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REGISTO DE CARTAS REGIAS 1697 - 1705

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rWV.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
DOCUMENTOS
HISTÓRICOS
REGISTO DE CARTAS REGIAS
1697 — 1705
PERNAMBUCO E OUTRAS CAPITANIAS
DO NORTE
CARIAS E ORDENS
1717
VOL. LXXXIV
BIBLIOTECA NACIONAL
DIVISÃO DE OBRAS RARAS E PUBLICAÇÕES
1949
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
DOCUMENTOS
HISTÓRICOS
RIJO ISTO DE CARTAS REGIAS
1697 — 1705
PERNAMBUCO E OUTRAS CAPITA MAS
ÜO NORTE
CARTAS E ORDENS
1717
VOL. LXXXIV
BIBLIOTECA NACIONAL
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DIVISÃO DE OBRAS RARAS E PUBLICAÇÕES
1949
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SIGLAS
j Texto não reconstituído,
* * Espaço em branco existente na có-
pia que serviu para a presente
reprodução.
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REGISTO DE CARTAS REGIAS
LIVRO 3."
CÓDICE: 1-19,17,2
(Continuação)
Registo da carta de Sua Mages-
tade por que manda se pague os soldos
aos oficiais c soldados do terço dos pau-
listas que se há de formar para a guerra
dos bárbaros do Rio Grande.
Dom João de Alencastro amigo. Eu El-Rei vos envio
muito saudar. Viu-se a vossa carta de 29 dc junho do ano
passado em que representais o quanto convém a meu ser-
viço não se faltar com o pronto pagamento aos soldos dos
oficiais e soldados do terço dos paulistas que se há cie for-
mar para a guerra dos bárbaros do Rio Grande e pareceu-me
ordenar que esses soldos deste terço dos paulistas se paguem
infalivelmente dos efeitos que houver assim na Fazenda
Real mais prontos, como dos que administra a Câmara
sem embargo de qualquer ordem que haja em contrário.
Escrita em Lisboa a 13 de fevereiro de 1697. Rei. O Conde
de Alvor. Para o Governador Geral do Estado do Brasil.
l.a via. Cumpra-se como Sua Majestade, que Deus guarde,
manda e registe-se nos livros da Secretaria do Estado e
nos da Fazenda Real dele. Bahia, 8 de outubro de 1697.
Dom João de Alencastro. A cópia desta carta se entregou
na secretaria ao secretário Gonçalo Revasco Cavalcante
— 8 —
e Albuquerque. Registou-se aos 8 de outubro de 1697.
Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sm Majes-
tade escrita ao Governador e Capitão
Geral deste Estado, Dom João de Alen-
castro sôbre o zelo com qne se havia no
dito governo.
Dom João de Alencastro, amigo. Eu El-Rei vos envio
muito saudar. Viu-se a vossa carta de 23 de junho deste
ano cm que dais conta do estacio em cpie se acham as três
fortalezas da barra e principalmente a de Santo Antônio,
que se acha já em estacio de defender muita parte da barra
que lhe acrescentareis um farol para os navios e mais em-
barcações poderem entrar de noite sem perigo dos baixos,
e pareceu-me agradecer o zelo com que vos tendes havido
em meu serviço no governo desse Estado e do que tendes
obrado nas fortificações dessa cidade. Escrita em Lisboa
a 10 de dezembro de 1694. Rei. O Conde de Alvor, Presi-
dente. Para o Governador Geral do Estado do Brasil.
l.a via. João Correia Seixas a registou em 5 de novembro
de 1697, dia em que se deu para registar, e se tornou ao
dito Governador e Capitão Geral. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta do Secretário de
Estado Metido Froi Pereira sôbre as
três mil asteas de piquas (sic).
Senhor. Francisco Lamberto. A Junta dos três Es-
tados necessita de três mil asteas de picas de pau de geni-
papo que tenham vinte e dois palmos de comprimento, e
pela Junta do Comércio se passam as ordens necessárias
para se receberem nos comboios. E' Sua Majestade, que
Deus guarde, servido que Vossa Mercê as mande fazer e
para este efeito se poderá Vossa Mercê valer de qualquer
dinheiro que haja de remeter para este reino, passando
— 9 —
letra sobre o tesoureiro-mor dos três Estados Francisco
Álvares de Lima que a pagará de contado. Deus guarde a
pessoa ele Vossa Mercê. Lisboa 21 de março de 1697.
Mendo Froi Pereira. Registe-se e se me torne. Bahia, 6
de novembro ele 1697. Registou-se em os 9 de novembro
de 1697. Lamberto. Registou-se em 9 de novembro do
dito ano e se entregou ao Provedor-mor da Fazenda Real.
Francisco Lamberto. Joaquim Antunes Morais.
Nota à margem:
Por mandado de 10 de novembro de 1697, registado
no livro 18 a folhas 171, passado sobre o Tesoureiro Geral
Domingos Pires de Carvalho se mandaram pagar ao Ca-
pitão Fernão Pereira da Rocha 160$000 ele 516 asteas de
piquas toscas que fez por ordem do Provedor-mor Fran-
cisco Lamberto em cumprimento ela carta em frente. Bahia,
16 de novembro de 1697.
Registo da carta de Stta Majes-
tade escrita ao Provedor-mor Francisco
Lamberto sobre a alteração do preço d.o
azeite de baleias c se não vender por
mais de 320 réis a canada.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Os oficiais da Câmara dessa cidade se me queixaram
da carta ele 6 de julho do ano passado em consentirdes que
o contratador do azeite de baleias Luís do Couto levan-
tasse o preço por que se costumava vender de 320 réis a
canada a 400 réis sem licença nem mais causa que a da
sua conciência, em prejuízo de todo esse povo, sem admi-
tirdes os requerimentos que por parte dele se vos haviam
feito nem receberdes os embargos com que o Procurador
do Senado tinha vindo ao despacho que destes para se con-
tinuar a venda do dito azeite a cruzado à canada. E pare-
ceu-me ordenar-vos que não consintais em se alterar esse
preço no contrato não proposse que neste particular possa
— 10 —
haver senão por eu não querer prejudicar a meus vassalos
fazendo que se restitua às partes o (pie este contratador 
levou
de mais por esta alteração c quando se não possa 
averiguar
a quem compete se incorpore à Fazenda Real. 
Escrita em
Lisboa a 12 de janeiro de 1697. Rei. Conde de Alvor,
Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado
do Brasil. Matias Miranda de Oliveira a registou em 12
de novembro de 1697, e se entregou a própria ao dito Pro-
vedor-mor Francisco Lamberto.
Despacho do Provedor-mor.
Registc-sc e se me torne. Bahia, 20 de maio de 1697.
Francisco Lamberto. Matias Miranda de Oliveira o regis-
tou no dito dia acima de 12 de novembro do dito, tornando-
se a própria ao dito Provedor-mor como dito é. Joaquim
Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Governador c Capitão
Geral deste Estado Dom João de Alen-
castro sobre as sesmarias.
Governador c Capitão Geral do Estado do Brasil. Eu
El-Rei vos envio muito saudar. Por me ser presente pelos
requerimentos que aqui me fizeram algumas pessoas neste
Reino para lhes confirmar datas de terras das sesmarias.
concedidas em meu nome pelos governadores desse Estado
o excesso com que as concedem na quantidade das léguas
e ainda sem sítio determinado, impossibilitando a cultura
das ditas terras com semelhantes datas, me pareceu mandar-
vos advertir que somente concedais as sesmarias de. três
léguas cm comprido e uma de largo que é o que se entende
pode uma pessoa cultivar no termo da lei porque no mais
é impedir que outros povoem e que os que pedem e alcançam
não cultivam. Escrita em Lisboa a 7 de dezembro de 1697.
Rei. Conde de Alvor, Presidente. Para o Governador
Geral do Estado do Brasil. l.a via. Cumpra-se como Sua
Majestade, que Deus guarde maneia, e registe-se nos livros
— 11 —
da Secretaria do Estado e Fazenda Real dele. Bahia, 10
de março de 1698. Dom João de Alencastro. Registada
nos livros a que toca de registos da Secretaria do Estado
do Brasil a folhas 133 verso. Bahia, 10 de março de 1698.
Gonçalo Travasco Cavalcante e Albuquerque. João Correia
Seixas a registou em o dito dia e se tornou a própria ao
mesmo Governador e Capitão Geral. Joaquim Antunes
Morais.
Nota à margem:
A folhas 158 deste livro está outra sôbre este particular
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor sôbre a
cobrança dos açúcares batidas c casas
dos meles dos dízimos pertencentes a
João Rodrigues Reis, como das reli-
giões.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 20 de junho deste ano cm
que dais conta do (pie tendes obrado como se vos ordenou
sôbre a arrecadação dos dízimos dos açúcares batidos e
dos meles na forma das sentenças dadas na Casa da Supli-
cação desta corte que se vos remeteram por certidão para
efeito de pordes em arrecadação pela Fazenda Realo que
pertencia a João Roiz dos Reis, devedor a ela como contra-
tador que foi dos dízimos, e sôbre a liquidação dos das
religiões que se lhe hão de abater. E pareceu-me dizer-vos
que obrastes bem nesta diligência que se vos recomendou
sôbre a execução das sentenças dos dízimos dos meles
batidos e assim espero do zelo com que vos haveis em meu
serviço que sôbre a forma de se liquidar os dízimos das
religiões observeis o que nesta parte se vos tem mandado.
Escrita em Lisboa a 22 de novembro de 1697. Rei. Conde
de Alvor, Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda
do Estado do Brasil. l.a via. Registe-se e se junte aos
— 12 —
autos a que toca. Bahia, 10 de março de 1698. Francisco
Lamberto. João Correia Seixas a registou em o dito dia.
e se entregou a própria a- Francisco Ferreira escrivão dos
feitos da Fazenda Real. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor sobre o
contrato que se rematou a Cristóvão
Barbosa Vilas Boas.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 3 de junho deste ano e com
cia o traslado dos termos, lanços e arrematação que se fez
a Cristóvão Barbosa Vilas Boas do contrato dos dízimos
que teve princípio em o princípio de agosto pela quantia
de cento e vinte mil cruzados por ser o último e o maior
que se fez livres para a Fazenda Real, com as condições
costumadas e pareceu-me dizer-vos que está bem feito o
que se obrou nesta arrematação do contrato dos dízimos.
