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CURSO DE PETRÓLEO E GÁS TRABALHO FINAL Discente: Sérgio Buruhane Pemba, Setembro de 2018 Sérgio Buruhane TRABALHO FINAL Docente: _____________________________________ Pemba, Setembro de 2018 Trabalho do fim de curso a ser apresentado ao curso de Petróleo e Gás para obtenção do grau académico de técnico de Petróleo e Gás. para fins de avaliação curricular. II ÍNDICE Declaração do autor .................................................................................................................. IV Declaração do supervisor........................................................................................................... V Agradecimentos ........................................................................................................................ VI Dedicatória...............................................................................................................................VII Abreviaturas........................................................................................................................... VIII 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 1.1 Justificativa ....................................................................................................................... 2 1.2 Problematização................................................................................................................ 2 1.3 Hipóteses........................................................................................................................... 3 1.4 Objectivos ......................................................................................................................... 3 1.4.1 Objectivo Geral.......................................................................................................... 3 1.4.2 Objectivos Específicos............................................................................................... 4 1.5 Metodologias do trabalho ................................................................................................. 4 2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................................. 5 2.1 PETRÓLEO: ORIGEM E HISTÓRIA ............................................................................. 5 2.1.1 Origem ....................................................................................................................... 5 2.1.2 História ...................................................................................................................... 6 2.2 PROSPECÇÃO DO PETRÓLEO .................................................................................... 7 2.2.1 Técnicas de prospecção do petróleo .......................................................................... 8 2.2.2 Os Impactos das actividades de prospecção .............................................................. 8 2.3 PERFURAÇÃO DE POÇOS............................................................................................ 9 2.3.1 Os métodos e tecnologias empregados na perfuração ............................................. 10 2.3.2 A perfuração na bacia do Rovuma........................................................................... 11 2.3.3 Impactos da perfuração ............................................................................................ 11 2.4 PRODUÇÃO DO PETRÓLEO ...................................................................................... 12 III 2.5 TRANSPORTE DO PETRÓLEO .................................................................................. 15 3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................ 16 4. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 20 IV Declaração do autor Declaro que este trabalho é resultado da minha compilação pessoal, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado, na sua essência, em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico. Pemba, Setembro de 2018 _________________________________ (Sérgio Buruhane) V Declaração do supervisor Eu, orientador do estudante, finalista do nível técnico em Petróleo e Gás, curso diurno, declaro que o presente trabalho foi por mim orientado e o mesmo está em condições de ser avaliado como trabalho final do estudante em referência Na qualidade do docente do Instituto Politécnico de Tecnologia e Empreendedorismo (IPET) declaro ter orientado o presente trabalho final. Por ser verdade passo a assinar. Pemba, Setembro de 2018 O declarante ___________________________________ VI Agradecimentos Ao meu orientador, pela orientação e correcção atenciosa para elaboração com sucesso deste trabalho final. A todos os docentes do curso de Petróleo e Gás, que ao longo dos anos deram o seu contributo durante a minha formação. Vão ainda aos meus colegas do curso e amigos que directas ou indirectamente contribuíram para a elaboração deste trabalho final. VII Dedicatória Dedico este trabalho a minha família, em especial aos meus pais, que