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Curso de Concreto Armado 101 31/10/18 11 Elementos Lineares Sujeitos à Força Cortante - ELU 11.1 Tensões de cisalhamento a) Estádio I Figura 42 - Tensões de cisalhamento (Estádio I) Seja um elemento de comprimento dx de uma peça compreendido entre duas seções S e S’ (figura 42), submetido à atuação de momento fletor, esforço normal e esforço cortante. Cortando este elemento por uma seção C-C, paralela ao plano que contém o eixo longitudinal da peça e a linha neutra da seção, o equilíbrio na direção do eixo (X = 0) se obterá graças ao aparecimento das tensões de cilhamento, cuja resultante deve equilibrar a diferença entre as resultantes das tensões normais D e (D + dD) atuantes nas duas faces do elemento. Assim: D + bdx = D + dD = dx dD b 1 sendo (y) = J yM A N e D = ys yc dA)y( , temos: D = ys yc ys yc 11 mJ M AA N ydA J M dA A N = mJ M AA N dx d b 1 11 (I), onde: A1 e A representam, respectivamente, a área da parte da seção situada acima da fibra C-C e a área total da seção m1 é o momento estático de A1 em relação à linha neutra J é o momento de inércia da seção completa em relação à linha neutra b é a largura da seção ao nível da fibra C-C Nos casos de flexão simples (N = 0), em peças com inércia constante, a expressão geral (I) se transforma em: = Jb mVM J m dx d b 1 11 Ao nível da linha neutra temos: 0 = zb V m J b V Jb mV 0 0 0 0 0 (II), onde a relação m J 0 pode ser identificada como o braço de alavanca entre as resultantes das tensões de compressão (D) e de tração (Z) oriundas da flexão, representado por z. Curso de Concreto Armado 102 31/10/18 b) Estádio II Seja a mesma seção da figura 42 funcionando no Estádio II (concreto já fissurado) submetida à flexão simples, conforme mostra a figura 43. Figura 43 - Tensões de cisalhamento (Estádio II) As equações (I) e (II) permaneceriam válidas se feita a restrição de que todo o concreto fissurado fosse considerado como inexistente e admitida distribuição linear de tensões de compressão no concreto, ao mesmo tempo em que a armadura tracionada As deveria ser tratada como uma área localizada de concreto igual a (n x As), onde n é a relação entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto. Deste modo, entre a linha neutra e a armadura tracionada o valor do produto b x permanece constante, já que nenhum acréscimo sofrerá m1 tendo em vista a não consideração da área tracionada de concreto, sofrendo uma descontinuidade e caindo a zero quando encontra a armadura tracionada As. O dimensionamento à flexão simples no ELU, para as solicitações de cálculo Vd e Md, não admite distribuição linear mas sim parabólica (simplificada em retangular) das tensões de compressão oriundas de Md, de modo que não mais permanecem válidas as expressões (I) e (II) caso se pretenda determinar z como sendo a relação entre J e m0. A expressão (II) continuará aplicável desde que seja considerado, no estado limite último, o valor z = (1 - 0,4 kx) x d = kz x d. No intuito de simplificar o trabalho de cálculo, considera-se um valor médio para kz (= 0,87) tal que cubra (do lado da segurança) a grande maioria das situações que ocorrem na prática. Deste modo, temos: d = db V15,1 db87,0 V zb V ddd (III) Em uma seção fissurada de concreto armado, os máximos valores de cálculo das tensões de cisalhamento costumam aparecer na região tracionada do concreto entre a linha neutra e a armadura As. Apenas em casos particulares muito especiais e inusuais de seções comprimidas com largura caindo na direção das fibras mais comprimidas poderá vir a aparecer, na região comprimida, a máxima tensão de cisalhamento no ELU. c) Resumo Do exposto acima pode-se concluir, para peças de concreto armado dimensionadas no estado limite último, que: Curso de Concreto Armado 103 31/10/18 As máximas tensões de cisalhamento ocorrem na região fissurada, ressalvados casos excepcionais Na região tracionada, o produto da largura da peça b pelo valor de cálculo d da tensão de cisalhamento é constante e igual a: z Vddb Ao nível da linha neutra, chamando b0 a largura da seção, temos a atuação de uma tensão 0d de cisalhamento dada por: d0b Vd15,1 z0b Vd d0 No caso mais corrente de nervuras com largura constante e igual a bw teremos, ao longo de toda a região fissurada, a atuação no ELU de uma tensão de cisalhamento 0d dada por: wd15,1 dbw Vd15,1 d0 , onde dbw Vd wd Ao valor wd