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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
COMUNICAÇÃO E
NOVAS TECNOLOGIAS
Eliane Cristina de Freitas Rocha
FEAD
Belo Horizonte
2013
Publicado por FEAD
Copyright©2013 FEAD
Diretor-Geral
José Roberto Franco Tavares Paes
Capa
E-sing, Erkin Sahin (Turquia). 
Fonte: Stock.xchng
R672c Rocha, Eliane Cristina Freitas
Comunicação e novas tecnologias / Eliane 
Cristina Freitas Rocha. Belo Horizonte: EAD/Fead, 
2009.
236 p.
ISBN:978-85-99419-70-0
 
I. Comunicação - Tecnologias
CDU 301.153
Todos os direitos reservados ao 
Sistema Integrado de Ensino de Minas Gerais – SIEMG
Rua Cláudio Manoel, 1.162 – Savassi – Belo Horizonte – MG
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou 
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele eletrônico, 
mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização do SIEMG.
Atenção: pode acontecer de algum desses sites indicados não estar mais 
disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação.
A Faculdade FEAD apresenta novo projeto, fundamentado em 
aspectos metodológicos da auto aprendizagem, e inaugura os cur-
sos de graduação na modalidade a distância.
Estudar na modalidade a distância é adquirir, além de conhe-
cimento do conteúdo apresentado, competências hoje exigidas 
no campo profissional e pessoal: autonomia, interação, determi-
nação, gerenciamento da própria formação e atualização conti-
nuada.
A Instituição que se propõe formar empreendedores apresen-
ta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. O projeto 
FEAD de Educação a Distância vem sendo desenvolvido desde 
2004 e, agora, torna-se realidade.
Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos edu-
cacionais é o que move a comunidade FEAD. Projeto de muitas 
mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, coordenadores, 
funcionários, empresas parceiras e direção, na busca de produzir 
o que há de consubstancial em aprendizagem na modalidade a 
distância.
Sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo 
tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXI! 
Professor José Roberto Franco Tavares Paes 
Direção-Geral
Meu nome é Eliane, mas sou conhecida pelo 
apelido, Lili.
Graduei-me em Ciência da Computação pela 
PUC-Minas e em Comunicação Social (Habilita-
ção Radialismo) pela UFMG. 
Depois de trabalhar como analista de sistemas 
por um curto período, fiz mestrado em Comuni-
cação Social, quando pesquisei os percursos rea-
lizados por estudantes adolescentes na Internet. 
Sou professora desde 2001, quando ainda fa-
zia o mestrado. E de lá para cá, lecionei discipli-
nas como Teorias da Comunicação, Computadores e Sociedade e Interface 
Homem-Máquina em cursos de Comunicação e Sistemas de Informação. 
Procurei (e procuro) aliar o conhecimento técnico à reflexão teórica so-
bre as influências da tecnologia na vida social. É o que proponho neste livro. 
Primeiro, vamos entender melhor o que é a tecnologia da informação e, de-
pois, vamos ver o campo de possibilidades de intervenção que ela nos traz, 
especialmente no trabalho. 
Estaremos juntos para aprender sobre a tecnologia por meio dela mesma 
- papéis, livros, Cds, discussões no computador. Vamos usar todos os instru-
mentos tecnológicos para estar juntos e compartilhar o saber. 
Nossos contatos serão muito intensos através da tecnologia e, ao contrá-
rio do que muitos pensam, vamos perceber que o computador aproxima as 
pessoas que têm propósitos comuns e que, juntas, querem se aventurar na 
busca do conhecimento!!!
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Sumário
AULA 1 • O que é Comunicação e Novas Tecnologias ..................................................................9
AULA 2 • O processo comunicativo ..................................................................................... 17
AULA 3 • Funções da comunicação ..................................................................................... 25
AULA 4 • Tecnologia digital e computadores .......................................................................... 33
AULA 5 • Software ........................................................................................................ 41
AULA 6 • Construção e aquisição de software ........................................................................ 49
AULA 7 • Programas editores de texto ................................................................................ 57
AULA 8 • Recursos básicos dos processadores de texto ............................................................. 63
AULA 9 • Recursos avançados dos processadores de texto .......................................................... 73
AULA 10 • Recursos básicos das planilhas eletrônicas ............................................................... 79
AULA 11 • Gráficos e funções nas planilhas eletrônicas ............................................................. 89
AULA 12 • Cenários e expressões condicionais em planilhas ....................................................... 95
AULA 13 • Introdução aos bancos de dados .......................................................................... 105
AULA 14 • Recursos básicos do Microsoft Access .................................................................... 113
AULA 15 • Recursos básicos do Microsoft Access - parte II ......................................................... 123
AULA 16 • Programas para apresentações ............................................................................ 129
AULA 17 • Redes de computadores .................................................................................... 137
AULA 18 • Serviço World Wide Web da Internet ..................................................................... 145
AULA 19 • Correio eletrônico e aplicações relacionadas ........................................................... 151
AULA 20 • Conversas e compartilhamentos .......................................................................... 161
AULA 21 • Informática para comunicação e informação ........................................................... 167
AULA 22 • Sistemas de informação .................................................................................... 175
AULA 23 • Uso estratégico das novas tecnologias da informação e da comunicação ..........................181
AULA 24 • E-business .................................................................................................... 189
AULA 25 • E-commerce .................................................................................................. 195
AULA 26 • Crimes por computador .................................................................................... 201
AULA 27 • Medidas de segurança ...................................................................................... 209
AULA 28 • Era da informação ........................................................................................... 215
AULA 29 • Trabalho na Era da Informação ............................................................................ 221
AULA 30 • O Brasil na Era da Informação ............................................................................. 227
O que é comunicação 
e novas tecnologias?
AULA 1
Objetivos
• Conceituar o que é comunicação.
• Diferenciar a comunicação humana da 
comunicação de outros organismos.
• Diferenciar a comunicação interpessoal 
da comunicação social.
• Entender o que são os meios de comuni-
cação interpessoal e de massa.
• Saber quais novas tecnologias serão es-
tudadas no curso.
COMUNICAÇÃO E
NOVAS TECNOLOGIAS
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
10
Introdução
Certamente você se comunica diariamente com seus 
amigos, familiares e colegas de trabalho, pessoalmente ou 
utilizando algum meio de comunicação, como os telefo-
nes fixo ou celular.
Você já parou para pensar na importância da comu-
nicação na sua vida? Ou para refletir sobre os avanços dos 
diversos meios de comunicação na sociedade? Imagine a 
vida sem telefone, sem Internete sem TV! Difícil, não?
Pois é. Esta disciplina vai nos fazer pensar melhor so-
bre a importância da comunicação e das novas tecnolo-
gias. 
Mas o que é comunicação? Que novas tecnologias va-
mos estudar?
Vamos responder a estas duas perguntas nesta aula, 
começando pela comunicação.
Comunicação
No dia a dia, você fala “bom dia” a diversas pessoas, 
conversa com colegas de trabalho e pessoas de sua família. 
Mas, será que todas estas conversas podem ser considera-
das atos de comunicação?
A palavra comunicação vem de communicatio - co (re-
união) + munis (estar encarregado de) + tio (ação) – que 
significa atividade realizada conjuntamente. Seria, assim, 
alguma atividade realizada em conjunto com outras pes-
soas. Mas então qualquer atividade realizada em conjunto 
é comunicação? Quando jogamos bola com os amigos, es-
tamos fazendo comunicação? Animais que convivem em 
comunidade, como as abelhas, também se comunicam?
Para Bordenave (1983), a comunicação não acontece 
somente entre seres humanos, mas é um processo neces-
sário à sobrevivência de qualquer organização. Para ele, 
existem sete níveis de comunicação. 
O primeiro nível de comunicação é o nível mecânico: 
partes de um equipamento interagem entre si para que ele 
não pare de funcionar. Assim, por exemplo, se o fio que 
liga a TV à tomada está com mau contato, a TV para de 
funcionar porque o mecanismo de comunicação entre a 
tomada e a TV foi interrompido. 
O segundo nível de comu-
nicação acontece em sistemas 
físicos fechados homeostáticos. 
Quando colocamos uma pedra 
de gelo em um copo de água, por 
exemplo, o gelo derrete e a água esfria até que o siste-
ma chegue a um ponto de equilíbrio. Dizemos que gelo 
e água interferem mutuamente, se comunicam, interagem 
até chegar a um ponto de equilíbrio.
O terceiro nível da comunicação acontece em orga-
nismos biológicos celulares. Uma célula, para se manter 
viva, recebe fluxo de material químico e os processa. A 
interação da célula com o material varia de acordo com 
o reconhecimento que ela faz do material. Um glóbulo 
branco reconhece um vírus e o destrói, mas reconhece um 
alimento e o processa. A célula é um sistema aberto em 
constante contato com substâncias diferentes que são, de 
alguma forma, informação dinamicamente reconhecida e 
processada.
O quarto nível da comunicação é botânico, ou comu-
nicação realizada no reino vegetal. Diz-se que as diversas 
partes de uma planta se comunicam – a raiz se comunica 
com o caule, que por sua vez se comunica com as folhas e 
assim por diante – para a manutenção da vida.
O quinto nível da comunicação é zoológico, é a co-
municação entre os animais, realizada através de mecanis-
mos instintivos e pela utilização de órgãos especializados 
para função da comunicação – como orelhas, boca, ante-
nas etc., dependendo da espécie. 
O sexto nível da comunica-
ção é humano, é a comunicação 
interpessoal. Acontece através da 
linguagem, da informação codi-
ficada, envolve a imaginação, e 
empatia entre as pessoas.
O sétimo nível da comunica-
ção é o nível social, é a estrutura 
de troca de informações e mensa-
gens na sociedade, isto é, o con-
junto de relações de influência 
recíproca entre os membros da so-
ciedade. Acontece principalmente 
através dos meios de comunica-
ção: rádio, televisão, jornal etc.
Podemos perceber que a ca-
racterística comum a todas as formas de comunicação é a 
interação entre as partes envolvidas, sejam elas mecânicas, 
orgânicas ou físicas.
A comunicação envolve, sempre, 
um processo de interação.
Sistema homeostático sig-
nifica sistema que tende 
a manter um equilíbrio 
(homo=igual, satus=es-
tado).