têm-me acompanhado durante esse tempo todo. Dedico também a todos aqueles que directas ou indirectamente deram o seu contributo na realização deste trabalho. VIII Abreviaturas IPET – Instituto Politécnico de Tecnologia e Empreendedorismo OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo Kg – Quilograma Cm 2 – Centímetro ao quadrado 1 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho trata da temática da indústria do petróleo e os seus impactos sócio ambientais gerados pelo desenvolvimento da actividade petrolífera que proporciona tantas riquezas e conflitos. O petróleo e a principal fonte de energia utilizada pela sociedade moderna, apesar de ser um recurso natural não renovável. A exploração, produção, transporte e consumo desse recurso geram impactos ao ambiente. Estes impactos afectam directa e/ou indirectamente os seres vivos. Ao longo das actividades exploratórias de petróleo e gás natural, é o cumprimento progressivo de uma série de etapas e operações distintas que conduz ao objectivo final de se ter disponíveis os volumes de hidrocarbonetos demandados pela sociedade (ou pelo menos por parte dela) para satisfação de suas necessidades. Cada uma destas etapas - prospecção, perfuração, produção e transporte - possui logicamente características peculiares tanto em relação ao seu próprio desenvolvimento operacional, através do emprego de uma gama variada de materiais e equipamentos métodos e tecnologias, quanto no que se refere às suas repercussões sobre o meio ambiente. 2 1.1 Justificativa A sustentabilidade está ligada ao desenvolvimento tecnológico e económico sem agressão ao meio ambiente, usando os recursos naturais de maneira inteligente, possibilitando a manutenção deles (rios,lagos, oceanos, florestas, matas) e garantindo a existência de vida no futuro. Sendo assim, cada actividade realizada pelo ser humano deve levar em consideração primeiramente a sustentabilidade, tornando sustentável o desenvolvimento, com acções que possam suprir as necessidades humanas e sejam socialmente justas, ambientalmente correctas e economicamente viáveis, resguardando as gerações futuras. É evidente que a extracção do petróleo gera impactos ambientais e sociais tanto directamente quanto indirectamente. Uma vez que essa actividade se constitui na intervenção do meio ambiente para extracção de um recurso natural, com potenciais impactos ambientais. Por outro lado, os impactos podem ser positivos, através do aumento da arrecadação tributária e um aumento no dinamismo económico da região. Por isso, cabe a análise cuidadosa do que é mais vantajoso tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade, sob a óptica da sustentabilidade. A escolha deste tema deveu-se através de a maior parte da população abrangida pela prospecção do petróleo pela empresa petrolífera ANADARKO no distrito de Palma, ter perdido suas terras de produção junto das respectivas residências onde inicialmente gerou alguns impactos positivos e por outro lado impactos negativos. 1.2 Problematização Impacto ambiental é qualquer alteração (vantajosa ou danosa) no meio ambiente causada por determinada acção ou actividade que afecte a qualidade do solo, água, atmosfera (meio físico), dos ecossistemas, da flora, ou da fauna (meio biótico) ou das actividades humanas como turismo, pesca ou actividades culturais (meio socioeconómico). Os impactos podem vir a atingir os diversos níveis de organização dos seres vivos desde o subcelular até o ecossistema. Uma modificação em níveis mais baixos pode ou não ser reflectida em níveis superiores como uma diminuição na biodiversidade ou modificação (negativa ou positiva) no património genético. Sendo de extrema importância a análise da estrutura e das interacções dos organismos que serão afectados com a mineração. 3 Alguns dos impactos gerados na etapa de exploração pode ocorrer, por exemplo, afugentamento de espécies marinhas devido as ondas provenientes da sísmica, além de blowout na fase de perfuração. A etapa de produção e transporte, no mar, estão susceptíveis a acidentes com derramamento de óleo os quais causam danos catastróficos ao meio ambiente. Na etapa de consumo ocorre a libertação de gases provenientes da queima dos derivados do petróleo, sendo estes os principais responsáveis pelo agravamento do efeito estufa e consequentemente o aquecimento global. (Santos, 2012). No distrito de Palma, a empresa ANADARKO, reassentou toda população que vivia numa área abrangida pela prospecção do petróleo onde foram construídas casas convencionais com direitos a um valor monetário em forma de indemnização e por sua vez a mesma população beneficiou-se no emprego. Diante deste, levanta-se a seguinte pergunta de partida: “Até que ponto o surgimento da empresa petrolífera no distrito de Palma pode gerar impactos sócio ambientais?” 1.3 Hipóteses Com o surgimento da empresa petrolífera no distrito de Palma uma parte de residentes beneficiou-se de emprego; As instalações da empresa permitiram o reassentamento para casas convencionais e indemnização em valores monetários onde poderão fazer suas vidas; Talvez com a instalação da empresa a maior parte da população perdeu as suas terras aráveis onde poderiam produzir. 