chamamos tensão convencional de cisalhamento, decorrendo a mesma do fato de que essa tensão é um parâmetro através do qual se verificará estar ou não havendo esmagamento da biela comprimida que se forma na viga em seu funcionamento à flexão. O dimensionamento ao esforço cortante de uma peça em concreto armado envolverá duas etapas: Verificação do não esmagamento do concreto para as diagonais comprimidas da treliça que se forma em seu interior Dimensionamento das armaduras necessárias a absorver as trações que surgem na referida treliça oriundas do esforço cortante (armaduras com barras verticais ou inclinadas) Todo este dimensionamento estará calcado nas adaptações introduzidas ao longo do tempo sobre a Treliça de Ritter-Mörsch. 11.2 A Treliça de Mörsch Considerando a viga retangular (bw x h) da figura 11, Mörsch admitiu, após a fissuração, seu funcionamento segundo uma treliça, Curso de Concreto Armado 104 31/10/18 A NBR 6118 Hipóteses básicas As prescrições que se seguem aplicam-se a elementos lineares armados ou protendidos, submetidos a forças cortantes, eventualmente combinadas com outros esforços solicitantes. Não se aplicam a elementos de volume, lajes, vigas parede e consolos curtos. As condições fixadas pela NBR 6118 para elementos lineares admite dois modelos de cálculo que pressupõem a analogia com modelo em treliça, de banzos paralelos, associado a mecanismos resistentes complementares desenvolvidos no interior do elemento estrutural e traduzidos por uma componente adicional Vc. Condições relativas aos esforços solicitantes I. Cargas próximas aos apoios Para o cálculo da armadura transversal, no caso de apoio direto (se a carga e a reação de apoio forem aplicadas em faces opostas do elemento estrutural, comprimindo-a), valem as seguintes prescrições: a força cortante oriunda de carga distribuída pode ser considerada, no trecho entre o apoio e a seção situada à distância d/2 da face de apoio, constante e igual à desta seção a força cortante devida a uma carga concentrada aplicada a uma distância a 2d do eixo teórico do apoio pode, nesse trecho de comprimento a, ser reduzida multiplicando-a por a/(2d). Todavia esta redução não se aplica às forças cortantes provenientes dos cabos inclinados de protensão As reduções indicadas neste item não se aplicam à verificação da resistência à compressão diagonal do concreto. No caso de apoios indiretos, essas reduções também não são permitidas. Curso de Concreto Armado 105 31/10/18 II. Elementos estruturais com altura variável A força cortante que é resistida pela alma das vigas de altura variável pode ser avaliada por: onde: VSd,red é a força cortante reduzida, considerando o efeito de altura variável c é o ângulo entre o banzo de compressão e o eixo longitudinal do elemento estrutural t é o ângulo entre a armadura de tração e o eixo do elemento estrutural é o ângulo de inclinação das bielas de compressão consideradas no dimensionamento à força cortante z é o braço de alavanca das forças internas Os sinais de c e t devem ser obtidos considerando o sentido das forças finais de compressão e de tração da flexãocom a força cortante concomitante. A expressão acima considera a redução da força de compressão na flexão quando existe força cortante concomitante. Verificação do estado limite último Cálculo da resistência A resistência do elemento estrutural, numa determinada seção transversal, deve ser considerada satisfatória quando verificadas simultaneamente as seguintes condições: VSd Rd2 VSd Rd3 = Vc + Vsw , onde: VSd é a força cortante solicitante de cálculo na seção VRd2 é a força cortante resistente de cálculo relativa à ruína das diagonais comprimidas de concreto, conforme se apliquem os processos indicados a seguir VRd3 = Vc + Vsw, é a força cortante resistente de cálculo relativa à ruína por tração diagonal, onde Vc é a parcela de força cortante absorvida por mecanismos complementares ao de treliça e Vsw a parcela absorvida pela armadura transversal, conforme se apliquem os processos indicados a seguir Na região dos apoios os cálculos devem considerar as forças cortantes agentes nas respectivas faces. Modelo de cálculo I tred,SdSdcred,SdSdred,Sdd tg)2/gcotVz/M(tg)2/gcotVz/M(VV Curso de Concreto Armado 106 31/10/18 O modelo I admite diagonais de compressão inclinadas de = 45 em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural e admite ainda que a parcela complementar