Empatia é diferente 
de simpatia. Significa 
a capacidade de nos 
colocarmos na posição do 
outro e vê-lo como nosso 
semelhante . Animais não 
teriam desenvolvido em-
patia, o que os distingue 
dos seres humanos.
Existem outras formas de 
comunicação social não 
mediadas pelos meios de 
comunicação, como os 
manifestos sociais, comí-
cios, assembléias, etc.
AULA 1 • O que é comunicação e novas tecnologias? 
11
Vamos voltar agora à pergunta inicial: qualquer tipo 
de interação entre os seres humanos é comunicação? O 
que você acha? O jogo de futebol com os amigos é ativi-
dade de comunicação?
É preciso entender que nem todo tipo de atividade 
em conjunto pode ser considerada comunicação humana. 
Para que aconteça comunicação, é preciso que uma pes-
soa rompa o seu isolamento para estar com outra, que as 
pessoas interajam e o façam através da linguagem. Isto é o 
que distingue a comunicação humana e social dos outros 
níveis de comunicação. 
A comunicação rompe o isolamento entre as pessoas.
Dizemos que a comunicação humana acontece quan-
do os homens utilizam a linguagem simbólica para se co-
municarem, ou seja, quando usamos palavras ou mensa-
gens que os outros entendem para nos comunicarmos.
As abelhas, através de suas danças, se comunicam 
umas com as outras para indicar as flores de onde será 
colhido o néctar. No entanto, elas não se utilizam de sím-
bolos verbais comunicados de forma intencional para inte-
ragirem umas com as outras.
O diferencial da comunicação humana em relação à 
comunicação entre os animais é o esforço em traduzir o 
pensamento em alguma linguagem que o outro entenda. 
Assim, por exemplo, se eu quero falar com um colega, 
eu me dirijo a ele através de palavras como “oi, como vai 
você?”. Para que o meu colega me entenda, é preciso que 
ele fale a mesma língua que eu, que tenha ouvido o que 
eu falei, que tenha percebido a minha presença e que te-
nha “prestado atenção”.
O primeiro passo para que o processo comunicativo 
humano ocorra é, portanto, a percepção dos prováveis 
gestos ou falas que nos chamam a atenção e que nos fa-
zem interagir com o outro. Se o meu colega de trabalho 
não ouvir o meu “oi”, não iniciaremos uma conversa e a 
comunicação não acontecerá.
A decisão daquilo que vamos dizer varia conforme o 
nosso interlocutor, de seu conhecimento, interesses e de 
seu nível cultural. Se, uma mulher começa a falar com o 
marido sobre as melhores tinturas para cabelo é provável 
que ele não vá entender muito bem, que não tenha inte-
resse e que os dois não consigam se comunicar bem sobre 
aquele assunto. É necessário, portanto, ter atenção ao re-
pertório da pessoa a quem nos dirigimos para saber se ela 
vai interpretar corretamente o significado da mensagem a 
ela dirigida.
Em um processo comunicativo, precisamos de alguma 
habilidade comunicativa para perceber se somos compre-
endidos pelo outro. O sucesso da comunicação acontece 
no momento em que os pontos de vista ou os significados 
forem partilhados entre aqueles que se comunicam. 
A figura a seguir contém um modelo esquemático do 
processo de comunicação humano:
Percep-
ção do 
outro 
Construir 
mensagem 
que ou outro 
entenda (Co-
dificação).
Entender a 
posição e as 
intenções do 
outro. 
Partilha 
de signi-
ficados
Vamos acompanhar os passos descritos na figura.
•	 Percepção	do	outro	–	Devo	estar	atento	aos	gestos	e	
palavras do outro.
•	 Construir	mensagem	que	o	outro	entenda	–	Devo	
pensar bem como devo me expressar, traduzir meus 
pensamentos e intenções de forma que o outro en-
tenda, adaptando a minha expressão ao que ele 
sabe sobre o assunto.
•	 Entender	as	posições	e	as	intenções	do	outro	–	Devo	
estar atento à posição social, cultural ou de trabalho 
que o outro ocupa para adequar minha fala. Eu falo 
com o meu chefe de maneira diferente com que eu 
falo com o meu colega de trabalho, por exemplo.
•	 Partilha	de	significados	–	Quando	a	minha	mensa-
gem é entendida pelo outro, dizemos que a comu-
nicação foi bem sucedida.
Um exemplo de um processo de comunicação.
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
12
A comunicação acontece quando os significados são 
partilhados, quando os interlocutores chegam a um enten-
dimento sobre o assunto tratado, seja este assunto relativo 
a sensações, pensamentos, sentimentos. 
Comunicar é simular a consciência do outro, tornar 
comum (participar)um mesmo objeto mental (sensação, 
pensamento, desejo, afeto), é fazer-se entender.
Atividade
Relate duas situações que ocorreram com você em 
que a comunicação não foi bem sucedida. Analise estas 
situações a partir do modelo de comunicação humana 
ilustrado acima.
É importante dizer que comunicação não é sinônimo 
de convívio. Eu convivo com meus colegas de trabalho, 
mas não estou o tempo todo me comunicando com eles, 
percebendo-os e compartilhando minhas ideias. 
Funções da comunicação 
humana
Mas, por quê e para quê nos comunicamos? Algumas 
razões são as seguintes: precisamos interagir com o ou-
tro para modificar a sua atitude ou o seu comportamento; 
para transmitir a ele alguma informação importante, como 
nossa raiva, satisfação ou alegria; para persuadi-lo; para 
obter informações de que precisamos; para manter o vín-
culo com ele, expressando amor, ódio, submissão e ainda 
para seduzi-lo. 
A comunicação humana envolve, então, um agente 
intencional emissor de mensagem que inicia o conta-
to e outro agente receptor de tal mensagem. O agente 
emissor tem a intenção básica de que o agente receptor 
selecione a sua mensagem, a compreenda, a aceite e a 
aplique – que modifique a sua atitude ou responda a men-
sagem. E, por outro lado, o agente receptor seleciona o 
que julga importante, entende e avalia a mensagem e se 
vai aceitá-la, respondê-la ou alterar o seu comportamento 
em virtude dela.
Assim, por exemplo, se uma mãe observa o seu filho 
de 5 anos andando sobre chão escorregadio, ela desenvol-
ve a intenção de alertá-lo sobre o risco de quedas com a 
finalidade de modificar a atitude da criança. Então, ela irá 
criar uma sentença “Filho, ande mais devagar, que o chão 
está molhado e você pode cair!”. Nesta situação, é preciso 
que o filho ouça aquela fala da mãe, que a compreenda, 
que a aceite e que a aplique – que pare de brincar . Se este 
for o caso, a intenção da mãe em modificar a atitude do 
filho através do ato comunicativo foi bem sucedida. Mas 
a criança pode, simplesmente, ignorar a mãe. Ou seja: o 
cuidado na emissão da mensagem não significa garantia 
de sucesso na aplicação da mensagem criada.
Filho obedece, a mensagem 
tem o efeito desejado pela mãe.
O efeito da mensagem de uma pessoa na outra, ou a 
mudança de comportamento em virtude da mensagem, 
depende de uma série de fatores psicológicos, da natureza 
da mensagem e do contexto social no qual a mensagem 
é veiculada. Alguns dos fatores intervenientes no processo 
de produção dos efeitos são: características da personali-
dade do agente receptor, sua autoimagem, compatibilida-
de entre a mensagem e os valores prévios do receptor, sua 
maior ou menor flexibilidade e predisposição em aceitar 
a mensagem, atenção seletiva do receptor; a imagem que 
tem do emissor e de suas intenções e da credibilidade do 
emissor.
No caso da mãe que deseja que o filho pare de brin-
car no chão escorregadio, o efeito esperado da sua men-
sagem – que o menino altere o seu comportamento – irá 
acontecer ou não, dependendo da personalidade da cri-
ança – se é mais ou menos desafiadora – da atenção da 
criança em relação à mensagem; da imagem que a criança 
tem da mãe – se a mãe é vista como severa ou não; da 
qualidade da mensagem da mãe – se ela é clara ou não, se 
a criança seria ou não capaz de entendê-la. 
Atividade
Exemplifique como a credibilidade do emissor da 
mensagem e a predisposição do receptor podem influir na 
aceitação e aplicação de uma mensagem. 
AULA 1 • O que é comunicação e novas tecnologias? 
13
A Comunicação e a linguagem
A comunicação humana acontece através da lingua-
gem. Esse é o traço que distingue o ser humano dos outros 
animais. Mas o que é a linguagem? 
A linguagem pode ser entendida, em seu sentido ma-
terial, como uma cadeia de sons articulados (fala), como 
marcas escritas (escrita) ou como um jogo de gestos (uma 
gestualidade). Assim, podemos nos comunicar utilizando pa-
lavras faladas, através de conversas realizadas pessoalmente 
ou por telefone, através de gestos corporais; podemos nos 
comunicar utilizando bilhetes escritos, ou através das trocas 
de mensagens através da Internet, entre outras formas.
Quando nos comunicamos com alguém através de 
conversas, como em uma mesa de bar, estamos utilizan-
do nossos gestos, nosso tom de voz, nosso olhar, e nossas 
palavras para compartilhar ideias. Às vezes, em palavras di-
zemos uma coisa, mas nossos gestos e olhares dizem outra. 
É porque não nos comunicamos somente através da lin-
guagem verbal, mas também através de outras formas de 
linguagem, como:
•	 Linguagem	gestual:	gestos	do	corpo.
•	 Linguagem	musical:	música.
•	 Linguagem	pictórica:	 imagens	 estáticas	 (fotografia,	
desenhos, pinturas).
•	 Linguagem	audiovisual:	as	imagens	em	movimento	
(filmes, vídeos, clipes, por exemplo).
Em uma mesa de bar, usamos linguagem verbal, falada 
de forma mais ou menos coloquial, e linguagem gestual 
(toques, olhares e gestos). Outras situações comunicativas 
empregam outras formas de linguagem. Uma peça de tea-
tro, por exemplo, emprega a linguagem verbal, através da 
fala dos atores, a linguagem gestual; a linguagem visual e a 
linguagem musical.