1.4 Objectivos 1.4.1 Objectivo Geral Analisar os impactos sócio ambientais provocados pela exploração do petróleo no distrito de Palma, Cabo Delgado. 4 1.4.2 Objectivos Específicos Identificar os impactos gerados pela exploração do petróleo no distrito de Palma, província de Cabo Delgado; Descrever os impactos sócio ambientais provocados pela exploração do petróleo em Palma. Propor um conjunto de acções e medidas a realizar a fim de gerir os impactos negativos e maximizar os impactos positivos resultantes pela indústria petrolífera em Palma, Cabo Delgado. 1.5 Metodologias do trabalho A metodologia para elaboração deste trabalho corresponde a uma minuciosa revisão bibliográfica sobre os principais impactos ambientais provocados pela indústria do petróleo em sua totalidade. A fim de se alcançar os objectivos determinados, obteve-se o conhecimento por meio da literatura disponibilizada, que trouxe dados da história e configuração da problemática, além de apresentar o produto gerado. 5 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 PETRÓLEO: ORIGEM E HISTÓRIA Com o caminhar da humanidade não só se evolui no conhecimento, mas também cresce o consumo. E, para sustentar esse consumismo, a procura por mais reservatórios da principal fonte primária de energia da modernidade, o petróleo, cresce, além da busca por novas tecnologias, adaptações e aperfeiçoamento. De acordo com Corrêa (2003) o petróleo está presente em vários itens do quotidiano das pessoas e da indústria, como combustíveis, fertilizantes e petroquímicos, que substituem uma grande parte de matérias-primas, como vidro, metais, celulose e até mesmo as de origem animal, como lã, marfim e couro. Ele é sinónimo de riqueza e poder para um país e se tornou mais valorizado ainda com a criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), pois não só garante o desenvolvimento da indústria, do transporte e da segurança, como também é imprescindível para a estabilidade de grandes potências mundiais, como Estados Unidos, China, Rússia, Brasil, Venezuela, entre outros. E, como todo tesouro, foi o motivo de várias guerras: a Primeira Guerra do Golfo, a Guerra Irã-Iraque, a luta pela independência da Chechénia e a invasão estadunidense no Iraque, em 2003. 2.1.1 Origem O petróleo é um composto viscoso de Carbono e Hidrogénio (hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos) com pequenas porções de Oxigénio, Nitrogénio e Enxofre, de coloração que varia entre o negro e o âmbar, além de menos denso que a água. Pode ocorrer no estado sólido, em que é conhecido como asfalto, no estado líquido, denominado de óleo cru, e no estado gasoso, como gás natural (Thomas, 2001). As bacias sedimentares, que constituem 35% da estrutura geológica das terras emersas moçambicanas, consoante Ocuane (2012, p.38), são depressões de relevo preenchidas por fragmentos de rochas preexistentes, que foram erodidas, e grande quantidade de organismos 6 animais e vegetais depositados, lentamente, em um grande intervalo de tempo geológico e que por meio da compactação ou cimentação ocasionadas pelo emparelhamento das camadas geológicas, calor e pressão transformam-se em combustíveis fósseis. A maioria dos hidrocarbonetos explorados mundialmente vem de rochas sedimentares. Além da matéria orgânica e das transformações termoquímicas, para que o petróleo (óleo e gás) venha a se formar, também é preciso outras condições iniciais, como o afastamento das bactérias aeróbicas, a imobilidade do material orgânico por um longo período e a presença de bactérias anaeróbicas. O petróleo então formado migra pelos poros da rocha para locais de menor pressão e vem a superfície ou para em uma camada impermeável, onde será armazenado. As áreas mais propícias à formação de petróleo são mares interiores, baías e golfos, sendo a ocorrência de reservas nos interiores dos continentes resultantes de áreas originalmente marinhas, emergidas por forças advindas dos movimentos da crosta, ou da migração do óleo das rochas geradoras para as rochas armazenadoras por meio de fendas (Thomas, 2001). Com relação à idade dos sedimentos, 60% do petróleo e do gás encontrado são originários de estratos do período cenozóico, conforme Corrêa (2003, p. 14), sendo as principais reservas petrolíferas datadas do mesozóico (período cretáceo).2.1.2 História O primeiro poço de petróleo foi perfurado nos Estados Unidos durante uma busca por água – é comum em algumas regiões norte-americanas a escassez de água –, em 1859. Mas seu uso industrial só se deu na segunda metade do século XIX, em Tittusville pelo Coronel Edwin L. Drake – a produção chegou a 19 barris/dia, Consoante Cúneo (2011, p. 01). Para conseguir perfurar o poço, o primeiro método utilizado foi o de escavação da terra e para se alcançar rapidamente maiores profundidades o método mais eficaz é o rotativo, onde