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CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS Universidade Estadual do Amazonas Escola Superior de Tecnologia Curso: Engenharia Naval Disciplina: ciência e engenharia dos materiais Cod: ESTENV002 Turma: ENV03_T01 Aluno: Brendo Xavier lima Matrícula: 1915200005 Resumo: PTM3110_TOPICO_05_2018 Diagramas de fase Os diagramas de fases (também chamados de diagrama de equilíbrio) relacionam temperatura, composição química e quantidade das fases em equilíbrio. Um diagrama de fases é um “mapa” que mostra quais fases são as mais estáveis nas diferentes composições, temperaturas e pressões. A microestrutura dos materiais pode ser relacionada diretamente com o diagrama de fases. Existe uma relação direta entre as propriedades dos materiais e as suas microestruturas. Limite de solubilidade Para muitos sistemas e para uma determinada temperatura, existe uma concentração máxima de átomos de soluto que pode ser dissolvida no solvente formando uma solução sólida. Essa concentração máxima é chamada limite de solubilidade. Sistemas binários isomorfos Num sistema binário isomorfo, os dois componentes são completamente solúveis um no outro. A leitura de diagramas isomorfos é feita primeiramente definindo o par composição-temperatura desejado. Esse par define um ponto no diagrama. Se o ponto desejado estiver num campo onde somente existe uma fase, a composição já está definida, e a fase é a indicada no campo do diagrama. Se o ponto estiver numa região onde existem duas fases em equilíbrio, a determinação da composição das fases presentes é possível traçando-se um segmento de reta horizontal que passa pelo ponto e atinge as duas linhas que delimitam o campo de duas fases (linhas liquidus e solidus). As composições das fases líquida e sólida são dadas pelas intersecções deste segmento de reta e as respectivas linhas de contorno. Regra da Alavanca É usada para se determinar as proporções das fases em equilíbrio em um campo de duas fases. Sistemas fora do equilíbrio Considerações termodinâmicas e diagramas como o do sistema água-açúcar dão informações a respeito das condições de equilíbrio dos sistemas em suas diversas condições, mas não informam nada a respeito do tempo necessário para que as condições de equilíbrio sejam atingidas. É muito comum que em sistemas sólidos o tempo para que o equilíbrio seja atingido seja muito longo. Um sistema pode permanecer longo tempo em condições fora do equilíbrio. Um sistema nessas condições é chamado de metaestável. Regra das Fases P + F = C + N P = número de fases presentes C = número de componentes do sistema N = número de variáveis além da composição – p.ex., temperatura, pressão F = número de graus de liberdade – número de variáveis que pode ser alterado de forma independente sem alterar o número de fases existente no sistema A regra das fases representa um critério para o número de fases que coexistirão num sistema no equilíbrio. A regra das fases não representa um critério para quantidade relativa das fases que coexistem num sistema no equilíbrio. Sistemas Binários – Três fases em equilíbrio Em um sistema binário, quando 3 fases estão em equilíbrio o número de graus de liberdade F é zero. Assim, o equilíbrio é invariante, ou seja, o equilíbrio entre 3 fases ocorre em uma determinada temperatura e as composições das 3 fases são fixas. Sistemas Binários: Eutético Eutético: ponto onde o equilíbrio é invariante, portanto, o equilíbrio entre três fases ocorre a uma determinada temperatura e as composições das três fases são fixas. Transformações de fase As transformações de fase nos materiais geralmente resultam em mudanças microestrutrurais. A maioria das transformações de fase não ocorrem imediatamente, pois existem problemas de transporte de massa a serem superados. Daí decorre que a maioria das transformações de fase são dependentes do tempo. Por exemplo quando há formação de uma nova fase, os átomos do reticulado devem se rearranjar, havendo criação de uma interface que separa a nova fase da fase matriz. Além