e o ar, portanto sua perda causa impacto 
em todos esses elementos, como será discutido ao longo dos demais tópicos 
deste capítulo.
A perda de vegetação interfere de modo inestimável em questões como 
aquecimento global, efeito estufa, incidência de chuvas e tantos outros temas 
ambientais. A perda de vida selvagem também causa um impacto inestimável.
As principais consequências da perda da biodiversidade, que envolve 
toda a natureza e, portanto, a vida são:
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 32 –
 2 efeitos sobre a água (ex.: como assoreamentos e diminuição de chuvas);
 2 efeitos sobre os solos (ex.: erosões e desertificação);
 2 efeitos sobre o ar (ex.: aceleração dos efeitos do aquecimento glo-
bal, problemas com o efeito estufa);
 2 efeitos sobre a biota (ex.: perda de espécies vegetais e animais).
Esta lista apresenta uma pequena parte da dimensão da importância da 
biodiversidade e o quanto sua perda produz consequências e efeitos negativos.
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) (é um tratado da 
Organização das Nações Unidas - ONU) que tem por objetivo a conservação 
da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a 
repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recur-
sos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e 
a transferência adequada de tecnologias pertinentes, levando em conta todos 
os direitos sobre tais recursos e tecnologias, e mediante financiamento ade-
quado.. Foi estabelecida durante a ECO-92 – a Conferência das Nações Uni-
das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio 
de Janeiro em junho de 1992, sendo atualmente, o principal fórum mundial 
para questões relacionadas ao tema (MMA, 2000;MMA, 2015a).
Nos termos da Convenção sobre Diversidade Biológica (MMA, 2015b), 
a conservação da biodiversidade dá-se de três formas: in situ, ex situ e on farm. 
A conservação in situ é a conservação dos ecossistemas e habitats natu-
rais e a manutenção e reconstituição de populações viáveis de espécies 
nos seus ambientes naturais e, no caso de espécies domesticadas e 
cultivadas, nos ambientes onde desenvolveram seus caracteres distin-
tos. […] 
Conservação on farm pode ser considerada uma estratégia comple-
mentar à in situ, já que esse processo também permite que as espécies 
continuem seu processo evolutivo. É uma das formas de conservação 
genética da agrobiodiversidade, um termo utilizado para se referir à 
diversidade de seres vivos, de ambientes terrestres ou aquáticos, culti-
vados em diferentes estados de domesticação. […]
Conservação ex situ, por sua vez, envolve a manutenção, fora do 
habitat natural, de uma representatividade da biodiversidade, de 
importância científica ou econômico-social, inclusive para o desen-
volvimento de programas de pesquisa, particularmente aqueles rela-
cionados ao melhoramento genético [...]. 
– 33 –
Efeitos da degradação do meio ambiente
3.2 Aquecimento global
Esse fenômeno das mudanças climáticas é resultado ou efeito da ação 
antrópica. Durante décadas foram lançados na atmosfera bilhões de poluen-
tes e gases que aumentam o efeito estufa. Conforme explica Suguio (2008), 
isso teve início cerca de 200 anos atrás, sendo uma das consequências da 
Revolução Industrial, evento que mudou por completo o modo de produção.
 Importante
Efeito estufa é um recurso natural da Terra que apresenta o seguinte 
comportamento: Os raios solares entram na atmosfera terrestres, 
aquecem naturalmente o planeta, e sairiam da atmosfera, completa-
mente, pela reflexão dos mesmos. Porém, a atmosfera é composta 
pode diversos gases, entre estes os chamados gases do efeito estufa. 
A função natural destes gases é fazer com que parte dos raios solares 
não retorne a atmosfera, o resultado disso é que o calor permanece 
na terra por mais tempo. Sem esse efeito natural o planeta congelaria.
Com o aumento da emissão de gases que participam do efeito estufa, 
basicamente há um desequilíbrio de gases na atmosfera. Este desequilíbrio faz 
com que uma menor quantidade de calor, na forma de ondas longas de baixa 
energia, saia da atmosfera terrestre. Consequentemente, esse calor acaba por 
ficar no planeta, o que resulta no aumento das temperaturas em todo o globo, 
com especial aquecimento das águas oceânicas.