Atividades
Cite e caracterize um programa de rádio qualquer na 
sua cidade e identifique quais linguagens são por ele em-
pregadas.
Tempo e momento da 
comunicação social
Nem todos os nossos atos comunicativos se realizam 
através de conversas realizadas pessoalmente, com a pre-
sença física dos participantes do ato comunicativo. Pode-
mos nos comunicar com o outro à distância, por exemplo, 
utilizando o telefone ou a Internet. 
O telefone agiliza a comunicação entre duas pessoas, 
mas outros meios de comunicação permitem a comuni-
cação de uma pessoa para um grande número de outras 
pessoas, como o rádio e a televisão. 
Meios de comunicação que permitem a comunicação 
de um agente emissor para muitos outros, ao mesmo tem-
po, e que estejam em outro espaço distinto da emissão, 
são considerados meios de comunicação de massa.
Meio de comunicação interpessoal
Meio de comunicação de massa
E cada um destes meios de comunicação emprega 
alguma(s) da(s) linguagens que estudamos no tópico an-
terior: 
Rádio Linguagem musical, linguagem verbal
Telefone Linguagem verbal
Televisão Linguagem audiovisual
Jornal Linguagem pictórica, linguagem verbal
Revista Linguagem pictórica, linguagem verbal
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
14
Novas tecnologias
E as novas tecnologias? Elas são meios de comuni-
cação de massa, como o rádio e a televisão? Ou são 
meios para a comunicação interpessoal, como o tele-
fone?
É preciso entender o que são novas tecnologias. 
A tecnologia é um fator de produção utilizado para 
satisfazer as necessidades humanas. Para isso, envolve 
o desenvolvimento de processos e instrumentos como 
resposta aos problemas humanos. Assim, a informáti-
ca, por exemplo, pode ser considerada uma tecnologia 
para auxiliar nos processos de tratamento e dissemina-
ção de dados e informações.
A expressão “novas tecnologias da informação e 
da comunicação” – foco de interesse do nosso curso –, 
“designa todos os aparatos, instrumentos, apetrechos, 
e elementos (de natureza material e de ordem técnica) 
que permitem coletar e armazenar dados, reproduzir 
programas, fazer circular, à escala do planeta, grandes 
quantidades de informação, bem como introduzir e 
operar mudanças qualitativas e quantitativas em pro-
cessos de produção.” (POLISTCHUK,2003:43)
Os aparatos e instrumentos utilizados incluem o 
telefone celular, a televisão digital, DVDs, videogames, 
computadores, redes de computadores, I-PODs, etc.
Atividade
Pesquise o que é um I-POD e como ele é utili-
zado.
Mas, dadas as variedades de necessidades huma-
nas, existe uma grande diversidade de tecnologias. Nes-
ta disciplina, estaremos interessados somente nos com-
putadores e redes de computadores, os quais podem 
ser tanto meios de comunicação interpessoal quanto de 
massa. Vejamos como:Se utilizamos os computadores para conversar 
com uma pessoa, eles são ferramentas de comunicação 
interpessoal, mas se disponibilizamos através deles in-
formações para um grupo grande de pessoas, são mei-
os de comunicação de massa. Uma página da Internet, 
por exemplo, está disponível para um grande grupo 
de pessoas que acessa a rede mundial de computado-
res, no mundo inteiro, funcionando como um meio de 
comunicação de massa. Mas quando troco mensagens 
eletrônicas com uma pessoa pela Internet, esta funcio-
na como um meio de comunicação interpessoal.
Além disso, as novas tecnologias da comunicação e 
informação não apenas servem para comunicação en-
tre as pessoas, mas também como ferramentas de tra-
balho e para o acesso a informações. Você certamente 
já viu computadores sendo utilizados em supermer-
cados, bancos, hospitais e em muitos outros lugares. 
Nesta situação, eles são utilizados para o trabalho e 
não para comunicação somente. 
Nas próximas aulas, vamos falar mais sobre as no-
vas tecnologias e a comunicação.. Mais à frente na dis-
ciplina, iremos estudar as novas tecnologias no merca-
do de trabalho. 
Atividade
Identifique duas situações nas quais os computa-
dores são utilizados - uma como ferramenta de traba-
lho e outra ferramenta de comunicação.
Resumo 
A comunicação humana é um processo que envol-
ve a interação entre as pessoas. Tal interação acontece 
a partir de uma intenção de uma pessoa em provocar 
algum efeito sobre a outra, e se realiza através do uso 
da linguagem, seja ela verbal, gestual, visual, audiovi-
sual. Podemos nos utilizar de meios de comunicação 
interpessoal – como o telefone ou as cartas – para nos 
comunicar com os outros, ou de meios de comuni-
cação de massa – como o rádio, a TV, o jornal – se 
uma mensagem deve ser recebida por várias pessoas 
ao mesmo tempo. 
Os computadores e as redes de computadores são 
novas tecnologias da comunicação ao permitirem a re-
alização de conversas entre pessoas, mas também são 
ferramentas de trabalho. 
AULA 1 • O que é comunicação e novas tecnologias? 
15
Atividades
1. Diga quais são as diferenças da comunicação huma-
na em relação à comunicação nos reinos vegetal e 
animal.
2. Diferencie a comunicação humana interpessoal da 
comunicação social.
3. Cite dois meios de comunicação utilizados na co-
municação interpessoal
4. Cite três meios de comunicação utilizados na co-
municação social.
5. Diga o que são novas tecnologias da comunicação e 
da informação e exemplifique.
COMUNICAÇÃO E
NOVAS TECNOLOGIAS
AULA 2
O Processo Comunicativo
Objetivos
• Conceituar o que é receptor, emissor, 
mensagem, canal, feedback e ruído.
• Saber o que é comunicação horizontal.
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
18
Introdução
Na aula anterior, vimos que o processo comunicativo 
humano envolve, pelo menos, dois agentes – um emissor e 
outro receptor. Agora, vamos entender melhor como fun-
ciona a comunicação humana, através de dois modelos 
que explicam a comunicação: o modelo matemático da 
comunicação e o modelo dialógico.
O modelo matemático 
da comunicação
Um importante pesquisador americano, de nome 
Lasswell (1948), entende que a comunicação se resume à 
resposta à seguinte pergunta: “Quem diz o quê, em que 
canal, para quem e com que efeito”?
O ato comunicativo, para ele, implica na existência de 
alguém (quem) que diz alguma coisa (diz o quê) utilizando 
algum meio de comunicação (através de que canal) para 
provocar algum efeito (com que efeito) em outra pessoa 
ou grupo de pessoas.
Vamos a um exemplo. Pense em você assistindo a al-
guma propaganda do horário eleitoral gratuito na TV. Um 
candidato (QUEM) fala de suas propostas para o governo 
(DIZ O QUÊ) pela televisão (CANAL) para todos os elei-
tores que estiverem assistindo (PARA QUEM), de forma a 
persuadi-los a votar nele (EFEITO).
Eu posso estudar cada um dos elementos do ato comu-
nicativo. Se estou mais preocupada em estudar quem emite 
a mensagem, vou fazer uma análise de controle da mensa-
gem, ou daquilo que é difundido. Posso fazer um estudo, 
por exemplo, do candidato que está na rede de televisão 
(QUEM emite mensagens) para entender o que ele difunde, 
quais são seus propósitos na propaganda eleitoral.
Posso, alternativamente, estudar melhor O QUE É 
DITO, fazendo uma análise de conteúdo das mensagens. 
Assim, posso analisar atentamente as falas do candidato, 
como elas são estruturadas, qual é o seu conteúdo.
Posso, também, estudar melhor o canal da comunica-
ção através da análise de mídia (ou do meio de comunica-
ção em si mesmo), avaliando a linguagem audiovisual (no 
caso da TV, por exemplo).
Posso, ainda, estar mais preocupado em caracterizar 
os destinatários das mensagens (QUEM), fazendo uma 
análise de audiência. Por exemplo, podemos ver quais são 
as características dos eleitores que assistem ao horário elei-
toral gratuito: qual seu nível escolar, nível de renda, sexo, 
entre outras questões.
E, finalmente, posso avaliar a eficácia das mensagens 
divulgadas, através de uma análise de efeitos, mapeando 
as mudanças de atitude, de opinião ou de comportamento 
das pessoas. Assim, por exemplo, posso verificar o suces-
so de uma propaganda eleitoral através das mudanças de 
intenção de voto.
O estudo do ato comunicativo envolve a leitura das 
variáveis envolvidas em seu processo, de acordo com o 
quadro analítico abaixo:
Quem Análise de controle
O quê Análise de conteúdo
Canal Análise dos meios
Para quem Análise de audiência
Efeito Análise de efeitos
 
Além de Lasswell, outros pesquisadores americanos 
da mesma época, como Shannon e Weaver também for-
mularam suas ideias sobre como a comunicação funciona-
va. Mas, sendo engenheiros, Shannon e Weaver estavam 
especialmente preocupados com os canais de comunica-
ção usados e com a sua eficiência. 
As teorias de Lasswell, Shannon e Weaver ajudaram 
na constituição de uma teoria matemática da comuni-
cação que considera a comunicação como um processo 
de envio de mensagens de uma fonte emissora para um 
destino através de um canal de comunicação, conforme o 
esquema abaixo:
 
Modelo matemático da comunicação humana. 
EMISSOR
fonte da informação
TRANSMISSOR CANAL RECEPTOR
Receptor
semântico
DESTINO
Mensagem 
enviada Sinal Sinal recebido
Mensagem 
recebida
Fonte de ruído 
semântico
Fonte de ruído 
técnico
FEEDBACK
AULA 2 • O Processo Comunicativo
19
Vamos entender, agora, o que significa cada um dos 
elementos da figura:
•	 Emissor ou fonte da informação: é a pessoa que 
deseja comunicar alguma coisa, emitir alguma men-
sagem.
•	 Mensagem enviada: é a mensagem selecionada 
pelo emissor para ser transmitida ao receptor.
•	 Transmissor: é um instrumento mecânico (um apa-
relho) que codifica a mensagem da fonte (mensa-
gem enviada) na forma de sinais.
•	 Sinal: é a mensagem codificada que vai trafegar em 
um canal. Quando você fala ao telefone, sua voz 
passa pelo aparelho e é transformada em sinais que 
vão trafegar na rede telefônica.
