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Responsabilidade Social e Ambiental UniabeuRJ uniabeuvideos UniabeuRJCEAD www.uniabeu.edu.br Responsabilidade Social e Ambiental 02 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental 1ª Edição Alan Jeferson de Oliveira da Silva BELFORD ROXO UNIABEU 2017 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 03 CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA - UNIABEU U58r Uniabeu Centro Universitário. Pró Reitoria de Graduação, Pesquisa e Extensão Responsabilidade social e ambiental [livro eletrônico] / Alan Jefferson de Oliveira da Silva.-- Belford Roxo: Uniabeu, 2017. 208 p. Modo de acesso: World Wide Web <HTTP://www.uniabeu.edu.br/index.php?p=ebooks> ISBN: 978-85-98716-21-3 1. Educação social. 2. Educação ambiental. I. Silva, Alan Jefferson de Oliveira da. II. Título. CDD 304.2 Responsabilidade Social e Ambiental 04 CEAD SUMÁRIO Unidade 01 Relações Históricas entre Desenvolvimento e Meio Ambiente...........................................................................05 Unidade 02 Conceitos básicos e desenvolvimento sustentável..............................................................................................17 Unidade 03 Protocolos e Acordos Internacionais....................................................................................................................29 Unidade 04 Questões Ambientais no Mundo e no Brasil, problemas, causas e fontes de poluição......................................42 Unidade 05 Marcos Históricos e Acidentes Ambientais...........................................................................................................54 Unidade 06 Política Nacional de Proteção ao Meio Ambiente................................................................................................67 Unidade 07 As Obrigações da Empresa....................................................................................................................................90 Unidade 08 Educação Ambiental...........................................................................................................................................101 Unidade 09 As Empresas e a Responsabilidade Social Empresarial.....................................................................................114 Unidade 10 Responsabilidade Socioambiental nas organizações – ISO 26000 e Certificação Ambiental ISO 14001.......132 Unidade 11 Terceiro Setor......................................................................................................................................................144 Unidade 12 Responsabilidade Social e Ambiental - Boas Práticas Sociais...........................................................................162 Unidade 13 Responsabilidade Social e Ambiental - Boas Práticas Ambientais....................................................................176 Referências Bibliográficas..................................................................................................................................192 Gabarito..............................................................................................................................................................201 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 05 Relações Históricas entre Desenvolvimento e Meio Ambiente Unidade 01 Objetivos • Reconhecer a inter-relação dinâmica entre natureza e sociedade. • Identificar a interligação entre o meio ambiente e o modelo de desenvolvimento econômico. • Reconhecer os principais elementos da problemática ambiental. Responsabilidade Social e Ambiental 06 CEAD INICIANDO O CONTEÚDO As relações históricas entre desenvolvimento e meio ambiente sempre estiveram presentes na interação entre sociedade e a natureza. Trata-se de uma noção de desenvolvimento pautado na exploração dos recursos naturais finitos. Backes (2000) cita o abandono de cidades sumérias em função da salinização do solo pela irrigação. Também se pode citar a erosão das colinas da Ática em função do desmatamento para o uso de lenha, há cerca de 2.400 anos, bem como a crise hídrica que assolou o Brasil no período imperial devido ao desmatamento da Floresta da Tijuca no início da agricultura do café. A primeira preocupação com o meio ambiente surge a partir da Segunda Guerra Mundial devido ao lançamento das bombas atômicas no Japão, a aceleração do processo de industrial e o aumento do consumo, concomitante a esses eventos, diversos acidentes ambientais, como o naufrágio do petroleiro Torrey Canyon na França, contaminação de mercúrio no mar do Japão e dentre outros acidentes ambientais. “Só muito tardiamente a humanidade se viu às voltas com problemas de ordem planetária (...) a certeza de que a Terra pudesse ser finalmente destruída pelo próprio ser humano.” (Barbieri, p. 15). Acrescenta-se à temática o crescimento exponencial da população mundial a partir da segunda metade do século XX. Isso também contribui para intensificar os debates sobre a questão ambiental. A partir de então, destacam-se diversos eventos internacionais com objetivo de despertar uma nova consciência atenta à proteção ambiental, conforme você verá nas próximas Unidades. Os bombardeios nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki não se “reduzem” a dois dias de horror, nos quais cerca de 220 mil habitantes perderam a vida. Fonte: www.planobrazil.com. Acessado em: 23/05/2016 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 07 A primeira maré negra de grandes dimensões foi o naufrágio do petroleiro Torrey Canyon, no Canal da Mancha, em 1967. Foram liberados mais de 100 mil toneladas de crude que afetaram cerca de 180 quilómetros de praia. Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com. Assista em : https://www.youtube.com/watch?v=qPbufQhJLsY Revolução Industrial: A Revolução Industrial caracterizou-se por mudanças no modo de produzir bens e mercadorias que substituiu o trabalho artesanal pelo assalariado entre os séculos XVIII e XIX, sendo os seus pioneiros os países europeus, com destaque para a Inglaterra, França, Bélgica e Holanda. Mais tarde, Rússia, Alemanha e Estados Unidos ingressaram nesse novo modelo de produção. O processo é dividido em etapas conforme tabela a seguir: Fonte: http://www.impulsopositivo.com/content/5-milhoes-investidores-particulares-quere-financiar-micro-e- pequenas-empresas Responsabilidade Social e Ambiental 08 CEAD Primeira etapa da Revolução Industrial A Primeira etapa da Revolução Industrial ocorreu entre 1760 e 1860. No período, surgiram duas importantes invenções: a máquina a vapor e a locomotiva, que provocaram uma reviravolta no setor produtivo e de transporte, pois a ciência descobriu a utilidade do carvão como fonte de energia. Estes acontecimentos foram primordiais para o desenvolvimento dos primeiros ramos industriais, tais como a produção têxtil - que antes da revolução era desenvolvida de forma artesanal -, e a distribuição de mercadorias, matérias primas e de pessoas, dando um novo panorama aos meios de transportes. A máquina a vapor movida a energia do carvão proporcionou grande força e agilidade no ramo produtivo. Com isso, as fábricas tornaram-se uma alternativa de trabalho e milhares de pessoas deixaram o campo em direção às cidades. Segunda Etapa Revolução Industrial Ocorreu entre o período de 1860 a 1900 e ficou caracterizada pela utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão e o desenvolvimento de produtos químicos. Terceira Etapa Revolução Industrial A terceira etapa ocorreujá no século XX e ficou caracterizada pelo grande avanço na robótica e na informática. As indústrias espacial e genética, entre outras, tiveram um grande avanço nesse período. O processo de industrialização e crescimento econômico, na forma tradicional, é compreendido como sinônimos de desenvolvimento sem considerar os limites dos recursos naturais do planeta, além de priorizar a exploração da força de trabalho e a acumulação de capital. O aspecto mais importante do processo foi o aumento da capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização de máquinas, com grande incremento no volume de mercadorias produzidas e consequente necessidade de ampliação do mercado consumidor em escala mundial. Problemas gerados pelo modelo de desenvolvimento Diante deste contexto, os centros urbanos começaram a ficar saturados, modificando de maneira drástica a configuração da paisagem urbana. As cidades não absorveram o fluxo de pessoas de forma planejada e, com isso, surgiram bairros marginalizados, compostos por trabalhadores pobres. O desenvolvimento industrial e o crescimento urbano têm provocado uma crescente emissão de poluentes atmosféricos em todo o mundo, com a contaminação dos recursos hídricos por meio do esgoto e a geração de resíduos sólidos. O aumento das concentrações atmosféricas destas substâncias Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 09 industriais, a sua deposição no solo e nos vegetais é responsável por danos à saúde da população, redução da produção agrícola, danos nas florestas, degradação de construções, obras de arte e, de uma forma geral, o desequilíbrio nos ecossistemas. O modelo de desenvolvimento adotado pelos países em todo mundo deixa dúvidas sobre o futuro da humanidade, conforme aponta o renomado historiador Eric Hobsbawm: “Vivemos meio século de um crescimento exponencial da população global, e os impactos da tecnologia e do crescimento econômico no ambiente planetário estão colocando em risco o futuro da humanidade, assim como ela existe hoje. Este é o desafio central que enfrentamos no século XXI.” A poluição gerada pelos grandes centros urbanos geram impactos negativos para a saúde da população, conduzindo a uma crise ambiental que vem criticar o atual modelo de desenvolvimento econômico. Os primeiros desgastes no meio ambiente estão interligados ao crescimento das cidades e a pressão exercida pelo crescimento populacional, ora pelo crescimento natural da população principalmente após a Segunda Guerra Mundial, ora pelo êxodo rural ocorrido durante processo de urbanização. Poluição Atmosférica A poluição atmosférica é um dos primeiros problemas ambientais, pois afeta diretamente a população das cidades, prejudicando o sistema respiratório das pessoas, provocando doenças ou até mesmo agravando outras enfermidades como asma, bronquite, infecções pulmonares e doenças do coração. Apesar de muitos países possuírem índices de emissão de partículas dentro dos limites estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco de morte permanece bastante elevado devido a doenças respiratórias e cardiovasculares. Aproximadamente 1,3 milhão de mortes por ano são ocasionadas pela poluição urbana. As regiões mais críticas são África, Ásia, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia (SALDIVA, 2014. pág. 16). O médico Paulo Saldiva (2012) complementa: “Aproximadamente 12% das internações respiratórias em São Paulo são atribuíveis à poluição do ar. Um em cada dez infartos do miocárdio são o produto da associação entre tráfego e poluição”. A tabela abaixo mostra os principais impactos da poluição atmosférica. Responsabilidade Social e Ambiental 10 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 11 Urbanização A urbanização refere-se ao processo caracterizado pelo aumento da população vivendo nas cidades. O processo de urbanização intensificou-se a partir do século XIX, quando a industrialização atraiu milhares de pessoas para as cidades, inicialmente nos países que acompanharam a Revolução Industrial. Neste contexto, a população urbana passou a crescer mais que a rural. Assim, começaram as aglomerações urbanas. De modo geral, a migração rural urbana fundamenta-se em suprir mão de obra, sem incluir a melhora na qualidade de vida da população. Era um modelo caótico, sem saneamento, com aglomerações de cortiços, onde qualquer doença se transformava em epidemia. Problemas Ambientais Urbanos O crescimento desordenado das cidades do mundo provoca o inchaço de áreas periféricas, atingindo principalmente cidades de países mais pobres. Segundo a ONU, cidade é um aglomerado urbano com mais de 20 mil habitantes. No Brasil, considera-se cidade toda sede de munícipio, independentemente do número de habitantes. De qualquer forma, uma definição aceita para cidade é: aglomerado urbano concentrado, com atividades dos setores terciário e secundário, relativamente organizada em ruas, com serviços de transporte, luz, água, limpeza pública, saúde, lazer, educação e com função social: “Historicamente, a cidade foi constituída pela necessidade de abrigo e proteção aos perigos externos. O homem, ao procurar a cidade, busca uma vida melhor, anseia por ambiente onde possa formar família saudável e, assim, garantir a própria sobrevivência e de seus descendentes.” Carlos Hatdt Desta forma, verificamos a importância das cidades e a sua função para a sociedade. Porém, o acelerado processo de urbanização ocorrido nos países mais pobres, associados ao planejamento ineficaz das cidades, gerou diversos problemas ambientais urbanos, impedindo que a cidade exerça a sua função social. São muitos os problemas ambientais encontrados dentro de uma área urbana que comprometem o meio ambiente. O lixo sempre foi um problema de difícil solução: a sua produção está sempre aumentando, é uma das principais fontes de degradação ambiental, grande parte tem destino incorreto, sendo acumulado nas ruas e terrenos vazios, além de ser levado pela água. A produção descontrolada de resíduos sólidos contamina os lençóis freáticos, aumenta a proliferação de doenças e causa poluição visual. Responsabilidade Social e Ambiental 12 CEAD Fonte: www.ecodesenvolvimento.org. Acessado em: 28/05/2016 A carência de saneamento básico é outra causa impactante, além de ser muito prejudicial à saúde. Mesmo sendo um serviço essencial para higiene e saúde, não é um bem disponibilizado para toda a população, ou melhor, disponibilizado para poucas pessoas. Em diversas cidades, rios e cursos d’água são transformados em verdadeiros esgotos a céu aberto, onde os resíduos são lançados diretamente, sem qualquer tipo de tratamento, abalando os ecossistemas. Além de poluírem a rede hidrográfica, o que é prejudicial à saúde humana, também são altamente danosos à fauna e à flora. O fornecimento de água potável está comprometido pela contaminação sem limite dos recursos hídricos. Os grandes centros urbanos, além de enfrentarem diversos problemas ambientais, também enfrentam problemas de ordem social como a falta de moradias, enchentes e ocupação de áreas de riscos. Normalmente a maior parte desses problemas recai sobre a população mais pobre, tem menos recursos para enfrenta-los. Tal fato desperta um novo olhar sobre as cidades, pois representam o local da vida social e da problemática ambiental - onde se produz A civilização, os conhecimentos e os bens, onde também se concentram os principais problemas ambientais do mundo contemporâneo. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 13 SAIBA MAIS • https://www.youtube.com/watch?v=laQ6y1RxhGM • https://www.youtube.com/watch?v=wcBwFCVC1R0 Responsabilidade Social e Ambiental 14 CEAD RESUMINDO • Revolução Industrial: período marcado pela mudança no modo de produzir bens e mercadorias que substituiu o trabalho artesanalpelo assalariado entre os séculos XVIII e XIX, sendo divido em etapas; • Problemas gerados pela modelo de desenvolvimento: o modelo de desenvolvimento adotado por diversos países têm provocado em todo o mundo uma crescente emissão de poluentes atmosféricos, a contaminação dos recursos hídricos por meio do esgoto e a geração de resíduos sólidos; • Urbanização: o processo de urbanização intensificou-se a partir do século XIX, quando a industrialização atraiu milhares de pessoas para as cidades. Nesse contexto, a população urbana passou a crescer mais que a rural. Assim começaram os problemas ambientais urbanas como falta de saneamento básico, aglomerações de cortiços, falta de gerenciamento dos resíduos sólidos, dentre outros. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 15 1) Observe a figura. (MACKENZIE) Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução Industrial, considere as afirmativas a seguir: I. Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende se até meados do século XIX. A invenção da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam o início das mudanças nos processos produtivos. II. O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para o início da industrialização devido à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Comercial. III. Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e ode mineração. IV. As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como a Alemanha, França e Estados Unidos ainda no Século XVIII recrutando operários com salários atrativos promovendo, assim, um intenso êxodo rural. Está correta: a) apenas I, II e III. b) apenas I, II e IV. c) apenas II, III e IV. d) apenas I, III e IV. e) I, II, III e IV. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 16 CEAD 2) Observe a charge e depois responda a questão. (UERJ) O lixo gerado especialmente nas cidades mais populosas se tornou, no último século, um dos fatores causadores de impactos ambientais nem sempre reversíveis a curto prazo. Um dos problemas e uma das soluções relativos ao acúmulo do lixo em áreas urbanas estão apresentados em: a) poluição de ecossistemas fluviais - coleta seletiva b) aumento da emissão de gases - remodelação de áreas de risco c) destruição de reservas florestais - reciclagem de resíduos tóxicos d) diminuição dos reservatórios de água - redistribuição de núcleos populacionais 3) A urbanização moderna é um processo vinculado:(UFAM) a) ao feudalismo, b) à Primeira Guerra Mundial. c) à Segunda Guerra Mundial. d) às expansões marítimas, no final do século XV. e) à Revolução Industrial. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 17 Conceitos básicos e desenvolvimento sustentável Objetivos • Entender a origem, conceituação e características do modelo de desenvolvimento sustentável. • Conhecer alguns assuntos básicos relacionados ao desenvolvimento sustentável. Unidade 02 Responsabilidade Social e Ambiental 18 CEAD Com a revolução industrial no século XX, o novo modelo de produção baseado na extração dos recursos naturais e produção em larga escala impulsionou a devastação do meio ambiente, por meio do lançamento de substancias tóxicas que comprometeram a qualidade dos ecossistemas. O modelo afetou os mecanismos que sustentam a vida no planeta, devido ao fato de acelerar o processo de degradação da natureza (EFFTING, 2007). As preocupações com o estado do meio ambiente se iniciaram na década de 60, quando se percebeu que os recursos naturais não eram inesgotáveis e sim, limitados. Além do mais, a poluição atmosférica e a intensa exploração dos recursos naturais causariam problemas globais e não locais. A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, a Conferência de Estocolmo (1972), foi o marco histórico internacional na divulgação das necessidades de políticas ambientais em vários países do mundo, já que as discussões geraram a Declaração sobre o Ambiente Humano e seu Plano de Ação Mundial. Em 1984, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) coordenada pela ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland e constituída por 23 membros de 22 países. Durante três anos seguidos, a comissão se reuniu para estudar os conflitos entre os crescentes problemas ambientais e as necessidades das nações em desenvolvimento. A CMMAD publicou em 1987, o relatório intitulado “Nosso Futuro em Comum”, que consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável. De acordo com o documento, o desenvolvimento sustentável é “aquele que atende as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.” (CZAPSKI, 2008). O termo “Desenvolvimento Sustentável” (DS) até hoje encerra diversas interpretações e controvérsias no cenário mundial. Foi atribuído a uma mera tentativa de ajustar as sociedades ao modo de reprodução social capitalista, induzindo a humanidade à crise ecológica global (LOUREIRO et al, 2005 apud PEDRINI, 2006). No entanto, deveria derivar de dinâmicas do próprio sistema social. Mesmo considerado ambíguo e de ideologias duvidosas, o conceito acabou sendo legitimado para além do ambientalismo, estando presente em diversas outras áreas do conhecimento. De fato, o DS apresenta características típicas de um desenvolvimento apenas econômico destituído totalmente de precaução e cuidados atuais e futuros com o capital natural. (MEIRA e SATO, 2005). Infelizmente, o termo sustentabilidade parece ser derivado do DS, que pode ser considerado então como insustentável. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 19 Hoje, há um consenso de que o desenvolvimento precisa ser equilibrado. Os países mais desenvolvidos precisam comprometer-se em reduzir seus gastos de água, energia e outros recursos naturais, já os países em desenvolvimento precisam crescer observando novos padrões de sustentabilidade. É o que se chama de responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Segundo o WWF, caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das do Hemisfério Norte, a quantidade de combustível fóssil consumida atualmente aumentaria dez vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Isso não é sustentável. A sustentabilidade está apoiada em um tripé. Seus três pilares são o social, o econômico e o ambiental: • Social – Refere-se ao tratamento do capital humano. Além de salários justos e estar adequado à legislação trabalhista, é preciso pensar em outros aspectos como o bem estar dos seus funcionários, propiciando, por exemplo, um ambiente de trabalho agradável, pensando na saúde do trabalhador e da sua família. Além disso, é imprescindível ver como a atividade econômica afeta as comunidades ao redor. Não adianta, por exemplo, uma mineradora pagar bem seus funcionários sem prestar assistência para as pessoas que são afetadas indiretamente com a exploração. É o caso, por exemplo, de uma comunidade indígena afetada social, econômica e culturalmente pela presença do empreendimento vizinho. Estão contidos também problemas gerais da sociedade como educação, violência e até o lazer. • Ambiental – Refere-se ao capital natural. Aqui, assim como nos outros itens, é importante pensar em pequeno, médio e longo prazo. A princípio, praticamente toda atividade econômica tem impacto ambiental negativo. Neste aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas formas de amenizar esses impactos e compensar o que não é possível amenizar. Assim, uma empresa que usa determinada matéria prima deve planejar formas de repor os recursos ou, caso não seja possível, diminuir ao máximo o uso desse material, assim como saber medir a pegada de carbonodo seu processo produtivo, ou seja, a quantidade de CO2 emitido pelas suas ações. Além disso, obviamente, deve ser levada em conta a adequação à legislação ambiental e a vários princípios discutidos atualmente como o Protocolo de Kyoto. Para uma determinada região geográfica, o conceito é o mesmo e pode ser adequado, por exemplo, com um sério zoneamento econômico da região. • Econômico – Trata-se do lucro. Não é muito difícil entender o que é o conceito. É o resultado econômico positivo de uma empresa ou da sociedade. Quando se leva em conta o tripé, essa perna deve levar em conta os outros dois aspectos. Ou seja, não adianta lucrar devastando, por exemplo. Responsabilidade Social e Ambiental 20 CEAD SAIBA MAIS • Cidades e Soluções - O programa da Globonews é dedicado ao tema de sustentabilidade e tem dezenas de programas disponíveis na rede sobre os diversos temas abordados. http://www.mundosustentavel.com.br/category/ cidades-e-solucoes/ • Rio Como Vamos - O site da organização traz inúmeros dados de sustentabilidade do Município do Rio. http://www.riocomovamos.org.br/index.php Fonte: Site HowStuffWorks (“Como funciona o desenvolvimento sustentável”) Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 21 Pegada Ecológica Há um modelo muito interessante que mostra o quanto estamos exigindo do nosso planeta e dos recursos que ele nos oferece. Chama-se pegada ecológica. Quanto mais acelerada a exploração do meio ambiente, maior a marca que deixamos no planeta. O uso excessivo de recursos naturais, o desperdício de produtos e alimentos, a degradação ambiental e a grande quantidade de lixo gerado são os rastros que, ainda hoje, deixamos na natureza. A pegada ecológica é uma medida estimada capaz de nos mostrar até que ponto o nosso estilo de vida está de acordo com a capacidade do planeta de oferecer, renovar seus recursos naturais e absorver os resíduos que geramos por anos e anos. Isto considera o conceito do desenvolvimento sustentável de que precisamos cuidar da nossa e das próximas gerações. A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa, corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida. Em outras palavras, a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza”, em média, para se sustentar. Para calcular as pegadas foi preciso estudar os vários tipos de territórios produtivos (agrícola, pastagens, oceanos, florestas, áreas construídas) e as diversas formas de consumo (alimentação, habitação, energia, bens e serviços, transporte e outros). As tecnologias usadas, os tamanhos das populações e outros dados também entraram na conta. Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área medida em hectares. Além disso, é preciso incluir as áreas usadas para receber os detritos e resíduos gerados e reservar uma quantidade de terra e água para a própria natureza, ou seja, para os animais, as plantas e os ecossistemas onde vivem, garantindo a manutenção da biodiversidade. De modo geral, sociedades altamente industrializadas, ou seus cidadãos, “usam” mais espaços do que os membros de culturas ou sociedades menos industrializadas. Suas pegadas são maiores, pois, ao utilizarem recursos de todas as partes do mundo, afetam locais cada vez mais distantes, explorando essas áreas ou causando impactos por conta da geração de resíduos. Como a produção de bens de consumo tem aumentado significativamente, o espaço físico terrestre disponível já não é suficiente para nos sustentar. Para assegurar a existência das condições favoráveis à vida precisamos viver de acordo com a “capacidade” do planeta, ou seja, de acordo com o que a Terra pode fornecer e não com o que gostaríamos que ela fornecesse. Avaliar até que ponto o nosso impacto já ultrapassou o limite é essencial, pois só assim poderemos saber se vivemos de forma sustentável. Responsabilidade Social e Ambiental 22 CEAD Composição da Pegada Ecológica: • Terra produtiva - Terra para colheita, pastoreio, corte de madeira e outras atividades de grande impacto. • Mar produtivo - Área necessária para pesca e extrativismo. • Terra de energia ou área de energia • fóssil - Área de florestas e mar necessária para a absorção de emissões de carbono. • Área urbanizada - Área para casas, construções, estradas e infraestrutura. Biodiversidade - Áreas de terra e água destinadas à preservação da biodiversidade. Fonte: WWF (“O que compõe a Pegada?”) Fonte: WWF Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 23 O site Pegada Ecológica, do WWF, traz um jogo onde é possível calcular a pegada ecológica: www.pegadaecologica.org.br A pegada ecológica nos indica que, para vivermos com sustentabilidade, precisamos preservar os recursos naturais, proteger a biodiversidade e adotarmos produtos e serviços ecoeficientes. Recursos naturais Recursos naturais são aqueles disponíveis na natureza e que podem ser consumidos por nós, humanos, ou por outros seres vivos. Eles podem ser renováveis ou não renováveis. Os renováveis são aqueles que se regeneram, como a água, as florestas e o solo. Aparentemente, eles são ilimitados, ou seja, temos a ilusão de que podemos utilizá-los sem comedimento, pois estarão sempre disponíveis em abundância. Porém, para a maioria deles há um limite de exploração: se utilizamos mais água do que os rios são capazes de repor, por exemplo, ou se poluímos as águas, o recurso se torna escasso e pode vir a faltar no futuro. Portanto, ser sustentável é cuidar para que os recursos renováveis se mantenham disponíveis para que possamos manter nossas atividades de hoje e para que, no futuro, as próximas gerações possam dispor deles. Os recursos não renováveis são aqueles que não podem ser produzidos e regenerados a uma escala que possa sustentar a sua taxa de consumo. Eles existem muitas vezes em quantidades fixas ou são consumidos muito mais rapidamente do que natureza pode produzi-los. O caso mais evidente é o dos combustíveis fósseis: um dia, o petróleo vai se esgotar e não teremos outra saída a não ser buscar um material que o substitua para suprir nossas necessidades. Há ainda os recursos inesgotáveis, como a luz do sol e o vento. Porém, eles são a minoria dos recursos que hoje exploramos para viver. Por isso, precisamos urgentemente utilizar os recursos naturais racionalmente. A pegada ecológica nos avisa que estamos usando mais do Planeta Terra do que ele pode nos oferecer. Ser sustentável é um dever de todos, para que possamos reduzir nossa pegada e chegar mais próximo da Economia Verde. • Orientações práticas: Como posso contribuir para utilizar os recursos naturais racionalmente? 1. Conserte torneiras que estiverem pingando. Elas podem desperdiçar até 45 litros de água por dia; 2. Instale torneiras com aerador – “peneirinhas” ou “telinhas” – na saída da água. Assim você utiliza menos água; 3. Em vez de usar mangueira para limpar jardins, calçadas, passeios e quintais, use uma vassoura; Responsabilidade Social e Ambiental 24 CEAD 4. Utilize um regador para molhar as plantas em vez de mangueira, que desperdiça muita água; 5. Feche a torneira enquanto ensaboa as mãos, escova os dentes ou faz a barba. O mesmo vale para o chuveiro na hora do banho; 6. Colete água da chuva para regar suas plantas, evitando gastar água encanada. (Lembre-se de armazena-la em um recipiente fechado para evitar a proliferação do mosquito da dengue.); 7. Lave a louça em uma bacia com água e sabão e abra a torneira só para enxaguar. É mais barato e melhor para o meio ambiente; 8. Junte as roupas para lavar e passar. Desta maneira, você gasta menos água e menos energia elétrica; 9. Dê preferência a produtos fabricados commateriais reciclados. Assim, você reduz o uso da matéria-prima, gastando menos energia; 10. Não jogue lixo no lugar errado. Guarde com você até encontrar um local adequado para depositálo; 11. Separe o lixo para reciclagem. Se não souber onde levá-los, busque lojas e mercados que recebam o lixo separado, como garrafas PET, caixas de papelão, embalagens Tetra-Pak, lâmpadas e pilhas; 12. Reutilize embalagens plásticas sempre que possível e, sempre que puder optar, escolha produtos com embalagens menores. O plástico é derivado do petróleo, um recurso não renovável; 13. Reutilize os sacos plásticos recebidos nas compras; para armazenar o lixo, por exemplo; 14. Faça o mesmo com embalagens de vidro. O vidro é 100% reciclável: uma tonelada de vidro reciclado produz uma tonelada de vidro novo, evita a extração de 1,3 toneladas de areia e economiza 50% de água; 15. Com os metais não é diferente: na reciclagem de uma tonelada de alumínio economiza-se 95% de energia, além de reduzir 85% da poluição do ar e 76% do consumo de água. Já a reciclagem de uma tonelada de aço economiza 1.140 kg de minério de ferro, 155 kg de carvão e 18 kg de cal; 16. O papel não fica atrás: uma tonelada de papel reciclado evita o corte de 30 ou mais árvores. 17. Procure consumir alimentos da estação e produzidos localmente – frutas, verduras, legumes e cereais – contribuindo para uma exploração mais racional dos recursos; Biodiversidade Biodiversidade é a palavra que define a riqueza e a variedade de espécies que encontramos na natureza. Os animais, plantas e micro-organismos são responsáveis por oferecer grande parte da matéria prima consumida pelos seres humanos. O problema é que o desenvolvimento desenfreado polui e utiliza os recursos naturais em excesso e traz ameaças à biodiversidade, culminando na extinção de várias espécies. O desequilíbrio causado Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 25 à biodiversidade é um problema grave e um obstáculo para que alcancemos a sustentabilidade. Ecoeficiência Produtos e serviços que satisfaçam as necessidades humanas, ao mesmo tempo em que reduzem progressivamente o impacto ambiental e o consumo de recursos, são chamados de ecoeficientes. Este conceito sugere uma ligação entre eficiência dos recursos (que leva à produtividade e lucratividade) e responsabilidade ambiental. Portanto, a ecoeficiência é o uso mais eficiente de materiais e energia, a fim de reduzir os custos econômicos e os impactos ambientais. Fonte: Site CEBDS (“Ecoeficiência”) Portanto, a ecoeficiência nada mais é do que o desenvolvimento sustentável ou a Economia Verde “embutidos” em um produto ou em um serviço que compramos ou contratamos. Mais uma vez, cabe a nós, consumidores, saber optar pelo produto ou serviço mais eficiente, contribuindo para a proteção do meio ambiente. Uma indústria de sapatos, por exemplo, pode produzir um sapato ecoeficiente ao reduzir a quantidade de água e tinta utilizadas no processo industrial, utilizar borracha reciclada para fabricar o solado e não utilizar peles e couros de animais que possam ser ameaçados de extinção em seus produtos. Já um shopping center pode ser ecoeficiente, por exemplo, se utilizar energia solar, aproveitar a ventilação local para reduzir o uso do ar condicionado, aproveitar a iluminação natural para reduzir o consumo de energia, praticar o reuso da água da chuva para vasos sanitários, promover a coleta seletiva do lixo gerado nas lojas e assim por diante. Responsabilidade Social e Ambiental 26 CEAD RESUMINDO • O conceito de desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. Foi proposto em 1987 e até hoje é referência como modelo de desenvolvimento em alguns países. Alguns conceitos se originaram a partir do desenvolvimento sustentável, como Pegada Ecológica, que significa a marca que deixamos no planeta, ou seja o que extraímos dele; e • Ecoeficiência é a utilização de produtos ou serviços que reduzem progressivamente o impacto ambiental e o consumo de recursos. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 27 1- Uma sociedade sustentável é aquela em que o desenvolvimento está integrado à natureza, com respeito à diversidade biológica e sociocultural, exercício responsável e consequente da cidadania, com a distribuição equitativa das riquezas e em condições dignas de desenvolvimento. Em linhas gerais, o projeto de uma sociedade sustentável aponta para uma justiça com equidade, distribuição das riquezas, eliminando-se as desigualdades sociais; para o fim da exploração dos seres humanos; para a eliminação das discriminações de gênero, raça, geração ou de qualquer outra; para garantir a todos e a todas os direitos à vida e à felicidade, à saúde, à educação, à moradia, à cultura, ao emprego e a envelhecer com dignidade; para o fim da exclusão social; para a democracia plena. TAVARES, E. M. F. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br>. Acesso em: 25 jul. 2013 (adaptado). Nesse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. Os princípios que fundamentam uma sociedade sustentável exigem a adoção de políticas públicas que entram em choque com velhos pressupostos capitalistas. PORQUE II. O crescimento econômico e a industrialização, na visão tradicional, são entendidos como sinônimos de desenvolvimento, desconsiderando-se o caráter finito dos recursos naturais e privilegiando-se a exploração da força de trabalho na acumulação de capital. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. (A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. (B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. (C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. (D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. (E) As asserções I e II são proposições falsas. 2- A sociedade industrial que o mundo contemporâneo edificou, seja no sistema de produção privado da economia capitalista, seja no sistema socialista. Para produzir mercadorias e equipamentos, foi necessário instalar extensos complexos industriais, e para alimentá-los foi exigida a extração de matérias primas e a exploração de fontes energéticas do mundo todo. É em torno das áreas de concentração industrial que a economia gravita e, para alimentar esse complexo sistema, o home destrói a natureza. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 28 CEAD Tendo como base o texto, marque a afirmação correta. a) A concepção de desenvolvimento na sociedade industrial, na maior parte do tempo, não levou em consideração os limites da natureza e isso gerou, e continua gerando, grandes impactos socioambientais b) O desenvolvimento industrial nos países socialistas superou a produção industrial e tecnológica dos países capitalistas; dessa forma, a poluição nesses países foi maior. c) Na sociedade moderna, a concepção histórica e filosófica de natureza sempre pontuou uma harmonia entre as diferentes sociedades e as diferentes naturezas. d) O desenvolvimento sustentável vai resolver os problemas ambientais do mundo em aproximadamente 20 anos. 3- Pesquise sobre atitudes sustentáveis que podemos ter para colaborar com o Desenvolvimento Sustentável. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 29 Protocolos e Acordos Internacionais Objetivos • Apresentar um breve histórico dos antecedentes das Conferências Internacionais sobre o Meio Ambiente. • Compreender as principais decisões adotadas nas conferências internacionais sobre o meio Ambiente. • Apresentar a importância das Conferencias Internacionais sobre o meio ambiente. Unidade 03 ResponsabilidadeSocial e Ambiental 30 CEAD INICIANDO O CONTEÚDO O problema ambiental está diretamente relacionado com o modo de vida dos seres humanos que ao melhorar a sua renda, também melhora suas condições de vida e consequentemente aumenta o poder de consumo das famílias. Isso provoca grandes pressões nos recursos naturais (Ar, Águas, Solo, Florestas e entre outros). As consequências das pressões nos sistemas ambientais tem gerado preocupação em muitos cidadãos do planeta. Diante do exposto, entre em tela o conceito de Desenvolvimento Sustentável. “Aquela que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.” (Organizações das Nações Unidas - ONU). O ser humano ao tomar consciência da finitude dos recursos naturais se movimenta para defender de forma mais estruturada o Meio Ambiente. Isso ocorre a partir da segunda metade do século XX. Concomitantes a essa preocupação de natureza ecológica, ocorrem movimentos sociais relacionados com a juventude e os valores culturais que enfatizam as questões da pobreza presentes na sociedade. Os desastres ambientais e a contestação social levam à realização de uma série de encontros internacionais que passam a tratar de questões relativas ao meio ambiente e desenvolvimento. (RATTNER, 2001). Assim, torna-se imperativo discutir sobre as atitudes do cotidiano, o consumismo exagerado da nossa sociedade e pensar em ações conjuntas para moldar nosso futuro em um planeta ambientalmente saudável. Nesse contexto vão surgir os grandes embates sobre as questões ambientais. Na década de 70 a preocupação com Meio Ambiente era vista sob duas correntes de pensamentos antagônicos, o primeiro, representado pelos países desenvolvidos, que acreditava na estagnação total do crescimento econômico como forma de impedir as tragédias ambientais no mundo. O segundo, os países subdesenvolvidos não concordavam, pois queriam se desenvolver também a qualquer custo. Então sob essa égide, ocorre a primeira conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 31 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Conferência de Estocolmo A Conferência de Estocolmo realizada entre os dias 5 a 16 de junho de 1972 na cidade Sueca de Estocolmo é reconhecida como o primeiro encontro entre as Nações para debater as questões ambientais e também por ter inaugurado a busca por equilíbrio entre desenvolvimento econômico e redução da degradação ambiental, o que depois se transformaria em noção de Desenvolvimento Sustentável. Na conferência de Estocolmo participaram 113 países e mais de 400 instituições governamentais e não governamentais - ONGs, nas discursões foram tratados também o tema da Chuva Ácida e Poluição Atmosférica, dentre outras questões ambientais Pedestres protegem o rosto da poluição na Praça Tiananmen em Pequim, na China. Foto: Feng Li/Getty Imagens. Fonte:www.envolverde.com.br A Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), apresentou um relatório chamado de “Our Common Future” (Nosso Futuro Comum) mais conhecido como Relatório de Bruntland, que definiu desenvolvimento sustentável como sendo aquele que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer a possibilidade das futuras gerações atenderem suas próprias necessidades (WCED, 1987). Responsabilidade Social e Ambiental 32 CEAD Rio – 92 / Eco - 92 A conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ficou conhecida como Rio – 92, ocorreu na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 3 e 14 de junho de 1992. Teve adesão maciça dos Chefes de Estado e de Organizações Não – Governamentais – ONGs como WWF (Fundo Mundial para a Natureza), Greenpeace e SOS Mata Atlântica. Foram debatidos grandes temas sobre o Meio Ambiente, Desenvolvimento, Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Cidadania, Desigualdades Sociais. Dentro desse contexto foram elaborados documentos que tratavam de estratégias para alcançar o desenvolvimento sustentável. Dentre esses documentos, a Agenda 21 e o protocolo de Quioto. Este último foi assinado no Japão em 1997. Agenda 21 – documento que reúne o conjunto mais amplo de premissas e de recomendações sobre como as nações devem agir para alterar seu vetor de desenvolvimento em favor de modelos sustentáveis e critica o atual modelo de desenvolvimento econômico – que levou vários países a iniciarem seus programas de sustentabilidade. (BRASIL, 2000, p. 27). A Agenda 21 foi um documento assinado pelas 179 nações participantes da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, como instrumento de planejamento para construção de sociedades mais sustentáveis. Esse documento está organizado em 40 capítulos de forma que aborda meios de implementar planos, programas e projetos em escala planetária para construir novo padrão de desenvolvimento, denominado, “Desenvolvimento Sustentável”. O nome adotado “Agenda 21” faz referência a pretensão ao novo modelo de desenvolvimento para o século XXI. “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaram os infratores, pessoas físicas ou jurídicas a sanções penais e administrativas independentemente de reparar os danos causados.” Lei 9.605 – Lei dos crimes ambientais O Protocolo de Quioto recebeu este nome, porque, foi negociado na cidade de Quioto no Japão em 1997, e ratificado em 1999. Entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. Ele propõe reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE), em relação aos níveis de 1990. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 33 As metas de redução não são iguais para todos os países e foram divididos em dois períodos: primeiro; 2008 – 2012 países industrializados e da Comunidade Europeia comprometeram-se a reduzir as emissões de gases do efeito estufa em média de 5% em relação aos níveis de 1990. No segundo; os países se comprometeram a reduzir as emissões de GEE em pelo menos 18% abaixo dos níveis de 1990 no período de oito anos, entre 2013-2020. “Protocolo de Quioto constitui um tratado complementar à Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, definindo metas de redução de emissões para os países desenvolvidos e os que, à época, apresentavam economia em transição para o capitalismo, considerados os responsáveis históricos pela mudança atual do clima. Criado em 1997, o Protocolo entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, logo após o atendimento às condições que exigiam a ratificação por, no mínimo, 55% do total de países-membros da Convenção e que fossem responsáveis por, pelo menos, 55% do total das emissões de 1990. (Ministério do Meio Ambiente – MMA).” Além da Agenda 21 e do Protocolo de Quioto outros documentos foram assinados: Porém, muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em virtude do modelo de produção e consumo estabelecido, não colocaram em prática as políticas ambientais elaboradas durante esse evento, contribuindo mais com aquecimento global. Responsabilidade Social e Ambiental 34 CEAD O objetivo fundamental da Rio – 92 era tentar minimizar os impactos ambientais no planeta, garantindo o futuro das próxima gerações. Rio + 10 A cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+ 10, foi realizada em Johannesburgo, na África do Sul, entre os dias 26 de agosto e 4 de Setembro de 2002, reunindo delegações de 191 países. Objetivo principal do encontro foi realizar um balanço dos resultados práticos obtidos depois da Rio – 92. Nessa conferência, os chefes de estados reafirmaram compromissos e metas relativas a: • Energias Renováveis; • Responsabilidade Ambiental das Empresas; • Erradicação da Pobreza; • Promoção da Saúde; • Expansão dos Serviços e Saneamento; • Defesa da Biodiversidade.É importante ressaltar que os recursos naturais possui grande capacidade de regeneração e recuperação de eventuais impactos esporádicos, descontínuos e localizados, muitos dos quais decorrentes da própria natureza. Contudo a agressão causada pelas atividades humanas é contínua, não dando tempo para que o ambiente se recupere. O Planeta Terra é afetado por diversos problemas ambientais, sendo muitos deles gerados pelas ações humanas. Estes problemas agridem a fauna, solo, flora, água, atmosfera que faz reduzir a qualidade de vida da população e tais problemas ambientais afetam os recursos naturais renováveis e não renováveis. “Todo recurso natural é um bem que provém da natureza e que o homem pode utilizar para satisfazer suas necessidades, sendo classificado em recurso natural renovável ou não renovável em função da capacidade de esgotamento (SENHORAS, MOREIRA e VITTE, 2009, p. 3).” Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 35 Recursos naturais renováveis são recursos naturais que, depois de sua exploração, podem voltar para seus níveis de estoque anteriores por um processo natural de crescimento ou reabastecimento (OECD, 1997), como por exemplo a energia solar, o ar, a água e os vegetais. Para este artigo, consideraremos apenas os recursos naturais que são fontes de produção de energia. Os recursos naturais não renováveis são os que não podem ser recolocados pelo homem ou renovados pelo próprio ambiente após sua exploração (OECD, 1997), como por exemplo o petróleo, os minerais (carvão de pedra, xisto, ferro, manganês, cobre, pedras preciosas), a matéria prima do vidro (sílica, soda caustica e cal), entre outros. Rio + 20 A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável conhecida com Rio + 20 e recebeu esse nome porque marcou os vintes anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) que auxiliou a elaboração da agenda do Desenvolvimento Sustentável nas últimas décadas. A conferência ocorreu entre os dias 20 a 22 de Junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro e teve como objetivo discutir sobre a renovação dos compromissos políticos com o Desenvolvimento Sustentável. Responsabilidade Social e Ambiental 36 CEAD A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro. Fonte: http://www.rio20.gov.br/ A conferência contou com mais de cento e noventa países que propuseram a adoção de três pilares para o Desenvolvimento Sustentável. Pilares do Desenvolvimento Sustentável O desenvolvimento sustentável é concebido na interação entre três pilares: o pilar social, o pilar econômico e o pilar ambiental. Na Rio+20, assim como ocorreu na Rio-92, espera-se pensar o futuro conforme: Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 37 “O desenvolvimento sustentável consiste na modificação da biosfera e na aplicação de seus recursos para atender às necessidades humanas e aumentar a qualidade de vida, considerando os fatores social, ecológico e econômico, dentro das perspectivas de curto, médio e longo prazo (BOSSEL, 1999).” Além de refletir sobre as ações adotadas desde 1992, deseja-se estabelecer as principais diretrizes para orientar o desenvolvimento sustentável pelos próximos vinte anos. “No atual momento histórico em que a crise ambiental põe em destaque contradições da produção social do espaço. Em que o ideário de desenvolvimento sustentável parece jogar uma cortina de fumaça sobre as contradições, pois não propõe alterações nos modos de produzir e pensar do modelo dominante (RODRIGUES, 1998, p.57).” No entanto materializar o Desenvolvimento Sustentável é um enorme desafio, pois o mesmo significa o rompimento de paradigmas e de interesses políticos e capitalistas calcados em países que não pretende pôr em jogo seu elevado nível de desenvolvimento, se cada habitante da Terra consumisse energia equivalente ao que consome um habitante de países desenvolvidos, não haveria recursos naturais para tal demanda. Portanto o Desenvolvimento Sustentável deveria adotar a premissa de visão sistémica. (Fonte: INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O futuro que queremos. Cartilha ilustrada sobre economia verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza. 2012. Disponível em www.inpe.br/noticias/arquivos/pdf/ RIO+20-web.pdf Responsabilidade Social e Ambiental 38 CEAD “Portanto o Desenvolvimento Sustentável deveria adotar a premissa de visão sistémica. A apropriação da visão sistêmica, do holístico, da totalidade, da interdisciplinaridade, da transdisciplinaridade mas sem negligenciar as partes, a história e a cultura. Já que a natureza, o espaço e a sociedade se redefinem a partir da evolução do todo. (BORJA, 1997).” Todos nós somos prisioneiros do passado vivo, das tradições culturais e hábitos enraizados, e das políticas institucionais articuladas para a promoção do consumo pelo consumo. Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=xBCoc842FV8 – História das coisas Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 39 RESUMINDO • Estocolmo: Realizada há quarenta anos, a Conferência de Estocolmo representou o primeiro grande passo em busca da superação dos problemas ambientais. Até então, era comum pensar que os recursos naturais eram inesgotáveis e que a Terra suportaria toda ação humana; • Naquela ocasião, foram também estabelecidos os princípios que norteiam, até hoje, a política ambiental da maioria dos países; • Rio 92: A Conferência do Rio consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável, proposto pelo Relatório Nosso Futuro Comum, de 1987, que buscava superar o conflito aparente entre desenvolvimento e proteção ambiental; • Rio + 10: analisar os resultados alcançados e indicar o caminho a ser seguido para implementação dos compromissos. A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável; e • Rio + 20: Na Rio+20, assim como ocorreu na Rio-92, espera-se pensar o futuro. Além de refletir sobre as ações adotadas desde 1992, deseja-se estabelecer as principais diretrizes para orientar o desenvolvimento sustentável pelos próximos vinte anos. Responsabilidade Social e Ambiental 40 CEAD EXERCÍCIOS 1) A realização da Primeira Conferência Mundial do Desenvolvimento e meio Ambiente, em 1972, em Estocolmo, constituiu-se em importantíssimo evento sociopolítico voltado ao tratamento das:” (MENDONÇA, F. Geografia e Meio Ambiente, 8a ed. São Paulo: Contexto, 2008, p. 46.) a) Questões políticas entre o Norte desenvolvido e o Sul subdesenvolvido; b) Questões ambientais; c) Relações entre o Leste socialista e Oeste capitalista; d) Não relação da proliferação das armas nucleares; e) Relações políticas entre os países. 