Entre os principais gases que atuam no efeito estufa estão o dióxido de 
carbono e o metano, extremamente comuns à queima de combustíveis fósseis, 
tão usados em fábricas e meios de locomoção comuns à vida contemporânea. 
Estes, porém, não são os únicos gases que participam do efeito estufa. 
Outros, como o ozônio, os clorofluorcarbonos, o óxido nitroso e até o vapor 
d’água, fazem parte do efeito estufa, porém de forma menos intensa que o 
carbono e o metano.
Quanto maior for a quantidade desses gases na atmosfera, mais intenso 
será o efeito estufa. O Quadro 1 apresenta o Potencial de Aquecimento Glo-
bal (GWP, Global Warming Potential) dos principais gases de efeito estufa.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 34 –
Quadro 1: Gases de efeito estufa, valor correspondente para o Potencial de 
Aquecimento Global (GWP) e exemplo de fontes de geração
Gás Símbolo GWP Exemplo de fonte de geração
Dióxido de 
carbono
CO2 1
Combustão de combustíveis fósseis, mudan-
ças no uso do solo, produção de cimento
Metano CH4 21
Combustíveis fósseis, campos de 
arroz, lixões, criação de animais
Óxido nitroso N2O 310
Fertilizantes, processos industriais, com-
bustão de combustíveis fosseis
Hidrofluoro-
carbonos
HFC-23 11.700
Líquidos refrigerantes
HFC-125 2.800
HFC-134a 1.300
HFC-143a 3.800
HFC-152a 140
Perfluorcarbonos
CF4 6.500 Líquidos refrigerantes, indústria ele-
trônica indústria de alumínioC2F6 9.200
Hexafluoreto 
de enxofre
SF6 23.900 Isolante nas indústrias eletrônica e de magnésio
Fonte: Elaborada pelo autor, baseado de Brasil, 2014, Fern, 2015.
Segundo SEEG (2015) Em 2014 as emissões totais de gases de efeito 
estufa do Brasil, foram de 1.557.950.795 t de GWP, sendo o setor de ener-
gia o responsável pela maior quantidade de emissões (479.137.832 t de 
GWP), seguido por agropecuária 
(423.197.248 t de GWP), mudança 
de uso da terra (116.266 t de GWP), 
processos Industriais (101.149.185 t 
de GWP) e resíduos (68.350.264 t 
de GWP).
Somado ao efeito estufa, há 
outro fator atmosférico produtor de 
mudanças climáticas. É o conhecido 
“buraco na camada de ozônio”. O 
planeta é recoberto por diversos gases 
que têm funções distintas; um deles 
Figura 2 – Perfil esquemático da ação 
dos raios solares e sua entrada na Terra.
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 2
01
5.
 
– 35 –
Efeitos da degradação do meio ambiente
é o ozônio, que forma uma camada que tem a função de proteger o planeta 
dos raios ultravioleta, mais nocivos à vida. Contudo, o uso de, basicamente, 
clorofluorcarbonos (presentes em diversas atividades econômicas e produtos, 
como os sprays) faz com que a camada de ozônio fique mais rarefeita e perca 
sua função essencial, o que resulta na maior entrada de raios ultravioleta, que 
participam do processo de aquecimento global.
Portanto, entre os responsáveis pelo aquecimento global estão diversas 
atividades econômicas que lançam gases na atmosfera, o modo de vida con-
temporâneo, baseado no uso de automóveis, entre outros. 
A mudança climática gerada pelo aquecimento global, fruto de ativi-
dades poluidoras que emitem gases que aumentam o efeito estufa, dá-se pri-
meiro com o aquecimento das águas oceânicas. As correntes marinhas viajam 
por todos os oceanos e estão ligadas aos caminhos percorridos pelas massas 
de ar. O regime de chuvas depende dessa circulação das massas de ar; se elas 
estiverem alteradas, o regime pluviométrico estará alterado.
Nas últimas décadas, os estudos climáticos vêm apontando que as tem-
peraturas estão em constante aquecimento, por isso a mudança climática 
ficou conhecida como aquecimento global.
Os principais efeitos do aquecimento global são, basicamente:
 2 elevação do nível da água do mar;
 2 alteração química da água dos oceanos;
 2 elevação da temperatura;
 2 alteração no regime de chuvas, provocando cheias e secas extremas.