Escrita cm Lisboa a 22 de novembro de 1697. Rei. Conde
de Alvor. Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda
do Estado cio Brasil. l.a via. Registe-se. Bahia, 10 de
março de 1698. Francisco Lamberto. João Correia Seixas
a registou em o dito dia e se entregou a própria ao mesmo
Provedor-mor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade, escrita ao Provedor-mor sobre se
lhe remeter todos os anos uma relação
das despesas que se fazem com a fábrica
do salitre c despesas dos oficiais e pes-
soas que assistem nela.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 19 de junho deste ano em
que dais conta de que na forma da ordem que se vos passou
para assistirdes a tudo o que fôr necessário para a fábrica
do salitre do dinheiro que houver mais pronto assim 8%
— 13 —
propinas aplicadas às munições, sobejos e efeitos tocan-
tes à administração do meu Conselho Ultramarino darieis
cumprimento enquanto fôssc possível e chegassem os ditos
efeitos, fazendo se tenha conta particular para me ser pre-
sente e pareceu-me dizer-vos eleveis mandar todos os anos
uma relação das despesas que se fazem nesta fábrica do
salitre com os oficiais e pessoas que nela assistem para se
saber como se dispendem esses efeitos que se vos tem man-
dado aplicar e também se averiguar o que sobeja deles.
Escrita em Lisboa a 22 de novembro de 1697. Rei. Conde
de Alvor, Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda
do Estado do Brasil. l.a via. Registe-se e se faça a conta
das despesas que se tem feito e forem fazendo com a fábrica
do salitre e seus pertences. Bahia, 10 dc março de 1698.
Francisco Lamberto. João Correia Seixas a registou em
o dito dia e se entregou a própria a Antônio Lopes de
Ulhoa contador geral. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta dc Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor sobre a
arrematação dos dízimos da capitania
do Itio Grande c Ceará.
FYancisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. O capitão do Rio Grande, Pedro Lessou me deu conta
por carta de 23 de junho do ano passado, do grande pre-
juízo que recebia minha Fazenda na renda do contrato dos
dízimos reais que se rematam na Capitania do Rio Grande
incluindo-se nela os dízimos da minha capitania do Ceará
para cujo efeito se ofereceram alguns moradores a arre-
matá-los dando no primeiro de 400 a 500$000 para cima
e pareceu-me ordenar-vos, como por esta o faço, que daqui
em diante façais que se pratique nesta arrecadação desses
contratos das suas capitanias que se remetem com separação
estes dízimos em cada uma porque por este meio se consi-
dera que poderá ter maior conveniência a Fazenda Real
e que será mui diferente o preço nestes contratos, sendo
14
distintos do que andando unidos como até agora se cbser-
vava, com declaração que todos os lanços (pie por cies se
oferecerem se remeterá a essa praça para se ver a forma
deles e as condições com que se fazem se examinarem no
Conselho da Fazenda se são úteis ou nao c quando se
aprovem se mandarão em último lugar rematar nas mesmas
capitanias e assim e da mesma maneira que. se via com os
contratos das outras capitanias tendo entendido que estes
efeitos dos d.zimos do Ceará hão de estar sempre à ordem
do Provedor da Fazenda Real do Rio Grande assim como
até agora se conservavam para que se dispenclam naquelas
coisas a que se aplicavam e que com eles se supria. Escrita
em Lisboa a 6 de setembro de 1697. Rei. Conde de Alvor,
Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado
do Brasil. Registe-se e se passe ordem cio Provedor da
capitania do Rio Grande dar cumprimento a esta ordem
de Sua Majestade e com o teor dele. Bahia, 10 de março
de 1698. Francisco Lamberto. João Correia Seixas a re-
gistou em o dito dia e se entregou a própria ao dito Pro-
vedor-mor. Joaquim Antunes Morais.
Jlegisto da carta de Sua Majes-
tade escrita ao J^rovcdor-mor sobre os
30G$000 que o contratador Antônio Ma-
ciei Teixeira queria dar de propina aos
três Ministros do Conselho e o dito se-
nhor os manda incorporar na Fazenda
Real.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 27 de junho deste ano em
que dais conta de que mandando executar ao contratador
dos dízimos Antônio Maciel Teixeira pelos 300$000 das
propinas que havia dado aos três ministros que assistiram
à arrematação do contrato para se incorporarem na Fa-
zenda Real como vos havia ordenado viera com embargos
a penhora de que tinheis mandado dar vistas às juartes e
— 15 —
ao procurador de minha Fazenda e que com o que dissessem
diferirieis aos tais embargos como fosse justiça c me daríeis
conta e pareceu-me dizer-vos que as arrematações e mais
contratos judiciais se não fazem pela tenção ou conceito
cias partes senão pelo que se escreveu nos autos ou escri-
turas e assim eleveis mandar correr com a execução para
se reporem para a Fazenda Real estes 300$000 visto eu não
ser servido que os ministros os levassem para as propinas
dos ministros oficiais da obra pia e cias munições tudo c
preço do contrato a que posso dar a aplicação que fôr ser-
vido como coisa tão minha e enquanto ao mais tendes obra-
do como costumais com acerto como em clames vista às partes
sobre os embargos mas sem prejuízo da execução. Escrita
em Lisboa a 26 de novembro de 1697. Rei. Conde de Alvor,
Presidente. Para o provedor-mor da Fazenda do Estado
cio Brasil. l.a via. Registe-se e se entregue ao escrivão
dos feitos da Fazenda Real para ajuntar aos autos, c com
ela venham conclusos. Bahia, 10 de março de 1698. Fran-
cisco Lamberto. Registada por João Correia Seixas em o
dito clia e entregou a própria ao Escrivão dos feitos da
Fazenda Real, Francisco Ferreira. Joaquim Antunes Mo-
rais.
Registo da carta de Sita Majes-
tade escrita ao Provedor-mor Francisco
Lamberto sobre os sufrágios das almas
dos soldados defuntos.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Por parte dos capelães dos terços dessa praça se me
representou lhe duvidais entregar os 2$400 que tenho orde-
nado se apliquem dos soldos de um mês para os sufrágios
das almas dos soldados que nos ditos terços falecerem quan-
do os tais soldados têm herdeiros, e pareceu-me dizer-vos
que os 2$400 do soldo de um mês que tenho ordenado se
dêm aos soldados que morrem para os seus sufrágios, que
estes como têm aplicação da alma que infalivelmente se
16
hão de entregar aos capelões para o emprego a que estão
destinados porque aos herdeiros só pertencerá o mais que
se lhes ficarem devendo de seus soldos mas não o do dito
mês que tem aplicação tão pia e justa. Escrita em Lisboa
em 6 de fevereirode 1698. Rei. Conde de Alvor, Presidente.
Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil.
l.a via. Registe-se para se dar cumprimento a esta ordem
de Sua Majestade, que Deus guarde. Bahia, 28 de abril
de 1698. Francisco Lamberto. João Correia Seixas a re-
gistou em o dito dia. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Governador c Capitão
Geral deste Estado Dom João de Alen-
castro sobre o que escreveu o capitão-
mor do Rio Grande sobre o aperto em
que se achava com a conquista e pouco
rendimento que tem naquela capitania
para pagar ao presídio e acudir a tudo
o mais da fortaleza.
Governador e Capitão Geral do Estado do Brasil, eu
El-Rei vos envio muito saudar. Tendo visto o que me
escreveu o capitão-mor do Rio Grande Bernardo Vieira de
Melo sobre o Estado em que se acha aquela conquista c
o muito de que necessita para a sua conservação e que dan-
do-vos conta do pouco rendimento que tinha naquela capi-
tania a Fazenda Real para se pagar ao presídio e se acudir
aos mais gastos que precisamente se faziam com o gentio
lhe ordenáveis suprisse a uma e outra coisa com as sobras
do contrato porém que com o preço que se havia arrematado
os dízimos da dita capitania não bastava para se acudir a
tudo e a este respeito tinha eu ordenado que em Pernam-
buco se pagasse a congrua do vigário se devia continuar
este pagamento na mesma forma em Pernambuco para se
poder acudir as mais despesas por serem precisas e suposto
houve algum acrescentamento nos dízimos da dita capi-
— 17 —
tania como este não basta para as consideráveis despesas
a que está aplicado e seja necessário suprir de todas as par-
tes com todos os termos para se pôr o último termo as alte-
rações que tem havido naqueles sertões com os índios que se
levantam contra nós me pareceu ordenar-vos façais com que
se emende a folha que vae para a capitania do Rio Grande
e se tire dela a congrua do vigário ordenando-se-lhe satis-
façam em Pernambuco como estava já mandado, em cuja
parte há de haver o seu pagamento enquanto de todo se
não compuserem as coisas da capitania do Rio Grande c a
Fazenda Real nela se achar em estado de poder assistir a
esta despesa como as mais a que é obrigado. Escrita em
Lisboa a 15 de janeiro, de 1698. Rei. O Conde de Alvor.
Para o Governador e Capitão Geral do Estado do Brasil.
l.a via. Leonardo Lopes de Carvalho a registou em 2 do
mês de maio do clito ano. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta por que Sua Ma-
jestade manda pagar ao Bispo de Per-
nambuco Dom Frei Francisco de Lima
da congrua que havia vencido com o
Bispado do Maranhão de 1:000$000.
Dom João de Alencastro, amigo. Eu El-Rei vos envio
muito saudar. O Bispo de Pernambuco, Dom Frei Fran-
cisco de Lima, me representou por carta sua de 14 de
maio deste ano que mandando a essa praça requerer o paga-
mento de um conto de réis que por Provisão minha lhe
mandei pagar dos sobejos do rendimento do contrato dos
dízimos dessa cidade pelo que se lhe estava devendo da côn-
grita que havia vencido com o bispado do Maranhão se
lhe nao dera cumprimento à dita Provisão com o fundamento
de se apresentar a tempo que se tinha feito remessa para
este Reino dos ditos sobejos o que lhe era de grande dano
por não ter com que satisfazer os empenhos em que se
achava. E pareceu-me ordenar-vos que com efeito e infa-
livremente se pague ao Procurador deste prelado o conto
— 18 —
de réis que se tem lhe mandado satisfazer pela Provisão
que se lhe expediu das sobras cios contratos dos dízimos,
antecipando-se este pagamento a outro qualquer que se te-
nha mandado fazer, por estes mesmos sobejos dos dízimos
e a execução desta ordem vos hei por muito recomendada
e ao Provedor-mor da Fazenda se ordena o mesmo. Escrita
em Lisboa a 26 de agosto de 1697. Rei. Para o Gover-
nador Geral do Estado cio Brasil. Conde de Alvor, Presi-
dente. l.a via. Matias Miranda cie Oliveira a registou
em 6 de maio de 1698, e se entregou a própria ao Senhor
Governador e Capitão Geral desse Estado Dom João de
Alencastro em o dito ciia. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade, que Deus guarde, por que ordena
se dê 4$O0O cada mês a Manuel Gonçal-
ves, enquanto uão fôr acomodado em
um dos ofícios de escrivão das vilas que
se tem feito neste Estado.