a coluna de perfuração, tendo na ponta uma broca, vai penetrando no solo – em determinados intervalos retiram-se amostras que vão sendo analisadas no decorrer da operação; algumas vezes a perfuração é feita de maneira direccional para debelar um incêndio ou controle de jorro de petróleo. A 4000 metros de profundidade, em camadas de rochas sedimentares, o poço sofre uma pressão de mais de 400 atmosferas (400 kg por cm 2 ) e para equilibrar a pressão interna com a externa é injectada no poço uma mistura especial de lama, 7 argila e água que vai sendo despejada à medida que a sonda se aprofunda. (CÚNEO, 2011, p. 01) Com relação a esses fluidos, existem variados tipos que, dependendo das propriedades das formações geológicas a serem perfuradas, variam em sua composição química segundo Corrêa (2003, p. 41), os produtos mais utilizados são: “amidos, carbonatos, soda cáustica, detergentes, ácidos, inibidores de corrosão, cromatos, cloretos, asfaltenos, polifenóis, polímeros, etc”. Eles são denominados ainda como lamas de perfuração e são indispensáveis para evitar a entrada de fluidos das formações, a entrada de lascas de rocha no poço devido à pressão que exercem, além de resfriarem a broca e trazerem o material perfurado (cascalho) do fundo do poço até a superfície e assim tal material será analisado por geólogos, o que, mesmo confirmada à inexistência de uma reserva produtiva, contribui para um maior conhecimento e interpretações dessa área explorada. O primeiro uso do petróleo foi como combustível, em substituição do óleo da baleia na iluminação, por exemplo. Como era muito inflamável ele passou a ser refinado em alambiques, obtendo-se assim, o querosene. A invenção dos motores de explosão e a diesel, em 1887, fez com que as fracções do petróleo que eram desprezadas passassem a ter novas aplicações. 2.2 PROSPECÇÃO DO PETRÓLEO A prospecção do petróleo tem como objectivo identificar a presença de formações geológicas propícias a ocorrência de hidrocarbonetos, aplicando basicamente para isso conhecimentos e métodos geológicos e geofísicos. Através destes métodos procura-se alcançar a melhor definição possível das feições estruturais e estratigráficas de uma determinada área. O Petróleo é o resultado de um longo processo de degradação de organismos vegetais e animais depositados junto a sedimentos rochosos em mares ou lagos de água salgada que existiram há alguns milhões de anos. O acúmulo progressivo destes sedimentos o que dá origem às chamadas rochas sedimentares, somente sendo possível encontrar-se petróleo em regiões cujo subsolo seja constituído por diversas camadas sucessivas destas rochas, ou seja, nas bacias sedimentares. (Almeida, 1977) Em Moçambique distinguem-se duas grandes bacias sedimentares que são a bacia do Rovuma onde a pesquisa recai e a bacia de Moçambique conforme Ocuane (2012, p.42). 8 2.2.1 Técnicas de prospecção do petróleo Os métodos e tecnologias empregados durante a fase de prospecção petrolífera variam segundo a etapa na qual se encontra o desenvolvimento das actividades exploratórias e o maior ou menor grau de conhecimento possuído acerca de uma determinada formação geológica ou bacia sedimentar. Inicialmente, estudos geológicos preliminares possibilitam a verificação da composição sedimentar da bacia. Através da análise de amostras, do estudo minucioso do terreno e do emprego de técnicas de levantamento aerofotogramétrico e sensoriamento remoto procura-se chegar a uma primeira estimativa da natureza e da configuração das camadas geológicas mais próximas a superfície (Barcellos, 1986). Em seguida, com o auxílio de estudos e métodos geofísicos, procura-se então partir para o conhecimento das camadas mais profundas do subsolo. Com este objectivo, são empregadas técnicas de magnetometria identificação, em pontos determinados da superfície, das variações do campo magnético terrestre, de gravimetria, avaliação das variações locais de intensidade e direcção que as rochas, de diferentes densidades, causam no campo gravitacional de Terra e, sobretudo, de sismografia. Estes métodos permitem estimar, com grau der precisão variável, as estruturas e formações mais profundas da bacia pesquisada, informando sobre a eventual presença de "armadilhas" e anomalias propícias a retenção ou acumulação de hidrocarbonetos (Barcellos, 1986). 2.2.2 Os Impactos das actividades de prospecção Os impactos ambientais ligados às actividades de prospecção petrolífera em Palma podem ser considerados, de uma maneira geral, bastante limitados. Entretanto certos aspectos relacionados ao desenvolvimento destas actividades merecem aqui alguns comentários. 