Newbolt (2009) afirma que mudanças climáticas naturais levariam 
milhares de anos para acontecer – algo próximo a 20 mil anos. Porém, estu-
dos científicos apontam que a mudança climática já está em curso.
 Saiba mais
Sabemos que o mundo está ficando cada vez mais quente. As 
mudanças climáticas são inegáveis, mas é sempre bom ver os dois 
lados da moeda, não é mesmo? O Prof. Molion discorda de que 
haja um aquecimento global causado pelo homem. Assista ao vídeo 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 36 –
dele no programa “Canal Livre”, da TV Bandeirantes (https://www.
youtube.com/watch?v=TQsdKqXbthw). O que você acha?
O aquecimento global é basicamente um fenômeno resultante de alte-
rações climáticas, as quais estão sendo estudadas em todo o mundo. Existe, 
inclusive, um grupo de cientistas do mundo todo que se uniu para estudar a 
fundo esse fenômeno. Esse grupo forma o chamado Painel Intergovernamen-
tal de Mudança Climática (IPCC,sigla em inglês para Intergovernmental Panel 
of Climate Change).
A preocupação com esse tema é grande e diversos encontros intergover-
namentais têm acontecido e pactos e protocolos têm sido assinados em prol 
da segurança climática e da consequente segurança da vida na Terra. Entre 
estes, o mais conhecido é o Protocolo de Kyoto (Japão), que foi ratificado em 
1999 e entrou em vigor em 2005.
Tendo em vista a forma de criar mecanismos que mitiguem ou desa-
celerem o processo de mudança climática foi criado o chamado “crédito de 
carbono”, em que países e grandes indústrias comprometem-se com apre-
servação de vegetação, ajudando a evitar as consequências de uma possí-
vel mudança climática. Na prática, as indústrias continuam poluindo, mas 
pagam para lugares em que há pouco desenvolvimento econômico para que 
preservem suas matas e florestas.
3.3 Falta d’água
Muito se fala da falta de água. Quem nunca ouviu que um dia a água no 
mundo acabará? Mas será possível?
A quantidade de água não muda, ou seja, esta quantidade é a mesma 
desde que o mundo se formou. Isso acontece porque não há perda nem ganho 
de água ao longo do ciclo hidrológico. Sendo assim, dizer que há perda de 
água é conceitualmente errado.
Então, se não há perda de água, por que há falta dela? O que causaria 
tanta preocupação com a perda de água?
– 37 –
Efeitos da degradação do meio ambiente
A distribuição desigual dos volumes de água ao longo do globo terrestre é 
uma primeira explicação para compreender a falta d’água. Do mesmo modo, a 
desigual distribuição das chuvas. Mas, será que apenas a distribuição desigual 
deste recurso é suficiente para tantos problemas e dificuldades de acesso à água? 
Ciclo hidrológico: também conhecido como ciclo da água, é a 
troca que a água faz entre atmosfera e solo. O ciclo é o caminho 
que a água percorre desde o momento em que há a evaporação 
e conseguinte condensação e formação das nuvens, seguida da 
precipitação das chuvas. Depois que a água atinge o solo, ela se 
separa em água que infiltra e chega aos aquíferos e água que escoa 
pelo solo, atingindo os rios e, pelo deflúvio, chegando ao mar. 
 
As dificuldades de acesso à água e sua proteção são os primeiros passos 
para a compreensão da ideia de falta d’água. A falta de proteção dos manan-
ciais e a retirada de mata ciliar impactam diretamente nos rios, resultando em 
assoreamentos e demais erosões, que provocam a diminuição do volume dos 
rios e demais corpos hídricos.
A perda de vegetação, fruto do desmatamento, resulta na alteração do 
regime de chuvas e na sua distribuição, o que também altera o volume de 
água que chega aos rios. 
De mesmo modo, a impermeabilização do solo, que se configura como 
a construção de camadas que impedem que a água se infiltre no solo, como 
o uso de asfalto e cimento. A impermeabilização ocorre em larga escala em 
todas as cidades e faz com que as águas não se infiltrem e escoem para rios, 
que em muitos casos urbanos já estão poluídos.