•	 Canal: é o meio no qual a mensagem vai trafegar 
até chegar ao receptor. No caso da telefonia, são 
os cabos e centrais telefônicas por onde passam os 
sinais.
•	 Sinal recebido: é a mensagem codificada que trafe-
gou no canal e chegou ao receptor.
•	 Receptor: é um instrumento mecânico (um apare-
lho) que receberá a mensagem codificada em sinal 
e vai decodificá-la para o destino.
•	 Destino: é a pessoa que recebe a mensagem da 
fonte.
•	 Mensagem recebida: é o sinal recebido decodifica-
do que deve ser igual à mensagem enviada.
•	 Fonte de ruído semântico: uma mensagem que 
não é dita claramente pode provocar distorções no 
sinal.
•	 Fonte de ruído técnico: o transporte de um sinal 
em um canal pode ser atrapalhado por interferênci-
as de natureza técnica (como calor, umidade, rup-
turas).
•	 Receptor semântico: a mensagem recebida deve 
ser recomposta no sentido exato tal qual foi trans-
mitida, de forma a ser entendida e apreendida pelo 
destino tal qualfoi planejada pelo emissor.
•	 Feedback: Sinal da audiência de que a mensagem 
foi recebida.
Imaginemos, então, uma situação comunicativa qual-
quer para aplicarmos o modelo. Digamos que você ouve o 
seu programa de rádio favorito: o locutor da rádio (emis-
sor), emite uma mensagem (uma notícia, por exemplo, 
mensagem enviada), através das ondas sonoras da sua voz 
para um transmissor (o microfone e outros circuitos elé-
tricos) que se codificam tal mensagem em sinais que vão 
passar através das ondas eletromagnéticas (canal) para o 
seu aparelho de rádio (receptor), que vai decodificar as 
ondas e, nos seus circuitos, transformar o sinal recebido 
na voz do locutor que falava (mensagem recebida) e você 
(destino), finalmente, vai ouvir a notícia tal qual ela foi 
dita, já que a integridade da fala do locutor foi preservada 
pela precisão do aparelho receptor e da sua capacidade 
de ouvir (receptor semântico).
Se a comunicação for bem sucedida, você receberá as 
informações com clareza, mas se existir alguma interferên-
cia de alguma antena, ou falha técnica na emissora, pode 
acontecer alguma falha no canal que transporta a mensa-
gem, que pode ser ouvida com chiados (ruídos técnicos) 
ou até mesmo não ouvida. Por outro lado, se o locutor 
falar de maneira não muito clara, você pode não entender 
(ruído semântico).
A comunicação, na teoria matemática, é um processo 
exato de transporte de mensagem entre uma fonte emis-
sora e um destino que pode ser problemática devido à 
possibilidade de interferência de ruídos.
Atividade
Descreva, baseando-se no modelo matemático da co-
municação, todo o processo comunicativo da transmissão 
de uma notícia do Jornal Nacional.
Para reduzir as fontes de ruídos semânticos e técnicos 
era necessário o aprimoramento dos canais de comunica-
ção e a introdução de um mecanismo de feedback para 
assegurar o entendimento ou a eficácia da mensagem.
O feedback seria um indicati-
vo seguro de que a mensagem foi 
recebida pelo destino. Como o lo-
cutor do rádio sabe que está sendo 
ouvido e que sua mensagem des-
perta interesse nos ouvintes? Uma 
maneira de sabê-lo é através dos 
índices de audiência; se os índices aumentam, mais pes-
soas estão recebendo a sua mensagem. Dizemos, então, 
que a leitura dos índices de audiência é o feedback ou a 
garantia de que a mensagem está chegando ao destino.
Vamos imaginar outro exemplo: a diretoria de uma 
empresa convoca todos os seus funcionários para uma re-
união através de cartazes e panfletos. Como ela vai saber 
se todos leram tais comunicados? A presença de todos à 
O feedback – ou mecanis-
mo de retroalimentação – 
indica que existe alguma 
resposta do destino para 
a fonte emissora de 
mensagens.
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
20
reunião pode funcionar, neste caso, como um mecanismo 
de feedback para o recebimento daquela mensagem.
Um feedback negativo pode fazer a fonte emissora re-
orientar as suas mensagens. Pense em uma novela da Rede 
Globo; se a audiência está baixa, é sinal de que as pessoas 
não estão assistindo, e, então, a história deveria ser modi-
ficada para atrair mais pessoas.
Atividade
Pense sobre porque são necessários os pronuncia-
mentos em Rede Nacional de rádio e televisão em horário 
nobre pelo presidente da República para esclarecer infor-
mações importantes.
Modelo dialógico da comunicação: 
ao invés de emissores e 
destinatários, interlocutores!
A teoria matemática da comunicação e o modelo de 
Lasswell apresentam a comunicação como um ato cujo 
propósito maior é a persuasão e a influência da fonte emis-
sora sobre o destino (que podem ser vários destinatários). 
Existe um fluxo unidirecional de mensagens do emissor 
para os destinatários, como se se tratasse do diálogo de 
um falante eloquente e outro mudo, ou, melhor dizendo, 
de um monólogo do emissor.
Uma comunicação com estes moldes enuncia o gran-
de poder do emissor em relação ao destinatário, especi-
almente se considerarmos que os canais de comunicação 
de massa (como o rádio, a televisão, o jornal, a revista) são 
possuídos por poucos indivíduos.
Assim, há uma assimetria nos processos de comunica-
ção social. Estamos diante de um modo de comunicação 
que prevê a onipotência de um emissor sobre n destina-
tários (modelo de comunicação assimétrico 1-n). A Rede 
Globo, por exemplo, pode exibir a sua programação para 
milhões de pessoas ao mesmo tempo, mas como estas mi-
lhões de pessoas podem entrar em contato com ela?
A assimetria numérica dos meios de comunicação 
pode estar a serviço do poder. Não é possível o exercício 
do poder de uma pessoa sobre a outra sem que exista 
comunicação entre elas. E, se uma minoria da população 
controla os meios de comunicação, então, esta minoria 
exerce poder sobre uma vasta maioria.
A fonte emissora pode difundir mensagens que podem 
beneficiar interesses de alguns setores sociais, normalmen-
te os mais abastados (a serviço do capitalismo). Muito se 
ouve falar, por exemplo, que a Rede Globo elegeu Fer-
nando Collor de Melo, ao difundir a imagem “do caçador 
de marajás” a milhões de pessoas, assim influenciando o 
comportamento eleitoral da população. 
E os grandes meios de comu-
nicação de massa são empresas 
que precisam equilibrar o seu or-
çamento para se manterem vivas e 
podem fazer alianças com setores 
empresariais e estar a serviço de 
suas ideologias. 
A comunicação nestes moldes 
é antidemocrática, pois não permi-
te a participação de todos, é mo-
nológica - por ser um monólogo 
entre um agente emissor e outros 
vários receptores passivos - e ver-
tical – por prever uma hierarquia 
entre o emissor e os destinatários, 
sendo o primeiro mais poderoso 
do que o segundo. 
Mas, será que não há uma sa-
ída, a comunicação é um processo 
desigual e antidemocrático? Como 
resposta a esta questão, alguns pesquisadores propuseram 
outro modelo comunicativo, conhecido como modelo di-
alógico ou modelo horizontal de comunicação. 
Neste modelo, não devem existir hierarquias entre os 
emissores e destinatários das mensagens (horizontalidade), 
mas ambos são parceiros em um processo de partilha mú-
tua de significados (diálogo). 
Aqui precisamos distinguir informação de comunica-
ção. Uma relação na qual existe assimetria entre os in-
terlocutores e transmissão unidirecional de mensagens de 
um para outro não é uma relação de comunicação, é uma 
relação informativa. Já a relação na qual existe simetria 
entre os interlocutores e bidirecionalidade nas trocas de 
mensagens é uma relação comunicativa. Quando o dono 
de uma empresa se dirige aos seus empregados “comuni-
DESTINATÁRIO DESTINATÁRIODESTINATÁRIO
EMISSOR
Vários trabalhos forma 
realizados para esclare-
cer melhor como os meios 
de comunicação podem 
propagar as ideologias 
das classes dominantes 
da sociedade. Uma obra 
interessante sobre este 
assunto, escrita em 
1971, é “Para ler o Pato 
Donald – comunicação de 
massa e colonialismo”, 
dos autores Ariel Dorfman 
e Armand Mattelart, a 
qual situa o personagem 
Tio Patinhas como o 
bem-sucedido, aquele que 
gasta com parcimônia, e 
as pessoas, expostas a 
estes desenhos, tendem 
a se adaptar ao estilo 
capitalista de ser.
AULA 2 • O Processo Comunicativo
21
cando” sobre um aumento de salários, ele estaria apenas 
“informando” os operários sobre tal aumento, mas quan-
do o dono está em processo de conversar com os operá-
rios sobre o aumento, até que seja formado um consenso, 
ele está se comunicando com os seus operários. 
Atividade
Imagine mais dois exemplos de uma relação informa-
tiva e um outro exemplo de uma relação comunicativa.
Numa relação informativa, significados não são cria-
dos em conjunto com os interlocutores, enquanto numa 
relação comunicativa genuína, acontece um diálogo que 
faz pessoas compartilharem experiências, se compreende-
rem mutuamente e criarem consensos que levem à ação.
UMA RELAÇÃO COMUNICATIVA GENUÍNA
Para Paulo Freire (1977) a 
comunicação não é um monólo-
go, mas é um processo de diálogo 
simétrico entre interlocutorescom 
igual oportunidade de dialogar e 
compartilhar significados, ideal-
mente sem posições hierárquicas 
que restringissem o acesso à pala-
vra e que exige um grande esforço 
de fazer a cultura de um interlocu-
tor não se impor sobre a do outro.