disso os átomos têm que se movimentar (difusão) para formar o núcleo cristalino. Cinética A formação de uma nova fase ou de um novo arranjo ordenado de átomos ocorre por nucleação e crescimento. O tempo necessário para nuclear e crescer um novo arranjo no interior do material pode ser medido e avaliado através do estudo da cinética da transformação Em reações no estado sólido a quantidade de fase transformada varia de acordo com um comportamento sigmoidal (S -shaped curve). A fração transformada (y) em uma reação isotérmica, varia exponencialmente com o tempo transcorrido, t, conforme uma expressão denominada equação de Avrami: y = 1 – exp (-kt^n) onde k e n são constantes independentes do tempo, porém características do tipo de transformação. Cinética da reação eutetóide em aços fora do equilíbrio Diagrama de transformação isotérmica TTT (Tempo Transformação Temperatura) para a reação eutetóide em aços. Têmpera dos Aços (fases de não-equilíbrio) O tratamento de têmpera do aço é descrito na Odisseia, obra de Homero escrita supostamente entre os séculos XII e VIII a.C. A têmpera consiste em resfriamento brusco (em água ou óleo) do aço a partir do campo austenítico. Forma-se uma fase acicular de não-equilíbrio denominada martensita. A transformação martensítica ocorre quando a velocidade de resfriamento é rápida o suficiente para impedir a difusão do carbono. A martensita é uma fase dura e frágil. •Sua dureza aumenta com o teor de carbono do aço. Endurecimento por Precipitação (fora do equilíbrio) A principal condição para que uma liga possa ser envelhecida é que a solubilidade diminua com o decréscimo da temperatura, de forma que uma solução sólida supersaturada possa ser obtida (não há tempo suficiente para precipitar a fase beta. No tratamento de precipitação, após solubilização, ocorre a formação de precipitados metaestáveis muito finos que endurecem o material. Questões: PTM3110_TOPICO_05_2018 3. Considere o diagrama de fases do sistema chumbo-estanho (determinado a pressão constante) reproduzido em seguida. Analise as afirmativas e as designe com falso (F) ou verdadeiro (V). a) O ponto A representa o ponto de fusão do Sn. (F) b) O ponto B está no campo α, que corresponde à solução sólida de estanho no chumbo. (V) c) O ponto C está localizado no campo α + L, onde a fase sólida α coexiste com a fase líquida. (V) d) O ponto D representa o ponto eutético. ( V) e) O ponto D pertence ao patamar eutético onde coexistem em equilíbrio três fases, duas sólidas, a α e a β, e uma líquida. (V) f) A solubilidade máxima do estanho no chumbo no estado sólido é 2,2% em peso. (F) g) A solubilidade máxima do chumbo no estanho no estado sólido é 18,3% em peso. (F) h) A fração mássica de fase alfa (α) em uma liga contendo 40% em peso de Sn em equilíbrio a 150 oC é 0,66. (V) i) A fração volumétrica de fase alfa (α) em uma liga contendo 40% de Sn em equilíbrio a 150 oC é 0,66.(F) j) Uma liga contendo 18% em peso de Sn em equilíbrio a 150 oC apresenta duas fases. (V) k) Uma liga contendo 61,9% em peso de Pb apresenta a 150 oC uma microestrutura completamente eutética. (F) l) Em equilíbrio a 150 oC, a fase alfa (α) de uma liga contendo 20% em peso de Sn tem a mesma composição química da fase alfa (α) de uma liga contendo 80% em peso de Sn. (V) m) Uma liga equiatômica de Pb-Sn está totalmente líquida a 225 oC. (F) n) Não é possível determinar o volume relativo das fases, com auxílio apenas do diagrama de fases. (V) 8. Considere um aço de composição eutetóide, que foi resfriado de 780 oC até 675 oC em menos de meio segundo, sendo em seguida mantido nessa temperatura. É dado abaixo o diagrama T T T para o aço. a) Qual é a fase estável a 780 oC? (casonecessite, consulte o diagrama de fases Fe-C do Exercício 5). Resposta: A fase estável a 780ºC é a austenita. b) Qual o tempo estimado para que 50% da fase estável a 780 oC se transforme em perlita após o resfriamento? Resposta: O tempo estimado para que 50% da austenita se transforme em perlita após o resfriamento rápida a 675º C pode ser obtido utilizando o diagrama