E não são somente os corpos hídricos superficiais que sofrem com a 
degradação ambiental. As águas subterrâneas sofrem com a superexploração 
de aquíferos, que se configura como a exagerada construção de poços ou o uso 
intensivo de águas subterrâneas, para irrigação, por exemplo, ou para outros 
usos industriais. O efeito direto disso é o rebaixamento dos lençóis freáticos.
A atividade agronômica, também, causa impactos pelo uso de agrotó-
xicos, que são os principais poluentes das águas subterrâneas do meio rural. 
No meio urbanos os principais poluentes de águas subterrâneas são resultan-
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 38 –
tes do gerenciamento incorreto do armazenamento de combustíveis, que por 
vezes vazam para o aquífero de forma silenciosa sem sequer serem detectados. 
Estes contaminantes podem entrar na cadeia alimentar e aumentar sua ação 
impactante pelo processo de bioacumulação. Este processo consiste na absor-
ção e armazenamento de substâncias por um determinado organismo, que as 
transmitem a outros organismos por meio da cadeia alimentar.
Concomitantemente a todos esses impactos, há o mais conhecido: a 
poluição direta dos rios, córregos, igarapés e demais corpos hídricos. A esta 
forma de degradação tão conhecida computam-se as maiores perdas de água 
potável. A poluição destes corpos d’água dá-se de diversas formas, e as con-
sequências também são diversas, podendo estar relacionadas com a perda da 
biodiversidade aquática (morte de peixes e demais organismos vivos do meio 
aquático), mau cheiro, perda de potabilidade, contaminação do solo, além de 
a água tornar-se um vetor de doenças.
Todos esses impactos diretos sobre os recursos hídricos fazem com que 
a água torne-se imprópria para o consumo, o que significa que toda essa 
água impactada deixa de ser potável. A partir do momento em que a água 
deixa de ser potável, é como se estivéssemos perdendo água que poderia ser 
usada para consumo humano, dessedentação animal ou outros fins para 
manutenção da vida.
Os impactos sobre a água, além de causarem a perda de potabilidade e 
a consequente diminuição de volume de recursos hídricos para o abasteci-
mento, podem servir de vetor de doenças. Mas vão muito além disso, pois, 
sendo a água um elemento vital, ela acaba por também ser um elemento de 
suma importância para a atividade econômica. Muitas indústrias são a pró-
pria fonte de poluição, mas compreender que a degradação da água pode ter 
impactos na economia é fundamental.
Grisotto et al. (2015) realizaram um estudo relacionando à oferta hídrica 
com a geração de renda, por meio do PIB. Este estudo é de suma importância 
para os tomadores de decisão e responsáveis pelo planejamento das cidades, 
pois mostra não só o valor da água para a manutenção da vida, mas também 
seu aspecto financeiro e seu impacto na geração de renda. Sendo assim, locais 
que não cuidam, não protegem e não usam seus recursos hídricos de forma 
racional e sustentável perdem em todos os sentidos, não somente em quali-
dade de vida, mas também em dinheiro e renda.
– 39 –
Efeitos da degradação do meio ambiente
3.4 Perda de solo para agricultura
A perda de solo é causada pela erosão, configurada em voçorocas e ravi-
nas, que são processos de erosão, com a consequente perda de solo, pode ser 
dividido em três etapas: desagregação, transporte e depósito.
Na etapa de desagregação, as partículas do solo sofrem desprendi-
mento. Isso ocorre pela falta de vegetação que, por meio de suas raízes, 
auxilia na agregação do solo. Note que a falta da vegetação é um dado 
importante para o início da perda do solo; a vegetação tem um papel fun-
damental na sua manutenção. Se, de um lado, o solo nutre as plantas, de 
outro as raízes servem de sustentação e agregação do solo, bem como sua 
proteção contra a ação da água. A retirada da vegetação, que em si já é uma 
forma de degradação, pode ser considerada o catalisador de outro problema 
ambiental: a perda dos solos.
A etapa seguinte, em que há o transporte, acontece quando a ação da 
água (pela chuva ou por algum corpo hídrico) faz com que as partículas desa-
gregadas do solo sejam transportadas, com isso causando a diminuição da 
espessura do solo. Configura-se como a formação, de fato, das ravinas e voço-
rocas. A chuva é um evento natural, sendo assim, a ação da água sobre o solo 
naturalmente aconteceria, porém se ele estiver exposto, tenderá a sofrer o 
carreamento. Contudo, há que se dizer que em alguns casos a ação da água 
é resultado de uma primeira ação do homem, isso porque a alteração de 
cursos hídricos pode acarretar a formação de erosões ao longo dele. Há casos 
piores em que a drenagem urbana 
de águas pluviais é descartada em 
qualquer lugar, de qualquer jeito, 
gerando as ravinas e as voçorocas.
