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Prévia do material em texto

FLAVIA DANIEL VIANNA 
 
PREGÃO ELETRÔNICO 
Com ênfase na prática 
 
 
 
Vianna e Consultores desde 1989 
www.viannaconsultores.com.br 
viannalicitacao.blogspot.com.br 
 
São Paulo 
2016 
http://www.viannaconsultores.com.br/
http://viannalicitacao.blogspot.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA OBRA, 
POR QUALQUER MEIO ELETRÔNICO OU PROCESSO 
XEROGRÁFICO, SEM A AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO AUTOR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTORA: FLAVIA DANIEL VIANNA 
 
1. Advogada especialista e instrutora na área das licitações e contratos administrativos; 
2. Pós-graduada em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
(PUC/SP); 
3. Coordenadora Técnica e consultora jurídica da Vianna & Consultores Associados Ltda; 
4. Autora das seguintes obras: 
● Livro: “Ferramenta contra o Fracionamento Ilegal de Despesa – A União do Sistema de Registro de 
Preços e a Modalidade Pregão” – Ed. Scortecci – 2009 –SP 
● Livro “Manual do Sistema de Registro de Preços (SRP)” – Ed. Synergia - 2015 
● “Coletânea de Jurisprudências referentes à matéria das Licitações e Contratações Administrativas” 
–Ed. Vianna – 2004 – SP (Esgotada) 
● Coleção E-book “Pregão Eletrônico – com ênfase na prática” (prelo) 
5. Co-autora das obras: 
● Livro: “Subsídios para Contratação Administrativa” – Editora INGEP – 2011 – SP. 
● Livro: “Subsídios para Contratação Administrativa” – Legislação Essencial e Questões Práticas – 
Volume 1 – Editora INGEP – 2012 – Porto Alegre. 
● Livro: Licitação com micros e pequenas empresas – Atualizado pela LC 147/2014 – 2015 – SP. 
● Livro: Licitações Públicas – Homenagem ao jurista Jorge Ulisses Jacoby Fernandes – Editora NP, 
2016 
6. Autora dos cursos online (a distância) desenvolvido pela Vianna & Consultores, disponíveis em 
www.viannaconsultores.com.br 
7. Autora de dezenas de artigos científicos, publicados em periódicos e revistas especializadas no 
tema e E-books sobre Licitações e Contratos Administrativos. 
8. Integrante do Comitê Técnico da Revista Síntese Licitações, Contratos e Convênios, da Editora 
IOB. 
9. Articulista/Colaboradora Permanente dos principais periódicos do Brasil e Colunista de Revistas 
Especializadas sobre Licitações e Contratos Administrativos 
 
 
 
http://www.viannaconsultores.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho é dedicado 
 
Aos meus pais, Silvia e Mario, meus ídolos, meus amores, 
reflexos de seres perfeitos e inigualáveis. Ter o privilégio de 
ser sua filha já me faz a pessoa mais feliz do Universo. Sem 
vocês, nada faria sentido, donos do meu coração. 
Aos irmãos Silvio e Cassio, meus melhores amigos, 
presentes em todos os momentos, cuja companhia é 
essencial para minha felicidade. A vocês, meu amor 
interminável. 
Ao meu noivo, Telmo, companheiro presente e inigualável, 
com todo meu amor. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................08 
2. SURGIMENTO DO PREGÃO E LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.................................10 
2.1. O QUE É O PREGÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS.........................................................12 
 2.1.1. UTILIZAÇÃO RESTRITA A OBJETOS COMUNS......................................................13 
 2.1.2 POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DO VALOR DA PROPOSTA.......................................22 
 2.1.3 INVERSÃO DE FASES.........................................................................................23 
 2.1.4 FASE RECURSAL UNIFICADA...............................................................................24 
 2.1.5 SEM LIMITAÇÃO DE VALOR.................................................................................24 
2.2. OBRIGATORIEDADE DO PREGÃO..............................................................................24 
2.3. OS ATORES ENVOLVIDOS NA LICITAÇÃO DA MODALIDADE PREGÃO ELETRÔNICO...........26 
 2.3.1. PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO......................................................................26 
 2.3.2. RESPONSABILIDADE DO PREGOEIRO, EQUIPE DE APOIO E COMISSÃO DE 
 LICITAÇÃO......................................................................................................... ......29 
 2.3.3 AUTORIDADE COMPETENTE...............................................................................31 
 2.3.4 EQUIPE TÉCNICA..............................................................................................31 
 2.3.5 LICITANTES.......................................................................................................31 
3. A FASE INTERNA DO PREGÃO ELETRÔNICO ...................................................32 
3.1 REQUISIÇÃO DO OBJETO..........................................................................................32 
3.2 DEFINIÇÃO DO OBJETO............................................................................................32 
 3.2.1 PARA QUAIS TIPOS DE LICITAÇÃO PODE-SE UTILIZAR O PREGÃO ELETRÔNICO?......34 
3.3 JUSTIFICATIVA DA CONTRATAÇÃO.............................................................................35 
3.4 ABERTURA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO...............................................................36 
3.5 PREVISÃO/INDICAÇÃO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS..............................................36 
3.6 PESQUISA DE MERCADO...........................................................................................36 
3.7 ELABORAÇÃO DO EDITAL..........................................................................................37 
3.8 DEFINIÇÃO PARA AS EXIGÊNCIAS DE HABILITAÇÃO......................................................53 
3.9 DEFINIÇÃO DAS PENALIDADES..................................................................................53 
3.10 DEFINIÇÃO DAS CLÁUSULAS DA MINUTA DO CONTRATO.............................................53 
3.11 DESIGNAÇÃO DO PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO....................................................54 
 
 
 
3.12 EXAME E APROVAÇÃO DA ASSESSORIA JURÍDICA......................................................54 
3.13 ASSINATURA E PUBLICAÇÃO DO EDITAL...................................................................54 
4. A FASE EXTERNA DO PREGÃO ELETRÔNICO...................................................56 
4.1 PORTAIS/PROVEDORES MAIS UTILIZADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PREGÃO 
ELETRÔNICO.................................................................................................................56 
4.2 PUBLICAÇÃO DO EDITAL...........................................................................................57 
4.3 IMPUGNAÇÕES AO EDITAL........................................................................................59 
4.4 PEDIDO DE ESCLARECIMENTO SOBRE O EDITAL..........................................................61 
4.5 IMPUGNAÇÕES/ESCLARECIMENTOS ENCAMINHADOS FORA DO PRAZO..........................62 
4.6 CREDENCIAMENTO NO PREGÃO ELETRÔNICO.............................................................62 
4.7 ENVIO DE PROPOSTAS COMERCIAIS..........................................................................65 
4.8 ENVIO DAS DECLARAÇÕES.......................................................................................65 
4.9 PROIBIÇÃO DA IDENTIFICAÇÃO DOS LICITANTES.........................................................67 
4.10 PRAZO DE VALIDADE DAS PROPOSTAS....................................................................67 
5. A SESSÃO DO PREGÃO ELETRÔNICO..............................................................69 
5.1 HORÁRIO DA SESSÃO...............................................................................................69 
5.2 LICITAÇÃO DESERTA................................................................................................695.3 ABERTURA DAS PROPOSTAS: EXAME DE CONFORMIDADE............................................70 
5.4 INEXISTÊNCIA DA SELEÇÃO DE LICITANTES PARA A FASE DE LANCES............................71 
5.5 ETAPA DE LANCES.................................................................................................. 72 
5.6 FINALIZAÇÃO DA ETAPA DE LANCES NO SISTEMA COMPRASNET...................................74 
5.7 FINALIZAÇÃO DA ETAPA DE LANCES NO SISTEMA BANCO DO BRASIL.............................74 
5.8 IMPOSSIBILIDADE DE RETRATAÇÃO/DESISTÊNCIA DE LANCES.......................................75 
5.9 FASE DE LANCES E O BENEFÍCIO DO DESEMPATE FICTO CONCEDIDO ÀS 
ME/EPP/COOP................................................................................................... .......75 
5.10 ACEITABILIDADE DAS PROPOSTAS...........................................................................76 
5.11 FASE DE NEGOCIAÇÃO...........................................................................................76 
5.12 FASE DE HABILITAÇÃO...........................................................................................76 
5.13 FASE DE HABILITAÇÃO PARA ME/EPP/COOP.............................................................79 
5.14 DECLARAÇÃO DO VENCEDOR.................................................................................79 
 
 
 
6. DA ETAPA RECURSAL, ADJUDICAÇÃO, HOMOLOGAÇÃO, DESCONEXÃO DO 
SISTEMA ELETRÔNICO E PODER DE SANEAMENTO........................................... 
80 
6.1 FASE RECURSAL.................................................................................................. ....80 
6.2 RECURSO ADMINISTRATIVO NO PREGÃO PRESENCIAL X PREGÃO ELETRÔNICO..............82 
 6.2.1 FASE DE HABILITAÇÃO E PECULIARIDADES DO ENVIO DA DOCUMENTAÇÃO DO 
 VENCEDOR PROVISÓRIO NOS PRINCIPAIS SÍTIOS ELETRÔNICOS....................................84 
 6.2.2 A MANIFESTAÇÃO DA INTENÇÃO RECURSAL NA SESSÃO DO PREGÃO 
 ELETRÔNICO...........................................................................................................86 
6.3 A DECISÃO SOBRE O RECURSO.................................................................................88 
6.4 JUIZO DE ADMISSIBILIDADE NO PREGÃO ELETRÔNICO..................................................90 
6.5 ADJUDICAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO..............................................................................90 
6.7 DESCONEXÃO DO SISTEMA ELETRÔNICO...................................................................91 
 6.7.1 DESCONEXÃO DO LICITANTE.............................................................................91 
 6.7.2 DESCONEXÃO DO PREGOEIRO..........................................................................92 
 6.7.3 DESCONEXÃO DO PRÓPRIO SISTEMA ELETRÔNICO.............................................92 
6.8 PODER DE SANEAMENTO..........................................................................................93 
7. ASPECTOS RELEVANTES DO PREGÃO ELETRÔNICO.....................................95 
7.1 ADIAMENTO, INTERRUPÇÃO/SUSPENSÃO DO PREGÃO ELETRÔNICO..............................95 
7.2 DOCUMENTOS CONSTANTES DO PROCESSO..............................................................95 
7.3 EXIGÊNCIAS DE AMOSTRA EM PREGÃO......................................................................96 
7.4 PENALIDADES NO PREGÃO ELETRÔNICO....................................................................97 
7.5 O CONTRATO ADMINISTRATIVO.................................................................................99 
7.6 A ESCOLHA DO PORTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO PREGÃO ELETRÔNICO...........102 
 7.6.1 DIFERENCIAIS ENTRE O COMPRASNET E O LICITAÇÕES-E...................................102 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................113
 
 8 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho abordará os aspectos teóricos mas, principalmente, 
práticos, sobre o tema Pregão Eletrônico, mediante os ensinamentos adquiridos 
por muitos anos como palestrante e instrutora sobre o tema para órgãos, entidades 
públicas e empresas privadas de todo o Brasil. O intuito desta obra é facilitar a 
aprendizagem do leitor, que encontrará nestas páginas uma abordagem 
descomplicada, de forma prática e didática, visando facilitar a vida daqueles que, 
apesar de não possuírem formação jurídica (afinal, são estes que constituem a 
grande massa de servidores públicos e profissionais de empresas privadas, que 
atuam nas licitações e contratações administrativas por todo o País) possam 
implantar, conduzir ou participar de pregões eletrônicos com seriedade e 
qualidade. 
Primeiramente, serão focados os principais aspectos do pregão eletrônico, 
partindo do estudo sobre sua origem e legislação aplicável, suas características e 
objetos passíveis de serem adquiridos ou contratados por pregão. Após, será 
analisada a questão da obrigatoriedade na adoção do pregão quando o objeto for 
bem ou serviço comum para que, então, possamos estudar quem são os atores ou 
pessoas envolvidas nesta modalidade. 
A seguir, será efetuada uma abordagem detalhada, com inúmeras dicas e 
sugestões práticas em consonância com a legislação, doutrina e jurisprudência 
administrativa, no que tange à fase interna do pregão eletrônico. 
O que vem em seguida é a análise do desenvolvimento da licitação por 
pregão eletrônico em sua etapa externa, com a verificação de todas peculiaridades 
inerentes ao pregão eletrônico, para, então, adentrarmos na sessão propriamente 
dita do pregão eletrônico, abordando todos os aspectos da sessão, com verdadeiro 
nuance prático. 
Após, o leitor irá conhecer profundamente a etapa recursal do pregão 
eletrônico, que deve ser operacionalizada de forma bem diversa da que ocorre no 
presencial, a depender do sistema a ser utilizado e da condução adotada pelo 
pregoeiro, dentro dos limites legais, com orientações adaptadas às principais 
plataformas utilizadas no Brasil. Nesta ótica, após o estudo das etapas finais de 
adjudicação e homologação, verificaremos as ocorrências de desconexão do 
 
 9 
sistema eletrônico, quando a queda ocorrer por parte do licitante, pregoeiro, ou 
inatividade do próprio sistema, além da abordagem do poder de saneamento do 
pregoeiro. 
Na última parte do trabalho, far-se-á importante estudo a respeito da 
necessidade de adiamento ou interrupção da sessão de pregão eletrônico, com 
orientações para condução destas ações, a possibilidade de exigência de 
amostras, as penalidades aplicáveis e os contratos administrativos oriundos do 
pregão eletrônico. Por fim, serão analisadas as principais diferenças existentes 
entre os Portais Comprasnet (do Governo federal) e o Licitações-e (do Banco do 
Brasil), com o fito de auxiliar a Administração na escolha do portal de compras a 
ser implantado em seu órgão/entidade (obviamente àqueles que não estiverem 
obrigados à utilização do Comprasnet, como ocorre com os órgãos integrantes do 
SISG) e de, aprofundar o conhecimento daqueles que já operacionalizam pregões 
eletrônicos por estes portais, além de manter os fornecedores atualizados e 
atentos às diferenças neles existentes, uma vez que a falta de ciência de pontos 
fundamentais pode ser objeto de muita confusão, prejudicando os licitantes 
participantes dos pregões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
2. SURGIMENTO DO PREGÃO E LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
O pregão surgiu em julho de 1997, inicialmente na ANATEL (Agência 
Nacional de Telecomunicações), pela Lei Geral de Telecomunicações – Lei 9.472 
de 16.7.1997, que autorizava a adoção do pregão para aquisição de bens e 
serviços comuns (Arts. 54 a 57) apenas na ANATEL. Após, o pregão foi estendido 
a todas as agências reguladoras, pela Lei Federal nº 9.986 de 18 de julho de 2000 
(Art. 37). 
Posteriormente, foi editada a Medida Provisória 2.026, em 4 de maiode 2000, 
instituindo o pregão apenas no âmbito da União. Esta MP foi reeditada por 18 
(dezoito) vezes e renumerada, até ser convertida na Lei 10.520 de 17 de julho de 
2002 – Lei do Pregão, com aplicabilidade à União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
Entretanto, antes do advento da Lei 10.520/2002, surgiu o Decreto Federal 
3.555 de 08 de agosto de 2000, regulamentando o Pregão Presencial, com 
aplicabilidade restrita à esfera federal (União). No que tange ao Pregão Eletrônico, 
ainda na esfera federal, foi instituído o Decreto Federal nº 3.697, de 21 de 
dezembro de 2000, posteriormente revogado pelo atual Decreto Federal nº 5.450, 
de 31 de maio de 2005. 
Na atualidade, portanto, a legislação do pregão pode ser esquematizada da 
seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO PREGÃO: 
▪LEI 10.520/2002 
Válida em todo território Nacional 
(União, Estados, DF e Municípios) 
 
 11 
 
 
O Decreto 3.555/00 foi editado quando vigente as medidas provisórias que 
instituíram a modalidade pregão, sendo anterior, portanto, à Lei 10.520/02. Dessa 
forma, nas contradições existentes entre estes dois diplomas, deverá prevalecer a 
Lei 10.520/02. 
 Apesar de os Decretos Federais nº 3.555/2000 (Pregão Presencial) e 
5.450/2005 (Pregão Eletrônico) não terem aplicação automática aos Estados, 
Distrito Federal e Municípios, estes poderão baixar normas próprias nas 
respectivas esferas podendo, inclusive, adotar em regulamento próprio, o da União. 
Reitere-se, assim, que Estados, Distrito Federal e Municípios poderão editar suas 
próprias regras, respeitando os delineamentos da Lei 10.520/2002 (normas gerais). 
Conforme a melhor doutrina1, como a Lei 10.520/02 é autoaplicável, Estados, 
Distrito Federal e Municípios podem por em prática o pregão presencial sem 
necessidade de instituírem regulamentação própria. Entretanto, o mesmo não 
ocorre com o pregão eletrônico, uma vez que a Lei 10.520/02 não o disciplinou 
efetivamente, remetendo ao regulamento fazê-lo2. Assim, o pregão eletrônico só 
pode ser adotado nos Estados, DF e Municípios se existente decreto próprio 
destes entes federativos. 
 
 
1 NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p. 31. No mesmo sentido JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do 
pregão comum e eletrônico). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 23. 
2 Lei 10.520, art. 2º, §1º: “poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de 
tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica”. 
 
 12 
Acórdão 665/2008 Segunda Câmara (Voto do Ministro 
Relator) – TCU: Pelo que se depreende do arrazoado da 
representante, a empresa entende que ‘pregão presencial’ e 
‘pregão eletrônico’ seriam modalidades de licitação distintas, 
disciplinadas também por normas distintas, respectivamente, 
a Lei no 10.520/2002 e o Decreto no 5.450/2005. Dai, seu 
inconformismo pelo fato de ter sido desclassificada no pregão 
eletrônico com base em regra contida na Lei nº 10.520/2002. 
O parecer da empresa, contudo, não é correto Na verdade, o 
pregão se constitui em única modalidade de licitação, que 
pode ser realizada nas formas presencial ou eletrônica. 
Assim, todo e qualquer pregão deve observar a lei geral 
aplicável a espécie, a Lei nº 10.520/2002. Quando realizado 
na forma eletrônica, o pregão submete-se também ao Decreto 
nº 5.450/2005, norma de hierarquia inferior a da citada lei e 
que, por conseguinte, regulamenta apenas as especificidades 
inerentes a essa forma de pregão. Esse entendimento advém 
do disposto nos arts. 1o e 2o, § 1o, da Lei no 10.520/2002 e 
no art. 1º do Decreto no 5.450/2005. 
 
Por fim, importante notar que a Lei 8.666/93 é aplicável subsidiariamente ao 
pregão3. Isso significa que: 
1) A licitação na modalidade pregão, ao receber tratamento normativo próprio, 
será regida pela Lei 10.520/2002, de modo que havendo contrariedade entre as 
normas da Lei 10.520/2002 e da Lei 8.666/93, valerá a primeira (princípio da 
especialização), restando excluída a segunda; 
2) Por outro lado, em caso de omissões ou lacunas da Lei 10.520/02(ou seja, 
matérias nas quais a Lei do Pregão não tratou ou tratou insuficientemente), será 
aplicável a Lei 8.666/93. É, por exemplo, o que ocorre após a assinatura do 
contrato administrativo decorrente de licitação na modalidade pregão: a Lei do 
Pregão 10.520/02, não trata da matéria do contrato administrativo após sua 
assinatura, ocasião na qual o fato passará a ser regido pela Lei 8.666/93 que traz o 
regramento geral sobre os contratos administrativos. 
 
2.1. O QUE É O PREGÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS 
 
Consoante Marçal Justen Filho: 
 
 
3 É o que dispõe o art. 9º, da Lei 10.520/2002: Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a 
modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm
 
 13 
Pregão é uma modalidade de licitação de tipo menor preço, 
destinada à seleção da proposta mais vantajosa de 
contratação de bem ou serviço comum, caracterizada pela 
existência de uma fase competitiva inicial, em que os 
licitantes dispõem do ônus de formular propostas sucessivas, 
e de uma fase posterior de verificação dos requisitos de 
habilitação e de satisfatoriedade das ofertas.4 
 
O pregão realiza-se por duas formas distintas: Presencial ou Eletrônica. O 
pregão presencial desenvolve-se conforme as licitações tradicionais, em sessão 
pública na repartição, que pressupõe a presença física do pregoeiro, equipe de 
apoio, licitantes (ressalvado os casos nos quais o edital permita a participação pelo 
encaminhamento postal dos envelopes, situação na qual, como veremos adiante, o 
licitante abre mão de seu direito de interpor recursos ou dar lances orais) e 
interessados. O pregão eletrônico é realizado por meio de internet, sendo a sessão 
virtual. 
Vejamos, a seguir, as principais características do pregão face às demais 
modalidades. 
 
2.1.1. UTILIZAÇÃO RESTRITA A OBJETOS COMUNS 
O Pregão é modalidade de licitação a ser adotada quando o objeto licitado 
consistir em bem ou serviço comum. Para objetos não comuns, não poderá ser 
adotado o pregão. 
É por esse motivo que o tipo de licitação adotado juntamente com o pregão é 
o de menor preço. Significa afirmar desde já que, licitação processada na 
modalidade pregão, nunca poderá ser realizada pelos tipos de licitação melhor 
técnica ou técnica e preço. 
 
a) O CONCEITO DE BENS E SERVIÇOS COMUNS 
Bens e serviços comuns, conforme definição constante do art. 1º da Lei 
10.520/02, são “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser 
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no 
 
4 JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e eletrônico). 4. 
ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 9. 
 
 
 
 14 
mercado”. Para Marçal Justen Filho5, a definição trazida pela Lei é insuficiente, 
uma vez que tanto bens/serviços comuns quanto incomuns obrigatoriamente serão 
descritos objetivamente pelo edital. Entende o autor que a expressão “bem ou 
serviço comum” trata-se de um conceito jurídico indeterminado, onde se encontra 
três situações distintas: a zona de certeza positiva (onde, inquestionavelmente, o 
bem ou serviço será comum, o que ocorre na com a maior parte dos bens que se 
enquadram no âmbito de ‘material de consumo’), a zona de certeza negativa (na 
qual inexistem dúvidas de que o bem ou serviço não é comum, como, por exemplo, 
um equipamento único a ser construído sob medida, para fins determinados e 
específicos) e a zona cinzenta de incerteza, adotando a premissa, para esta última 
situação, de em caso de dúvida, reputar-se como não comum o bem ou serviço. 
Visando diminuira dificuldade em verificar na zona cinzenta quais objetos são 
comuns, o autor formula algumas características, afirmando que o núcleo do 
conceito de bem e serviço comum residirá nas características a seguir: a) 
disponibilidade no mercado próprio, isto é, que o objeto esteja disponível para 
compra ou contratação a qualquer momento; b) padronização, que ocorrerá 
quando forem pré-determinados os atributos essenciais do objeto, de forma 
objetiva e uniforme, cujas características sejam invariáveis ou então, sujeitas a 
diferenças mínimas; c) desnecessidade de peculiaridade para satisfação da 
Administração, ou seja, o bem será comum se apto a satisfazer necessidades 
comuns, não precisando conter características peculiares para atingir seus fins. 
Dessa forma, para o autor, não é possível reconhecer se um bem é ou não comum 
apenas pela análise dele próprio, devendo verificar as características acima 
expostas6. Qualifica, o objeto comum por uma espécie de fungibilidade, que possa 
ser substituído por outro com qualidades similares ou equivalentes, contrapondo-se 
à ideia de bem anômalo, único, produzido sob encomenda. Lembra, contudo, que o 
fato do objeto ser comum, não significa a não necessidade de estabelecimento de 
padrões mínimos de aceitabilidade: 
 
Um bem ou serviço não deixa de ser “comum” quando a Administração 
estabelece padrões mínimos de aceitabilidade. Mesmo no mercado, 
 
5 JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e eletrônico). 4. 
ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 23-29. 
6 Apenas a título ilustrativo, o serviço de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal poderá ser 
contrata por pregão se o treinamento consistir em objeto comum; entretanto, sendo o treinamento 
singular, será contratado por inexigibilidade de licitação (inciso II do art. 25, combinado com o 
inciso VI do art. 13 da Lei nº 8.666/93). 
 
 15 
existem diversos padrões de qualidade de produtos, todos eles 
reconduzíveis ao conceito de “comum”. A adoção da modalidade pregão 
não significa que a Administração seja constrangida a adquirir produtos de 
qualidade inadequada, apenas porque buscará o menor preço. 
(...) No caso do pregão, o ato convocatório deverá indicar os requisitos de 
qualidade mínima admissível, para o fim específico de estabelecer 
critérios de aceitabilidade de propostas. Desse modo, a Administração não 
ficará constrangida a aceitar propostas cujo pequeno valor corresponde à 
qualidade insuficiente.7 
 
Jesse Torres Pereira Junior8 possui visão que não destoa de Marçal Justen 
Filho. Para o desembargador carioca, serão comuns, para fins de adoção do 
pregão, os objetos que possuam três atributos básicos, a saber: aquisição 
habitual/rotineira da Administração Pública; apresentação características que 
encontrem no mercado padrões usuais de especificação e; possibilidade de 
julgamento objetivo pelo menor preço. 
De outro lado, a professora Vera Monteiro9 possui visão diferenciada sobre o 
conceito de bens e serviços comuns. A autora concorda com Marçal Justen Filho e 
Jesse Torres Pereira Junior no ponto em que, um bem ou serviço padronizado ou 
rotineiramente adquirido são, obviamente, comuns; mas não apenas isto. Isso 
porque a expressão “comum”, não é sinônimo de ausência de complexidade 
técnica ou mesmo, de impossibilidade em solicitar um bem sob encomenda. Não 
há incompatibilidade e problema algum em o bem ou o serviço possuir 
complexidade técnica ou ser produto de encomenda, a exemplo de “paredes 
divisórias fabricadas nos tamanhos padrões escolhidos pela Administração na 
reforma de um prédio público”.10 Para a autora11, não há razoabilidade em excluir, 
a priori, tais objetos da expressão “bens e serviços comuns”, motivo pelo qual a 
 
7 JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e eletrônico). 4. 
ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 63. 
8 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Comentários à lei das licitações e contratações da 
administração pública. 8. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2009, p. 1057. 
9 MONTEIRO, Vera. Licitação na modalidade pregão. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 85. 
10 MONTEIRO, Vera. Licitação na modalidade pregão. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2010, p. 88. 
11 De extrema coerência o raciocínio de Vera Monteiro, quando defende que “A concisão do edital 
de licitação não é a forma correta de se averiguar a natureza comum ou especial do objeto nele 
previsto. Tanto é perfeitamente possível descrever sucintamente um objeto especial que necessite 
de avaliação técnica para nortear sua contratação quanto também é possível descrever em várias 
páginas um objeto muito simples e passível de ser comprado pelo menor preço. Em um caso e 
outro, a descrição do objeto no edital de licitação não afeta a natureza da contratação, isto é, a 
característica comum ou especial do item licitado não decorre da complexidade da descrição 
técnica do bem. (...) Na verdade, nada mais é que a descrição objetiva do bem ou serviço a ser 
adquirido no edital. MONTEIRO, Vera. Licitação na modalidade pregão. 2. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2010, p. 88. 
 
 16 
interpretação do parágrafo único do art. 1º da Lei 10.520/02 não deverá ser tão 
restritiva como defendem alguns autores. 
Para Valéria Cordeiro12: 
 
O termo ‘comum’ pode ser compreendido como objeto de natureza 
simples, cuja descrição e detalhamento não guardem a complexidade, ou, 
mesmo, dificuldade de identificação que, via de regra, impediria a 
contratação na modalidade Pregão”. 
 
Leciona Joel de Menezes Niebuhr13: 
 
Bem e serviço comum são aqueles que possam ser definidos no edital por 
meio de especificações objetivas, que se prestam a estabelecer o padrão 
de qualidade desejado pela Administração Pública, de acordo com 
características usuais no mercado, sem que variações de ordem técnica 
eventualmente existentes entre os bens e serviços ofertados por diversos 
fornecedores que atendam a tais especificações objetivas sejam 
importantes ou decisivas para a determinação de qual proposta melhor 
satisfaz o interesse público e desde que a estrutura procedimental da 
modalidade pregão, menos formalista e mais célere, não afete a análise 
da qualidade do objeto licitado ou importe prejuízos ao interesse público. 
 
De acordo com Jorge Ulisses Jacoby Fernandes14, o conceito de bem ou 
serviço comum diz respeito à “linguagem do mercado que define a possibilidade de 
indicar padrão de desempenho e qualidade”, tais como material a ser utilizado, 
prazo de garantia, durabilidade, cor (em se tratando de bens), experiência, 
desempenho anterior, material empregado, instalações mínimas (no caso de 
execução de serviços) etc, não cabendo exigir, para a definição de bens e serviços 
comuns, pretensões como: tratar-se de bem padronizado, tratar-se de bem cujas 
características estejam definidas por normas técnicas como ABNT, nem que 
consistam em bens prontos. Muito menos, caberia tentar restringir o universo dos 
objetos comuns, a um rol constante de regulamento. A esse respeito, cabe lembrar 
que, apesar de exemplificativo, o próprio rol do Decreto n° 3.555, que trazia elenco 
de bens e serviços comuns, foi expressamente revogado pelo Decreto n° 7.174 de 
12 de maio de 2010. 
 
 
12 CORDEIRO, Valéria. Formação e capacitação de pregoeiros. 1. Ed. Curitiba: Negócios 
Públicos, 2008, p. 135. 
13 NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p.56-57. 
14 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e eletrônico. 4. ed. 
Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 461-464. 
 
 17 
Bem ou serviço será comum quando for possível estabelecer, para efeito 
de julgamento das propostas, por intermédio de especificações utilizadas 
no mercado, 
padrões de qualidadee desempenho peculiares ao objeto. O 
estabelecimento desses padrões permite ao agente publico analisar, medir 
ou comparar os produtos entre si e decidir pelo melhor preço. 
(...) 
Licitação na modalidade pregão não se configura instrumento hábil à 
aquisição de bens e serviços incomuns. É necessário que sejam 
padronizáveis ou de “prateleira”, conforme se pode extrair do Acórdão 
1168/2009 Plenário. 15 
 
Acórdão 555/2008 Plenário (Sumário) – TCU: A licitação na modalidade 
pregão não se configura instrumento hábil a aquisição de bens e serviços 
incomuns. 
 
Acórdão 2172/2008 Plenário (Sumário) – TCU: A utilização da 
modalidade pregão é possível, nos termos da Lei nº 10.520/2002,sempre 
que o objeto da contratação for padronizável e disponível no mercado, 
independentemente de sua complexidade. 
 
Acórdão 6349/2009 Segunda Câmara (Sumário) – TCU: De acordo com 
a Lei nº 10.520/2002, bens ou serviços comuns são aqueles cujos padrões 
de desempenho e de qualidade podem ser objetivamente definidos pelo 
edital, por meio de especificações usuais no mercado. 
Se a entidade pretende contratar palestrantes com experiência em 
determinada área e com determinada qualificação, este item de serviço 
não deve ser considerado comum, não podendo, por isso, ser incluído no 
bojo do pregão. 
Não e demais relembrar o conceito de bens ou serviços comuns trazido 
pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002: “aqueles cujos padrões de 
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, 
por meio de especificações usuais no mercado”. 
 
Acórdão 6349/2009 Segunda Câmara (Proposta de Deliberação do 
Ministro Relator - TCU: O pregão ora em exame trata da contratação de 
empresa especializada para a prestação de serviços de planejamento, 
organização, execução e acompanhamento de eventos e, conforme 
observei anteriormente, esses eventos podem abranger uma diversidade 
de temas. 
Parece-me inconcebível, então, que, no caso concreto, a contratação de 
palestrantes possa partir de especificações usuais praticadas no mercado, 
bem como de padrões objetivos de qualidade e desempenho. 
Penso que, se a entidade pretende contratar palestrantes com experiência 
em determinada área e com determinada qualificação, este item de 
serviço não pode ser considerado comum, mesmo porque a definição de 
palestrantes se reveste de caráter eminentemente subjetivo, não podendo, 
por isso, ser incluído no bojo do pregão. 
 
