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Aula Crescimento Desenvolvimento

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Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO
Departamento de Enfermagem
Disciplina: Saúde da Criança e do Adolescente
Enf.º Ms. Herlon Fernandes de Almeida
Saúde da Criança e do Adolescente
Juiz de Fora, 2019
Perfil epidemiológico da população infantil;
Avanços científicos;
Incorporação de tecnologias;
Incremento na produção de cuidados;
Participação dos pais;
Reconhecimento da importância do
trabalho multiprofissional;
Preocupação com a qualidade de vida e com os
direitos humanos.
INDICADORES
Mortalidade na Infância (menores de 5 anos)
Brasil
• 1990: 60,8 óbitos/1000 nascidos vivos
• 2015: 16,4 óbitos/1000 nascidos vivos
Suécia
2014: 2,6 óbitos/1000 nascidos vivos
MORTALIDADE INFANTIL (MENORES 
DE 1 ANO)
Brasil
1990: 47 óbitos/1000 nascidos vivos
2000: 29 óbitos/1000 nascidos vivos
2015: 13,8 óbitos/1000 nascidos vivos
Norte
2015: 18,1 óbitos/1000 nascidos vivos
Nordeste
2015: 17.5 óbitos/1000 nascidos vivos
São Paulo: 10,2 óbitos/1000 nascidos vivos
Amapá: 23,5 óbitos/1000 nascidos vivos
• Desigualdades Regionais
• Iniquidades grupos sociais (mortalidade infantil maior 
entre negros e índios do que em brancos)
O QUE NÃO PODE DEIXAR DE SER FEITO
• Promoção do nascimento saudável
• Acompanhamento do recém-nascido de risco
• Acompanhamento do crescimento, do 
desenvolvimento e da imunização
• Promoção do aleitamento materno e da 
alimentação saudável
• Atenção aos distúrbios nutricionais e anemias 
carenciais
• Atenção às doenças respiratórias e infecciosas
NECESSIDADES ESSENCIAIS DAS
CRIANÇAS
• Necessidades de relacionamentos sustentadores
contínuos: relacionadas à presença do cuidador(a) e
ao modo de interação, contribui para o
desenvolvimento da segurança emocional da criança
• Necessidades de proteção física e segurança para
promoção e manutenção de aspectos físicos e
fisiológicos (alimentação, higiene, sono, abrigo,
crescimento e desenvolvimento, apoio à hábitos
saudáveis e proteção contra infecções e acidentes)
-NECESSIDADES DE EXPERIÊNCIAS QUE
RESPEITEM AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
(COMPORTAMENTO, HABILIDADES FÍSICAS E
SENSORIAIS E AS PARTICULARIDADES DE CADA
CRIANÇA)
-Necessidades de experiências adequadas
ao desenvolvimento
-Necessidades de comunidades estáveis,
amparadoras e de continuidade cultural
(comunidade e cultura como alicerces para o
desenvolvimento da criança e sua família,
considerando os aspectos assistenciais,
educacionais e de saúde em sua rede social)
- Necessidades do estabelecimento de
limites
Saúde da Criança: 
acompanhamento do 
crescimento e desenvolvimento
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Crescimento: 
• Aumento físico do corpo como um todo ou de suas
partes, e pode ser medido em termos de centímetros
ou de gramas;
• Traduz aumento do tamanho das células
(hipertrofia) ou de seu número (hiperplasia)
[mudança em quantidade]
• Avaliação: anamnese, exame físico, observação e
mensuração de alguns índices ou parâmetros
• Desenvolvimento:
• Aumento da capacidade do indivíduo na realização de
funções cada vez mais complexas
• Processo complexo, dinâmico, consiste em interação e
integração do indivíduo com o ambiente e pessoas
[mudança qualitativa]
• Desenvolvimento infantil: domínio psicomotor, ajuste
psicossocial e conquista da capacidade de comunicar-se
através da linguagem
• Avaliação: testes, observação, comportamento social e
cultural
CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
Alterações do tamanho, da forma ou das funções
celulares
Bioquímico, anatômico, fisiológico e psicossocial
Crescimento depende da integração indivíduo /
ambiente
Crescimento e desenvolvimento: danos ocorridos
numa das etapas do processo pode refletir nas
etapas seguintes
IMPORTÂNCIA
• Conhecer o desenvolvimento normal e suas variações
para que se possa oferecer orientações à família, e em
caso de necessidade, fazer o encaminhamento para
diagnóstico e intervenção, o mais precocemente
possível;
• Crescimento e desenvolvimento são eixos centrais da
atenção à criança, identificando os grupos de maior
risco para intervenções apropriadas, com o intuito de
efetivamente diminuir a morbimortalidade infantil.