Dom João de Alencastro, amigo eu El-Rei vos envio
muito saudar. Ordeno-vos que acomodeis a Manuel Gon-
çalves que descobriu o caminho para o Estado do Mara-
nhão em um dos ofícios de escrivão das vilas que nova-
mente se hão de fazer nesse Estado e enquanto não fôr
acomodado nesse ofício lhe mandareis dar 4$000 cada mês
para o seu sustento por ajuda de custo pelos efeitos que
vos parecer e (pie não façam falta às consignações a que
estiverem aplicados. Escrita em Lisboa a 26 de fevereiro
de 1698. Rei. Conde de Alvor, Presidente. Para o Gover-
nador Geral do Estado do Brasil. Registei em 6 de maio
de 1698, e entreguei a própria ao Senhor Governador e
Capitão Geral, Dom João de Alencastro em o dito dia.
Joaquim Antunes Morais.
__ 19 —
Registo da carta cie Sita Majes-
tade escrita ao Provedor-mor Francisco
Lamberto sobre os vidros c chumbo do
farol que se há de pôr na Fortaleza de
Santo Antônio da Farra.
ciar
Francisco Lamberto, eu El-Rei vos envio muito sau-
Viu-se a vossa carta de 21 de agosto deste ano cm
que representais ser necessário remeter-vos deste Reino
mil e quinhentos vidros c quarenta c oito libras de chumbo
tirado por fieira para se obrar o farol que há de estar no
torreão que se fez no Forte de Santo Antônio da Barra
por ordem do governador geral, para servir de guia aos
navios e mais embarcações que de noite entrarem pela barra
dessa Bahia para assim se livrarem do perigo do baixo que
há fora dela e pareceu-me dizer-vos se obrou bem na obra
deste torreão para nele se pôr o farol visto a importância
dele, e a conveniência que se segue aos que navegam para
esse porto. E na consideração das vossas razões se vos
remetem os vidros e chumbo na quantidade que ensinuais
serem necessários os quais fizeram de custo o que consta
da memória inclusa cuja importância mandareis para este
Reino dos efeitos que houver mais prontos da Fazenda
Real para se restituir parte donde se tirou esse dinheiro.
Escrita em Lisboa a 22 de novembro de 1697. Rei. Conde
de Alvor, Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda
do Estado do Brasil. l.a via.
Memória de que a carta acima faz menção.
Cento e setenta e três vergas de chumbo de cinqüenta
palmos cada verga e a dez réis cada palmo tirado pela fieira
que fazem a soma de oitocentos e setenta e cinco palmos
que importa em 8$750. Mais mil e quinhentos vidros
a trinta réis cada um que faz a soma de 45$000, mais dois
cruzados de dois caixões em que vai esta fazenda que vem
a importar tudo em 54$550 réis. André Lopes de Laura.
20
Despacho do Provedor-mor.
Registe-se e o tesoureiro geral dê cumprimento a esta
ordem, entregando os cinqüenta e quatro mil quinhentos e
cinqüenta ao tesoureiro da administração da Junta do
Comércio para passar letra segura a pagar à ordem do
Conselho Ultramarino junta a primeira certidão do escrivão
dos armazéns da coroa de que consta estão carregados em
receita ao Almoxarife o que contém o rol junto, assinado
pelo Secretário do Conselho Ultramarino o que fará do
dinheiro do seu recebimento tocante aos dízimos. Bahia, 11
de junho de 1698. Francisco Lamberto. João Correia Sei-
xas a registou em o dito dia e se entregou a própria ao
tesoureiro geral o Sargento-mor Domingos Pires de Car-
valho. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade, que Deus guarde, escrita ao pro-
vedor-mor da Fazenda Real, Francisco
Lamberto pela qual manda que se aval-
lie a obra da pitura que fez Francisco
de Mendonça na casa nova dos gover-
nador es.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Por parte de Francisco de Mendonça se me requerei!
aqui lhe mande pagar o (pie se lhe deve de pintar a casa
nova que fez-se nas dos governadores em tempo que gover-
nava esse Estado Matias da Cunha, pedindo-se informação
ao Governador Geral Dom Joãode Alencastro ouvindo-vos
a deu com a vossa resposta pela qual consta haver o dito
Francisco de Mendonça feito essa obra e não estar até o
presente pago dela, requerendo-o muitas vezes aos governa-
dores desse Estado e para se poder tomar neste particular
a resolução que parecer conveniente, vos ordeno façais ava-
liar a obra dessa pintura conforme a qualidade dela e aviseis
a importância dela. Escrita em Lisboa a 18 de janeiro de
21
1698. Rei. Conde de Alvor, Presidente. Para o Prove-
dor-mor da Fazenda do Estado do Brasil. l.a via. Registou-
se em 12 de junho de 1698. Registe-se e se faça avaliação
como Sua Majestade que Deus guarde manda. Bahia,
11 de junho de 1698. Francisco Lamberto. Joaquim An-
times de Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade, que Deu,s guarde, escrita ao Pro-
vedor-mor da Fazenda Real Francisco
Lamberto, pela qual manda se pague ao
bispo de Pernambuco Dom Frei Fran-
cisco de Lima, o qud dela consta.
Provedor-mor da minha Fazenda do Estado do Brasil.
Eu El-Rei vos envio muito saudar. O bispo de Pernambuco
Dom Frei Francisco de Lima me representou por carta sua
de 14 de maio deste ano que mandando a essa praça requerer
o pagamento de um conto de réis que por provisão minha
lhe mandei pagar pelos sobejos dos rendimentos do contrato
dos dízimos dessa cidade pelo que se lhe estava devendo da
côngrua que havia vencido com o bispado do Maranhão
se lhe não dera cumprimento â dita Provisão com o funda-
mento de se ter apresentado a tempo que se tinha feito
remessa para este Reino dos ditos sobejos o que lhe era de
grande dano, por não ter com que satisfazer os empenhos
em que se acha e pareceu-me ordenar-vos que com efeito e
infalivelmente se pague ao Procurador deste prelado o..
L000$000 que se lhe'tem mandado satisfazer pela Provisão
que se expediu das sobras dos contratos dos dízimos, anteci-
pando-se este pagamento a outro qualquer que se tenha man-
dado fazer por estes mesmos sobejos dos dízimos e a exe-
cução desta ordem vos hei por muito recomendada. Escrita
em Lisboa a 26 de agosto de 1697. Rei. Conde de Alvor ^
Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil. 2.
via.
— 22 —
Despacho do Provedor-mor.
Cumpra-se c registe-se como Sua Majestade manda.
Bahia, 4 de junho de 1698. Francisco Lamberto. Registou-
se em 14 do dito mês c ano. Joaquim Antunes Morais.
K
Registo de uma ord,<*m do Marquês
de Alegrete sobre a charrua da índia
Nossa Senhora da Visitação c Almas.
O Marquês de Alegrete cios Conselhos de Estado e
Guerra de El-Rei meu Senhor, gentil-homem de sua Cà-
mara, e vedor de sua Fazenda, etc. Faço saber a vós
Provedor da Fazenda do Estado do Brasil que vendo-se no
Conselho da Fazenda a vossa carta de 2 de setembro do
ano pasado de 1697, em que destes conta da arribada da
charrua Nossa Senhora da Visitação c da causa que teve
para o fazer, e a impossibilidade em que se achava paraseguir a viajem, por cuja causa se ordenara que remetesse
o precioso da fazenda que trazia da índia e o salitre na nau
Nossa Senhora da Estrela e que mandastes recolher em
armazéns a mais fazenda e o que nela mais referistes, pa-receu-me ordenar-vos que mandeis avaliar a dita charrua
no estado em que está e fazer orçamento do seu conserto
e a importância dos fretes que poderá trazer tendo-se contaa carga e vendo-se que a Fazenda Real terá maior utili-
dade em se navegar do que em se vender tratareis logode a mandar consertar com sobresano para ficarcapaz de navegar, fazendo carregar os açúcares e maisgêneros desse Estado para esta cidade, procurando-lhe comsuavidade a carga que puder trazer não se constrangendo
para isso a ninguém como se vos avisa e ao governadordesse Estacio pela secretaria do expediente, e somente nocaso em que se entenda que não ficará capaz para o ditoeleito que os fretes não suprem as despesas que se houve-em de fazer a mandareis pôr em vencia fazendo-se primeirogêneros desse Estado para esta cidade, procurando-lhe com
23 —
boa a 18 de março de 1698 anos. Manuel Guedes Pereira
a fez escrever. O Marquês de Alegrete. l.a via. Por reso-
lução de Sua Majestade de 11 dc janeiro de 1698. Lam-
berto. João Correia Seixas a registou em 18 dc junho
cio dito ano dia em que se deu para registar e se entregou
ao mesmo provedor-mor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da petição do mestre dc
campo do terço dos paulistas por que
pede se mande sentar praça aos índios
forros.
Senhor. Diz o Mestre de Campo Francisco Álvares
de Morais Navarro que para a guerra que fizer a campanha
do Rio Grande traz alguns índios e como são libertos e
mui necessários para a dita campanha se lhes deve assentar
praça como aos mais soldados para com mais valor servi-
rem a Sua Majestade, que Deus guarde, portanto pede
a Vossa Senhoria faça mercê mandar assentar praça a
todos os índios forros que se oferecerem para esta guerra.
E R. M.
Despacho do Governador e Capitão Geral.
Assentc-se-lhes praça de soldados visto não serem ca-
tivos. Bahia, 14 de agosto de 1698. Dom João de Alen-
castro por sua rubrica.
Despacho do Provei;or-mor.
Cumpra-se não se oferecendo outra dúvida. Bahia, 14
de agosto de 1698. Lamberto.