Em seus estudos sobre projetos de extensão agrária, 
Paulo Freire (1977), critica a invasão cultural, ou impo-
sição das falas e modos de ser de um grupo, que se diria 
mais “estudado”, mais “iluminado”, sobre populações sem 
“sem conhecimento“. Sem nos alongar muito nesta dis-
cussão, podemos imaginar o impacto que uma novela, a 
qual veicula modos de vida e uma cultura normalmente 
localizada no eixo urbano Rio-São Paulo pode provocar 
em outras culturas brasileiras, como as do nordeste ou do 
interior mineiro. As pessoas, localizadas em outras regiõ-
es, algumas vezes buscam adotar como estilo de vida os 
modos da cultura Rio - São Paulo, talvez deixando de lado 
algumas de suas tradições, o que caracteriza uma espécie 
de dominação e invasão cultural.
Atividade
Imagine como as músicas exibidas em uma novela 
ambientada no eixo Rio - São Paulo podem ser muito di-
ferentes das ouvidas em outras regiões do país e se elas 
passam a fazer parte da programação das rádios das mais 
diversas regiões brasileiras.
Democratização dos meios 
de comunicação de massa
Em uma reunião familiar ou de um grupo de amigos, 
várias pessoas podem falar e serem ouvidos ao mesmo 
tempo, de maneira praticamente simétrica (iguais opor-
tunidades de falar e ouvir). Mas, quando pensamos na 
comunicação social, podemos constatar a inviabilidade 
das milhões de pessoas que compõem a audiência de 
um canal de TV terem oportunidade de falar naquele ca-
nal. Então, o modelo dialógico parece ser mais aplicável 
a situações em contexto presencial (face a face) e não à 
comunicação social, a menos que o acesso aos canais de 
comunicação fosse mais democrático!
Talvez você já tenha ouvido falar sobre rádios comuni-
tárias ou TVs comunitárias, tais iniciativas podem ser con-
sideradas tentativas de uma melhoria na distribuição de 
acesso aos meios de comunicação no Brasil. 
A ideia de tais rádios ou TVs seria a de prover um 
canal de comunicação feita pelo povo para o povo, sem 
qualquer coerção seja do governo ou de empresários, de 
forma a coibir a invasão cultural e a dominação ideológi-
ca dos grandes meios de comunicação de massa. Nestas 
rádios e TVs, qualquer um da comunidade poderia falar 
(emitir) e ser ouvinte ou espectador, realizando um projeto 
de comunicação dialógica.
Interlocutor 
(parceiro da 
comunicação)
Compreensão e ação na realidade 
(Reconstrução da realidade)
Interlocutor 
(parceiro da 
comunicação)
DIÁLOGO
Mensagens
Paulo Freire é um dos 
mais importantes peda-
gogos do Brasil e tem sua 
obra reconhecida mun-
dialmente. Algumas de 
suas obras são: Educação 
como prática da liberdade 
(1967), Pedagogia do opri-
mido (1970), Educação 
popular (1982), Pedagogia 
da autonomia (1997).
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
22
Atividade
Procure saber se em sua cidade existem rádios comu-
nitárias e caracterize um de seus programas.
Contexto sociocultural, 
interações sociais e meios de 
comunicação social
Vimos que os meios de comunicação, se democrati-
zados, podem ser instrumentos de conscientização social. 
É importante estarmos atentos, também, aos impactos que 
a utilização dos meios de comunicação pode trazer aos 
modos de ser das pessoas.
Os meios de comunicação, podem modificar a ma-
neira com que as pessoas se relacionam umas com as ou-
tras. Não é preciso que exista o contato presencial e físico 
para que as pessoas se relacionem: ao utilizar um meio 
de comunicação, como o telefone, as cartas e os diver-
sos recursos da Internet (como e-mail e chats online, que 
veremos em outras aulas), as pessoas podem reduzir as 
interações face a face.
A utilização dos meios de comunicação nas nossas re-
lações sociais permite que os nossos contatos diretos (pre-
senciais) se reduzam, já que vários deslocamentos físicos 
podem ser poupados (eu não preciso encontrar pessoal-
mente com alguém para dar um recado nem viajar para a 
China para saber como são as paisagens lá). Isso pode pro-
vocar alterações na maneira com que as pessoas entram 
em contato umas com as outras: Cada vez mais as pessoas 
buscam informações em outras fontes (como a televisão, 
os jornais) do que nas pessoas com quem convivem.
A utilização dos meios de comunicação de massa, 
em especial, promove o contato com contextos e formas 
de vida muito diferentes dos nossos que podem alterar a 
nossa visão de mundo. Sem os grandes meios de comuni-
cação, talvez não tivéssemos contato com a realidade de 
locais distantes como a África, a Tailândia, a Índia. Nosso 
horizonte de percepção e visão dos problemas do mundo 
é mediada pelos grandes meios de comunicação.
A comunicação humana não se reduz, portanto, a um 
processo de transmissão de mensagens, mas tem papel ati-
vo nas relações de poder sociais e na criação dos mundos 
percebidos pelos indivíduos.
Resumo
Vários estudiosos procuram elaborar teorias de como 
funciona o processo comunicativo. Lasswell entende o ato 
comunicativo como uma resposta à pergunta: quem, diz o 
quê, para quem, em que canal e com que efeito? Enquan-
to Shannon e Weaver (1949) descreveram o ato comuni-
cativo como um processo de transmissão de mensagens 
entre uma fonte e um destino, tais mensagens devem ser 
codificadas em um transmissor e transformadas em sinais 
que trafegam através de um canal até serem decodificadas 
por um receptor. Neste processo, ruídos de natureza téc-
nica e semântica podem atrapalhar o processo comunica-
tivo, os quais podem ser reduzidos através de uma maior 
clareza da mensagem transmitida na fonte ou de alguma 
redundância. Uma maneira de saber se as mensagens re-
almente chegaram a um destino é observar o feedback de-
las. Mas é preciso não perder de vista que a comunicação 
é um processo de partilha de significados que pode levar 
à ação. Para estudiosos como Paulo Freire, a verdadeira 
comunicação é dialógica, pois envolve partilha de signifi-
cados e não deve servir à invasão cultural. Além de ver a 
comunicação como um processo dialógico, devemos ter 
consciência de que a comunicação modifica a nossa forma 
de relacionar com os outros e entrar em contato mediado 
com realidades muito distantes de nossas vivências pesso-
ais, alterando nossa visão de mundo. 
Atividades
1. Compare o modelo dialógico da comunicação com o 
modelo matemático da comunicação. Quais elemen-
tos aparecem em um ambos e quais não aparecem?
AULA 2 • O Processo Comunicativo
23
2. Quais seriam os motivos de um jornal da Rede Globo 
se diferenciar de outro jornal de outra emissora, como 
a Record, por exemplo?
3. Diga como um programa de televisão – como uma no-
vela das 8 pode alterar a visão que temos do nosso 
mundo vivido.
COMUNICAÇÃO E
NOVAS TECNOLOGIAS
AULA 3
Funções da comunicação
Objetivos
• Descrever as funções informativa, edu-
cativa e de entretenimento da comuni-
cação.
• Entender as disfunções da comunicação
• Entender o papel da comunicação na 
empresa.
• Saber o que é comunicação interna e ex-
terna na empresa.
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
26
Introdução
Nas aulas anteriores, vimos que a comunicação não é 
simplesmente um processo de transmissão de mensagens 
de um emissor para um destinatário, mas que pode ser 
diálogo que modifica nossa maneira de perceber, ver e 
estar no mundo. Nesta aula, vamos estudar mais profun-
damente a importância da comunicação na vida social e 
nas empresas.
O papel da 
comunicação social
Os meios de comunicação social exercem importan-
tes funções nas nossas vidas. Nos mantemos informados 
do que acontece no Brasil e no mundo acompanhando os 
telejornais, nos distraímos assistindo novelas, compramos 
jornais de classificados para procurar emprego, para ven-
der ou comprar equipamentos,etc. 
Os meios de comunicação não afetam somente as vi-
das de indivíduos isolados, mas desempenham funções na 
vida social como um todo. As principais funções dos meios 
de comunicação foram descritas por estudos americanos 
da comunicação nas décadas de 50 e 60 do século XX1 e 
serão aqui discutidas.
Função informativa da comunicação
Os meios de comunicação deixam os indivíduos a par 
dos acontecimentos da atualidade, disponibilizando infor-
mações funcionais e operacionais de interesse dos sujeitos 
sociais, conforme o modelo abaixo:
FUNÇÃO INFORMATIVA
Vamos analisar o modelo: Diariamente, os governos exe-
cutam ações, as pessoas se movimentam para o trabalho, ou-
tras vão para as escolas, a ciência e a tecnologia se desenvol-
vem, etc. Todos estes movimentos se apresentam como dados 
disponíveis na realidade que, ao serem tratados pelos meios 
de comunicação, escritos ou falados, se tornam informações 
ou notícias, mais ou menos úteis para cada indivíduo.
É importante notar que dado (alguma ocorrência) não 
é sinônimo de informação: a informação envolve o trata-
mento do dado, através de sua formatação e contextuali-
zação adequada. O repórter, ao comparecer a um evento, 
entra em contato direto com os dados da realidade, ao 
redigir sobre aquele evento, estará tratando o que viu e 
transformando aquilo em uma informação ou notícia, que 
podem interessar ou não quem a lê.
Outra distinção importante é entre notícia e informa-
ção. A notícia é uma informação excepcional, de grande 
interesse. Todos os dias, podemos entrar em contato com 
informações sobre o tempo, mas informações sobre ondas 
gigantes não acontecem todos os dias, e são notícia.
Atividade
Identifique notícias e informações que você descarta 
quando lê um jornal e quais são de interesse para você. 
Ao exercer este papel informativo, os meios de comu-
nicação social, exercem as seguintes funções:
•	 Função	de	alerta	e	vigilância:	a	exposição	de	infor-
mações de noticiários policiais ou sobre perigos na-
turais (como as “ondas gigantes”) podem deixar a 
população alerta e propiciar a tomada de posição 
ou movimentação das pessoas.
•	 Servir	de	instrumental	para	a	realização	de	ativida-
des cotidianas: a divulgação de informações como 
o valor do dólar, ou a queda nas exportações, ou a 
previsão do tempo, ou as informações que o rádio 
passa sobre o trânsito, são importantes para nos ori-
entarmos diariamente.