T T T. A leitura do diagrama embora simples, não é muito precisa, devido ao fato da escala de tempo ser logarítmica e não apresentar valores intermediários. O tempo estimado é inferior a 100 s (~ 80 s). c) Qual o tempo estimado para que 100% da fase estável a 780º C se transforme em perlita após o resfriamento? Resposta: O tempo estimado para que 100% da austenita se transforme em perlita após o resfriamento rápida a 675ºC também pode ser obtido utilizando o diagrama T T T. Esse tempo seria superior a 100 segundos, provavelmente 200 – 300 segundos. d) Se o resfriamento fosse feito até 550 oC, os tempos estimados para 50% e 100% da transformação em perlita seriam maiores ou menores do que os obtidos nos itens (b) e (c)? Resposta: Os tempos para a transformação de 50% e 100% da austenita em perlita após o resfriamento rápido a 550ºC seriam inferiores àqueles após resfriamento até 675ºC. Resumo: PTM3110_TOPICO_06_2018 Comportamento Mecânico dos Materiais Conceitos de Tensão e de Deformação Tensões: tração, compressão, cisalhamento e torção. Deformações: elásticas e plásticas. Tração Simples Tração Simples: Tensão perpendicular à superfície Na deformação por tração, normalmente ocorre: Alongamento ao longo do eixo de aplicação da forçar; Contração ao longo dos dois outros eixos. Cisalhamento Simples Cisalhamento Simples: Tensão paralela às superfícies Curva tensão-deformação Para a maioria dos materiais metálicos, as deformações puramente elásticas ocorrem até deformações de ~0,5%. Quando as deformações ultrapassam esse limite, a relação entre a tensão e a deformação deixa de ser linear (lei de Hook), produzindo-se deformação permanente (não recuperável), chamada deformação plástica. Materiais dúcteis e frágeis Ductilidade e fragilidade: A tendência de um material a deformar-se significativamente antes de se romper é uma medida de sua ductilidade. A ausência de deformação significativa antes da ruptura é chamada de fragilidade. Em geral, materiais com mais de 5% de alongamento após a região elástica e antes da ruptura são considerados dúcteis. Sendo este valor menor que 5% o material pode ser considerado frágil Os mesmos materiais podem apresentar comportamento frágil ou dúctil dependendo de como são fabricados, trabalhados ou tratados termicamente. Essas propriedades são definidas pelo tipo de fratura e podem ser decisivas na escolha do material, por exemplo, em fuselagem de avião é sempre desejável utilizar um material dúctil e não um frágil. Curvas de tração de materiais poliméricos parcialmente cristalinos O limite de escoamento superior corresponde ao início da formação de pescoço (estricção). A tensão cai até o limite inferior de escoamento devido à diminuição da seção resistente. Na região do pescoço, as cadeias moleculares se orientam, o que leva a um aumento localizado de resistência. Em consequência, a deformação plástica prossegue em uma região vizinha à do pescoço (de menor resistência), resultando em um aumento do comprimento do pescoço. A tensão de escoamento aumenta devido ao aumento da resistência do polímero (alinhamento de cadeias). Nos metais, a deformação plástica se concentra no pescoço logo após a sua formação, levando rapidamente à ruptura Dureza Dureza: resistência de um material à deformação (plástica e elástica) localizada. O ensaio consiste na aplicação de uma carga conhecida através de um penetrador de geometria conhecida e na medição da área da impressão produzida na superfície do corpo de prova. Ensaio de grande importância tecnológica (controle de qualidade) ¸ Dureza, ao contrário do limite de escoamento e da tenacidade à fratura, não é um parâmetro característico do material (depende da máquina, da carga, do tipo de penetrador, etc.) Comportamento Mecânico dos Materiais Conceitos de Tensão e de Deformação Tensões: tração, compressão, cisalhamento e torção. Deformações: elásticas e plásticas. Tração Simples Tração Simples: Tensão perpendicular à superfície Na deformação por tração, normalmente ocorre: Alongamento ao longo do eixo de aplicação da forçar; Contração ao