Acórdão 188/2010 Plenário (Sumário) - TCU: Ainda que os serviços 
objeto da licitação possam sugerir, a priori, certa complexidade, não há 
óbices para que sejam enquadrados como serviços comuns, eis que 
pautados em especificações usuais de mercado e detentores de padrões 
objetivamente definidos no edital. 
 
Acórdão 1287/2008 Plenário (Sumário)- TCU: 
 
15 TRIBUNAL de Contas da União. Licitações & contratos: orientações e jurisprudência do TCU. 4.ed. Brasília: 
TCU, Secretaria-Geral da Presidência: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2010. 
Disponível em <http://portal2.tcu.gov.br/TCU >, p. 62. 
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
 
 18 
Bem ou serviço comum e aquele que pode ter seus padrões de 
desempenho e qualidade objetivamente definidos pelo edital, por meio de 
especificações usuais no mercado. 
O conceito de serviço comum não está necessariamente ligado a sua 
complexidade. 
 
Acórdão 550/2008 Plenário (Sumário)- TCU: 
A utilização indevida da modalidade pregão para aquisição de bens e 
serviços que não se caracterizam como “comuns”, consoante preceitua o 
paragrafo único do art. 1º da Lei no 10.520/2002, Lei do Pregão, enseja a 
anulação do respectivo certame licitatório. 
 
A título exemplificativo, o Tribunal de Contas da União considera helicóptero 
objeto comum, passível de aquisição por pregão: 
 
Acórdão 157/2008 – Plenário - TCU – Voto do Ministro Relator: 
Considero aplicável a modalidade pregão adotada para a aquisição em 
tela, uma vez que não vislumbro, no caso concreto, infringência ao 
disposto no art. 1º da Lei nº 10.520/2002, e nem prejuízos ao resultado do 
certame decorrentes do uso do pregão. A aeronave licitada é um bem 
cujos padrões de desempenho e qualidade foram objetivamente definidos 
pelo edital mediante especificações usuais adotadas no mercado 
aeronáutico, ou seja, são inteligíveis a todos os licitantes que possuem 
condições de fornecer o referido bem e estejam interessados em participar 
do certame. Assim, para os fins previstos na lei, a aeronave em tela pode 
ser considerada um bem comum. 
 
Acórdão nº 3062/2012-Plenário – TCU : É lícita a utilização de pregão 
para a aquisição de helicópteros, visto tratar-se de bem cujos 
padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente 
definidos. 
Representação formulada pelo Ministério Público junto ao TCU apontou 
supostas irregularidades em procedimentos licitatórios para aquisição de 
helicópteros com recursos oriundos de convênios celebrados pelo 
Ministério da Justiça com dezenove estados e o Distrito Federal. 
Destaque-se, entre os possíveis vícios apontados na representação, a 
“utilização de pregão como modalidade licitatória para aquisição de 
aeronaves”. O relator manifestou-se favoravelmente à adoção de pregão 
para a aquisição das aeronaves, “por não vislumbrar infringência ao 
disposto no art. 1º da Lei nº 10.520/2002 nem prejuízos ao resultado do 
certame decorrentes da opção por essa modalidade”. Valeu-se, com o 
intuito de justificar tal conclusão, do pronunciamento do relator de 
Representação, que norteou a prolação do Acórdão nº 157/2008-Plenário, 
em que se examinou matéria similar: “A aeronave licitada é um bem cujos 
padrões de desempenho e qualidade foram objetivamente definidos pelo 
edital mediante especificações usuais adotadas no mercado aeronáutico, 
ou seja, são inteligíveis a todos os licitantes que possuem condições de 
fornecer o referido bem e estejam interessados em participar do certame. 
Assim, para os fins previstos na lei, a aeronave em tela pode ser 
considerada um bem comum". O Tribunal, então, ao endossar a proposta 
do relator, considerou, quanto a essa e às demais ocorrências apontadas, 
improcedente a representação. Precedente mencionado: Acórdão nº 
157/2008-Plenário. 
 
Já, para a aquisição de sala-cofre, entendeu não ser possível a adoção de 
pregão: 
 
 19 
 
Acórdão 555/2008 – Plenário - TCU: O objeto licitado perfaz uma sala de 
segurança para a proteção de dados, objeto incomum, tecnologicamente 
sofisticado, e que deve manter preservados os dados mesmo quando o 
ambiente externo esteja sujeito à rígidas condições ambientais. Não parece 
razoável aferir que as especificações desse objeto não suscitarão dúvidas 
durante procedimento concorrencial e, principalmente, que esse produto 
justifique a inversão das fases de habilitação e julgamento, como ocorre no 
pregão, sem gerar risco excessivo de inadimplemento contratual pelos 
potenciais contratados. Diante dessas considerações, julgo inviável a licitação 
para aquisição de sala-cofre por intermédio da modalidade pregão. 
Coadunando-me ao entendimento esposado pelo fragmento transcrito, julgo 
inadequada a escolha da modalidade pregão para aquisição de sala-cofre, 
objeto que não se enquadra, em meu entender, na definição de bem comum 
insculpida no transcrito parágrafo único do art. 1º da Lei 10.520/02. 
 
b) PARA QUAIS OBJETOS PODE-SE UTILIZAR O PREGÃO ELETRÔNICO? 
 
b.1) OBRAS/SERVIÇOS DE ENGENHARIA 
A Lei n° 10.520/0216, quando determina o uso de pregão para aquisição ou 
contratação de bens ou serviços comuns, elimina qualquer possibilidade de 
contratação de obras através do instituto. 
Assim, consideramos vedada sua utilização no caso de obras, em 
consonância com a orientação do TCU, em sua revista de orientações básicas: 
 
Não se aplica a modalidade pregão à contratação de obras de engenharia, 
locações imobiliárias e alienações. Esse é o comando legal.17 
 
Acórdão n.º2312/2012- Plenário - TCU: A utilização de pregão para a 
contratação de obras de engenharia afronta o disposto no art. 1º e em seu 
parágrafo único da Lei 10.520/2002. 
 
A vedação à utilização do pregão para obras está prevista, inclusive, no art. 6º 
do Decreto nº 5.450/2005, e Art. 5º do anexo I do Decreto nº 3.555/00, pelos quais: 
 
Decreto 5.450/05: Art. 6º. A licitação na modalidade de pregão, na forma 
eletrônica, não se aplica às contratações de obras de engenharia, bem 
como às locações imobiliárias e alienações em geral.18 
 
 
16 Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade 
de pregão, que será regida por esta Lei. 
17 TRIBUNAL de Contas da União. Licitações & contratos: orientações e jurisprudência do TCU. 
4.ed. Brasília: TCU, Secretaria-Geral da Presidência: Senado Federal, Secretaria Especial de 
Editoração e Publicações, 2010. Disponível em <http://portal2.tcu.gov.br/TCU >, p. 46. 
18 Importante notar que, no caso de locações imobiliárias e alienações em geral, o regulamento do 
Pregão Presencial – Decreto 3.555/00 -, veda, em seu art. 5º, a utilização do pregão para tais 
objetos. 
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
 
 20 
Decreto 3.555/00: Art. 5º A licitação na modalidade de pregão não se 
aplica às contratações de obras (...) 
 
Por outro lado, quanto aos serviços de engenharia, caso sejam comuns, 
poderão ser licitados por pregão: 
 
Súmula 257/2010 – TCU: O uso do pregão nas contratações de serviços 
comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002 . 
 
Serviços de engenharia podem ser contratados por pregão, quando 
considerados comuns. Deve ser justificada e motivada no processo a 
adoção dessa modalidade.19 
 
Acórdão 2079/2007 – Plenário - TCU; Acórdão nº 2.272/2006-Plenário: 
O fato é que a lei que disciplina a modalidade pregão não proíbe aplicá-la 
a serviços comuns de engenharia. E não é porque não seja expressa em 
aceitar o pregão nesse propósito que se deva entendê-la como proibitiva, 
pois, mesmo com o conceito dado pelo parágrafo único do art. 1º da Lei nº 
10.520/2002, "serviço comum" ainda é uma expressão relativamente 
aberta, bastando que o serviço de engenharia, para nela se enquadrar, 
tenha "padrões de desempenho e qualidade" que "possam ser 
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no 
mercado". Ficou para o juízo administrativo categorizar o comum e o 
incomum, dentro desses parâmetros. 
A Lei nº 10.520/02 não exclui previamente o uso do pregão para 
contratação de serviços de engenharia, determinando, tão-somente, que o 
objeto a ser licitado se caracterize como bem ou serviço comum; as 
normas regulamentares que proíbem a contratação de serviços de 
engenharia pelo pregão carecem de fundamento de validade, visto que 
não possuem embasamento na Lei nº 10.520/02.20 
 
Acórdão 286/2007 – Primeira Câmara - TCU: A Lei 10.520/2002 e o 
Decreto 5.450/2005 amparam a realização de pregão eletrônico para a 
contratação de serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços 
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. 
 
Jorge Ulisses Jacoby Fernandes21, define como serviços de engenharia 
aqueles que: 
a) Nos termos da lei que regulamentou a profissão, estiverem 
elencados entre os que, para sua execução, dependam de profissional 
registrado no CREA; e 
b) A atividade de engenheiro for predominante em complexidade e 
custo. 
 
 
19 TRIBUNAL de Contas da União. Licitações & contratos: orientações e jurisprudência do TCU. 
4.ed. Brasília: TCU, Secretaria-Geral da Presidência: Senado Federal, Secretaria Especial de 
Editoração e Publicações, 2010. Disponível em <http://portal2.tcu.gov.br/TCU >,p.46. 
20 Importante lembrar que apesar do Decreto 3.555/00 , em seu art. 5º, ter vedado a adoção do 
pregão para contratação de obras e serviços de engenharia, a Lei posterior 10.520/02 e o próprio 
Decreto 5.450/05 não trouxeram vedação para adoção do pregão quanto aos serviços de 
engenharia. 
21 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 497. 
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
 
 21 
E finaliza o raciocínio, considerando como serviço de engenharia comum (e, 
portanto, que possa ser licitado por pregão presencial ou eletrônico), aquele que 
possua características, quantidades e qualidades passíveis de 
‘especificações usuais no mercado’ e “mesmo que exija profissional registrado 
no CREA para execução, a atuação desse não assume relevância, em termos de 
custo, complexidade e responsabilidade, no conjunto do serviço”. 
 
Acórdão 2664/2007 Plenário – TCU: Faça cumprir o art. 1º, caput da Lei 
nº 10.520/2002, e art. 1º, caput, e 2º, § 1º do Decreto no 5.450/2005, 
providenciando a realização de pregão eletrônico para a contratação de 
serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços cujos padrões 
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo 
edital, por meio de especificações usuais no mercado. (Vide também 
Acórdãos 817/2005 e 1329/2006, ambos do Plenário, e Acordão 286/2007 
Primeira Câmara, entre outros). 
 
Acórdão 709/2007 - Plenário – TCU: Verifique, quando da realização de 
pregão para a contratação de serviços de engenharia, se possuem caráter 
comum, tal como exigido no art. 1º da Lei no 10.520/2002. 
 
b.2) BENS/SERVIÇOS DE INFORMÁTICA 
 
O pregão também será adotado quando tratar-se de bens ou serviços de 
informática considerados comuns. Atualmente, há inúmeros bens/serviços de 
informática conhecidos como “de prateleira”, ou seja, aqueles oferecidos de modo 
padronizado e facilmente encontrados no mercado. Quando o serviço ou utensílio 
de informática enquadrar-se no conceito de comum, deverá ser adquirido por 
pregão. 
 
Por outro lado, existem objetos no setor de informática que não são 
considerados comuns. Como exemplo podemos citar determinado software de alta 
complexidade, que deverá ser desenvolvido para determinado órgão público e, 
somente para ele, terá utilidade, não servindo aos demais órgãos/entidades. Este 
software caracteriza objeto incomum e não poderá ser licitado através da 
modalidade pregão. 
 
Este é o entendimento do Tribunal de Contas da União, segundo o qual 
bens/serviços de informática somente serão adquiridos/contratados por pregão se 
considerados comuns: 
 
 22 
 
Acórdão 324/2009 - Plenário – TCU: De acordo com jurisprudência desta 
Corte de Contas, a licitação de bens e serviços de tecnologia da 
informação considerados comuns, ou seja, aqueles que possuam padrões 
de desempenho e de qualidade objetivamente definidos pelo edital, com 
base em especificações usuais no mercado, deve ser obrigatoriamente 
realizada pela modalidade pregão, preferencialmente na forma eletrônica. 
Quando, eventualmente, não for viável utilizar essa forma, deverá ser 
anexada a justificativa correspondente. 
 
Acórdão 1105/2007 Plenário (Sumário) - TCU: É possível o uso de 
pregão para aquisição de equipamento eletrônico sem singularidade e 
amplamente disponível no mercado. 
 
Acórdão 58/2007 Plenário (Sumário) – TCU: Pode-se adotar a 
modalidade pregão para aquisição de serviços de informática quando 
consistirem em serviços padronizáveis e normalmente disponíveis no 
mercado de informática. 
 
Acórdão 1914/2009 Plenário (Voto do Ministro Relator) – TCU: Apesar 
de algumas discussões doutrinarias acerca de ser ou não possível adquirir 
bens e serviços de informática mediante pregão, a jurisprudência do TCU 
tem assentado que se tais bens ou serviços se enquadrarem na definição 
de bens ou serviços comuns podem ser contratados por meio da 
modalidade pregão. Cito, entre outros, os seguintes precedentes: 
Acórdãos 740/2004, 1182/2004, 2094/20004, 107/2006, 1114/2006,1699/2007, 144/2008, 2183/2008 e 2632/2008, todos do Plenário. 
 
Acórdão 512/2009 Plenário – TCU: A participação em pregões para 
fornecimento de bens e serviços comuns de informática e franqueada a 
qualquer interessado, independentemente de desenvolver bens e produtos 
com tecnologia nacional e de cumprir o processo produtivo básico definido 
pela Lei 8.387/1991. 
 
Acórdão 1183/2009 Segunda Câmara (Voto do Ministro Relator): No 
que atine a modalidade de licitação a ser observada, já se consolidou o 
entendimento de que se os sistemas e serviços de Tecnologia da 
Informação forem definidos como comuns, devem ser objeto de certame 
na modalidade pregão. Para que sejam definidos como comuns, 
necessário que os sistemas e serviços em questão possuam padrões de 
desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos por 
meio de especificações atuais no mercado. 
 
Acórdão nº 2.471/2007 - Plenário - TCU: Conforme explicado pela 
unidade técnica especializada, sendo possível a definição objetiva de 
padrões de desempenho e qualidade, na forma exigida pela Lei nº 
10.520/2002, os serviços de informática, inclusive os de tecnologia da 
informação, podem ser contratados por meio de Pregão. 
 
 
2.1.2. POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DO VALOR DA PROPOSTA 
Enquanto nas modalidades tradicionais (concorrência, tomada de preços e 
convite) os licitantes possuem apenas uma oportunidade de ofertar seus preços, 
através da proposta escrita, na licitação mediante pregão existe a possibilidade dos 
licitantes diminuírem o valor inicialmente previsto em suas propostas, através de 
 
 23 
lances orais ou virtuais. Além desta disputa que ocorre na fase de lances, há uma 
fase de negociação, na qual o pregoeiro negocia diretamente com o vencedor 
provisório do certame, na tentativa de obter melhores preços para a Administração. 
Assim, o pregão conta com redução significativa dos valores inicialmente propostos 
pelos licitantes, trazendo verdadeira economia aos cofres públicos. 
 
2.1.3. INVERSÃO DE FASES 
Nas modalidades clássicas de licitação da Lei 8.666/93 (Concorrência, 
Tomada de Preços e Convite), via de regra, primeiro é feita a habilitação de todos 
os proponentes (isto é, são abertos os envelopes contendo a documentação de 
todos os licitantes, sendo analisados os aspectos jurídico, fiscal, técnico e 
econômico-financeiro de cada um à luz dos artigos 27 a 31 da Lei 8.666/93) sendo 
que só continuam no certame aqueles devidamente habilitados. A analise das 
propostas dos proponentes somente será feita após a fase de habilitação e após 
decorrida a fase recursal referente à habilitação. Assim, a Administração é 
obrigada a verificar a documentação de todos os proponentes mesmo sabendo 
que, apenas um deles, será o vencedor do certame. 
Diferentemente, no pregão, visando a celeridade do procedimento, 
inverteram-se as fases: primeiramente é aberta e concluída a fase de classificação 
e julgamento das propostas, seguida da fase de lances para, somente ao final, 
realizar-se a fase de habilitação e apenas do primeiro classificado no certame (isto 
é, o vencedor provisório). Portanto, a verificação da documentação será feita tão 
somente do vencedor provisório do certame e, apenas no caso deste ser 
inabilitado, a Administração procederá à análise da documentação do segundo 
colocado (e, assim, sucessivamente, se necessário). Tem-se, portanto, verdadeira 
economia de tempo, uma vez que não será necessário efetivar a análise 
documental de todos os proponentes como ocorre na concorrência.22 
 
 
22 Para Marçal Justen Filho, como consequência da inversão das fases da licitação, o conhecimento 
do valor ofertado pelos licitantes contamina a isenção dos julgadores para avaliar o preenchimento 
dos requisitos de habilitação, tornando a Administração mais tolerante com a infração a requisitos 
de habilitação. Segundo o autor, a “opinião pública não compreende a rejeição de propostas com 
números aparentemente vantajosos”, devendo ser adotada a modalidade apenas nos casos de 
objetos suficientemente simples que possam ser executado por qualquer sujeito que se encontre no 
mercado, uma vez que tal procedimento não comporta pesquisas mais aprofundadas sobre os 
requisitos de habilitação técnica (JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do 
pregão comum e eletrônico). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 12 e 19). 
 
 24 
2.1.4. FASE RECURSAL UNIFICADA 
Segundo o art. 10923 da Lei 8.666/93, é cabível recurso administrativo em 
face da habilitação ou inabilitação do licitante e do julgamento das propostas. 
Portanto, nas licitações processadas nas modalidades clássicas (Concorrência, 
Tomada de Preços e Convite), a fase recursal ocorrerá em dois momentos 
distintos: após a habilitação e após o julgamento das propostas. 
Diferentemente, no pregão, a fase recursal é unificada: ocorre ao final da 
sessão, após a declaração do vencedor, gerando celeridade ao certame. 
 
2.1.5. SEM LIMITAÇÃO DE VALOR 
O critério de adoção das modalidades Concorrência, Tomada de preços e 
Convite é quantitativo, ou seja, o valor do objeto a ser contratado, de acordo 
com os valores-limites estabelecidos no art. 23 da Lei 8.666/93. 
O pregão, por outro lado, não possui limitação de valores para sua adoção, 
estando restrito tão-somente ao critério qualitativo do objeto, qual seja, a natureza 
comum do bem ou serviço. 
Assim, fica claro que o pregão surgiu como forma de desburocratizar o 
procedimento licitatório, visando a celeridade nas contratações e trazendo consigo 
uma série de vantagens e benefícios às contratações públicas. 
 
2.2. OBRIGATORIEDADE DO PREGÃO 
Com o advento do Decreto Federal n° 5.450/2005, o pregão tornou-se 
modalidade de adoção obrigatória no âmbito da União, para os entes da 
Administração Federal Direta e Indireta e demais órgãos controlados direta ou 
indiretamente pela União, quando o objeto for considerado comum, sendo possível 
a não-adoção do pregão eletrônico apenas mediante justificativa e, se assim 
 
23 Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem: 
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos 
de: 
a) habilitação ou inabilitação do licitante; 
b) julgamento das propostas; 
c) anulação ou revogação da licitação; 
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; 
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 
1994) 
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8883.htm#art109ie
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8883.htm#art109ie
 
 25 
ocorrer, devidamente justificada a inviabilidade da utilização do pregão eletrônico, 
deverá o órgão partir para a realização do Pregão Presencial. Esta é a ordem.24 
 
Acórdão 604/2009 – Plenário - TCU: Utilize, como regra, a modalidade 
pregão, em sua forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços 
comuns, empregando o pregão presencial exclusivamente quando 
inquestionável a excepcionalidade prevista no art. 4°, § 1°, do Decreto n° 
5.450/2005, devidamente justificada no procedimento licitatório. 
 
Acórdão 4067/2009 - 2ª Câmara - TCU: Faça constar dos processos 
administrativos a descrição dos fatos que comprovem a inviabilidade da 
realização do pregão na forma eletrônica, evitando a opção pelo pregão 
presencial de forma discricionária, nos termos do § 1° do art. 4° do 
Decreto nº 5.450/2005. 
 
Acórdão 1700/2007 – Plenário, TCU: O uso da modalidade pregão 
obrigatoriamente na forma eletrônica, salvo se houver comprovada e 
justificada inviabilidade, não confundível com opção discricionária, de 
conformidade com o § 1º do art. 4º do Decreto nº 5.450/2005.Acórdão 2340/2009 Plenário – TCU: Adote a forma eletrônica nos 
pregoes, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada 
nos autos pela autoridade competente, observando o disposto no item 
9.2.1 do Acordão 2471/2008 Plenário. 
 
Acórdão 137/2010 Primeira Câmara (Relação) – TCU: Utilize 
obrigatoriamente a modalidade pregão, preferencialmente na forma 
eletrônica, quando se tratar de serviços comuns, definidos como aqueles 
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente 
definidos por meio de especificações usuais no mercado, em 
conformidade com o art. 1o, paragrafo único, da Lei no 10.520/2002, e 
com o item 9.2.1 do Acordão no 2471/2008, todos do Plenário. 
 
Vê-se, portanto, que a não-adoção do pregão deverá ser devidamente 
justificada e motivada. 
A obrigatoriedade do pregão estendeu-se, com o Decreto Federal n° 5.504 de 
5 de agosto de 2005, a todos aqueles que realizarem aquisições/contratações 
utilizando recursos voluntariamente repassados pela União, abrangendo, inclusive, 
entes privados que tenham recebido recursos da União através de transferência 
voluntária. Em 2007, houve a flexibilização25 da obrigatoriedade do pregão 
 
24 No mesmo sentido: SANTANA, Jair Eduardo. Pregão presencial e eletrônico. 3 .ed. Belo 
Horizonte: Fórum, 2009, p.72; CORDEIRO, Valéria. Formação e capacitação de pregoeiros. 1. 
Ed. Curitiba: Negócios Públicos, 2008, p.128. 
25 Nesse sentido: “As entidades privadas, para o dispêndio de recursos transferidos pela União, por 
força de texto regulamentar, não mais se submeteram à obrigatoriedade do pregão eletrônico, mas 
à simples cotação de preços”. MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Os efeitos das regulamentações 
complementares na condução dos pregões. Biblioteca Digital Fórum de Contratação e Gestão 
Pública – FCGP, Belo Horizonte, ano 9, n.101, maio 2010. Disponível em 
<www.editoraforum.com.br>. Acesso em: 21 dez. 2011. 
http://www.editoraforum.com.br/
 
 26 
eletrônico para as entidades privadas sem fins lucrativos, com o surgimento do 
Decreto Federal nº 6.170/2007, que determinou: 
 
“(...) a aquisição de produtos e a contratação de serviços com recursos da 
União transferidos a entidades privadas sem fins lucrativos deverão 
observar os princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade, 
sendo necessária, no mínimo, a realização de cotação prévia de preços no 
mercado antes da celebração do contrato”. 
 
 Acórdão 6707/2009 - Segunda Câmara – TCU: 
Observe, quando da aquisição de bens e serviços comuns realizadas com 
recursos transferidos pela União, a obrigatoriedade do emprego da 
modalidade pregão, nos termos da Lei nº 10.520/2002, e do regulamento 
previsto no Decreto no 5.450/2005, sendo preferencial a utilização de sua 
forma eletrônica, nos exatos termos do art. 1o, § 1o, do Decreto no 
5.504/2005. 
 
Ressaltamos que essa obrigatoriedade contida no art. 4°, caput e §1° do 
Decreto n° 5.450/05, não se estende automaticamente aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios, por ser Decreto aplicável apenas à esfera federal e aos entes 
que recebam recursos repassados voluntariamente pela União, conforme visto 
acima. Entretanto, Estados e Municípios podem, ao baixar normas próprias, 
estabelecer essa mesma compulsoriedade quanto ao uso do Pregão, ou mesmo, 
estabelecer como parâmetro, as normas do Decreto Federal.26 
 
 
2.3. OS ATORES ENVOLVIDOS NA LICITAÇÃO DA MODALIDADE PREGÃO 
ELETRÔNICO 
 
2.3.1. PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO 
O pregoeiro deve, obrigatoriamente, ser servidor do órgão ou entidade 
promotora da licitação, não podendo ser contratados terceiros, estranhos ao corpo 
de servidores, para desempenho desta função27: 
 
 
26 No mesmo sentido, vide a respeito: FERRAZ, Luciano. Pregão eletrônico. In: GASPARINI, 
Diógenes (Coord.). Pregão presencial e eletrônico. Belo Horizonte: Fórum, 2006, p.235. 
27 Nessa esteira: “Seria possível recorrer a leiloeiros, estranhos ao corpo de servidores? A resposta 
é negativa. Segundo o art. 3º, inc. IV, da Lei nº 10.520, a condição de pregoeiro deverá recair sobre 
‘servidores’ do órgão ou entidade promotora da licitação. Isso significa excluir a possibilidade de 
designação de sujeitos não titulares da condição de servidor. Mas também importa reconhecer a 
possibilidade de que empregados públicos ou ocupantes de cargos em comissão desempenhem a 
função de pregoeiro.”. JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão 
comum e eletrônico). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 107. 
 
 27 
Lei 10.520/02, Art. 3º (...) 
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão 
ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe 
de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das 
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, 
bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante 
vencedor. (grifos nossos) 
 
Registre-se, no caso de pregão eletrônico na esfera federal, que o art. 10 do 
Decreto 5.450/05 autoriza que o pregoeiro ou membros da equipe de apoio, caso 
não sejam servidores do próprio órgão/entidade promotora do certame, o sejam de 
órgão/entidade integrante do SISG: 
 
Art. 10. As designações do pregoeiro e da equipe de apoio devem recair 
nos servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, ou de órgão 
ou entidade integrante do SISG. 
 
Para ser pregoeiro, é obrigatório que o servidor possua capacitação 
específica conforme Parágrafo Único do art. 7º do Decreto 3.555 de 08/08/2000 e 
art. 10, § 4o do Decreto nº 5.450 de 31/05/2005. Essa capacitação específica 
consiste, por exemplo, no Curso Presencial “Completo de Capacitação em Pregão 
Presencial e Eletrônico” ministrado pela Vianna & Consultores, sendo o certificado 
de conclusão deste curso documento que comprova a capacitação do servidor. 
 
Nesse ponto, importante observação é feita por Jorge Ulisses Jacoby 
Fernandes28: 
 
Incorre em culpa in elegendo, a autoridade que nomeia servidor sem a 
necessária qualificação para o desempenho da função. Nesse sentido, 
verifica-se que a jurisprudência do Tribunal de Contas da União em alguns 
casos de danos causados à Administração Pública vem entendendo que 
não se deve isentar de responsabilidade o ordenador de despesas quando 
imputa a causa da irregularidade a ato de subordinado. A culpa in 
elegendo é a possibilidade jurídica de responsabilizar alguém pela má 
escolha do preposto. É dever das autoridades públicas, ao proceder as 
designações de servidores para as funções, fazê-lo de modo a assegurar 
o atendimento do interesse público adequado. Se nomeia alguém sem 
competência, está frustrando a concretização do objetivo da norma e 
deve, portanto, assumir a responsabilidade, na medida em que é 
presumivelmente conivente com a irregularidade. 
 
 
 
28 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 563. 
 
 28 
As funções de pregoeiro e equipe de apoio podem ser exercidas a título 
exclusivo (ou seja, os funcionários assim nomeados terão dedicação exclusiva no 
exercício desta função) ou parcial (hipótese na qual também exercem função em 
outro departamento do órgão/entidade, acumulando as funções normais de seu 
cargo com as de pregoeiro ou equipe de apoio). 
Importante notar que atualmente, diversos Estados e Cidades regularizaram a 
possibilidade de pregoeiros e membros de equipe de apoio receberem gratificação 
no exercício da função (jeton), o que geralmente ocorre por pregão ou por sessão, 
a exemplo do Rio de Janeiro (Decreto 31.863, de 16/setembro/2002), Petrópolis 
(Decreto 340, de 01/setembro/2006), Pernambuco (Decreto 31.391, de 
11/fevereiro/2008), Pelotas (Lei 5.762, de 23/dezembro/2010),Macaíba (Lei 1523, 
de 18/março/2011), dentre outros. 
Quanto ao mandato do pregoeiro e equipe de apoio, a Lei 10.520/02 é 
omissa, devendo ser aplicada subsidiariamente a Lei 8.666/93 (art. 51, § 4o “A 
investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, 
vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no 
período subsequente”).Portanto, a designação do pregoeiro e da equipe de apoio 
poderá ocorrer especificamente para cada pregão ou por mandato cujo prazo não 
ultrapasse um ano, admitida recondução (desde que não seja reconduzida a 
totalidade de seus membros, ou seja, ao menos um membro terá que ser 
substituído)29. 
Designação do pregoeiro poderá ser pelo período de um ano, admitindo-
se reconduções para períodos seguintes ou para licitação especifica.30 
 
O pregão eletrônico trata expressamente da matéria no mesmo sentido: 
 
Art. 10. (...) 
§ 3o A designação do pregoeiro, a critério da autoridade competente, 
poderá ocorrer para período de um ano, admitindo-se reconduções, ou 
para licitação específica. 
 
 
29 Em sentido oposto, Jair Eduardo Santana leciona “Se na Lei n.º 8.666/93 há prazo certo para os 
membros das Comissões de Licitação exercerem seu mandato (artigo 51, § 4º), o mesmo não vale 
para o pregoeiro e equipe de apoio. A Lei n.º 10.520/02 não impôs regra semelhante à designação 
dos últimos (...). Inexistindo “mandato” e prazo certo para investidura do pregoeiro e da equipe de 
apoio, aconselhável o “rodízio” não devendo concentrar o exercício da função respectiva numa só 
pessoa (nem sempre neste ou naquele servidor). SANTANA, Jair Eduardo. Remunerabilidade do 
pregoeiro e da equipe de apoio. Disponível em <www.jairsantana.com.br>. 
30 TRIBUNAL de Contas da União. Licitações & contratos: orientações e jurisprudência do TCU. 
4.ed. Brasília: TCU, Secretaria-Geral da Presidência: Senado Federal, Secretaria Especial de 
Editoração e Publicações, 2010. Disponível em <http://portal2.tcu.gov.br/TCU >, p. 34. 
http://www.jairsantana.com.br/
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
 
 29 
Especificamente quanto à equipe de apoio, esta é responsável pela 
realização de atividades materiais, auxiliando o pregoeiro na condução do certame. 
Não há determinação legal da quantidade de membros que deverão compor a 
equipe de apoio. Recomendamos, em analogia à Comissão de Licitação (art. 51, 
Lei 8.666/9331), o número mínimo de três membros. 
 
2.3.2. RESPONSABILIDADE DO PREGOEIRO, EQUIPE DE APOIO E 
COMISSÃO DE LICITAÇÃO 
 
O pregoeiro decide e responde sozinho pelos atos adotados na sessão do 
pregão. A equipe de apoio apenas auxilia o pregoeiro e, via de regra, não pode ser 
responsabilizada pelas decisões por ele tomadas. 
 