2) (UFRRJ) A inevitável devastação ambiental decorrente do processo de desenvolvimento industrial é um “quadro” que começa a se modificar a partir da defesa pública de um novo conceito: O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. O uso dessa expressão tem a finalidade de: a) sustentar a inevitável necessidade do desenvolvimento. b) garantir que o desenvolvimento contemporâneo não se sustenta. c) sustentar o meio ambiente em detrimento do desenvolvimento. d) propor a conciliação do desenvolvimento com o meio ambiente. e) divulgar a insustentável situação do meio ambiente. 3) (Ibmec) Numa demonstração bastante evidente de que os problemas ambientais despertam enorme preocupação em todo o mundo, vários são os encontros realizados para tratar do tema, tais como a ECO-92, no Rio de Janeiro e a Rio+10, em Johanesburgo (África do Sul). Analise as seguintes afirmativas sobre as questões ambientais: I – A chamada “crise ambiental” atinge exclusivamente os países ricos, pois é uma consequência direta da produção industrial, praticamente inexistente nos paísespobres; II – As últimas décadas do século passado conheceram uma série de propostas dos países ricos de superação dos problemas ambientais a partir de uma modificação da matriz energética, propostas estas que contaram com o apoio unânime do G-7; Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 41 EXERCÍCIOS III – O aquecimento global, resultante do chamado “efeito estufa”, é um dos mais preocupantes problemas ambientais da atualidade, afinal ele deverá atingir todo o planeta. Assinale: a) se apenas a afirmativa I for correta b) se apenas a afirmativa II for correta c) se apenas a afirmativa III for correta d) se as afirmativas I e II forem corretas e) se as afirmativas II e III forem corretas Responsabilidade Social e Ambiental 42 CEAD Questões Ambientais no Mundo e no Brasil, problemas, causas e fontes de poluição Objetivos • Apresentar um breve histórico dos antecedentes da crise ambiental. • Estudar as principais causas e problemas ambientais que hoje se repercutem no Brasil e no mundo. Unidade 04 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 43 Unidade 04 A CRISE AMBIENTAL Através da evolução do pensamento da civilização ocidental percebe-se que ao final do século XIX e início do século XX a humanidade não se via como parte do meio ambiente. O tão almejado desenvolvimento econômico estaria atrelado ao progresso da ciência e da indústria, e a forma de extração dos recursos naturais e impactos dessas atividades ao ambiente eram justificados em nome desse avanço. Nesse primeiro momento os danos ao ambiente ainda não tinham sido sentidos pela população em massa e assim não eram vistos como importantes pela sociedade (RIBEIRO, 2009). Porém, no período após a Primeira Guerra Mundial e com o desenvolvimento industrial várias cidades do mundo começaram a receber um grande contingente de pessoas do campo e de outros países em busca de trabalho e abrigo, criando grandes aglomerados que, em pouco tempo, acarretou num aumento significativo da população mundial, concentrada principalmente nos centros urbanos, onde havia maior oportunidade de emprego e facilidade de acesso a serviços como escolas e hospitais. Estes processos viriam acompanhados ao aumento da demanda por recursos naturais, e trariam como consequência o avanço da degradação ambiental. Problemas como falta de abastecimento de água, de comida, proliferação de doenças, poluição e extinção de espécies começaram a ser sentidas por populações locais e regionais de várias partes do mundo. Diante desse contexto, estudiosos iniciaram pesquisas relacionando o meio ao homem e a sociedade (visão holística) e perceberam que as crises que se apresentavam ao meio eram devido aos fatores que lhe davam causa, ou seja, aos impactos das atividades humanas no meio natural. Os mesmos concluíram ainda que caso não fosse feito nada para sanar essa crise e controlar as atividades humanas, em pouco tempo a continuidade da vida humana estaria comprometida. Logo não haveria no ambiente a disponibilidade de recursos naturais necessários para suprir, em quantidade e qualidade, as necessidades de uma sociedade humana crescente e cada vez mais consumista (CARVALHO, 2013). Assim, a partir da metade do século XX, principalmente após 1972 com a Declaração da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, a comunidade política e cientifica mundial passa a se mobilizar para estudar e propor medidas calcadas no desenvolvimento sustentável. A crise ambiental seria o marco inicial de uma necessária reflexão sobre as formas de interação do ser humano com o meio, e mudanças que este vem desencadeando na natureza ao longo da história. Responsabilidade Social e Ambiental 44 CEAD PRINCIPAIS CAUSAS DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS Dentre as principais causas dos problemas ambientais atuais estão o modelo de crescimento econômico, baseado no uso indiscriminado dos recursos naturais e consumismo, onde a sociedade é estimulada a comprar e descartar produtos para estimular o a economia capitalista. Associado a esse modelo econômico, a crescente demanda por recursos ocorre devido ao desenvolvimento técnico-industrial alcançado pela sociedade moderna, e agropecuária para produção da quantidade de alimentos necessários para a população, que tem apresentado um crescimento alarmante desde a metade do século passado. Atualmente a população mundial é estimada em aproximadamente 7 bilhões, e de acordo com a ONU (2016): Esta expansão rápida e contínua da impressão humana num planeta que parece cada vez menor tem sérias implicações em quase todos os aspectos da vida. Questões estas que dizem respeito à saúde e ao envelhecimento, à migração em massa e à urbanização, à demanda por habitação, ao abastecimento inadequado de alimentos, ao acesso à água potável, entre outras. Estudos demográficos estimam que até meados deste século XXI a população chegará a 10 ou 12 bilhões de habitantes, atingindo a capacidade máxima de suporte do planeta para que se possa ter uma vida razoavelmente admitida. Contudo, com a quantidade de habitantes previstos no mundo não será possível continuar com os mesmos níveis de consumo dos países ricos, pois não haverá alimento, energia, e nem a possibilidade de suprimento de outras necessidades adequadas a tais padrões (NOGUEIRA-NETO, 1994). Pode-se perceber que as causas dos problemas ambientais estão relacionadas entre si, sendo uma causa direta ou indireta da outra. Estas vão impactar o ambiente de forma direta ou indireta gerando poluição e degradação, pois sendo o ambiente sistêmico, o efeito local de determinado impacto interagi com outra componente ambiental (solo, agua, ar, sociedade) desencadeando outros problemas. A questão ambiental se caracteriza, portanto, pela reação em cadeia e escalonada das atividades humanas no meio natural, que retornam para as populações como problemas ambientais locais, regionais ou mesmo globais. No quadro a seguir são apresentadas algumas atividades impactantes que tem levado ao agravamento de problemas ambientais no Brasil e no mundo: Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 45 Figura – Exemplos do impacto de atividades humanas que tem levado a discussão de algumas questões ambientais a nível mundial e regional. DEGRADAÇÃO DOS SOLOS Os solos são um recurso cada vez mais demandados, principalmente a partir da explosão demográfica mundial, na primeira metade do século XX (de 2 bilhões, em 1930, os seres humanos passam a 6 bilhões em 2000), que intensificou à expansão agrícola e das áreas de pastagem, a industrialização e urbanização. Por muitas vezes o desenvolvimento das atividades atreladas a tais processos ocorrem sem considerar as características, funções, fragilidades e potencialidades dos solos, o que tem levado a sua degradação devido a exposição direta da camada edáfica (através da remoção da cobertura vegetal protetora) e compactação, aumentando a erosão, e a sua contaminação por resíduos (sólidos e químicos), uso de fertilizantes, pesticidas e herbicidas, prejudicando a ecologia desse recurso e levando ao seu empobrecimento orgânico e mineral. Estudos realizados pela Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) em parceria com a Embrapa solos revelaram que até o ano de 2015, 33% dos solos mundiais estão degradados, em condições pobres ou muito pobres. No caso do Brasil, os principais impactos nos solos são em decorrência da poluição, salinização e acidificação em decorrência da agricultura. Prates (2016) afirma que: “Para combater este problema da degradação dos solos e da consequente perda de sua capacidade produtiva “é necessário aliar maior conhecimento dos nossos solos – necessitamos retomar os programas de levantamentos de solos no Brasil, em escalas adequadas à tomada de decisão – a legislações e políticas públicas de uso e manejosustentável dos solos (PRATES, 2016).” Responsabilidade Social e Ambiental 46 CEAD Além das consequências diretas aos solos, sua degradação compromete a manutenção da biodiversidade, a disponibilidade hídrica devido a contaminação dos lençóis e mananciais além de acelerar o assoreamento oriundos do aumento da erosão, afeta a qualidade do ar liberando gases estufa (carbono, metano), e pode gerar doenças aos seres humanos (LAHMAR, 2004). DEGRADAÇÃO HÍDRICA Atualmente existe uma grande preocupação com a escassez de água, isso porque o desperdício e poluição dos recursos hídricos tem sido alarmante. Segundo Segala (2012): “Estima-se que cerca de 40% da população global viva hoje sob a situação de estresse hídrico. Essas pessoas habitam regiões onde a oferta anual é inferior a 1 700 metros cúbicos de água por habitante, limite mínimo considerado seguro pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse caso, a falta de água é frequente — e, para piorar, a perspectiva para o futuro é de maior escassez. De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, com sede em Washington, até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estará em situação de estresse hídrico. Além de problemas para o consumo humano, esse cenário, caso se confirme, colocará em xeque safras agrícolas e a produção industrial, uma vez que a água e o crescimento econômico caminham juntos (SEGALA, 2012).” Dentre as causas principais estão o uso e ocupação desordenada, tal como o crescimento das cidades sem planejamento. Muitas vezes a população urbana e as indústrias acabam se concentrando nas áreas de cabeceiras, desmatando as encostas e matas ciliares, que protegem e auxiliam na preservação da infiltração da água para os córregos, e com isso acabam eliminando as nascentes e contribuindo para o assoreando dos cursos d’água. Junto a isso, muitas residências, indústrias despejam contaminantes e esgoto doméstico in natura nos mananciais, comprometendo a qualidade da água e a manutenção dos ecossistemas. No caso do Brasil, tais processos têm sido agravados pela redução dos índices pluviométricos nas áreas dos reservatórios e falta de saneamento básico, como tem apontado alguns estudos sobre a crise do Sistema Cantareira. Para tentar reverter o quadro de escassez hídrica, que vem se tornando cada vez mais imperativa, Brandão (2015) destaca a importância do saneamento básico e da efetivação de políticas de preservação ambiental, principalmente em relação a proteção das áreas produtoras de água, controle do desmatamento, e maior rigidez na fiscalização dos efluentes liberados nos corpos d’água. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 47 AQUECIMENTO GLOBAL O aquecimento global é causado pela emissão de gases estufa (metano, gás carbônico, e outros) para a atmosfera. Porém, a aceleração desse processo, a influência das atividades humanas (indústrias, agropecuária, desmatamento, emissão de gases por veículos, etc.) e suas possíveis consequências para a vida na terra são questões polêmicas que tem trazido grandes preocupações para todo o mundo. Dados meteorológicos históricos têm indicado a tendência de aumento da temperatura global na faixa de 0,7°C (MOLION, 2007). Estudos apontam que no ano de 2005 a concentração de CO2 foi a mais alta dos últimos 650 mil anos, fazendo com que no ano de 2014, durante a Cúpula do Clima, se formasse uma coalizão entre governos, sociedade civil e setor financeiro para mobilizar investimentos voltados a redução das emissões de carbono; em novembro de 2015, na Conferência sobre mudanças climáticas de Paris, tem-se a expectativa de que seja acordado uma proposta entre os países para diminuir a emissão de gases estufa (PIRES, 2015). Mas quais seriam as consequências do aquecimento global? ... Pesquisas indicam que em termos globais, com a elevação das temperaturas médias do planeta haverá o derretimento das geleiras e o aumento do nível do mar em 10 centímetros neste século. Além disso são previstos a intensificação de eventos extremos como ondas de calor e ondas de frio, aumento da frequência de furacões e ciclones, chuvas severas, cheias e inundações e períodos de estiagem mais longos em todo o planeta. Com isso haverá a expansão dos desertos, submersão das áreas litorâneas, redução das áreas agrícolas e migrações populacionais fugindo do calor excessivo, da restrição das chuvas, em busca de abrigo e alimento. No Brasil, pesquisas já apontam que o aquecimento global tem sido a causa redução de chuvas, comprometendo a vazão dos rios e a produção agrícola, além do aumento da frequência de dias mais quentes durante a estação do inverno (MARENGO, 2009). POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Além da preocupação com a emissão de gases estufa (que provocam a elevação da temperatura da terra), a emissão de outros gases poluentes na atmosfera também tem gerado problemas ambientais em escalas regionais e locais. Mais uma vez a poluição estão associadas as atividades humanas, tais como indústrias e rede de transporte, que emitem gases e material particulado capazes de condicionar os mecanismos de absorção, emissão e dispersão de calor, umidade no ambiente. Responsabilidade Social e Ambiental 48 CEAD Figura – Chuva ácida. Fonte: Melo, 2016. A produção desses poluentes no âmbito local, em especial nas cidades, onde há concentração das atividades antrópicas, aumenta o risco de doenças respiratórias e são a causa de fenômenos como chuva ácida (MENDONÇA et al., 2007). DECLÍNIO DA BIODIVERSIDADE De forma direta ou indireta o aquecimento global, a poluição atmosférica, degradação e poluição nos solos e na água impactam afetam a biodiversidade pois causam desequilíbrio nos ecossistemas. Esse desequilíbrio acarreta no declínio das populações, maior competição por abrigo e alimento, redução da capacidade reprodutiva e, algumas vezes, na indução de anomalias genéticas e outros males devido a introdução de produtos (radioativos, químicos, entre outros) no ambiente. Associado a degradação daqueles recursos naturais, não podemos nos esquecer da exploração predatória sobre muitas espécies. Um exemplo é a atual preocupação mundial em torno da atividade pesqueira, onde estudos apontam que 70% das espécies de peixes marinhos vem sendo explorados de forma insustentável. Araia (2016) afirma que “uma lista ampla da devastação inclui a anchova peruana, colapsada nos anos 1980, o arenque europeu, com estoques baixos desde os anos 1960, o bacalhau canadense e, mais recentemente, alguns tipos de atum e tubarão”. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 49 Figura - No Chile, a quantidade de peixes apanhados pela pesca predatória chega às raias do absurdo. Fonte: ARAIA, 2016. Até o momento o Brasil possui a maior biodiversidade endêmica do planeta. Contudo, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2014), dez espécies de animais já são extintas, sendo que cinco delas só existem no território nacional, ou seja, não há mais registro de sua existência no mundo. E QUAIS SÃO AS PROPOSTAS? Apesar de terem sido citadas fontes pontuais de poluição e degradação dos recursos naturais, observa-se que a origem de todos eles estão associados aos padrões culturais atuais, que trazem no âmbito da questão um distanciamento, que foi sendo construído historicamente, do ser humano com a natureza (como se dela não fosse parte). Isso se deu principalmente pela valorização do crescimento econômico e avanço tecnológico em detrimento de uma visão holística do ambiente e da importância da garantia do bem-estar social. Assim, alguns estudos apontam que para solucionar os atuais problemas ambientais é necessário que haja uma mudança estrutural desses padrões culturais, tais como revendo a necessidade de consumo e o desperdício de recursos como água potável, e produtos como alimentos, vestuário,dentre outros. Além disso, se torna cada vez mais imprescindível a participação da sociedade no planejamento e gestão do meio ambiente ao qual faz parte. Responsabilidade Social e Ambiental 50 CEAD SAIBA MAIS • A ONU e o meio ambiente. Disponível em <https://nacoesunidas.org/acao/ meio-ambiente/> Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 51 RESUMINDO • Crise Ambiental: Através da evolução do pensamento da civilização ocidental percebe-se que ao final do século XIX e início do século XX a humanidade não se via como parte do meio ambiente. Com Primeira Guerra Mundial e com o desenvolvimento industrial várias cidades do mundo começaram a receber um grande contingente de pessoas do campo criando grandes aglomerados gerando problemas como falta de abastecimento de água, de comida, proliferação de doenças, poluição e extinção de espécies começaram a ser sentidas por populações locais e regionais de várias partes do mundo. • Principais causas dos problemas ambientais: Dentre as principais causas dos problemas ambientais atuais estão o modelo de crescimento econômico, baseado no uso indiscriminado dos recursos naturais e consumismo, onde a sociedade é estimulada a comprar e descartar produtos para estimular o a economia capitalista. • Degradação dos solos: A partir da explosão demográfica mundial, na primeira metade do século XX (de 2 bilhões, em 1930, os seres humanos passam a 6 bilhões em 2000), o crescimento populacional contribuiu para à expansão agrícola e das áreas de pastagem, a industrialização e urbanização • Degradação Hídrica: As principais causas da degradação hídrica são o uso e ocupação desordenada dos territórios, o crescimento das cidades sem planejamento, desmatamento das encostas e matas ciliares. Muitas residências, indústrias despejam contaminantes e esgoto doméstico in natura nos mananciais, comprometendo a qualidade da água e a manutenção dos ecossistemas. • Aquecimento Global: O aquecimento global é causado pela emissão de gases estufa (metano, gás carbônico, e outros) para a atmosfera e suas possíveis consequências para a vida na terra são o derretimento das geleiras, o aumento do nível do mar em 10 centímetros neste século, as ondas de calor e ondas de frio, aumento da frequência de furacões e ciclones, chuvas severas, cheias e inundações e períodos de estiagem mais longos em todo o planeta. • Poluição atmosférica: A poluição atmosférica está diretamente associada às atividades humanas, tais como indústrias e rede de transporte, que emitem gases e materiais particulados capazes de condicionar os mecanismos de absorção, emissão e dispersão de calor e umidade no ambiente. Isso aumenta o risco de doenças respiratórias e são a causa de fenômenos como chuva ácida. • Declínio da biodiversidade: O aquecimento global, a poluição atmosférica, degradação e a poluição afeta a biodiversidade, Isso provoca o desequilíbrio nos ecossistemas. Associado a exploração predatória sobre muitas espécies. Causa o declínio da biodiversidade. Responsabilidade Social e Ambiental 52 CEAD Questão 1 – (UERJ, 2009). No ano de 2008 foi apresentado uma análise do percentual de gases estufa emitidos para a atmosfera pela rede de transportes na União Europeia entre 1970 e 2004, mostrando que: 0,5% são emitidos pelo transporte ferroviário, 7% pelo transporte marinho, 13% pelo transporte aéreo, e 79,5% pelo transporte rodoviário. A principal consequência sobre o meio ambiente resultante dos investimentos na matriz de transportes da União Europeia entre 1970 e 2004 é: (a) agravamento do aquecimento global (b) acentuação do fenômeno da Ilha de Calor (c) aceleração do processo de desmatamento (d) aumento da destruição do ozônio estratosférico Questão 2 – (Enem 2007). Se a exploração descontrolada e predatória verificada atualmente continuar por mais alguns anos, pode-se antecipar a extinção do mogno. Essa madeira já desapareceu de extensas áreas do Pará, de Mato Grosso, de Rondônia, e há indícios de que a diversidade e o número de indivíduos existentes podem não ser suficientes para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é um elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem ela, perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que muda tanto por interferência humana como por causas naturais. Com relação ao problema descrito no texto, é correto afirmar que: a) a baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa da extinção dessa madeira. b) a extração predatória do mogno pode reduzir o número de indivíduos dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética. c) as causas naturais decorrentes das mudanças climáticas globais contribuem mais para a extinção do mogno que a interferência humana. d) a redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma medida em que aumenta a diversidade biológica dessa madeira na região amazônica. Questão 3 - (Enem 2000). Encontram-se descritas a seguir algumas das características das águas que servem três diferentes regiões. Região I - Qualidade da água pouco comprometida por cargas poluidoras; casos isolados de mananciais comprometidos por lançamento de esgotos; assoreamento de alguns mananciais. Região II - Qualidade comprometida por cargas poluidoras urbanas e industriais; área sujeita a inundações; exportação de carga poluidora para outras unidades hidrográficas. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 53 Região III - Qualidade comprometida por cargas poluidoras domésticas e industriais e por lançamento de esgotos; problemas isolados de inundação; uso da água para irrigação. De acordo com essas características, pode-se concluir que: a) a região I é de alta densidade populacional, com pouca ou nenhuma estação de tratamento de esgoto. b) na região I ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com práticas agrícolas que estão evitando a erosão do solo. c) a região II tem predominância de atividade agrícola, muitas pastagens e parque industrial inexpressivo. d) na região III ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com pouca ou nenhuma estação de tratamento de esgotos. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 54 CEAD Marcos Históricos e Acidentes Ambientais Objetivos • Conhecer a evolução da questão ambiental no mundo. • Entender os principais eventos ambientais que marcaram a história. Unidade 05 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 55 Unidade 05 O movimento ambientalista no mundo caminhou juntamente com grandes acidentes ambientais que ocorreram em várias regiões do planeta. A partir desses acontecimentos, algumas conferências foram realizadas para discutir os problemas ambientais que se intensificaram durante o século XX e marcaram a história da humanidade. Em dezembro de 1952, a poluição atmosférica produzida por vapores tóxicos provenientes do adensamento industrial em Londres, causou a morte de cerca de 2000 mil pessoas. Esse desastre ficou conhecido como “Smog” pois foi resultado de uma inversão térmica, no vale do rio Tamisa, ocasionando a não dispersão dos poluentes. Como consequência, durante 15 dias, a cidade de Londres amanheceu coberta de fumaça. Figura – Cidade de Londres durante “O Grande Nevoeiro de 1952”, como ficou conhecido. Fonte: O arquivo. Na Baía de Minamata, no Japão, em 1954, o despejo de efluentes de uma fábrica de cloro e soda por longos anos, ocasionou a contaminação por mercúrio da Baía. A fauna aquática sofreu vários problemas e a contaminação chegou à população humana que vivia da pesca, gerando milhares de pessoas com danos neurológicos e centenas morreram vítimas de uma doença conhecida como “mal de Minamata”. (NAIME, 2010). No Brasil, em janeiro de 1961, uma Fábrica de Produtos Profiláticos da Cidade dos Meninos, no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro foidesativada sem qualquer adoção de normas de controle ou segurança sanitária. Essa fábrica até então produzia hexaclorociclohexano (HCH) grau técnico, pasta de Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), emulsionáveis, larvicidas, mosquicidas, rodenticidas e outros produtos de controle de doenças endêmicas. A falta de controle das instalações desativadas propiciou o acesso aos pesticidas e, em maio de 1989, foi denunciado pelos meios de comunicação que havia comercialização de um pesticida organoclorado proibido, conhecido como “pó-de-broca”, em uma feira popular do município de Duque Responsabilidade Social e Ambiental 56 CEAD de Caxias. Posteriormente, foi constatado pelos órgãos ambientais, que esse pó era HCH proveniente da Cidade dos Meninos e constatado através de estudos, a contaminação de toda a área e da população local por organoclorados (DOMINGUEZ, 2001). Fonte: https://prezi.com/qvaj4dquyftf/acidente-ambiental-na-cidade-dos-meninos-duque-de-caxiasr/ A falta de controle das instalações desativadas propiciou o acesso aos pesticidas e, em maio de 1989, foi denunciado pelos meios de comunicação que havia comercialização de um pesticida organoclorado proibido, conhecido como “pó-de-broca”, em uma feira popular do município de Duque de Caxias. Posteriormente, foi constatado pelos órgãos ambientais, que esse pó era HCH proveniente da Cidade dos Meninos e constatado através de estudos, a contaminação de toda a área e da população local por organoclorados (DOMINGUEZ, 2001). Marcando historicamente a indignação contra a devastação ambiental que se observava até então, a bióloga americana Rachel Carson denunciou, através da publicação Primavera Silenciosa, 1962, como o Dicloro-Difenil-Tricoroetano (DDT) causa danos à saúde e ao ambiente. Este livro ficou conhecido como o início do movimento ambientalista no mundo. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 57 Figura - Rachel Carson e o seu livro Primavera Silenciosa. Fonte: Ecodebate. Caxias (REDUC) no Rio de Janeiro, ocorrido no dia 30 de março de 1972. Três explosões em três tanques de gás liquefeito de petróleo (GLP); a primeira e mais forte, por volta das 0h50m; a segunda às 1h30m; e, a terceira, aproximadamente, às 2h30m ocasionou a morte de 38 trabalhadores; e 35 trabalhadores foram hospitalizados, sendo dois deles em estado grave (COSTA, 2011). Fonte:dhttps://www.google.com.br/search?q=maior+acidente+da+hist%C3%B3ria+da+Refinaria+Duque+de+Cax- ias+(REDUC)+no+Rio+de+Janeiro,+ocorrido+no+dia+30+de+mar%C3%A7o+de+1972.&source=lnms&tbm=isch&sa=X- &ved=0ahUKEwiKlp62tPPNAhVHQZAKHbaSChUQ_AUICygE&biw=1600&bih=731#imgrc=auRdsSVeLY0-hM%3A Responsabilidade Social e Ambiental 58 CEAD O acidente de Bhopal, na Índia, em 1984, ocasionado pelo vazamento de gás venenoso numa indústria química da Union Carbide, provocou a morte de mais de 2000 pessoas, afetando outras duzentas mil e ainda deixando resíduos tóxicos por quilômetros no solo. Em Chernobil, a Central Nuclear construída no assentamento de Prypyat, Ucrânia, era composta por quatro reatores e funcionava desde 1970. Em 26 de abril de 1986, o quarto reator sofreu uma explosão de vapor que espalhou radiação para vários países devido a um teste excessivo de forca feito pelo Operador da Usina.32 pessoas morreram na hora e mais de 10 mil nos anos seguintes. Estima se que cerca de 40 mil pessoas sofreram com doenças pela Europa, pois a nuvem nuclear atingiu milhares de quilômetros. Em São Paulo, o acidente em Cubatão devido a intensa poluição gerada pelas indústrias provocou graves problemas de saúde na população como casos de fetos com malformações congênitas. Em 25 de fevereiro de 1984, a explosão de um duto da Petrobras nessa mesma cidade matou 93 pessoas na favela de Vila Socó, devido à excessiva pressão de bombeamento, incendiando cerca de 500 barracos. O acidente radiológico de Goiânia com o Césio-137 foi um grave episódio de contaminação por radioatividade. Onde a contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás. Foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete. Figura – Manchete de jornal da época sobre o acidente em Goiânia. Fonte: Acervo O Estadão. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 59 Em 1989, no Alasca, o Navio Petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas submersas e derramou 40 milhões de litros de óleo no mar. A gravidade do desastre se intensificou devido ao frio, pois o óleo demorou a se diluir e ser consumido por organismos aquáticos, ocasionando a contaminação de dois mil quilômetros de praia. Cerca de 100 mil aves, lontras e focas, 250 águias e 22 orcas morreram. Figura - Limpeza das praias do Alasca, semanas após o vazamento. Fonte: Acervo O Globo. Em março de 2003, o acidente na indústria Cataguazes Papel, em Minas Gerais foi marcado pelo rompimento de um reservatório contendo substâncias tóxicas, devido à falta de manutenção, vazando mais de bilhões de litros de rejeitos químicos no Rio Pomba, afluente do Rio Paraíba do Sul, confrontante dos Estados de Minas e Rio de Janeiro. A British Petroleum (BP) teve uma de suas plataformas petrolíferas no golfo do México atingida por um vazamento em abril de 2010, em virtude de explosão, foram estimados 4,9 milhões litros de petróleo derramados no mar. Considerado o maior desastre ambiental e econômico da atualidade e atingindo quatro estados americanos, especialistas afirmam que aproximadamente 2,4 milhões de barris de petróleo permaneceram neste ecossistema. Conforme dados da Folha Online, somente no ano de 2000, a Petrobrás, foi responsável por pelo menos 8 acidentes ambientais envolvendo vazamentos. Em 18 de Janeiro, ocorreu um vazamento de 1.290 toneladas de óleo na Baía de Guanabara. Em 11 de março 18 mil litros de óleo vazaram em Tramandaí (a 25 km de Porto Alegre). No dia 16 de março 7.250 litros de petróleo vazaram do Terminal Almirante Barroso, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Em 26 de junho cerca de 4 milhões de litros vazaram da Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, mesma data em que, no Paraná também houve reincidência de vazamento de petróleo na Baía de Guanabara, sendo derramados 380 litros. No dia 16 de julho 4 milhões de litros vazaram da Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, no Paraná. Em 31 de julho outro vazamento de MTBE (metil terc-butil éter) em Paracambi, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Em 11 de agosto, 1.800 litros vazaram Responsabilidade Social e Ambiental 60 CEAD no Rio Grande do Norte. Em 31 de agosto 4.000 litros vazaram em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Considerado a maior catástrofe ambiental do Brasil, em novembro de 2015, o rompimento da barragem do Fundão, localizada na cidade de Mariana (MG), foi responsável pelo lançamento de 34 milhões de m³ de lama resultantes da produção de minério de ferro pela mineradora Samarco. Cerca de seiscentos e sessenta e três quilômetros de rios e córregos foram atingidos, incluindo o Rio Doce, cuja bacia é a maior da região Sudeste do País; 1.469 hectares de vegetação comprometidos; 207 de 251 edificações acabaram soterradas apenas no distrito de Bento Rodrigues; 600 famílias ficaram desabrigadas e 17 pessoas morreram; milhares de peixes e outros animais morreram devido o aumento da turbidez da água. De acordo com o IBAMA, é impossível estimar um prazo de retorno da fauna ao local, pois os rejeitos liberados causaram grandes danos aos ecossistemas atingidos (BRASIL, 2015). Fonte: https://www.google.com.br/search?q=catástrofe+ambiental+do+Brasil Estes são alguns dos desastres ambientais que ocorreram pelo mundo e as consequências afligiram tanto a natureza como a existênciada vida humana. Na tentativa de solucionar e minimizar tais problemas, diversas nações se reuniram em grandes eventos e conferências, durante vários anos, a fim de propor acordos internacionais para preservação do meio ambiente. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 61 CONFERÊNCIAS E TRATADOS Relatório Brundtland publicado em 1987 tem como concepção que o desenvolvimento sustentável deve satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Este Relatório foi elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, tem uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. Em 1980 a Organização das Nações Unidas criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, chefiada pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, sendo o relatório final desses estudos chamado de Nosso Futuro Comum. O Relatório Brundtland foi apresentado em 1987 e propôs o desenvolvimento sustentável como uma nova visão das relações homem-meio ambiente, que não existe apenas um limite mínimo para o bem-estar da sociedade; há também um limite máximo para a utilização dos recursos naturais, de modo que sejam preservados. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, conhecida como a Conferência de Estocolmo, marca início das reuniões de chefes de estado tratando das questões ambientais. Foi realizada de 5 a 16 de junho de 1972 na cidade sueca de Estocolmo. Nela foram abordados temas como a chuva ácida e o controle da poluição do ar. As discussões contaram com a presença de 113 países e mais 400 instituições governamentais e não governamentais. (ANDI, s/d). Figura - Primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. Fonte: senado.gov.br Responsabilidade Social e Ambiental 62 CEAD Desenvolvimento, onde os chefes de estado debateram os problemas ambientais mundiais em junho de 1992 no centro de convenções Riocentro na cidade do Rio de Janeiro, representantes de 108 países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável um modelo de crescimento econômico para uma sociedade de consumo consciente e adaptado ao equilíbrio dos ecossistemas. A Eco 92 teve um diferencial representativo, pois conseguiu a façanha de arrebanhar um grande número de Chefes de Estado, graças a tamanha importância da questão ambiental no início da década de 1990. Também houve um grande mobilização das ONGs em um Fórum Global no Aterro do Flamengo. Os principais documentos oficiais lançados durante o evento foi: a Carta da Terra e a Agenda 21. Figura 6 - Logomarca da Rio 92. Fonte: Brandsofthe world. SAIBA MAIS • Acesse aos sites: Brasil Escola (“Estocolmo-72) e Mudanças Climáticas (“Estocolmo 1972: começam as negociações”) Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 63 PROTOCOLO DE QUIOTO O Protocolo de Quioto é o tratado internacional de compromissos das nações poluidoras com a redução da emissão de gases do efeito estufa considerado a principal causa do aquecimento global. O tratado tem como antecedente o Toronto Conferenceonthe Changing Atmosphere, no Canadá em outubro de 1988, seguida pelo IPCC’s First Assessment Report em Sundsvall, Suécia em agosto de 1990 e que culminou com a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática CQNUMC. A Eco 92 também participou das seções da CQNUMC. Este debate levou a negociação dos termos que regulamentam as ações para o controle do clima e assinado em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Só entrou em vigor após a entrada da Rússia que ratificou o tratado em Novembro de 2004, inteirando 55 países, que ao produzirem juntos 55% das emissões de gases puderam validar o tratado que entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. Responsabilidade Social e Ambiental 64 CEAD SAIBA MAIS • Para se aprofundar nesta Conferência e nos acordos oficiais, assista, no site da ONU Brasil, ao documentário: A cúpula da Terra - Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992). Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 65 RESUMINDO • Vários acidentes ambientais, em várias partes do mundo, devastaram grandes regiões e foi o alerta para o surgimento do movimento ambientalista; e • Conferências e Fóruns ocorreram na tentativa de se discutir e propor soluções para os problemas ambientais. As principais delas foram a Conferência de Estocolmo e a Eco-92. Responsabilidade Social e Ambiental 66 CEAD 1- Muitos acontecimentos históricos contribuíram para que levantasse a questão de proteção ambiental no Brasil e no mundo. Pode ser considerado, de acordo com a maioria dos autores, o marco para o início do movimento ambientalista no mundo: a) O acidente de Bhopal, na Índia, em 1984. b) Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (A Eco-92 ou Cúpula da Terra). c) Publicação do livro Primavera Silenciosa, 1962 a bióloga americana Rachel Carson. d) O grande vazamento de óleo em 1989, no Alasca, pelo Navio Petroleiro Exxon Valdez. 2- Pesquise sobre um grande acidente ambiental que marcou a história e comente as principais consequências para o ambiente e para a saúde humana. 3- A Eco 92 foi uma Conferencia que ocorreu no Rio de Janeiro e discutiu vários questões ambientais mundiais. Comente sobre o objetivo deste evento e quais desdobramentos tiveram a partir dele. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 67 Política Nacional de proteção ao Meio Ambiente Unidade 06 Objetivos • Apresentar para o aluno alguns princípios da política nacional de proteção ambiental. • Proporcionar o conhecimento sobre os princípios estabelecidos na política nacional de Meio Ambiente. Responsabilidade Social e Ambiental 68 CEAD PNMA Diante do cenário apresentado desde o início do século XX de alteração adversa das características do meio ambiente e de uso dos recursos naturais na produção de bens e mercadorias pelas empresas, os organismos internacionais, assim como os governos nacionais começaram a desenvolver uma um conjunto de programas de proteção ambiental. Foram vários os acidentes ambientais ocorridos devido ao uso desequilibrado dos recursos naturais. Atualmente existe um conjunto de diretrizes que buscam melhorar a relação empresa, sociedade e meio ambiente. Uma delas é a Política Nacional de Meio Ambiente Proteção Ambiental uma Lei de 6938 que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 69 Como vimos até a Unidade 5, o crescimento da preocupação com os recursos naturais ganharam proporções maiores ano a ano. Todos os setores estão na busca de soluções para a minimizar ou acabar com os impactos ambientais. No primeiro setor (o governo) diversas ações vêm sendo desenvolvidas. Uma delas é a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) de 1981, isto é, publicada antes do relatório “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório Brundtland” que apresentou o conceito de desenvolvimento sustentável. É papel fundamental do governo, construir uma diretriz e buscar incessante o equilíbrio no processo de desenvolvimento e manutenção e/ou proteção dos recursos naturais disponíveis. Responsabilidade Sociale Ambiental 70 CEAD Figura: Equilíbrio ambiental A PNMA criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Segundo Almeida (2009), o SISNAMA trabalha “como um conjunto articulado de órgãos, entidades e práticas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Munícipios e de fundações instituídas pelo poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria de qualidade ambiental, visando atingir os objetivos traçados pela Lei sobre a Política Nacional do Meio Ambiente”. O sistema criado pela Lei possibilita a integração entre os órgãos ambientais de diferentes níveis. Contudo, para diferenciar e separar os problemas ambientais foi criada a divisão por Agenda. Assim sendo, para melhorar a atuação por segmentos de problemas, temos: • Agenda Verde: Refere-se à assuntos como preservação de florestas e biodiversidade, • Agenda Azul: Refere-se à gestão de recursos hídricos e • Agenda Marrom:Refere-se às questões ambientais relacionadas à urbanização, a industrialização, ao crescimento econômico e ao desenvolvimento social, tais como a poluição do ar, da água e do solo, a coleta e reciclagem de lixo, o ordenamento urbano, a segurança química, etc. Os governantes vêm desenvolvendo alguns encontros internacionais, como visto nas Unidades anteriores, com o objetivo de estabelecer algumas metas e ações que visam mitigar os impactos socioambientais. Em setembro de 2003 ocorreu a reunião da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, denominada Rio+10. Neste encontro ficou definida a prioridade de duas Agendas para discutir as questões ambientais e econômicas. A ideia desenvolvida neste encontro era que os países do primeiro mundo deveria se concentrar na Agenda Verde, já que estes não apresentam grandes problemas socioeconômicos. Enquanto os países em desenvolvimento deveriam trabalhar com os princípios estabelecidos na Agenda Marrom. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 71 Em síntese, pode-se dizer que as ações desenvolvidas com os temas da Agenda Marrom, estão continuamente apresentando maior destaque e prioridade no país, tanto no primeiro setor, quanto segundo e terceiro setor. Contudo, em sua grande maioria os problemas sociais e ambientais ainda são tratados com “remédios” e não com a prevenção. Além dos encontros internacionais, o país também busca desenvolver encontros nacionais para promover a discussão de soluções para os problemas ambientais. Na Figura 2 abaixo, pode- se visualizar a 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente realizada em 2013 no Distrito Federal, Brasília. Figura : Conferência em Brasília - Fonte MMA II - RACIONALIZAÇÃO DO USO DO SOLO, DO SUBSOLO, DA ÁGUA E DO AR; A PNMA visa promover a racionalização do uso dos recursos naturais. Mesmo sendo publicada antes da construção do conceito de desenvolvimento sustentável, a lei prever o uso adequado dos recursos naturais. Estes recursos são fundamentais para a sociedade desde a construção de moradia, na alimentação e na produção de energia por exemplo. Na Figura 3 abaixo se pode visualizar como são classificados os recursos naturais. Responsabilidade Social e Ambiental 72 CEAD Figura: Recursos renováveis e não renováveis Como viu-se, os recursos naturais podem ser renováveis e não renováveis. Esta classificação é fundamental no planejamento e gestão do uso desses recursos. Exemplo disto é o uso da água dos rios para a geração de energia, por meio das hidrelétricas. Caso não ocorra o equilíbrio entre o consumo e preservação/produção de água o sistema de energia pode ser prejudicado. Na Figura 4 abaixo se pode visualizar dois momentos da usina de Itaipu. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 73 Figura: Itaipu - Fonte: <http://giovanifoz.com.br/blog/foz-do-iguacu-itaipu-binacional-circuito-especial/>. Além da produção de energia sabe-se que a água é um recurso natural fundamental para a vida humana. Seu uso é indispensável na produção de alimentos, no consumo residencial e na produção industrial. Na Figura é apresentada a distribuição do uso da água no Brasil, isto é, a pegada hídrica. • Pegada Hídrica – indicador que expressa o consumo de água envolvido na produção dos bens e serviços que consumimos. Fonte: WWF Percebesse que a produção agropecuária apresenta uma pegada hídrica muito maior que a industrial ou residencial. A soma do consumo de água da pecuária e agricultura representa mais de 80% do consumo nacional. Figura: Consumo médio de água para a produção de alguns produtos agropecuários Responsabilidade Social e Ambiental 74 CEAD O cenário apresentado acima, sobre a distribuição do consumo de agua no Brasil, não é exclusividade. No mundo, a produção agropecuária também representa um grande consumo de água como pode-se ver no gráfico abaixo. Figura: Usos da água no mundo. Em síntese, pode-se dizer que a racionalização do uso dos recursos naturais é basilar para a sobrevivência do planeta e consequentemente do homem. Assim, as políticas de proteção estabelecidas na Lei 6938/81 devem ser diretrizes seguidas pelas empresas e sociedade como um todo. IV - PROTEÇÃO DOS ECOSSISTEMAS, COM A PRESERVAÇÃO DE ÁREAS REPRESENTATIVAS; O Brasil é um país que apresenta uma grande diversidade de fauna e flora. Ele é constituído basicamente por seis grandes biomas, são eles: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Eles apresentam particularidades, isto é cada um apresenta distintos tipos de vegetação. Este fator é basilar para a constituição de um ecossistema onde a manutenção de serviços ambientais e o fornecimento de bens essenciais à proteção da vida possam se reproduzir. As políticas públicas de proteção ambiental são de fundamental importância para a perpetuação da vida nos biomas. As figuras abaixo representam uma pequena amostra da característica de cada bioma brasileira. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 75 Figura: Biomas brasileiros O Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas – PNAP é uma política desenvolvida a partir do Grupo de Trabalho de para Áreas Protegidas da 7º Conferência das Partes - COP 7 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizada na República da Malásia, em fevereiro de 2004. Ele tinha como objetivo é proteger áreas terrestre até 2010 e as áreas marinhas até 2012. A construção do Plano nacional visa amortizar a taxa de perda de biodiversidade dos biomas apresentados acima, principalmente por meio da materialização de um sistema de proteção dos ecossistemas. Ele busca dar prioridade ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), as terras indígenas e os territórios quilombolas. A proteção dos ecossistemas inseridos no Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) são responsáveis pela produção direta de parte da água potável, bem como previnem o lançamento de bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. Outro ponto que merece destaque é a crescente preservação dos corredores ecológicos. Eles são importantes para realizar a conexão entre fragmentos de áreas naturais e são definidos no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Dentro deste sistema temos o Cadastro Nacional de UCs, o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (PNAP) e programas e projetos de alcance nacional. Na Figura abaixo é possível visualizar as unidades de conservação no país, a quantidade e extensão por bioma. Responsabilidade Social e Ambiental 76 CEAD Figura: UCs Outra forma de proteger um ecossistema é por meio da RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural. Elas surgiram em 1990 com o finalidade de promover a conservação da natureza por meio de áreas protegidas em propriedades particulares. Cabe ressaltar que a RPPN é uma categoria de UC que pode ser criada voluntariamente em propriedade privada que apresente as características necessárias declassificação. Figura: RPPN Fonte: www.gateados.com.br e www.icmbio.gov.br Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 77 V - CONTROLE E ZONEAMENTO DAS ATIVIDADES POTENCIAL OU EFETIVAMENTE POLUIDORAS; Todas as empresas que se enquadram na categoria de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais devem realizar o cadastro técnico Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras (CTF/APP). Ele tem como intuito o monitoramento e controle das ações potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos que apresentem estas características que podem ser prejudicial ao meio ambiente e também os produtos e subprodutos da fauna e flora. É importante ressaltar que as empresas cadastradas devem pagar trimestralmente a TCFA. O grau de poluição e utilização ambiental que é definido na IN n° 31, de 3/12/2009, e do porte da empresa, definido na Lei Federal nº 10.406, de 10/1/2002 são os itens que estabelece o valor desta taxa a ser paga. Isto quer dizer, que o valor da taxa é proporcional ao tamanho e grau de impacto da empresa no ambiente. Abaixo pode-se ver o Quadro que apresenta a classificação do porte da empresa de acordo com o faturamento bruto anual. (Lei Federal nº 10.406, de 10/1/2002) Quadro: Porte da empresa. Como viu-se no parágrafo supracitado, a composição do valor e ser pago pela empresa deriva do seu porte e do quanto ela impacta no meio ambiente. Assim sendo, o pagamento está atrelado a estas duas variáveis. A Tabela abaixo apresenta os valores a serem pagos trimestralmente em UFIR (Unidade Fiscal de Referência) do Estado do Rio de janeiro. A Unidade Fiscal de Referência do Estado do Rio de Janeiro para o exercício de 2016 foi estabelecida em R$ 3,0023. (UFIR-RJ 2016 = R$ 3,0023 - UFIR é a sigla de Unidade Fiscal de Referência, um indexador usado como parâmetro de atualização do saldo devedor dos tributos e de valores relativos a multas e penalidades de qualquer natureza.) Este cadastro é fundamental para manter um maior controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. As empresas que utilizam os recursos naturais devem obrigatoriamente ser registrada neste cadastro. Responsabilidade Social e Ambiental 78 CEAD Tabela: Valores pagos trimestralmente em UFIR-RJ Mas, como saber se minha empresa se enquadra em alguma atividade potencialmente poluidora? Como ser responsável socialmente e ambientalmente por meio deste caminho? Bom, o IBAMA disponibiliza uma tabela onde pode ser encontrada as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais (CTF/APP). Abaixo se tem um exemplo da tabela de atividades classificadas como potencialmente poluidoras. Abaixo se tem um exemplo da tabela de atividades classificadas como potencialmente poluidoras. Tabela: Exemplo da tabela de atividades potencialmente poluidoras Fonte: IBAMA. Disponível em: https://servicos.ibama.gov.br/phocadownload/manual/tabela_de_atividades_do_ctf_app_set- 2015.pdf Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 79 Respeitando a legislação vigente a empresa está cumprindo uma das partes da responsabilidade social e ambiental. Isto é fundamental não só para evidenciar a responsabilidade e seriedade da empresa como também pode emitir o Certificado de Regularidade, exigido por vários órgãos públicos, inclusive para licitações. As empresas comprometidas devem entregar o Relatório Anual de Atividades e fazer o pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, de acordo com o anexo IX da Lei 6938/81. Em síntese, pode-se dizer que o controle e zoneamento das atividades potencialmente poluidoras contribui para minimizar os impactos gerados pelas empresas no meio ambiente. Assim sendo, busca-se construir um modelo de desenvolvimento econômico onde as empresas apresentam uma maior responsabilidade social e ambiental. Figura: Responsabilidade social e ambiental da empresa. VI - INCENTIVOS AO ESTUDO E À PESQUISA DE TECNOLOGIAS ORIENTADAS PARA O USO RACIONAL E A PROTEÇÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS; As intervenções na natureza e as consequentes modificações nela introduzidas dependem das tecnologias empregadas pelo homem. Por sua vez, a técnica, isto é, o modo de fazer algo, envolve os instrumentos de trabalho a serem usados na ação. Instrumentos de tecnologia simples, como o machado e arado, propiciam alterações modestas na natureza. Instrumentos de tecnologia mais aperfeiçoada, como motosserra e o trator, causam modificações mais expressivas no ambiente natural. Movido por interesse ou impelido por alguma necessidade, o homem pode conceder novas técnicas e construir novos instrumentos, tendo em visto aumentar o rendimento do seu trabalho. (MOREIRA, 2012). Responsabilidade Social e Ambiental 80 CEAD Diante do cenário apresentado de destruição e super utilização dos recursos naturais, os governantes de diversos países estão investindo em soluções tecnológicas que permitam minimizar o uso dos recursos naturais ou até deixar de usar um determinado recurso. Um dos principais aspectos para que os avanços tecnológicos ocorram é o investimento em pesquisas. Por meio destas é possível desenvolver formas de preservação ou minimização da utilização dos recursos naturais. O primeiro setor busca realizar estes incentivos principalmente por meio das instituições ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) como a CAPES, CNPq, Finep em âmbito nacional e como FAPERJ e AGRio em esfera estadual como é possível ver nas Figuras abaixo. Figura: Instituições nacionais de financiamento de pesquisa Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 81 Percebesse nos dias atuais não só o primeiro setor está preocupado com os recursos ambientais, mas grande parte das empresas estão buscando inovar na relação com o meio ambiente. Procurando assim uma cadeia mais sustentável e clientes mais conscientes. Isto é, o segundo setor também está preocupado com uso racional e a proteção dos recursos ambientais? Ou estão buscando novas formas de se relacionar com o cliente? O que pode-se perceber é que as empresas estão investindo em tecnologias que proporcionam uma redução ou substituição dos recursos ambientais, principalmente dos não renováveis. Figura: Instituições estaduais de financiamento de pesquisa Abaixo pode-se visualizar algumas ações de pesquisa e inovação que buscam promover o uso racional e a proteção dos recursos naturais. Responsabilidade Social e Ambiental 82 CEAD Figura: Inovação no segundo setor Em síntese, pode-se mencionar que o investimento em estudos e pesquisas que busquem novas formas de utilização dos recursos naturais são fundamentais para promover uma melhor utilização deles e preservar para que as futuras gerações também possam usufruir. VII - ACOMPANHAMENTO DO ESTADO DA QUALIDADE AMBIENTAL; O que é qualidade ambiental? Primeiramente, buscou-se definir o que seria qualidade ambiental. No site do IBAMA temos o seguinte: “No Glossary of Environment Statistics (1997), qualidade ambiental é o estado das condições do meio ambiente, expressas em termos de indicadores ou índices relacionados com os padrões de qualidade ambiental. O Tesauro da European Environment Information and Observation Network (EIONET) acrescenta que esse termo pode se referir a características variadas, tais como pureza ou poluição da água e do ar, ruído, acesso aos espaços abertos, os efeitos visuais das áreas construídas, e os efeitos potenciais que tais características podem ter na saúde física e mental dos indivíduos. (IBAMA) Assim sendo, verifica-se que a qualidade ambiental apresenta diversos aspectos relacionados ao ambiente natural, construído e sua relação com a sociedade. Ela é tão diversa que precisa ser trabalhada por grupo, contudo não esquecendoque os problemas ecológicos que impactam na qualidade ambiental apresentam uma integração e/ou interação entre os elementos pertencentes a ela. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 83 Uma classificação adotada para os problemas ambientais é a divisão segundo “Agendas”. Assim, definiu-se Agenda Verde aquela que se refere à assuntos como preservação de florestas e biodiversidade, Agenda Azul aquela que se refere à gestão de recursos hídricos e Agenda Marrom aquela que se refere às questões ambientais relacionadas à urbanização, a industrialização, ao crescimento econômico e ao desenvolvimento social, tais como a poluição do ar, da água e do solo, a coleta e reciclagem de lixo, o ordenamento urbano, a segurança química, etc. Uma das principais ações da agenda verde no Brasil é a proteção da floresta amazônica. São inúmeros programas de proteção visam acompanhar o estado da qualidade ambiental da floresta. Pode-se ver na Figura abaixo um trecho da floresta amazônica que é monitorada por satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI). Figura: Sistema usará imagens dos satélites para mapear anualmente áreas em processo de desmatamento Na reunião da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, denominada Rio+10, realizada em setembro de 2003 em Johanesburgo, na África do Sul, definiu duas Agendas para discutir as questões ambientais e econômicas, como um mecanismo para tentar amenizar as disputas entre os países desenvolvidos e os chamados em desenvolvimento. O raciocínio por trás da Agenda dupla do encontro é que países mais ricos, sem grandes problemas sociais ou econômicos e já tendo se desenvolvido com base em um modelo poluidor, podem se dar ao “luxo” de se concentrar na Agenda Verde. Já para os países em desenvolvimento, a prioridade é elevar os padrões sociais - o que vem sendo chamado de Agenda Marrom. Contudo, os temas da Agenda Verde alcançam, continuamente, maior destaque e prioridade no país. A perspectiva sob a qual os problemas ambientais dessa Agenda são enfrentados ainda é, algumas vezes, curativa e não preventiva. Um dos desafios do IBAMA é se antecipar e evitar problemas ambientais, tais como, poluição, degradação e mau uso dos recursos ambientais. Responsabilidade Social e Ambiental 84 CEAD A reestruturação do IBAMA organizou o Instituto para se aperfeiçoar e aproximar suas ações às demandas de progresso do país, focalizando suas atividades na avaliação, licenciamento, controle e fiscalização de produtos e atividades potencialmente poluidoras e uso adequado dos recursos naturais buscando manter a qualidade ambiental dos lugares que passam por transformações. IX - PROTEÇÃO DE ÁREAS AMEAÇADAS DE DEGRADAÇÃO; A proteção de áreas ameaçadas de degradação faz parte de Política Nacional do Meio Ambiente com o objetivo de recuperar ou melhorar a qualidade ambiental de áreas que sofreram alterações da sua função física, química ou biológica ameaçando de alguma forma a vida. Conforme Mesquita(2012), degradação ambiental é a alteração das diversas características do meio ambiente por meio da poluição direta ou indireta. Isso prejudica a saúde, a segurança e o bem estar da população. Além de afetar as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, conforme pode-se ver Figura abaixo. Figura: Projeto Guapiaçu – Grande Vida. Reflorestamento no município de Cachoeira de Macacu. Fonte: www.petrobras.com.br/fatos e dados. Acessado em; 28/06/2016 A base legal desenvolvida através da PNMA se mostra válida no canário atual, porque as áreas degradadas podem ser recuperadas através de ações que garantam a reabilitação das funções biológicas dos ecossistemas. Favorecendo a recuperação da biodiversidade. Na maioria dos casos basta parar de degradar o ambiente que ele mesmo se recupera e contribui para o retorno da qualidade ambiental. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 85 Nas últimas décadas diversas ações têm sido tomadas para tentar frear a degradação ambiental no Brasil, desde a elaboração de uma Política Nacional de Meio Ambiente, Leis que proíbem o uso indiscriminado dos recursos, obrigatoriedade para empresas com atividades de grande risco poluidor e de certa forma uma maneira de compensar os danos. No Brasil as principais preocupações com a degradação ambiental estão representadas na Figura abaixo. Figura: Principais problemas ambientais no Brasil. Uma das ações implementadas foi a criação do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN-Brasil). Esse programa busca definir regiões suscetíveis à desertificação e estabelecer prioridades para ações públicas e privadas que irão mitigar os efeitos da desertificação. Figura: Processo de desertificação Responsabilidade Social e Ambiental 86 CEAD Outro programa é o de Revitalização de Bacias Hidrográficas. Ele tem por finalidade recuperar, conservar e preservar as bacias hidrográficas em situação de vulnerabilidade ambiental. A ideia e promover a melhoria das condições socioambientais e avanço na disponibilidade de água em quantidade e qualidade. É relevante ressaltar que estas ações são pensadas e articuladas por meio do fórum Brasil de áreas degradadas. Figura: Fórum de áreas degradadas X - EDUCAÇÃO AMBIENTAL A TODOS OS NÍVEIS DE ENSINO, INCLUSIVE A EDUCAÇÃO DA COMUNIDADE, OBJETIVANDO CAPACITÁ-LA PARA PARTICIPAÇÃO ATIVA NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE. A educação ambiental deve atender uma busca constante na vida social porque desenvolve valores, atitudes, habilidades que influenciam diretamente no comportamento das pessoas. Isso as tornam cada vez mais consciente com a questão ambiental. Então a Educação ambiental possui o objetivo de despertar na população a consciência de que todos fazem parte do mesmo planeta e que o seu comportamento, mesmo que local, os impactos podem afetar todos de uma forma Global. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 87 Conforme se viu na Unidade de número 8 a educação ambiental deve ser abordada sobre três perspectiva: • Educação Sobre o Ambiente • Educação no Meio Ambiente • Educação para o Meio Ambiente Sob as perspectivas apontadas, a educação ambiental no Brasil busca formar pessoas conscientes dos problemas ambientais e que colabore com preservação dos recursos naturais. Sendo abordada sob o pilar da Educação Ambiental Formal e Não- Formal. “A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador em qualquer tempo ou lugar, em seu modo formal e não formal, promovendo a transformação e construção da sociedade [...] A educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida com as quais compartilhamos este planeta, respeitar seus ciclos vitais e impor limites a exploração dessas formas de vida pelos seres humanos (GADOTTI, 2002, p. 95-96).” Responsabilidade Social e Ambiental 88 CEAD RESUMINDO • Nesta Unidade você viu que a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) de 1981, foi publicada antes do relatório “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório Brundtland” que apresentou o conceito de desenvolvimento sustentável; • Viu que a Lei 6938 busca estabelecer princípios que buscam promover a racionalização dos recursos naturais por meio de uma maior responsabilidade social e ambientas de todos; • Verificou-se que o Brasil é formado por biomas de características distintas, onde cada ambientes abriga diferentes tipos de vegetação e de fauna; e • As empresas apresentam uma maior responsabilidade social e ambiental relativa ao seu porte e do quanto ela impacta no meio ambiente. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 89 1. A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), de acordo com a Lei Federal nº 6938/1981, tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos determinados princípios. Considere os itens I, II, III e IV a seguir para responder a questão. I. controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. II. incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais. II. recuperação de áreas degradadas. IV. educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade. Dentre os itens I, II, III e IV citados, constituem princípios da PNMA: a) Apenas 2 itens. b) Apenas 3 itens. c) Apenas 4 itens. d) Todos os itens e) Nenhum dos itens. 2. A Lei N.º 6.938, com base nos incisos VI e VII do Art. 23 e no Art. 225 da Constituição, estabelece a Política Nacional de Meio ambiente com o objetivo de preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental do país através do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente). Como é a atuação deste sistema? 3. Acerca de competências e cooperação entre os entes públicos no exercício da Política Nacional do Meio Ambiente, julgue o item seguinte: O Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, que constitui instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, é gerenciado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 90 CEAD As Obrigações da Empresa Objetivos • Caracterizar o contexto histórico e princípios que calcaram o Direito Ambiental brasileiro; • Apresentar os principais dispositivos legais que atualmente regem a legislação ambiental brasileira. Unidade 07 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 91 Unidade 07 BREVE CONTEXTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA A legislação ambiental brasileira é um conjunto de normas (lei, decreto, resolução, deliberação normativa, instrução normativa, portaria, etc.) das esferas federal, estadual, municipal e distrital que apresenta regras, procedimentos, padrões e etc, cujo objetivo é o ordenamento jurídico das questões relativas ao meio ambiente. “As leis atualmente vigentes foram criadas em diferentes momentos, em função dos distintos contextos sociais, políticos e econômicos ao qual o país vivenciou (SÁNCHEZ, 2008).” A partir da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, 1972, iniciou-se um processo de resgate da relação homem-natureza. Segundo a Declaração de Estocolmo todos têm direito a um ambiente ecologicamente equilibrado e protegido, sendo este um direito difuso e fundamental para o bem de todos. Desta data em diante, e principalmente após a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento - ECO 92, no Rio de Janeiro, são consignados os Princípios que serviriam de embasamento para a normatização do Direito Ambiental Brasileiro, com amparo no artigo 225, Capítulo VI, da Constituição Federal Brasileira de 1988, o qual prevê que: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Calcado em tais premissas, o Brasil desenvolveu um complexo sistema institucional de gestão ao meio ambiente regido por vasto aparelho legal, sobre o qual fica determinado que os bens ambientais não são de pertencimento da União, dos Estados ou dos Municípios brasileiros, mas são tão-somente administrados por estes no interesse da coletividade (SÁNCHEZ, 2008; BELTRÃO, 2009). Os Princípios da Legislação Ambiental Os princípios da Legislação Ambiental são os pilares nos quais se norteiam o Direito Ambiental brasileiro, e visam estabelecer bases para a garantia da preservação da qualidade de vida, para as gerações presentes e futuras, conciliando o equilíbrio ambiental aos elementos sociais e econômicos. São nove Princípios, os quais Beltrão (2009, p. 56-57) explica de forma resumida: Responsabilidade Social e Ambiental 92 CEAD • Princípio da prevenção: para evita a ocorrência de danos que provavelmente serão causados ao ambiente por uma determinada obra ou atividade humana, deve-se atuar de forma preventiva. Corresponde a uma evolução do tradicional jurídico da reparação de danos, que por ocorrer a posteriori, é bem eficaz na tutela do ambiente. • Princípio da precaução: dada a imprevisibilidade decorrente da incerteza científica quanto aos efeitos de determinada obra ou atividade no ambiente, deve-se optar por não a implementar. • Princípio da informação: todos têm direito a amplo acesso às informações, dados e estudos relacionados ao ambiente, produzidos e/ou guardados nos órgãos públicos, independentemente da comprovação de algum interesse específico. • Princípio da oportunidade para participação pública: a todos deve ser assegurado o direito de participar efetivamente no processo decisório das autoridades governamentais competentes no tocante à política ambiental a ser implementada. • Princípio do poluidor-pagador: impõe ao poluidor o dever de arcar com o custo ambiental que a sua atividade gera, seja de forma preventiva, por meio de investimentos em tecnologia e de outros mecanismos, seja por meio de medidas reparadoras, quando o dano ambiental já ocorreu. Deriva da teoria econômica segundo a qual os cursos externos devem ser internalizados. • Princípio do usuário-pagador: consiste na cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem ambiental. Diferentemente do princípio do poluidor-pagador, que possui uma natureza reparatória e punitiva, o princípio do usuário-pagador, tem uma natureza meramente remuneratória pela outorga do direito de uso de um recurso natural. Não há ilicitude, infração. • Princípio do ambiente sadio como direito fundamental do ser humano: o direito ao ambiente há de ser compreendido como um direito fundamental para assegurar a sadia qualidade de vida, tal como previsto pelo art. 225, da Constituição Federal. • Princípio a consideração do ambiente no processo decisório de políticas públicas: a perspectiva ambiental há de ser considerada em todo planejamento governamental; que não visa impor à autoridade pública que seu planejamento seja o mais adequado sob o ponto de vista do ambiente, mas apenas que o ambiente seja também considerado na elaboração de políticas e projetos públicos desde o seu nascedouro. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 93 • Princípio do planejamento racional: considerando- se que os recursos naturais são escassos, deve-se assegurar que as melhores decisões sejam tomadas no interesse da coletividade e do meio ambiente. O planejamento racional é fundamental para alcançar a sustentabilidade. Competências das Entidades Federativas Em um sistema federativo a divisão de competências entre a União, Estados, distrito Federal e Municípios são elementos essenciais para promover a descentralização política e ordenamento jurídico sobre temas que podem ser de interesse local, regional, nacional ou comum aos entes federados (MOLLER, 2007). De acordo com o art. 23, III, IV, VI e VIII, da Constituição Federal, é de competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios a proteção denominada material, executiva ou administrativa ao meio ambiente natural e cultural, o combate à poluição, e a preservação dos ecossistemas e biodiversidade. Em termos legislativos, o art. 24, VI e VIII, da Constituição da República, dispõem ser de competência concorrente da União, Estados e Distrito Federal legislar pra florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa dos recursos naturais, controle da poluição e proteção ao meio ambiente, cabendo a União estabelecer normas gerais e aos Estados a suplementaçãode leis plenas, com suas devidas especificidades regionais. Porém, quando há inexistência de legislatura do Estado sobre determinada matéria, a competência passa naturalmente ao exercício da União. No caso de se caracterizar interesse local na administração ou competência legislativa da proteção ao meio ambiente, aos recursos naturais, e ao controle da poluição, admite-se que possa ocorrer a concorrência entre leis estaduais e municipais, havendo, portanto, suplementação de competências. Contudo, tais casos não são previsíveis. “Mesmo assim, como na Constituição Federal (art. 182) é previsto ao Município a competência legislativa do ordenamento territorial, por meio do planejamento de uso e ocupação do solo urbano, a normatização do meio ambiente local acaba sendo adequada à Política de Desenvolvimento Urbano e Plano Diretor Municipal (BELTRÃO, 2009).” A Política Nacional do Meio Ambiente A Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, instituída pela Lei n.º 6.938 de 31 de agosto de 1981, inaugurou no Brasil a estrutura jurídica para desenvolvimento das políticas ambientais. Por ela foram criados e sistematizados os mecanismos legais para a tutela e manutenção da qualidade do ambiente e dos recursos naturais, tais como o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, e os Instrumentos de Defesa Ambiental (BUCCI, 1992). Responsabilidade Social e Ambiental 94 CEAD Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA O SISNAMA é uma rede de órgãos e entidades do Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das Fundações públicas responsável pela integração e administração das políticas ambientais nacionais, sendo composto pelo: • Órgão superior, que é o Conselho de Governo, que tem como função assessorar a presidência na formulação de políticas nacionais e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e recursos naturais; • Órgão consultor e deliberativo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), com o objetivo de assessorar, pesquisar e propor ao Conselho do Governo diretrizes de políticas governamentais diretrizes para o meio ambiente e recursos naturais, e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre as normas e padrões compatíveis a promoção do ambiente ecologicamente equilibrado a manutenção da qualidade de vida da sociedade; • Órgão central da Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, atual Ministério do Meio Ambiente, o qual tem a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; • Órgão executor, atualmente representado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e recursos Naturais) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Estes têm como função executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, no âmbito de suas competências; • Entes setoriais e seccionais ambientais estaduais, responsáveis pela execução de programas, projetos, e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de causar degradação ambiental; e • E órgãos municipais locais, os quais atuais no controle e fiscalização das atividades que podem provocar impactos ou a degradação do meio ambiente. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 95 Figura – Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Todos os órgãos possuem competência comum para exercer o poder de polícia no que tange as questões ambientais (MOLLER, 2007). Instrumentos de Defesa Ambiental No art. 9 da Lei 6.938/1981 (PNMA) estão elencados trezes instrumentos administrativos que possibilitam o controle do meio ambiente: 1. Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, estabelecidos por meio das resoluções do CONAMA para a água, o ar, e ruídos; 2. Zoneamento ambiental, tal como o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) que consiste no planejamento (macro) de uso dos recursos ambientais de um território que possui características físicas-naturais ou socioculturais comuns; 3. Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), necessário a instalação de empreendimentos. Dele fazem parte o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV); 4. Licenciamento ambiental, que são atos da administração pública para compatibilizar a exploração econômica com a proteção ao meio ambiente; 5. Incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para melhoria da qualidade ambiental, tais como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE) e o Programa da Poluição Sonora (SILÊNCIO); 6. Criação de espaços territoriais especialmente protegidos, dos quais compreendem as unidades de conservação, as áreas de preservação permanente e as reservas legais, cabendo sua execução Responsabilidade Social e Ambiental 96 CEAD atual ao Instituto Chico Mendes de Conservação da biodiversidade (ICMBio); 7. Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA), criado com o propósito de armazenar, integrar e compartilhar informações sobre o meio ambiente entre as três esferas do governo; 8. Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, utilizado pela administração pública para identificar as consultorias técnicas (equipamentos, comércio e industrialização) dedicadas ao controle das atividades poluentes (efetivas ou potenciais) através de seu registro; 9. Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais, que é o controle da administração pública pelo registro das atividades potencialmente poluentes; 10. Aplicação de penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; 11. Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, que é o monitoramento e avaliação sistemática das políticas públicas relacionadas ao meio ambiente nos três níveis de governo; 12. Garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente. Este instrumento está atrelado ao princípio do acesso a informação para garantia da participação popular na administração pública; e 13. Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros, utilizados por meio de contratos com proprietários de terra para promover a sustentabilidade das florestas públicas. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 97 Outros Instrumentos Federais Infraconstitucionais São normas subordinadas ao ordenamento jurídico, interpretação e aplicação da Constituição Federal. No caso da legislação brasileira, além da Lei n.º 6.938/81, a tutela do meio ambiente encontra amparo também em várias outas normas, dentre as quais podem ser citados os Códigos anteriores a 1981, Leis e Decretos, e Resoluções criadas a partir da Política Nacional. Abaixo são apresentadas algumas das principais normas federais brasileiras: Tabela – Algumas das principais normas federais da Legislação Ambiental brasileira. Responsabilidade Social e Ambiental 98 CEAD SAIBA MAIS • Consulta pública pelo site de votação do Senado <https://www12.senado.leg.br/ ecidadania/visualizacaotexto?id=120446>. • Consulta a Legislação do CONAMA, disponível em < http://www.mma.gov.br/ port/ conama/legi.cfm> . • Legislação ambiental por temas. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em < http://www.mma.gov.br/legislacao>. • Curso online de Direito Ambiental gratuito. Unieducar. Disponivel < https:// unieducar.org.br/catalogo/curso-gratis/direito-ambiental-gratuito>. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 99 RESUMINDO • Nesta Unidade teremos noção sobre a Legislação Ambiental que é um conjunto de normas (lei, decreto, resolução, deliberação normativa, instrução normativa, portaria, etc.) dasesferas federal, estadual, municipal e distrital que apresenta regras, procedimentos, padrões e etc., cujo objetivo é o ordenamento jurídico das questões relativas ao meio ambiente; e • Veremos todas as regras e passos da cada legislação, acompanhamento, leis e aplicação das mesmas Responsabilidade Social e Ambiental 100 CEAD 1. Determina a legislação ambiental brasileira que as empresas devem responder pelo impacto e dano ambiental gerado por suas atividades, arcando com os custos advindos dos mesmos, e recuperação o meio natural e social atingido. Está afirmação está baseada em qual Princípio do Direito Ambiental? a) Princípio do ambiente sadio como direito fundamental do ser humano b) Princípio da precaução c) Princípio do poluidor-pagador d) Princípio do planejamento racional 2. (OAB, 2014). No curso de obra pública, a Administração Pública causa dano em local compreendido por área de preservação permanente. Sobre o caso apresentado, assinale a opção que indica de quem é a responsabilidade ambiental. a) Em se tratando de área de preservação permanente, que legalmente é de domínio público, o ente só responde pelos danos ambientais nos casos de atuação com dolo ou grave. b) Em se tratando de área de preservação permanente, a Administração Pública responderá de forma objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, independentemente das responsabilidades administrativa e penal. c) Em se tratando de dano ambiental com área de preservação permanente, a Administração Pública não tem responsabilidade, sob pena de confusão, recaindo sobre o agente público causador do dano, independentemente das responsabilidades administrativa e penal. d) Trata-se de caso de responsabilidade subjetiva solidária de todos aqueles que contribuíram para a prática do dano, inclusive do agente público que determinou a prática do ato. 3. A emissão da licença de operação para funcionamento de empreendimento localizado dentro dos limites do Parque Nacional da Tijuca deveria ser expedida por qual órgãos? a) CONAMA. b) ICMBio e IBAMA. c) INEA, órgão seccionais ambientais do Estado do Rio de Janeiro. d) SMAC, Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura do Rio de Janeiro. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 101 Educação Ambiental Objetivos • Identificar as origens da educação ambiental no Brasil e no Mundo. • Apresentar os aspectos legais da educação ambiental. • Compreender o conceito de educação ambiental. • Sensibilizar o aluno sobre as boas práticas ambientais Unidade 08 Responsabilidade Social e Ambiental 102 CEAD EDUCAÇÃO AMBIENTAL A educação ambiental começou a ser discutida a partir da década de 70 dentro do contexto da conferência de Estocolmo. No âmbito internacional houve a Conferência Intergovenamental de educação Ambiental em Tbilisi, capital da Geórgia (ex-União Soviética), em outubro de 1977. Sua organização ocorreu a partir de uma parceria entre a UNESCO e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Desse encontro saíram às definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a educação ambiental que até hoje são adotados em todo o mundo. O documento afirma o caráter crítico, político e emancipatório da educação ambiental. Ele marca a mudança do pensamento desenvolvimentista a qualquer custo para a noção de “sociedades sustentáveis”, construídas a partir de princípios democráticos em modelos participativos de educação popular e gestão ambiental. A educação ambiental é uma atividade educativa e social que tem por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possam contribuir para o entendimento da realidade. Responsável por formar indivíduos preocupados com os problemas ambientais. “Educação Ambiental é uma ação destinada a reformular comportamentos e recriar valores perdidos ou jamais alcançados. É a busca da reflexão constante sobre o destino do homem face aos recursos naturais e ao futuro do planeta”. Aziz Ab’Saber “Educação Ambiental, por definição, é elemento estratégico na formação de ampla consciência crítica das relações e de produção que situam a inserção humana na natureza (Loureiro, 2000).” Dessa forma, a educação ambiental tenta despertar nos seres humanos a consciência que todos fazem parte do meio ambiente. Neste contexto a educação ambiental está intimamente ligada à noção de cidadania, como algo que se constrói permanentemente, pois não é fornecida, mas se constitui ao dar significado ao indivíduo pertencente a uma sociedade. Desta forma como podemos dar significado ao indivíduo social? Um dos caminhos apontados pode ser visto conforme figura abaixo. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 103 Sauvé (2005) Educação Ambiental No Brasil A educação ambiental no Brasil teve sua origem em 1973, sob o decreto de lei n° 73.030, que criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente explicitando, entre suas atribuições, a promoção do “esclarecimento e educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente”. A Lei nº 6.938/81, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente, também evidenciou a capilaridade que se desejava imprimir a essa dimensão pedagógica no Brasil, exprimindo, em seu artigo 2º, inciso X, a necessidade de promover a “educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente”. Responsabilidade Social e Ambiental 104 CEAD A Constituição Federal de 1988 elevou ainda mais o status do direito à educação ambiental, ao mencioná-la como um componente essencial para a qualidade de vida ambiental. Atribui-se ao Estado o dever de “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (art. 225, §1º, inciso VI), surgindo, assim, o direito constitucional de todos os cidadãos brasileiros o acesso à educação ambiental. A educação ambiental no Brasil corresponde ao processo educacional de formar as pessoas conscientes dos problemas ambientais e que colabore para a conservação, preservação dos recursos naturais, levando em consideração os aspectos políticos, sociais, econômicos, éticos e ecológicos. Conforme é regulamentada pela: Diante do exposto fica evidente a perspectiva sistêmica da educação ambiental que regulamenta um processo contínuo de educação. Visando a construção de um pensamento crítico sobre as relações entre sociedade e natureza, capaz de promover mudanças de hábitos, atitudes e valores necessários para conduzir a população à qualidade de vida e a construção de uma sustentabilidade social. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 105 Educação Ambiental nas Escolas A Política Nacional de Educação Ambiental é um componente essencial da educação nacional, pois fundamenta o direito a todos à educação ambiental e determina os seus princípios, objetivos, atores responsáveis por sua implementação, seus âmbitos de atuação e suas principais linhas de ação. Ela está dividida em Educação ambiental Formal e Não formal. Os princípios da Educação Ambiental formal e Não formal: • Educação Ambiental Formal; Deve ser desenvolvidas em instituições públicas e privadas de forma interdisciplinar e está de acordo com os currículos educacionais. Os conteúdos formais relacionados ao ensino fundamental e médio estão nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), onde se encontram especificados os objetivos e as metas que a educação ambiental deve atingir para os estudantes destes níveis (Hendges, 2010). As práticas educativas relacionadas a esta questão devem ser transformadoras conforme apontado por Segura (2001). “A educação transformadora, e neste contexto, procuramos ver essas possibilidadespor meio da implementação da educação ambiental no ensino formal, e paralelamente, na realidade local. Nesse aspecto, tentou-se inserir a teoria e a prática no nosso cotidiano escolar, assim como a implementação da educação ambiental no ensino não formal (Segura, 2001).” • Educação Ambiental Não Formal; Ações e práticas educativas voltadas para a conscientização coletiva sobre as questões ambientais e à sua participação na defesa do ambiente são conhecidas como educação ambiental em nível não formal. Os poderes públicos devem incentivar a difusão de campanhas educativas e informações relacionadas ao ambiente, à participação das empresas públicas e privadas, meios de comunicação, empresas, ONGs, escolas e sociedade na formulação, execução e desenvolvimento de programas e atividades vinculadas com a educação ambiental não formal. Responsabilidade Social e Ambiental 106 CEAD “Também são consideradas ações não formais de educação ambiental a divulgação de conteúdos que estimulem a sensibilização e capacitação da sociedade. Neste mesmo sentido estão relacionadas como atividades não formais de educação ambiental no ensino brasileiro a sensibilização dos agricultores para as questões ambientais e as atividades de ecoturismo (Hendges, 2010).” Essas definições colocam os seres humanos como responsáveis individuais e coletivamente pela Sustentabilidade, ou seja, se fala da ação individual na esfera privada e de ação coletiva na esfera pública. Educação Ambiental nas Empresas As transformações ocorridas no mercado fez com que as empresas adotassem boas práticas educacionais relacionadas ao meio ambiente e passaram a programar ações voltadas a reduzir os impactos ambientais e sociais ocasionados por suas atividades econômicas. Nesse contexto, as empresas incorporam ao seu sistema de gestão ferramentas de educação ambiental para obter certificados ambientais. “Com o advento da série ISO 14.000, as empresas passaram a buscar um equilíbrio entre a economia e o meio ambiente, com a inserção de políticas ambientais através da aplicação de métodos específicos da gestão ambiental. Essa normatização elencou todos os requisitos necessários para que as empresas pudessem obter uma certificação de qualidade ambiental, se diferenciando no mercado através da adoção de práticas sustentáveis e responsabilidade social. (CRUZ, 2013)” A boa pratica de educação ambiental tenta fazer com que a cidadania seja exercida de forma ampla, gerando uma ação transformadora que tenha como consequência a melhoria da qualidade de vida da coletividade (PELICIONI, 2014). Conforme gráfico abaixo. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 107 “Conforme se observa na dinâmica empresarial, economia de sustentabilidade ou economicidade socioambiental é o nome dado à relação entre a produção continuada e o consumo de bens e serviços com a condição ambiental preservada associada ao compromisso de resultados sociais positivos relacionado à adoção de boas práticas ambientais (MONTIBELLER, 2014).” Os programas ambientais adotados por empresas são extremamente importantes para a sociedade, pois promove a redução do consumo dos recursos naturais, reduz a geração de resíduos sólidos e líquidos, fortalece a consciência ambiental. Isso agrega valor à marca das empresas e aumenta a rentabilidade, pois o cidadão está cada vez mais consciente e procura consumir produtos de empresas preocupadas com o meio ambiente. Práticas de Educação Ambiental As práticas de educação ambiental adotadas no Brasil são muito diversificadas e estão divididas em cinco categorias de acordo com: (CPRH, 1994). • Educação Ambiental Conservacionista: Conservação da biodiversidade, preservação da fauna e da flora e lutas conservacionistas. • Educação Ambiental Biológica: Utiliza livro didático de ciência e biologia, cadeias alimentares e aspectos da biosfera. • Educação Ambiental Comemorativa: Comemora a semana do meio ambiente, eventos temporários e entre outros. Responsabilidade Social e Ambiental 108 CEAD • Educação Ambiental Política: Questões vinculadas à natureza política. • Educação Ambiental Crítica: Visa compreender as origens, as causas e consequências da degradação ambiental. Então, ao desenvolver a pratica da aprendizagem ambiental, o educador deverá ter ciência de qual diretriz metodológica adotar, para que a atividade não perca o seu objetivo. Toda atividade realizada com o objetivo ambiental, deverá ser orientada conforme mencionado por: “Dias (1993), Princípios e práticas, a aprendizagem será mais significativa se a atividade estiver adaptada concretamente às situações da vida real da cidade, ou do meio, do aluno e do professor.” “Segundo Freire (1983), ensinar exige compreender que a Educação é uma forma de intervenção no mundo. Exige também a convicção de que a mudança é possível. Ensinar exige liberdade e autoridade.” Exemplo de práticas de Educação Ambiental • O lixo nosso de cada dia. Objetivo: desenvolver o hábito de reciclar, apresentar os conceito de 3Rs (Reduzir, Reciclar e Reutilizar), 4Rs (Repensar, Reduzir, Reciclar e Reutilizar) e 5Rs (Repensar, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e Recusar) e entender o mal que os resíduos gerados causam ao planeta. Conforme figuras abaixo: Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 109 Adaptado de Inácio et al. (2004) • Reduzir: reduzir o consumo e consequentemente o lixo que produzimos • Reciclar: consiste na valorização dos resíduos em que se recuperam os diferentes materiais constituintes, dando origem a novos produtos. • Reutilizar: Dar novo uso a materiais já utilizados, tantas vezes quanto seja possível. Diante da complexidade do tema, ampliou-se o conceito. De 3Rs para 4Rs Responsabilidade Social e Ambiental 110 CEAD Diante da complexidade do tema, ampliou-se o conceito. De 4Rs para 5Rs Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 111 JOGO 1: Através da atividade de recortar figuras de encartes de supermercado, o professor deve solicitar que os participantes recortem tudo aquilo que responde à pergunta: “O que você gostaria de comer, beber ou ganhar de presente entre todas essas figuras?” Cada aluno deverá recortar um número “x” de produtos. Depois disso o professor dirá que agora que todos comeram, beberam e etc. irão se questionar: “sobrou alguma coisa? O que sobrou?” E aí explicar que há coisas como lata de refrigerante, saco plástico de salgadinho, papel de chocolate, que poderão ser usadas novamente pelo ser humano, enquanto outras (semente de laranja, casca de banana) também podem ser reutilizadas, só que pela natureza, na decomposição e formação de novos nutrientes para o desenvolvimento dos solos e dos vegetais. JOGO 2: Ainda usando os recortes de encartes, só que agora previamente recortados e espalhados aos montes numa mesa principal, o professor fará a introdução do jogo: “quem não sonhou em ficar preso num shopping center para poder comer e beber tudo de graça? Faz de conta que vocês ganharam uma promoção onde o prêmio é poder pegar um número “x” de mercadorias sem precisar pagar nada”. Após eles escolherem o que mais lhe agrada, o professor novamente intervém dizendo que, após terem consumido aquilo tudo, foram gerados resíduos, e agora formará cinco grupos que receberão um tema da reciclagem (grupo Papel, grupo Plástico, grupo Metal, grupo Vidro e grupo Orgânico). Perguntar: “agora o que temos?” Dentro de cada grupo, teremos os alunos trazendo consigo vários resíduos gerados do que eles consumiram que, vendo na figura e até associando o produto ao seu cotidiano, terão que selecionar os que pertencem a sua temática, e depois irão aos outros grupos atrás de mais coisas, fazendo perguntas sobre os itens que não pertencem ao tema de seu grupo. No final, cada grupo monta um cartaz com seus produtose mostra para o grande grupo. Sugestão de conteúdo: Ecologia, Problema do lixo e Consumo. Vemos assim, que a educação ambiental em especial na prática pedagógica dos professores deve aguçar nos estudantes o valor que tem a imensidão deste planeta. Se a prática pedagógica for bem desenvolvida, conseguirá formar cidadãos de bem que possam servir a humanidade, neste mesmo viés da educação consistirá um ser ético que será capaz de lutar, de questionar, e sensibilizar as pessoas a respeitarem os ciclos vitais da natureza. Responsabilidade Social e Ambiental 112 CEAD RESUMINDO • Educação Ambiental: A educação ambiental começou a ser discutida a partir da década de 70. No âmbito internacional houve a Conferência Intergovenamental de educação Ambiental em Tbilisi, capital da Geórgia. Desse encontro saíram às definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a educação ambiental que até hoje são adotados em todo o mundo. O documento afirma o caráter crítico, político e emancipatório da educação ambiental. Ele marca a mudança do pensamento desenvolvimentista a qualquer custo para a noção de “sociedades sustentáveis”, construídas a partir de princípios democráticos em modelos participativos de educação popular e gestão ambiental; • Educação Ambiental No Brasil: A educação ambiental no Brasil teve sua origem em 1973, sob o decreto de lei n° 73.030, que criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente. A Lei nº 6.938/81, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente, evidenciou a necessidade de promover a educação ambiental a todos os níveis de ensino. A Constituição Federal de 1988 atribui-se ao Estado o dever de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino. O direito constitucional de todos os cidadãos brasileiros o acesso à educação ambiental; • A educação ambiental no Brasil corresponde ao processo educacional de formar as pessoas conscientes dos problemas ambientais e que colabore para a conservação, preservação dos recursos naturais, levando em consideração os aspectos políticos, sociais, econômicos, éticos e ecológicos. Conforme é regulamentada pela; • Educação Ambiental nas Escolas: A educação ambiental nas escolas é norteada pela Política Nacional de Educação Ambiental e está dividida em Formal e Não Formal. • Educação Ambiental nas Empresas: Desenvolver programas e ações voltadas a reduzir os impactos ambientais e sociais ocasionados por suas atividades econômicas; e • Práticas de Educação Ambiental: Desenvolver a pratica da aprendizagem ambiental apoiada na diretriz metodológica dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 113 EXERCÍCIOS 1. Qual foi o marco histórico do termo Environmental Education (educação ambiental), A) Keele Conference on Education and Countryside B) Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental C) Conferência para o Desenvolvimento Sustentável. D) Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento E) Conferência Científica das Nações Unidas sobre a Conservação e Utilização de Recursos. 2. O gerenciamento ambiental é a administração do exercício de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, renováveis ou não. Existem normas e certificações que atestam que uma determinada empresa executa suas atividades com base nos preceitos da gestão ambiental. Qual opção se refere a essa norma ambiental? A) ISO 9000 B) ISO 14000 C) AS 8000 D) ISO 26000 E) ISO 17799 3. De acordo com a Lei nº 9.795/99, a Política Nacional de Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional. Diante dessa informação, marque a alternativa correta. A) É um dos objetivos fundamentais da educação ambiental porém não ocorre democratização devido o governo controlar a informações ambientais. B) O sistema nacional de educação ambiental determina que deva ser ensinada na educação infantil e de acordo com os PCNs. C) A educação ambiental deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. D) Cabe à sociedade como um todo manter a atenção esporádica na formação de um cidadão ambiental. E) Reconhece o respeito à pluralidade e deve incorporar ao conteúdo do ensino médio. Responsabilidade Social e Ambiental 114 CEAD As Empresas e a Responsabilidade Social Empresarial Objetivos • Estudar a importância das ações de responsabilidade social empresarial (RSE). • Apontar como ocorrem os impactos das ações de (RSE) e apresentar os resultados obtidos por alguns programas de (RSE). Unidade 09 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 115 Unidade 09 GLOBALIZAÇÃO Inicialmente podemos dizer que o processo de globalização da economia e outros fatores externos são uns dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de ações e atividades de responsabilidade social pelas empresas. Isso por que o ambiente empresarial está cada vez mais competitivo no mundo globalizado e existe uma pressão dos organismos internacionais. Sobre as questões externas Tenório (2007, p. 33) menciona que: As pressões externas se referem às legislações ambientais, aos movimentos dos consumidores, à atuação dos sindicatos em busca da elevação dos padrões trabalhistas, às exigências dos consumidores e às reivindicações das comunidades afetadas pelas atividades industriais. Assim sendo, as empresas precisam de um enorme esforço para ter um diferencial competitivo e se manter no mercado. Fonte: http://www.theindependentbd.com/arcprint/details/3214/2015-06-12, acessado em 02/05/16. Segundo Milton Santos em seu livro “Por outra globalização” a globalização apresenta características que a torna perversa, são elas: • Perversidade sistêmica: a instituição da competitividade como regra absoluta; o outro, empresa, instituição ou individuo: obstáculo que deve ser removido. • Celebração do egoísmo, alastramento dos narcisismos, a banalização da guerra de todos contra todos, corrupção generalizada. • Morte da Política: a condução do processo político passa a ser atributo das grandes empresas; Responsabilidade Social e Ambiental 116 CEAD conformação da opinião pelas mídias; substituição do debate civilizatório pelo discurso único do mercado. • Ensinamento e aprendizado de comportamentos: ausentes objetivos finalísticos e éticos e noção de solidariedade. • Império do consumo: Cidadão é transformado em cliente consumidor. • Desigualdades interpessoais, de classe, regionais, internacionais. A globalização e suas características promovem uma serie de desigualdades socioeconômicas. Isso pode ser percebido no cotidiano das cidades, na internet, na tv e outros meios de informação. Fonte: https://curtageografia.wordpress.com/page/3/, acessado em 02/05/16. Responsabilidade social empresarial e ética A concorrência faz com que as empresas buscam se destacar, isto é, se diferenciar das demais por meio de diversos aspectos, como a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) por exemplo. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 117 “Responsabilidade Social Empresarial são ações das empresas que beneficiam a sociedade. São causas sociais relevantes para as comunidades, contribuindo com a política social. É uma forma de gestão que pretende diminuir os impactos negativos no meio ambiente e comunidades, preservando recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e reduzindo a desigualdade social. São as corporações se conscientizando do seu papel no desenvolvimento na comunidade que está inserida, criando programas que levam em consideração a natureza, economia, educação, saúde, atividades locais, transportes. (Costa, 2013)” Em síntese pode-se dizer que a RSE é uma das maneiras que as empresas buscampara se diferenciarem num mercado de extrema competitividade. Além desse principal aspecto ligado a sobrevivência das empresas, podemos citar o desenvolvimento do terceiro setor (ONGs) e o entendimento que as empresas estão atuando num sistema aberto (Saiba mais “conectando” o tema a teoria dos sistemas do biólogo Ludwig Von Bertalanffy). O Investimento Social Privado ocupa uma posição de extrema importância nos processos de desenvolvimento da sociedade brasileira e é possível notar cada vez mais a atuação das organizações como força econômica que promove transformação social. Segundo dados do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, os projetos sociais corporativos movimentam atualmente cerca de bilhões em todo o país. QUANTO AS EMPRESAS INVESTIRAM NO SOCIAL NO PERÍODO DE 2007 a 2014? Fonte: http://www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/Publicacoes/18-Sum_Pesq_2006_2007.pdf. Acesso em: 03 de Junho de 2016. Responsabilidade Social e Ambiental 118 CEAD Atualmente uma empresa que promove uma ação social e/ou ambiental tende a ser “bem vista” pela sociedade. Diante do cenário de desigualdade apresentado acima, algumas empresas passaram a perceber que faziam parte desse processo. Assim iniciasse uma série de ações socioeconômicas na tentativa de minimizar os impactos negativos ocasionados pelo processo de globalização. Essas iniciativas normalmente são desenvolvidas de dois modos: internamente e externamente. EM QUAIS TEMAS SE CONCENTRAM AS PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ADOTADAS PELAS EMPRESAS? Distribuição percentual das empresas conforme incorporação de práticas agrupadas em temas: média do total de empresa de amostra principais. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 119 Fonte: SISTEMA FIEMET – SESI <https://www.google.com.br/ url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=r- ja&uact=8&ved=0ahUKEwiAzdq28ZnNAhUCDZAKHRM8B_ ACESSO EM: 03 DE JUNHO DE 2016; As Fundações são organizações que praticam a filantropia, não visam fins lucrativos e tem personalidade jurídica. O instituidor é a pessoa que representa a fundação, que da vida a mesma, é a pessoa que cria a fundação. As fundações também são conhecidas como patrimônio personificado. Segundo o código civil (CÓDIGO CIVIL. Art. 62), as fundações somente poderá constituir-se para fins de: Assistência social; Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; Segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologia alternativa, modernização de sistema de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimento técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; atividades religiosas. Responsabilidade Social e Ambiental 120 CEAD Figura: Fundações Brasileiras. Percebesse que a cada ano aumenta o número de instituições do terceiro setor que buscam desenvolver ações sociais e ambientais. No Gráfico 1 abaixo é possível verificar a evolução da criação de institutos e fundações no Brasil. Quanto maior for o quantitativo de organização deste modelo, maior será as ações de responsabilidade social e ambiental. Contudo essas ações desenvolvidas nesse ambiente turbulento são levadas em consideração a posição dos stakeholders , que são os principais atores dentro do sistema empresarial. Segundo Evan e Freeman (apud Beaucamp e Bowie, 1988) a perspectiva neoclássica de responsabilidade social é que as organizações prezem pela maximização da riqueza dos stakeholders (Stakeholder é uma pessoa ou grupo que possui participação ou ações e que possui interesse em uma determinada empresa ou negócio. Stake interesse, participação, risco; Holder aquele que possui), mas, considerando os demais stakeholders abarcando uma abordagem teórica mais ampla. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 121 Gráfico: Institutos e fundações por ano de criação e tipo de investidor O que é Stakeholders? Stakeholders são qualquer grupo interno ou externo de uma organização que tem interesse no desempenho da mesma. Há uma tendência cada vez maior em se considerar stakeholder quem se julgue como tal, em cada situação. A empresa deve procurar fazer um mapeamento dos stakeholders envolvidos. Figura: Stakeholders Fonte: http://slideplayer.com.br/ slide/8132818/ Acesso em: 03 de Maio de 2016 Responsabilidade Social e Ambiental 122 CEAD Por esse prisma tem-se dois pontos de vista. O primeiro trata-se da convergência das visões, isto é, as empresas têm uma função social a cumprir na sociedade e também possuem imputações ética. Já o segundo ponto, aborda sobre a natureza das atribuições éticas e de quem se beneficiará com elas (Dienhart, 2000). Assim sendo, pode-se mencionar que a responsabilidade social das empresas tem como fundamental atributo a consistência ética nas ações com seus stakeholders e públicos, colaborando para a ampliação continua das pessoas, das comunidades e dos relacionamentos entre si e com o ambiente. “A palavra “ética”, no grego arcaico, significa “a morada do humano”, o lugar onde nós vivemos. A noções de ethos significa o lugar onde nós vivemos juntos e com outros e outras compartilhamos essa vida. Assim sendo, é preciso que tenhamos modos, princípios, valores de conduta para que essa convivência preserve a integridade. Seja uma família, uma empresa, uma sociedade, seja um país inteiro. (CORTELLA, 2015, p.15)” Nesse contexto, verifica-se como é importante a questão ética nas empresas que desenvolvem práticas de responsabilidade social para seus diversos públicos. Esse tema é de fundamental importância que o Instituto Ethos que tem como missão “mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa”, desenvolve um projeto nacional denominado “Empresa Pro- Ética” (acesse www.cgu.gov.br/proetica e saiba mais sobre o Pró-Ética). Esse projeto visa realizar um cadastro nacional de empresas comprometidas com a ética. O Cadastro Nacional de Empresas Comprometidas com a Ética e a Integridade (Empresa Pró- Ética) é uma iniciativa do Instituto Ethos e da Controladoria-Geral da União (CGU) com o objetivo de avaliar e divulgar as companhias voluntariamente engajadas na construção de um ambiente de integridade e confiança nas relações comerciais, inclusive nas que envolvem o setor público. (Instituto Ethos) Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 123 Tabela - Empresas aprovadas para o Pró-Ética 2015 - Fonte: Instituto Ethos Implementação da RSE O que leva uma empresa a praticar a responsabilidade social? Além das questões supracitadas relacionadas a globalização, temos algumas características importantes que impulsionam elas na implantação de projetos de responsabilidade social. A responsabilidade social parte do princípio que a organização está em atuando em um sistema aberto onde há stakeholders (partes interessadas) com necessidades que carecem ser atendidas. Ainda podemos citar aqui as questões relacionadas a legislação brasileira, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei 12.305/10). Responsabilidade Social e Ambiental 124 CEAD Por outro lado, é também o exercício da sua consciência moral e cívica, advinda do entendimento da função da organização no desenvolvimento da sociedade. Trata-se, portanto, do conceito de cidadania aplicado às organizações, no tocante à segurança e à saúde pública e à proteção ambiental. A organização cidadã prevê impactos adversos, que poderão decorrer de instalações, produção, distribuição, transporte, uso, descarte ou reciclagem final dos produtos, e realiza ações preventivas e de proteção necessárias.(FALCONI, 2009) A realização de um diagnóstico da atual situação da empresa em relação aos itens supracitados é o primeiro passo para definição das metas necessárias para se atingir o nível de organização mencionado no texto acima. Isto é, por onde deve-se iniciar o processo de implementação da responsabilidade social e ambiental. A implementação dos projetos de responsabilidade social leva em consideração os aspectos ligados ao público interno e externo. Nesse sentido para o desenvolvimento das ações as empresas precisam definir qual será o foco, área de atuação, instrumentos e tipo de retorno esperado. Veja o quadro a seguir: Tabela – Atuação RSE Diante do atual cenário de competividade empresarial a preocupação com as dificuldades socioeconômicas é o uns dos aspectos que induzem os empresários a investir na área social. A promoção da melhoria socioeconômica de uma comunidade pode trazer diversos resultados positivos para a empresa, como a imagem diante dos consumidores e também com seus fornecedores. Os principais benefícios são: Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 125 Fonte: IPEA, 2010. Ano 7. Edição 58 Responsabilidade Social e Ambiental 126 CEAD Responsabilidade Social Interna A responsabilidade social interna parte do desenvolvimento de ações que visam promover um ambiente de trabalho onde os funcionários sintam-se motivados, comprometidos e que fazem parte de uma empresa que preza pelo aspecto social. A responsabilidade social interna apresenta um grande potencial de trazer melhores resultados e diversos benefícios na gestão empresarial: Debastiani e Bitarello (2005) afirmam que uma empresa socialmente responsável caracteriza- se como tal não somente sendo ética e dando condições de trabalho, mas também criando condições internas de satisfação e realização profissional dos colaboradores. Em síntese, pode-se dizer que a responsabilidade social interna consiste em proporcionar um bom ambiente de trabalho, motivando os colaboradores para a produtividade e contribuindo para o bem estar da coletividade. São muitas as maneiras de se desenvolver um bom clima na empresa, exemplos disso são os programas de benefícios sociais, vale alimentação e transporte, assistência médica e social, qualificação, participação nos lucros. Há também os programas de voluntariado, onde os funcionários participam e se sentem valorizados por contribuir e ensinar outras pessoas, que talvez não tiveram o mesmo acesso à cultura, estudo, lazer. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 127 A responsabilidade social interna focaliza o público-interno da empresa, seus empregados e seus dependentes, ou seja, os beneficiários internos da empresa, sem os quais a organização não pode sobreviver. Por outro lado, a responsabilidade social empresarial externa procura atuar na sociedade na qual a empresa está inserida, junto a todos os seus públicos ou beneficiários externos (fornecedores, clientes atuais, potenciais clientes, opinião pública, governo, sociedade, etc.) e, consequentemente, a empresa obtém maior visibilidade e admiração frente a públicos relevantes para sua atuação. Responsabilidade Social e Ambiental 128 CEAD SAIBA MAIS • Link: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental • Curso: Formação Avançada em e Social. Disponível em: http://www.rocsbrasil. com.br/formacao-avancada-em-esocial/ Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 129 RESUMINDO • Globalização: O processo de globalização da economia e outros fatores externos são uns dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de ações e atividades de responsabilidade social pelas empresas; • Responsabilidade social empresarial e ética: A concorrência faz com que as empresas buscam se destacar, isto é, se diferenciar das demais por meio de diversos aspectos, como a Responsabilidade Social Empresarial que consiste em busca de um diferencial competitivo lidado a sobrevivência das empresas; • Stakeholders: É qualquer grupo interno ou externo de uma organização que tem interesse no desempenho da mesma e com convergência das visões; e • Implementação da RSE: O que leva uma empresa a praticar a responsabilidade social são os benefícios produzidos pelo programa e principalmente as empresas que desenvolvem a responsabilidade social interna. Parte do desenvolvimento de ações visam promover um ambiente de trabalho onde os funcionários sintam-se motivados, comprometidos e que fazem parte de uma empresa que preza pelo aspecto social. Responsabilidade Social e Ambiental 130 CEAD 1. Analise estas afirmações sobre a evolução da questão ambiental no ambiente empresarial. I. Durante o século XIX e início do século XX, o crescimento econômico era sinônimo das maiores e mais numerosas técnicas manufatureiras, ou seja, para aumentar o lucro era necessário usar mais insumos e mais energia nas operações. II. Este tipo de crescimento era mais destrutivo, já que invadia áreas e destruía grandes porções da natureza. III. Naquela época as empresas já tinham grande preocupação com o meio ambiente buscando usar tecnologias limpas. Após a análise e considerando as afirmações verdadeiras, assinale a alternativa correta. A) II e III, apenas B) II, apenas C) I, II e III D) I e II, apenas E) I, apenas Comentários: preocupação com o meio ambiente ganhou força a partir da segunda metade do século XX, não no início. 2. A responsabilidade social pressupõe o reconhecimento da comunidade e da sociedade como partes interessadas da organização, com necessidades que precisam ser atendidas. Significa, ainda, a responsabilidade pública, ou seja, o cumprimento e a superação das obrigações legais decorrentes da própria atividade e produto da organização. Por outro lado, é também o exercício da sua consciência moral e cívica, advinda da ampla compreensão do papel da organização no desenvolvimento da sociedade. Trata-se, portanto, do conceito de cidadania aplicado às organizações, no tocante à segurança e à saúde pública e à proteção ambiental. A organização cidadã prevê impactos adversos, que poderão decorrer de instalações, produção, distribuição, transporte, uso, descarte ou reciclagem final dos produtos, e realiza ações preventivas e de proteção necessárias. FALCONI, V. O verdadeiro poder – práticas de gestão que conduzem a resultados revolucionários. Nova Lima: INDG, 2009. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 131 Para se atingir o nível de organização mencionado no texto, o primeiro passo para definição das metas necessárias é: A) a inserção desses objetivos na política de qualidade da empresa e na sua missão. B) a introdução da prática sistemática dos ciclos de gerenciamentos: PDCA e SDCA. C) a identificação de um líder que possa conduzir a empresa a atingir rapidamente seus propósitos. D) o levantamento da situação atual da empresa em relação a tais compromissos. E) a utilização do brainstorming (tempestade cerebral), para levantamento das causas e efeitos dos problemas da organização. Comentários. A primeira atividade a ser realizada para buscar o entendimento de qualquer problema ou situação é o levantamento de dados e informações. 3. A responsabilidade social interna poderá trazer resultados na gestão organizacional com EXCEÇÃO: A) Melhoria do clima organizacional; B) Inovação no trabalho; C) Melhoria da qualidade de vida no trabalho; D) Rotatividade dos talentos; E) Consolidação de uma nova cultura empresarial Comentários: A rotatividade de talento é exatamente o que as ações de responsabilidade social interna buscam evitar. Responsabilidade Social e Ambiental 132 CEAD Responsabilidade Socioambiental nas organizações – ISO 26000 e Certificação Ambiental ISO 14001 Objetivos • Conhecer as normas ISO 26000 e 14001. • Entenderas características de cada norma e os organismos de Certificação. Unidade 10 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 133 Unidade 10 Como já falado nas Unidades anteriores, cada vez mais se observa que o comportamento das diferentes organizações está focado em demonstrar desempenhos ambientais, econômicos e sociais de forma consistente com práticas reconhecidas no mercado. Para atender esta demanda das empresas, foram criadas normas internacionais pela ISO “Internacional Organization for Standardization’’ para padronização das relações das partes interessadas. A ISO é uma federação de organismos de normalização não governamental constituída por 130 países. Foi estabelecida em 1947 e tem como missão promover o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas em todo o mundo, como elemento facilitador das trocas comerciais de bens e serviços, dentro dos princípios da Associação Portuguesa de Certificação (APCER), 2003. Figura: Logomarca da ABNT. Fonte: abnt.org.br As normas mais conhecidas e implementadas nas empresas são a ISO 9001 para Gestão da Qualidade, a ISO 14001 para Gestão do Meio Ambiente e ISO 26000– Diretrizes sobre Responsabilidade Social. Neste módulo, focaremos o nosso estudo nas normas 26000– Diretrizes sobre Responsabilidade Social e ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. ISO 26000 - Diretrizes sobre Responsabilidade Social De acordo com Bicalho, 2003, a Responsabilidade Social é uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e consegue incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários. Com intuito de atender essa demanda, foi publicada em 2010, a Norma Internacional ISO 26000 Responsabilidade Social e Ambiental 134 CEAD – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. É uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apropriada a fins de certificação. Em suma, a norma oferece diretrizes para todos os tipos de organização referente aos conceitos, termos, definições, histórico, tendências, características, princípios , práticas, os temas centrais, comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsabilidade social. Além de integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência, identificação e engajamento de partes interessadas. Em 2004, o Brasil já havia publicado uma norma sobre Responsabilidade Social, a ABNT NBR 16001, que foi atualizada em 2012, à luz da ISO 26000, (contemplando suas Definições, Princípios, Temas Centrais e Questões). A Norma Brasileira difere da Norma Internacional, porque, enquanto a ISO 26000 traz orientações e diretrizes, a ABNT NBR 16001 é uma norma de requisitos, os quais são obrigatórios para quem declarar segui-la. Estes requisitos possibilitam a verificação do cumprimento à Norma. Essa verificação pode, inclusive, ser feita por uma terceira parte independente, em um processo de auditoria externa. Isso é vantajoso principalmente para o consumidor ou para o investidor, que podem dar preferência e escolher comprar produtos ou serviços, ou investir em organizações que sigam os requisitos (regras) estabelecidos na Norma, tendo alguma confiança quanto ao seu cumprimento, pois alguém atesta e emite um certificado com a sua assinatura. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) desenvolveu um Programa de Avaliação da Conformidade específico para esta Norma, o Programa Brasileiro de Certificação em Responsabilidade Social (PBCRS). O Inmetro define procedimentos de certificação e realiza a acreditação de organismos de certificação que realizam auditorias nas organizações e emitem o certificado, que leva também a marca do Inmetro. Figura: Logomarca do Programa Brasileiro de Certificação em Responsabilidade Social. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 135 De acordo com pesquisa realizada pelo INMETRO em 2011: 56% das empresas entrevistadas concordam totalmente que a certificação na ABNT NBR 16001:2004 contribuiu para melhorar o relacionamento da organização com algumas das partes interessadas; 63% concordam totalmente que a certificação na referida norma contribuiu para melhorar ou fortalecer a imagem e reputação da organização. As normas Ambiental e Brasileira se fundamentam em sete Princípios-base da Responsabilidade Social (RS), os quais estão descritos abaixo: 1. Accountability ou Responsabilização: Aceitar e assumir a responsabilidade pelas consequências de ações e decisões, prestar contas às partes interessadas (Princípio 4, abaixo) por seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, bem como esclarecer as medidas tomadas para evitar a repetição de impactos negativos; 2. Transparência: Prover, às partes interessadas, informações claras, objetivas, compreensíveis e acessíveis sobre dados e fatos que possam afetá-las. Estas informações devem oferecer uma base para que as partes interessadas possam avaliar precisamente o impacto que as decisões e atividades da organização têm em seus respectivos interesses; 3. Comportamento ético: Agir de modo correto, com base nos valores da honestidade, equidade e integridade - perante pessoas, animais e meio ambiente - e que seja consistente com as normas internacionais de comportamento; 4. Respeito pelos interesses das partes interessadas: Respeitar, considerar e responder aos interesses das partes interessadas. Parte interessada (também usado o termo em inglês stakeholder) pode ser qualquer indivíduo ou grupo que tenha interesse em qualquer decisão ou atividade de uma organização; 5. Respeito pelo Estado de Direito: Obedecer a todas as leis e regulamentos aplicáveis no local onde se está operando; 6. Respeito pelas normas internacionais de Comportamento: Buscar adotar preceitos estabelecidos em acordos internacionais relativos à Responsabilidade Social, mesmo que não haja obrigação legal no local onde se está operando; 7. Respeito aos Direitos Humanos: Respeitar os direitos humanos e reconhecer sua importância e sua universalidade (isto é, são aplicáveis em todos os países, culturas e situações de forma unívoca), assegurando-se que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente; Responsabilidade Social e Ambiental 136 CEAD ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental Com objetivo principal de conter e diminuir a atual e crescente degradação ambiental, principalmente aquelas advindas dos meios corporativos, foi necessário a criação de um número cada vez maior de normas e requisitos legais. Nesse particular, tem se destacado a Norma ISO 14001, cujo objetivo é o de minimizar os impactos ambientais industriais produzidos pelas indústrias. A norma ISO 14001: 2004 e a norma internacionalmente conhecida que define os requisitos para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. Prioritário para a implantação desse sistema e o levantamento dos aspectos e impactos ambientais. De acordo com Simons, 2006, com a implantação de um sistema de gestão ambiental e a consequente certificação ISO 14001, as empresas que passaram a adquirir tal certificado têm suas atividades profissionais consideradas “ambientalmente corretas”, dispondo de um novo dispositivo na acirrada disputa exigida pelo mercado. Se aplica a qualquer organização que deseje: Estabelecer, implementar, manter e aprimorar um SGA; Assegurar-se de sua conformidadecom sua política ambiental definida; Demonstrar conformidade com esta norma ao: - Fazer uma autoavaliação ou autodeclaração, ou - Buscar a confirmação de sua conformidade por partes que tenham interesses na organização, tais como clientes, ou - Buscar confirmação de sua autodeclaração por meio de organização externa, ou - Buscar a certificação/ registro de seu SGA por organização externa. Os requisitos pedidos pela norma para implantação do SGA são os seguintes: 1- Política Ambiental 2- Planejamento 3- Implementação e operação 4- Verificação 5- Analise pela Administração 1- Política ambiental: é o eixo central do SGA, é a partir dela que se estabelecerão objetivos e metas para o SGA. A administração se compromete com a melhoria ambiental e estabelece a política ambiental da empresa. 2-Planejamento - a empresa conduz a revisão de suas operações, identifica os aspectos e impactos e os requisitos legais e ambientais, estabelece os objetivos, avalia alternativas, define as Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 137 metas e elabora o plano para alcançar as metas propostas. 3- Implementação e Operação – a empresa inicia o desenvolvimento do plano de ação estabelecendo responsabilidades, desenvolvendo treinamentos, comunicação, procedimentos operacionais e o plano de emergência, verificando se as metas ambientais propostas estão sendo alcançadas. 4- Verificação – a empresa avalia através do monitoramento das operações e de medições, se as metas estão sendo alcançadas. Se não estiverem sendo alcançadas, são realizadas as ações corretivas. 5- Análise pela administração – através da análise o SGA é modificado objetivando otimizar a sua efetividade. O estágio de análise do SGA cria um ciclo de melhoria contínua. Figura: Ciclo PDCA - Planejar, Implementar, Verificar, Analisar. Fonte: www.schneider-electric.com.br. Responsabilidade Social e Ambiental 138 CEAD A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para: • Determinar os aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente (isto é, aspectos ambientais significativos). A organização deve documentar essas informações e mantê-las atualizadas. • A organização deve assegurar que os aspectos ambientais significativos sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção de seu SGA. Refere-se a um elemento das atividades, produto e serviço de uma organização, que pode interagir com o meio ambiente (tem ou pode ter um impacto ambiental significativo). ASPECTO é a causa IMPACTO é o efeito Devem ser considerados durante o processo de identificação de aspectos: - Ruídos, odores, poeira, vibração; - Derramamento sobre o solo; - Condições normais, anormais como paradas e partidas de operação, paralisações, incidentes, acidentes e emergências; atividades passadas, presentes e futuras. Devem ser considerados durante o processo de identificação de aspectos: - Emissões atmosféricas; - Resíduos sólidos e perigosos; - Contaminação do solo; - Efluentes líquidos com lançamento em corpos d’água; - Uso e ocupação do solo; - Uso de matérias-primas e recursos naturais; Para implantação do SGA e necessário o estabelecimento de procedimentos de comunicação ambiental interna (com os setores e seus empregados) e externa (com a comunidade, fornecedores e clientes). Também são necessários procedimentos operacionais e controle de documentos. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 139 A norma também estabelece que a organização precisa estar preparada para responder adequadamente as emergências ambientais. Por conta disso, deve haver planos de emergência e profissionais treinados a executá-los. Para que a empresa obtenha a certificação de acordo com a norma, auditorias regulares devem ser realizadas e auditoria de certificação conduzida por uma terceira parte. Responsabilidade Social e Ambiental 140 CEAD SAIBA MAIS • Visite o site da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). www.abnt. org. br e compreenda melhor o papel de Instituições normalizadoras. A ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil; • O Instituto ETHOS de Empresas e Responsabilidade Social é uma Oscip cuja missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável. Acesse: www3.ethos.org.br e fique por dentro dessas iniciativas; e • Foi publicada em setembro de 2015, a nova norma ISO 14001:2015, que passou por uma revisão desde sua última versão, de 2004. As empresas certificadas têm um prazo de até 3 anos para realizar a transição para a versão 2015 da ISO 14001. Após esse período, os certificados da versão 2004 perderão a validade. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 141 RESUMINDO • A Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apropriada a fins de certificação que oferece diretrizes para todos os tipos de organização referente aos conceitos, termos, definições, histórico, tendências, características, princípios, práticas, os temas centrais, comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsabilidade social; e • A norma ISO 14001: 2004 e a norma internacionalmente conhecida que define os requisitos para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. Prioritário para a implantação desse sistema e o levantamento dos aspectos e impactos ambientais. Responsabilidade Social e Ambiental 142 CEAD 1. (CEC, 2014) Analise as afirmativas feitas com relação ao Sistema de Gestão NBR-ISO 14.001: I. É uma norma internacionalmente aceita, que define os requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental. II. A norma reconhece que organizações não devem aliar lucratividade e gestão de impactos ambientais, partindo-se do princípio que uma área sobrepõe-se a outra. III. A norma oferece um sistema de gestão de uso e disposição de recursos; é reconhecida como um meio de controlar custos, reduzir os riscos e melhorar o desempenho. IV. A norma estabelece uma relação entre prazos e ações, buscando o aumento da competitividade e a utilização controvertida dos recursos, gerando aumento da produtividade sem a conservação dos métodos. Assinale a alternativa correta: A) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. B) Somente as afirmativas I e III estão corretas. C) Somente as afirmativas II e III estão corretas. D) Somente as afirmativas II e IV estão corretas. E) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. 