2.2.2.1 As clareiras da sísmica Um primeiro ponto que caberia ser abordado é o que diz respeito às picadas e clareiras que são abertas ao longo da floresta durante a movimentação e operação das equipes de prospecção. Como abordam Seabra & Santiago (1984, p43) em função da sua dimensão (normalmente em torno de 0,1 a 0,2 hectare e da inexistência de maiores impactos ligados à actividade das equipes, estas áreas desmatadas têm normalmente a sua regeneração garantida 9 num período de tempo relativamente curto. Isto se dá devido à própria capacidade de recuperação da mata quando não sujeita a agressões de natureza mais violenta ou de maiores dimensões, embora a vegetação secundária ali posteriormente desenvolvida seja, a princípio, diversa daquela original. A razão para isso é que determinadas espécies não se recuperam naturalmente, pelo menos a curto prazo, o que faz predominar então, nestas áreas, uma vegetação mais rasteira, do tipo "capoeira". 2.2.2.2 A detonação de explosivos Quanto aos trabalhos de levantamento sísmico envolvendo a detonação frequente de cargas de explosivos, o que poderia despertar algum tipo de preocupação em relação aos riscos e consequências destas operações, podemos considerar que a sua realização não implica, de uma maneira geral, em maiores problemas em relação a geração de impactos. Devido ao enchimento e posterior compactação dos furos preparados para o acondicionamento das cargas com terra, as detonações normalmente produzem na superfície apenas um "baque" surdo, não ocorrendo na maioria das vezes nem ao menos a abertura de buracos ou crateras indicativos da explosão das cargas (Almeida, 1977). Também a presença de animais silvestres, que poderiam eventualmente ser atingidos pelas detonações é já bastante reduzida em função da própria movimentação das equipes de prospecção ao longo da linha nas adjacências da área pesquisada. 2.3 PERFURAÇÃO DE POÇOS A fase seguinte às actividades de prospecção do petróleo, casa os resultados desta primeira etapa exploratória se revelem positivos, se constitui na perfuração dos poços que confirmarão (ou não) as hipóteses levantadas quanto a possibilidade da existência de reservas de óleo passíveis de exploração económica. (Corrêa, 2003, p. 25) Por sua vez Sousa (2010, p.67), a perfuração petrolífera engloba o conjunto das operações e técnicas empregadas com vistas a realização de poços exploratórios de hidrocarbonetos nos locais tidos como mais propícios a sua presença, ou seja, nas áreas cujos dados obtidos ao longo dos trabalhos de prospecção tenham revelado a existência de estruturas favoráveis a ocorrência do óleo. 10 Com relação aos impactosambientais, observamos já a partir desta etapa uma complexificação da sua ocorrência, na medida em que se modificam o tipo de actividade, o porte dos equipamentos e natureza dos materiais empregados e, ainda, o tempo de permanência nos locais de operação. Após os estudos para a determinação do tamanho da reserva de petróleo e os impactos ambientais que serão gerados, além da posse das licenças para iniciar a actividade, o terreno é limpo, nivelado e são construídas estadas de acesso, uma vez que as sondas terrestres necessitam de tal recurso para poderem ser transportadas como as sondas que perfurarão necessitam em locais de difícil acesso, como ilhas e florestas, de helicópteros e embarcações. A perfuração só termina quando é atingida a profundidade determinada nos estudos geológicos feitos durante a exploração. Como nessas perfurações um dos itens de extrema importância são os fluidos, ou lama, de perfuração, faz-se necessária a existência de fontes d’água nas proximidades. Se elas não existirem naturalmente, a equipe se encarregará de cavar poços d’água para essa produção de águas subterrâneas. Essa lama é injectada no poço por meio de canais dentro da estrutura das brocas, o que auxiliará não só na retirada dos cascalhos, mas também na perfuração, uma vez que se calcula a melhor hidráulica para aumentar o impacto dos jactos sobre a estrutura. (PADULA &AMARAL, 1988. P. 56) 2.3.1 Os métodos e tecnologias empregados na perfuração Os primeiros poços perfurados na tentativa de exploração do petróleo eram abertos por percussão, através de um processo que utilizava o impacto mecânico de ferramentas no solo. Este método, entretanto, tornou-se obsoleto em função das restrições tecnológicas e da limitação das profundidades alcançadas pelos poços. Tomou então seu lugar o método de perfuração por rotação, no qual o conjunto dos equipamentos utilizados na abertura dos poços constitui as chamadas sondas de perfuração (Reis, 1989). Segundo a mesma fonte, um dos principais elementos compreendidos por uma sonda de perfuração terrestre é a torre de perfuração. Composta por uma série de módulos, mecanismos e equipamentos, cada um deles é responsável pelo cumprimento de uma função específica dentro do processo de abertura dos poços, a torre de perfuração representa a estrutura básica efectivamente empregada nesta operação. É na torre de perfuração que se dá a montagem progressiva dos tubos responsáveis pela transferência do movimento de rotação, produzida por motores na superfície, a broca 11 localizada na extremidade inferior da coluna de perfuração. A broca de perfuração cabe a efectiva desagregação para posterior remoção das sucessivas camadas do subsolo, ou seja, a abertura do poço propriamente dita. Fazem parte ainda de uma sonda de perfuração terrestre, além de toda parte referente a infra- estrutura material e humana necessária ao desenvolvimento da operação, o conjunto de motores de accionamento dos mecanismos de perfuração e os sistemas responsáveis pela circulação do fluido de perfuração. O sistema de circulação de fluido é constituído basicamente por um conjunto de bombas, dutos e reservatórios cuja função específica é a de garantir o fornecimento do fluido necessário à perfuração dos poços. 