A última etapa consiste no 
depósito das partículas transpor-
tadas, ou carreadas, que vão se 
acumular no leito de algum outro 
corpo hídrico ou formar algum 
tipo de depósito aluvionar. 
Segundo o relatório de 2011 
da Organização das Nações Uni-
das para Alimentação e Agricultura 
Figura 4 – Erosão no solo, fruto da ação de 
chuvas. Na imagem veem-se inúmeras ravinas de 
pequeno porte.
F
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 2
01
5.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 40 –
(FAO, 2011), 25% dos solos do planeta estão degradados e este desgaste afe-
tará a produção mundial de alimentos. Este mesmo relatório aponta a degrada-
ção e a escassez dos solos como um novo desafio à tarefa de produzir alimentos 
para a população, que deve chegar a 9 bilhões de pessoas no mundo todo em 
2050.As áreas em que há maior possibilidade de perda de solos configuram-se 
nas grandes extensões de terra, sendo as mais sensíveis localizadas ao longo da 
costa oeste das Américas, na região mediterrânea do Sul da Europa e Norte da 
África, em especial para o Sahel (deserto localizado no nordeste do continente 
africano) e em diversas áreas da Ásia. 
Entre as causas da degradação e perda dos solos estão as práticas agrícolas, 
que, muitas vezes sem se preocuparem com o meio ambiente ou por adotarem 
ações não sustentáveis, propiciam a formação e desenvolvimento de diversas 
formas de erosão (pela ação da água e do vento), compactação do solo (por 
meio do uso do solo como pasto para o gado) e poluição do solo e da água 
(pelo uso de agrotóxicos).
 Saiba mais
A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou 2015 como 
o Ano Internacional dos Solos e espera que a iniciativa sirva para 
mobilizar a sociedade e os responsáveis pela tomada de decisões, 
de modo que percebam a profunda importância dos solos como 
parte fundamental do meio ambiente e os perigos que envolvem sua 
degradação em todo o mundo. 
A perda de solos não ocorre somente por erosões hídricas – voçorocas 
e ravinas. A ação eólica (do vento) também causa degradação do solo e sua 
consequente perda. Isso acontece também pela retirada indevida de vegetação, 
mas, neste caso, a ação do vento, comum em áreas mais secas, faz com que haja 
o aumento da desertificação, fruto da deposição acelerada de partículas do solo 
ou por sua retirada pela ação do vento.
De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Deserti-
ficação (UNCCD) MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, anualmente a 
Terra perde aproximadamente 12 milhões de hectares de solo arável, o equiva-
lente a uma área três vezes maior que a Suíça (COELHO, 2013). 
Estes dados de desertificação e demais formas de perda do solo só con-
firmam a necessidade urgente de se implantar na atividade agrícola e agropas-
– 41 –
Efeitos da degradação do meio ambiente
toril formas sustentáveis e protecionistas, que evitem o aumento da perda de 
solo, ou então que seja feita a remediação correta. Ambas as medidas exigem 
a introdução de vegetação nativa e proteção dos recursos hídricos, que estão 
diretamente ligados à segurança do solo.
3.5 Efeitos sobre a saúde
A degradação ambiental pode estar relacionada aos mais diversos elemen-
tos da terra, como a água, o ar, o solo, a vegetação, entre outros.
Cada um destes elementos está intrinsecamente ligado à nossa vida, não 
concorda? Imaginar-se sem água é impossível; e sem ar, então? E o que dizer da 
vegetação que nos permite temperaturas mais amenas e nos serve de alimento? 
E o solo? Portanto, cada um destes elementos está ligado à vida e sua degrada-
ção muitas vezes causa complicações à saúde.
3.5.1 A água como vetor de doenças
A poluição dos rios e a água contaminada são temas já amplamente discu-
tidos por quem trabalha com o meio ambiente; mas de que modo sua degra-
dação afeta a saúde?