Registo da carta de Sita Majes-
tade escrita ao Governador c Capitão
Geral d.cstc Estado sobre o exame do
tabaco, aguardente c açúcar que vai
para a Costa da Mina, c não vá desen-
caminhado e proíbe tirar-se pau-brasil.
go
Governador e Capitão Geral do Estado do Brasil, ami-
Eu El-Rei vos envio muito saudar. Por ser conve-
— 24 —
niente a meu serviço que pelo comércio da Costa da Mina
se não introduza tanto tabaco que os estrangeiros se possam
prover dele, porque este seria o meio de se destruir o rendi-
mento do tabaco neste Reino a que mando dar nova forma
c que também o comércio do Brasil se não perca na ditacosta pela necessidade que tem dos negros que se vão res-
gatar de cpie também depende a cultura do tabaco e do
açúcar. Fui servido mandar ver e considerar por pessoas
praticas c desinteressadas o como se poderia conservar oreferido comércio sem prejuízo do tabaco que se há deconsumir neste Reino e conformando-me com o seu parecerhei por bem (pie mandeis examinar por pessoas desinteres-sadas a quantidade de tabaco que nessa capitania geralcostumava sair até agora para a Costa da Mina e que selaça um termo cm que declare a dita quantidade do qualse me há de remeter uma cópia c que este compito decla-rado no termo seja o (pie se permita sair todos os anosdesta capitania para a Costa, arbitrando-se o número dassumacas necessárias para a condução deste tabaco e das
aguardentes e açúcar que com êle se costuma remeter comdeclaração que este tabaco dc nenhuma maneira será dofino nem do redondo senão do da terceira e ínfirma quali-dado que não costuma vir para este Reino; e porque dosnos dessa Bahia para baixo se tira algum pau-brasilsegundo a informação que se me há dado proibireis otirar-se na melhor forma que vos parecer e para que senao leve tabaco para a Costa da Mina desencaminhado se
procurara saber com grande cuidado e vigilância se foia ela alguma embarcação mais das permitidas e constandoque ±01 será queimada a embarcação e o mestre açoitadoo mandado para Angola por tempo de 8 anos e mandareis
TAZZ eSt\?eM '?' e<Ht;lÍS para (l"e ch«»e a noticiadc todos e se fique sabendo que â Costa da Mina não pode-rao ir comerciar as embarcações que para isso não tiveremlicença e parecendo-vos que se lhe poderá dar melhor forma
riP!!gTa,nÇa 
','e arrcíadaÇs° ««vidas as pessoas mais prá-ticas e desinteressadas, sendo uma delas o Chanceler e
— 25 —
outra o Provedor-mor da Fazenda e ouvindo também o
Conselho da Fazenda se vos parecer conveniente fareis
executar o que se assentar que é de maior utilidade parao fim que se pretende e fareis que se elejam novamente
pessoas para o exame do tabaco e que tenham maior sufi-
ciência que aquelas que até agora se elegiam nas alfân-
degas e fareis que os ouvidores gerais tirem todos devassas
do descaminho do tabaco que foi para a Costa, assim por
ser mais da quantidade permitida, como por não ser da
qualidade determinada e por ser levadofora das embar-
cações que tiverem licença e que os mais ouvidores nas
terras de seus distritos perguntem por estes descaminhos
nas devassas gerais, e que aceitem denunciaçoes da mesma
forma e da mesma pena que até agora tinham os descaminhos
do tabaco e porque se pode introduzir o mesmo dano pelo
tabaco que fôr para o Rio de Janeiro fareis averiguar os
rolos que iam para aquela capitania e não permitireis que
se exceda do número que até agora se mandavam. Esta
matéria é de grande conseqüência para o meu serviço e
assim fio de vossa pessoa procedais nela com aquele grande
zelo e cuidado com que costumais servir-me fazendo por
todos os meios possíveis que para a Costa da Mina não
vá mais tabaco nem de outra qualidade que o permitido
porque do contrário resultará grande prejuízo a este Reino.
Escrita em Lisboa a 12 de março de 1698. Rei. Para o
Governador e Capitão Geral do Estado do Brasil. l.a via.
Matias de Miranda e Oliveira a registou em 14 de outubro
de 1698, tornando-se a própria ao dito Governador e Ca-
pitão Geral. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Governador c Capitão
Geral deste Estado Dom João de Alen-
castro sobre a fortificação desta praça.
Dom João de Alencastro, amigo. Eu El-Rei vos envio
muito saudar. Viu-se a vossa carta de 24 de julho do ano
passado em que me representais as razões que se vos
— 26 —
oferecem para vos parecer mais conveniente a defesa
dessa praça e reedificação da fortificação antiga dela e
dilação do tempo que sc há de gastar como por ser inútil
quando se ofereça ocasião do inimigo a querer invadir
essa cidade por consistir a principal defensa dela em se
lhe impedir o desembarque. E como as vossas razões não
pesem tantas que obriguem a alterar a resolução que tenho
tomado com muitos pareceres de pessoas inteligentes e
zelosas do meu serviço sobre a forma com que se deve
fortificar essa praça me pareceu ordenar-vos (pie observeis
inviolàvelmente o que tenho mandado nesta parte pondo
lodo o cuidado e inteligência a que se não faite a conti-
nuaçãoda obra dela e para que se adiante com a consig-
nação que se lhe tem aplicado, fareis (pie sc não pague ao
oficia] que tem tornado a sua conta sem se medir o quetiver leito para se saber se com efeito importa nos mil
cruzados que se lhe dão por mês, e desta maneira se po-dera evitar todo o descuido que possa haver. Escrita em
Lisboa a 29 de janeiro de 1695. Rei. Conde de Alvor,
Presidente. Para o Governador do Estado do Brasil. l.a
via. João Correia Seixas a registou em 14 de outubro de
1698, dia em que se deu para se registar e se tornou a
própria ao dito Governador Geral. Joaquim AntunesMorais.
Registro da carta de Sua Majes-
tade escrita ao provedor da fazenda de
Itamaracá sobre o não sc pagar ao Ca-
pitão-mor de sua Real Fazenda coisa
alguma.
Sebastião Lopes Grandio. Eti-Rei vos envio muito sau-ciar. \ iu-se a vossa carta de 12 de maio deste ano emque dais conta de Manuel da Fonseca Rego haver pago oque estava a dever e de se ir continuando a consignaçãoaphcada a Se de Pernambuco com todo o cuidado e porquena mesma carta representais a dúvida que se vos oferece
27
ao pagamento elo soldo do Capitão-mor dessa Capitania
Manuel Carvalho Fialho, assim do tempo que serviu o
dito posto por Patente elo Governador como do que o exer-
citar por patente minha me pareceu recomendar-vos que
quanto ao pagamento ela Sé se continue anualmente com
êle pois as côngruas se pagam aos quartéis, e não hão
de esperar por tanta dilação de anos, quanto ao soldo do
capitão-mor dessa capitania vos ordeno que nem do tempo
que este capitão o foi por Patente elo governador nem do
que o c por Patente Real lhe pagueis ele minha Fazenda
e sendo pago ela posse elo Marquês Donatário a cobreis logo
e façais restituir. Escrita em Lisboa cm 23 ele agosto
ele 1696. Rei. Conde ele Alvor, Presidente. Para o Pro-
vedor ela Fazenda ele Itamaracá. l.a via. Cumpra-se como
nela se contém e registe-se nos livros desta Provedoria.
Vila ele Compensa 10 de abril ele 1697. Grandio. Regis-
tada no livro elos registos das cartas e ordens de Sua Ma-
jestade desta Provedoria ele Itamaracá a que toca a folhas
35. Vila ela Compensa em 19 de abril ele 1697. Francisco
Botelho elos Santos. Registe-se e note-se na folha. Bahia,
25 de outubro ele 1698. Francisco Lamberto. Leonardo
Lopes ele Carvalho a registou em 27 ele outubro elo dito
ano. Joaquim Antunes Morais.
Itcgisío da carta de Sua Majes-
tade, que Deus guarde, escrita ao Go-
vernador c Capitão Geral deste Estado
do Brasil, Dom João de Alencastro
sobre fazer preencher os terços da gente
que tem obrigação a Câmara de sustai-
lar.
Governador e Capitão Geral do Estaclo do Brasil. Eu
El-Rei vos envio muito saudar. Viu-se a vossa carta ele
25 de julho deste ano e relação que com ela enviastes ela
— 28 —
Infantaria paga dessa praça, pareceu-me dizer-vos façais
preencher o terço das gentes que tem obrigação a Câmara
de sustentar. Escrita em Lisboa a 18 de novembro de
1697. Rei. Conde cie Alvor, Presidente. Para o Gover-
nador e Capitão geral do Estado do Brasil. 2.a via. Cum-
pra-se como Sua Majestade, que Deus guarde manda, e
registe-se. Bahia, 10 de janeiro de 1698. Dom João de
Alencastro. Leonardo Lopes de Carvalho a registou em o
dito dia, mês e ano e se entregou a dita carta ao Senhor
Governador e Capitão geral. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majcs-
tade escrita ao Provedor-mor da Fazen-
da Real Francisco Lamberto sobre as
obras do armazém do sal do contrato
feito nas casas que haviam sido de Fran-
cisco Mendes Neto.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 14 de junho deste ano em
que dais conta como se vos havia ordenado do estado em
que a obra do armazém que tinhas enculcado para reco-
Ihimento do sal do contrato feito nas casas que tinham
sido de Francisco Mendes Neto, que se acham nos próprios
pelo resto do contrato das baleias que estava devendo a
minha Fazenda e pareceu-me dizer-vos apliqueis toda dili-
gência para que esta obra se faça com efeito. Escrita em
Lisboa a 13 de novembro de 1698. Rei. O Conde de Alvor.
Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado
do Brasil. 2.a via. Registe-se. Bahia, 14 de fevereiro de
1699. Francisco Lamberto. Registada em o dito dia, mês
e ano e se tornou ao dito Provedor. Joaquim Antunes
Morais.
29
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto, sobre
o se assistir com mil cruzados, cada ano
de rendimento das dízimas da alfândega
para a obra da nova casa que se faz
dela.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sati-
dar. Viu-se a vossa carta de 8 de junho deste ano cm
que dais conta do assento que no Conselho da Fazenda
desse Estado se tomou para se assistir com mil cruzados
cada ano do rendimento das dízimas da alfândega para a
obra da nova casa que se fêz dela por não parar e evitar-se
a despesa que da minha fazenda se faz no aluguel do trapi-
che que serve para os despachos, enquanto se não acabar
esta obra. E pareceu-me aprovar, como por esta aprovo,
a resolução que se tomou neste particular considerando a
conveniência que se segue em se acabar esta casa da alfân-
dega que é tão necessária, do que vos aviso para o terdes
assim entendido. L^scrita em Lisboa a 17 de novembro de
1698. Rei. O Conde de Alvor, Presidente. Para o pro-
vedor-mor da Fazenda elo Estado do Brasil. 2.a via. Re-
giste-se e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1699.