•	 Interpretação	 dos	 acontecimentos:	 os	 eventos	 ou	
fatos que ocorrem no mundo nos são oferecidos 
através dos pontos de vista do jornalista/radialista/
editor que os escrevem e selecionam. Quando le-
mos uma coluna do Arnaldo Jabor, por exemplo, es-
tamos tendo acesso à interpretação que ele tem dos 
acontecimentos, e não sabemos exatamente sobre 
o acontecimento em si, dizemos que a nossa visão 
do acontecimento é mediada pelo Arnaldo Jabor.
1 Alguns dos pesquisadores de destaque daquele tempo foram Wright, 
Lasswell, Lazarsfeld e Merton. Já na década de 70, também existem os 
trabalhos de Xifra-Heras.
Dados 
disponíveis 
na realidade
Tratamento
Informações forma-
tadas na mídia: 
•	Notícias	e	aconte-
cimentos em cará-
ter excepcional
•	Informações	roti-
neiras de interesse
•	Reportagens	espe-
ciais, documen-
tários
Descarta-
das pelo 
indivíduo 
(dados para 
o indivíduo)
Apropriadas
(informa-
ção para o 
indivíduo)
AULA 3 • Funções da comunicação
27
•	 Observação	 do	 ambiente:	Os	 profissionais	 de	 co-
municação se encarregam de observar o ambiente 
para produzir o acontecimento que vira notícia ou 
informação válida. Seria difícil para todo cidadão 
acompanhar pessoalmente tudo o que acontece de 
importante em sua cidade ou país. Eu não preciso, 
por exemplo, ir pessoalmente às reuniões da Câ-
mara Municipal ou Assembleia do Estado para sa-
ber das leis que tramitam lá, pois os profissionais 
de comunicação, como os repórteres, estão lá ob-
servando o que acontece e fornecendo informação 
daquilo que é relevante.
Atividade
Quais informações divulgadas pelos meios de comu-
nicação são úteis no seu dia a dia?
É importante dizer que, ao selecionar o que é notí-
cia e o que não é, ao destacar algumas personalidades e 
não outras, os meios de comunicação exercem função de 
atribuição de status às pessoas. Ao ser notícia nos meios 
de comunicação, pessoas ou grupos ganham visibilidade 
e mais valor perante a sociedade. Exemplos não faltam: 
como ganharia prestígio, se não fosse pela TV, qualquer 
participante do programa Big Brother Brasil? Quando o 
jornal interno de uma empresa coloca a foto de um funci-
onário, aquele funcionário passa a ser reconhecido e pode 
sentir-se prestigiado. 
Atividade
As revistas Quem ou Caras cumprem funções de atri-
buição de status?
Função educativa dos meios de 
comunicação
Os meios de comunicação educam, transmitindo va-
lores culturais ou modificando-os.
Os meios de comunicação divulgam sua versão dos 
acontecimentos de acordo com os valores da sociedade, 
servindo para reforçá-los. Por exemplo: uma novela que 
faça campanha a favor da prevenção do câncer de mama 
reforça comportamentos de cuidados com saúde valoriza-
dos socialmente e podem instruir mulheres.
Por outro lado, os meios de comunicação podem, 
também, promover discussões que estimulem a mudança 
de valores como as recentes discussões sobre a tolerância 
à homossexualidade ou combate ao racismo trazidas por 
algumas telenovelas. 
Além disso, os meios de comunicação, como a TV, 
tem tido papel na educação infantil, através de progra-
mas de cunho educativo. A TV, em alguns lares, se tornou 
uma “babá eletrônica”, e deveria estimular o crescimento 
intelectual e emocional de crianças e adolescentes. Daí a 
grande preocupação com a natureza dos programas edu-
cativos e dos desenhos animados.
Além disso, a própria disponibilização da informação 
pode servir como apoio à educação. Uma criança, por 
exemplo, que vê uma reportagem sobre a Amazônia, está 
aprendendo sobre aquela região, o que pode ser útil na 
escola, ou pode despertar a sua consciência ecológica. Daí 
a grande importância em se pensar na elevação do nível 
dos programas exibidos na televisão brasileira.
Atividade
Liste dois programas de televisão que podem ser edu-
cativos.
Os meios de comunicação exercem a função de in-
tegração social, ao permitir a interação entre os diversos 
órgãos da sociedade. Por exemplo: é através de circula-
res publicadas na imprensa que órgãos públicos entram 
em contato com a sociedade e fazem executar suas leis. 
É através da televisão que as populações do Norte entram 
em contato com a realidade do sul e se sentem parte de 
um mesmo país.
Função de entretenimento da 
comunicação
Os meios de comunicação servem para entreter as 
pessoas, oferecendo-se como opção de lazer ou passatem-
po, ou servir como estratégia de evasão para seus proble-
mas. “A cidade cochila e sonha vendo TV.”
As pessoas usam os meios de comunicação como vál-
vula de escape para seus problemas, para terem uma com-
panhia para os momentos de solidão: alguns programas de 
rádio, por exemplo, preenchem o tempo de quem está só.
Atividade
Cite dois programas de TV ou de rádio e caracterize 
como eles podem exercer a função de entretenimento.
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
28
A comunicação na vida 
de uma organização
Para entender melhor como os processos comunica-
tivos se relacionam com a vida de uma empresa, vamos 
pensar um pouco como a empresa funciona.
Uma empresa, não importa qual seja o seu tamanho, 
existe para produzir algum bem material ou serviço. Ela 
almeja o lucro, caso seja da iniciativa privada, ou deve se 
autossustentar e realizar bem suas funções, caso seja da 
iniciativa pública ou do terceiro setor.
O produto de uma empresa – bem material ou servi-
ço – deve ser colocado à disposição da sociedade para ser 
adquirido e/ou para a melhoria de condição de vida das 
pessoas. Diz-se que a empresa deve adequar os seus pro-
dutos e serviços às demandas sociais e também deve ter 
um compromissosocial, pois a sua simples instalação em 
um ambiente ou comunidade traz benefícios – como em-
prego, disponibilidade de produtos – mas também pode 
trazer problemas – como o desequilíbrio ambiental ou o 
desrespeito aos hábitos locais.
A empresa não é, portanto, fechada em si mesma, e 
precisa, sempre, se relacionar com a sociedade – com a 
comunidade na qual está inserida, com os seus consumi-
dores e clientes, com seus fornecedores, com o governo, 
etc – através de atividades de comunicação e marketing. 
A propaganda
É preciso dizer que a comunicação não é sinônima de 
marketing. As atividades de marketing, de maneira sim-
plificada, envolvem o entendimento de qual produto o 
público precisa, por qual preço, em quais postos de venda 
ele deve estar e como será a sua propaganda ou promo-
ção.
Para Tahara (1986), a função da propaganda é “estu-
dar o consumidor em relação à mensagem, à linguagem, 
aos meios de comunicação etc., visando a sua conscienti-
zação quanto às qualidades do produto para que responda 
favoravelmente à marca e ao produto na hora da decisão 
de compra” (TAHARA, 1986, p.13-14).
A propaganda leva à publicidade, ao direcionamento 
de mensagens publicitárias através do uso dos meios de 
comunicação (mídia) para atingir os seus potenciais con-
sumidores. A propaganda não é apenas o que acontece 
no intervalo das novelas! As empresas podem fazer propa-
ganda através de anúncios em jornal ou revista, mensagens 
em outdoors ou camisas de futebol, jingles em rádios ou 
de outras formas. 
Atividade
Qual foi o meio de comunicação mais criativo que 
você conhece para publicar a marca ou produto de uma 
empresa?
A escolha de qual meio de comunicação a empresa 
vai utilizar para promover o seu produto ou a sua marca, 
e o formato que as mensagens vão ter (sua linguagem) é 
realizada por profissionais da comunicação normalmente 
graduados em publicidade e propaganda.
Comunicação externa
Além de precisar dar visibilidade aos seus produtos ou 
serviços, uma empresa precisa construir uma boa imagem 
junto aos seus públicos. Mas, o que é imagem e quais são 
seus públicos?
Uma organização tem diversos tipos de público como 
fregueses, acionistas, fornecedores, funcionários entre ou-
tros que dela dependem de alguma maneira para obter 
salários, lucros, dividendos, encomendas, etc.
Uma organização não lucrativa tem seu público prin-
cipal constituído por seus membros, empregados, contri-
buintes, fornecedores e por membros da comunidade na 
qual está inserida.
Atividade
Imagine os públicos de um bar que funciona em um 
bairro nobre da sua cidade.
A imagem de uma organização seria gerada a partir da 
percepção que os públicos da empresa têm a respeito de 
aspectos relativos aos seus serviços, à sua eficiência, ao seu 
prestígio e reputação. 
O conceito de imagem organizacional é mais comple-
xo do que o apresentado aqui, pois envolve a preocupa-
ção com a marca da empresa e sua aceitação e, também, 
com a construção do público interno e externo sobre o 
papel da empresa, podendo existir diferenças entre as 
imagens construídas pelo público interno e externo.
Para manter uma boa imagem diante dos seus públi-
cos, a empresa precisa se comunicar bem para dar visibili-
dade ao que tem de melhor e contornar os problemas que 
possam prejudicar sua reputação. 
Talvez você se recorde de incidentes de derramamen-
to de óleo pela empresa Petrobrás no Rio de Janeiro. Tais 
AULA 3 • Funções da comunicação
29
incidentes prejudicaram a reputação da empresa diante 
de toda a comunidade brasileira, afetaram a sua boa ima-
gem. Para amenizar este problema, a Petrobrás dirigiu um 
comunicado mostrando todas as ações que realiza para re-
cuperar os danos ambientais e manter a sua credibilidade. 
Quando a empresa direciona sua comunicação para o 
público externo (que não participa de sua vida produtiva 
diretamente) ela faz comunicação externa, a qual pode 
acontecer com o uso dos grandes meios de comunicação, 
se o público a ser atingido for muito grande. Quando a 
Petrobrás faz seu anúncio em rede nacional de TV, ela 
pretendia atingir o máximo de pessoas que dependem de 
seus serviços de energia. Mas, quando ela, por exemplo, 
quer fazer um recrutamento de engenheiros, ela pode di-
recionar seus anúncios a universidades ou Conselhos Regi-
onais de Engenharia. 
A escolha de qual meio utilizar e de qual formato a 
mensagem vai ter é dependente dos propósitos da em-
presa na sua comunicação com os seus públicos e é tarefa 
realizada por profissionais de comunicação normalmente 
graduados em Relações Públicas. 