2.3.2 A perfuração na bacia do Rovuma Assim como em qualquer outra região, a etapa concernente a perfuração dos poços exploratórios de petróleo na bacia do Rovuma se inicia a partir da definição, com base nos estudos geológicos e geofísicos previamente efectuados, dos locais mais propícios à descoberta de jazidas de hidrocarbonetos passíveis de exploração económica futura. Em seguida a determinação da localização de um futuro poço exploratório, tem início todo o trabalho de preparação das locações, objectivando dotá-las de condições próprias ao recebimento e posterior garantia de operação das sondas. 2.3.3 Impactos da perfuração Quanto às actividades ligadas à prospecção do petróleo, como vimos anteriormente pode-se concluir que o seu desenvolvimento não incorre normalmente em maiores problemas em relação a geração de impactos sobre o meio ambiente, o mesmo já não pode ser afirmado com tanta segurança no que diz respeito às actividades de perfuração (Seabra & Santiago, 1984). Empregando um conjunto significativamente mais complexo de materiais e equipamentos e fazendo recurso a uma grande variedade de substâncias e produtos químicos que acarretarão em consequência a produção de resíduos e rejeitos de várias naturezas, a perfuração de um poço exploratório de petróleo requer, em relação à adopção de medidas mitigadoras de seus efeitos sobre o meio ambiente, cuidados e atenções bastante mais consideráveis a fim de se 12 possibilitar a actividade o cumprimento dos seus objectivos com o mínimo de repercussões ambientais negativas. 2.3.3.1 Os fluidos de perfuração Segundo Seabra & Santiago (1984, p.58), os fluidos de perfuração, conhecidos genericamente como "lamas de perfuração", constituem na verdade uma enorme variedade de combinações possíveis de serem realizadas a partir da utilização de mais de uma centena de diferentes componentes e substâncias químicas, com os objectivos que já foram descritos anteriormente, que poderíamos resumir como sendo a viabilização e a optimização da operação de abertura dos poços. Quanto aos seus elementos constitutivos, estes são quantitativa e qualitativamente determinados em função principalmente das condições geológicas locais específicas de cada poço perfurado. Na mesma perspectiva, Reis (1989, p.34) diz que em relação a sua composição, os fluidos de perfuração são normalmente classificados em três grandes grupos, de acordo com a sua fase contínua dominante: os fluidos base água, os fluidos base óleo e os fluidos gasosos ou aerados sendo entretanto este último de emprego bastante restrito. 2.3.3.2 A recuperação de áreas degradadas Uma questão que poderia receber uma atenção mais detida, no âmbito das áreas utilizadas como locação para poços na bacia do Rovuma, não obstante as dimensões relativamente reduzidas ocupadas por estas, diz respeito à recuperação ambiental e, particularmente, a recomposição florestal de áreas degradadas. 2.4 PRODUÇÃO DO PETRÓLEO Quando a perfuração exploratória de hidrocarbonetos encontra uma formação portadora de óleo ou gás natural, procede-se a realização de testes de avaliação que irão determinar as potencialidades e as possibilidades de produção económica da jazida descoberta. Resultando estes testes na confirmação da descoberta de uma jazida petrolífera comercialmente explorável, numerosos outros poços, de delimitação e desenvolvimento do campo descoberto variando, segundo o tamanho da jazida, de uma dezena a muitos milhares são então 13 perfurados a fim de delimitar e quantificar os volumes de hidrocarbonetos descobertos e, em seguida, possibilitar a sua produção. (Fernandes, 1976, p. 47) Poços são os condutos para o fluxo dos fluidos das formações até a superfície. Para mantimento e o controle desse fluxo são utilizados equipamentos e vários itens, denominados, conforme Corrêa (2003, p. 51), de “completação de poço”. Como as situações se tornaram mais complexas, sendo necessárias completações cada vez mais profundas para que aumentassem as zonas produtoras, inúmeros equipamentos de fundo de poço foram desenvolvidos. Devido à evolução na tecnologia de cimentação, ela pode ser usada como recurso na completação. A cimentação de um poço é uma operação essencial em todas as completações, pois é necessária uma boa aderência do cimento no espaço entre o revestimento e a formação produtora (reservatório). Actualmente, a maioria dos poços são cimentados cobrindo todo o reservatório e cobrindo uma certa altura acima do topo do mesmo. (Corrêa, 2003, p. 51) A fim de estabelecer-se o