Francisco Lamberto. Registada em o dito dia, mês e ano,
e se tornou ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Nota à margem:
A folhas 165 deste livro está outra.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto, sobre
se arrematar o contrato do sai.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Por se vir chegando o tempo de se poder arrematar
o contrato do sal e ser conveniente que chegue à notícia
de todos os que intentarem e lançarem neles me pareceu
— 30 —
ordenar-vos, como por esta o faço, que seponham nessa
praça editais declarando que os que quiserem oferecer seus
lanços o possam fazer tendo entendido que neste Reino se há
de arrematar onde poderão por seus procuradores mandar
tratar deste negócio. Escrita em Lisboa a 9 de dezembro
dc 1698. Rei. Conde de Alvor, Presidente. Para o
Provedor-mor da Fazenda do E>stado do Brasil. l.a via.
Registe-se e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1699.
Registada em o dito dia, mês e era e se tornou ao dito
Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Nota à margem:
Vau cumprimento da carta em frente se fixaram edi-
tais nos lugares costumados desta cidade e se deu escrito
ao porteiro do Conselho para apregoar o contrato de que
trata a dita carta em 16 de fevereiro de 1699. Bahia, dito
dia.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto sobre
se haver arrematado o contrato dos dí-
zimos cm cento c vinte mil cruzados.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
ciar. Viu-se a vossa carta de 25 de junho deste ano em
que dais conta de se haver arrematado o contrato dos
dízimos dessa capitania em cento e vinte mil cruzados a
Antônio Maciel Teixeira, depois de vários lanços que hou-
verani na competência que teve com Bento Pereira Ferraz
c pareceu-me dizer-vos que se fica entendendo o bem que
se obra na arrematação deste contrato. Escrita em Lisboa
a 13 cie novembro dc 1698. Rei. Conde de Alvor, Presi-
dente. Para o Provedor-mor da Fazenda Real do Estado
do Brasil. Registe-se e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro
cte 1699. Francisco Lamberto. Registada em o dito dia,
mês e ano e se tornou ao dito Provedor. Joaquim Antunes
Morais.
31 —
Registo da carta dc Sua Majcs-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto sôbre
o posto dc alferes cm que foi provido
pelo Capitão Matias Roiz Nuno de Sou-
sa e Paiva.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Neste reino pediu Nuno de Sousa e Paiva dispensa
dos anos que lhe faltava para o posto de alferes em que
foi provido pelo Capitão Matias Roiz Freire e porque se
tem por notícia que este sujeito foi degredado deste Reino
vos ordeno declareis a forma em que se lhe forma que dis-
põe no regimento desse governo geral. Escrita em Lisboa
a 24 de novembro de 1698. Rei. Conde de Alvor, Presi-
dente. Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado do
Brasil. Registe-se e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro
de 1699. Registou-se em 16 do dito mês e ano e se tornou
ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta dc Sua Majcs-
tade, que Deus guarde, escrita ao Go-
vernador deste Estado sôbre o dito Sc-
nhor remeter a pólvora ao Reino para
nele se refinar.
Dom João de Alencastro, amigo, eu El-Rei vos envio
muito saudar. Viu-se a vossa carta de 8 de junho deste
ano em que dais conta da pólvora que nesta monção veio
para se refinar neste Reino por se achar aí incapaz de
serventia e pareceu-me dizer-vos cpie esta pólvora se recebeu,
porém, que a que se mandar daqui em diante venha em
barris destancos e porque as piroleiras se quebravam ai-
gumas e da que vinha nos barris derramou muita por não
vir como era conveniente, seguindo-se não só o dano de
se diminuir cio seu preço, mas podendo suceder o maior
cie algum perigo que possa acontecer. Escrita em Lisboa
a 23 de novembro de 1698. Rei. O Conde de Alvor,
I
— 32 —
Presidente 2.a via. Para o Governador Geral do Estado
do Brasil. Registou-se em 16 de fevereiro de 1699 e se
entregou ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da Carta de Sua Majes-
tade escrita ao Governador c Capitão
Geral deste Estado Dom João de Alen-
castro sobre o capelão do terço do Mes-
tre dc Campo Jeronimo Sodré Pereira,
o Padiy? Manuel Soares lhe representar
que na cobrança que o dito padre faz dos
2$400 que se dão para as missas das
almas dos soldados defuntos lhe levar
o escrivão da Fazenda c seus oficiais
excessk <os sala rios.
Dom João dc Alencastro, amigo. Eu El-Rei vos envio
muito saudar. Por parte do Padre Manuel Soares, cape-
lão do terço dessa praça de que é Mestre de Campo Jerô-
nnimo Sodré Pereira, se me representou acpii que na co-
branca que faz dos 2$400 réis que tenho resoluto se dê
de minha Fazenda para se dizerem missas pela alma de
cada soldado que aí morre o escrivão da Fazenda e mais
oficiais dela a que toca o passar mandatos, certidões e
recibos para a dita cobrança lhes levam excessivos salários,
ficando por esta causa diminuta a quantia do dinheiro e
menos as missas que estão aplicadas para o sufrágio das
almas dos soldados defuntos e por não ser justo que elas
recebam este dano me pareceu ordenar-vos que daqui em
diante façais com que ao escrivão da Fazenda se paguedc cada carga de um soldado que morre 40 réis e por cadamandado 70 réis e por cada certidão que passa para aCâmara 40 réis, ao contador 50 réis e ao escrivão do
tesoureiro 20 réis, e ao escrivão da Câmara 80 réis e
sendo mais soldados os que falecerem e se incluírem em
um só mandado se lhe levará a metade do que se lhe davaaté agora e pedindo-se despacho de muitos soldados se não
poderá passar de um só senão de todos juntos, porque
-- 33
V§> J
a este respeito será menos o que se pagará, rateando-se
por todos, e nesta mesma forma se ordena ao Provedor-
mor o faça executar. Escrita em Lisboa a 5 de novembro
de 1698. Rei. O Conde de Alvor, Presidente. Para o
Governador Geral do Estado do Brasil. 2.a via. Registada
em 16 de fevereiro de 1699, e se entregou ao dito Gover-
nador. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Governador c Capitão
Geral deste Estado Dom João de Alcu-
castro, sôbre o tempo que hão de assis-
tir neste porto os navios dc nações
estrangeiras.
Dom João de Alencastro, amigo eu El-Rei vos envio
muito saudar. Tendo visto a conta que me destes dos
navios franceses que aí chegaram, uma que disse ia e outra
que vinha da índia e tratamento que lhe fizestes e pre-
vençao que usastes para evitar a saca de alguns açúcares
ou tabaco tudo na forma do vosso regimento e porque nela
se não declarava o como vos havieis de haver nos dias da
demora que se deve permitir nesse porto e semelhantes
embarcações que a êle forem o que vos devia mandar de-
clarar para assim observar, me pareceu dizer-vos que indo
arribados a esse porto alguns navios das nações amigas,
com a ocasião de lhes ser necessário fazere malgum con-
sêrto ou pelo tempo ou fazerem aguada ou receberem ai-
gum mantimento eleveis aplicar com toda a diligência que
se lhe faça tudo pronto ordenando que pelo Provedor-mor
da Fazenda se lhe dê tudo o que fôr necessário por seu di-
nheiro, tratando-os por todo o bom termo de agasalho e
acabado assim o conserto como de receberem o mais neces-
sário os despedireis logo. Escrita em Lisboa a 28 de no-
vembro de 1698. Rei. O Conde de Alvor, Presidente.
Para o Governador Geral do Estado do Brasil. 2.a via.
Registou-se em 17 de fevereiro de 1699, e se entregou ao
mesmo Governador. Joaquim Antunes Morais.
515.3 í-3 ~/^8 3 /-•«
— 34 —
Registo da carta dc Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto, sôbre
a fé de ofícios que apresentou cm seus
papéis Sebastião de Mcdina Bitencourt
c se lhe pagarem os soldos dc vinte
meses.
Francisco Lamberto, eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Neste Reino tratou de requerer satisfação de seus
serviços Sebastião dc Mcdina Betencourt e vendo-se a
fé de ofícios que apresentou em seus papéis se reparou nela
em que se faz menção de se lhe haver mandado dar baixa
no posto de ajudante de sargento-mor do Coronel Fran-
cisco Dias de Ávila por não aparecer em três mostras e
que requerendo nelas da ocasião de uma diligência de se-
grêdo em que o mandara o Marquês das Minas governando
esse Estado, ao Rio de S. Francisco resultará não só man-
dar-se-lhe levantar a baixa mas também pagarem-se-lhe
os soldos de 20 meses, (pie durou a sua ausência, e porque
os governadores não têm jurisdição neste caso para obra-
rem semelhantes ações nem por seu despacho se podia man-
dar levantar a baixa satisfazendo-se-lhe os ditos soldos
porqueisto tocava ao meu poder soberano e me devia este
sujeito fazer requerimento para lhe deferir. Me pareceu
dizer-vos que obrastes mal não replicardes conforme o
vosso regimento clêstc procedimento do governador e da-
res-me conta dc assim ficares advertido que oferecendo-
se semelhante negócio eleveis usar dos meios que estão
dispostos no regimento das fronteiras e avisar-me. Escrita
cm Lisboa a 6 de maio de 1698. Rei. Conde de Alvor,
Presidente. Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado
do Brasil. 2.a via. Registe-se e se me torne. Bahia, 14 de
fevereiro de 1699. Francisco Lamberto. Registou-se em
17 de fevereiro de 1699, e se tornou ao dito Provedor-
mor. Joaquim Antunes Morais.
— 35 —
Nota à margem:
As cartas que depois vieram sobre esta matéria estão
neste livro a folhas 205 verso e folhas 282 verso.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real, Francisco Lamberto, sobre
o pavimento da Sc desta cidade ser
de lajeado, c sobre duas pias de batizar
para melhor orna-to da dita igreja.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 13 de junho elo ano passado.em que dais conta elo estado em que se acha a obra ela
Sé dessa cidade e o quanto necessita ele que o pavimento
se faça do lajedo feito nesta corto e ele duas pias ele batizar
para melhor ornato ela dita igreja e pareceu-me dizer-vos
que esta obra do lajeamento ela Sé se tem ajustado, e irá
este ano já alguma parte desta obra e para o ano epie vem
se acabará toda e acabada ela se cuidará então que se faça
uma pia que é o que basta para os batizados e assim se
avisa ao arcebispo. Escrita em Lisboa a 3 de janeiro
de 1698. Rei. O Conde de Alvor, Presidente. Para o
Provedor-mor da Fazenda Real do Estado elo Brasil.