É imperioso destacar que todas as decisões tomadas pelo pregoeiro são 
de sua inteira responsabilidade. Eventual punição somente a ele alcança e 
não se aplica no caso a regra da solidariedade (...) 32 
 
Afigura-se como indispensável que o pregoeiro seja assessorado por 
outros servidores, inclusive para fornecer subsídios e informações 
relevantes. Mas os atos administrativos serão formalmente imputados ao 
pregoeiro, ao qual incumbirá formalizar as decisões e por elas 
responder.33 
 
A equipe de apoio somente responderá se o pregoeiro praticar ato 
manifestamente ilegal e os membros da equipe, conhecendo da manifesta 
ilegalidade, cumprirem a ordem e não representarem à autoridade superior, não 
resguardando suas responsabilidades. A própria lei 8.112/1990, aplicável na esfera 
federal, determina que nessa hipótese, o agente público deve se recusar a cumprir 
a ordem e representar à autoridade superior.34 
 
31 Lei 8.666/93: Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração 
ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou 
especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados 
pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação. 
32 SANTANA, Jair Eduardo. Remunerabilidade do pregoeiro e da equipe de apoio. Disponível 
em <www.jairsantana.com.br>. 
33 JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e eletrônico). 
4. ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 107. 
34 Art. 116. São deveres do servidor: 
[...] 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
[...] 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
http://www.jairsantana.com.br/
 
 30 
Hipótese trazida por Joel de Menezes Niebuhr35, na qual poderia ser 
responsabilizado membro da equipe de apoio, no caso de assistência técnica 
prestada pela equipe que induzisse o pregoeiro em erro: 
 
Ocorre que o pregoeiro pode ser levado a tomar certa decisão em razão 
de parecer técnico de membro da equipe de apoio. Imagine-se que 
pregoeiro, em virtude de parecer de contabilista membro da equipe de 
apoio, tome a decisão equivocada de inabilitar licitante alegando que este 
desatendeu aos requisitos de qualificação econômico-financeira 
estabelecidos no edital. Ora, o pregoeiro, nesse caso, foi induzido a erro 
por membro da equipe de apoio. Logo, tal membro deve ser 
responsabilizado administrativamente, mediante processo administrativo e 
pode responder subsidiariamente junto ao Tribunal de Contas ou ao Poder 
Judiciário. 
 
De forma diversa, a Comissão de Licitação (Lei 8.666/93) decide e responde 
solidariamente pelos atos praticados. A responsabilidade é dividida entre o 
Presidente da CPL e os membros da Comissão de Licitação (salvo do membro que 
fundamentar devidamente posição individual, divergente da decisão tomada pelos 
demais membros, registrando-a na ata lavrada na reunião da decisão tomada). 
 
A respeito da diferença entre pregoeiro e comissão de licitação, ensina com 
maestria Marçal Justen Filho: 
 
A comissão de licitação é órgão colegiado, que delibera por maioria de 
votos. Suas decisões caracterizam-se como ato coletivo, cujo 
aperfeiçoamento depende da manifestação de vontade individual de cada 
membro. Já o pregoeiro é órgão unipessoal, o que significa que a vontade 
estatal se produz pela manifestação de vontade de uma pessoa física 
isolada.36 
 
Importante destacar que a equipe de apoio auxiliará o pregoeiro em todas as 
fases do pregão mas, a decisão final de cada ato (ex.: resposta à impugnações, 
análise das propostas, análise da habilitação, exame de recursos) caberá ao 
pregoeiro, bem como será responsável pela liderança na condução do certame. 
Somente o pregoeiro poderá fornecer a decisão final sobre a aceitabilidade ou não 
 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e 
apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao 
representando ampla defesa. 
35 NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p.93. 
36 JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e eletrônico). 
4. ed. São Paulo: Dialética, 2005, p. 111. 
 
 31 
sobre cada documento, proposta etc, formalizando suas decisões e por elas 
respondendo. 
 
2.3.3. AUTORIDADE COMPETENTE 
Autoridade competente é aquela indicada na Lei ou regulamento do 
órgão/entidade. Suas atribuições constam nos arts. 7º e 8º do Decreto 3555/00 e 
art. 8º do Decreto 5450/05. 
 
2.3.4. EQUIPE TÉCNICA 
Conforme Valéria Cordeiro, a equipe técnica não se confunde com a Equipe 
de Apoio: 
 
A ‘equipe técnica’, sem atribuição específica definida no texto legal, 
porém, parte fundamental no processo de contratação, é formadapor 
servidores integrantes de setores técnicos de diversas áreas da estrutura 
funcional como informática, engenharia, almoxarifado, serviços gerais, etc, 
cuja atribuição consiste desde a assistência à elaboração do Termo de 
Referência por parte do órgão requisitante, até o auxílio ao pregoeiro na 
sessão pública com o saneamento de dúvidas de cunho técnico, 
primordiais para a perfeita execução do objeto.37 
 
Enquanto a Equipe de Apoio auxilia o pregoeiro na realização do próprio 
pregão, a Equipe Técnica exercerá funções sobre o objeto em si (descrição, 
elaboração de Termo de Referência ou Projeto Básico, análise de amostras, 
exame da proposta do licitante quanto à parte técnica do objeto – se está em 
conformidade com as especificações exigidas no edital etc.) 
 
2.3.5. LICITANTES 
São os fornecedores (pessoas jurídicas ou físicas, caso o edital permita a 
participação de pessoas físicas) que pretendem oferecer seus produtos e serviços 
aos órgãos/entidades públicas, participando das licitações. 
 
 
 
 
 
 
37 CORDEIRO, Valéria. Formação e capacitação de pregoeiros. 1. Ed. Curitiba: Negócios 
Públicos, 2008, p. 163. 
 
 32 
3. A FASE INTERNA DO PREGÃO ELETRÔNICO 
 
A licitação divide-se em duas grandes fases: interna e externa. 
É na fase interna (ou preparatória) da licitação que a Administração definirá o 
objeto da licitação, pregoeiro e equipe de apoio, pesquisa de mercado, os 
documentos necessários para habilitação e condições e proposta, a modalidade, o 
tipo de licitação, confecção do edital etc. Esta fase ainda não é aberta ao público, 
pois nela que serão tomadas as decisões acerca da futura contratação. A fase 
interna compõe-se da seguinte maneira: 
 
3.1. REQUISIÇÃO DO OBJETO 
O primeiro passo que dará início ao processo de licitação é a requisição do 
objeto. Verificando a necessidade de aquisição de bens ou contratação de 
serviços, o setor requisitante encaminha a requisição para o setor de Compras. 
 
3.2. DEFINIÇÃO DO OBJETO: TERMO DE REFERÊNCIA / PROJETO BÁSICO: 
Na fase interna deverá ser elaborado o Termo de Referência ou Projeto 
Básico. 
O Projeto Básico é documento previsto na Lei 8.666/93 como indispensável 
para obras e serviços38 (qualquer tipo de serviço e não somente de engenharia), 
para definir e caracterizar o objeto. 
O termo de referência é documento equivalente ao projeto básico, surgindo 
para licitações na modalidade Pregão, nos Decretos Federais nº 3.555/00 e nº 
5450/05. 
Em 2008, a Instrução Normativa nº 02, de 30 de abril de 2008, igualou o 
significado de termo de referência e projeto básico, em seu anexo I: 
 
III - PROJETO BÁSICO OU TERMO DE REFERÊNCIA é o documento que deverá 
conter os elementos técnicos capazes de propiciar a avaliação do custo, pela 
administração, com a contratação e os elementos técnicos necessários e suficientes, 
 
38 Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao 
disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: 
I - projeto básico; 
(...) 
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: 
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos 
interessados em participar do processo licitatório. 
 
 33 
com nível de precisão adequado para caracterizar o serviço a ser contratado e 
orientar a execução e fiscalização contratual. 
 
Tendo em vista que a Lei 8.666/93 exige Projeto Básico para quaisquer tipos 
de serviços, orientamos que as licitações realizada na modalidade pregão para 
contratação de serviços comuns, seja precedida da elaboração de Projeto 
Básico; já, no caso de pregão para aquisição de bens (compras), deverá ser 
utilizado o Termo de Referência. 
Nas modalidades clássicas de licitação, tratando-se de obra ou serviço, 
deverá existir projeto básico e, no caso de compras, a Lei 8.666/93 em seu art. 1439 
exige a descrição sucinta e clara. 
Em síntese: 
Definição do objeto 
PREGÃO → COMPRA DE BENS/PRODUTOS = TERMO DE REFERÊNCIA 
PREGÃO → CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS = PROJETO BÁSICO 
CONCORRÊNCIA, TOMADA DE PREÇOS, CONVITE → COMPRA DE 
BENS/PRODUTOS = DESCRIÇÃO/CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO (TERMO 
DE REFERÊNCIA) 
CONCORRÊNCIA, TOMADA DE PREÇOS, CONVITE → CONTRATAÇÃO 
DE SERVIÇOS/ OBRAS = PROJETO BÁSICO 
 
c) – DEFINIÇÃO DA MODALIDADE E TIPO DE LICITAÇÃO: Ainda no tocante ao 
objeto, é indispensável que seja caracterizado como bem ou serviço comum para 
adoção do pregão. Nos autos do processo deverá existir a demonstração da 
natureza comum do objeto, para adoção do pregão (uma vez que o pregão não 
pode ser utilizado para objetos incomuns). 
Frente ao objeto comum, cuja modalidade adotada será o pregão, define-se o 
tipo de licitação que, no caso, será o de menor preço. 
 
 
 
39 Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação 
dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade 
de quem lhe tiver dado causa. 
 
 
 34 
3.2.1. PARA QUAIS TIPOS DE LICITAÇÃO PODE-SE UTILIZAR O PREGÃO 
ELETRÔNICO? 
 
Tipos de licitação são os critérios utilizados para o julgamento das propostas 
em licitações. Nas modalidades clássicas de licitação, pela Lei 8.666/93, os tipos 
de licitação resumem-se a quatro: 
a) Menor Preço: (Art. 45, § 1o, I, Lei 8.666/93) adotado quando o critério de 
seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será 
vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do 
edital ou convite e ofertar o menor preço. Observe, portanto, que apesar do critério 
de julgamento ser o de menor preço, a proposta terá que atender a requisitos de 
qualidade mínima indicados no edital, sob pena de desclassificação. 
b) Melhor Técnica ou Técnica e Preço: (Art. 46, §§ 1oe 2º Lei 8.666/93) 
utilizados para serviços de natureza predominantemente intelectual. 
C) Melhor lance ou oferta: (Art. 45, § 1o, IV, Lei 8.666/93) para os casos de 
alienação de bens ou concessão de direito real de uso. 
 
Na modalidade pregão, o tipo de licitação a ser adotado é o MENOR PREÇO: 
 
Lei 10.520/02, Art. 4º, X - para julgamento e classificação das 
propostas, será adotado o critério de menor preço, 
observados os prazos máximos para fornecimento, as 
especificações técnicas e parâmetros mínimos de 
desempenho e qualidade definidos no edital.(grifos nossos). 
 
Tendo em vista que o pregão somente será adotado para bens ou serviços 
comuns, jamais serão utilizados os tipos melhor técnica ou técnica e preço em 
licitações processadas mediante o Pregão, pois incompatíveis com o objeto 
comum. A princípio, portanto, falando na modalidade pregão, a regra é o tipo 
menor preço. 
 
Para aquisição de alguns bens, o tipo menor preço pode desdobrar-se no 
“maior desconto”. Segundo Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, essa prática é 
prevista pela doutrina e jurisprudência no caso de desconto sobre tabela de 
referência de objetos como: alimentos perecíveis (desconto sobre a tabela CEASA 
ou CEAGESP), vale-alimentação (desconto sobre o valor facial), livros (desconto 
 
 35 
sobre a tabela de editoras) e peças automotivas (desconto sobre a tabela do 
fabricante).40 
Outro desdobramento prático do critério de menor preço tratado na doutrina, 
designou-se PREGÃO NEGATIVO. Neste caso, após os licitantes chegarem no 
preço 0 (zero), começaram a oferecer pagamento à Administração para que 
pudessem executar aquele contrato: 
 
Isso ocorreu, por exemplo, com licitações para a contratação de vale 
refeição. Normalmente, as empresas que comercializam vale refeição 
cobram montante da Administração Pública e uma percentagem dos 
comerciantes, que fazem suas operações com o vale refeição. Ou seja, 
eles ganhamem duas frentes. As licitações para contratação de vale 
refeição sempre foram julgadas pelo menor preço, isto é, venceria aquele 
que cobrasse da Administração Pública o menor valor. Até que, com o uso 
do pregão, a disputa por tais contratos tornou-se cada vez mais acirrada, 
por efeito do que os licitantes passaram a renunciar à remuneração então 
devida pela Administração e, em passo adiante, a oferecer importância à 
Administração em contrapartida ao direito de explorar o vale-refeição dos 
seus colaboradores. A Administração deixou de pagar e passou a receber. 
(...) 
Substancialmente, o pregão negativo é aquele com critério de julgamento 
baseado no maior lance ou oferta. 
O inciso X do art. 4º da Lei 10.520/02 prescreve que no pregão o tipo de 
licitação é o de menor preço. Não admite qualquer outro. Entretanto, 
menor preço e maior preço guardam a mesma essência. Em tese, a 
disputa pelo menor preço pode alcançar o valor zero. E se chegar ao zero, 
pode haver inversão, e os licitantes passarem a oferecer valores à 
Administração pelo contrato. Daí, passa a maior lance ou oferta. No 
entanto, a essência é a mesma, o melhor preço. Apenas muda o sinal, 
positivo ou negativo, dependendo da perspectiva.41 
 
Vê-se que em ambos desdobramentos a essência do critério “menor preço” 
permanece na essência do julgamento. 
 
3.3. JUSTIFICATIVA DA CONTRATAÇÃO 
 É a autoridade competente que irá avaliar a conveniência e oportunidade da 
contratação (compra de bens ou contratação de serviços) e justificar a necessidade 
de sua realização. 
 
 
 
 
40 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 506-507. 
41 NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p.60. 
 
 36 
3.4. ABERTURA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 Com a justificativa da necessidade da contratação pela autoridade 
competente, deve ser aberto um processo administrativo, devidamente numerado e 
protocolado (art. 38, Lei 8666/93). 
 
3.5. PREVISÃO/INDICAÇÃO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS 
Em consonância com os arts. 7º, § 2º, III e art. 14, Lei 8.666/93, é obrigatória 
a indicação ou previsão de dotação orçamentária (exceto se a licitação 
desenvolver-se mediante Sistema de Registro de Preços). 
 
3.6. PESQUISA DE MERCADO 
Ainda na fase interna do certame, o órgão deverá efetuar uma pesquisa de 
preço para saber os valores praticados no mercado para o objeto que será licitado. 
Importante recomendação, quando a pesquisa for feita junto aos 
fornecedores, a Administração deve tomar cautela com a inserção destes dados 
no processo quando permitir o acesso aos autos pelos demais interessados. Isso 
porque, o TRF 1ª região no Processo nº 1999.37.00.007707-2, REO nº 
37000077072/MA – 6ª turma, anulou licitação na qual a Administração fez pesquisa 
prévia de preços junto ao fornecedor “X”, inserindo sua a planilha de preços no 
processo e fornecendo aos demais concorrentes acesso a esta informação, 
quando o Tribunal entendeu que tal conduta violou o princípio do sigilo das 
propostas. 
Sobre a pesquisa de mercado, em 27 de junho de 2014 o Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão editou a Instrução Normativa nº 5 
regulamentando, de forma inédita, parâmetros para e confecção da pesquisa para 
aquisição de bens e contratação de serviços em geral, sendo a IN 05 de 
observância obrigatória aos órgãos e entidades integrantes do SISG (Sistema de 
Serviços Gerais), isto é, Administração Federal Direta, autárquica e fundacional. 
Dentre outras exigências e disposições, a que nos interessa no momento, é que 
referida Instrução traz fontes e parâmetros para a pesquisa, sendo: 
Art. 2º A pesquisa de preços será realizada mediante a utilização de um 
dos seguintes parâmetros: (Alterado pela Instrução Normativa nº 7, 
de 29 de agosto de 2014) 
I - Portal de Compras Governamentais - 
www.comprasgovernamentais.gov.br; 
 
 37 
II - pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos 
especializados ou de domínio amplo, desde que contenha a data e hora de 
acesso; 
III - contratações similares de outros entes públicos, em execução ou 
concluídos nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de 
preços; ou 
 IV - pesquisa com os fornecedores. 
§ 1º No caso do inciso I será admitida a pesquisa de um único 
preço. (Alterado pela Instrução Normativa nº 7, de 29 de agosto 
de 2014) 
 
 
3.7. ELABORAÇÃO DO EDITAL 
O instrumento convocatório é elaborado na fase interna do certame, 
devendo levar em conta os seguintes requisitos: 
a) – DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DAS PROPOSTAS 
COMERCIAIS: Deverão ser definidos as condições de aceitabilidade das propostas 
quanto ao OBJETO e quanto ao PREÇO. Na fase de classificação/desclassificação 
de propostas, o pregoeiro e equipe de apoio efetuam duas análises: a) Objeto – se 
o objeto indicado na proposta dos licitantes atendem aos requisitos solicitados no 
edital; b) Preço – se o valor está de acordo com os praticados no mercado 
(pesquisa de preços efetuada pelo órgão/entidade). 
A verificação quanto ao OBJETO é efetuada logo após a abertura das 
propostas comerciais, chamada “exame de conformidade”. Nesta fase inicial, as 
propostas que não estiverem com o objeto de acordo com o edital são 
desclassificadas; as que estiverem em conformidade com o edital serão 
classificadas e seguem para as próximas fases. 
Já, o exame quanto ao PREÇO da proposta no pregão, somente deverá ser 
efetuado ao final da fase de lances, pois o valor escrito inicial das propostas sofre 
diminuição em função da fase competitiva de lances verbais ou virtuais. 
 
b) ACEITAÇÃO DAS PROPOSTAS QUANTO AO PREÇO: DISTINÇÃO ENTRE 
OS CONCEITOS “VALOR MÁXIMO” x “VALOR ESTIMADO” x “VALORES 
PRATICADOS NO MERCADO” NAS LICITAÇÕES. 
Durante a realização de treinamentos sobre Licitações, percebemos muitas 
dificuldades por parte da Administração Pública na diferenciação e aplicação dos 
conceitos de valor máximo, valor estimado e valores praticados no mercado, 
 
 38 
bem como na sistemática adequada e eficiente de realização de uma pesquisa de 
preços. Em vista disto, verificamos a necessidade do estabelecimento conceitual 
dessas figuras e, também, da conhecida “pesquisa de mercado”. Os institutos 
diferenciam-se (na teoria e na prática), sendo necessário o estabelecimento dos 
limites de cada um, para sua correta aplicação nas licitações e contratações 
administrativas. 
 
ANÁLISE CONCEITUAL 
I)PESQUISA DE MERCADO E VALOR ESTIMADO DA CONTRATAÇÃO 
 
A pesquisa de mercado, efetuada na fase interna do certame, é obrigatória 
em qualquer processo de licitação (seja por intermédio das modalidades 
Concorrência, Tomada de Preços, Convite ou Pregão) ou contratação direta. É 
através da pesquisa de mercado que a Administração identificará quais são os 
preços praticados no mercado no ramo do bem ou serviço objeto da contratação. 
A pesquisa de preços é requisito de validade do procedimento 
licitatório e também da contratação direta. Sua ausência 
enseja a nulidade dos atos administrativos que a afastaram 
ou desconsideraram, na medida em que, assim, faltaram ao 
dever jurídico de demonstrar a regularidade dos preços 
contratados. Trata-se de consequência inexorável quando 
não houver sido realizada a pesquisa ou quando, realizada, 
resultou inepta para apurar o valor real de mercado do objeto 
pretendido pela Administração42. 
Importante salientar que, além de obrigatória, a pesquisa deve ser revestida 
de fundamentada seriedade, sob pena de responsabilização não somente dos 
agentes que a fizeram, mas também, do pregoeiro, comissão de licitação e 
autoridade competente que homologa o procedimento. De notar que todos 
respondem solidariamente pela pesquisa mal elaborada e sua utilização.Portanto, 
mesmo que outrossejam responsáveis pela elaboração da pesquisa, os agentes 
responsáveis pela condução do procedimento (pregoeiro, comissão de licitação e 
autoridade competente) possuem obrigatoriedade na verificação da real seriedade 
da pesquisa efetuada. 
 
42 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres; DOTTI, MarinêsRestelatto. Responsabilidade por pesquisa 
de preços em licitações e contratações diretas. Fórum de Contratação e Gestão Pública – 
FCGP, Belo Horizonte, ano 10, n. 116, p. 9-21, ago. 2011 
 
 39 
Dessa forma, caso seja contratado proponente por valores excessivamente 
acima dos praticados no mercado, mesmo que com base em pesquisa mal 
elaborada, responderão, solidariamente, os responsáveis pela confecção da 
pesquisa e pela compra. A esse respeito, manifestou-se Jesse Torres Pereira 
Junior e Marinês Restelatto: 
A aceitação de proposta com sobrepreço pelo pregoeiro ou comissão de 
licitação, seguida da homologação do procedimento licitatório pela 
autoridade competente, sujeita-os a responsabilidade, solidariamente com 
o agente que realizou a pesquisa de preços. O mesmo pode ocorrer com a 
autoridade superior competente pela ratificação dos atos do processo da 
contratação direta e o responsável pela pesquisa de preços. 
A não aceitação da proposta pelo pregoeiro ou comissão de licitação e a 
não homologação do procedimento licitatório ou a rejeição da ratificação 
da contratação direta pela autoridade competente, quando o valor se 
apresentar não condizente com o que é praticado no mercado, decorre do 
poder-dever desses agentes de exercerem o controle dos atos 
administrativos praticados no processo, no sentido de coibir e corrigir 
eventuais distorções em relação à ordem jurídica. A contrário senso, a 
aceitação de valor discrepante do praticado no mercado poderá significar 
violação de dever funcional. 43 
 
No mesmo sentido, o Tribunal de Contas da União (TCU): 
 
Acórdão nº 2.136/2006 - Primeira Câmara: bem como 
acerca do fato de que, ainda que se admita que ‘(...) exista 
um setor responsável pela pesquisa de preços de bens e serviços a 
serem contratados pela administração, a Comissão de Licitação, bem 
como a autoridade que homologou o procedimento licitatório, não 
estão isentos de verificar se efetivamente os preços ofertados estão 
de acordo com os praticado no mercado, a teor do art. 43, inciso IV, da 
Lei nº 8.443/1992 (cf. Acórdão nº 509/2005- TCU-Plenário). (grifos nossos) 
 
Acórdão nº 51/2008, Segunda Câmara – TCU: [...] Segundo o art. 6º, 
inciso XVI, da Lei nº 8.666/1993, cabe à comissão receber, examinar e 
julgar todos os documentos e procedimentos relativos à licitação e ao 
cadastramento de licitantes, devendo o julgamento ser processado com 
observância das disposições do art. 43, inciso IV, da citada Lei, ou seja, 
deverá ser verificada a conformidade de cada proposta com os preços 
correntes de mercado. Ainda que se que admita que na [...] exista um 
setor responsável pela pesquisa de preços de bens e serviços a serem 
contratados pela administração, a Comissão de Licitação, bem como a 
autoridade que homologou o procedimento licitatório, não estão 
isentos de verificar se efetivamente os preços ofertados estão de 
acordo com os praticados, a teor do citado artigo. (grifos nossos) 
Pelo exposto, restaram insuficientes as argumentações trazidas pela 
defesa, ensejando a imputação em débito solidário à responsável. 
 
43 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres; DOTTI, MarinêsRestelatto. Responsabilidade por pesquisa 
de preços em licitações e contratações diretas. Fórum de Contratação e Gestão Pública – 
FCGP, Belo Horizonte, ano 10, n. 116, p. 9-21, ago. 2011. 
 
 40 
Somente com a pesquisa de preços a Administração consegue demonstrar e 
justificar o valor do objeto que pretende adquirir/contratar. Portanto, imprescindível 
que a pesquisa seja anexada aos autos do processo licitatório, para justificativa do 
valor a ser pago ao futuro contratado. 
Não pode a Administração efetuar contratações cujos valores encontrem-se 
acima daqueles praticados no mercado: 
Lei 8.666/93: 
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos 
seguintes procedimentos: 
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos 
do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado 
ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do 
sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente 
registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das 
propostas desconformes ou incompatíveis.(grifos nossos) 
 
Deve-se ter cautela no momento da efetivação de pesquisa de mercado, 
como bem ensina Marçal Justen “se a Administração não quer pagar à vista nem 
antecipadamente, também não pode considerar os preços de mercado previstos 
para situações dessa ordem. (...) Quando o ato convocatório previr pagamento 
para época distante, não se poderá estabelecer comparação com preços 
praticados no mercado para pagamento imediato. (...) Existirá excessividade 
quando, em situação idêntica à prevista no ato convocatório, a Administração 
puder obter preço melhor do que o ofertado pelo licitante.44 
No mesmo sentido, Jorge Ulisses Jacoby Fernandes ensina, em consonância 
com o art. 15, III e V da L. 8666/93, que o preço a ser pesquisado não é 
propriamente o de mercado, mas sim o efetivamente praticado no âmbito da 
Administração Pública: 
 
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: 
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às 
do setor privado; 
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades 
da Administração Pública. 
 
Isso porque, a contratação pela Administração difere da contratação entre 
particulares por vários motivos (a Administração tem obrigatoriedade de verificar 
 
44 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14ª 
ed. Dialética, São Paulo, 2010, p.652 
 
 41 
regularidade quanto a tributos e contribuições, diferenciando o preço final dos 
produtos; pagamento através de Nota de Empenho, gera diferenças significativas 
frente a pagamento imediato à vista), devendo, portanto, segundo o autor, antes de 
mais nada, ser feita a seguinte indagação: “o fornecedor ou prestador de serviços 
trabalha com órgão integrante da Administração Pública”? (In Jacoby, Sistema de 
Registro de preços e Pregão Presencial e Eletrônico, p.213) 
Saliente-se que a pesquisa de mercado nunca deve balizar-se por apenas um 
método de pesquisa. Ensina Jessé Torres45 que os preços praticados no mercado 
deverão ser buscados por diversas fontes, dentre as quais: 
a) obtidos em contratações assemelhadas recentes; 
b) praticados em outros contratos da Administração Pública e também por 
entidades privadas, desde que em condições semelhantes; 
c) praticados no balcão, de empresas do ramo do objeto, inclusive por 
meio telefônico ou eletrônico, precatando-se, o agente responsável, de 
registrar a razão social da empresa consultada, a data, nome de quem 
prestou a informação, entre outros dados; 
d) fixados por órgão oficial competente ou constantes do sistema de 
registro de preços; 
e) constantes de publicações especializadas, se for o caso. 
Efetuada a pesquisa de mercado, a Administração com base nos preços 
oriundos da pesquisa, efetua uma média desses valores, chegando, assim ao 
chamado valor estimado da contratação. 
Também, e de extrema relevância, consegue visualizar e mesmo tabular a 
faixa de preços praticados no mercado , respeitando todos (ou a maioria) dos 
itens de a até e com muita propriedade anteriormente elencados pelo mestre 
Jessé Torres, adquirindo segurança no momento de julgar um preço ofertado 
dentro dos valores praticados pelo mercado. 
O valor estimado ou orçamento estimado, é elementoobrigatório em 
qualquer processo de compra ou contratação (seja mediante licitação, seja através 
de contratação direta), devendo sempre constar dos autos do processo. É o valor 
estimado que retrata a média do objeto no ramo de mercado. 
 
45 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres; DOTTI, MarinêsRestelatto. Responsabilidade por pesquisa 
de preços em licitações e contratações diretas. Fórum de Contratação e Gestão Pública – 
FCGP, Belo Horizonte, ano 10, n. 116, ago. 2011. 
 
 42 
A Lei 8.666/93, prevê a obrigatoriedade do orçamento estimado em planilhas 
de quantitativos e preços unitários ser anexado ao edital: 
 
Lei 8.666/93: 
Art. 40 (...) 
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: 
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; 
No que tange a obras e serviços de engenharia, além do orçamento de 
preços unitários que será anexo obrigatório do edital, deverá, também, ser 
juntado um segundo orçamento ao processo que é o orçamento de custos 
unitários a que se refere o art. 7º, § 2º, II, da Lei 8.666 (sendo, a diferença entre 
eles, o BDI – Bonificação e Despesas Indiretas): 
Art. 7o (...) 
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: 
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição 
de todos os seus custos unitários; 
E quanto à modalidade pregão? Seria, o inc. II do § 2º do art. 40 aplicável 
obrigatoriamente em licitações na modalidade pregão? Ou seja, o orçamento 
estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários é anexo obrigatório do 
edital no pregão? 
A Lei 10.520/02 não possui previsão expressa quanto a necessidade do 
orçamento estimado ser anexo do edital, porém, possui determinação de que o 
orçamento estimado é obrigatório nos autos do processo: 
Lei nº 10.520/02: 
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: 
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições 
referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos 
sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado 
pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a 
serem licitados. 
Como o pregão possui uma fase de negociação (feita entre pregoeiro e 
licitante vencedor), diferentemente das demais modalidades, iniciou-se a discussão 
que, se a planilha orçamentária fosse divulgada como anexo do edital da licitação, 
frustraria uma possível redução de preços por parte do licitante no momento da 
negociação. Isso porque, sabendo qual o valor estimado pelo órgão, o licitante 
poderia recusar possível diminuição de seu valor sob o argumento de que já se 
encontra abaixo do estimado. 
 
 43 
Nesse sentido, o Tribunal de Contas da União possui diversos julgados 
defendendo que a divulgação da planilha orçamentária no edital de modalidade 
pregão, não é obrigatória (sendo decisão discricionária do agente público incluí-la 
como anexo do edital ou não). Entretanto, será obrigatório que o orçamento 
conste dos autos do processo da licitação. 
Sendo anexo do processo, qualquer cidadão ou licitante que requerer vistas 
aos autos do processo terá acesso ao orçamento estimado. 
Assim, em consonância com o entendimento do TCU, na licitação realizada 
pela modalidade pregão, o orçamento estimado em planilhas de quantitativos e 
preços unitários não constitui um dos elementos obrigatórios do edital, devendo 
estar inserido obrigatoriamente no bojo do processo administrativo relativo ao 
certame. Ficará a critério do gestor, no caso concreto, a avaliação da oportunidade 
e conveniência de incluir esse orçamento no edital ou informar, no ato 
convocatório, a sua disponibilidade aos interessados e os meios para obtê-lo. A 
esse respeito: 
 
Acórdão 1405/2006 – Plenário – TCU: (...) Nos normativos que regem o 
pregão não existe exigência expressa de publicação dos valores 
estimados para a contratação no edital. Existe sim, como não poderia 
deixar de ser, previsão de que esses valores sejam indicados no bojo do 
processo licitatório. 
Assim, ressalvada a necessidade de que as estimativas estejam presentes 
no processo, acredito que deve ficar a critério do gestor a decisão de 
publicá-las também no edital, possibilitando desse modo que adote a 
estratégia que considere mais eficiente na busca pela economicidade da 
contratação. 
 
Acórdãos nº 1925/2006, 117/2007, 517/2009 – Plenário: A Lei nº 
10.520/2002, que instituiu a modalidade de licitação denominada pregão 
no âmbito da Administração Pública, dispõe em seu art. 3º sobre as 
exigências na fase preparatória do pregão, dentre elas a elaboração, pela 
entidade promotora da licitação, do orçamento dos bens e serviços a 
serem licitados. O Decreto nº 3.555/2000, que regulamenta a modalidade 
na esfera federal, ao dispor sobre a fase preparatória do pregão, exige em 
seu art. 8º a elaboração de um documento chamado termo de referência, 
que indica "os elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela 
Administração, diante de orçamento detalhado, considerando os preços 
praticados no mercado, a definição dos métodos, a estratégia de 
suprimento e o prazo de execução do contrato". Tanto a lei quanto o 
decreto citados não exigem que o edital de licitação na modalidade pregão 
apresente, obrigatoriamente, o orçamento estimado em planilhas e preços 
unitários. Nesse sentido, a recente jurisprudência desta Casa aponta que 
a não inserção, em editais da espécie, do orçamento detalhado e suas 
planilhas de custo, não viola os dispositivos legais e regulamentares sobre 
a matéria (Lei nº 10.520/2002 e Decreto nº 3.555/2000), não sendo o caso 
de se buscar, subsidiariamente, a aplicação da Lei nº 8.666/93. 
 
Acórdão 1178/2008 – Plenário - TCU: 
 
 44 
Avalie, nas licitações realizadas mediante pregão eletrônico, a 
conveniência de divulgar os preços estimados para o bem ou serviço a ser 
adquirido. 
Vide, também, demais julgados no mesmo sentido: Acórdão 1925/2006 – 
Plenário; Acórdão 117/2007 – Plenário; Acórdão 517/2009-Plenário; Acórdão 
394/2009-Plenário; Acórdão 114/2007-Plenário. 
 