longo dos dois outros eixos. Cisalhamento Simples Cisalhamento Simples: Tensão paralela às superfícies Curva tensão-deformação Para a maioria dos materiais metálicos, as deformações puramente elásticas ocorrem até deformações de ~0,5%. Quando as deformações ultrapassam esse limite, a relação entre a tensão e a deformação deixa de ser linear (lei de Hook), produzindo-se deformação permanente (não recuperável), chamada deformação plástica. Materiais dúcteis e frágeis Ductilidade e fragilidade: A tendência de um material a deformar-se significativamente antes de se romper é uma medida de sua ductilidade. A ausência de deformação significativa antes da ruptura é chamada de fragilidade. Em geral, materiais com mais de 5% de alongamento após a região elástica e antes da ruptura são considerados dúcteis. Sendo este valor menor que 5% o material pode ser considerado frágil Os mesmos materiais podem apresentar comportamento frágil ou dúctil dependendo de como são fabricados, trabalhados ou tratados termicamente. Essas propriedades são definidas pelo tipo de fratura e podem ser decisivas na escolha do material, por exemplo, em fuselagem de avião é sempre desejável utilizar um material dúctil e não um frágil. Curvas de tração de materiais poliméricos parcialmente cristalinos O limite de escoamento superior corresponde ao início da formação de pescoço (estricção). A tensão cai até o limite inferior de escoamento devido à diminuição da seção resistente. Na região do pescoço, as cadeias moleculares se orientam, o que leva a um aumento localizado de resistência. Em consequência, a deformação plástica prossegue em uma região vizinha à do pescoço (de menor resistência), resultando em um aumento do comprimento do pescoço. A tensão de escoamento aumenta devido ao aumento da resistência do polímero (alinhamento de cadeias). Nos metais, a deformação plástica se concentra no pescoço logo após a sua formação, levando rapidamente à ruptura Dureza Dureza: resistência de um material à deformação (plástica e elástica) localizada. O ensaio consiste na aplicação de uma carga conhecida através de um penetrador de geometria conhecida e na medição da área da impressão produzida na superfície do corpo de prova. Ensaio de grande importância tecnológica (controle de qualidade) ¸ Dureza, ao contrário do limite de escoamento e da tenacidade à fratura, não é um parâmetro característico do material (depende da máquina, da carga, do tipo de penetrador, etc.) Questões: PTM3110_TOPICO_06_2018 1. Considere as curvas tensão de engenharia versus deformação de engenharia para os três materiais (A, B e C). O pequeno segmento de reta desenhado em cada curva representa seu ponto de máximo. Responda as afirmativas com falso (F) ou verdadeiro (V). a) Os três materiais têm módulos de elasticidade idênticos. (V) b) Os três materiais apresentam módulos de resiliência idênticos. (F) c) O material C apresenta maior limite de escoamento do que A ou B. (V) d) O material C apresenta maior limite de resistência do que A ou B. (V) e) O material A apresenta maior alongamento uniforme do que B. (F) f) O material A apresenta maior alongamento total (ductilidade) do que B. (V) g) O material B tem provavelmente maior tenacidade do que C. (V)h) O material B apresenta maior expoente de encruamento do que A. (V) i) O material C é provavelmente mais duro do que A. (V) j) Os três materiais (A, B e C) são provavelmente materiais cerâmicos. (F) 2. Para alguns metais e ligas, a região da curva tensão versus deformação (reais ou verdadeiras) desde o início da deformação plástica até o ponto onde tem início a estricção (pescoço) pode ser descrita pela relação σR = K (εR)^n , onde K e n são constantes. Calcule o expoente ou coeficiente de encruamento (n) para uma liga cuja tensão verdadeira de 415 MPa produz uma deformação de engenharia de 0,20. Suponha um valor de 935 MPa para K. Lembre-se que a deformação de engenharia (ε) e a deformação verdadeira (εR) estão relacionadas pela expressão: εR = ln(1+ε). Resposta:
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