ETAPAS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
• Pré-natal
• Recém-nascido (RN) = menores de 28 dias
• Lactente = de 28 dias a < 2 anos
• Pré-escolar = de 2 a < 6 anos
• Escolar = de 6 a < 10 anos
• Adolescente = de 10 a 18 – 20 anos (exclusive)
• Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990)
• Criança < 12 anos
• Adolescente 12 a 18 anos
FATORES DO CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
Crescimento e Desenvolvimento constituem a resultante final da
interaçãode um conjunto de fatores
• Intrínsecos = herança ou hereditariedade e sistema neuroendócrino
• Extrínsecos = ingestão de dieta normal, atividade física e toda
estimulação biopsicossocial ambiental
Entre a concepção e o nascimento
nutricionais (deficiência de vitaminas, iodo e outros fatores), mecânicos
(ectopia, posição fetal anormal), endócrinos (diabetes materno, outros),
actínicos (irradiações), infecciosos (rubéola no primeiro trimestre e
toxoplasmose, sífilis e outras infecções no segundo trimestre), imunitários
(incompatibilidade materno-fetal de grupos sanguíneos), anóxicos (função
placentária deficiente), drogas de efeito teratogênico.
Após o nascimento
Ambiente: variabilidade, indivíduo em constante adaptação (fisiológica,
processos mórbidos, nutricional, atividade física, alterações climáticas e
ambientais, estímulos biopsicossociais, afeto)
PESO
Um índice de desenvolvimento global da criança. Uma
medida sensível aos agravos
Classificação do Rn segundo peso de nascimento:
• Baixo peso < 2500g
• Alto peso > 4000g
• Média: 3000 a 3500g
Perda fisiológica: até 10%, até 5º dia (eliminação de urina
e mecônio, edema, jejum das primeiras horas de vida,
início ingesta)
Recuperação: 8º ao 14º dia (ao redor do 10º dia)
• Ganho médio primeiro ano de vida:
• 1º trimestre: 30 g/dia
• 2º trimestre: 25g/dia
• 2º semestre: 20 g/dia
• 12 meses: triplica peso de nascimento
• 2 anos: quadruplica peso de nascimento
• A partir do 2º ano de vida o ganho médio é
de cerca de 2 Kg por ano até a idade de oito
anos
ALTURA
Uma medida mais estável que o peso. Seu aumento é 
bem determinado pelo crescimento do esqueleto.
Nascimento: 48 a 50 cm 
Ganho médio:
• 1º semestre: 15cm (2 a 3cm/mês)
• 2º semestre: 10cm
• Ao final do 1º ano de vida: cresceu cerca de 50% da altura 
do nascimento
• 1º e 2º ano: ganha 10 a 12 cm
• 4 anos: cerca de 1 metro (dobra a de nascimento)
PERÍMETRO CEFÁLICO E PERÍMETRO
TORÁCICO
PC
Medida: passar a fita métrica pelo ponto mais saliente do occipitale
imediatamente acima dos sulcos supra-orbitários
• Nascimento: 33 a 35 cm
• 1º ano: +10 a 12cm (1cm/mês)
• Até 20 anos: +20 a 22cm (maior porcentagem até os 2 anos idade)
Fontanelas = são articulações membranosas (espaços cartilaginosos) dos
ossos do crânio (bregmática, lambdóide). Fechamento: por volta dos
18 meses de idade
• PT
Medida: passar a fita métrica pelos mamilos e no meio
tempo entre a inspiração e a expiração
• Nascimento: 30 a 33 cm
• 1º ano: PC > PT
• 1 a 2 anos: PC = PT
• > 2 anos: PC < PT (5 a 7 cm)
ACOMPANHAMENTO DO 
CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Cronograma: rotina proposta pelo Ministério da Saúde para as crianças:
1º mês; 2º mês; 4º mês; 6º mês; 9º mês; 12º mês; 18º mês e 24º mês.
Em todas as consultas de rotina o profissional de saúde deve avaliare
orientar:
» • Aleitamentomaterno
» • Alimentaçãocomplementar
» • Peso, altura, perímetrocefálico
» • Vacinas
» • Desenvolvimento
» • Cuidados de saúde
» • Prevenção deacidentes
» • Identificação de alterações nasaúde
PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO POR IDADE
(Wong, 2006)
Período Pré-Natal: da Concepção ao Nascimento
• Germinal: Da concepção até aproximadamente 2 semanas
• Embrionário: De 2 a 8 semanas
• Fetal: De 8 a 40 semanas (nascimento)
• Uma taxa de crescimento rápido e dependência total fazem com
que esteseja um dos períodos mais importantes no processo do
desenvolvimento. A relação entre a saúde materna e certas
manifestações no recém-nascido enfatiza a importância do
atendimento pré-natal adequado para a saúde e o bem-estar do
lactente.