Vc tenha valor constante, independente de VSd. verificação da compressão diagonal do concreto VRd2 = 0,27 x v x fcd x bw x d, sendo v = (1 - fck / 250) fck em MPa cálculo da armadura transversal Vsw = (Asw / s) x 0,9 x d x fywd (sen + cos ), sendo: Vc = 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa fora da seção Vc = Vc0 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a seção Vc = Vc0 (1+ Mo / MSd,máx ) 2Vc0 na flexo-compressão Vc0 = 0,6 fctd bw d fctd = fctk,inf / c onde: bw é a menor largura da seção compreendida ao longo da altura útil d d é a altura útil da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de gravidade da armadura de tração s é o espaçamento entre elementos da armadura transversal Asw, medido segundo o eixo longitudinal do elemento estrutural fywd é a tensão na armadura transversal passiva, limitada ao valor fyd no caso de estribos e a 70% desse valor no caso de barras dobradas, não se tomando, para ambos os casos, valores superiores a 435 MPa elemento estrutural, podendo-se tomar 45º M0 é o valor do momento fletor que anula a tensão normal de compressão na borda da seção (tracionada por Md,max) provocada pelas forças normais de diversas origens concomitantes com VSd, sendo essa tensão calculada com valor de f igual a 0,9. Os momentos correspondentes a essas forças normais não devem ser considerados no cálculo dessa tensão pois são considerados em MSd MSd,max é o momento fletor de cálculo máximo no trecho em análise, que pode ser tomado como o de maior valor no semi-tramo considerado decalagem do diagrama de força no banzo tracionado Quando a armadura longitudinal de tração for determinada através do equilíbrio de esforços na seção normal ao eixo do elemento estrutural, os efeitos provocados pela fissuração Curso de Concreto Armado 107 31/10/18 oblíqua podem ser substituídos no cálculo pela correspondente decalagem do diagrama de momentos fletores dada pela expressão: sendo: al 0,5d, no caso geral al 0,2d, para estribos inclinados a 45 Modelo de cálculo II O modelo II admite diagonais de compressão inclinadas de em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural, com variável livremente entre 30 e 45. Admite ainda que a parcela complementar Vc sofra redução com o aumento de VSd. verificação da compressão diagonal do concreto VRd2 = 0,54 x v x fcd x bw x d x sen 2 x (cotg + cotg ), sendo v = (1- fck/250) fck em MPa cálculo da armadura transversal Vsw = (Asw / s) x 0,9 x d x fywd x (cotg + cotg ) sen , sendo: Vc= 0 em elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa fora da seção Vc= Vc1 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a seção Vc= Vc1 (1+ M0 / MSd,máx) 2Vc1 na flexo-compressão, com: Vc1 = Vc0 quando VSd Vc0 Vc1 = 0 quando VSd = VRd2, interpolando-se linearmente para valores intermediários deslocamento do diagrama de momentos fletores O deslocamento do diagrama de momentos fletores, aplicando o processo descrito neste item, deve ser: sendo: al 0,5d, no caso geral al 0,2d, para estribos inclinados a 45 Condições gerais gcot)gcot1( )VV(2 V da cmáx,Sd máx,Sd )gcotg(cotd5,0a Curso de Concreto Armado 108 31/10/18 Todos os elementos lineares submetidos a força cortante, à exceção dos casos indicados abaixo, devem conter armadura transversal mínima constituída por estribos, com taxa geométrica: onde: Asw é a área da seção transversal dos estribos s é o espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento estrutural é a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural bw é a largura média da alma, medida ao longo da altura útil da seção Fazem exceção ao parágrafo anterior: os elementos estruturais lineares com bw 5 d (em que d é a altura útil seção), caso que deve ser tratado como laje as nervuras de lajes nervuradas, quando espaçadas de menos de 60 cm, que também podem ser verificadas como lajes. Neste caso deve ser tomada como base a soma das larguras das nervuras no trecho considerado, podendo ser dispensada a armadura transversal quando VSd 0,7 VRd1 com VRd1 = Rd1 bw Rd1 definido em 19.4.1); a) os pilares e elementos lineares de fundação submetidos predominantemente à compressão que atendam simultaneamente, na combinação mais desfavorável das ações em estado limite último, calculada a seção em Estádio I, às condições seguintes: - em nenhum ponto deve ser ultrapassada a tensão fctk; - VSd c, sendo Vc definido em 17.4.2.1. Neste