Em sentido oposto, Joel de Menezes Niebuhr entende que o orçamento 
estimado deve ser anexo obrigatório em todos os editais de licitação, inclusive no 
pregão. O jurista não vislumbra sentido na posição do TCU em autorizar a não-
divulgação do orçamento no edital porém, obrigar a Administração a disponibilizá-lo 
àqueles que requererem vistas ao processo. Dessa forma, apenas os licitantes que 
conhecerem este direito (de ter vistas aos autos ao processo e, 
consequentemente, acesso ao orçamento estimado), colherão benefício em 
detrimento dos demais licitantes, desconhecedores desta particularidade. Conclui, 
assim que, não é razoável que o orçamento seja disponibilizado apenas para 
alguns (os que o requererem) e para outros não, devendo, portanto, constituir 
anexo obrigatório do edital do pregão acessível a todos.46 
 
Seguem-se, assim, as primeiras observações: 
1.A pesquisa de preço e o valor estimado são elementos obrigatórios em 
qualquer licitação, sempre devendo ser anexados aos autos do 
processo. 
2.Em posse da pesquisa de preço, a Administração efetua uma média dos 
preços encontrados e chega ao valor estimado ou orçamento estimado da 
contratação. 
3.O orçamento estimado é anexo obrigatório nos editais das modalidades 
Concorrência, Tomada de preços e Convite. Já, no pregão, não há 
obrigatoriedade de constar no edital o valor ou orçamento estimado (visando 
não frustrar a fase de negociação), mas é obrigatório que conste no 
 
46NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico.6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p.104. 
Da mesma forma, Marçal Justen Filho entende que a posição adotada pelo TCU configura infração 
à Lei 8.666/93 e lesiona o princípio da publicidade. Para o jurista, as normassobre publicidade de 
orçamentos prescritas pela Lei 8.666/93 apresentam natureza geral e se aplicam no âmbito do 
pregão. JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e 
eletrônico). 5.ed. São Paulo: Dialética, 2009, p. 99. 
 
 45 
processo e, aqueles que requererem vistas, tenham amplo acesso ao 
mesmo. 
4. O valor praticado no mercado é obtido através de pesquisa efetuada 
conforme os parâmetros elencados por Jessé Torres e fica situado em faixa 
de preços obtidos através destes parâmetros, devendo obrigatoriamente ser 
observado em todas as licitações no momento do julgamento do preço. 
5. Conforme orientações do Profº Antonio Militão Silva, quando se trata de 
pesquisa de mercado, a média aritmética não reflete necessariamente a 
realidade da pesquisa, sendo necessário estabelecer um desvio padrão 
(condicionantes de prazos de pagamento, de entrega e outras exigências 
que são feitas pela Administração Pública). 
 
II) VALOR MÁXIMO 
Quando fala-se em “valor máximo”, refere-se a um preço-teto máximo que a 
Administração poderá inserir no edital como critério de aceitabilidade de propostas, 
funcionando como vetor de desclassificação de propostas. O valor máximo está 
previsto nos seguintes dispositivos: 
i) Art. 40, X, Lei 8666 (“permitida a fixação de preços máximos”). O que 
não pode existir é a fixação de preço mínimo, consoante o mesmo 
dispositivo. 
ii) Art. 48, II, lei 8666: “Art. 48. Serão desclassificadas: (...)II - propostas com 
valor global superior ao limite estabelecido (...) 
iii) Art. 46,§ 1o , Lei 8666, especificamente para licitações do tipo melhor 
técnica: Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte 
procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o 
preço máximo que a Administração se propõe a pagar (...) 
 
Uma vez incluído no edital o valor máximo que a Administração se dispõe a 
pagar, qualquer proposta que possua valor acima deste estipulado, deve ser 
desclassificada. Nas modalidades clássicas de licitação esta desclassificação é 
automática (ou seja: abertas as propostas e verificadas propostas acima do valor 
máximo estabelecido, serão desclassificadas imediatamente). No pregão, a 
desclassificação não será de pronto, pois ainda existe a fase de lances e 
 
 46 
negociação. Apenas ao final do certame, em fase negocial, permanecendo o valor 
da proposta acima do valor máximo estipulado e, negando-se o vencedor a reduzir 
seu valor, então, o pregoeiro a desclassifica. 
 
A fixação de um valor ou preço máximo no edital é “permitida”, ou mais 
corretamente, autorizada. Não é obrigatória, nem proibida.47 
 
Saliente-se: apesar de facultativo, uma vez fixado no edital o valor 
máximo, torna-se critério vetor de desclassificação de proposta, com base no 
art. 48, II, L.8666 supramencionado: 
 
Estabelecido, no edital, o preço máximo, resultarão desclassificadas as 
propostas comerciais que o ultrapassarem, critério estritamente objetivo 
que facilitará a tarefa julgadora da Comissão, desde que conciliável com 
as características do objeto em licitação e que haja sido possível apurar-
se o preço de mercado com segurança.48 
 
Importante notar que o valor máximo, sendo discricionário, poderá coincidir 
com o valor estimado pelo órgão. Mas os conceitos de ambos não se 
confundem, podendo contudo, serem fixados com o mesmo valor nominal. 
(Cuidado: A cautela que deverá ser tomada no momento da fixação do preço 
máximo, seguindo a orientação do profº Antonio Militão Silva, é de estabelecer o 
desvio padrão - condicionantes de prazos de pagamento, de entrega e outras 
exigências que são feitas pela Administração Pública- , de modo que nem sempre 
o resultado da média aritmética efetuada sobre a pesquisa de mercado, refletirá a 
realidade da pesquisa). 
Saliente-se ressalva, no que tange às licitações do tipo “melhor técnica”, 
estipular o valor máximo diferentemente do que foi tratado, não importa em mera 
faculdade mas, sim, obrigatoriedade, consoante o disposto no art. 46, § 1º, da Lei 
8.666/93: 
Art 46 (...) 
 § 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte 
procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual 
fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar: 
No mesmo sentido, ensina Edgar Guimarães: 
 
47AMARAL, Antônio Carlos Cintra do. Licitação e Contrato Administrativo. Estudos, pareceres e 
comentários. Ed. Fórum, Belo Horizonte, 2010, p.114 
48PEREIRA JUNIOR, JESSÉ TORRES. Comentários à Lei das Licitações e Contratações da 
Administração Pública, Renovar, 2009, 8ª ed., p.492. 
 
 47 
Assim, a determinação de preço máximo, a princípio, se apresenta como 
facultativa, todavia, quando a licitação for do tipo melhor técnica, pela 
inteligência do §1º do artigo 46 da lei de licitações, depreende-se que tal 
procedimento torna-se obrigatório.49 
 
III) ANÁLISE DA FACULDADE OU OBRIGATORIEDADE NO 
ESTABELECIMENTO DE VALOR MÁXIMO NOS EDITAIS DE LICITAÇÃO DO 
TIPO MENOR PREÇO 
 
Como visto, o art. 40, X, da Lei 8.666/93, estipula o “valor máximo” como 
faculdade, não sendo obrigatório constar do edital. Contudo, há registro de 
decisões do Tribunal de Contas da União considerando como obrigatório estipular 
em edital o valor máximo: 
 
Acórdão 1090/2007 – TCU – Plenário:O estabelecimento dos critérios de 
aceitabilidade de preços unitários, com a fixação de preços máximos, ao 
contrário do que sugere a interpretação literal da lei, é obrigação do gestor 
e não sua faculdade, uma vez que o limite constitui fator ordenador da 
licitação, ao evitar a disparidade exagerada dos preços unitários e global 
constantes das propostas, predispondo a contratação futura a alterações 
indevidas. 
 
“...consoante vem se firmando na jurisprudência desta Casa, o 
estabelecimento dos critérios de aceitabilidade de preços unitários, com a 
fixação de preços máximos, é, na verdade, um poder-dever do gestor e 
não uma mera faculdade conferida pela lei, mesmo nas licitações por 
preço global (Acórdão 1090/2007-Plenário, Acórdão 2555/2009 – Plenário 
e Acórdão 206/2007-Plenário) 
 
Outra discussão a favor da obrigatoriedade de estipular o valor máximo no 
edital da licitação, encontra fundamento no art. 48 da Lei 8.666/93, pelo qual a 
desclassificação das propostas somente poderá ocorrer por dois fundamentos 
(incisos I e II do art. 48): 
 
Art. 48. Serão desclassificadas: 
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação; 
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com 
preços manifestamente inexeqüiveis (...). 
 
Sendo assim, caso o edital não estabeleça este valor superior limite, não 
poderia desclassificar as propostas com o fundamento que encontram-se acima do 
valor “X”, porque este valor “X” não foi estabelecido no edital: 
 
49GUIMARÃES, Edgar. Preço máximo. Fórum de Contratação e Gestão Pública – FCGP, Belo 
Horizonte, ano 6, n. 68, ago. 2007. Disponível em: 
<http://www.bidforum.com.br/bid/PDI0006.aspx?pdiCntd=46716>. Acesso em: 13 fev. 2013 
 
 48 
 
(...) eventual revogação de processo licitatório apenas pode ser realizada 
por razões de interesse público e de forma motivada. Uma vez que a 
licitação atingiu sua finalidade, adjudicando o serviço licitado à empresa 
agravante, não é razoável a declaração de fracasso do pregão sob 
argumento de que os preços oferecidos não alcançaram o limite aceitável, 
inclusive, por não haver menção sobre qual seria tal limite [...].” TJDF. 
Agravo de Instrumento nº 20020020074169. Reg. Do Acórdão nº 180734 – 
3ª Turma Cível. DJU, 05 nov. 2003, p. 40. 
 
No entanto, ainda que não exista um valor máximo fixado no edital, não 
poderá a Administração adjudicar o objeto a propostas cujos valores encontrem-se 
acima daqueles praticados no mercado.Nessa esteira, o jurista Marçal Justen 
Filho, ao comentar o art. 48, II, da Lei 8.666/93, esposa o seguinte entendimento: 
 
Devem ser desclassificadas as propostas de valor excessivo. Essa 
excessividade é apreciável de modo mais simples quando o ato 
convocatório já determinar o valor máximo admissível. O inc. II, ora 
comentado, refere-se a essa hipótese. (...) 
Permanece a regra de que as propostas com preços excessivos deverão 
ser desclassificadas. Não é necessário que o edital tenha fixado um limite 
formal para as propostas. Devem-se verificar os dados indicados pelo 
art. 43, inc. IV. Se, perante eles, a proposta for excessiva, deverá ser 
desclassificada.50 
 
Entendemos que o valor máximo é, realmente, elemento facultativo (não 
obrigatório). Não obstante, somos favoráveis a que o valor máximo seja sempre 
estipulado no edital, qualquer que seja a modalidade adotada (inclusive o 
pregão). Explicaremos o porquê. 
Vamos imaginar determinada licitação, do tipo menor preço, para aquisição 
de notebooks, onde, na pesquisa de mercado, resultaram os seguintes valores 
praticados no mercado: 
 
 MENOR PREÇO 
ENCONTRADO 
MAIOR PREÇO 
ENCONTRADO 
MÉDIA 
Notebook A R$ 500,00 R$ 1.000,00 R$ 750,00 
 
 
50JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14ª 
ed. Dialética, São Paulo, 2010,p.647 
 
 49 
Nesse caso, verificou-se que para o objeto a variação de preço no mercado é 
entre R$ 500,00 a R$ 1.000,00, sendo estabelecido o valor estimado (média 
resultante da pesquisa de mercado) em R$ 750,00. Como se sabe, tanto o 
embasamento da pesquisa quanto o valor estimado serão anexados 
obrigatoriamente ao processo, podendo acessá-los qualquer um (licitante ou 
cidadão) que requerer vistas aos autos do processo. 
Nessa hipótese, imagine que o órgão opte por não fixar o valor máximo que a 
Administração se propõe a pagar (pois, como visto, o valor máximo é facultativo). 
Na data da sessão, são apresentadas propostas (e, em caso de pregão, realizada 
a fase competitiva de lances), sendo que, o primeiro classificado, detentor do 
menor preço, ofereça o valor de R$ 760,00 ou R$ 770,00 ou R$ 780,00 ou R$ 
790,00 ou R$ 850,00? Como deverá proceder a Comissão de Licitação ou o 
Pregoeiro neste caso, onde a proposta encontra-se acima do valor estimado pelo 
órgão porém, abaixo dos praticados no mercado? Poderá simplesmente proceder à 
desclassificação do proponente, mediante justificativa que o valor da proposta 
encontra-se acima do valor estimado pelo órgão e que o licitante não quis reduzir 
seus valores em negociação (no caso de pregão)??? 
Primeira observação, para nós, é que, neste caso, se a proposta do melhor 
classificado encontrar-se acima de R$ 1.000,00, estaria acima dos valores 
praticados no mercado e, neste caso, deverá o pregoeiro desclassificá-la caso a 
negociação reste infrutífera. Assim, ainda que não exista preço máximo fixado 
no edital, as propostas cujos valores encontrem-se acima dos praticados no 
mercado, deverão ser desclassificadas, uma vez que a Administração não pode 
efetuar contratações superfaturadas sob pena de responsabilização dos agentes 
administrativos responsáveis. 
Entretanto, uma vez que não existe valor máximo estipulado no edital (mas, 
tão somente, o valor estimado, seja no edital, seja nos autos do processo), o fato 
da proposta do melhor classificado encontrar-se acima do valor estimado pelo 
órgão, mas, dentro e em conformidade com os valores praticados no 
mercado, não visualizamos a possibilidade de desclassificação desta proposta 
(que, tudo indica, se concretizaria por critérios não claramente objetivos). 
Isso porque o fornecedor apresentou proposta cujo valor encontra-se de 
acordo com aqueles praticados no mercado, apesar de situar-se acima do valor 
estimado pelo ente licitador. Qual o critério para desclassificação neste caso? 
 
 50 
Se a proposta estiver R$ 1,00 (Um real) ou R$ 100,00 (Cem reais) acima do 
estimado?? Ficará ao arbítrio ou “bom senso” do pregoeiro a decisão do percentual 
acima do estimado que será aceito, ou rejeitado??Ou seria razoável estabelecer 
uma faixa percentual sobre o valor estimado, para desclassificação de propostas 
(Exemplo: 10%, 20% acima)?? A esse respeito, já se manifestou o TCU pela 
impossibilidade do estabelecimento de um limite percentual sobre o valor 
inicialmente estimado: 
Acórdão nº 378/2011 - Plenário: Ora, se o preço estimado para 
contratação deve ser elaborado com base naqueles correntes no mercado 
onde será realizada a licitação e consiste, via de regra, na média dos 
preços pesquisados na região, de modo a refletir o preço de mercado, 
podemos concluir que valor de referência corresponde a valor orçado, haja 
vista que ambos são obtidos por meio da realização de pesquisa de 
preços no mercado. 
Assim, contraria o princípio da legalidade, da eficiência e da 
economicidade quando, após a obtenção do preço médio resultante 
de pesquisa de mercado, os responsáveis arbitram, ao alvedrio de 
qualquer critério estatístico ou matemático, o percentual de 20% (a 
maior) sobre o valor inicialmente estimado. 
Nesse contexto, não se pode admitir que o mencionado percentual seja 
lançado no edital como forma de compensar um suposto orçamento mal 
elaborado. Com efeito, a estimativa de valor de uma licitação deve ser 
precedida de uma ampla pesquisa de mercado, que deve compreender, 
se necessária, uma visita das empresas (das quais se colhem o 
orçamento ao local de prestação dos serviços para que o preço estimado 
reflita efetivamente o preço de mercado, sem arbitrariedades. 
Desse modo, ad argumentandum tantum, se, por ocasião dessa visita 
técnica, alguma empresa detectasse que os preços estimados estariam 
aquém da remuneração mínima pelos serviços a serem executados, a 
Entidade haveria de impugnar o edital nesse ponto (da estimativa de 
preços), instando a Administração a alterá-lo, por meio de uma decisão 
legítima, porque devidamente fundamentada, e não fruto de uma 
estimativa imprecisa agravada pelo acréscimo de um percentual sem 
qualquer base empírica. 
Verifica-se, assim, que a aplicação do percentual de 20% sobre o valor de 
referência (estimado) possibilitou, de ofício, a formação de sobrepreço nas 
propostas apresentadas na licitação sob exame, ferindo, nesse particular, 
os princípios da economicidade — em razão do injustificado arbitramento 
do percentual mencionado — e da eficiência, em relação à elaboração do 
orçamento que refletisse o valor de mercado, criando verdadeiras faixas 
de variação em relação a preços de referência, contrariando o Acórdão nº 
326/2010 – TCU – Plenário. (grifos nossos). 
 
Em vista desta problemática (muito frequente nas contratações públicas), 
somos totalmente favoráveis a fixação, em toda e qualquer licitação, do chamado 
valor máximo nos editais, que servirá como o limite para desclassificação de 
propostas que sejam formuladas acima deste teto. Com o estabelecimento do valor 
máximo no edital, formula-se um critério extremamente objetivo para 
desclassificação de propostas, sem que o pregoeiro ou equipe de apoio encontre 
 
 51 
problemas com o licitante, no momento de sua desclassificação (se este for o 
caso). 
A esse respeito, trazemos à tona entendimento doutrinário de Marçal Justen, 
sobre o descabimento da conduta (muito comum) dos órgãos não divulgarem no 
edital o valor do orçamento ou preço máximo: 
 
Questão que sempre merece reiteração é a vedação ao sigilo acerca de 
informações relevantes. Uma dessas questões é o valor do orçamento ou 
preço máximo. (...) Deve insistir-se acerca do descabimento de a 
Administração manter em segredo o valor de orçamento ou preço 
máximo.Lembre-se que um Estado Democrático de Direito envolve o 
princípio da transparência da atividade administrativa, somente se 
admitindo sigilo em situações que ponham em risco interesses relevantes,transcendentes. No caso, o próprio art. 44, § 1º, explicitamente proíbe que 
algum critério relevante para julgamento (inclusive classificação ou 
desclassificação de propostas) seja mantido em segredo. 
(...) Enfim, a recusa da Administração em divulgar o valor do orçamento ou 
do preço máximo autoriza representação perante as autoridades 
superiores e aos órgãos de controle, inclusive o Tribunal de Contas. 
Também pode ser objeto de recurso ao Poder Judiciário. O que não se 
pode admitir é que a Administração se reserve a faculdade de 
desclassificar propostas com base em orçamentos ou preços máximos 
cuja existência era mantida em segredo. 
(...) Mas o TCU tem reputado cabível que o valor do orçamento não conste 
do ato convocatório, desde que o orçamento efetivamente exista nos 
autos do procedimento administrativo. Em tais hipóteses, deverá ser 
assegurado ao interessado que o solicitar o conhecimento e o acesso 
pleno ao conteúdo do orçamento.51 
 
O professor Carlos Pinto Coelho Motta também mostrava-se favorável à 
fixação do valor máximo no edital: 
 
O edital deve, pois, estabelecer claramente o limite máximo que a 
Administração se dispõe a pagar pelo bem licitado, significando o limite de 
aceitabilidade das propostas52. 
 
Joel de Menezes Niebuhr53 entende que, mesmo inexistindo a fixação de 
valor máximo no edital, “a desclassificação de proposta só pode ocorrer se ficar 
demonstrado que o preço consignado nela é manifestamente superior ao praticado 
no mercado”, devendo a desclassificação ser amplamente motivada, pois, em 
função do princípio da eficiência e da economicidade, “a Administração não deve e 
 
51JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14ª 
ed. Dialética, São Paulo, 2010, p.550-551. 
52MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas Licitações e Contratos. 11ª ed. Del Rey, Belo 
Horizonte, 2008, p.453-454. 
53 NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico.6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p.107-108. 
 
 52 
não pode pagar preços acima dos praticados no mercado”. Entretanto, tendo em 
vista que esta motivação para a desclassificação - quando não há valor máximo 
estipulado no edital-, pode se tornar muito difícil, constituindo um complicador para 
certame, sugere, também, que o valor máximo já venha estipulado no próprio 
edital, para que todos o conheçam antecipadamente: 
 
Ainda que o edital não tenha determinado preço máximo, o pregoeiro tem 
o dever de declarar inaceitáveis os preços acima dos praticados no 
mercado. O ponto é que, sem o valor máximo, ele deve declinar os 
motivos que o levaram a reputar os preços ofertados pelos licitantes acima 
dos praticados no mercado”54 
(...) 
De toda sorte, sem a fixação de valor máximo, a desclassificação de 
proposta só pode ocorrer se ficar demonstrado que o preço 
consignado nela é manifestamente superior ao praticado no 
mercado. Isto é, a desclassificação deve ser amplamente motivada. 
Como, por vezes, isso se torna difícil, é melhor já estipular o valor 
máximo no próprio edital, para que todos o conheçam 
antecipadamente. (grifos nossos). 
 
Em vista de todo o exposto, assentamos nosso entendimento no sentido de 
que, não obstante a faculdade (e não obrigatoriedade) na fixação do valor máximo, 
orientamos as Administrações que estabeleçam sim em seus editais (inclusive o de 
pregão) o valor máximo que se dispõem a pagar, nos termos do art. 40, X, da Lei 
8.666/93, que consistirá em critério objetivo de desclassificação de propostas cujos 
valores situarem-se acima deste limite-teto, com fulcro no art. 48, II, LGL. 
O argumento de que tal conduta implicaria em frustração na fase de 
negociação, é totalmente equivocada, afinal, como demonstrado, no mínimo o 
orçamento estimado é informação obrigatória do processo de licitação, a ele tendo 
acesso qualquer cidadão ou licitante que requerer vista aos autos. Nessa ótica, a 
conduta da Administração que não disponibiliza tais informações no edital, apenas 
favorece àqueles licitantes melhor informados, em detrimento dos que possuem 
menor conhecimento, recorrendo os primeiros ao acesso aos autos do processo. 
A fixação do valor máximo no edital, além de criar critério objetivo para 
desclassificação de proposta em função do valor, evita possíveis “dores de cabeça” 
ao julgador do certame na ocorrência da proposta melhor classificada encontrar-se 
no limite dos valores praticados no mercado (em outras palavras, em conformidade 
com os valores praticados no mercado) porém, acima do valor estimado pelo órgão 
 
54NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico.6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p.198. 
 
 53 
(um real, dois reais, dez reais, vinte reais, cem ou duzentos reais acima). Basta a 
Administração ter coragem para estabelecer o valor máximo (podendo, inclusive, 
como afirmado, ter o mesmo valor nominal que o valor estimado pelo órgão) e, aí 
sim, desclassificar a proposta que situar-se um centavo sequer acima do valor 
máximo estipulado no edital, sem que o fornecedor possa perseguir qualquer 
direito contra sua (acertada) desclassificação. 
 
3.8. DEFINIÇÃO DAS EXIGÊNCIAS PARA A HABILITAÇÃO 
É também na fase interna que serão definidos quais documentos deverão 
ser entregues pelos licitantes. 
 
3.9. DEFINIÇÃO DAS PENALIDADES 
Deverão ser definidas as sanções em caso de inadimplemento. As possíveis 
sanções no pregão presencial serão melhor detalhadas no capítulo 7 deste livro. 
 
 
3.10. DEFINIÇÃO DAS CLÁUSULAS DA MINUTA DO CONTRATO 
É importante ressaltar que a minuta do contrato é sempre anexo obrigatório 
do edital de todas as licitações, conforme art. 40, §2º, inc. III da Lei 8.666/93, 
sendo este dispositivo aplicável no pregão: 
Art. 40: 
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: 
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante 
vencedor. 
 
A esse respeito: 
Perceba-se que a exigência de definir as cláusulas do contrato ainda na 
fase interna da licitação tem por finalidade sedimentar a vinculação entre o 
edital, a licitação e o contrato, apresentando-se como instrumento valioso 
para controlar distorções e para a defesa dos direitos dos contratados, que 
não poderão ser compelidos a cumprir prestação diversa daquela 
inicialmente entabulada.55 
 
Portanto, deverá ser confeccionada a minuta do contrato, ainda na fase 
interna, que não poderá desvirtuar-se das cláusulas contratuais e editalícias. 
 
 
 
55 NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 6.ed. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 
2011, p. 117. 
 
 54 
3.11. DESIGNAÇÃO DO PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO: 
A autoridade competente irá designar o pregoeiro e a equipe de apoio na fase 
interna do certame: 
Lei 10.520/02: 
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: 
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou 
entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio 
(...) 
 
O ato de designação deverá ser elaborado conforme regulamento interno de 
cada órgão/entidade (ex.: portaria, resolução, decreto), devendo conter a 
nomeação do pregoeiro, da equipe de apoio, substituto do pregoeiro e período da 
investidura.56 
 
3.12. EXAME E APROVAÇÃO DA ASSESSORIA JURÍDICA 
O Edital do pregão e a minuta contratual (anexo do edital) deverão ser 
examinados e aprovados pela assessoria jurídica do órgão, seguindo a 
determinação da Lei 8.666/93: 
 
Art. 38. (...) 
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos 
contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente 
examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.57 
 
3.13. ASSINATURA E PUBLICAÇÃO DO EDITAL 
Por fim, o edital é assinado e publicado.Com sua publicação, tem-se 
encerrada a fase interna e iniciada a fase externa da licitação. 
A doutrina, majoritariamente, ensina que a elaboração do edital de licitação 
não é atribuição do pregoeiro. À luz do Decreto 5.450/05, verifica-se que a 
elaboração do edital é competência de setor distinto (e não atribuição do 
pregoeiro): 
 
Decreto 5450/05, art. 18, § 1o Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor 
responsável pela elaboração do edital, decidir sobre a impugnação no 
prazo de até vinte e quatro horas. 
 
56 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 561. 
57 E, também: Decreto 3.555/00: Art. 21. Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de 
meios eletrônicos, serão documentados ou juntados no respectivo processo, cada qual 
oportunamente, compreendendo, sem prejuízo de outros, o seguinte: (...) VII - parecer jurídico; 
Decreto 5.450/05: Art. 30. O processo licitatório será instruído com os seguintes documentos: (...) 
IX - parecer jurídico. 
 
 55 
Decreto 5450/05, Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial: 
II - receber, examinar e decidir as impugnações e consultas ao edital, 
apoiado pelo setor responsável pela sua elaboração. 
 
Ivan Barbosa Rigolin58 ensina que o instrumento convocatório é matéria 
multidisciplinar, cuja elaboração depende da participação de todos os setores 
interessados no objeto. Assim, licitação para contratação de serviço de engenharia, 
deverá ser elaborado com a participação do setor de engenharia (pois, somente 
ele, poderá descrever tecnicamente o objeto com propriedade), setor de 
contabilidade (para averiguar as diretrizes financeiras), setor jurídico (para análise 
da legalidade e regularidade das disposições do edital) e o setor de 
compras/licitações (para analisar pontos do edital que já ensejaram discussões ou 
impasses, evitando-os na licitação atual). Caso a licitação vise aquisição de 
material de informática, imprescindível a participação do setor de informática, 
jurídico, compras/licitações, contabilidade, cada qual com os olhos voltados à sua 
especialidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 RIGOLIN, Ivan Barbosa. Recomendações sobre o edital e para a comissão de licitações. 
Revista SÍNTESE Licitações, Contratos e Convênios, V. 2, n. 7 (fev./mar. 2012) – São Paulo: IOB, 
2011. 
 
 56 
4. FASE EXTERNA DO PREGÃO ELETRÔNICO 
 
4.1. PORTAIS/ PROVEDORES MAIS UTILIZADOS PARA O 
DESENVOLVIMENTO DO PREGÃO ELETRÔNICO 
O pregão eletrônico é realizado pela internet, possibilitando a participação 
de licitantes de todo o Brasil sem custas de translado, bastando que possuam 
acesso à Internet. Na esfera federal, o pregão eletrônico é a forma preferencial (e 
obrigatória) para aquisição/contratação de objetos comuns, apenas podendo ser 
afastado mediante justificativa da inviabilidade de sua adoção, situação na qual o 
órgão/entidade adotará sua forma presencial. 
Os provedores mais utilizados no Brasil para realização de pregões 
eletrônicos são o Sistema Comprasnet (www.comprasnet.gov.br) e o Sistema 
Licitações-e do Banco do Brasil (www.licitacoes-e.com.br). Esses dois provedores 
permitem a adesão de órgãos/entidades de qualquer esfera governamental, 
bastando firmarem termo de adesão ou acordo de cooperação técnica. O 
diferencial existente entre os dois sistemas é que o Comprasnet é disponibilizado 
gratuitamente aos seus usuários, enquanto a utilização do sistema do Banco do 
Brasil (Licitações-e) opera-se mediante pagamento59. Outros Estados optaram por 
desenvolver seu próprio provedor de compras públicas online, tais como: o Estado 
de São Paulo (www.bec.sp.gov.br), Estado de Minas Gerais 
(www.compras.mg.gov.br), Estado de Pernambuco (www.redecompras.pe.gov.br), 
Estado de Goiás (www.comprasnet.go.gov.br), Administração Direta, autarquias e 
fundações do Rio Grande do Sul (www.compras.rs.gov.br), Administração Indireta, 
Prefeituras e demais entidades do Rio Grande do Sul ( 
http://www.pregaoonlinebanrisul.com.br/), Estado de Tocantins 
(http://www.pregao.to.gov.br/), Estado do Mato Grosso 
(http://aquisicoes.sad.mt.gov.br/), Estado do Mato Grosso do Sul 
(http://www.centraldecompras.ms.gov.br) , Estado de Santa Catarina (http://e-
lic.sc.gov.br/ ou http://www.ciasc.sc.gov.br/), Estado do Espírito Santo 
(http://www.compras.es.gov.br/), dentre outros. 
O edital deverá mencionar em qual provedor ocorrerá o pregão eletrônico, 
informando o sítio virtual para acesso. Dessa forma, no pregão, não cabe qualquer 
 
59 Maiores informações sobre os custos cobrado dos fornecedores no momento do cadastramento 
da empresa e representante, acesso o site www.licitacoes-e.com.br . 
http://www.comprasnet.gov.br/
http://www.licitacoes-e.com.br/
http://www.bec.sp.gov.br/
http://www.compras.mg.gov.br/
http://www.redecompras.pe.gov.br/
http://www.comprasnet.go.gov.br/
http://www.compras.rs.gov.br/
http://www.pregaoonlinebanrisul.com.br/
http://www.pregao.to.gov.br/
http://aquisicoes.sad.mt.gov.br/
http://e-lic.sc.gov.br/
http://e-lic.sc.gov.br/
http://www.ciasc.sc.gov.br/
http://www.compras.es.gov.br/
http://www.licitacoes-e.com.br/
 
 57 
outra forma de participação senão virtual, não sendo possível a participação postal 
ou entrega dos envelopes no órgão/entidade ou participação presencial. 
 
4.2. PUBLICAÇÃO DO EDITAL 
A publicação do edital no pregão possui prazo e forma própria em relação às 
modalidades da Lei 8.666/93. 
Inicialmente, a publicação nos prazos e locais abaixo indicados será do “aviso 
do edital” (e não do edital completo): 
 
Lei 10.520/02, art. 4º (...), II - do aviso constarão a definição do objeto da 
licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou 
obtida a íntegra do edital. 
 
O aviso do edital deverá conter a definição do objeto a ser licitado, a 
modalidade, a data, horário e local no qual ocorrerá a licitação (no caso de pregão 
eletrônico o endereço eletrônico onde ocorrerá a sessão) e a indicação de 
local/dias/horários onde os interessados poderão obter a íntegra do instrumento 
convocatório. 
Nas modalidades da Lei 8.666/93, o § 2º do art. 21 determina os seguintes 
prazos mínimos entre a publicação do edital e a data do certame: 
Na modalidade pregão, presencial ou eletrônico, o prazo mínimo entre a 
publicação do edital e a data do certame é definido pelo art. 4º, V, da Lei 
10.520/02, sendo de 8 (oito) dias úteis. 
Portanto, da data de publicação do edital e sua efetiva disponibilidade aos 
interessados, até a data marcada para a sessão de abertura do pregão, o prazo 
estipulado pela Administração não poderá ser inferior a 8 dias úteis. Poderá ser 
superior a isto, mas nunca inferior. 
É importante lembrar que o prazo apenas inicia-se da publicação + efetiva 
disponibilidade do edital aos interessados (ou seja, não somente da publicação do 
aviso, mas, também, de que o edital esteja disponível no local indicado pelo aviso 
para que todos os interessados em obter a íntegra do edital possam consegui-lo, 
conforme Lei 8.666/93, art. 21, § 3o : “Os prazos estabelecidos no parágrafo 
anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da 
expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e 
respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde”. 
 