PERÍODO DA INFÂNCIA: DO NASCIMENTO AOS 12
MESES
Neonatal: Do nascimento aos 28 dias
Infância: De um a aproximadamente 12 meses
O período da infância consiste em um rápido desenvolvimento motor,
cognitivo e social. Através da mutualidade com os cuidadores (pais),
o lactente estabelece uma confiança básica no mundo e forma base
para seus futuros relacionamentos interpessoais. O primeiro mês de
vida é crítico e, embora faça parte do período da infância, geralmente
é diferenciado do restante devido aos grandes ajustes físicos à
existência extra-uterina e à adaptação psicológica dos pais.
PRIMEIRA INFÂNCIA: DE 1 A 6 ANOS
Bebê: De 1 a 3 anos
Pré-escolar: De 3 a 6 anos
Este período, que se estende do momento que a criança atinge a
locomoção em pé até entrar na escola, é caracterizado por atividades
e descobertas intensas. É uma época de desenvolvimentos físicos e
de personalidade marcantes. O desenvolvimento motor avança
uniformemente. Crianças nessa idade adquirem a linguagem e
ampliam os relacionamentos sociais, ganham autocontrole e domínio,
desenvolvem um aumento de consciência da dependência e da
independência, e começam a desenvolver um autoconceito.
MEIO DA INFÂNCIA: DE 6 A 11 OU 12 ANOS
Frequentemente denominada como “idade escolar”, este período
do desenvolvimento é aquele no qual a criança é direcionada para
longe do grupo familiar e centrada ao redor do mundo mais amplo
dos relacionamentos com seus pares. Há um avanço uniforme no
desenvolvimento físico, mental e social, com ênfase no
desenvolvimento das habilidades e competências. A cooperação
social e um início de desenvolvimento moral ganham mais
importância, o que será relevante para os estágios posteriores da
vida. Essa é uma fase crítica para o desenvolvimento de um
autoconceito.
FIM DA INFÂNCIA: DE 11 A 19 ANOS
Pré-púbere: De 10 a 13 anos
Adolescência: De 13 a aproximadamente 18 anos
O período mudanças rápidas conhecido como adolescência, é
considerado como uma fase de transição que se inicia no começo
da puberdade e se estende ao ponto da entrada no mundo adulto. A
maturidade biológica e da personalidade é acompanhada de
agitação física e emocional e ocorre também a redefinição do
autoconceito. No fim da adolescência, o jovem começa a internalizar
todos os valores previamente aprendidos e a se concentrar em uma
identidade individual, em vez da identidade de grupo característica
da adolescência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• ARAÚJO J. P., et al. História da saúde da criança: conquistas, políticas e perspectivas. Rev Bras. 
Enferm. v. 67, n. 6, p. 1000-7, nov./dez, 2014. Disponível em: <http:// 
www.scielo.br/pdf/reben/v67n6/0034-7167-reben-67-06-1000.pdf>. 
• CEARÁ. Secretaria do Estado da Saúde. Manual de normas para saúde da criança na atenção 
primária: módulo I: puericultura. Fortaleza; 2002. Disponível em: 
<http://docslide.com.br/documents/13224112-manual-puericultura-brasil1.html>
• COLLET, N.; OLIVEIRA, B. R. G. de; VIERA, C. S. Manual de enfermagem Pediátrica. 2. ed. 
Goiânia: AB. 2010. 
• FROTA, M. A. et al. Reflexão sobre políticas públicas e estratégias na saúde integral da criança. 
Enfermagem em Foco. v. 1, p. 89-140, 2010. Disponível em: <http:// 
revista.portalcofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/42/42>. 
• MENDES, D. S. et al. Recurso didático pedagógico para o ensino do cuidado à criança e 
adolescente para técnicos em enfermagem. Porto Alegre: Evangraf. 2016.
• OLIVEIRA, I. C. S. A prática de enfermagem em pediatria: reflexões na virada do milênio. Esc. 
Anna Nery Rev. de Enferm. Rio de Janeiro. v. 4 n. 1 p. 15-20, abr., 2000. Disponível em: 
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• ROCHA, S. M. M.; LIMA, R. A. G.; SCOCHI, C. G. S. Assistência Integral à saúde da criança no 
Brasil: implicações para o ensino e a prática de enfermagem pediátrica. Saúde e sociedade v. 6, 
n. 1, p. 25-52, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/sausoc/v6n1/04.pdf>

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