caso, a armadura transversal mínima é a definida na seção 18. A armadura transversal (Asw) pode ser constituída por estribos (fechados na região de apoio das diagonais, envolvendo a armadura longitudinal) ou pela composição de estribos e barras dobradas. Entretanto, quando forem utilizadas barras dobradas, estas não devem suportar mais do que 60% do esforço total resistido pela armadura. Podem ser utilizadas barras verticais soldadas combinadas com estribos fechados, mantida a proporção resistente estabelecida acima. Entretanto, quando essas barras não forem combinadas com estribos, os elementos longitudinais soldados devem obrigatoriamente constituir a totalidade da armadura longitudinal de tração. O ângulo de inclinação das armaduras transversais em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural deve estar situado no intervalo 45º Distribuição da armadura longitudinal ywk ctm w sw sw f f 2,0 sen.s.b A Curso de Concreto Armado 109 31/10/18 Armaduras de tração na flexão simples ancoradas por aderência O trecho da extremidade da barra de tração considerado como de ancoragem, tem início na seção teórica onde sua tensão s começa a diminuir (o esforço da armadura começa a ser transferido para o concreto). Deve prolongar-se pelo menos 10 além do ponto teórico de tensão s nula, não podendo em nenhum caso ser inferior ao comprimento de ancoragem necessário. Assim, na armadura longitudinal de tração dos elementos estruturais solicitados por flexão simples, o trecho de ancoragem da barra deve ter início no ponto A (figura 35) do diagrama de forças RSd = MSd / z decalado do comprimento al. Se a barra não for dobrada, o trecho de ancoragem deve prolongar-se além de B no mínimo 10. Se a barra for dobrada, o início do dobramento pode coincidir com o ponto B (verfigura 35). Figura 35 - Cobertura do diagrama de força de tração solicitante pelo diagrama resistente Nos pontos intermediárias entre A e B, o diagrama resistente linearizado deve cobrir o diagrama solicitante (ver figura 35). Se o ponto A estiver na face do apoio ou além dela e a força Rst diminuir em direção ao centro de apoio, o trecho de ancoragem deve ser medido a partir dessa face. 18.3.2.3.2 Caso de barras alojadas nas mesas Para as barras alojadas nas mesas ou lajes, e que façam parte da armadura da viga, o ponto de interrupção da barra é obtido pelo mesmo processo anterior, considerando ainda um comprimento adicional igual à distância da barra à face mais próxima da alma. 18.3.2.4 Armadura de tração nas seções de apoio Os esforços de tração junto aos apoios de vigas simples ou contínuas devem ser resistidos por armaduras longitudinais que satisfaçam à mais severa das seguintes condições: Curso de Concreto Armado 110 31/10/18 a) no caso de ocorrência de momentos positivos, as armaduras obtidas através do dimensionamento da seção; b) em apoios extremos, para garantir ancoragem da diagonal de compressão, armaduras capazes de resistir a uma força de tração Rst = (a /d) Vd + Nd , onde Vd é a força cortante no apoio e Nd é a força de tração eventualmente existente; c) em apoios extremos e intermediários, por prolongamento de uma parte da armadura de tração do vão (As,vão), correspondente ao máximo momento positivo do tramo (Mvão) de modo que: - As,apoio 1/3 (As,vão) se Mapoio apoio vão ; - As,apoio 1/4 (As,vão) se Mapoio apoio vão . 18.3.2.4.1 Ancoragem da armadura de tração no apoio Quando se tratar do caso (a) do item 18.3.2.4, as ancoragens devem obedecer aos critérios usuais de detalhamento. Para os casos (b) e (c), em apoios extremos, as barras das armaduras devem ser ancoradas a partir da face do apoio, com comprimentos iguais ou superiores ao maior dos seguintes valores: - b,nec, conforme 9.4.2.5; - - 60 mm. Quando houver cobrimento da barra no trecho do gancho, medido normalmente ao plano do gancho, de pelo menos 70 mm e as ações acidentais não ocorrerem com grande freqüência com seu valor máximo, o primeiro dos três valores anteriores pode ser desconsiderado, prevalecendo as duas condições restantes. Para os casos (b) e (c), em apoios intermediários, o comprimento de ancoragem , desde que não haja qualquer possibilidade da ocorrência de momentos positivos nessa região, provocados por situações imprevistas, particularmente, por efeitos de vento e eventuais recalques. Quando essa possibilidade existir, as barras devem ser contínuas ou emendadas sobre o apoio. 