fluxo para os poços, bem como sua estimulação, uma vezque a produção tende a diminuir no decorrer do tempo, fazem-se furos laterais, ou perfurações, com cargas explosivas dirigidas, equipamento vulgarmente conhecido por “canhão”; com ácido para um fracturamento hidráulico; ou com a diminuição da tubulação, o que Corrêa (2003, p. 51) denomina tubing, com a finalidade de tornarem viáveis a velocidade, a pressão e o volume produzido; entre outros. São variadas as opções de mecanismos de produção de petróleo e/ou gás que podem ser utilizados para levar os fluidos do fundo do poço até a superfície. Quando a pressão do reservatório é suficiente para tal fim, o poço é considerado surgente. Caso seja necessário fornecer alguma energia auxiliar no interior do poço, a surgência é dita artificial. Há vários sistemas de elevação artificial que auxiliam o poço a conseguir atingir a vazão esperada. Entre estes sistemas segundo Corrêa (2003, p. 54) temos os seguintes: Bombeio mecânico por hastes (sucker rod pumping); Elevação por gás (gás lift); 14 Bombeio eléctrico submerso convencional (electrical submersible pumping); Bombeio eléctrico a pistão (hydraulic piston pumping); Bombeio hidráulico a jato (hydraulic jet pumping); Elevação a embalo (plunger lift); A entrada de um poço em fase de produção propriamente dita, ou seja, em seguida a realização dos testes de avaliação da jazida, é antecedida pela descida da tubulação de produção e pela instalação, na superfície do poço, das "árvores-de-natal", conjunto de válvulas e equipamentos destinados ao controle e à regulagem da taxa de extracção dos fluidos produzidos. Como consequência além de toda a infra-estrutura necessária ao desenvolvimento e garantia da produção e armazenamento de óleo ou gás natural em uma determinada área ou região produtora, é necessária ainda a instalação, próximo aos campos, de plantas de separação, pré- tratamento e estabilização dos fluidos produzidos. Em termos ambientais, ocorre a partir desta etapa das actividades petrolíferas uma mudança fundamental no teor das operações, que deixam de ter um carácter temporário para constituírem uma presença mais permanente nos seus locais de actuação, concentrando e adicionando problemas ambientais novos aqueles das etapas anteriores. Entre estas obras, encontramos: a base de apoio operacional, que possui entre as suas instalações alojamentos, refeitório, escritórios, posto médico e áreas de laser, e funciona como principal centro administrativo e operacional da área; o aeroporto, construído com o objectivo de tornar mais dinâmico, eficiente e menos custoso o transporte de pessoal e equipamentos para a região, anteriormente inteiramente realizado por intermédio de helicópteros; o portos de Palma, responsável também pelo recebimento de equipamentos transportados através dos Estados Unidos e Japão por meio de balsas, e que servem como pontos de transferência do óleo produzido na região e do combustível necessário a movimentação das máquinas que lá operam; e, finalmente, a rede viária, em parte asfaltada, que interliga os dois distritos de Mocimboa da Praia e Palma. 15 2.5 TRANSPORTE DO PETRÓLEO Após uma estocagem temporária tanto mínima quanto possível, enceto em casos excepcionais o petróleo produzido em uma determinada região produtora é transportado as refinarias, que têm como função processá-lo industrialmente de modo a obter os derivados demandados para consumo. De acordo com Barcellos (1986, p.89), para efectuar este transporte, os meios mais comumente empregados são os oleodutos e os navios petroleiros, frequentemente usados de maneira complementar. Outras formas de transporte (ferrovias, rodovias, etc.) representam normalmente um papel marginal em termos do fluxo petrolífero mundial. Os navios petroleiros, incluídos aqui todas as embarcações empregadas no transporte do petróleo, são construídos de modo a alojar no seu interior uma série de tanques e cisternas onde se procede a armazenagem do óleo (Barcellos, 1986). Esta compartimentalização é importante, dentre outras razões, por assegurar a estabilidade das embarcações e por limitar, em caso de acidentes, as quantidades de óleo sujeitas a vazamentos e derrames. Estes navios e embarcações necessitam normalmente de portos especiais - os terminais petrolíferos e/ou de derivados para efectuar suas operações de carga/descarga, embora possam estas ser também realizadas, segundo a conveniência, através do emprego de baias-tanque que funcionam como portos situados ao largo da costa. (Sousa, 2010, p.57), Sousa (2010, p.58) referencia que o transporte de petróleo bruto por meio de oleodutos normalmente empregado visando ao escoamento da produção das jazidas ou terminais petrolíferos para os portos de exportação e para os locais de consumo (refinarias). Os oleodutos são constituídos por uma sucessão de tubos saldados, que pode se estender por distâncias de até alguns milhares de quilómetros. Quanto aos impactos ambientais, uma distinção básica em relação às etapas anteriores é