Comunicação interna
Quando a empresa realiza atividades de comunica-
ção junto ao público interno (seus funcionários), ela faz 
comunicação interna. Mas o profissional de relações pú-
blicas pode não estar envolvido em todas as atividades de 
comunicação desta natureza, pois ele não tem a função 
de comunicar funções, delegar e deliberar diretamente 
sobre as atividades produtivas da empresa. Ele não pode 
dar ordens para funcionários da linha de produção, por 
exemplo.
Redfield (1978), um estudioso da comunicação em-
presarial, diz que a comunicação interna pode obedecer 
três orientações: comunicação descendente, comunica-
ção ascendente e comunicação horizontal.
A comunicação descendente se refere às transmissões 
de mensagens dos níveis superiores da hierarquia para os 
níveis inferiores, bem como a transmissões de informação 
entre a empresa matriz e suas filiais (comunicação centrí-
fuga). Enquanto a comunicação ascendente diz respeito às 
transmissões de mensagens dos níveis inferiores da hierar-
quia para os superiores e das empresas filiais para a matriz 
(comunicação centrípeta). Já a comunicação horizontal é a 
que ocorre entre funcionários de mesma hierarquia.
PRESIDÊNCIA
Assessoria de 
Comunicação
Diretor de 
Graduação
Diretor de 
Pós-graduação
Coordenação de 
Administração
Coordenação de 
Mestrado em 
Administração
Coordenação
Didática
Coordenação
Didática
Coordenação
Administrativa
Coordenação
Administrativa
Comunicação Horizontal
Comunicação
Ascendente
Comunicação
Descendente
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
30
A comunicação descendente tem como objetivos a 
transmissão de ordens, de instruções, de diretrizes e pro-
cedimentos, através de linguagem escrita, auditiva ou au-
diovisual, conforme listado no quadro abaixo:
Linguagem auditiva
Linguagem 
audiovisual
Linguagem visual
Diretas: Conversas, 
entrevistas, reuniões, 
conferências.
Indiretas: Telefone, 
rádio, sistema de 
auto-falante.
Simbólicos: Sirene, 
sinos, outros sinais.
Filmes sonoros, 
vídeos institucionais, 
demonstrações, 
vídeos de treina-
mento, programas 
multimídia.
Escritos: Mensa-
gens individuais, 
circulares, manuais, 
quadros de avisos, 
boletins, panfletos, 
sinalização, publica-
ções para emprega-
dos (como manuais), 
formulários.
Pictográficos: 
pinturas, fotografias, 
diagramas, mapas.
Escritos-pictográficos: 
cartazes, gráficos, 
cartilhas (cartoons).
Simbólicos: bandei-
ras, luzes, insígnias.
Atividade
Exemplifique o uso de, pelo menos, dois meios de co-
municação auditiva, visual ou audiovisual na empresa em 
que você ou um amigo trabalha.
No fluxo descendente, verifica-se a efetividade da co-
municação se aconteceu a execução das ações desejadas 
pelo superior.
A comunicação, no fluxo descendente, 
leva ao encaminhamento de ações.
A comunicação ascendente se realiza através da cons-
trução de relatórios de diversas naturezas, como relatórios 
de desempenho ou informativos, feitos pelos funcionários 
para os níveis superiores da hierarquia. Envolve, também, 
a realização de atividades mais ou menos espontâneas de 
escrita de críticas e sugestões através de caixa de sugestões 
ou conversas informais.
Os relatórios produzidos são importantes para o pla-
nejamento das ações da empresa, e para tomada de deci-
sões. Por exemplo: o relatório mensal de vendas de uma 
empresa, realizado por funcionários do setor de vendas e 
entregue ao gerente de marketingpode indicar queda nas 
vendas, o que vai levar à adoção de novas estratégias de 
vendas, como a queda no preço dos produtos.
As informações trazidas no fluxo ascendente são im-
portantes instrumentos para planejamento e tomada de 
decisão.
As caixas de sugestão ou as sondagens de opinião 
dos operários da empresa, que levam os funcionários a se 
expressarem num fluxo ascendente, permitem, por outro 
lado, diagnosticar a satisfação no trabalho e gerar ações de 
melhorias no ambiente de trabalho.
Uma boa comunicação também contribui para me-
lhoria na satisfação do trabalho, pois deixa o ambiente 
mais agradável.
Mas nem todas as atividades de comunicação na 
empresa são controladas pelos gerentes, ou pelos res-
ponsáveis pela comunicação, os profissionais de Relaçõ-
es Públicas. Sempre existem brechas para que aconteça 
a comunicação informal nas organizações e para que se 
estabeleça uma rede de boatos que podem se intensifi-
car quando a empresa passa por situações de mudança ou 
quando atravessa problemas.
Além da comunicação ascendente e descendente e 
da existência de um fluxo de informações informal, a em-
presa ainda realiza atividades de comunicação horizontal.
A comunicação horizontal acontece entre membros 
de uma mesma hierarquia e se efetiva através de conver-
sas e, também de conferências, nas quais os envolvidos 
buscam, juntos, compartilhar com igualdade (e sem hie-
rarquia) os pontos de vista.
Lembremos da aula passada: a comunicação ascen-
dente e descendente obedecem ao modelo matemático 
da informação, enquanto a comunicação horizontal en-
volve a participação de iguais em um processo comunica-
tivo (modelo dialógico).
Atividade
Se um gerente pede ao seu funcionário para fazer um 
relatório, qual tipo de comunicação é realizado?
Se um profissional de RP coloca uma notícia no jornal 
de uma empresa sobre um aumento de salário, qual tipo 
de comunicação é realizado?
AULA 3 • Funções da comunicação
31
Resumo
Os meios de comunicação exercem funções na vida 
social, como as de vigilância, entretenimento, informati-
va, formativa, atribuição de prestígio. Através da comu-
nicação, acontece a integração entre os diversos órgãos 
que compõem a sociedade. A comunicação é essencial 
para a vida das empresas, já que as atividades de con-
trole, planejamento e execução de ações envolvem a in-
tegração entre os funcionários, tornada possível através 
da comunicação. A comunicação nas empresas envolve 
realização de propaganda, quando o propósito é atingir o 
público para convencê-lo a comprar os seus produtos ou 
valorizar a sua marca. Além da propaganda, a empresa 
precisa se relacionar com os seus públicos através de pro-
cessos de comunicação interna e externa. A comunica-
ção interna acontece de forma ascendente, descendente 
ou horizontal.
Atividades
1. Enumere cada uma das funções sociais da comunica-
ção citadas nesta aula e exemplifique cada uma.
2. Diferencie propaganda de comunicação externa.
3. Enumere os meios de comunicação interna e exempli-
fique seu uso.
4. O que é público?
5. O que é imagem da empresa?
6. Diferencie comunicação descendente, ascendente e 
horizontal.
7. Explique a seguinte frase: “A principal função de um 
administrador é estabelecer e manter um sistema de 
comunicações” (Chester I. Barnard citado por REDFI-
ELD, 1978, p.4).
COMUNICAÇÃO E
NOVAS TECNOLOGIAS
AULA 4
Tecnologia digital e computadores
Objetivos
• Conceituar tecnologia digital e conhecer 
suas vantagens.
• Saber o que é um circuito integrado 
(chip).
• Saber o que é CPU, memória, disposi-
tivos de entrada, saída, comunicação e 
armazenamento.
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
34
Introdução
Nas aulas anteriores, estudamos o que é o processo 
de comunicação, desde a compreensão das interações hu-
manas até a compreensão dos modelos de comunicação 
transmissivo-matemático e dialógico.
A partir desta aula vamos iniciar outra unidade de es-
tudos: As novas tecnologias da comunicação. Nesta uni-
dade vamos entender como funcionam estas novas tec-
nologias e quais são suas aplicações para a comunicação 
interpessoal e empresarial. 
Novas Tecnologias
Na primeira aula, vimos que as novas tecnologias da 
comunicação e informação são um grupo de tecnologias 
utilizadas para auxiliar o homem nas suas tarefas comu-
nicativas e de gerenciamento da informação. Mas, o que 
distingue o computador das outras tecnologias anteriores 
da comunicação e informação?
As novas tecnologias da informação e da comunica-
ção, ou nova mídia, têm como características distintas das 
tecnologias anteriores serem digitais e interativas.
Falaremos, agora, sobre a tecnologia digital e tratare-
mos da interatividade em outra aula. 
A tecnologia digital
Dizemos que as novas tecnologias são digitais porque 
elas são construídas com circuitos 
digitais feitos normalmente à base 
do elemento químico silício, que 
operam níveis de tensão 0 (au-
sência de tensão, chave aberta) e 
1 (existência de tensão, chave fe-
chada).
A partir da combinação destes 
níveis de tensão 0 ou 1, podem 
ser criadas sequencias inteiras de 
palavras, números, cores, imagens, pois existem códigos 
padronizados para determinar como a sequência de 0s e 
1s se combinam para formar letras e números. No código 
ASCII1, por exemplo, a letra A é 1000001.
As mensagens que você cria são, então, codificadas 
para um formato digital e se transformam em uma série 
de valores discretos 0 e 1, sejam elas quais sejam. Você se 
lembra da teoria matemática da comunicação? Quando 
a transmissão de informações é digital, a mensagem que 
você quer transmitir é codificada em sequencias de 0 e 
1, gerando um sinal digital, o qual é transmitido para o 
aparelho receptor capaz de decodificá-lo na mensagem 
original. 
A técnica digital veio substituir a analógica. A repre-
sentação da variação numérica em circuitos analógicos é 
contínua enquanto nos circuitos digitais é discreta (passo a 
passo). Vamos entender isso com um exemplo: um relógio 
com mostrador digital nos mostra a passagem do tempo à 
medida em que os números relativos aos segundos, minu-
tos e horas saltam aos nossos olhos, enquanto, no relógio 
analógico, os ponteiros giram continuamente. 