 58 
Até o momento anterior à sua publicação, ainda na fase interna, o edital pode 
ser modificado pela Administração. 
Entretanto, uma vez publicado o edital, iniciada a fase externa, qualquer 
modificação efetuada no instrumento convocatório que implique em alteração das 
propostas ou documentação dos licitantes, exige nova publicação com nova 
abertura do prazode 8 (oito) dias úteis. Nesse sentido, aplica-se ao pregão a regra 
do art. 21, § 4º,Lei 8.666/93, a saber: 
 
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma 
que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, 
exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação 
das propostas. 
Há necessidade de se divulgar qualquer modificação no edital pela mesma 
forma em que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente 
estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar 
a formulação das propostas. (TCU. Processo nº TC-350.024/97-9. Decisão 
nº 221/1997 – Plenário. Relator: Ministro Bento José Bugarin, Brasília, 30 
de abril de 1997). 
 
Nesse sentido: 
Se a Administração introduzir alteração após publicado o aviso, deverá 
renovar-se a publicação. Se assim não fosse, haveria redução do prazo 
mínimo. Admite-se, porém, a desnecessidade da nova publicação quando 
a alteração for secundária e irrelevante para formulação das propostas60. 
 
Quanto ao local para a publicação do aviso do edital, determina o 
regulamento federal nº 5.450/05: 
 
 PREGÃO ELETRÔNICO (Art. 4º, I, Lei 10.520/02; Decreto Federal nº 
5.450/05, art. 17, incs. I, II e III) 
 Para bens e serviços até R$ 650.000,00: 
1. No Diário Oficial do respectivo ente federado; e 
2.Em meio eletrônico, na internet. 
 
 Para bens e serviços de valores estimados de R$ 650.000,01 até R$ 
1.300.000,00: 
1. No Diário Oficial do respectivo ente federado; 
 
60 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 14. ed. 
São Paulo: Dialética, 2010, p.243. 
 
 59 
2. Em meio eletrônico, na internet; e 
3. Em jornal de grande circulação local. 
 
 Para bens e serviços superiores a R$ 1.300.000,00: 
1.No Diário Oficial do respectivo ente federado; 
2. Em meio eletrônico, na internet; e 
3. Em jornal de grande circulação regional ou nacional. 
 
 Tanto para o pregão presencial quanto para o eletrônico, os órgãos ou 
entidades integrantes do SISG e os que aderirem ao sistema do Governo Federal 
disponibilizarão a íntegra do edital, em meio eletrônico, no Portal de Compras do 
Governo Federal - COMPRASNET, sítio www.comprasnet.gov.br. 
A publicação poderá ser feita em sítios oficiais da administração pública, na 
internet, desde que certificado digitalmente por autoridade certificadora 
credenciada no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-
Brasil. 
 
Homepage Contas Públicas TCU (ww.contaspublicas.gov.br) 
 De acordo com a Lei nº 9.755 de 16 de dezembro de 1998 e IN nº 28, de 5 
de maio de 1999, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios deverão remeter 
para o Tribunal de Contas da União (TCU) os resumos dos instrumentos de 
contrato ou de seus aditivos e; as relações mensais de todas as compras feitas 
pela Administração direta ou indireta da União, Estados, DF e Municípios. O TCU 
mantém a homepage Contas Públicas com o fito de promover o acesso a estas e 
outras informações de que trata a Lei 9755/98, em atendimento ao princípio da 
publicidade. Deverão divulgar as informações em link no próprio site do 
órgão/entidade (art. 4º,IV, L.10.520 c/c L. 9.755/98 e IN 28/99). 
Mas atenção: a publicação do aviso é obrigatória. A simples disponibilidade 
via internet não substitui a publicação nos meios acima previstos (D.O., jornal)61. 
 
4.3. IMPUGNAÇÃO AO EDITAL 
Quando o instrumento convocatório possuir alguma irregularidade, qualquer 
pessoa – licitante ou não – possui o direito a denominada “impugnação ao edital”. 
 
61 Acórdão nº 209/2001 – Plenário. 
http://www.comprasnet.gov.br/
 
 60 
Novamente a impugnação ao edital apresenta diferença na modalidade 
pregão e demais modalidades da Lei 8.666/93. 
Nas modalidades clássicas, a impugnação é tratada no art. 41 da Lei 
8.666/93,diferenciando prazos para impugnação efetuada por licitante e cidadão. O 
cidadão poderá impugnar o edital, desde que o faça no prazo de até 5 dias úteis 
anteriores à data fixada para o certame, cabendo a Administração responder à 
impugnação no prazo de até três dias úteis. Já, o licitante, somente poderá 
impugnar o instrumento convocatório até o segundo dia útil anterior à data da 
sessão. 
A Lei não estabelece expressamente prazo para a Administração responder 
impugnação interposta por licitante. O Tribunal de Contas da União (TCU), através 
do Acórdão nº 1.686/2012 – Plenário, estabeleceu o prazo de cinco dias para que a 
Administração responda à impugnação de licitante, em aplicação subsidiária do art. 
24 da Lei nº 9.784/1999: “Art 24. Inexistindo disposição específica, os atos do 
órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele 
participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força 
maior.” Determinou, ainda, que a resposta deverá ocorrer antes da abertura das 
propostas. 
No pregão, não há distinção entre cidadão ou licitante. Até dois dias úteis 
antes da data estabelecida para recebimento das propostas, qualquer pessoa 
poderá impugnar o edital (art. 12, Decreto 3.555/2000 – Pregão Presencial – e art. 
18, Decreto 5450/2005 – Pregão Eletrônico). O prazo que a Administração 
(pregoeiro) possui para responder a impugnação é de até 24 horas. 
A forma de interposição de impugnação, no pregão eletrônico, é 
exclusivamente por meio eletrônico; já no presencial, valerá o que dispuser o edital. 
A impugnação deverá ser endereçada ao pregoeiro, que possui prazo de 24 
horas para proferir sua decisão. 
 
Não determina a Lei nº 10.520/2002 que os prazos para recurso e 
impugnação sejam contados em dias úteis. No entanto, diante dos 
obstáculos criados para a defesa do licitante e da ausência de prejuízo 
para o certame, recomenda-se que o edital discipline os prazos previstos 
na legislação em dias úteis.62 
 
Acórdão 2632/2008 Plenário - TCU 
 
62 TCU, Licitações & Contratos – Orientações e Jurisprudências do TCU, 4ª ed., 2010, p.571. 
 
 61 
Adote, nas licitações na modalidade pregão, medidas no sentido de fazer 
constar endereço eletrônico para envio de eventuais impugnações e 
pedidos de informações referentes aos instrumentos convocatórios, em 
atendimento ao que estabelece os arts. 18 e 19 do Decreto no 5.450/2005. 
 
Caso a impugnação seja acolhida e implique alteração do edital (com 
consequente alteração das propostas ou documentação dos licitantes), deverá ser 
designada nova data para o pregão, com nova publicação do edital e reabertura do 
prazo de 8 (oito) dias úteis. 
 
4.4. PEDIDO DE ESCLARECIMENTO SOBRE O EDITAL 
Na modalidade pregão há previsão, para aqueles que não desejarem 
impugnar o edital mas, somente, solicitar um esclarecimento formal sobre algum 
ponto obscuro, omisso ou que tenha deixado dúvida no edital do pregão, 
encaminharem “pedido de esclarecimento” ao órgão/entidade promotor do certame. 
O prazo para envio do pedido de esclarecimento, por licitante ou cidadão, no 
pregão presencial, é de até dois dias úteis antes da data da sessão (art. 12, 
Decreto 3.555/00). Já, no pregão eletrônico, o prazo para envio de pedido de 
esclarecimento é de três dias úteis anteriores à sessão (art. 19, Decreto 5.450/05). 
A forma de envio de pedido de esclarecimento no pregão eletrônico, é 
exclusivamente por meio eletrônico; já no presencial, valerá o que dispuser o edital. 
O pedido de esclarecimento deverá ser endereçado ao pregoeiro, que possui 
prazo de 24 horas para responder (24 horas corridas, não úteis). Nessa 
perspectiva, Jorge Ulisses Jacoby Fernandes63 recomenda ao pregoeiro que: 
 
Se receber impugnação no último dia e minuto do prazo, proceda a uma 
análise preliminar. Verificando que a questão é de fácil compreensão e 
que há uma tendênciaa rejeição da impugnação e, por consequência, 
manutenção do edital e da data de abertura, envide esforços para 
responder no prazo. Ao contrário, se em decorrência do exame preliminar 
verificar que a questão é complexa ou que há possibilidade de vir a ser 
procedente a impugnação, deve adiar a data de abertura, remetendo logo 
o aviso para a imprensa oficial, fixando nova data. 
Se a data de abertura for adiada, o prazo para o pregoeiro responder a 
impugnação é dilatado. (...) se diante da complexidade da questão o 
pregoeiro entender ser necessário exame mais aprofundado da questão, 
pode-se alterar a data, respondendo a impugnação a tempo de permitir 
um dia útil de prazo ao impugnante; se além disso considerar, no final do 
exame, procedente a impugnação, a data poderá ser novamente alterada 
ou não, dependendo do tempo que o pregoeiro estime como necessário à 
adequação das propostas pelos licitantes. 
 
63 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 615. 
 
 62 
4.5. IMPUGNAÇÕES/ESCLARECIMENTOS ENCAMINHADOS FORA DO PRAZO 
Pode ocorrer (e não é incomum) de determinados licitantes encaminharem 
impugnação ou pedido de esclarecimento intempestivamente, ou seja, fora do 
prazo determinado na legislação. Nestes casos, a Administração não deve 
conhecer da impugnação/pedido mas, de ofício, recomenda-se que responda ao 
requerente em vista do direito constitucional de petição que todos possuem frente 
aos órgãos/entidades públicas, merecedor de resposta. O direito de petição é 
consagrado no art. 5º, inciso XXXIV, alínea “a”, CF/88: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder. 
 
4.6. CREDENCIAMENTO NO PREGÃO ELETRÔNICO 
Enquanto o credenciamento, no pregão presencial, é ato facultativo (sendo 
que os licitantes que não quiserem oferecer lances, nem manifestar intenção de 
recurso, podem simplesmente não credenciar representante, mas participam do 
pregão presencial com sua proposta escrita), no pregão eletrônico o 
credenciamento prévio no sistema eletrônico é requisito obrigatório para 
participação no certame. 
Assim, o credenciamento no pregão eletrônico deve ser providenciado 
anteriormente ao início da sessão do pregão. Autoridade competente, equipe de 
apoio, pregoeiro e licitantes deverão credenciar-se previamente no sistema 
eletrônico onde ocorrerá o pregão. Este cadastramento prévio no provedor é 
condição obrigatória para obtenção de chave de identificação e senha para acesso 
ao sistema. 
No pregão eletrônico, o credenciamento deve ser feito junto ao provedor 
do sistema, que fornecera ao licitante chave de identificação e senha 
pessoal para participação do certame pela internet. Assim, somente o 
licitante previamente credenciado no sistema pode oferecer lances via 
internet. 
Em pregão eletrônico, devem estar previamente credenciados no provedor 
do sistema eletrônico, além dos licitantes, a autoridade competente do 
órgão promotor da licitação, o pregoeiro e os membros da equipe de 
apoio. (TCU, Licitações & Contratos – Orientações e Jurisprudências 
do TCU, 4ª ed., 2010, p.327) 
 
 63 
Ainda, para credenciamento dos licitantes que participarão do pregão no 
sistema da esfera federal – Comprasnet (quer dizer, tanto do pregão eletrônico 
promovido por órgãos da esfera federal quanto dos pregões eletrônicos 
promovidos por órgãos/entidades dos Estados, DF e Municípios que efetuaram 
adesão ao provedor eletrônico federal) devem, obrigatoriamente, possuir registro 
atualizado no SICAF: 
Decreto 5450/05, Art. 3o Deverão ser previamente credenciados perante 
o provedor do sistema eletrônico a autoridade competente do órgão 
promotor da licitação, o pregoeiro, os membros da equipe de apoio e os 
licitantes que participam do pregão na forma eletrônica. 
(...) 
§ 2o No caso de pregão promovido por órgão integrante do SISG, o 
credenciamento do licitante, bem assim a sua manutenção, dependerá de 
registro atualizado no Sistema de Cadastramento Unificado de 
Fornecedores - SICAF. 
 
Decreto 5.450/05: 
 Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma 
eletrônica: 
I - credenciar-se no SICAF para certames promovidos por órgãos da 
administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e de órgão 
ou entidade dos demais Poderes, no âmbito da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, que tenham celebrado termo de adesão; 
 
Diferença importante reside entre o pregão presencial e o eletrônico. No 
pregão presencial, credenciamento é ato efetuado na própria sessão, apenas dos 
licitantes (fornecedores) não sendo obrigatório. Ou seja, licitantes que optem por 
não se credenciar no pregão presencial, apenas perdem o direito a ofertar lances e 
interpor recurso, mas participam do pregão presencial. Diferentemente, no pregão 
eletrônico, licitante não credenciado previamente no sistema não poderá participar 
do certame (uma vez que sequer possuirá chave de identificação e senha para 
adentrar ao provedor eletrônico). 
É importante lembrar que este credenciamento é feito uma única vez (em 
cada Sistema), fornecendo chave e senha a ser utilizada em qualquer pregão do 
sistema cujo credenciamento foi efetuado. Assim, por exemplo, o licitante que se 
credencia no Comprasnet, receberá chave e senha que será utilizada para todos 
os pregões nos quais participar, pelo Comprasnet. Não necessitará, a cada novo 
pregão, credenciar-se novamente (diferente do que ocorre no pregão presencial, 
no qual o credenciamento deve repetir-se para cada pregão específico, no pregão 
eletrônico o credenciamento é único por sistema). 
 
 64 
Por óbvio, a chave e senha do Comprasnet não vale para os demais 
Sistemas. Assim, o licitante que já tenha se credenciado no Comprasnet mas, 
desejar participar de pregão que ocorrerá pelo sistema do Banco do Brasil, deverá 
proceder ao credenciamento no portal Licitações-e. Para cada sistema, será 
necessário efetuar o credenciamento uma única vez. Cada sistema eletrônico será 
responsável por gerar uma chave e senha específicas. 
A utilização da chave e senha é pessoal, intransferível e a responsabilidade 
de sua utilização é exclusiva do próprio usuário, que deverá zelar pelo seu sigilo: 
 
Uso da senha de acesso é de responsabilidade exclusiva do licitante, não 
cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor da licitação 
qualquer responsabilidade por eventuais danos decorrentes de utilização 
indevida, ainda que por terceiros. (TCU, Licitações & Contratos – 
Orientações e Jurisprudências do TCU, 4ª ed., 2010, p.571) 
 
É de extrema relevância que o licitante trate sua senha de acesso da mesma 
forma que sua senha bancária, cujo conhecimento deve ser extremamente restrito. 
No caso de perda da senha ou quebra do sigilo, o usuário deverá comunicar 
imediatamente o provedor para que seja bloqueada a utilização da senha, uma vez 
que os licitantes respondem pelo uso indevido. Cabe aos licitantes adotar as 
providências necessárias para que sua senha não seja descoberta ou utilizada 
indevidamente por seus funcionários ou terceiros, responsabilizando-se, 
inteiramente, pelos lances e negociações efetuadas através de sua senha no 
sistema.64 
Decreto 5.450/05 
Art. 3 (...) 
§ 5o O uso da senha de acesso pelo licitante é de sua responsabilidade 
exclusiva, incluindo qualquer transação efetuada diretamente ou por seu 
representante, não cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor 
da licitaçãoresponsabilidade por eventuais danos decorrentes de uso 
indevido da senha, ainda que por terceiros. 
 
64 Importante notar, como bem ensina Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, que se o acesso à senha 
“decorre de negligência do detentor há que haver apuração de responsabilidade, com o inafastável 
acatamento do princípio da ampla defesa e contraditório, e punição administrativa; se o acesso 
decorre de comprovada vulnerabilidade do sistema, o fato não se inserindo na esfera de 
responsabilidade do detentor da informação não implica penalidade e os atos decorrentes são 
nulos, como qualquer outro em que há vício na manifestação de vontade”. O problema, nestes 
casos, é que o ônus da prova é do detentor das informações portanto, caberá a ele conseguir 
provar que a utilização de seus dados ocorreu por vulnerabilidade do sistema. FERNANDES, Jorge 
Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico, p. 511. 
 
 65 
 
Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma 
eletrônica: 
III - responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu 
nome, assumindo como firmes e verdadeiras suas propostas e lances, 
inclusive os atos praticados diretamente ou por seu representante, não 
cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor da licitação 
responsabilidade por eventuais danos decorrentes de uso indevido da 
senha, ainda que por terceiros. 
 
4.7. ENVIO DE PROPOSTAS COMERCIAIS 
No pregão eletrônico, outra peculiaridade em relação ao presencial, é que as 
propostas não são entregues no dia da sessão. Na realidade, as propostas são 
encaminhadas exclusivamente por meio do sistema eletrônico, desde a publicação 
do edital até momento anterior à abertura da sessão. O prazo para envio das 
propostas pelo licitante inicia-se desde a divulgação do edital e encerra-se na data 
e horário da abertura da sessão do pregão eletrônico.65 
Assim, até momento anterior à abertura da sessão, os licitantes poderão66: 
a) Enviar suas propostas comerciais pelo provedor eletrônico; 
b) Substituir as propostas anteriormente enviadas, caso necessitem alterar 
algum dado dela constante ou valores; 
c) Excluir a proposta anteriormente enviada, retirando-se daquele pregão. 
Em pregão realizado na forma eletrônica, os licitantes devem encaminhar 
as propostas ate a data e hora marcadas para abertura da sessão, 
exclusivamente por meio do sistema eletrônico. Esgotado o prazo 
estabelecido, a fase de recebimento das propostas será encerrada 
automaticamente. (TCU, Licitações & Contratos – Orientações e 
Jurisprudências do TCU, 4ª ed., 2010, p. 322) 
 
4.8. ENVIO DAS DECLARAÇÕES 
No pregão eletrônico, no momento do envio da proposta comercial, as declarações 
solicitadas encontram-se disponíveis em campo próprio do Sistema Eletrônico. 
Basta ao licitante clicar nas declarações necessárias para firmá-las. 
 
65 Decreto 5.450/05, Art. 21. Após a divulgação do edital no endereço eletrônico, os licitantes 
deverão encaminhar proposta com a descrição do objeto ofertado e o preço e, se for o caso, o 
respectivo anexo, até a data e hora marcadas para abertura da sessão, exclusivamente por meio do 
sistema eletrônico, quando, então, encerrar-se-á, automaticamente, a fase de recebimento de 
propostas. 
66 Decreto 5.450/05, Art. 21 (...), § 4o Até a abertura da sessão, os licitantes poderão retirar ou 
substituir a proposta anteriormente apresentada. 
 
 66 
O Sistema Comprasnet possui a seguinte ordem de declarações, sendo que 
apresenta, ao final de cada uma delas, campo para preenchimento 
: 
 
1) DECLARAÇÃO DE ME/EPP: “Declaro, sob as penas da Lei, que cumpro os 
requisitos estabelecidos no Art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, alterada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, em seu 
Art. 34, que essa Empresa/Cooperativa está apta a usufruir do tratamento 
favorecido estabelecido nos artigos 42 ao 49 da referida Lei Complementar”. 
 
2) DECLARAÇÃO DE HABILITAÇÃO: “Declaro que estou ciente e concordo com 
as condições contidas no edital e seus anexos, bem como de que cumpro 
plenamente os requisitos de habilitação definidos no edital”. 
 
3) DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE FATOS IMPEDITIVOS: “Declaro sob as 
penas da lei, que até a presente data inexistem fatos impeditivos para a minha 
habilitação no presente processo licitatório, ciente da obrigatoriedade de declarar 
ocorrências posteriores”. 
 
4) DECLARAÇÃO DE NÃO EMPREGO DE MENOR: “Declaro para fins do disposto 
no inciso V do art. 27 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, acrescido pela Lei 
nº 9.854, de 27 de outubro de 1999, que não emprego menor de 18 (dezoito) anos 
em trabalho noturno, perigoso ou insalubre e não emprego menor de 16 
(dezesseis) anos, salvo menor, a partir de 14 (quatorze) anos, na condição de 
aprendiz, nos termos do inciso XXXIII, do art. 7º da Constituição Federal”. 
 
5) DECLARAÇÃO DE ELABORAÇÃO INDEPENDENTE DE PROPOSTA: “Declaro 
que a proposta apresentada para essa licitação foi elaborada de maneira 
independente, de acordo com o que é estabelecido na Instrução Normativa Nº 2 de 
16 de setembro de 2009 da SLTI/MP”. 
Entregue a declaração, se, ao final da etapa de lances o licitante melhor 
classificado não entregar a documentação exigida pelo edital, entregá-la 
 
 67 
parcialmente ou perder o prazo de entrega? É certo que, caso isto ocorra, o 
licitante será inabilitado. Mas deverá, também, sofrer penalidade? 
Neste casos, a Administração deverá verificar se a inabilitação do licitante 
ocorreu por mero equívoco (por exemplo, o licitante sequer sabia que sua 
documentação não atendia o exigido no edital) ou se o licitante atuou com dolo ou 
má-fé. No primeiro caso, o licitante deverá somente ser inabilitado; existindo 
indícios de dolo ou má-fé por parte do licitante, além de ser inabilitado e punido nos 
termos do art. 7º da Lei 10.520/02, dos autos do processo deverá ser extraída 
cópia e encaminhada ao Ministério Público, para que este verifique, inclusive, a 
responsabilidade criminal do licitante pela entrega de declaração falsa, o que 
poderá tipificar o crime de falsidade ideológica.67 
Sobre este tema, ensina Valéria Cordeiro68: 
 
Se algum licitante foi inabilitado imbuído de má-fé, sem que consiga 
evidenciar que cometeu mero equívoco, deve-se aplicar a ele a 
penalidade prevista no art. 7º da Lei 10.520/02. Assim sendo, ele estará 
impedido de licitar e de contratar com a Administração (...). 
4.9. PROIBIÇÃO DA IDENTIFICAÇÃO DOS LICITANTES 
Outro diferencial importante em relação ao pregão presencial é que, no 
eletrônico, é proibida a identificação prévia dos licitantes. Assim, proposta alguma 
poderá vir identificada pois, é vedado conhecimento do autor dos valores ofertados. 
Os licitantes apenas serão conhecidos após o término da fase de lances. 
4.10. PRAZO DE VALIDADE DAS PROPOSTAS 
O prazo de validade das propostas é de 60 dias, se outro não estiver 
estipulado no edital, conforme art. 6º da Lei 10.520/02. Deve a Administração, caso 
fixe prazo superior aos 60 dias, atender ao princípio da razoabilidade, de forma a 
não fixar prazo excessivo ou abusivo. Os fornecedores devem ter atenção ao prazo 
 
67 Código Penal – Decreto-lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 - Art. 299 - Omitir, em 
documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir 
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação 
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três 
anos, e multa, se o documento é particular. 
68 CORDEIRO, Valéria. Formação e capacitação de pregoeiros. 1. Ed.Curitiba: Negócios 
Públicos, 2008, p. 193. 
 
 68 
de validade de propostas estipulado no edital, para que conste em suas propostas 
o mesmo prazo exigido no edital, sob pena de desclassificação.69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 Nesse sentido: NIEBUHR, Joel de Menezes. Pregão Presencial e Eletrônico. 6.ed. Belo 
Horizonte: Ed. Fórum, 2011, p.119. 
 
 69 
5. A SESSÃO DO PREGÃO ELETRÔNICO 
 
5.1.HORÁRIO DA SESSÃO 
Do pregão eletrônico podem participar fornecedores do Brasil inteiro. Em 
função da diversidade de Estados/Municípios e seus respectivos fusos horários, o 
Decreto 5450/05 estabelece que seja adotado, para todos os fins, o horário de 
Brasília (DF).70 Assim, não importa de qual local o licitante participe do pregão, ou 
mesmo o local do órgão/entidade promotor do certame: o horário referência a ser 
seguido será o de Brasília. 
 
5.2. LICITAÇÃO DESERTA 
Será deserto o pregão no qual nenhum licitante tenha encaminhado 
proposta. Nesta hipótese, a Administração deverá verificar se no edital no pregão 
não constam exigências restritivas ou descabidas responsáveis pelo desinteresse 
no certame. 
Quando não acudirem interessados à licitação, a Administração deve 
rever as exigências do ato convocatório e os procedimentos adotados, de 
modo a encontrar os motivos do desinteresse dos licitantes. 71 
 
Sendo encontrada cláusula inadequada, deverá ser corrigido o edital e 
publicado novamente, repetindo-se o certame. Por outro lado, inexistindo cláusula 
restritiva e se a repetição do certame implicar em prejuízo à Administração, será 
aplicável o art. 24, V, da Lei 8.666/93, pelo qual é dispensável a licitação “V - 
quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não 
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas 
as condições preestabelecidas”. Neste caso, contudo, a contratação será efetuada 
nas mesmas condições previstas no edital cujo pregão resultou deserto. 
 
 
 
 
70 Decreto 5.450/05, Art. 17, § 5o Todos os horários estabelecidos no edital, no aviso e durante a 
sessão pública observarão, para todos os efeitos, o horário de Brasília, Distrito Federal, inclusive 
para contagem de tempo e registro no sistema eletrônico e na documentação relativa ao certame. 
71 TRIBUNAL de Contas da União. Licitações & contratos: orientações e jurisprudência do TCU. 
4.ed. Brasília: TCU, Secretaria-Geral da Presidência: Senado Federal, Secretaria Especial de 
Editoração e Publicações, 2010. Disponível em <http://portal2.tcu.gov.br/TCU >, p.41. 
 
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
 
 70 
5.3. ABERTURA DAS PROPOSTAS: EXAME DE CONFORMIDADE 
Na data e horário previstos no edital, todos os licitantes, pregoeiro e equipe 
de apoio devem estar conectados no sistema (acesso através de chave de 
identificação e senha). Nesse momento, as propostas comerciais já foram 
encaminhadas pelos licitantes interessados, estando disponíveis no sistema para 
visualização, sem identificar os autores das propostas. Por isso, quando o 
pregoeiro abre a sessão do pregão eletrônico, as propostas participantes já estarão 
registradas no sistema. Se, no momento da abertura o pregoeiro verificar que não 
existe nenhuma proposta cadastrada, o pregão eletrônico restou deserto, devendo 
ser assim declarado o certame e lavrada a respectiva ata. 
O pregoeiro deverá abrir as propostas encaminhadas, efetuando o exame 
preliminar de conformidade. O exame de conformidade verificará se o conteúdo 
escrito das propostas apresentadas cumpre os requisitos exigidos no edital: 
 
Decreto 5.450/05: 
Art. 22. A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet 
será aberta por comando do pregoeiro com a utilização de sua chave de 
acesso e senha. 
§ 2o O pregoeiro verificará as propostas apresentadas, desclassificando 
aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos 
estabelecidos no edital. 
 
Verifico que realmente não andou bem o Pregão Eletrônico n.º 240/2003 
no tocante à observância do rito estabelecido na norma de regência, 
especialmente a seqüência prevista para a fase externa do pregão. É que, 
após o recebimento das propostas das licitantes, num total de 7 (sete) 
empresas, passou-se à etapa de lances, sem que fosse precedida da 
verificação da conformidade a que se refere o art. 4º, inciso VII, da Lei n.º 
10.520, de 2002, bem assim a aceitabilidade das propostas, conforme 
determinava o próprio edital de licitação seu item 12.1. (Acórdão 
2.390/2007 – Plenário – TCU) 
 
Com vistas a ampliar a competitividade do certame e em cumprimento ao 
art. 25 do Decreto no 5.450/2005, a fase de lances, no pregão eletrônico, 
deve anteceder o exame das propostas no tocante a compatibilidade entre 
o preço ofertado e o valor estimado, pelo órgão licitante, para a 
contratação em tela. Acórdão 934/2007 Primeira Câmara (Sumário) - 
TCU 
 
 71 
 
Se, por exemplo, determinada proposta oferecer objeto diverso do 
especificado no edital (ex.: edital para compra de notebook e a proposta oferece 
tablet), deverá ser desclassificada. Essa desclassificação deve ser devidamente 
motivada pelo pregoeiro, uma vez que, neste momento, o licitante desclassificado 
não conseguirá sequer se manifestar sobre sua desclassificação (apenas poderá 
recorrer contra sua desclassificação na fase recursal, após a declaração do 
vencedor). É importante saber que se a proposta for desclassificada indevidamente 
pelo pregoeiro, o licitante desclassificado equivocadamente não participa das 
demais fases do pregão (ex.: fase de lances), fato que gera nulidade de todo o 
certame, devendo ser repetido desde esta fase inicial onde foi praticado a 
desclassificação ilegal/irregular. Por isso é de extrema relevância que o pregoeiro 
somente desclassifique proposta se possuir certeza sobre a desclassificação. 
Efetuada a análise preliminar das propostas, quanto sua aceitabilidade, 
apenas as propostas classificadas passarão às próximas fases. 
 
Será levada para fase de lances somente a proposta que estiver em total 
conformidade com o edital, isto é, aquela previamente classificada. (TCU, 
Licitações & Contratos – Orientações e Jurisprudências do TCU, 4ª 
ed., 2010, p.74) 
 
Assim como ocorre no pregão presencial, esta analise preliminar da 
proposta deve verificar os requisitos formais da proposta (ex.: prazo de validade) e 
a aceitabilidade quanto ao OBJETO ofertado. Neste momento, não se deve 
analisar o valor proposto e sua conformidade com os praticados no mercado pois 
ainda ocorrerá a fase de lances, onde o valor poderá ser reduzido. A análise 
quanto ao valor da proposta deverá ser feito na fase de aceitabilidade da proposta, 
após a etapa competitiva. 
Portanto, nesta fase, o pregoeiro irá verificar se o objeto descrito nas 
propostas está em consonância com o exigido pelo edital. 
 
5.4. INEXISTÊNCIA DA SELEÇÃO DE LICITANTES PARA A FASE DE LANCES 
No pregão presencial, antes da etapa de lances, é efetuada a seleção dos 
licitantes que poderão ofertar lances: primeiro verifica-se o autor da menor 
proposta escrita e todos aqueles que forneceram valores escritos até 10% superior 
 
 72 
à menor proposta. Somente no caso de não existir pelo menos três propostas 
nestas condições, o pregoeiro selecionará o autor da menor proposta e as duas 
propostas subsequentes, independentemente do valor oferecido, totalizando três 
lançadores (Lei 10.520/02, art. 4º, VIII e IX). Esta regra é específica do pregão 
presencial e não se aplica ao pregão eletrônico.72 
No pregão eletrônico todos os licitantes participam da fase de lances, 
independentemente do valor inicial ofertado por escrito. Portando, não há que se 
falar em seleção de lançadores no pregão eletrônico. 
 