a de que, além dos impactos localizados (portos, terminais petrolíferos) o transporte do petróleo estende também seus impactos potenciais a uma área consideravelmente maior, associadas as rotas de passagem de qualquer dos meios utilizados com este fim. (Corrêa, 2003, p. 55) 16 3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 17 18 4. CONCLUSÃO Chegados ao fim deste trabalho conclui-se que é incontestável a importância da actividade petrolífera na bacia do Rovuma, uma vez que ela proporciona através geração de empregos e melhoria de infra-estrutura, entre outros pontos, um desenvolvimento tanto económico quanto social do estado. Entretanto, como a actividade demonstra aspectos agressivos aos recursos naturais, a busca por tecnologias que auxiliem o desenvolvimento cada vez mais sustentável não deve cessar. Nessa perspectiva, a demonstração do surgimento e desenvolvimento da actividade, a composição do produto, bem como a abordagem localizada no distrito de Palma e a possibilidade de actividades atreladas, como a utilização do gás, extraído junto com o óleo, para a produção energia eléctrica, exemplificam como a actividade petrolífera é importante para o meio ambiente, mas em contra partida não descartam o petróleo como valioso recurso, uma vez que são enormes os benefícios trazidos para a região, como produção e consumo, nas pequenas economias regionais, a consciência ambiental praticada por meio da educação da população e das empresas de petróleo e gás, entre outros, sendo importante a constante busca por medidas mitigadoras enquanto se explora esse recurso. A pesquisa encontra-se em desenvolvimento, mas os primeiros frutos que se tem do trabalho são a perspectiva de que a actividade petrolífera demanda estudos a fim de que se diminuam ou mitiguem os danos ambientais, que muitas vezes se configuram em cadeia, bem como é de extrema importância sua continuidade para o desenvolvimento do país uma vez que esse recurso tão valioso é almejado por todo o mundo. As experiências ligadas às actividades petrolíferas em nosso país sugerem a necessidade de uma especial atenção no sentido do acompanhamento contínuo e sistemático de todos os desdobramentos futuros destas actividades, com vistas a garantir o seu desenvolvimento com o mínimo de consequências negativas. Foi neste sentido que procurou-se avaliar neste trabalho de pesquisa os aspectos mais relevantes, sob o ponto de vista dos impactos ambientais e dos riscos potenciais para o meio ambiente, das etapas que constituem a exploração de petróleo e gás natural em Palma. Estas etapas, dentro do escopo específico do trabalho são a prospecção do petróleo, a perfuração dos poços exploratórios, a produção do óleo extraído e seu transporte final. 19 4.1 RecomendaçõesA este respeito, seria recomendável uma acção da empresa ANADARKO junto das empresas que executam estas operações e que são, portanto, responsáveis pela contratação e administração da mão-de-obra no sentido de uma reavaliação das jornadas das equipes de sísmica, com vistas a melhoria das suas já duríssimas condições de trabalho. Quanto aos impactos ambientais das actividades de prospecção que desenhe os impactos ambientais Como se não bastasse as medidas de racionalização do espaço ocupado pelas sondas buscando-se reduzir ao mínimo os desmatamentos e as alterações supostas ao Meio ambiente local (solos, cursos de água, comunidades bióticas, etc). 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A. C. "Manual de Perfuração", PETROBRAS, Salvador, 1977 BARCELLOS, P. P. "Impactos Ambientais da Indústria do Petróleo: da Produção ao Consumo Final", Rio de Janeiro, AIE/COPPE, 1986, Tese M. Sc, p. 22 CORRÊA, O. L. S. Petróleo: noções sobre exploração, perfuração, produção e microbiologia. Rio de Janeiro. Interciência, 2003. COTOVICZ JUNIOR, L. C.; SILVA, V. P. da. Licenciamento ambiental onshore no Rio Grande do Norte: uma análise do descarte da água produzida em relatório de controles ambientais. In: PEGADO, É. A. da C.; SILVA, V. P. da (Org.). Licenciamento ambiental onshore: limites e optimização. Natal: IFRN, 2009, p. 89-114. CÚNEO, Roberto Grillo. Petróleo. Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/quimica/petroleo.html>. Acesso em 19 Jan. 2011. FERNANDES, 6. " O Esforço exploratório da PETROBRAS na Amazônia", PETROBRAS, Rio de Janeiro, 1976. PADULA, R. C. e AMARAL, S. P. "Panorama ambiental da indústria do petróleo no Brasil", TT-127, II Congresso Latino-Americano de Hidrocarbonetos, Rio de Janeiro, 1988 REIS, L. A. "Sistemas Energéticos e Tecnologia - A Informática na Indústria do Petróleo", Rio de Janeiro, AIE/COPPE, 1989, Tese M. Sc. SEABRA, P.N. e SANTIAGO, Y.M. "As actividades de perfuração e produção de petróleo e o meio ambiente", in "B. téc. PETROBRA*S"f Rio de Janeiro, 27:42-49, J»n-mar/1984f p. 43 SOUSA, R. História do petróleo no Brasil. Disponível em: http://www.brasilescola.com/brasil/historia-do-petroleo-no-brasil.html. Acesso em: 11/06 2010.
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