18.3.3 Armadura transversal para força cortante 18.3.3.1 Generalidades As armaduras destinadas a resistir aos esforços de tração provocados por forças cortantes podem ser constituídas por estribos, combinados ou não com barras dobradas ou barras soldadas, e devem ser projetadas de acordo com as prescrições do item 17.4. 18.3.3.2 Elementos estruturais armados com estribos Curso de Concreto Armado 111 31/10/18 Os estribos para cortantes devem ser fechados através de um ramo horizontal, envolvendo as barras da armadura longitudinal de tração, e ancorados na face oposta. Quando essa face também puder estar tracionada, o estribo deve ter o ramo horizontal nessa região, ou complementado por meio de barra adicional. O diâmetro da barra que constitui o estribo deve ser maior ou igual a 5 mm, sem exceder 1/10 da largura da alma da viga. Quando a barra for lisa, seu diâmetro não pode ser superior a 12 mm. No caso de estribos formados por telas soldadas, o diâmetro mínimo pode ser reduzido para 4,2 mm, desde que sejam tomadas precauções contra a corrosão dessa armadura. O espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador, garantindo um bom adensamento da massa. O espaçamento máximo deve atender às seguintes condições: se Vd 0,67 VRd2 , então smáx = 0,6 d 300 mm ; - se Vd 0,67 VRd2 , então smáx = 0,3 d 200 mm . O espaçamento transversal entre ramos sucessivos da armadura constituída por estribos não deve exceder os seguintes valores: - se Vd 0,20 VRd2 , então st,máx = d 800 mm ; - se Vd 0,20 VRd2 , então st,máx = 0,6d 350 mm . As emendas por traspasse são permitidas apenas quando os estribos forem constituídos por telas ou por barras de alta aderência. 18.3.3.3 Elementos estruturais armados com barras dobradas 18.3.3.3.1 Ancoragem No caso de barras dobradas resistentes à tração provocada por forças cortantes, o trecho b,nec (ver 9.4.2.5). 18.3.3.3.2 Espaçamento longitudinal O espaçamento longitudinal entre barras dobradas não deve ser superior a smáx = 0,6 d (1+ é o ângulo de inclinação da barra dobrada. 18.3.4 Armadura para torção A armadura destinada a resistir aos esforços de tração provocados por torção deve ser constituída por estribos normais ao eixo da viga, combinados com barras longitudinais paralelas ao mesmo eixo, e deve ser projetada de acordo com as prescrições do item 17.5. Consideram-se efetivos na resistência os ramos dos estribos e as armaduras longitudinais contidos no interior da parede fictícia da seção vazada equivalente (ver 17.5.1.3). Curso de Concreto Armado 112 31/10/18 Os estribos para torção devem ser fechados em todo o seu contorno, envolvendo as barras das armaduras longitudinais de tração, e com as extremidades adequadamente ancoradas por meio de ganchos em ângulo de 45º. Devem ser obedecidas as prescrições de 18.3.3.2 relativas ao diâmetro das barras que formam o estribo e ao espaçamento longitudinal dos mesmos, As barras longitudinais da armadura de torção podem ter arranjo distribuído ou concentrado ao longo do perímetro interno dos estribos, espaçadas no máximo de 350 mm. Deve-se respeitar a relação , exigida pelo dimensionamento. As seções poligonais devem conter, em cada vértice dos estribos de torção, pelo menos uma barra. 18.3.5 Armadura de pele A armadura de pele calculada de acordo com 17.3.4.2.3 deve ser disposta de modo que o afastamento entre as barras não ultrapasse d/3 e 20 cm. 18.3.6 Armadura de suspensão Nas proximidades de cargas concentradas transmitidas à viga por outras vigas ou elementos discretos que nela se apoiem ao longo ou em parte de sua altura, ou fiquem nela penduradas, deve ser colocada armadura de suspensão. 18.3.7 Armaduras de ligação mesa-alma ou talão-alma Os planos de ligação entre mesas e almas ou talões e almas de vigas devem ser verificados com relação aos efeitos tangenciais decorrentes das variações de tensões normais ao longo do comprimento da viga, tanto sob o aspecto de resistência do concreto, quanto das armaduras necessárias para absorver as trações decorrentes desses efeitos. As armaduras de flexão da laje, existentes no plano de ligação, podem ser consideradas como parte da armadura de ligação, complementando-se a diferença entre ambas, se necessário. A seção transversal mínima dessa armadura, estendendo-se por toda a largura útil e ancorada na alma, deve ser de 1,5 cm2 por metro.
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