Todosos licitantes cujas propostas foram reputadas regulares na primeira 
classificação provisória participam da fase de lances, diferentemente do 
pregão presencial; (TCU, Licitações & Contratos – Orientações e 
Jurisprudências do TCU, 4ª ed., 2010, p.572) 
 
Assim, no pregão eletrônico, após o exame de conformidade das propostas, 
o sistema ordenará automaticamente as propostas classificadas pelo pregoeiro 
para que participem da fase de lances.73 
 
5.5. ETAPA DE LANCES 
Enquanto no pregão presencial o pregoeiro convoca os licitantes, um a um, 
na ordem decrescente de valores de proposta, para, se quiserem, ofertarem novos 
lances, no pregão eletrônico, aberta a fase de lances, todos os licitantes 
encaminham lances consecutivos que são recebidos e ordenados 
automaticamente pelo próprio sistema. 
Aberta a competição pelo pregoeiro, os licitantes poderão encaminhar 
quantos lances desejarem, não sendo necessário esperar ser convocado pelo 
pregoeiro para fazê-lo como ocorre no pregão presencial. 
O Sistema Eletrônico informará em tempo real qual é o menor lance 
registrado até o momento (sem identificar seu autor) e, na tela de cada um dos 
licitantes competidores, informará também o seu último lance registrado. O licitante 
autor do menor lance será informado que seu lance é o menor até o momento (no 
 
72 No mesmo sentido: JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão 
comum e eletrônico). 5.ed. São Paulo: Dialética, 2009, p. 14. 
73 Decreto 5.450/05: Art. 23. O sistema ordenará, automaticamente, as propostas classificadas pelo 
pregoeiro, sendo que somente estas participarão da fase de lance. 
 
 73 
Comprasnet, este fato é identificado por um sinal verde, sinalizando que seu lance 
é o vencedor até o momento). 
Visando impedir a utilização do “software robô”, responsável pelo envio de 
lances ininterruptos pelo licitante que o utilize74, o Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão editou a Instrução Normativa nº 3, de 16 de dezembro de 
2011 no âmbito dos órgãos/entidades do SISG e demais que firmaram termo de 
adesão para utilização do SIASG, determinando que “Na fase competitiva do 
pregão, em sua forma eletrônica, o intervalo entre os lances enviados pelo mesmo 
licitante não poderá ser inferior a 20 segundos”. Lances que não respeitem o 
intervalo mínimo de 20 segundos são descartados automaticamente pelo sistema. 
Ainda, a respeito dos lances no pregão eletrônico, os competidores não 
ficam restritos à regra vigente no pregão presencial, pela qual só poderiam ofertar 
lances se inferior ao menor lance existente. 
No pregão eletrônico, os lances poderão ser: 
a)menor que o menor lance apresentado por seu concorrente, com o fito de 
ficar em primeiro lugar na disputa; 
b) menor que seu próprio lance anterior registrado, mesmo que este seja 
acima do menor lance registrado por seu concorrente. Neste caso você estará 
disputando segundo, terceiro, quarto lugar, mas não o primeiro.75 
Os lances no pregão eletrônico, não poderão configurar situação de 
empate. No caso de duas ou mais empresas enviarem lances de igual valor, 
prevalecerá o primeiro lance enviado e registrado pelo sistema: 
 
Decreto 5.450/05, Art. 24. (...) 
§ 4o Não serão aceitos dois ou mais lances iguais, prevalecendo aquele 
que for recebido e registrado primeiro. 
 
O regulamento também não permite outra forma de envio de lances que não 
seja mediante sistema eletrônico. 
 
Decreto 5.450/05 
 
74 O software robô funciona da seguinte forma: a cada lance enviado por um concorrente, o software 
cobre o lance em menos de um segundo – geralmente, por um centavo a menos. Um lance sem o 
auxílio do robô demora, em média, 6 segundos para ser enviado. 
75 Decreto 5.450/05, Art. 24. (...)§ 3o O licitante somente poderá oferecer lance inferior ao último por 
ele ofertado e registrado pelo sistema. 
 
 74 
Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase 
competitiva, quando então os licitantes poderão encaminhar lances 
exclusivamente por meio do sistema eletrônico. 
 
Importante ressaltar que os licitantes apenas poderão encaminhar seus 
lances após a abertura desta fase pelo pregoeiro no sistema eletrônico. 
 
5.6. FINALIZAÇÃO DA ETAPA DE LANCES NO SISTEMA COMPRASNET 
No pregão eletrônico realizado pelo sistema Comprasnet, em determinado 
momento na fase de lances, o pregoeiro irá “encerrar” a fase de lances, clicando 
no botão “encerrar item” quando o sistema exigirá que o pregoeiro informe tempo 
de 1 a 60 minutos, a seu critério, denominado “tempo de iminência”. 
Então, o pregoeiro informará o tempo desejado (o tempo de iminência, que 
poderá ocorrer no intervalo de 1 a 60 minutos, conforme decisão do pregoeiro) 
para iminência. O sistema enviará mensagem aos fornecedores, informando quais 
itens encontram-se em “Aviso de Iminência” e até qual momento ficarão neste 
estado. Durante o tempo de iminência os fornecedores podem continuar enviando 
seus lances normalmente. 
Decorrido o tempo de iminência, os itens entrarão, automaticamente, no 
chamado “encerramento aleatório”, que pode durar de 0 a 30 minutos. Este 
tempo não é mais decisão do pregoeiro mas sim, do próprio sistema, que 
aleatoriamente encerrará a fase de lances. Os licitantes poderão encaminhar seus 
lances até o momento do encerramento deste período aleatório. Uma vez 
encerrado, não será mais possível o envio de novos lances. 
 
5.7. FINALIZAÇÃO DA ETAPA DE LANCES NO SISTEMA BANCO DO BRASIL 
No sistema licitações-e, quando o pregoeiro decidir “encerrar” o tempo normal 
de disputa, iniciará o denominado “tempo randômico”, que pode variar no 
intervalo de 1 segundo a 30 minutos, findo o qual não será mais possível 
encaminhar lances. Durante o decorrer do tempo randômico, os licitantes podem 
continuar ofertando lances. O tempo randômico no sistema Licitações-e equivale 
ao encerramento aleatório do Comprasnet. No Sistema Licitações-e do Banco do 
Brasil, não existe o tempo de iminência. Aqui, uma vez encerrado o tempo de 
disputa pelo pregoeiro, o tempo randômico terá início automático. 
 
 75 
 
O procedimento de encerramento da etapa de lances dos dois sistemas está 
de acordo com o estabelecido pelo Decreto 5.450/0576, no qual a fase de lance é 
encerrada aleatoriamente pelo sistema, no intervalo de tempo de 0 a 30 minutos, 
sem interferência humana (tempo randômico/encerramento aleatório). 
 
5.8. IMPOSSIBILIDADE DE RETRATAÇÃO/DESISTÊNCIA DE LANCE 
O lance é uma extensão da proposta escrita, devendo ser sempre sérios. 
Assim, conforme orientações do TCU, não é possível retratar-se ou desistir de 
lance enviado: 
Lances apresentados e levados em consideração para efeito de 
julgamento serão de exclusiva e total responsabilidade do licitante, não lhe 
cabendo o direito de pleitear qualquer alteração. (TRIBUNAL de Contas da 
União. Licitações & contratos: orientações e jurisprudência do TCU, p. 
74). 
 
Excepciona-se, somente, casos de erros grosseiros de digitação, quando o 
pregoeiro poderá excluir o lance enviado pelo licitante, sanando o erro. 
 
5.9. FASE DE LANCES E O BENEFÍCIO DO DESEMPATE FICTO CONCEDIDO 
ÀS MICROEMPRESAS (ME), EMPRESAS DE PEQUENO PORTE (EPP) E 
COOPERATIVAS (COOP) 
Finalizada a etapa de lances, caso o autor do menor lance seja 
microempresa, empresa de pequeno porte ou cooperativa, o pregão seguirá para 
as próximas fases. 
Entretanto, se o autor da menor proposta for média ou grande empresa e, 
existir ME/EPP/COOP com lances até 5% superior ao da menor proposta, o 
sistema iniciará o desempate ficto. Neste caso, para cada item no qual ocorra a 
situação do empate ficto, o sistema seleciona automaticamente a ME /EPP/COOP 
na ordem de classificação, que encontre-se no intervalo de 5%, para que,76 Art. 24. (...) 
§ 7o O sistema eletrônico encaminhará aviso de fechamento iminente dos lances, após o que 
transcorrerá período de tempo de até trinta minutos, aleatoriamente determinado, findo o qual será 
automaticamente encerrada a recepção de lances. 
 
 
 76 
querendo, cubra o preço do primeiro colocado no prazo de 5 minutos. Caso 
apresente lance menor que o do primeiro classificado, a ME/EPP/COOP passa a 
ser a primeira classificada e o pregão segue para as próximas fases com a 
ME/EPP/COOP na condição de vencedora provisória. 
Entretanto, se não apresentar lance que cubra o primeiro classificado, a 
próxima ME ou EPP ou COOP empatada fictamente será convocada para, se 
desejar, cobrir o preço do autor da menor proposta. 
Caso nenhuma ME/EPP/COOP (que esteja dentro do limite de 5%) apresente 
lance menor que o primeiro classificado (média/grande empresa), este seguirá para 
as próximas fases como vencedor provisório. 
 
5.10. ACEITABILIDADE DAS PROPOSTAS 
Finalizado o desempate ficto das ME/EPP/COOP, será analisada a proposta 
provisoriamente vencedora – isto é, somente a proposta do vencedor da fase de 
lances – acerca da aceitabilidade do preço final (se compatível com os praticados 
no mercado). 
Nesta fase, apesar do exame da proposta no que tange ao objeto ter sido 
efetuado no início do procedimento (exame de conformidade preliminar), nada 
impede que seja reforçado neste momento. 
 
5.11. FASE DE NEGOCIAÇÃO 
Através da negociação, o pregoeiro tenta obter junto ao vencedor provisório 
(o autor da menor proposta) valores mais vantajosos. No pregão eletrônico é 
praticada exclusivamente por meio eletrônico, podendo ser acompanhada por 
todos em tempo real. A negociação é feita somente com o vencedor do certame. 
 
5.12. FASE DE HABILITAÇÃO 
Na fase de habilitação, será analisados os documentos de habilitação apenas 
do licitante melhor classificado na etapa anterior. 
O Decreto 5.450/05 prevê os seguintes documentos para habilitação: 
Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a 
documentação relativa: 
I - à habilitação jurídica; 
II - à qualificação técnica; 
III - à qualificação econômico-financeira; 
 
 77 
IV - à regularidade fiscal com a Fazenda Nacional, o sistema da 
seguridade social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 
V - à regularidade fiscal perante as Fazendas Estaduais e Municipais, 
quando for o caso; e 
VI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da 
Constituição e no inciso XVIII do art. 78 da Lei no 8.666, de 1993. 
Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao disposto nos 
incisos I, III, IV e V deste artigo poderá ser substituída pelo registro 
cadastral no SICAF ou, em se tratando de órgão ou entidade não 
abrangida pelo referido Sistema, por certificado de registro cadastral que 
atenda aos requisitos previstos na legislação geral. 
 
Art. 25. (...) 
§ 1o A habilitação dos licitantes será verificada por meio do SICAF, nos 
documentos por ele abrangidos, quando dos procedimentos licitatórios 
realizados por órgãos integrantes do SISG ou por órgãos ou entidades 
que aderirem ao SICAF. 
Como foi visto, o pregão eletrônico na esfera federal (sistema 
COMPRASNET), o fornecedor é obrigado a possuir cadastro atualizado no SICAF 
para que consiga se credenciar no sistema e participar do pregão. Portanto, 
pregões eletrônicos realizados por órgãos/entidades integrantes do SISG ou por 
órgãos/entidades de qualquer esfera que aderiram ao SICAF e utilizam o 
Comprasnet para desenvolvimento de seus pregões eletrônicos, a habilitação é 
efetuada por consulta ao SICAF (exceto quanto aos documentos por ele não 
abrangidos, como é o caso de atestados de capacidade técnica). 
Quanto aos documentos exigidos para habilitação mas que não constem do 
SICAF, o edital deverá disciplinar a forma de encaminhamento desta 
documentação. Sugere-se que o edital discipline o envio via sistema eletrônico 
(provedor no qual ocorrer o pregão), e-mail (documentos digitalizados) ou fax, 
concedendo prazo razoável para o licitante providenciar o encaminhamento via 
sistema/e-mail/fax (por ex.: prazo de duas horas) e, prazo maior, para que remeta-
os em original (via correio ou entrega pessoalmente se o licitante residir no mesmo 
local que o promotor do certame). Neste último caso, o prazo deverá ser em dias 
úteis para viabilizar a entrega via correio de licitantes de outros Estados. Também 
deverá constar no edital endereço completo para envio dos originais/cópias 
autenticadas. 
Art. 25 (...) 
§ 2o Os documentos exigidos para habilitação que não estejam 
contemplados no SICAF, inclusive quando houver necessidade de envio 
de anexos, deverão ser apresentados inclusive via fax, no prazo definido 
no edital, após solicitação do pregoeiro no sistema eletrônico. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art7xxxiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art7xxxiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm#art78xviii
 
 78 
§ 3o Os documentos e anexos exigidos, quando remetidos via fax, deverão 
ser apresentados em original ou por cópia autenticada, nos prazos 
estabelecidos no edital. 
No caso de certidões que possam ser retiradas pela internet, o Decreto 
também autoriza ao pregoeiro a verificação online: 
Art. 25 (...) 
§ 4o Para fins de habilitação, a verificação pelo órgão promotor do certame 
nos sítios oficiais de órgãos e entidades emissores de certidões constitui 
meio legal de prova. 
Demais órgãos das esferas Estaduais ou Municipais que não utilizem o 
SICAF (nem o sistema Comprasnet, no qual o cadastro no SICAF é requisito para 
credenciamento no sistema), a habilitação do licitante será comprovada por outro 
meio, devendo o edital disciplinar a habilitação do licitante através do envio de toda 
a documentação via sistema/e-mail/fax, com a posterior entrega dos 
originais/cópias autenticadas, podendo também utilizar registro cadastral (próprio 
ou de terceiros), facultando o cadastro dos licitantes interessados. 
Evite, em pregoes eletrônicos, solicitar de forma generalizada a todos os 
licitantes o envio de documentação por meio diverso do sistema 
eletrônico, restringindo esse tipo de medida as empresas detentoras das 
propostas vencedoras do certame, em atenção ao disposto no art. 21 do 
Decreto n° 5.450/2005. Acórdão 1709/2009 Plenário 
 
Para habilitação de licitantes em pregão eletrônico, deve ser exigida, 
exclusivamente, a documentação disposta no art. 14 do Decreto no 
5.450/2005. Dessa forma, indiscutível e a falta de amparo legal para 
exigência de declaração de compromisso de solidariedade do fabricante 
do produto como condição para habilitação, o que conduz a anulação do 
processo licitatório. Acórdão 1729/2008 Plenário (Sumário) 
 
E indevida a exigência de documentação não especificada no art. 14 do 
Decreto n.o 5.450/2005 e nos arts. 27 a 31 da Lei n.o 8.666/1993 para a 
habilitação nas licitações do tipo pregão eletrônico. Acórdão 2404/2009 
Segunda Câmara (Sumário) 
 
Importante ressaltar que, em 26 de março de 2014, foi publicada a Instrução 
Normativa nº 1, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do MPOG, 
que incluiu o artigo 3-A à IN nº3 de 16 de dezembro de 2011. 
Pelo novo art. 3-A, agora, no sistema do COMPRASNET, vigorá o dever de o 
edital estabelecer o prazo mínimo de 2 (duas) horas, a partir da solicitação do 
pregoeiro no sistema eletrônico, para envio de documentação de habilitação via 
sistema, e-mail ou fax. 
 
 
 79 
5.13. FASE DE HABILITAÇÃO PARA ME/EPP/COOP 
Caso a detentora da melhor proposta for ME ou EPP ou COOP e, quando de 
sua habilitação, for verificada a presença de irregularidades ou restrições na 
documentação relativa à regularidade fiscal, ao contrário de uma média ou grande 
empresa que seria inabilitada, a ME/EPP/COOP possui o benefício da 
regularização fiscal tardia, quando lheserá concedido prazo de cinco dias úteis, 
prorrogáveis por igual período a pedido da ME/EPP/COOP, para reapresentar a 
documentação relativa à regularidade fiscal devidamente sanada (Lei 
Complementar 123/06, arts. 42 e 43, alterados pela LC 147/2014). Portanto o 
pregoeiro deverá suspender a sessão do pregão eletrônico, para concessão do 
prazo à ME/EPP/COOP visando regularizar sua situação. 
O benefício na fase de habilitação diz respeito somente à documentação 
relativa à regularidade fiscal. Se a irregularidade for concernente a outros itens da 
habilitação, a saber: habilitação jurídica, qualificação técnica ou econômico-
financeira, a ME / EPP / COOP será inabilitada, uma vez que o benefício não 
alcança tais segmentos. A LC 123/06 permite o saneamento de restrições apenas 
quanto à regularidade fiscal (e não aos demais campos documentais). 
No caso da ME/EPP/COOP declarada vencedora não apresentar a 
documentação fiscal livre das irregularidades, no prazo indicado, será inabilitada e 
o pregão terá andamento com o segundo classificado (da seguinte forma: 
verificação da ocorrência de empate ficto, aceitação da proposta, negociação e 
habilitação) 
 
5.14. DECLARAÇÃO DO VENCEDOR 
O licitante habilitado será declarado vencedor, partindo-se para a fase de 
recursos administrativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 80 
6. DA ETAPA RECURSAL, ADJUDICAÇÃO, HOMOLOGAÇÃO, DESCONEXÃO 
DO SISTEMA ELETRÔNICO E PODER DE SANEAMENTO 
 
6.1. FASE RECURSAL 
O recurso do pregão eletrônico é regido pelo art. 26 e §§ do Decreto 
5.450/05, que determina: 
Decreto 5.450/05: 
Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão 
pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema, 
manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo 
de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os demais 
licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem 
contrarrazões em igual prazo, que começará a contar do término do prazo 
do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos 
indispensáveis à defesa dos seus interesses. 
§ 1o A falta de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à 
intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência desse 
direito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante 
declarado vencedor. 
§ 2o O acolhimento de recurso importará na invalidação apenas dos atos 
insuscetíveis de aproveitamento. 
O recurso então é dividido em dois momentos: após a declaração do 
vencedor, o licitante que desejar interpor recurso deverá manifestar imediata e 
motivadamente, em campo próprio do sistema, sua intenção e as razões sucintas 
de seu recurso. Caso não o faça, perderá o direito à interposição de recurso 
administrativo. 
Uma vez manifestada a intenção motivada, o recorrente terá o prazo de 3 dias 
para apresentar as razões de recursos em consonância com a motivação indicada 
na sessão. Ao término destes 3 dias, os demais licitantes possuirão igual prazo 
para, se desejarem, interpor contrarrazões ao recurso. 
A fase relativa aos recursos administrativos no pregão é muito diferenciada da 
sistemática adotada pela Lei 8.666/93. 
Nas modalidades da Lei 8.666/93, conforme art. 109, a fase recursal dá-se, 
no mínimo, em dois momentos distintos: após a fase de habilitação e após a fase 
de julgamento das propostas. Nesses casos, após a fase de habilitação, deverá ser 
aberta a fase recursal para os proponentes que assim desejarem, manifestarem 
seu inconformismo referente à fase de habilitação. O mesmo ocorrerá após a fase 
de julgamento de propostas. 
 
 81 
Saliente-se que apenas não será necessária a abertura do prazo para fase 
recursal se todos os proponentes estiverem presentes na sessão e renunciarem 
expressamente do direito recursal. Esta renúncia deverá ser escrita e colhida 
por todos os licitantes e, neste caso, a Administração poderá passar para a fase 
seguinte (julgamento das propostas) na própria sessão. Mas atenção: se um único 
proponente estiver ausente da sessão, não será possível tal conduta, devendo, 
obrigatoriamente, ser encerrada a sessão e aberta a fase recursal. Da mesma 
forma, caso todos os licitantes estejam presentes na sessão mas algum 
proponente não renuncie por escrito o direito recursal, deverá ser encerrada a 
sessão e aberta a fase recursal.77 
No pregão a fase recursal realiza-se de maneira diferente: apenas ao final da 
sessão. Assim, finalizadas todas as fases do pregão (classificação e julgamento 
das propostas, lances, negociação, habilitação), somente após a declaração do 
vencedor, é aberta a fase recursal. 
Dessa forma, declarado o vencedor do certame e aberta a etapa recursal, os 
licitantes que quiserem manifestar seu inconformismo por qualquer conduta ou ato 
ocorrido na sessão deverão, sob pena de decadência do direito, manifestar 
imediata e motivadamente a intenção de recorrer. Imediata significa que o prazo é 
imediato, quem silenciar neste momento perde o direito ao recurso. Motivada 
porque além de declarar o interesse em recorrer, o licitante deverá indicar 
sucintamente os motivos de seu inconformismo. 
Após a manifestação imediata e motivada feita na sessão, é concedido prazo 
de 3 dias para que o licitante apresente por escrito as “razões de recurso”. Após o 
término deste prazo de 3 dias para o recorrente interpor as razões de seu recurso 
por escrito, inicia o prazo de 3 dias para os demais licitantes, se desejarem, 
interporem suas contrarrazões em face do recurso. 
Importante destacar que o prazo para entrega das razões recursais escritas é 
definido pelo Decreto do Pregão Presencial 3.555/00 (art. 11, inc. XVII) como três 
dias úteis, diferentemente do previsto na Lei 10.520/02 (art. 4º, XVIII) e no Decreto 
do pregão eletrônico 5.450/05 (art. 26), que não regulamentou o prazo em dias 
 
77 De notar que o resultado da habilitação ou do julgamento deverá ser publicado na imprensa oficial 
ou, caso todos os licitantes se encontrem presentes na sessão, poderá ser feita a comunicação 
direta, hipótese na qual sairão intimados da decisão para interposição de recurso administrativo se 
assim desejarem. 
 
 82 
úteis. Nesse ponto, alguns editais disciplinam o prazo como dias úteis e outros, 
como dias consecutivos. 
 
6.2) RECURSO ADMINISTRATIVO NO PREGÃO PRESENCIAL X PREGÃO 
ELETRÔNICO 
O recurso administrativo no pregão é tratado pela Lei nº 10.520/02 (saliente-
se, Lei nacional sobre pregão, com aplicabilidade em todo território nacional, que, 
porém, confeccionada voltada à realidade do pregão presencial e não eletrônico). 
Em conformidade com a Lei nº 10.520/02, a fase recursal no pregão ocorre da 
seguinte forma: 
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos 
interessados e observará as seguintes regras: 
(...) 
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata 
e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o 
prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando 
os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões 
em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do 
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos; 
(...) 
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a 
decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação 
pelo pregoeiro ao vencedor; 
 
Dessa forma, no momento em que o pregoeiro declara o vencedor da licitação 
na modalidade pregão, os licitantes que desejarem interpor manifestação recursal, 
terão que fazê-lo na própria sessão (imediata), indicando sucintamente o porquê e 
contra o quê irão recorrer (motivadamente), como, por exemplo: o licitante “B” 
manifesta intenção recursal contra a habilitação do vencedor “A” e contra a 
classificação da proposta de “C”,em função da habilitação de “A” conter 
determinado equívoco e da proposta de “C” não atender todas as especificações 
do objeto requeridas no edital. 
Os licitantes que silenciarem neste momento, não poderão, posteriormente, 
interpor recurso administrativo, uma vez que o direito à interposição decai pela falta 
de manifestação imediata e motivada na própria sessão. Também, licitantes que 
por algum motivo não estiverem presentes na sessão (ausentaram-se por qualquer 
motivo ou não compareceram na hipótese de participação postal em pregão 
presencial), também não poderão, posteriormente, interpor recurso, pois a 
legislação é clara no sentido da obrigatoriedade de manifestação motivada e 
imediata, na própria sessão, após a declaração do vencedor. Os licitantes que 
manifestarem imediata e motivadamente a intenção recursal, terão o prazo de três 
dias para juntar as razões recursais por escrito, desde que os motivos constantes 
das razões guarde consonância com os motivos oralmente alegados na sessão 
pública. 
O método é perfeito para aplicação no pregão presencial, quando todos os 
licitantes estão presentes para analisar a documentação e propostas de seus 
concorrentes, fisicamente. É diversa, contudo, a realidade no pregão eletrônico. 
 
 83 
Como se sabe, o pregão eletrônico ocorre por sessão realizada através da 
internet, na qual participam licitantes de todo o Brasil, virtualmente. Dessa forma, 
quando for declarado o vencedor da sessão, o será, também, através da sessão 
virtual. Assim, nem sempre os licitantes não terão acesso às propostas de seus 
concorrentes e à documentação do vencedor. 
 
Nesse sentido, Ricardo Silva das Neves expõe o seguinte entendimento: 
 
Como demandar do licitante inconformado o registro imediato via sistema 
eletrônico da sua intenção recursal, já contendo os motivos que ensejam a 
inabilitação e/ou desclassificação de concorrentes, se inexiste qualquer 
possibilidade de ele ter acesso aos documentos e à proposta do 
concorrente declarado vencedor? Como obrigar o licitante a conhecer 
previamente os erros de seu concorrente sem sequer se disponibilizar ao 
mesmo tempo hábil para avaliação da documentação apresentada? A 
resposta é clara: a lacuna legal e o desconhecimento de muitos licitantes 
sobre seus direitos tornaram a fase recursal no pregão eletrônico algo 
praticamente sem sentido e meramente acessório. Lamentavelmente, o 
prazo de intenção recursal é aberto aos licitantes no pregão eletrônico 
apenas por força do procedimento, e não para que tal prazo possa ser 
realmente exercido.78 
 
Mas nem mesmo o Decreto 5.450/05 teve a cautela de solucionar o problema 
no âmbito do pregão eletrônico na esfera federal, pois fez a mesma previsão, em 
seu art. 26, do procedimento adotado no pregão presencial: 
Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão 
pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema, 
manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo 
de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os demais 
licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contra-
razões em igual prazo, que começará a contar do término do prazo do 
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos 
indispensáveis à defesa dos seus interesses. 
 § 1o A falta de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à 
intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência desse 
direito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante 
declarado vencedor. 
 
Pertinente, sob este aspecto, transcrever as lições do autor Ricardo Silva das 
Neves, para o qual: 
Desse modo, ou o licitante (sem acesso aos documentos/à proposta e 
participando por meio de uma senha em uma sala virtual) expõe seus 
motivos ou então perde o direito recursal assegurado em Lei. De outro 
lado, se o licitante eventualmente "inventa" motivos ou expõe motivos 
genéricos, tem sua intenção recursal negada de imediato pelo pregoeiro, 
encerrando-se, assim, o procedimento na via eletrônica. Enfim, um 
verdadeiro "beco sem saída" e que simplesmente tem tornado inócua a 
 
78 NEVES, Ricardo Silva das. Intenção Recursal no pregão Eletrônico – Manifestação do 
licitante sem prévio acesso à documentação e à proposta do concorrente declarado 
vencedor. ILC 460/183/MAIO/2009, Ed. Zênite. 
 
 84 
fase recursal nos pregões, servindo esta apenas ao licitante previamente 
desclassificado ou inabilitado pelo pregoeiro, mesmo porque, nesse caso, 
ele consegue expor suas razões, pois já conhece os motivos de sua 
exclusão.79 
Na mesma linha, Marçal Justen Filho ensina que: 
 
Impor ao licitante insatisfeito, no pregão eletrônico, o dever de deduzir 
desde logo os fundamentos de tal insatisfação equivaleria a frustrar o seu 
direito constitucionalmente assegurado de exercitar o recurso. 
(...) 
O direito de interpor recurso relaciona-se com a ampla defesa, tal como é 
incontroverso. 
(...) 
Não é admissível impor regra do exaurimento das razões recursais por 
ocasião do término da sessão da licitação, Essa previsão é compatível 
com a natureza do pregão comum, em que o licitante acompanha 
fisicamente as ocorrências e tem possibilidade de apurar eventuais 
defeitos na medida em que eles se concretizam. Como tal não ocorre no 
pregão eletrônico, o prazo recursal apenas pode iniciar seu curso após 
facultada ao interessado a oportunidade para examinar e rever os 
documentos de formalização do certame, com ampla possibilidade de 
acesso a todos os registros eletrônicos acerca dos eventos verificados. 80 
 
6.2.1) FASE DE HABILITAÇÃO E PECULIARIDADES DO ENVIO DA 
DOCUMENTAÇÃO DO VENCEDOR PROVISÓRIO NOS PRINCIPAIS SÍTIOS 
ELETRÔNICOS 
Além disso, cumpre ressaltar no que tange à fase de habilitação no pregão 
eletrônico, deve ser analisada de duas formas a depender do sistema no qual 
ocorrerá a sessão. Os sistemas mais utilizados em pregão eletrônico no Brasil são: 
Comprasnet e Sistema do Banco do Brasil (www.licitacoes-e.com.br) , cada um 
possuidor de determinadas peculiaridades neste aspecto. 
Quando o pregão eletrônico for realizado pelo portal de Compras da esfera 
federal, o Comprasnet, significa, necessariamente, que o licitante que participa 
deste certame, é cadastrado no SICAF - Sistema Integrado de Cadastramento 
Unificado de Fornecedores. Isso porque, para que qualquer licitante consiga Login 
e Senha de Acesso ao COMPRASNET, é obrigatório que já possua registro 
atualizado no SICAF. Portanto, diferentemente do pregão presencial e das demais 
modalidades de licitação – nas quais não é possível a exigência de que o licitante 
possua cadastro atualizado no SICAF (nesse sentido, é a Súmula 27481 do Tribunal 
de Contas da União), sendo este cadastramento mera faculdade do licitante -, 
quando o pregão eletrônico ocorrer pelo Comprasnet, o cadastro do fornecedor no 
 
79 NEVES, Ricardo Silva das. Intenção Recursal no pregão Eletrônico – Manifestação do 
licitante sem prévio acesso à documentação e à proposta do concorrente declarado 
vencedor. ILC 460/183/MAIO/2009, Ed. Zênite. 
80 JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e eletrônico). 
4. ed. São Paulo: Dialética, 2005. p.382 
81 TCU, Súmula 274: É vedada a exigência de prévia inscrição no Sistema de Cadastramento 
Unificado de Fornecedores – SICAF para efeito de habilitação em licitação. 
http://www.licitacoes-e.com.br/
 
 85 
SICAF é imprescindível. Nesse mesmo sentido, é pacificado o entendimento pelo 
Tribunal de Contas da União: 
 
Abstenha de incluir, em editais de licitação, dispositivo condicionado a 
participação de licitantes ao prévio cadastro no SICAF, por falta de amparo 
legal, uma vez que este é obrigatório apenas nos pregões eletrônicos 
para fins de acesso ao sistema, consoante dispõe o inc. I do artigo 13 do 
Decretonº 5.450/2005. [TCU, Acórdão 367/2010 – Segunda Câmara 
(Relação)] 
 
É legal a exigência de cadastramento e habilitação dos licitantes no Sicaf 
como condição de participação nos pregões eletrônicos realizados por 
meio do Portal de Compras do Governo Federal (ComprasNet). [TCU, TC 
026.849/2013-5, relatora Ministra Ana Arraes, 26.11.2013]. 
 
Em vista disto, a fase de habilitação no pregão presencial, pode ocorrer de 
duas maneiras. Quando o pregão for realizado por intermédio do Comprasnet, o 
pregoeiro irá consultar o SICAF do primeiro classificado. Não obstante, deverá ser 
assegurado ao licitante o direito de enviar documentação que encontre-se 
desatualizada/irregular no cadastro ou, se o edital exigiu documentação que não 
consta do SICAF (ex.: algum atestado de capacidade técnica referente ao objeto a 
ser realizado), também deverá ser enviada pelo licitante, das seguintes formas: via 
fax, via e-mail ou pelo próprio sistema. 
Por outro lado, se o pregão eletrônico ocorrer por qualquer outro sistema 
onde o cadastramento no SICAF ou similares não seja condição prévia para 
acesso ao sistema, o edital deverá prever a habilitação tanto para cadastrados no 
SICAF ou similares (sendo, da mesma forma que acabamos de ver, assegurado o 
direito do licitante enviar documentação desatualizada/irregular ou que não conste 
do cadastro, via fax, e-mail ou sistema, conforme dispuser o edital), quanto para 
não cadastrados (que deverão encaminhar toda a documentação exigida no 
instrumento convocatória via sistema, e-mail ou fax, também de acordo com o 
regramento do edital). 
Além disso, em ambos os casos, não obstante o envio imediato, pelo licitante, 
da documentação via fax/e-mail ou sistema (geralmente, o prazo para o envio 
imediato de tais documentos do vencedor provisório, quando solicitado pelo 
pregoeiro, é de duas horas, devendo este prazo já vir disponível no próprio edital), 
poderá ser exigido o envio dos originais ou cópias autenticadas posteriormente, via 
correios ou entrega pessoalmente no órgão no caso do licitante ser sediado 
próximo ao local de realização do pregão, também em prazo previamente definido 
pelo edital (que, geralmente, varia de 2 a 5 dias úteis). 
 