2.a via. Registe-se e me torne. Bahia, 14 ele fevereiro de
1699. Registada em 16 de fevereiro elo dito ano e se
tornou ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda sobre o Provedor da Fazenda da
Capitania do Rio de Janeiro Luis Lopes
pegado, dar conta da forma em que des-
ta provedoria-mor lhe. vai a folha das
ordinárias das pessoas falecidas c ou-
trás ausentes.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. O Provedor da Fazenda do Rio de Janeiro Luís Lopes
ii
— 36 —
Pegado me deu conta por carta ele 12 de junho deste ano
da dúvida que se lhe ofereceu a forma em que dessa prove-
doria-mor lhe vai a folha das ordinárias que naquela
capitania se hão ele pagar ele minha Fazenda por levarem
pessoas já falecidas c outras ausentes o que seria ele grande
confusão c embaraço e se devia emendar pondo-se na
folha somente os encargos e devidas despesas pelas Pro-
visões e Alvarás cpie naquela capitania se apresentarem se
pagarem as pessoas providas e cpie fazendo-vos esta adver-
tência o não cpiisesteis emendar sem ordem minha e pare-
ceu-me dizer-vos cpie o Provedor ela Fazenda elo Rio de
Janeiro fêz bem em advertir a confusão ela folha e vós
também em não mudardes a outra forma sem ordem mi-
nha e para se evitar a referida confusão vos ordeno que
as pessoas que forem providas por tempo limitado como
governador, ouvidor e feitor vão na folha na forma cm
que vai o governador sem se lhe declarar o nome e no
Rio de Janeiro com o seu Alvará, carta e conhecimento
se lhe fará pagamento como nela se declara e nos mais
perpétuos não há que alterar c devem mandar registar
sons Alvarás nessa provedoria-mor para irem nomeados
na folha, aliás se lhes não paguem e os qu efaleceram eleve
ir certidão elo óbito para se tirarem ela folha como
se costuma nos assentamentos das deste Reino com que
cessará a confusão e ao Provedor da Fazenda elo Rio
de Janeiro se avisa cio (pie por esta se vos ordena para
que tenha entendido a resolução cpie se tomou neste parti-
cular. Escrita em Lisboa a 29 de outubro ele 1698. Rei.
Conde ele Alvor, Presidente para o Provedor-mor da Fa-
zenda do Estado elo Brasil. 2.a via. Registe-se e se me
torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1699. Francisco Lam-
berto. Registada em o dito dia, mês e ano, e se torrou
ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
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Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto, sobre
se haver concedido do provedor da Fa-
zenda d.o JZio de Janeiro um ajudante
ao almoxarife do Rio de Janeiro pela
necessidade do mesmo trabalho.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Tendo respeito ao que me representou o provedor
da Fazenda do Rio de Janeiro sobre a necessidade (pie o
almoxarife daquela capitania tem de pessoa que o assista
e ajude ao trabalho epie hoje está a seu cargo por se lhe
carregar em receita não só todo o dinheiro pertencente
a minha Fazenda mas também os materiais e munições
dos armazéns de todos os socorros que vão para a Nova
Colônia de que há de dar conta e lhe não era possível
acudir (sendo só) sem detrimento de meu serviço fui
servido resolver que o dito almoxarife tenha uni ajudante
e que a este se dê o ordenado de 50$000, pagos da minha
Fazenda Real da capitania do Rio de Janeiro de que me
pareceu avisar-vos para mandares meter na folha da dita
capitania a adição do dito ordenado, na forma da minha
resolução. Escrita em Lisboa a 7 de novembro de 1698.
Rei. O Conde de Alvor, Presidente. Para o Provedor-
mor da Fazenda do Estado do Brasil. 2.a via. Registe-se
e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1699. Francisco
Lamberto. Registada em 16 do dito mês e ano e se tornou
ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto sobre
se pagar a pintura que fez nas casas
d.os governadores o pintor Francisco
de Mendonça.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 14 de junho deste ano em
— 38 —
que dais conta da avaliação (pie fizeram as pessoas cm
quem vos louvastes e o mestre-pintor Francisco de Men-
donça, como se vos havia ordenado, para a obra que se
havia feito nas casas dos governadores que me havia
aqui representado lhe mandastes pagar e vós entenderdes
ser excessiva a estimação que ambos os louvados conformes
lhe deram de 140$000.
Me pareceu ordenar-vos mandeis requerer às partes
que são o procurador de minha Fazenda e o dito pintor
Francisco de Mendonça para se louvarem em outros dois
homens bons e perito que arbitrem o valor desta obra e
não concordando lhe elegereis terceiro o mais aprazimento
das partes que puder ser e o que concordarem havereis
por firme e valioso sem mais se poder mudar na forma
da ordenação do livro terceiro folhas 78 e capitulo 2.° e
esse valor mandareis satisfazer ao dito pintor na forma
que se vos tem ordenado, cobrando o que assim lhe pagar-
des da Fazenda do Governador Matias da Cunha se ainda
houver alguma, e não a achando bastante para este paga-
mento avisareis com declaração da quantia pára que se
cobrem por seus bens. Escrita em Lisboa a 17 de novembro
de 1698. Rei. Conde de Alvor, Presidente. Para o
Provedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil. 2.a via.
Registe-se e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1699.
Francisco Lamberto. Registou-se em 17 do dito mês e ano
e se tornou ao dito Provedor-mor. Joaquim Antunes Mo-
rais.
Nota à margem:
Por mandado de 30 de maio de 1699 registado no
livro 18 a folhas 219 verso houve pagamento de 120$000
no tesoureiro geral o Sargento-mor Domingos Pires de Car-
valho, Domingos Pires de Mendonça como procurador bas-
— 39 —
tante de seu irmão Francisco de Mendonça mestre-pintor
que se lhe deviam da pintura que fez na casa nova de
palácio por ordem de Matias da Cunha, governador e ca-
pitão geral que foi deste Estado na qual quantia foi últi-
mamente avaliada em observância da carta em frente, e
como consta notoriamente não haver nesta cidade bens do
dito Govrnador Matias da Cunha para por eles ser pago
na forma da dita carta. Bahia, 1.° de junho de 1699.
Antunes.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zeuda Real Francisco Lamberto sôbrea vigoraria criada de novo, Santa Luzia
de Piagui na capitania de Sergipe de
El-Rei.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Por se acudir mais prontamente com a administração
dos sacramentos aos fregueses da matriz da capitania de
Sergipe de El-Rei pelas grandes distâncias em que vivem
para irem a ela. Fui servido mandar criar em vigararia
a igreja de Santa Luzia de Piagui, novamente erecta na
mesma capitania e nomear por vigário dela ao Padre
Antônio de Sousa de Castelo Branco com congrua de
25$000 por ano a custa de minha Fazenda, do que 
vos
aviso para que na forma desta minha resolução 
façais
lançar na folha de Sergipe de El-Rei a dita congrua, para
ser paga daqui em diante aos vigários da dita 
igreja
que apresentarem suas contas com Alvarás meus para 
o
poderem vencer como é estilo. Escrita em Lisboa a 
29
de novembro de 1698. Rei. Conde de Alvor, Presidente.
Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil.
Registe-se e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1699.
Francisco Lamberto. Registada em 17 do dito mês e ano
e se tornou ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
— 40 —
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto, sobre
donde hão de sair os efeitos para se
pagar ao terço dos paulistas e ua forma
cm que hão de ser pagos.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 14 de junho deste ano em
que representais a dúvida que se vos oferece ao pagamento
do terço que Manuel Álvares de Morais Navarro foi levan-
tar por ordem minha dos paulistas e Capitania de S. Vi-
cento assim dos efeitos donde há de sair esta despesa como
da forma em que hão de ser pagos os soldados por serem
índios, sem nomes nem certeza de pais para se lhes poder
fazer assentamento de matrícula e também pela distância
que vai dessa praça aos fregueses em que o dito terço há
de assistir, e pareceu-me dizer-vos que estes soldados se
não hão de pagar assim aos oficiais como aos soldados
deste terço senão depois dele feito e como aí se ajustou
a criação deste terço se devia cuidar dos meios que se
podiam oferecer para o seu pagamento e não pedir ao
Reino esta declaração e assim que esta despesa deve sair
daqueles eleitos que houver mais prontos na Fazenda Real
seguindo-se nela o (pie se aponta ao Governador em carta
particular porque por este meio se acocle a se evitar todo
engano que possa haver nos que servem neste terço. Escri-
Ia em Lisboa a 13 de novembro de 1698. Rei. O Conde
de Alvor, Presidente. Para o Provedor-mor cia Fazenda
do Estado do Brasil. l.a via. Registado em 12 de março
de 1699. Joaquim Antunes Aforais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao provedor-mor sobre as
munições que são necessárias para pro-
vimento dos armazéns.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 20 de junho deste ano e com
— 41 —
ela a relação que remetestes das munições que são neces-
sárias para provimento dos armazéns dessa praça e para se
restituirem a repartição de que foram tirados os que vos
foram necessários. E pareceu-me dizer-vos que na consi-
ração do que representais se vos remete o que pedis, adver-
tindo-vos porém que devieis declarar a enxárcia dc que
qualidade era necessária porque o não indica a memória
que mandastes. Escrita em Lisboa a 13 dc novembro de
1698. Rei. O Conde de Alvor, Presidente. Para o Pro-
vedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil. 2.a via. Re-
giste-se. Bahia, 21 de março de 1699. Lamberto. Regis-
tada em o dito dia, mês e ano. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor sobre a
pólvora que o dito Provedor-mor reme-
teu na frota passada.
Francisco Lamberto, eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 30 de junho deste ano em
que dais conta da pólvora que remetestes na presente mon-
ção em as naus do comboio que aí se achara inútil (como
se vos havia ordenado). E pareceu-me dizer-vos que esta
pólvora que remetestes como vinha em piroleiras se que-
braram muitas delas e nos barris como não eram estancos
se derramou muita seguindo-se não só o dano de se
diminuir no seu preço mas também o de poder-se seguir
algum perigo. E nesta consideração eleveis advertir que
a que mandardes daqui em diante se ponha em todo o cuí-
dado para que venha em barris estancos para que se não
perca. Escrita em Lisboa a 22 de novembro de 1698. Rei.