A água é essencial a todo e qualquer tipo de vida, inclusive às bactérias e 
demais micro-organismos que causam doenças. Quando ingerimos água não 
potável ou contaminada ou entramos em contato com ela por meio da pele, 
estas bactérias e demais micro-organismos têm acesso ao nosso corpo, o que 
pode produzir algum tipo de doença ou contaminação. A água, neste caso, 
serve de vetor para estas doenças, sobretudo para a procriação de insetos, prin-
cipais vetores de doenças, como por exemplo, o Aedes aegypti, mosquito trans-
missor de doenças como a dengue e o chamado zica vírus, que necessita da 
água para que seus ovos eclodam.
3.5.2 Os poluentes atmosféricos e os danos à respiração
Viver em meio urbano é estar em constante contato com poluentes 
atmosféricos e partículas nocivas provenientes dos aerossóis, carros, ôni-
bus, caminhões e poeira, esta composta por um particulado fino, comum 
nas cidades. Grande parte deste material é inalado durante a respiração. É 
por isso que em períodos secos do ano, quando há pouca incidência de chuva 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 42 –
e o consequente aumento da quantidade destes materiais no ar, aumenta o 
número de casos de problemas respiratórios, tais como asma, bronquite, rinite 
e outras “ites”, como costumamos brincar, não é mesmo?
Os efeitos nocivos da poluição atmosférica sobre a saúde são tão sérios 
que dados da Organização Mundial da Saúde estimam que em 2012 uma em 
cada oito mortes no mundo foi causada por problemas de exposição à poluição 
do ar (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014).
3.5.3 Plantações e o uso de agrotóxicos
Segundo a Agência Embrapa de Informação Tecnológica (SPADOTTO; 
GOMES, s.d.), anualmente se usam cerca de 2,5 milhões de toneladas de agro-
tóxicos no mundo todo. Só no Brasil essa quantidade chega a ultrapassar 300 mil 
toneladas, o que significa um aumento de 700% no uso de agrotóxicos nas últimas 
quatro décadas. Neste mesmo período, o setor agrícola cresceu apenas 78%.
Segundo estudo do IBGE, divulgado em 2015, os agrotóxicos são persis-
tentes e tóxicos no solo, na água e no ar, possuindo tendência a acumular-se 
no meio ambiente (sobretudo no solo e na biota). Seus resíduos podem chegar 
aos corpos hídricos superficiais e subterrâneos por escoamento e lixiviação, 
respectivamente.
Os agrotóxicos estão ligados a diversos casos de câncer, depressão, problemas 
respiratórios (dos trabalhadores que lidam com estes produtos) e outras complica-
ções de saúde que não foram completamente confirmadas cientificamente. 
Há muito que se estudar e compreender sobre os efeitos dos agrotóxicos 
na saúde humana e, concomitantemente a essa necessidade, o uso destes pro-
dutos aumenta vertiginosa e perigosamente.
Resumindo
Neste capítulo pudemos ver como o meio ambiente é todo interligado, 
a degradação de um dado local gera impactos em inúmeras outras coisas. A 
perda da vegetação acarreta problemas à água, ao solo e à temperatura, por 
exemplo. Pudemos ver também que a degradação ambiental tem sempre uma 
consequência direta com a geração de renda e emprego, mostrando que os 
impactos ambientais não estão ligados somente a aspectos da natureza, mas 
também a aspectos sociais e econômicos.
4
Impacto ambiental
Neste capítulo será apresentado o conceito de impacto 
ambiental e suas principais formas: a poluição, os impactos sobre o 
solo, os assoreamentos, o desmatamento e a desertificação. Devido à 
sua importância, estes conceitos são tratados na legislação brasileira 
em diversas leis.
Os impactos ambientais são necessariamente ruins ao meio 
ambiente? É possível haver impactos positivos?
Existem formas de impacto, como a contaminação e poluição 
que muitas vezes podem ter uma solução simples, mas, quando não 
são, é necessário que os, profissionais, que atuam na área ambiental, 
proponham ações para minimizar as consequências destes impactos. 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 44 –
Objetivos de aprendizagem 
Ao final da aula o aluno será capaz de:
 2 Conceituar impacto ambiental;
 2 Identificar as principais formas de impacto ambiental.
4.1 Conceito de impacto ambiental
Para melhor entendimento do presente capítulo, primeiramente, faz-se 
necessário diferenciar degradação e impacto ambiental.
De acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981), 
degradação da qualidade ambiental é uma alteração adversa das características 
do meio ambiente.
Impacto ambiental é definido pela Resolução Conama 001/86 (BRA-
SIL,1986) como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e bio-
lógicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas. Nota-se que os conceitos são muito próxi-
mos e podem portanto, em alguns momentos, ser confundidos. 
A principal diferença é que o impacto ambiental é algo pontual, de fato 
um impacto, com forma física, ou características químicas e biológicas bem 
definidas. Já a degradação ambiental refere-se a um conceitomais amplo, que 
pode englobar mais de uma destas características.
As alterações ocasionadas por impacto ambiental, são quantificáveis 
apresentando variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes 
ou pequenas. A degradação ambiental pode ser entendida como consequên-
cia de um ou mais impactos ambientais. Para quem atua na área ambiental, 
também é importante diferenciar os conceitos de poluição e contaminação. A 
Política Nacional de Meio Ambiente (BRASIL, 1986) define poluição como 
a degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que direta 
ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
– 45 –
Impacto ambiental
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambien-
tais estabelecidos;
No entanto, algumas vezes, a palavra contaminação é utilizada equivo-
cadamente no sentido de poluição. 
A contaminação é a introdução, num ambiente, de seres patogênicos, 
que provocam doenças, ou de substâncias, em concentração que possam tra-
zer problemas de saúde aos seres humanos. No entanto, se esta introdução 
não ocasionar alterações nas relações ecológicas existentes no ambiente, a 
contaminação não é uma forma de poluição.
Esta diferenciação é fundamental no caso do ambiente ser a água. Por 
exemplo o lançamento de um efluente de indústria alimentícia em rio provoca 
a poluição, devido à diminuição do oxigênio para degradação da matéria orgâ-
nica, provocando a morte de peixes e poluindo a água. No entanto, essa água não 
está contaminada, pois o efluente não contém nenhum organismo patogênico 
ou substância nociva ao homem. Assim, toda água contaminada está poluída, 
mas nem todo água poluída pode estar contaminada. Esta diferenciação não 
se torna tão importante quando se refere a poluição atmosférica, visto que esta 
afeta a saúde humana, e portanto também é uma contaminação.
Efluente: é o termo usado para caracterizar os 
despejos líquidos provenientes de diversas ati-
vidades ou processos (BRASIL, 2011).
 
Efluentes podem ser oriundos de atividades domésticas (esgoto domés-
tico), industriais e comerciais. Os efluentes na maioria dos casos são o princi-
pal foco de degradação e impacto ambiental causado por uma empresa, sendo 
assim mitigar, ou tratar os efluentes antes de seu lançamento seria impedir a 
ocorrência da fonte de impacto ambiental.
A poluição pode impactar no ar, na água (superficial e subterrânea) 
e no solo. Neste capítulo trataremos dos impactos ambientais na água e 
no solo. A poluição atmosférica, causadora do efeito estufa e das conse-
quentes alterações climáticas, fruto do uso de combustíveis fósseis em 
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 46 –
automóveis, fábricas, usinas termoelétricas, entre outros poluentes, não 
será tema deste capítulo.
4.2 Impactos ambientais nas águas 
A água é um bem vital, contudo é a porção do meio ambiente que mais 
recebe impactos, sobretudo por duas formas. A poluição e a contaminação de 
corpos hídricos, e a super exploração deste recurso, seja para abastecimento 
urbano ou seja para uso industrial.
4.2.1 Disponibilidade de águas superficiais e subterrâneas
A disponibilidade hídrica quantitativa é uma das principais preocupa-
ções em relação aos impactos ambientais causados na água. 
As primeiras civilizações acreditavam que os recursos hídricos eram ines-
gotáveis e não preocupando-se com seu uso. Com o decorrer do tempo, o 
aumento da população e o uso da água para diferentes finalidade, levaram 
a situações de falta e poluição deste recurso. O uso da água para o consumo 
humano, para irrigação, para processos industriais e para outros fins de forma 
desordenada, pode gerar conflitos.