Mas, o sinal digital é melhor 
do que outro qualquer? É justifi-
cável o investimento na troca de 
centrais telefônicas analógicas, 
por digitais, por exemplo? Para 
Tocci (1991, p.4), embora o nosso 
mundo seja predominantemente 
analógico, a técnica digital têm 
substituído a analógica com suces-
so porque:
•	 Os	sistemas	digitais	são	mais	
fáceis de projetar
•	 O	armazenamento	da	informação	é	fácil
•	 A	precisão	e	a	exatidão	são	maiores
•	 As	operações	podem	ser	programadas
•	 Circuitos	digitais	são	menos	afetados	por	ruído
•	 Circuitos	digitais	são	mais	adequados	à	integração
Do ponto de vista dos projetistas de circuitos, os sis-
temas digitais são mais fáceis de projetar e facilitam o ar-
mazenamento da informação, permitindo a retenção dos 
sinais 0 e 1. Um exemplo de como isso acontece é a possi-
bilidade de memorizar instruções em um forno de micro-
-ondas digital ou a capacidade de memorizar rádios mais 
ouvidas em um aparelho digital.
A precisão e a exatidão destes sistemas é maior porque 
o seu funcionamento não é tão sensível às variações con-
tínuas de tensão e condições ambientais como os circuitos 
O conceito de tensão aqui 
utilizado é o de circuitos 
elétricos. Nas tomadas 
de nossas casas podemos 
utilizar a tensão de 127 
V ou 220 V para ligar os 
aparelhos. Os circuitos 
eletrônicos operam, 
normalmente, com 5 V em 
corrente contínua.
1 American Stantard Code for Information Exchange. Traduzindo: 
Código padrão americano para intercâmbio de informações.
A maioria das quantida-
des físicas da natureza 
são analógicas e para que 
elas sejam tratadas di-
gitalmente, é necessário 
um trabalho de conversão 
dos sinais analógicos 
para digitais, através de 
circuitos eletrônicos con-
versores analógico/digital 
e digital/analógico.
AULA 4 • Tecnologiadigital e computadores
35
analógicos. Com o uso de sistemas digitais, a precisão é 
obtida com a adição de circuitos de chaveamento. Vamos 
entender isso, ainda, pensando nos relógios digital e ana-
lógico. O relógio digital parece mais preciso do que um re-
lógio de ponteiros, pois registra, com exatidão, os números 
associados às horas, minutos e segundos, enquanto que 
o registro exato destas informações no relógio analógico 
é difícil, pois sempre existiria a dúvida sobre quantos se-
gundos o ponteiro apresenta. Mas, se o relógio digital não 
registrasse os segundos, talvez tivéssemos alguma dúvida 
quanto à sua precisão e, para melhorar sua exatidão, adici-
onamos as informações de segundos (colocamos circuitos 
adicionais destinados à sua contagem)2. 
Quanto menor for o intervalo de tempo com que o 
mostrador do relógio se modifica, mais preciso ele é para 
marcar o tempo e parte da precisão do sinal digital está 
associada a um número maior de atualizações no tempo 
ou no espaço daquele sinal. Uma fotografia digital vai pa-
recer melhor ou mais bonita que a analógica quando ela 
for constituída de um grande número de sinais digitais que 
nos dão a impressão de que ela é formada, por pontos 
contínuos.
A técnica digital permite maior liberdade de progra-
mação, pois a operação dos circuitos digitais pode ser 
realizada através de programas – conjunto de instruções 
previamente armazenadas. Se você comparar um rádio 
analógico e um rádio digital, vai perceber que você tem al-
guma liberdade para programar as estações de rádio mais 
ouvidas, ou para passar de uma rádio para outra através 
de um comando automático somente no relógio digital, 
pois o analógico normalmente não permite a realização 
destas operações. Dizemos, então, que o aparelho digital 
traz mais flexibilidade de uso, mas requer, também, uma 
habilidade maior dos seus usuários em saber como realizar 
a programação, a qual pode não ser trivial, os aparelhos 
podem ser mais difíceis de usar. Se todos os aparelhos di-
gitais fossem realmente simples para utilizar, não existiria a 
necessidade de cursos de informática, por exemplo. Você 
já imaginou se precisasse fazer um curso de como utilizar 
um rádio ou uma TV por uma semana?
Outro benefício da técnica digital seria a redução de 
ruídos. Se você se recorda da teoria matemática da co-
municação, a presença de ruídos é altamente prejudicial 
à transmissão da informação. E, intuitivamente, podemos 
perceber isso na telefonia móvel: o sinal digital de uma 
operadora tende a ser mais nítido e menos sujeito a distor-
ções e ruídos do que o sinal analógico.
E, por fim, os sistemas digitais são adequados à inte-
gração. O que isso significa? Que os circuitos digitais po-
dem condensados em circuitos integrados (ou chips) pe-
quenos capazes de realizar muitas operações, o que torna 
os equipamentos cada vez menores, e mais precisos.
Atividade
Identifique um aparelho eletrônico digital e outro ana-
lógico e compare como eles funcionam.
Os computadores que conhecemos hoje são digitais, 
seus circuitos lógicos operam sinais digitais, bem como o 
são equipamentos como o telefone celular digital e a câ-
mera fotográfica digital. O sinal digital, nestes equipamen-
tos tem o nome de bit (Binary digiT, 0 ou 1, cuja sigla é b).
Como é muito grande a quantidade de sinais proces-
sados por estes equipamentos, normalmente são utilizadas 
medidas de multiplicação da unidade bit. O conjunto de 
8 bits forma um byte (cuja sigla é B) e os prefixos K , M, G 
são, respectivamente: 
2 Este processo foi muito simplificado nesta explicação, mas o 
aprofundamento desta discussão envolve algum entendimento 
rudimentar de eletrônica digital, o que não é o objetivo deste curso.
1,6 cm
COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
36
Prefixo Significado Valor exato
Valor 
aproximado
K Kilo 210 = 1024 1.000 (milhar)
M Mega 220 =1.048.576 Um milhão
G Giga 230=1.073.741.824 Um bilhão
T Tera 240=1.099.511.627.776 Um trilhão
Talvez você ache estranho a medida de Kilo não ser 
1.000 exatos como nos números que usamos normalmen-
te. A razão para isso é que os computadores não utilizam 
o sistema de numeração decimal, como nós, mas eles ope-
ram no sistema binário, contam de dois em dois. Assim, 
o valor exato é uma potência na base 2, como vimos no 
quadro acima.
Quando digo que um disquete tem 1,44 MB, estou 
dizendo que ele pode armazenar 1,44 x 1.048.576 bytes 
= 1509949,44 bytes. Sendo que cada byte normalmente 
designa um caracter (letra ou número).
Atividades
Se um byte representa um caracter, quantos bits tem a 
palavra ROMA? E a palavra AMOR?
Um CD Rom que tem 650 MB tem quantos KB?
 
Como funciona o computador
Agora que você viu o significado da palavra digital, va-
mos entender como funciona, basicamente, um computa-
dor. O computador é construído de circuitos digitais, com 
alto grau de integração em sua maioria (chips), e processa 
sinais 0 e 1. 
Um computador é formado por periféricos – unidades 
de entrada e saída de dados –, pela unidade central de 
processamento (CPU), por memórias, por dispositivos de 
armazenamento e dispositivos de comunicação.
CPU
Memória RAM 
(programas e dados)
Memória ROM 
(BIOS e POST)
Memória 
de Vídeo
Controlador 
de Vídeo
Monitor
Controlador 
de Discos
Floppy Disk
Hard Disk
CD-Rom
Teclado
Mouse / Joystick
Porta Serial
e Paralela
Impressoras
Modem
Placa de rede Outros computadores
Internet BBS 
Outros 
computadores
Figura de Ramalho: 2000, p.67
AULA 4 • Tecnologia digital e computadores
37
Unidade Central de Processamento 
(CPU)
A Unidade Central de Processamento (CPU) ou pro-
cessador é o coração do computador. A partir das pulsaçõ-
es do clock (frequência de pulsos elétricos medida em Hz), 
ela executa as operações lógicas e aritméticas que mantém 
a máquina em funcionamento, ela “bombeia” os 0s e 1s 
que mantém a máquina viva. 
A CPU é composta de duas partes: a unidade lógica e 
aritmética e a unidade de controle. A unidade lógica e arit-
mética realiza operações aritméticas básicas (+, -, *,/) ou 
comparações lógicas (>, <, =, #), sendo realizada apenas 
uma operação a cada pulso do clock. A unidade de con-
trole, por sua vez, controla o ciclo da máquina, buscando 
as instruções a serem executadas na memória principal 
(RAM), traduzindo para operações básicas e gravando o 
resultado na memória principal (RAM).
Existem diversos processadores disponíveis no mer-
cado, como os da Intel (série Pentium), da AMD (K6 e 
outros), Celeron, Athon. Quando dizemos que temos um 
Pentium III 800MHz, queremos dizer que nosso compu-
tador é equipado com um chip Pentium capaz de realizar 
800 milhões de operações básicas por segundo aproxima-
damente.
Só a título de curiosidade: para somar dois números, 
seriam necessários cerca de 15 ciclos de máquina (valor 
que varia de acordo com a capacidade do processador, 
da sua tecnologia e do tamanho dos números envolvidos).
A CPU fica localizada em uma placa de circuito im-
presso denominada placa mãe, de onde partem os slots 
que se comunicam com as outras partes do computador.
A - slots
B - microprocessador
Unidade de memória
A memória é formada de circuitos integrados que re-
têm os sinais 0s e 1s acessados pelo microprocessador para 
executar suas operações.
A memória do computador pode ser de dois tipos bá-
sicos:
•	 Memória	RAM:	RAM	vem	de	Random	Access	Me-
mory e significa memória de acesso aleatório. Este 
tipo de memória armazena instruções (programas) 
em uso para serem manipuladas pela CPU e onde 
dados são mantidos até que sejam enviados para 
um dispositivo de saída ou armazenamento. Seu 
conteúdo se apaga sempre que fecharmos um pro-
grama que estamos utilizando, por isso é necessário 
“salvar” ou armazenar as informações em unidades 
de armazenamento permanentes. 
•	 Memória	 cache:	 A	memória	 cache	 é	 um	 tipo	 de	
memória RAM de acesso rápido, que fica entre o 
processador e a memória RAM principal. Armazena 
as informações mais recentes utilizadas pelo usuá-
rio. Existem

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