O Conde de Alvor, Presidente. Para o Provedor-mor
da Fazenda do Brasil. 2.a via. Registe-se. Bahia, 12
de março de 1699. Francisco Lamberto. Registada em o
dito dia, mês e ano. Joaquim Antunes Morais.
— 42 —
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto, sobre
o dito Provedor-mor haver remctid.o a
cópia da carta de Sua Majestade ao
Provedor da Fazenda do Rio Grande.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Viu-se a vossa carta de 14 de junho deste ano em
que dais conta de haverdes remetido ao Provedor da Fa-
zenda do Rio Grande a cópia da que se vos havia escrito
sobre o contrato dos dízimos do Ceará se arrematar sepa-
rado do daquela capitania como eu tinha resolvido e pare-
ceu-me dizer-vos repitais a mesma ordem ao Provedor da
Fazenda do Rio Grande, pois este Provedor não deu conta
deste particular. Escrita em Lisboa a 22 de novembro
de 1698. Rei. Conde de Alvor, Presidente. Para o Provedor-
mor da Fazenda do Brasil. 2.a via. Registe-se e se me
torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1690. Francisco Lam-
berto. Registou-se em 17 do dito mês c ano e se tornou
ao dito Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto sobre
o ordenado do padre capelão da forta-
leza do Rio Grande ser na folha.
Francisco Lamberto, eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Ao Governador Geral desse Estado se ordenou que
mandasse para a capitania do Rio Grande um clérigo que
servia na fortaleza dela de capelão para dizer missas aos
soldados e que se lhe dê o que está em estilo dar-se a seme-
lhantes capelães e porque avisou em carta de 15 de junho
deste ano tinha pedido ao arcebispo lhe nomeasse um clérigo
de boa satisfação e procedimento para ir assistir na dita
fortaleza do Rio Grande e que em estando nomeado o
mandaria logo com toda a brevidade. Me pareceu ordenar-
— 43 —
vos façais com que o ordenado deste capelão vá na folha.
Escrita em Lisboa a 10 de novembro de 1698. Rei. O
Conde de Alvor, Presidente. Para o Provedor-mor da
Fazenda do Estado do Brasil. 2.a via. Registe-se e se
me torne. Bahia, 17 de fevereiro de 1699. Francisco Lam-
berto. Registou-se em 17 do dito mês e ano e se tornou
ao dito Provedor.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto sobre
o capelão do terço do Mestre de Cam-
po Jerônimo Sodré Pereira o Padre
Manuel Soares lhe representar que ua
cobrança que o dito padre faz dos 2$400
que se dão para as missas das almas
dos soldados defuntos lhe levar o escri-
vão da fazenda e seus oficiais excessi-
vos salários.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Por parte do Padre Manuel Soares, capelão do terço
dessa praça de que é Mestre cie Campo Jerônimo Sodré
Pereira se me representou aqui que na cobrança que faz
dos 2$400 réis que tenho resolvido se dê de minha Fazenda
para se dizerem de missas pela alma de cada soldado
que aí morre o escrivão da Fazenda e mais oficiais dela
a que toca o passar mandados, certidões e recibos para a
dita cobrança lhe levam excessivos salários ficando por
esta causa diminuta a quantia do dinheiro e menos as
missas a que está aplicado para sufrágios das almas dos
soldados defuntos, e por não ser justo que elas recebam
este dano. Me pareceu ordenar-vos que daqui em diante
façais com que ao escrivão da Fazenda se pague por
cada carga de um soldado que morre 40 réis por cada
mandado 70 réis, e por cada certidão que passa para a
Câmara 40 réis, ao contador 50 réis e ao escrivão do Te-
— 44 —
souro 2 Oreis, ao escrivãoda Câmara 80 réis, e 
sendo mais
soldados os que falecerem e se incluírem em um 
so mandado
se levará a metade do que se lhe dava até agora e pedindo-
se despachos de muitos soldados se não poderá passar
cie um só senão de todos, sendo porque a este respeito
será menos o que se pague rateando-se por todos 
nesta
mesma forma se ordena ao governador geral desse Estado
o faça executar. Escrita em Lisboa a 5 de novembro 
de
1698 Rei O Conde de Alvor, Presidente. Para o Pro-
vedor-mor da Fazenda Real do Brasil. 2.a via. Registe-se
e se me torne. Bahia, 14 de fevereiro de 1699. Francisco
Lamberto. Registou-se em 17 do clito mes e ano e se
tornou ao mesmo Provedor. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor do Estado
do Brasil, sobre informar sobre o reque-
rimento quejez cm Lisboa por parte
de Francisco de Araújo de Azevedo
para se fazer execuções nos^ mais fia-'dores 
de Gregório Teixeira Alvares Fe-
reira .
Francisco Lamberto, Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar. Por parte de Francisco de Araújo e Azevedo se
me fêz acpii a petição cuja cópia se vos envia, em que
pede mande fazer execução nos bens dos mais fiadores
que o foram com êle ao tesoureiro geral desse Estado Gre-
gório Teixeira Álvares Pereira, e pareceu-me ordenar-
vos informeis com vosso parecer neste requerimento ouvi-
das as partes. Escrita em Lisboa a 19 de janeiro de 1699.
Rei. Conde de Alvor, Presidente. Para o Provedor-mor
do Estado do Brasil. Ia via. Registe-se e junte-se aos
autos a que toca e se dê vista ao Doutor Procurador da
Fazenda Real. Bahia, 23 de março de 1699. Francisco
Lamberto.
— 45 —
Cópia
Senhor. Diz Francisco de Araújo e Azevedo, cidade
da Bahia, que ficando simultaneamente com as mais pessoas
declaradas na petição folha 1, ao tesoureiro geral e pa-
gador da gente de guerra daquele Estado, Gregório Tei-
xeira Álvares Pereira, sucedeu ser este alcançado em mais
de vinte e tantos contos que ficou devendo à Fazenda Real
de Sua Majestade, que Deus guarde, e fazendo-se penhora
pelo dito alcance nos bens do suplicante e dos mais confia-
dores, sem embargo de serem todos igualmente obrigados na
fiança como se faz certo pela cópia dela na certidão folhas 3,
verso, tão somente contra os bens do suplicante se proce-
deu a final execução rematando-se-lhe seus rendimentos em
150$000 por ano para deles se ir satisfazendo a dívida
de Vossa Majestade e como os bens dos ditos confiadores
se não entendeu mais como também mostra na certidão,
folha 5 verso, o que certamente cede em rendimento da Fa-
zenda de Vossa Majestade porque sendo a dívida de impor-
tância tão considerável muito tarde pode ser satisfeita por
rendimento tão limitado como de 150$000 em cada um ano
e do suplicante porque em toda sua vida e de toda sua famí-
lia ficará arrastado e sem esperança de poder ter com que
remedia-la nem pagar a Vossa Majestade o que não será
procedendo-se também contra os mais fiadores porque nesta
forma será a fazenda de Vossa Majestade satisfeita em mais
breve tempo e o suplicante poderá viver na esperança de se
ver descarregado, nem parece justo que sendo a obrigação
igual será dura só para êle e aliviada para os mais consócios
nelas. E assim na consideração do que refere e mostra
por documentos, autênticos pede a Vossa Majestade haja
por bem ordenar que também se proceda a execução contra
os bens dos mais confiadores para que a Fazenda de Vossa
Majestade seja satisfeita com mais brevidade e ao suplicante
fique a expectativa de se poder ver desonerado desta obri-
gação em algum tempo. E receberá mercê. André Lopes
de Laura. Matias Miranda de Oliveira a registou no mes-
— 46 —
mo dia do despacho do Provedor-mor, e se entregou a
própria ao escrivão dos feitos da Fazenda 
Real. Francisco
Ferreira em o dito dia. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Provedor-mor da Fa-
zenda Real Francisco Lamberto sobre
se pagar daqui em diante por cada peçade escravos de direitos dos que se regis-
tarem na Costa da Mina.
Provedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil. Eu
El-Rei vos envio muito saudar. Mandando ver o que o
bÍspo da Ilha de São Tome me representou a-fim-de crescer
o rendimento dos direitos que pelo foral da dita ilha cos-
tuniam pagar os escravos que nela se despacham, tirados
por resgate da Costa para serem pagos as congruas eclesiás-
ticas a que estão aplicados os tais direitos que por não che-
garem serve de escusa aos cônegos para faltarem a reza do
coro dos curas o assistirem a suas ovelhas, apontando como
remédio o acrescentarem-se as avaliações dos escravos^ e
fazendas, segundo o valor que hoje tem para a esse respeito
se pagar deles quarto e vintena ou fazendo-se como em
Angola por ser muito limitado o direito de 1$750 réis que
é o que hoje pagam por cada escravo de quarto e vintena
a razão de peça e não de cabeça na forma do dito foral.
Fui servido resolver que se pague daqui em diante por cada
peça de direitos dos que se resgatarem na dita costa de
acrescentamento somente outro tanto como até agora se
pagava, por ser justo que assim como tem crescido tanto
o preço dos negros no Brasil e com êle a ganância do
resgate corresponda a ela o tributo de que vos aviso para
que na forma desta minha resolução executeis daqui em
diante o que por ela vos ordeno fazendo-a registar nos
livros da minha Fazenda e mais partes necessárias para
que a todo o tempo conste de como assim o houve por
bem. Escrita em Lisboa a 10 de janeiro de 1699. Rei.
Para o Provedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil.
— 47 —
Conde de Alvor, Presidente. l.a via. Registe-se nos livros
da Fazenda Real e alfândega e se me torne. Bahia, 23 de
março de 1699. Francisco Lamberto. Registei em 26 do
dito mês e ano e se entregou ao escrivão da Alfândega
no dito dia. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta dc Sua Majes-
tade para o Governador c Capitão Ge-
ral deste Estado Dom João dc Alen-
castro sabre a restituição dos padres da
companhia das aldeias do Rio de São
Francisco sabre os Padres Frei Do-
mingos Barbosa, c Frei Bento da Sil-
veira, c sobre a junta das missões, sô-
bre os índios da vila de São Paulo e
sobre outras mais missões.