Em termos gerais, assim ocorre a fase de habilitação nos pregões eletrônicos. 
Vamos verificar agora, como se dá o envio de documentos ou anexos no pregão 
eletrônico, dependendo do sistema no qual o mesmo ocorrerá: 
 
1) COMPRASNET (www.comprasnet. gov.br) 
Após o encerramento da etapa competitiva de lances (e, finalizado o 
empate/desempate ficto da LC 123/06 quando houver respectivo empate), a 
próxima fase no sistema é a aceitação da proposta do primeiro classificado (ou sua 
recusa e análise da proposta do subsequente). É apenas neste momento que o 
sistema disponibiliza para pregoeiro e licitantes a identificação dos licitantes 
participantes, mostrando CNPJ e razão social dos concorrentes, na ordem de 
classificação por item. Nesta fase de aceitação da proposta (repita-se, após 
 
 86 
finalizada a etapa competitiva), é que o licitante melhor classificado poderá 
encaminhar anexo via sistema. Isso porque, neste momento, o sistema permite que 
o pregoeiro convoque um anexo, ou seja, solicite ao licitante melhor classificado 
que encaminhe um anexo, pelo próprio sistema do Comprasnet. Se ocorrer desta 
forma a solicitação de alguma planilha/ descritivo ou documentação pelo pregoeiro 
ao fornecedor primeiro colocado, todos os licitantes conseguirão visualizar este 
anexo, além do pregoeiro. Ou seja, todos poderão verificar e ter acesso ao anexo 
convocado pelo pregoeiro e encaminhado pelo licitante, via sistema. A esse 
respeito, transcrevo resposta da SERPRO a questionamento feito por esta autora, 
sobre a visualização de propostas/anexos por todos os licitantes concorrentes: 
 
Informamos que somente o pregoeiro tem acesso às propostas quando faz 
a abertura para análise de propostas, os demais participantes e TODA 
sociedade tem acesso às mesmas na fase de aceitação, que é pública e 
os anexos somente podem ser enviados por convocação do pregoeiro na 
fase de aceitação. Depois de registrado no sistema o anexo fica disponível 
para visualização, por toda sociedade. (Nº Acionamento 
2013/001650326, dia 04/12/2013 às 01h52, solução enviada dia 
04/12/2013, ás 08h26, através de comunicação eletrônica 
css@spekx.serpro.gov.br) 
 
 
2) BANCO DO BRASIL (www.licitacoes-e.com.br) 
O Sistema do Banco do Brasil, também conhecido como “Licitações-e”, 
permite que os licitantes encaminhem anexos no momento do envio da proposta 
(ou seja, antes mesmo da sessão do pregão eletrônico, no instante em que o 
licitante acessa o sistema para encaminhar sua proposta para participar de 
determinado pregão eletrônico). Anexos encaminhados nesta fase (juntamente com 
a proposta, antes da sessão do pregão), não devem conter identificação da 
empresa sob pena de desclassificação do proponente. Mas, também, após a etapa 
de lances/competitiva, há possibilidade dos licitantes encaminharem anexos e 
documentos, pelo próprio sistema. 
Neste sistema, todos os anexos/documentos incluídos, ficam acessíveis a 
todos os licitantes e, também, à sociedade. 
Cumpre transcrever, também, a resposta da equipe técnica do Licitações-e, a 
respeito da consulta formulada por esta autora sobre este tema, quando 
questionados sobre a forma de visualização das propostas e anexos/documentos, 
via sistema: 
 
Não só os outros fornecedores tem acesso, mas qualquer pessoa que 
acessar o site (Acionamento efetuado dia 03/12/2013, às 06h58, 
solução enviada dia 05/12/2013, às 12h11, através de comunicação 
eletrônica licitações@bb.com.br) 
 
6.2.2) A MANIFESTAÇÃO DA INTENÇÃO RECURSAL NA SESSÃO DO 
PREGÃO ELETRÔNICO 
Em vista do exposto, é possível afirmar que o recebimento da documentação 
do proponente melhor classificado no pregão eletrônico, poderá ser feita de três 
formas: 
http://www.licitacoes-e.com.br/
mailto:licitações@bb.com.br
 
 87 
 
A) Documentação solicitada pelo pregoeiro, via sistema. 
Na hipótese de o pregoeiro solicitar, via sistema, a documentação do licitante 
primeiro classificado e/ou vencedor do certame, todos terão acesso a tais 
documentos, podendo analisar de pronto tais anexos e documentação. Nesse 
caso, é possível afirmar que a fase recursal ocorrerá exatamente como no pregão 
presencial, ou seja, no momento em que o pregoeiro declarar o vencedor do 
certame e abrir a fase recursal, os demais fornecedores terão a oportunidade de, 
querendo, manifestar imediata e motivadamente, via sistema, a intenção recursal. 
Entretanto, não há na legislação nem no Decreto, obrigatoriedade que o pregoeiro 
exija o envio de anexos e documentações via sistema, podendo ser efetuada a 
solicitação por outros meios como abaixo verificaremos, quando a resolução será 
diversa. 
B) Documentação solicitada pelo pregoeiro, via e-mail ou fax. 
Neste caso, os demais licitantes não terão acesso à documentação 
encaminhada, unicamente ao pregoeiro, via e-mail ou fax. Neste aspecto, a prática 
nos mostra que, alguns órgãos, apesar de preferirem solicitar a documentação ao 
vencedor provisório via e-mail, encaminham o conjunto de documentos a todos os 
demais licitantes que solicitarem, para análise desta documentação; mas não há 
obrigatoriedade nesta conduta e, mesmo quando solicitado, a maioria dos 
pregoeiros não encaminha a documentação aos demais concorrentes. 
C) Documentação constante tão somente do SICAF ou outro 
sistema similar 
Nesta hipótese, também não há como os licitantes concorrentes terem acesso 
ao SICAF do vencedor provisório, somente o próprio licitante e pregoeiro 
conseguem acessar a página referente ao cadastro do fornecedor. 
 
Ainda, em quaisquer das hipóteses acima mencionadas, o pregoeiro, com 
fulcro no edital, poderá exigir o envio dos originais ou cópia autenticadas, pelo 
prazo determinado no instrumento convocatório, a ser entregue via correios ou 
pessoalmente no órgão.Essa documentação será anexada aos autos do processo 
do pregão eletrônico, ficando disponíveis a qualquer licitante ou cidadão que 
solicitar vistas ao processo mas, também, não estará disponível de forma online no 
sistema para que todos tenham acesso pela própria internet. 
Dessa forma resta claro o motivo da fase recursal, no pregão eletrônico, não 
poder ser tratada de forma idêntica ao que ocorre no pregão presencial, pois neste, 
todos licitantes tem acesso imediato, em mãos, às propostas de seus concorrentes 
e documentação do vencedor do certame. 
 A fase recursal no pregão eletrônico será flexibilizada, dependendo da forma 
como cada órgão/entidade proceder na solicitação da documentação do vencedor 
provisório: 
 
 88 
Hipótese 1) Caso o pregoeiro solicite a documentação via sistema, hipótese 
na qual todos os demais licitantes terão acesso imediato a tais documentos, a fase 
recursal ocorrerá da mesma forma que no pregão presencial, a saber: declarado o 
vencedor e aberta a possibilidade de manifestação recursal, todos os proponentes 
deverão imediata e motivadamente, em campo próprio do sistema, interpor sua 
intenção recursal, transcrevendo contra o que irá recorrer e qual a fundamentação 
sucinta (motivos). 
Hipótese 2) Caso a documentação seja solicitada via e-mail ou fax, e/ou com 
o envio posterior dos originais ou cópias autenticadas via correio, o pregoeiro 
deverá suspender a sessão do pregão, até o envio efetivo da documentação 
(imediatamente via email ou fax e posteriormente via correios ou pessoalmente dos 
originais ou cópias autenticadas), anexar a documentação ao processo físico do 
pregão eletrônico, informando via sistema a abertura de vistas ao processo com a 
respectiva documentação, para análise de quem desejar. Apenas após concessão 
de vistas com prazo razoável para verificação pelos demais concorrentes, reabre-
se a sessão do pregão eletrônico na fase recursal, exigindo a manifestação 
imediata e motivada daqueles que desejarem interpor recurso administrativo, em 
campo próprio do sistema, sob pena de decadência do direito ao recurso. 
Cumpre, por fim, salientar que nenhum prazo de recurso administrativo se 
inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vistas franqueadas aos 
interessados, conforme determina o próprio §5º do art. 109 da Lei nº 8.666/93. 
Conclui-se, portanto, que a fase recursal do pregão eletrônico não pode ser 
tratada da mesma forma que ocorre no pregão presencial e, ainda, a conduta da 
Administração e do pregoeiro, na fase recursal unificada, dependerá das regras 
dispostas no edital mas, também, do sistema no qual o pregão for realizado e da 
forma que a documentação for solicitada ao proponente vencedor do certame. O 
administrador deverá ficar atento a tais delineamentos, sob pena de lesão ao 
princípio básico da transparência e impossibilidade de o licitante exercer seu direito 
recursal, ocasionando o cerceamento do contraditório e ampla defesa. 
 
6.3. A DECISÃO SOBRE O RECURSO 
O recurso deverá ser dirigido à autoridade competente (que nomeou o 
pregoeiro), por intermédio de quem praticou o ato recorrido (pregoeiro). 
O recurso, quando conhecido (interposto tempestivamente, à autoridade 
correta), poderá, no mérito ser julgado procedente ou improcedente. O pregoeiro, 
ao receber o recurso e sendo o mesmo conhecido, poderá julgá-lo procedente - 
ocasião na qual irá alterar a sua decisão, exercendo o juízo de retratação - ou 
improcedente - quando irá manter sua decisão, fundamentando-a, devendo, neste 
caso, remetê-lo à autoridade superior, devidamente informado, no prazo de cinco 
 
 89 
dias. A autoridade superior por sua vez, também terá prazo de cinco dias contado 
do recebimento do recurso para proferir sua decisão.82 
Decreto 5450/05: 
Art. 8o À autoridade competente, de acordo com as atribuições previstas 
no regimento ou estatuto do órgão ou da entidade, cabe: 
IV - decidir os recursos contra atos do pregoeiro quando este mantiver sua 
decisão. 
(...) 
Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial: 
VII - receber, examinar e decidir os recursos, encaminhando à autoridade 
competente quando mantiver sua decisão. 
 
O recurso no pregão possui efeito devolutivo (devolve à autoridade 
responsável pela decisão e ao seu superior o exame da matéria) e suspensivo83 
(ou seja, a licitação apenas poderá prosseguir após decididos os recursos). 
Sendo o recurso julgado procedente, o pregoeiro deverá anular e refazer os 
atos a partir do momento da ilegalidade, podendo aproveitar os atos anteriores não 
eivados de ilegalidade: 
Lei 10.520/02, art. 4º (...) 
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos 
insuscetíveis de aproveitamento; 
 
 Por exemplo, se a ilegalidade ocorreu no momento da confecção do edital 
(cláusula nula), todo o procedimento, desde a fase interna na confecção do edital, 
é anulado e deve ser refeito. Entretanto, se a irregularidade foi praticada na 
inabilitação ou habilitação de um proponente, a anulação e refazimento será a 
partir da fase de habilitação, ou seja, as fases anteriores (julgamento de propostas, 
fase de lances) não serão anuladas, aproveitando-se os atos válidos do 
procedimento. 
O pregoeiro deverá aproveitar todos os atos que não foram prejudicados 
ou comprometidos com o acolhimento do recurso, e aqueles que 
apresentarem algum vício deverão ser refeitos, dando-se sequencia ao 
certame a partir da correção. Inclusive, deverá haver convocação dos 
interessados, para nova sessão, visando à continuidade do procedimento 
a partir do ato que foi corrigido. Isso implicaria em refazer os atos, que 
 
82 O prazo de cinco dias não é previsto na Lei do Pregão, nem dos decretos respectivos. Aplica-se, 
assim, o art. 24 da Lei 9.784/99, que dispõe “Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou 
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser 
praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior”. 
83 Lei 10.520/02, Art. 4º, XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do 
objeto da licitação ao licitante vencedor. Importante lembrar que, antes da Lei 10.520/02, quando 
existia apenas o Decreto 3.555/00, o recurso não tinha efeito suspensivo (inc. XVIII, art. 11). Apesar 
da Lei 10.520/02 não dispor expressamente sobre o efeito suspensivo do recurso, fica claro que o 
ato de adjudicação, quando existente recurso, apenas será efetuado após decisão do recurso. 
 
 90 
ensejariam outra decisão pela declaração de novo vencedor e, 
consequentemente, abrir-se-ia nova fase recursal.84 
6.4. JUIZO DE ADMISSIBILIDADE NO PREGÃO ELETRÔNICO 
O pregoeiro, no momento em que os licitantes manifestam a manifestação 
recursal, exerce o chamado juízo de admissibilidade do recurso. Esse juízo de 
admissibilidade visa, tão somente, verificar se estão presentes os pressupostos 
recursais (sucumbência, tempestividade, legitimidade, interesse e motivação), não 
cabendo, neste momento, a análise do mérito do recurso. 
 
Acórdão 2627/2013 Plenário – TCU: Em sede de pregão eletrônico ou 
presencial, o juízo de admissibilidade das intenções de recurso deve 
avaliar tão-somente a presença dos pressupostos recursais 
(sucumbência, tempestividade, legitimidade, interesse e motivação), 
constituindo afronta à jurisprudência do TCU a denegação fundada em 
exame prévio do mérito do pedido. [No mesmo sentido Acórdão 
694/2014-Plenário] 
 
O TCU considerou desrespeito, na fase recursal da licitação, aos 
princípios da ampla defesa e do contraditório assegurados 
constitucionalmente, uma vez que todas as intenções de interposição de 
recurso apresentadas pelas licitantes foram sumariamente denegadas, 
procedimento esse que fere o art. 26 do Decreto 5.450/2006. 
[Acórdão 287/2008 Plenário] 
 
6.5. ADJUDICAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO 
Adjudicar é o ato de atribuir, ao vencedordo certame, o objeto da licitação. 
Já, a homologação do procedimento licitatório é o instituto de controle da 
legalidade e mérito (conveniência e oportunidade) de todo o procedimento, de 
modo que só será homologado se todos os atos anteriores estiverem em perfeita 
regularidade. Se a autoridade competente verificar a existência de alguma 
ilegalidade no procedimento, deverá determinar o saneamento (se possível) ou sua 
anulação; poderá revogar o certame se existentes motivo de mérito (conveniência 
e oportunidade) devidamente justificado ou; verificando a legalidade e regularidade 
do procedimento, homologá-lo.85 
 
84 ZANOTELLO, Simone. Recursos administrativos. 1. Ed. Curitiba: Negócios Públicos, 2010, p. 
98. 
 
85 Ressalte-se que no caso de revogação ou anulação do procedimento, a Administração deverá 
assegurar direito ao contraditório e ampla defesa aos licitantes, assim como vista aos autos do 
processo onde constará a justificativa da decisão. 
 
 91 
Nas modalidades tradicionais (Concorrência, Tomada de Preços e Convite), 
tanto a homologação quanto a adjudicação são atos feitos pela autoridade 
competente, conforme art. 43, inc. VI da Lei 8.666/93. 
No pregão, caso ocorra a manifestação de interposição de recursos, tanto a 
adjudicação quanto a homologação serão atribuições da autoridade competente86. 
Entretanto, caso não exista a manifestação por parte dos licitantes em interpor 
recurso administrativo, é o pregoeiro quem adjudica o objeto do certame ao 
vencedor e, à autoridade competente, caberá a homologação do certame. 
 
Decreto 5.450/05: 
Art. 26. 
§ 1o A falta de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à 
intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência desse 
direito, ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante 
declarado vencedor. 
 
Art. 27. Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos 
praticados, a autoridade competente adjudicará o objeto e 
homologará o procedimento licitatório. 
 
6.7. DESCONEXÃO DO SISTEMA ELETRÔNICO: 
 
6.7.1) Desconexão do licitante: 
Se algum licitante desconectar-se do sistema eletrônico, por qualquer motivo, 
os prejuízos advindos de sua desconexão serão arcados unicamente por ele: 
Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar do 
pregão, na forma eletrônica: 
IV - acompanhar as operações no sistema eletrônico durante 
o processo licitatório, responsabilizando-se pelo ônus 
decorrente da perda de negócios diante da inobservância de 
quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou de sua 
desconexão. 
 
Admitir conduta contrária a esta, ou seja, permitir que cada licitante que 
perdesse a conexão com a internet conseguisse a anulação ou repetição do 
certame, não haveria um pregão no Brasil passível de conclusão. Isso porque, 
todos os licitantes - que não o vencedor do certame, obviamente, iriam interpor 
 
86 Lei 10.520/02, Art. 4º, XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do 
objeto da licitação ao licitante vencedor; XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, 
o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital (...) 
 
 
 92 
recursos administrativos e ações judiciais exigindo a anulação do certame 
alegando sua desconexão do sistema. 
 
6.7.2) Desconexão do pregoeiro: 
Quando a desconexão ocorrer com o pregoeiro, os efeitos serão os seguintes: 
a) Desconexão do pregoeiro até o período de dez minutos: no caso da 
desconexão durar período menor que dez minutos, durante a desconexão 
do pregoeiro, os licitantes devem continuar enviando seus lances 
normalmente. A sessão não será interrompida. 
b) Desconexão do pregoeiro por período superior a dez minutos: neste 
caso, a sessão do pregão deverá ser suspensa e todos os licitantes 
avisados de nova data ou novo horário para retomada da sessão do pregão 
eletrônico87. 
 
6.7.3) Desconexão do próprio sistema eletrônico: 
Neste caso, o pregão também deverá ser suspenso e retomado após aviso a 
todos os licitantes de nova data/horário. 
A reabertura da sessão do pregão nos casos acima (inatividade do sistema ou 
desconexão do pregoeiro por mais de dez minutos) apenas poderá ser efetuada 
após prévio aviso a todos os licitantes. 
Decreto 5.450/05, Art. 24 (...) 
§ 10. No caso de desconexão do pregoeiro, no decorrer da 
etapa de lances, se o sistema eletrônico permanecer 
acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo 
recebidos, sem prejuízo dos atos realizados. 
§ 11. Quando a desconexão do pregoeiro persistir por tempo 
superior a dez minutos, a sessão do pregão na forma 
eletrônica será suspensa e reiniciada somente após 
comunicação aos participantes, no endereço eletrônico 
utilizado para divulgação. 
 
 
 
 
87 Sobre este aspecto, o TJDF anulou pregão eletrônico no qual a conexão do pregoeiro caiu 21 
vezes em um intervalo de tempo de 26 minutos (Processo nº 2003.00.2.009133-5, Acórdão nº 
190895, 2ª Turma Cível/2004). 
 
 93 
6.8) PODER DE SANEAMENTO 
Sempre com vistas à obtenção da proposta mais vantajosa e ampliação da 
competitividade, o pregão conta com o instituto do saneamento, previsto no pregão 
eletrônico expressamente no Decreto 5.450/05: 
Art. 26. (...) 
§ 3o No julgamento da habilitação e das propostas, o pregoeiro poderá 
sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos 
documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado, 
registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia 
para fins de habilitação e classificação. 
 
O poder de saneamento do pregoeiro deverá ser concedido em situações 
de correções de defeitos ou falhas formais, que não alterem a substância da 
proposta, sob pena de lesão ao princípio da isonomia. 
 
Observe, ao proceder ao julgamento de licitações na modalidade pregão 
eletrônico, o procedimento previsto no § 3o do art. 26 do Decreto no 
5.450/2005, quando verificado, nas propostas dos licitantes, erros ou 
falhas formais que não alterem sua substancia, devendo, nesse caso, 
sanar de oficio as impropriedades, mediante despacho fundamentado, 
registrado em ata e acessível aos demais licitantes, atribuindo-lhes 
validade e eficácia para fins de habilitação e classificação. Acórdão 
2564/2009 – Plenário TCU 
 
Alguns exemplos do exercício deste poder por parte do pregoeiro, podem 
ser encontrados na orientação atual do Tribunal de Contas da União, no caso dos 
licitantes que, no momento de preenchimento de sua proposta via sistema, 
esquecem de mencionar a marca ou o modelo do produto. Nesses casos, a 
tendência no TCU é considerar como mera falha formal, passível de saneamento 
no momento oportuno (isto é, após finalizada a etapa de lances, quando os 
licitantes serão conhecidos e poderá ser aberta a diligência necessária para sanar 
essas omissões), não sendo considerada, tal conduta, como inserção de 
documento novo que deveria constar originalmente da proposta ou ainda, caso o 
Pregoeiro consiga chegar na informação por intermédio de folder ou prospectos do 
produto (que podem, inclusive, ser encaminhados via sistema). Nessa esteira são 
os seguintes julgados: 
ACÓRDÃO 1170/2013 – PLENÁRIO: É indevida a desclassificação de 
licitantes em razão da ausência de informações na proposta que possam 
ser supridas pela diligência prevista no art. 43, § 3º, da Lei de Licitações. 
"Ausência de apresentação, pela vencedora do certame, da descrição 
completa do objeto ofertado, ante a omissão do modelo do equipamento". 
 
 94 
Segundo a representante, "com a omissão do modelo ..., a equipe técnica 
da DPCvM não teria condições de saber se o equipamento ofertado 
preenchia os requisitos e exigências mínimas do termo de referência do 
Pregão 4/2012 
MINISTRA - RELATORADO TCU: não há qualquer ilegalidade na 
diligência realizada pela pregoeira para esclarecer o modelo de 
equipamento ofertado pela Scansystem Ltda. Por um lado, porque a 
licitante apresentou sua proposta com as informações requeridas no edital 
..., e, por outro, porque o ato da pregoeira objetivou complementar a 
instrução do processo, e não coletar informação que ali deveria constar 
originalmente". 
 
ACÓRDÃO 918/2014 – PLENÁRIO: A inabilitação de licitante em virtude 
da ausência de informações que possam ser supridas por meio de 
diligência, de que não resulte inserção de documento novo ou afronta à 
isonomia entre os participantes, caracteriza inobservância à jurisprudência 
do TCU. 
(Observação desta autora: Neste caso, o Pregoeiro desclassificou a 
proposta do licitante porque não constou a marca dos produtos ofertados. 
Pregoeiro foi multado por não ter feito a diligência facultada pelo § 3º do 
art. 43 da Lei 8.666/1993, visando esclarecer a marca dos produtos 
ofertados. Além disso, o instrumento convocatório “previa a possibilidade 
de o pregoeiro solicitar informações acerca das características do material 
ofertado, tais como marca, modelo, tipo e fabricante”. Neste caso foi 
mantida a multa aplicada ao pregoeiro). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 95 
7. ASPECTOS RELEVANTES NO PREGÃO ELETRÔNICO 
 
7.1. ADIAMENTO, INTERRUPÇÃO/SUSPENSÃO DO PREGÃO ELETRÔNICO 
Antes da data início da sessão do pregão, podem ocorrer diversas situações 
nas quais seja necessário o adiamento da data do pregão, seja eletrônico ou 
presencial. Apenas no caso de existir alguma alteração no edital que implique 
alteração das propostas comerciais ou documentação dos licitantes que será 
necessário observar novo prazo de, no mínimo, 8 dias úteis. Entretanto, se o 
motivo de adiar a sessão for outro que não implique em tais alterações, não há 
obrigatoriedade da nova data aguardar o decurso do prazo dos 8 dias úteis, 
devendo ser publicada nos mesmos meios que se deu a publicação do edital, a 
nova data do pregão, podendo ocorrer em prazo inferior a este. Neste aspecto, 
contudo, o sistema eletrônico federal do SIDEC apresenta uma deficiência na qual 
não permite a alteração da data do pregão em prazo inferior a 8 dias úteis. 
Situação diversa ocorre quando a sessão do pregão já foi iniciada, sendo 
necessária sua interrupção/suspensão e reinício dos trabalhos em outro 
horário/data. Nesta ocasião, os licitantes presentes no pregão devem ser avisados 
na própria sessão (presencial ou eletrônica), saindo intimados da nova data/horário 
para continuação dos trabalhos. 
Motive as razões de alteração de data da realização de pregão, 
observando o prazo mínimo de oito dias uteis, nos termos do art. 17, § 4o, 
do Decreto no 5.450/2005. Acórdão 233/2007 - Plenário - TCU 
 
Observe, quando da condução da fase publica do pregão eletrônico, de 
modo que o pregoeiro, a partir da sessão inicial de lances ate o resultado 
final do certame, devera sempre avisar previamente, via sistema (chat), a 
suspensão temporária dos trabalhos, em função de horário de almoço 
e/ou termino do expediente, bem assim a data e o horário previstos de 
reabertura da sessão para o seu prosseguimento, em atendimento aos 
princípios, em especial os da publicidade e da razoabilidade, 
estabelecidos no art. 5° do Decreto n° 5.450/2005. Acórdão 168/2009 - 
Plenário - TCU 
 
7.2. DOCUMENTOS CONSTANTES DO PROCESSO 
No pregão eletrônico, todos os documentos eletrônicos que ficam arquivados 
nos sistemas/portais (atos e documentos constantes dos arquivos e registros 
digitais) serão válidos para todos os efeitos legais. Além disso, nos autos do 
processo físico do pregão eletrônico, devem ser transportadas as peças e 
documentos previstos por determinação interna do órgão/entidade. Por exemplo, o 
ato de designação do pregoeiro e equipe de apoio devem ser juntados ao processo 
 
 96 
(art. 38, III, Lei 8.666/93). O art. 30 do Decreto 5.450/05, traz rol de documentos 
que devem constar do processo físico: 
 
Art. 30. O processo licitatório será instruído com os seguintes documentos: 
I - justificativa da contratação; 
II - termo de referência; 
III - planilhas de custo, quando for o caso; 
IV - previsão de recursos orçamentários, com a indicação das respectivas 
rubricas; 
V - autorização de abertura da licitação; 
VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio; 
VII - edital e respectivos anexos, quando for o caso; 
VIII - minuta do termo do contrato ou instrumento equivalente, ou minuta da ata de 
registro de preços, conforme o caso; 
IX - parecer jurídico; 
X - documentação exigida para a habilitação; 
XI - ata contendo os seguintes registros: 
a) licitantes participantes; 
b) propostas apresentadas; 
c) lances ofertados na ordem de classificação; 
d) aceitabilidade da proposta de preço; 
e) habilitação; e 
f) recursos interpostos, respectivas análises e decisões; 
XII - comprovantes das publicações: 
a) do aviso do edital; 
b) do resultado da licitação; 
c) do extrato do contrato; e 
d) dos demais atos em que seja exigida a publicidade, conforme o caso. 
§ 1o O processo licitatório poderá ser realizado por meio de sistema eletrônico, 
sendo que os atos e documentos referidos neste artigo constantes dos arquivos e 
registros digitais serão válidos para todos os efeitos legais, inclusive para 
comprovação e prestação de contas. 
§ 2o Os arquivos e registros digitais, relativos ao processo licitatório, deverão 
permanecer à disposição das auditorias internas e externas. 
§ 3o A ata será disponibilizada na internet para acesso livre, imediatamente após o 
encerramento da sessão pública. 
 
7.3. EXIGÊNCIA DE AMOSTRAS EM PREGÃO 
No que tange à exigência de amostras, é plenamente cabível em licitações de 
todas as modalidades, inclusive o pregão88, devendo ser efetuada na fase de 
julgamento das propostas e somente em relação ao vencedor provisório do 
certame. Isso porque, a orientação predominante no Tribunal de Contas da União 
(TCU), é de que a exigência de amostra apenas seja efetuada ao licitante 
provisoriamente primeiro classificado, na fase de classificação; nunca a todos os 
licitantes. 
 
88 A esse respeito, recomendamos a leitura do artigo desta doutrinadora, denominado: VIANNA, 
Flavia Daniel. “A exigência de amostras em pregão presencial e eletrônico: uma visão jurídica, 
prática e procedimental”, publicado na Revista SÍNTESE Licitações, Contratos e Convênios, V. I, 
n. 3 (jun./jul. 2011) – São Paulo: IOB, 2011 e Revista SÍNTESE Direito Administrativo Ano VI, n. 68 
(agosto/2011) – São Paulo: IOB, 2011. 
 
 97 
Assim, a exigência da amostra em pregão deverá ser feita unicamente ao 
vencedor provisório do certame – não havendo cabimento, exigir a apresentação 
por todos os interessados – e, apenas na medida que a averiguação do protótipo 
seja necessária para assegurar a qualidade da compra. Entretanto, diferentemente 
do que defendem alguns, a necessidade da medida nada tem a ver com o fato do 
objeto ter de ser “incomum”; poderá existir a necessidade, mesmo para objetos 
simples, singelos ou comuns, de verificação real do produto, no que diz respeito à 
durabilidade, desempenho, qualidade ou funcionalidade. 
 
Acórdão 2.739/2009 – Plenário – TCU: "REPRESENTAÇÃO. 
IMPROCEDÊNCIA. DETERMINAÇÃO. CIÊNCIA AOS INTERESSADOS. 
ARQUIVAMENTO. No pregão eletrônico,quando for necessária a 
apresentação de amostras no âmbito de licitações promovidas por 
entidade, deve ser restringida tal exigência aos licitantes provisoriamente 
classificados em primeiro lugar, e desde que de forma previamente 
disciplinada e detalhada no respectivo instrumento convocatório, nos 
termos do art. 45 da Lei 8.666/93 c/c o art. 4º, inciso XVI, da Lei 
10.520/2002 e o art. 25, § 5º, do Decreto 5.450/2005 
 
Acórdão 1168/2009 – Plenário - TCU: 
Adote em editais de pregão critérios objetivos, detalhadamente 
especificados,para avaliação de amostras que entender necessárias a 
apresentação. Somente as exija do licitante classificado provisoriamente 
em primeiro lugar no certame. 
 
Saliente-se, desde já, a possibilidade de exigência de amostras tanto no 
pregão presencial quanto no pregão eletrônico, neste último nos casos em que a 
amostra possa ser facilmente remetida via SEDEX, devendo ser observado, 
quando o edital estabelecer prazo para envio da amostra, lapso razoável para não 
prejudicar licitantes de Estados ou cidades distantes da Administração licitante. 
7.4. PENALIDADES NO PREGÃO ELETRÔNICO 
As penalidades da Lei 8.666/93, previstas no art. 87, são de quatro espécies: 
advertência, multa, suspensão temporária e declaração de inidoneidade. 
O pregão possui regime de sanções próprio em relação ao da Lei 8.666/93, a 
saber: 
Lei 10.520/2002: 
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não 
celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida 
para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver 
a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo 
inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a 
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, 
ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV 
 
 98 
do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas 
previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais. 
No pregão, portanto, as penalidades passíveis de aplicação são as seguintes: 
a) Impedimento de licitar e contratar com a União, Estados, DF ou 
Municípios (válida para a esfera de governo que a aplicar). 
b) Descredenciamento no SICAF (União) ou nos sistemas de 
cadastramento de fornecedores próprios de cada ente federativo. 
c) Multas previstas no edital e no contrato e demais cominações 
legais. 
 