Dessa forma, leis foram criadas visando uma gestão adequada que per-
mita o uso sustentável dos recursos hídricos. No Brasil, foi criada a Agên-
cia Nacional de Águas (ANA), pela Lei 9.984/2000 (Brasil, 2000), com o 
objetivo de implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, que entre 
outras atribuições, deve promover a ações visando, não somente o controle da 
poluição hídrica, mas também, à regularização de cursos d’água, de alocação 
e distribuição de água.
Os resultados de um estudo realizado pela ANA (Brasil, 2005) mos-
tram que o Brasil é rico em termos de disponibilidade hídrica, mas apre-
senta uma grande variação espacial e temporal das vazões. A demanda de 
água (vazão de retirada) no país é de 1.592 m3/s, sendo que cerca de 53% 
deste total (841 m3/s) são consumidos, não retornando às bacias hidrográ-
ficas. A Figura 1 apresenta a distribuição quanto a demanda de água de 
diferentes setores no Brasil, sendo que a irrigação é responsável por quase 
70% da água consumida no país.
– 47 –
Impacto ambiental
Figura 1 – Distribuição da demanda de água entre diferente setores no Brasil.
Irrigação
Consumo animal
Abastecimento urbano
Abastecimento rural
Industria
17%
27%
13%
3%
40%
Fonte: ANA, 2015.
As bacias localizadas em áreas que apresentam uma combinação de baixa 
disponibilidade e grande utilização dos recursos hídricos passam por situações 
de escassez e estresse hídrico. Estas bacias, precisam de intensas atividades de 
planejamento e gestão dos recursos hídricos (Brasil, 2005).
As Nações Unidas consideram a disponibilidade de água de 1000 m3/
hab. ano como uma quantidade razoável. Assim o Brasil é considerado rico 
em termos de vazão média por habitante, com cerca de 33 mil m3/hab/ano, 
mas apresenta uma grande variação espacial e temporal das vazões. Em algu-
mas bacias hidrográficas do nordeste brasileiro, são registrados valores meno-
res que 500 m3/hab.ano, sendo que no semiárido, a água é um fator crítico 
para as populações locais. Nestes locais, os açudes para o armazenamento 
de água e regularização das vazões dos rios intermitentes são fundamentais 
para garantir este recurso para o abastecimento humano, dessedentação de 
animais, irrigação e demais usos (Brasil, 2005). 
Valores abaixo de 500 m3/hab.ano também são observados na bacia do 
Alto Tietê e dos rios que deságuam na região da Baía de Guanabara, devido 
à relação entre a elevada densidade populacional e baixa disponibilidade 
hídrica. Um fator agravante nessas bacias, está relacionado ao comprometi-
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 48 –
mento da qualidade das águas, que ocasiona o aumento nos custos de trata-
mento e restringe os usos da água (Brasil, 2005). 
Assim como acontece com as águas superficiais, as subterrâneas também 
são regidas por lei (Brasil, 1997) e discutidas em conjunto com a Resolução 
Conama 396 (Brasil, 2008). 
De acordo com informações da Agência Nacional de Águas (SETTI et 
al, 2000), o uso indiscriminado de águas subterrâneas pode comprometer as 
necessidades desse recurso por gerações futuras em curto espaço de tempo, 
cerca de alguns anos 
 Você sabia
Na Cidade do México, capital do país, rachaduras gigantes no solo 
ameaçam comunidades inteiras. O problema se deve ao excesso de 
extração de água do lençol freático, na capital e nos arredores, onde 
o solo não é estável. Há risco de afundamento em oito delegações 
da cidade, onde vive mais de um milhão de pessoas. Em 2009, foi 
encontrada em Vilas de San Martín uma rachadura de quase um 
quilômetro de extensão e seis metros de largura (Nájar, 2009).
Lençol freático é um reservatório de água subterrânea formado pela 
infiltração da água da chuva no solo, que ocupa seus poros e fendas 
de rochas, nos chamados locais de recarga. A água infiltra até atingir 
uma camada de material impermeável, formando o lençol.
 
4.2.2 Poluição ambiental das águas 
superficiais e subterrâneas
A forma mais complexa e conhecida de impacto ambiental é a poluição, 
que, consequentemente, pode causar contaminações.
Corpos d’água ou corpos hídricos:: Refere-se a quantidades de 
água

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