Dom João de Alencastro, amigo. Eu El-Rei vos envio
muito saudar. A vossa carta dc 7 cie julho do ano passa-
do em. que dais resposta a outra que vos mandei escrever
em 30 de janeiro do mesmo ano, contém quatorze pontos
todos com tal clareza, zelo e cuidado da execução das mi-
nhas ordens e do que pode ser mais conveniente ao serviço
de Deus nosso senhor e meu que não seria necessário
tornar-vos a escrever sobre eles se não fôsse para vos
constar como me foram presentes as vossas direções e
como ficam na minha lembrança os motivos que cada dia
me dá de novo para o meu agradecimento. Era o primeiro
ponto de restituição aos Padres da Companhia para aldeias
do Rio de São Francisco, que suponho estar de todo con-
seguida, e com o provincial da companhia praticareis se
lhe é conveniente largar essas aldeias aos carmelitas des-
calços para as quais se ofereceram ao bispo de Pernam-
buco ocupando-se em outras missões, especialmente pelas
que de novo lhe acrescem nas terras do Ceará com o
colégio que lhe tenho mandado fazer para esse efeito, isto
por insinuação e não por ordem de os persuadir por que
eu os desejara em todas as aldeias, em todas as povoações
— 48 —
em todas as terras do meu domínio; o segundo-e terceiro
tratavam dos Padres Frei Domingos Barbosa e Frei Bento
da Silveira e me parecer o mesmo (pie se determinou na
junta das missões desta cidade acrescentando que 
tendo
esses padres (pie requerer nesta matéria o façam na dita
junta »»ndc se lhes poderá deferir com mais conhecimento
dos seus procedimentos e do préstico que tiverem para
missionários sobre o que me apresentaram alguns^ papeis
que se vos remetem por via de Roque Monteiro Paim com
carta sua que lhe mandei entregar aos ditos padres. No
quarto me dizeis que tendes feito a junta das missões como
vos tinha encomendado e o continuareis entendendo^ que
os dias de se fazerdevem ser aqueles que a mesma junta
ajustar com declaração que se fará em outros^ mais
quando seja necessário e assim o pedir a impor-
tância dos negócios. Sobre o quinto dos índios da
vila de São Paulo me pareceu dizer-vos que está bem
cometida essa diligência ao Padre Francisco, de Matos
Provincial da Companhia porém como nesta matéria, tem
acrescido os avisos que nesta monção vieram ao governador
do Rio de Janeiro Artur de Sá de Meneses em que tem
ajustado com os moradores daquela vila ,o que vos poderá
já ser presente e vos participará também Roque Monteiro:
Paim. Vos ordeno (pie suspendais a execução do cpie pare-
cer na junta e vos tinha mandado executar e me daresi
conta para conforme o estado das coisas das (piais igual-
mente vos poderá dar verdadeiras notícias, O: dito Pro-
vincial , quando se recolher a essa cidade possa1 eu tomar;
a resolução que fôr mais conveniente a meu serviço e bem
cias almas. O sexto que pertence às missões - do Rio de
Caravelas o meio que apontais para adiante e remédio dos.
missionáros que tendes aplicado tenho mandado conferir
com o bispo do Rio de Janeiro e de cpie se ajustar com
êle se vos avisará em outra carta. No sétimo dos missio-'
nários que pelos distritos da vila do Penedo' e:;das Ala-
goas deve mandar todos os meses o Provincial de São
Francisco lhe maneio escrever assim o execute e vós ; o
— 49 —
aplicareis para que não falte a esta obrigação. No oitavo
e nono em que dais conta da averiguação que vos
mandei fazer do hospício do Rio Real e do convento de
Nazaré não tenho que vos encomendar de novo nem sobre
eles há coisa que mereça nova recomendação. Quanto ao
décimo que trata da petição que fizeram os padres carme-
liías descalços lhes eleveis deferir com toda a brevidade,
tanto pelo que toca ao distrito (pie pedem junto do mar e
lagoas ou de rios, como de côngruas que se costumam dar
por minha ordem aos missionários úhá aldeias por ser justo
que a eles se lhes dessem diferença pois tem a mesma razão
e que se encarreguem de todas as aldeias que puderem
administrar por serem aqueles que mais imitam os da Com-
panhia de Jesus. No úndecimo em que me significais o
cuidado de prover as missões e aldeias do Rio de S. Fran-
cisco e de se freqüentarem por todos os engenhos e mora-
dores do recôncavo e sertão dessa cidade, mereceis parti-
etilarmente o meti agradecimento e a matéria também pede
que eu vos recomende segunda vez que vos apliqueis a
este cuidado j)or todos os meios que couberem na vossa
diligência. No duodécimo em que também me significais
a' vontade com que se vos oferecem os padres de São Bento
para assistirem nas aldeias me jiareceti dizer-vos que lha
aceiteis e agradeçais de minha parte tendo sujeitos capazes
cie se encarregarem delas porque quanto mais missionários
houverem com espírito e vocação de poderem ser bons
quanto mais se aumentarão as missões e se actidirá ao
remédio das almas que o necessitam. No décimo terceiro
em que me representais o que vos parece de se darem côn-
gruas aos missionários das aldeias que estiverem em menos
distância de 50 léguas deveis entender que esta distância
se arbitrou especialmente para os padres da Companhia por
representarem que sendo maior não poderiam socorrer do
50 —
colégio os seus padres que se achavam neles e que 
isto mes-
mo procede a respeito daquelas religiões 
cpie tiverem con-
ventos na Bahia com rendas capazes de se sustentarem 
os
seus missionários, porem que não pode compreender 
as ou-
trás religiões que forem mendicantes ou nao 
tiverem rendas
capazes'para êsse efeito nem também estas mesmas 
religiões
se as aldeias que tiverem a seu cargo forem 
tantas que
não possam com a despesa delas porque 
neste caso se de-
vem socorrer e (lar as côngruas que se tem arbitrado 
neces-
sárias para se poderem sustentar nas aldeias 
no que pro-
adoreis com tão particular atenção (piai de vos confio
tanto a respeito do encargo de minha Fazenda não to-
niall(lo nela (» que deve ser cias ditas religiões como 
a
respeito dos ditos missionários que sem as côngruas de
que necessitam se não poderão sustentar nas aldeias 
de que
são ou forem encarregados. No décimo quarto e último
ponto, do assento que se tomou na junta das missões 
da
Bahia de ser necessário que as regiões se aprendam em
menos a Lngua geral dos índios. E\ circunstância esta
sem a (piai não é possível (pie os missionários aproveitem
ou nas missões das aldeias que são de índios ou nas cpie
fazem pelo recôncavo pelos engenhos onde pode haver os
ditos índios e cm que ordinariamente assim tem muitos
negros e como dizeis que, ao menos elevem aprender a
língua geral devo supor que também saber as cios negros
por não ficarem como mais miseráveis destituídos de re-
médio espiritual de suas almas, que igualmente foram re-
midas com o sangue de Cristo e sendo êste ponto o último
vos recomendo que seja o primeiro do vosso zelo para que
o procureis executar com muitas e continuadas diligências
com os prelados de todas as religiões para que se consiga
o efeito dele. Escrita em Lisboa a 16 de dezembro de 1698..
Rei. Para Dom João de Alencastro. l.a via. n.° 197.
Registou-se em 6 de abril de 1699, e se entregou ao senhor
Governador e Capitão Geral. Dom João de Alencastro.
Joaquim Antunes Morais. :;'"'¦¦"¦¦
— 51 —
Registo de uma portaria do Go-
vernador c Capitão Geral Dom João de
Alencastro pela qual ordena ao Prove-
dor-mor da Fazenda Real Francisco
Lamberto mande registar a carta de
Sua Majestade a qual adiante vai regis-
tada.
O Provedor-mor da Fazenda Real deste Estado mande
registar nos livros dela a carta de Sua Majestade, que
Deus guarde, que com esta se lhe remete, e assentar a
praça de Capelão da Fortaleza do Morro de São Paulo
ao Padre Manuel Machado Rebelo para se lhe pagar o
seu soldo na forma que se faz aos mais capelães da dita
fortaleza por Sua Majestade o mandar restituir a dita
capelania. Bahia, 11 de abril le 1699. Dom João de Alen-
castro.
Despacho do Provedor-mor.
Registe-se com a carta de Sua Majestade. Bahia, 13
de abril de 1699. Lamberto. Registada no dito dia, mês
e ano. Joaquim Antunes Morais.
Registo da carta de Sua Majes-
tade escrita ao Governador c Capitão
Geral deste Estado Dom João de Alen-
castro sobre se restituir a capelania da
Fortaleza do Morro de São Paulo ao
Padre Manuel Machado Rebelo.
Dom João de Alencastro, amigo, eu El-Rei vos envio
muito saudar. Por parte do Padre Manuel Machado Re-
belo se me representou que sendo provido por vós em o
lugar de Capelão da Fortaleza do Morro de São Paulo
o depusestes dele por algumas pessoas suas inimigas vos
informarem contra a verdade maculando seu procedimento
sem averiguardes judicialmente a sem razão e falsidade da
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queixa, tendo-se havido no dito lugar cora 
toda a astisfação
e zelo do serviço de Deus. e meu como mostrou com doctt-
mentos. Pedindo-me o mandasse restituir da dita cape-
lania visto ser dela expulso sem culpas e ficar infamado o
seu crédito, e pareceu-me ordenar-vos conserveis ao dito
Padre Manuel Machado Rebelo nesta capelania da qual
não podia ser removido sem sentença e o restittiais logo
a ela o que vos hei por muito recomendado e havendo con-
tra êle culpas digais quais são para que neste particular
se possa então tomar a resolução que parecer conveniente.
Escrita em Lisboa a 31 ele outubro de 1698. Rei. Conde
de Alvor, Presidente. Para o Governador e Capitão geral
do Estado do Brasil. l.a via. Registada em 11 de abril
de 1699, e se entregou na Secretaria do Estado. Joaquim
Antunes Morais.
Registo da carta de Sita Majes-
tade para o Provedor-mor da Fazenda
Real, Francisco Lamberto sabre se en-
tregar aos correspondentes de Manuel
Antônio Vaz Coimbra vinte mil cru-
seiros do que estiver pronto para se
remeter ao Conselho Ultramarino, pas-
saneio letras seguras sabre os ditos a
pagarem à ordem do dito Conselho.
Francisco Lamberto. Eu El-Rei vos envio muito sau-
dar Manuel e Antônio Vaz Coimbra, homens de negócio
desta corte me representaram haverem mister nesta cidade
algum dinheiro até a quantia de

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