As primeira e segunda sanções são cumulativas (impedimento + 
descredenciamento) e poderão perdurar até o prazo máximo de 5 anos89. 
O impedimento será aplicado apenas no ente federativo que aplicou a 
penalidade: União, Estado, Município ou DF. 
Caso o fornecedor seja penalizado com o impedimento de licitar e contratar 
no Estado de São Paulo, poderá participar de licitação nos demais Estados, DF, 
Municípios e União, valendo a sanção apenas no Estado de São Paulo. 
O mesmo ocorre com o descredenciamento no sistema de fornecedores. Se o 
órgão que aplicou a penalidade pertencer à União, o descredenciamento será no 
SICAF. Entretanto, se o órgão/entidade for um Estado ou Município, o 
descredenciamento ocorrerá em sistema próprio do ente federativo. 
Quanto à multa, para que possa ser aplicada, é imprescindível que esteja 
prevista no edital e no contrato, caso contrário não poderá ser utilizada. 
Sobre as “demais cominações legais”, adotamos o entendimento de Jorge 
Ulisses Jacoby Fernandes90, segundo o qual no pregão não é possível a aplicação 
de declaração de inidoneidade podendo, entretanto, aplicar-se as penalidades de 
advertência e suspensão de licitar e contratar com o órgão ou entidade licitante. 
As condutas passíveis de aplicação de penalidade no pregão encontram-se 
dispostas no próprio art. 7º da Lei 10.520/02, sendo: 
 
89 O art. 14 do Decreto Federal nº 3.555/00, dispõe que o fornecedor infrator “ficará impedido de 
licitar e contratar com a Administração, pelo prazo de até cinco anos, enquanto perdurarem os 
motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria 
autoridade que aplicou a penalidade”. 
90 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 556. 
 
 99 
I) Adjudicatário que não celebra o contrato, injustificadamente, quando 
convocado dentro do prazo de validade da proposta. 
II) Apresentar documentação falsa na habilitação91; 
III) Deixar de entregar a documentação relativa à habilitação; 
IV) Ensejar o retardamento da execução de seu objeto; 
V) Não mantiver sua proposta; 
VI) Falhar ou fraudar na execução contratual; 
VII) Comportar-se de modo inidôneo; 
VIII) Cometer fraude fiscal. 
 
Saliente-se que, para aplicação de qualquer sanção administrativa, deverá ser 
aberto processo administrativo, que assegure contraditório e ampla defesa ao 
fornecedor acusado, que será punido apenas se, ao final do processo 
administrativo, confirmar-se a infração. 
A aplicação de sanção não é faculdade ou opção do agente administrativo. 
Existindo conduta punível, é obrigatória a abertura do processo administrativo e, 
confirmando a infração, é dever da Administração a aplicação da sanção 
respectiva, sob pena do agente que não aplicá-la, quando cabível, responderá por 
ilícito administrativo. 
Portanto, na Administração, não pode existir o “agente bonzinho”, que perdoa 
uma infração. A aplicação da sanção é dever da Administração quando confirmar-
se ilícito praticado pelo fornecedor. 
 
 
7.5. O CONTRATO ADMINISTRATIVO 
A Lei 10.520/02 trata do regramento aplicável ao procedimento licitatório de 
licitações processadas pela modalidade pregão. Não trata, entretanto, de regras 
sobre o contrato administrativo. 
Assim, aos contratos administrativos decorrentes de licitações realizadas na 
modalidade pregão, aplica-se a Lei 8.666/93 (que traz a disciplina geral relativa aos 
contratos administrativos). 
 
91 No caso de apresentação de documentação falsa, além da sanção administrativa, a 
Administração deverá encaminhar ofício ao Ministério Público para verificação e abertura da 
respectiva ação penal. 
 
 100 
Por este motivo temos um diferencial importante quando da ocorrência de 
problemas com a execução do contrato. Vejamos92: 
a) Se o licitante vencedor do pregão for convocado para assinar o 
contrato dentro do prazo de validade da proposta e recusar-se, injustificadamente, 
como ainda não houve a assinatura do contrato, aplica-se as regras do Pregão 
(Art. 11, Decreto 3555/00, Art. 27, § 3º, Decreto 5450/05 e art. 4º, incs. XVI, XXII e 
XXIII e Lei 10.520/02), sendo convocado o remanescente para assinar o contrato 
ao preço do próprio remanescente, não existindo obrigatoriedade de seguir o preço 
do primeiro colocado: 
Decreto 5450/05: 
Art. 27. (...) 
§ 3o O vencedor da licitação que não fizer a comprovação referida no § 2o 
ou quando, injustificadamente, recusar-se a assinar o contrato ou a ata de 
registro de preços, poderá ser convocado outro licitante, desde que 
respeitada a ordem de classificação, para, após comprovados os 
requisitos habilitatórios e feita a negociação, assinar o contrato ou a ata de 
registro de preços, sem prejuízo das multas previstas em edital e no 
contrato e das demais cominações legais. 
Lei 10.520/02: 
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos 
interessados e observará as seguintes regras: 
XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário 
será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e 
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da 
sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso 
XVI. 
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às 
exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e 
a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim 
sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o 
respectivo licitante declarado vencedor; 
Decreto 3555/00: 
Art. 11. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos 
interessados e observará as seguintes regras: 
XXII - quando o proponente vencedor não apresentar situação regular, no 
ato da assinatura do contrato, será convocadooutro licitante, observada a 
ordem de classificação, para celebrar o contrato, e assim 
sucessivamente, sem prejuízo da aplicação das sanções cabíveis, 
observado o disposto nos incisos XV e XVI deste artigo; 
XXIII - se o licitante vencedor recusar-se a assinar o contrato, 
injustificadamente, será aplicada a regra estabelecida no inciso XXII; 
(Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000) 
 
A ordem de classificação e o respectivo preço assume capital importância 
na modalidade de pregão, porque o segundo colocado se obriga pelo seu 
respectivo preço, o terceiro pelo seu respectivo preço, e assim 
sucessivamente, ao contrário do que ocorre na licitação convencional em 
 
92 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 704 e 705. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3693.htm#art1
 
 101 
que os licitantes remanescentes não se obrigam pelo preço do 1º 
classificado, mas só podem ser contratados por esse preço.93 
 
Neste caso, além da abertura do processo administrativo para punição do 
adjudicatário, a licitação será reaberta, convocando-se todos os licitantes para 
participar da sessão que será retomada da fase de análise da proposta do segundo 
classificado, negociação, habilitação, fase recursal, adjudicação e homologação. 
É importante saber, todavia, que se a convocação do remanescente foi 
efetuada dentro do prazo de validade das propostas e a contratação se der pelo 
preço do próprio remanescente (seu último lance), não terá este direito a recusar a 
contratação. Contudo, expirado o prazo de validade da proposta sem que o licitante 
aceite prorrogá-la, não será obrigado à contratar com a Administração.94 
 
b) Se o licitante vencedor do pregão assinou o contrato, iniciou a 
execução, mas não a concluiu, neste caso aplica-se as regras da Lei 8.666/93 (Lei 
8.666/93 – Art. 64, § 2º) e não mais a Lei do pregão (que não regulamenta normas 
contratuais), devendo, neste caso, para que o contrato tenha continuidade com o 
remanescente, ser feito ao preço e nas condições do primeiro colocado (preço do 
contrato e não do próprio remanescente): 
Art. 64. (...) 
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o 
termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no 
prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, 
na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas 
condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos 
preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a 
licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei. 
Neste caso, diferentemente do anterior, como a contratação somente se 
efetivará ao preço do primeiro colocado, o remanescente não é obrigado a aceitar 
tal condição, podendo recusar-se a dar continuidade ao contrato ao valor inicial 
ofertado pelo seu concorrente vencedor. 
 
93 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 647. 
94 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão presencial e 
eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 703. 
 
 102 
Importante lembrar que, tanto no momento da assinatura do contrato quanto 
durante toda sua execução, o contratado deverá manter todas as condições de 
habilitação exigidas no certame.95 
 
7.6 A ESCOLHA DO PORTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO PREGÃO 
ELETRÔNICO 
 
7.6.1) Diferenciais entre o Comprasnet e o Licitações-e 
 
Durante a realização de treinamentos sobre Pregão Eletrônico, percebemos 
grande preocupação nos órgãos/entidades que estão em fase de implantação do 
pregão eletrônico, na escolha do portal ideal para seu desenvolvimento. Assim, 
disponibilizaremos as principais diferenças entre os dois portais mais utilizados no 
Brasil: o Comprasnet e o Licitações-e do Banco do Brasil, para que o agente 
público incumbido desta decisão (e, efetivamente, aqueles órgãos que não estão 
obrigados a adotar o Comprasnet), possam ter em mãos premissas que o ajudarão 
na escolha do portal que melhor atenda às expectativas do órgão/entidade. 
 
Como mencionado, os provedores mais utilizados no Brasil para realização 
de pregões eletrônicos são o Sistema Comprasnet (www.comprasnet.gov.br) e o 
Sistema Licitações-e do Banco do Brasil (www.licitacoes-e.com.br). É comum o 
questionamento dos agentes públicos sobre qual dos dois portais é o melhor para 
ser adotado. Primeiramente, cumpre destacar, que ambos são parametrizados com 
as regras do Decreto federal nº 5.450, de 31 de maio de 2005. Assim, diversas 
funcionalidades são adaptadas conforme o regramento federal, como, por exemplo, 
a opção via sistema para o pregoeiro adjudicar quando não houver a manifestação 
de interposição recursal por nenhum licitante, somente sendo aberta a 
 
95 Lei 8.666/93, Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em 
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e 
qualificação exigidas na licitação. 
Decreto 5450/05: Art. 27, § 2o Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será 
exigida a comprovação das condições de habilitação consignadas no edital, as quais deverão ser 
mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou da ata de registro de preços. 
 
 
http://www.comprasnet.gov.br/
http://www.licitacoes-e.com.br/
 
 103 
funcionalidade de adjudicação para a autoridade competente quando existir 
manifestação recursal via sistema por parte de algum licitante. 
Esses dois provedores permitem a adesão de órgãos/entidades de qualquer 
esfera governamental, bastando firmarem termo de adesão ou acordo de 
cooperação técnica. Vejamos, então, quais as principais diferenças técnicas 
existentes entre os sistemas, para que o órgão possa decidir qual portal será 
adotado em seu âmbito no desenvolvimento de seus pregões eletrônicos. 
 
A) GRATUIDADE X ONEROSIDADE 
 Sem dúvida, o maior diferencial existente entre os dois sistemas é que o 
Comprasnet é disponibilizado gratuitamente aos seus usuários (tanto os agentes 
do órgão/entidade pública – pregoeiro, membros de equipe de apoio e autoridade 
competente – quanto aos fornecedores), enquanto a utilização do sistema do 
Banco do Brasil (Licitações-e) opera-se mediante pagamento. 
Atualmente, os custos para utilização do Sistema Licitações-e são os 
seguintes: 
1) Em relação aos entes compradores (Administração Pública), a cobrança 
é feita em função da quantidade de licitações concluídas, sendo R$ 
116,25 (Cento e Dezesseis Reais e Vinte e Cinco Centavos) por licitação 
e da quantidade de lotes, sendo R$ 10,47 (Dez Reais e Quarenta e Sete 
Centavos) por lote. 
2) No que tange aos fornecedores, o custo é calculado por período de 
acesso, sendo96: 
● Custo acesso por 30 dias: R$ 161,08 
● Custo acesso por 60 dias: R$ 187,25 
● Custo acesso por 90 dias: R$ 213,43 
● Custo acesso por 120 dias: R$ 239,61 
● Custo acesso por 150 dias: R$ 265,78 
● Custo acesso por 180 dias: R$ 291,96 
● Custo acesso por 210 dias: R$ 318,13 
 
96 Os valores expostos estão atualizados para o ano de 2014 e estão sujeitos à alteração a critério 
do próprio provedor. Qualquer atualização nestes valores, devem ser acompanhadas junto ao 
próprio provedor do Licitações-e, através do site www.licitacoes-e.com.br , não se 
responsabilizando a autora ou o periódico pela alteração dos valores cobrados. 
http://www.licitacoes-e.com.br/
 
 104 
● Custo acesso por 240 dias: R$ 344,31 
●Custo acesso por 270 dias: R$ 370,48 
● Custo acesso por 300 dias: R$ 396,66 
● Custo acesso por 330 dias: R$ 422,84 
● Custo acesso por 360 dias: R$ 449,01 
 
B) DECLARAÇÕES 
 
O Sistema do Comprasnet possui todas as declarações disponibilizadas para 
o licitante quando este efetua o encaminhamento de sua proposta via sistema (o 
que é feito através do preenchimento de campos padrões no próprio sistema). O 
Sistema Comprasnet possui a seguinte ordem de declarações, sendo que 
apresenta, ao final de cada uma delas, campo para preenchimento 
: 
 
1) DECLARAÇÃO DE ME/EPP: “Declaro, sob as penas da Lei, que cumpro os 
requisitos estabelecidos no Art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, alterada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, em seu 
Art. 34, que essa Empresa/Cooperativa está apta a usufruir do tratamento 
favorecido estabelecido nos artigos 42 ao 49 da referida Lei Complementar”. 
 
2) DECLARAÇÃO DE HABILITAÇÃO: “Declaro que estou ciente e concordo com 
as condições contidas no edital e seus anexos, bem como de que cumpro 
plenamente os requisitos de habilitação definidos no edital”. 
 
3) DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE FATOS IMPEDITIVOS: “Declaro sob as 
penas da lei, que até a presente data inexistem fatos impeditivos para a minha 
habilitação no presente processo licitatório, ciente da obrigatoriedade de declarar 
ocorrências posteriores”. 
 
4) DECLARAÇÃO DE NÃO EMPREGO DE MENOR: “Declaro para fins do disposto 
no inciso V do art. 27 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, acrescido pela Lei 
nº 9.854, de 27 de outubro de 1999, que não emprego menor de 18 (dezoito) anos 
em trabalho noturno, perigoso ou insalubre e não emprego menor de 16 
 
 105 
(dezesseis) anos, salvo menor, a partir de 14 (quatorze) anos, na condição de 
aprendiz, nos termos do inciso XXXIII, do art. 7º da Constituição Federal”. 
 
5) DECLARAÇÃO DE ELABORAÇÃO INDEPENDENTE DE PROPOSTA: “Declaro 
que a proposta apresentada para essa licitação foi elaborada de maneira 
independente, de acordo com o que é estabelecido na Instrução Normativa Nº 2 de 
16 de setembro de 2009 da SLTI/MP”. 
 
Portanto, é no momento do preenchimento de sua proposta que os licitantes 
terão acesso às declarações, que já se encontram devidamente preenchidas pelo 
sistema, devendo o licitante apenas clicar em ( )SIM ou ( )NÃO (esta última 
opção, no caso da primeira declaração de ME/EPP). 
 
Já, no Sistema do Banco do Brasil, o Licitações-e possui apenas declaração 
de ME/EPP e declaração de Habilitação. Se a Administração exigir outras 
declarações no instrumento convocatório, deve deixar expresso no edital (e, 
também, via chat no sistema) que o fornecedor deverá enviar, após a etapa de 
lances, junto com a documentação. Isso porque, a declaração deve conter a 
identificação da empresa e tal identificação não pode existir antes do final da etapa 
de lances, sob pena de desclassificação do licitante identificado. 
 
C) ALTERAÇÃO DO PREGOEIRO CONDUTOR DO CERTAME E SELEÇÃO 
DOS MEMBROS DA EQUIPE DE APOIO 
O Sistema do Comprasnet permite alterar pregoeiro antes da data/horário de 
abertura da sessão pública. Tanto o próprio pregoeiro previamente indicado no 
sistema para operar a sessão, quanto o novo pregoeiro que irá substituí-lo, podem 
fazer a modificação. No que tange à seleção dos membros que irão atuar como 
membros da equipe de apoio, no Comprasnet, essa vinculação é feita, também, 
antes do início da abertura da sessão via sistema. 
No caso do Banco do Brasil, é possível que a autoridade competente altere o 
pregoeiro mesmo após encerrada a disputa. Quanto à seleção dos membros que 
atuaram como equipe de apoio, é apenas após encerrada a sessão (em ata da 
licitação), que é possível indicar a equipe. 
 
 
 106 
D) EMPATE DE LANCES? 
No pregão, não é possível a ocorrência de empate no decorrer da etapa de 
lances. É possível que exista situação de empate de propostas escritas mas, uma 
vez aberta a etapa de lances, não há que se falar na aceitação de dois lances 
encaminhados com o mesmo valor, configurando situação de empate. 
Assim, os sistemas se adaptaram da seguinte forma à impossibilidade da 
situação de empate na etapa de lances: o Sistema do Banco do Brasil, 
simplesmente não aceita o encaminhamento de um lance de valor nominal idêntico 
a lance já anteriormente encaminhado por qualquer licitante. Assim, caso um 
licitante tente encaminhar um lance de valor idêntico a outro lance, já registrado no 
sistema por qualquer de seus concorrentes, o sistema emitirá uma mensagem 
“Não foi possível confirmar lance”, não permitindo, portanto, a conclusão de seu 
envio. 
Por outro lado, o Comprasnet tem um método mais confuso, o que pode, 
inclusive, confundir os licitantes participantes. A tela do sistema permite que o 
licitante tenha acesso ao “seu último lance” (ou seja, último lance encaminhado 
pela sua empresa) e “Lance Mínimo” (ou seja, o lance vencedor até aquele 
momento, podendo ser da sua própria empresa ou de outro competidor): 
 
 
 
 107 
Ocorre que, ao invés do sistema simplesmente proibir o registro de lance com 
valor empatado, ele permite seu registro. Isso significa que, o licitante que 
encaminhou um lance no valor de R$ 100,00 (Cem Reais) primeiro, será o 
vencedor até aquele momento, constando um sinal de positivo verde indicando que 
seu lance é o primeiro colocado. O segundo licitante que encaminhar o mesmo 
lance no valor de R$ 100,00 (Cem Reais), o sistema registrará o lance mas, para o 
fornecedor, aparece um sinal de indicativo amarelo, indicando que seu lance está 
“empatado” via sistema. 
Ora, como a situação de empate simplesmente não pode existir na etapa de 
lances do pregão, o licitante que encaminhou o lance de R$100,00 (Cem Reais) 
em segundo lugar, o qual consta um sinal amarelo, significa que já existe um lance 
encaminhado, de valor idêntico, segundos antes, sendo o primeiro enviado e 
registrado pelo sistema como o lance “vencedor”, até aquele momento. Por isso, os 
licitantes devem tomar a devida cautela para não se confundirem neste caso: se 
existe o sinal amarelo indicando que seu lance está “empatado”, significa que seu 
lance não é o vencedor até aquele momento e que, se a fase de lances 
simplesmente fechar (tempo de iminência seguido do encerramento aleatório), não 
há que se falar na feitura de sorteio; o procedimento seguirá com a fase de 
empate/desempate ficto (se for o caso), negociação e habilitação do primeiro 
colocado. Obviamente o “empate” via Comprasnet, pode configurar-se em função 
ao segundo, terceiro, quarto, quinto (e assim, sucessivamente) colocados, sendo 
que o lance contendo o indicativo amarelo foi o lance enviado em atraso, isto é, 
outro licitante já encaminhou lance daquele mesmo valor anteriormente. 
 
E) ENVIO DE ANEXOS VIA SISTEMA 
Tratando-se do Comprasnet, somente é possível o envio de anexos via 
sistema na fase de aceitação da proposta primeira classificada, isto é, finalizada a 
etapa de lances. E ainda, apenas poderá encaminhar um anexo, via sistema, 
aquele licitante convocado pelo pregoeiro nesta fase de aceitação. Sendo o caso, o 
pregoeiro quem irá habilitar a possibilidade daquele proponente encaminhar algum 
documento via sistema (anexo de proposta, planilhas, folders ou mesmo, 
documentos de habilitação). 
No Licitações-E do Banco do Brasil, é possível que todos os licitantes 
consigam encaminhar anexos desde o momento do cadastro de sua proposta, 
 
 108 
mesmo antes da abertura do pregão. Neste caso, o envio do anexo somente será 
efetuado se o edital assim exigir (algum anexo de proposta), tomando, os licitantes, 
todo o cuidado deste anexo não conter a identificação da empresa, sob pena de 
sua desclassificação, em vista da proibição da identificação de licitantes antes de 
finalizada a etapa competitiva. A possibilidade de envio de anexo continuará 
disponível, mesmoapós finalizada a etapa de lances. 
Em ambos os sistemas, qualquer anexo enviado via sistema pelos licitantes, 
poderão ser visualizados por todos (licitantes, pregoeiro e sociedade em geral). 
 
F) CHAT MENSAGENS 
Pelo sistema do Compranet, o chat é sempre unilateral até o final da etapa 
competitiva. Após a etapa de lances, é aberto o chat bilateral da seguinte forma: o 
pregoeiro selecionará, via chat, o fornecedor com o qual iniciará sua negociação e, 
somente este licitante selecionado conseguirá responder ao pregoeiro. No caso do 
pregoeiro selecionar outro fornecedor, aquele primeiro perde a possibilidade de 
encaminhar sua resposta. Então, o chat bilateral só é possível, entre pregoeiro e 
fornecedor selecionado. 
Diferentemente, no Licitações-e do Banco do Brasil, finalizada a etapa 
competitiva, é aberto o chat mensagens sendo que todos os licitantes conseguem 
encaminhar e registrar mensagens no sistema. 
 
G) FASE RECURSAL 
No Comprasnet, após a habilitação do último item do certame, inicia-se a 
etapa recursal, no qual o pregoeiro irá indicar, em conformidade com o edital, qual 
o prazo que os licitantes possuem para manifestação em campo próprio do sistema 
da intenção recursal. O Sistema Comprasnet permite que seja aberta esta primeira 
fase por um prazo de 20 minutos a, no máximo 72 horas. Em conformidade com as 
orientações do Tribunal de Contas da União, sempre orientamos nossos alunos a 
jamais fornecerem prazo inferior a 30 minutos. De qualquer forma, o portal permite 
que o prazo mínimo seja de 20 minutos e o máximo de 72 horas. Decorrido o 
tempo selecionado pelo pregoeiro via sistema (de acordo com o edital e, também 
informando ao licitantes qual será este prazo), fecha-se automaticamente a 
possibilidade do envio da intenção de manifestação recursal. 
 
 109 
O Licitações-e do Banco do Brasil funciona de forma diversa: após 
selecionada a situação do proponente (arrematado) como “declarado vencedor”, o 
portal automaticamente abre a etapa recursal pelo prazo de 24 horas corridas. 
Aqui, não existe o fechamento automático da oportunidade de interposição de 
manifestação recursal pelo período indicado pelo pregoeiro, conforme o edital. 
Assim, ainda que o pregoeiro forneça, por exemplo, 40 minutos para tal 
manifestação, informando via chat os licitantes deste prazo, no sistema continuará 
em aberto a possibilidade do registro da intenção recursal pelos licitantes. Dessa 
forma, a falha no sistema não poderá sobrepor-se à legalidade: os licitantes devem 
ficar atentos com o prazo indicado pelo pregoeiro, de acordo com o edital, e 
manifestar sua intenção dentro deste prazo, sob pena da manifestação ser 
intempestiva e não aceita. 
 
H) ENCERRAMENTO DA ETAPA DE LANCES 
No pregão eletrônico realizado pelo sistema Comprasnet, em determinado 
momento na fase de lances, o pregoeiro irá “encerrar” a fase de lances, clicando 
no botão “encerrar item” quando o sistema exigirá que o pregoeiro informe tempo 
de 1 a 60 minutos, a seu critério, denominado “tempo de iminência”. 
Então, o pregoeiro informará o tempo desejado (o tempo de iminência, que 
poderá ocorrer no intervalo de 1 a 60 minutos, conforme decisão do pregoeiro) 
para iminência. O sistema enviará mensagem aos fornecedores, informando quais 
itens encontram-se em “Aviso de Iminência” e até qual momento ficarão neste 
estado. Durante o tempo de iminência os fornecedores podem continuar enviando 
seus lances normalmente. 
Decorrido o tempo de iminência, os itens entrarão, automaticamente, no 
chamado “encerramento aleatório”, que pode durar de 0 a 30 minutos. Este 
tempo não é mais decisão do pregoeiro mas sim, do próprio sistema, que 
aleatoriamente encerrará a fase de lances. Os licitantes poderão encaminhar seus 
lances até o momento do encerramento deste período aleatório. Uma vez 
encerrado, não será mais possível o envio de novos lances. 
 
No sistema licitações-e, quando o pregoeiro decidir “encerrar” o tempo normal 
de disputa, iniciará o denominado “tempo randômico”, que pode variar no 
intervalo de 1 segundo a 30 minutos, findo o qual não será mais possível 
 
 110 
encaminhar lances. Durante o decorrer do tempo randômico, os licitantes podem 
continuar ofertando lances. O tempo randômico no sistema Licitações-e equivale 
ao encerramento aleatório do Comprasnet. No Sistema Licitações-e do Banco do 
Brasil, não existe o tempo de iminência. Aqui, uma vez encerrado o tempo de 
disputa pelo pregoeiro, o tempo randômico terá início automático. 
 
O procedimento de encerramento da etapa de lances dos dois sistemas está 
de acordo com o estabelecido pelo Decreto 5.450/0597, no qual a fase de lance é 
encerrada aleatoriamente pelo sistema, no intervalo de tempo de 0 a 30 minutos, 
sem interferência humana (tempo randômico/encerramento aleatório). 
 
I) PREGÃO DESERTO 
Será deserto o pregão no qual nenhum licitante tenha encaminhado 
proposta. Nesta hipótese, a Administração deverá verificar se no edital no pregão 
não constam exigências restritivas ou descabidas responsáveis pelo desinteresse 
no certame. Sendo encontrada cláusula inadequada, deverá ser corrigido o edital e 
publicado novamente, repetindo-se o certame. Por outro lado, inexistindo cláusula 
restritiva e se a repetição do certame implicar em prejuízo à Administração, será 
aplicável o art. 24, V, da Lei 8.666/93, pelo qual é dispensável a licitação “V - 
quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não 
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas 
as condições preestabelecidas”. Neste caso, contudo, a contratação será efetuada 
nas mesmas condições previstas no edital cujo pregão resultou deserto. 
No Comprasnet, na data e horário para abertura da sessão, caso nenhum 
proponente tenha encaminhado proposta para determinado item (ou para toda a 
licitação), o sistema automaticamente gera a ata de pregão deserto, sendo este 
resultado enviado ao SIASG e a Ata poderá ser consultada por qualquer cidadão 
no site do Comprasnet. 
Pelo Licitações-e, há a peculiaridade de o pregoeiro, no momento da 
abertura do pregão, clicar em “consultar propostas fechadas” e, se verificar que 
 
97 Art. 24. (...) 
§ 7o O sistema eletrônico encaminhará aviso de fechamento iminente dos lances, após o que 
transcorrerá período de tempo de até trinta minutos, aleatoriamente determinado, findo o qual será 
automaticamente encerrada a recepção de lances. 
 
 
 111 
não existe uma única proposta encaminhada para aquele pregão, poderá solicitar à 
autoridade competente que, com seu login e senha de acesso, altere a data do 
pregão (observando, obrigatoriamente a republicação daquele pregão pelos 
mesmos meios que se deu a publicação do aviso do edital original, para a nova 
data, se for o caso). Contudo, se o pregoeiro mesmo assim clicar em “abrir 
propostas”, então o pregão será deserto não podendo ser reaproveitado os passos 
incluídos anteriormente via sistema, devendo proceder a uma nova inclusão de 
novo pregão. 
 
J) IDENTIFICAÇÃO DOS LICITANTES FINALIZADA A ETAPA COMPETITIVA 
Terminada a etapa de lances, os sistemas permitem, a partir deste momento, 
a identificação dos licitantes que participaram daquele pregão. No âmbito do 
Comprasnet, é possível a visualização da razão social, porte da empresa e CNPJ. 
No portal do Banco do Brasil, em relação ao vencedor provisório, o sistema mostra 
CNPJ, razão social, valor, porte, telefone; dos demais concorrentes, é possível 
visualizar a razão social, porte, valor e informações adicionais da proposta, se 
houver. 
 
K) ALTERAÇÃO DO PORTE DA EMPRESA 
No Licitações-e, o fornecedor, no momento em que vai registrar sua 
proposta via sistema, poderá alterar o porte de sua empresa (para Microempresa, 
Empresa de Pequeno Porte ou Outra Empresa). 
Isso não ocorre no Comprasnet,que é vinculado ao sistema da Receita 
Federal. Portanto, neste último, trata-se de uma atualização sistema a sistema, isto 
é, se a empresa constar como ME ou EPP na Receita, da mesma forma ficará 
caracterizado seu porte no Comprasnet; sendo alterado isto na Receita, altera-se 
no Comprasnet. 
 
L) REGISTRO DE IMPUGNAÇÕES AO EDITAL OU PEDIDO DE 
ESCLARECIMENTO 
Este aspecto não tem diferença nos dois sistemas. Em ambos, não é 
possível ao licitante encaminhar impugnação ou pedido de esclarecimento em 
campo próprio e específico para este fim, devendo ser encaminhado ao pregoeiro 
 
 112 
e, este sim, através de seu login e senha de acesso, consegue registrar via sistema 
o teor da impugnação ou esclarecimento e sua decisão. 
 
M) TENTATIVA DE LIMITAR O USO DO SOFTWARE RÔBO 
Visando impedir a utilização do “software robô”, responsável pelo envio de 
lances ininterruptos pelo licitante que o utilize98, o Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão editou a Instrução Normativa nº 3, de 16 de dezembro de 
2011 no âmbito dos órgãos/entidades do SISG e demais que firmaram termo de 
adesão para utilização do SIASG, determinando que “Na fase competitiva do 
pregão, em sua forma eletrônica, o intervalo entre os lances enviados pelo mesmo 
licitante não poderá ser inferior a 20 segundos”. Lances que não respeitem o 
intervalo mínimo de 20 segundos são descartados automaticamente pelo sistema. 
Essa adaptação, contudo, só ocorre no sistema do Compranet, inexistindo, 
até o momento, regra similar no Licitações-e do Banco do Brasil. 
 
Foram estas as considerações a respeito das principais diferenças entre os 
Sistemas Comprasnet e Licitações-e, para a realização de pregões eletrônicos. É 
de extrema relevância o conhecimento das diferenças operacionais entre os 
sistema tanto pelos agentes públicos que irão operar o pregão eletrônico, quanto 
pelos fornecedores que participarão de tais certames, para que não sejam 
confundidas as fases que ocorrem de maneira diferenciada em cada um desses 
portais, o que poderia implicar em ou erros ou prejuízos aos participantes do 
pregão. Além disso, a ciência a tais métodos, visa auxiliar às Administrações que já 
atuam com o pregão eletrônico ou que, ainda pretendem implantá-lo, na escolha do 
portal mais conveniente ao órgão/entidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
98 O software robô funciona da seguinte forma: a cada lance enviado por um concorrente, o software 
cobre o lance em menos de um segundo – geralmente, por um centavo a menos. Um lance sem o 
auxílio do robô demora, em média, 6 segundos para ser enviado. 
 
 113 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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pareceres e comentários. 3.ed. Belo Horizonte: Fórum, 2010. 
 
BITTENCOURT, Sidney. Pregão Eletrônico. 3.ed. Belo Horizonte: Fórum, 2010. 
 
CORDEIRO, Valéria. Formação e capacitação de pregoeiros. 1. Ed. Curitiba: Negócios 
Públicos, 2008. 
 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24.ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preços e pregão 
presencial e eletrônico. 4. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2011. 
 
FERRAZ, Luciano. Pregão eletrônico. In: GASPARINI, Diógenes (Coord.). Pregão 
presencial e eletrônico. Belo Horizonte: Fórum, 2006. 
GASPARINI, Diógenes (Coord.). Pregão presencial e eletrônico. Belo Horizonte: Fórum, 
2006, p.235. 
 
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JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 
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JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão (comentários à legislação do pregão comum e 
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JUSTEN FILHO, Marçal. O estatuto da microempresa e as licitações públicas. 2. ed. 
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nº 83, Informativo de Licitação e Contratos, p. 3-25, jan/2000. São Paulo: Dialética, 2001. 
 
JUNIOR, Jessé Torres Pereira. Comentários à lei das licitações e contratações da 
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: 
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MOTTA, Carlos Pinto Coelho. Eficácia nas licitações e contratos. 11. ed. Belo Horizonte: 
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PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres; DOTTI, Marinês Restelatto. Responsabilidade por 
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ZANOTELLO, Simone. Recursos administrativos. 1. Ed. Curitiba: Negócios Públicos, 
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http://www.jairsantana.com.br/
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
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