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INQUÉRITO POLICIAL - RELATÓRIO POLICIAL E DESTINATÁRIO

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INQUÉRITO POLICIAL 
RELATÓRIO DA AUTORIDADE POLICIAL 
Segundo o que se estabelece no Código de Processo Penal em seu art. 10, § 1º - “A autoridade fará 
minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.” 
 
Mas o que seria esse relatório? Trata-se de uma peça elaborada pelo delegado de polícia de conteúdo 
descritivo dos fatos, fazendo um esboço das principais diligências estabelecidas na fase de investigação, 
sendo que nesse mesmo texto a Autoridade Policial justificará as razões pelas quais não tenha realizado as 
demais diligências que faltaram. Renato Brasileiro (Manual de processo penal: volume único; 2020) trás 
em sua obra o seguinte exemplo “a juntada de um laudo pericial, que ainda não foi concluído pela Polícia 
Científica”. 
1. A elaboração desse relatório é um dever da autoridade policial; 
2. Não é uma peça obrigatória para o oferecimento da denúncia; 
3. Caso seja demonstrada a negligência do delegado de polícia no cumprimento de seu ofício, deve 
ser de pronto comunicada à corregedoria para que haja as devidas sanções disciplinares. 
OBS: Na Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06, art. 52, I) é expressamente previsto que deve a autoridade 
policial relatar de forma sumária as circunstâncias do fato, justificando, indicando a quantidade das drogas 
apreendidas e a natureza de tais substâncias ou produto que eventualmente foram apreendidos, o local, às 
condições de ocorrência da ação, as circunstâncias da prisão do indivíduo, a conduta, classificação e 
os antecedentes do agente. 
> Mesmo nesses casos é importante salientar que o Ministério Público, como titular da ação penal, 
não está vinculado à classificação provisória formulada pelo delegado de polícia. 
Com relação à liberdade provisória, preleciona Renato Brasileiro (Manual de processo penal: volume 
único; 2020), “Para fins de análise quanto à possibilidade de concessão de liberdade provisória, o juiz 
também não se encontra vinculado à classificação formulada pela autoridade policial em seu relatório, 
nem tampouco àquela constante da peça acusatória, podendo corrigir a adequação do juízo de subsunção 
feita pelo Delegado ou pelo Promotor, embora o faça de maneira incidental e provisória, apenas para decidir 
quanto ao cabimento da liberdade provisória.”(não há grifos na original) 
 
DESTINARÁRIO 
> O Ministério Público é o titular da ação penal, portanto é o órgão de acusação, porém o Inquérito 
Policial é bem verdade será remetido primeiramente ao judiciário, para posteriormente serem 
abertas as vistas aos autos pelo MP. 
> O inciso IV do art. 3º-B do CPP (liminarmente suspenso pelo ministro Fux) - determina que o 
juiz das garantias deverá ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal. Já 
no inciso X, do mesmo artigo dispõe que compete ao magistrado, somente requisitar documentos, 
laudos e informações ao Delegado de Polícia sobre o andamento das investigações, por fim o 
inciso VIII limita o controle da dilação de prazo da investigação aos IPs de investigado preso. 
Como tornou-se claro e evidente, os três dispositivos legais, prelecionam que não há necessidade 
 
 
de se fazer aquela triangulação entre a Polícia, Poder Judiciário e o Ministério Público, no controle 
de inquéritos com investigados soltos ou até mesmo os presos em que a investigação não levar em 
conta a dilação de prazo. 
As providências do Ministério Público: 
1. Formalização de acordo de não persecução penal. 
> Adveio com a Lei 13.964/2019 (“Pacote Anticrime”) – Tendo o investigado confessado 
formal e circunstancialmente a prática de infração penal, não se utilizando de violência 
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o MP poderá propor 
o ANPP com o autor do fato delituoso, desde que seja necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime em questão e mediante algumas condições que podem 
ser ajustadas tanto de forma cumulativa, quanto de forma alternativa. 
2. Oferecimento de denúncia - Tem que haver indícios de autoria e materialidade. 
3. Arquivamento dos autos do inquérito policial. 
4. Requisição de diligências 
OBS: Salvo quando houver a necessidade de medidas que disponham da cláusula de reserva de jurisdição 
– ex: prisão preventiva, medida protetiva, quebra de sigilo. 
OBS2: O IP tem que ser entregue ao promotor, não ao Juiz.

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