2. (CESGRANRIO, 2011) A organização que busca minimizar os efeitos nocivos de atuação das empresas sobre o meio ambiente e desenvolver padrões de sustentabilidade ambiental está de acordo com os padrões da A) ISO 9000 B) ISO 14000 C) ISO 26000 D) ISO 31000 E) ISO 50001 EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 143 3. Após cinco anos de trabalho, envolvendo especialistas de 99 países, a Norma Internacional de Responsabilidade Social – ISO 26000 – foi publicada em novembro de 2010. Segundo a ABNT, essa norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independentemente de seu porte ou localização, sobre: A) Papel da responsabilidade social na cultura organizacional B) Padrões para obter o selo de certificação C) Aumento dos lucros de uma empresa D) Conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social E) Gestão econômica da responsabilidade social EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 144 CEAD Terceiro Setor Objetivos • Apresentar e discutir com o aluno o papel do terceiro setor na sociedade atual e sua relação com a responsabilidade social e ambiental das empresas.• Permitir ao aluno conhecer as especificidades para as organizações do Terceiro Setor, e possibilitar o conhecimento de leis, práticas e formas de ação destas. Unidade 11 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 145 Unidade 11 ORIGEM DO TERCEIRO SETOR O Terceiro Setor como conhecemos hoje apresenta uma forma que foi definida há algumas décadas atrás. Contudo, a configuração do terceiro setor nos leva até o século XVI. Nesse período de tempo ele passou por diversas transformações e adequações a realidade social assim como a legislação do país. Da origem alicerçada nos princípios da filantropia e da caridade religiosa no século XVI à contemporaneidade do marco legal e da gestão orientada ao desempenho [...] (SILVA, 2010) Inicialmente, podemos dizer que a origem do terceiro setor está vinculada ao movimento político e principalmente a questão religiosa. Isso ocorreu em diversas partes do mundo devido ao avanço e difusão da religião. Depois da revolução industrial os movimentos de associações patronais e os sindicatos dos trabalhadores ganharam mais força e desenvoltura, assim surgindo partidos políticos que buscavam defender seus interesses frente às políticas públicas do Estado. A Segunda Guerra Mundial, acarretou amplas modificações políticas e sociais, essas transformações provocaram o surgimento de novos agentes. A Figura 1 abaixo apresenta a estrutura que envolvia o terceiro setor no século XIX. Responsabilidade Social e Ambiental 146 CEAD Figura: Estrutura do terceiro setor no século XIX. Fonte: SILVA, 2010 Assim, percebesse que o terceiro setor nesse século apresentava uma estrutura simples de articulação e gestão que envolviam poucos agentes no desenvolvimento das ações. Já no século XX, a estrutura e agentes que participavam no desenvolvimento de ações, de alguma forma vinculada ao terceiro setor, apresentou uma ampliação. A configuração passou a ser mais robusta em termos administrativos envolvendo a prestação de contas e uma serie de legislação pertinente ao funcionamento da organização do terceiro setor. O cenário político-social de meados do século supracitado impulsionava o surgimento de organização do terceiro setor e nessa época as denominadas Organizações Não Governamentais (ONGs). Essas organizações, surgidas no âmago da resistência política, tiveram um papel fundamental nos rumos da sociedade brasileira e na consolidação do terceiro setor. Além de serem responsáveis pela disseminação da noção de cidadania e pela pressão para seu exercício pleno, favoreceram também a entrada de recursos de organizações internacionais, tais como Ford Foundation, Rockefeller ou MacArthur, assim como de agências de fomento e cooperação internacional, tais como o Banco Mundial ou o Unicef (Ashoka, 2001; BNDES, 2001, apud SILVA, 2010). Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 147 A Figura abaixo apresenta a estrutura que envolvia o terceiro setor no século XX. Figura: Fonte: SILVA, 2010 Albuquerque (2006) menciona que na América Latina durante a década de 70 as instituições atuantes no terceiro setor estavam focadas no processo de democratização dos países. Depois da implementação dos regimes democráticos vieram as crises econômicas e a inflação extrema. Na busca de sanar estes problemas, os governantes introduziram políticas neoliberais que promoveram o aumento da pobreza, aumentando os setores da economia informal e alargando o descrédito do Banco Mundial e das organizações internacionais quanto aos destinos dos recursos para o desenvolvimento de programas sociais. No que tange à dimensão sociológica – e, portanto, histórica – o termo tem procedência estadunidense (Third Sector). Foi cunhado em 1978 por John D. Rockfeller III, ao descrever a vitalidade cívica de seu país, tratando, no caso, de um setor “invisível”: O Terceiro Setor, que é privado, mas sem fins lucrativos (MONTANA & CHARNOV, 1999, p.53). Responsabilidade Social e Ambiental 148 CEAD A Fundação Roberto Marinho foi à precursora na utilização do termo Terceiro Setor no Brasil. Por meio de ampla divulgação nas mídias imprensas, radiofônicas, televisivas e virtuais na década de 90. A partir dos anos 90 houve um aumento significativo nos programas de responsabilidade social e ambiental desenvolvidas pelas empresas, por meio de ações e projetos sociais que suas fundações e institutos associados promoviam principalmente no ambiente externo da organização. No cenário nacional a busca por soluções de melhorias dos problemas socioeconômicos brasileiros tem cada vez mais a participação de diferentes agentes. A integração entre eles Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 149 possibilita um ganho de escala no desenvolvimento das ações sociais. De certa maneira, a atuação das organizações da sociedade civil do terceiro setor são moldadas pela atual configuração social brasileira e da legislação referente a este segmento. Isso ganhou força no Brasil a partir da década de 90 principalmente atendendo as exigências de desenvolvimento institucional das organizações, inclusive das fundações empresariais. Assim sendo, o terceiro setor busca promover o desenvolvimento social e contribuir para aumentar o capital social. “O modo de atuação empresarial e também o novo marco legal para o setor que introduz uma qualificação jurídica específica e novas formas de regulação para a interação com o Estado – reforçaram a tendência de modernização e de aumento da profissionalização para as instituições integrantes do setor, que passaram a investir na aquisição de atributos que confiram melhorias de qualidade, transparência de ação e resultados (inclusive auditorias externas), aumento da visibilidade e da credibilidade e identificação de novas estratégias de sustentabilidade e financiamentos. (SILVA, 2010)” A Figura abaixo apresenta a estrutura que envolve o terceiro setor nesse início do século XXI. Figura Fonte: SILVA, 2010 Em síntese, podemos perceber que nesse início de século XXI as organizações do terceiro setor buscou aperfeiçoar e qualificar processo de gestão e principalmente por meio de cursos e Responsabilidade Social e Ambiental 150 CEAD instrumentos voltados para o planejamento, a gestão e o marketing de instituições. Assim também como a melhoria das estratégias de captação de recursos. Sendo assim, as instituições do terceiro setor passaram por um momento de avaliação e debate relativos ao seu papel social, seus principais desafios, limites e potencialidades. Classificação do terceiro setor Não é uma tarefa fácil fazer a classificação do terceiro setor. Denominá-lo apenas de não- governamental é ser simplista demais quanto de sua finalidade. Assim como, organizações sem fins lucrativos que não defini muito bem o desígnio de uma organização do terceiro setor. A denominação não-governamental remete inicialmente a uma organização que não pertence ao governo, isto é, que não apresenta características do primeiro setor como os órgão e agencia do Estado. Contudo, as instituições do terceiro setor apresentam outras características que as diferenciam do Estado. Quando refere-se a organização sem fins lucrativos de imediato percebemos que essa demonização visa diferenciar as organizações do terceiro setor das empresas privadas, isto é, o segundo setor. Sendo assim, pode-se dizer que as organizações do Terceiro Setor, por conseguinte, diferenciam-se das do Primeiro Setor por não serem governamentais e das do Segundo Setor por não possuírem fins lucrativos. Em síntese pode-se mencionar que essas organizações podem ser classificadas como não-governamentais e sem fins lucrativos (ONGSFL). Cabe ressaltar aqui, que é um erro corriqueiro dizer que o Terceiro Setor é a mesma coisa de setor terciário (serviços). Essa denominação é utilizada pelo prisma da economiapara diferenciação do Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 151 setor primário (matéria prima) e do secundário (as indústrias), isto é uma outra forma de classificação. Figura: Os setores Fonte: Adaptado de Milani Filho, 2009. Na Figura acima temos os seguintes setores que envolvem a sociedade. 1º Setor: Organizações Governamentais Sem Fins Lucrativos (OGSFL) 2º Setor: Organizações Não-Governamentais Com Fins Lucrativos (ONGCFL) 3º Setor: Organizações Não-Governamentais Sem Fins Lucrativos (ONGSFL) Como mencionado acima, esses setores apresentam outras características que os diferenciam uns dos outros. No Quadro abaixo é possível visualizar algumas outras características. Responsabilidade Social e Ambiental 152 CEAD Quadro: Caracterização dos Setores É importante ressaltar que as organizações não governamentais (ONGs), aqui denominadas de Organizações Não-Governamentais Sem Fins Lucrativos (ONGSFL) são sujeitas à fiscalização dos órgãos de controle quando recebem recursos de origem estatal, isto é, o dinheiro advindo do primeiro setor é controlado, por exemplo, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Como percebesse, a classificação do terceiro setor pode ser observada por diversos aspetos. Outro ponto que veremos são os novos critérios de classificação implementados pela Lei 9.790, de março de 1999. Assim também como pontos relevantes são em relação à certificação fornecida pelo Governo e a classificação por finalidade. A classificação do terceiro setor apresenta um certo grau de dificuldade devido ao uso de termos ambíguos e de outros aspectos. Pela mesma razão explica-se também que se usem, também como equivalentes outros termos, também ambíguos e difíceis, ainda, de definir, como, dentre outros, “responsabilidade social das empresas” e “filantropia empresarial”. (ALVES, 2012) A Lei 9.790 estabelece os novos critérios para classificar as instituições sem fins lucrativos de caráter público. Nela está descrito que esses organizações para ser considerada como tal deve ter como finalidade: Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 153 Quadro: Das finalidades das instituições do terceiro setor A certificação fornecida pelo governo define e classifica as instituições para que possam obter benefícios como incentivos fiscais, credibilidade, imunidades tributárias, recursos públicos e outro benefícios. As associações e fundações até podem ser classificadas com outras titulações desde que esteja estabelecido como nome fantasia especificado dentro do estatuto. Assim pode-se encontrar algumas entidades, organização de base comunitária, ONG, centro de pesquisa, organização sem fins lucrativos, instituto. Abaixo veremos as qualificações ou titulações que são estabelecidas pelo Poder Público, tais como: utilidade pública, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), organização social e outras. Vele lembrar que as titulações abaixo são regidas por legislação exclusiva que a entidade deve corresponder. Responsabilidade Social e Ambiental 154 CEAD Quadro: Qualificação das organizações do Terceiro Setor E interessante mencionar que as Organizações Sociais (OS) são instituídas com a intenção de adquirir a responsabilidade pela execução de serviços públicos, com vistas à extinção de órgãos ou entidades da Administração, como pode ser visto no art. 22 da lei nº 9.637, num processo de “enxugamento” da máquina estatal. Além disso, assim como as OSCIPs elas não podem ter fins lucrativos. Uma empresa privada pode ser qualificada como OS? Para que entes privadas se certifiquem como Organização Social tem que ter previsão no seu ato constitutivo, dentre outras condições, de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória competência profissional e idoneidade moral. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 155 Atuação do terceiro setor Existem diversas organizações atuantes no terceiro setor, o Quadro abaixo apresenta algumas dessas instituições. Veja aqui algumas associações e instituições presentes no terceiro setor: AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente ABONG - Associação Brasileira das Organizações Não Governamentais Ação Educativa AMA - Associação de Amigos do Autista ANDI - Agência de Notícias dos Direitos da Infância APAE-SP - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo CEBRAP - Centro Brasileiro de Análise e Planejamento CENPEC - Centro de Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente Fundação Dorina Nowill para Cegos Fundação Educar DPaschoal Fundação SOS Mata Atlântica Instituto Akatu pelo Consumo Consciente Instituto Ayrton Senna IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas Instituto Ecoar para a Cidadania Instituto Ethos Instituto Paulo Freire Instituto Socioambiental Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual NETS - Núcleo de Estudos do Terceiro Setor Programa Alfabetização Solidária Projeto Aprendiz do Futuro RITS - Rede de Informações para o Terceiro Setor Rede SACI - Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação Quadro: Algumas organizações do Terceiro setor Responsabilidade Social e Ambiental 156 CEAD No estudo do IBGE de 2010 sobre as fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil podemos verificar a classificação de todos os grupos e subgrupos do terceiro setor assim como a participação absoluta e relativa delas em número de unidade locais. Na Tabela abaixo fica fácil entender por que o terceiro setor tem suas origens na religião. Mesmo do século XXI as organizações religiosas compreende quase 30% das instituições do terceiro setor em número de unidade locais espalhadas pelo país. Isso evidencia o fator histórico, pioneiro da religião em atender as demandas e anseios sociais. É relevante salientar que este grupo tem o dobro de unidades que o segundo colocado, 82.853 contra 44.939. O segundo grupo em número de unidades locais são os Partidos políticos, sindicatos e associações patronais com mais de 15% do total de organizações do terceiro setor. Novamente temos o fator histórico de movimento e participação deste grupo nas questões sociais e políticos como indicativo da expressividade desse grupo. O terceiro grupo de maior expressividade é o de desenvolvimento e defesa de direitos. Compreendido por associações de moradores, centro e associações comunitárias, desenvolvimento rural, emprego e treinamento, defesa de direitos de grupos e minorias e outras formas de desenvolvimento de defesa de direitos 14,6% das unidades locais. Tabela: Número de unidades locais das fundações privadas e associaçõessem fins lucrativos, segundo a classificação das entidades - Sem fins lucrativos - Brasil - 2010 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 157 As instituições do terceiro setor apresenta uma expressividade dentro no cenário nacional. Como vimos na Tabela existe cerca de 300 mil unidades locais que atuam no terceiro setor. O Brasil ainda está muito longe de apresentar o quantitativo de pessoal ocupado como o de outros países, contudo está bem à frente do México por exemplo. Veja o Gráfico abaixo. Gráfico: Participação do setor sem fins lucrativos no total de pessoal ocupado, por países Fonte: Pesquisa Comparativa Jhons Hopkins – ISER, 2009 Responsabilidade Social e Ambiental 158 CEAD Já aqui no Brasil, depois de 2008 o número de pessoas assalariadas vinculadas a algumas fundações privadas e/ou associação sem fins lucrativos só vem apresentando queda, saindo de 53.840 em 2008 para 17.993 em 2010, praticamente três vezes menos. Ver Tabela 2 abaixo. Tabela: Fundações privadas e associações sem fins lucrativos e pessoal ocupado assalariado,segundo as faixas de ano de fundação – Brasil, 2010. Em síntese, pode-se dizer que atualmente, as organizações que compõem o Terceiro Setor possuem características bastante comuns, manifestando-se, na retórica, como em seus programas e projetos de atuação, fazendo contraponto às ações dos governos e dos mercados e dando maior ênfase à ação voluntária e sem fins lucrativos. O que percebesse é que o terceiro setor visa promover ações que “tampe o buraco” deixado pelo Estado e minimizar os impactos socioeconômicos provocados pelas empresas. Contudo, durante o passar do tempo, diversas organizações do terceiro setor estiveram envolvidas em escândalos de fraudes e corrupção perdendo a credibilidade com parte da sociedade. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 159 RESUMINDO • Origem do Terceiro Setor: O Terceiro Setor surgiu atrelado aos movimentos políticos vinculados às questões religiosas. Depois com revolução industrial, os movimentos de associações patronais e os sindicatos dos trabalhadores. A Segunda Guerra Mundial, acarretou modificações políticas e sociais, essas transformações provocaram o surgimento de novos agentes, ou seja, Terceiro Setor; e • Classificação do terceiro setor: Não é uma tarefa fácil fazer a classificação do terceiro setor. Denominá-lo apenas de não-governamental. Assim como, organizações sem fins lucrativos. A denominação não-governamental remete inicialmente a uma organização que não pertence ao governo. Sendo assim, pode-se dizer que as organizações do Terceiro Setor, por conseguinte, diferenciam-se das do Primeiro Setor por não serem governamentais e das do Segundo Setor por não possuírem fins lucrativos. Responsabilidade Social e Ambiental 160 CEAD 1. A discussão nacional sobre a resolução das complexas questões sociais brasileiras e sobre o desenvolvimento em bases sustentáveis tem destacado a noção de corresponsabilidade e a de complementaridade entre as ações dos diversos setores e atores que atuam no campo social. A interação entre esses agentes propicia a troca de conhecimento das distintas experiências, proporciona mais racionalidade, qualidade e eficácia às ações desenvolvidas e evita superposições de recursos e competências. De uma forma geral, esses desafios moldam hoje o quadro de atuação das organizações da sociedade civil do terceiro setor. No Brasil, o movimento relativo a mais exigências de desenvolvimento institucional dessas organizações, inclusive das fundações empresariais, é recente e foi intensificado a partir da década de 90. Fonte: BNDES. Terceiro Setor e Desenvolvimento Social. Relato Setorial nº 3 AS/GESET. Disponível em: Acesso em: 02 ago. 2013 (adaptado) De acordo com o texto, o terceiro setor A) É responsável pelas ações governamentais na área social e ambiental. B) Promove o desenvolvimento social e contribui para aumentar o capital social. C) Gerencia o desenvolvimento da esfera estatal, com especial ênfase na responsabilidade social. D) Controla as demandas governamentais por serviços, de modo a garantir a participação do setor privado. E) É responsável pelo desenvolvimento social das empresas e pela dinamização do mercado de trabalho. Comentários: As organizações do terceiro setor são denominadas de não governamentais e sem fins lucrativos, sendo assim elas não pode ser responsável pela dinamização do mercado de trabalho, controla as demandas governamentais por serviços, gerencia o desenvolvimento da esfera estatal, pelas ações governamentais na área social e ambiental. 2. Um determinado grupo de pessoas decide criar uma ONG objetivando combater a degradação do meio ambiente. A pessoa jurídica assim constituída deverá adotar o formato de: A) uma cooperativa B) uma associação C) uma sociedade D) uma empresa EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 161 Comentários: dentre as opções a única que não apresenta fins lucrativos e a opção associação. 3. Sobre as entidades do Terceiro Setor é correto afirmar: A) para que entidades privadas se habilitem como Organização Social têm que ter previsão no seu ato constitutivo, dentre outros requisitos, de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral. B) as organizações sociais são definidas como pessoa jurídica de direito público. C) as organizações da sociedade civil de interesse público só podem distribuir dividendos após cinco anos da sua criação. D) as entidades qualificadas como organizações sociais não estão obrigadas a realizar licitação para obras, compras, serviços e alienações, relativamente aos recursos por ela administrados, oriundos de repasses da União. E) classificam-se como terceiro setor, dentre outras, as autarquias, as organizações sociais e as empresas públicas. 4. (Cespe/Analista Ambiental/MMA/2008) As OSCIP – que podem atuar na preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável – são criadas para assumir a responsabilidade pela execução de serviços públicos, com vistas à extinção de órgãos ou entidades da administração. O vínculo das OSCIP com a administração pública se estabelece por meio de termo de parceria e elas não estão impedidas de obter lucros. Comentários: São as OS que são criadas com a finalidade de assumir a responsabilidade pela execução de serviços públicos, com vistas à extinção de órgãos ou entidades da Administração, num processo de “enxugamento” da máquina estatal. Além disso, as OSCIPs – assim como as OS – não podem ter fins lucrativos. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 162 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental - Boas Práticas Sociais Objetivos • Promover o amadurecimento científico dos estudantes acerca dos conteúdos relacionados com as boas práticas de responsabilidade social. • Mostrar e exemplificar algumas práticas de responsabilidade social promovida pelas empresas. Unidade 12 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 163 Unidade 12 Boas Práticas Sociais Como vimos nas Unidades anteriores, a presença do segundo setor (as empresas privadas) na promoção e garantia do desenvolvimento social e ambiental está cada vez maior. Por meio de programas e projetos elas buscam tocar seus negócios prezando pela preservação dos direitos humanos e qualidade de vida de seus funcionários, da comunidade onde está inserida e da sociedade como um todo. O parágrafo abaixo exemplifica muito bem isso. “As exigências da sociedade aumentaram. Porém, os governos não conseguem acompanhar o ritmo de crescimento dessas exigências” Elias de Souza. O estudo realizado pelo Market Analysis (instituto de pesquisa de mercado) denominado “Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2010” coloca num ranking as empresas citadas pelos consumidores como as melhores no desenvolvimento de ações de responsabilidade social e ambiental. Ver Figura abaixo. Fonte: Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2010 Figura: Ranking das empresas em responsabilidade social e ambiental Responsabilidade Social e Ambiental 164 CEAD “Sabe-se também que a geração de empregos e o pagamento de salários são contribuições econômicas e sociais muito importantes de uma organização. Mas as práticas trabalhistas devem ser socialmente responsáveis, o que é essencial para a consolidação da justiça, da estabilidade e da paz social. Outro aspecto desta dimensão é o relacionamento da empresa com seus consumidores, notadamente em relação aos impactos causados pelo consumo de seus produtos e serviços.” Instituto Ethos Quando alguma empresa desenvolve um programa ou projeto que apresenta resultados extremamente positivos em relação ao objetivo proposto, podemos dizer que as ações desenvolvidas no decorrerdo projeto por uma determinada organização apresenta uma grande probabilidade de sucesso se forem reproduzidas em outros lugares. Assim são constituídas as “Boas Práticas”, isto é, são ações desenvolvidas no projeto que obtiveram grande impacto positivo. Então, podemos dizer que as técnicas utilizadas podem ser identificadas como as melhores para realizar determinado projeto. É importante ressaltar, inicialmente, que o termo “Boas práticas” é uma expressão derivada do inglês best practice. Figura: Boas práticas O Instituto Ethos, por exemplo, apresenta um banco de boas práticas em diversas áreas, como podemos ver na Figura abaixo. Estes temas são estabelecidos considerando dimensões dos Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis. Nesta Unidade iremos abordar algumas das melhores práticas em relação à dimensão social. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 165 Figura: Dimensões de boas práticas do Instituto Ethos Para evidenciar e exemplificar a crescente participação do segundo setor nas ações de melhoria da qualidade social e ambiental as sociedade, apresentamos no Quadro, alguns dos projetos desenvolvidos no âmbito da dimensão social no Brasil. Abaixo podemos ver uma lista com 26 projetos desenvolvidos, as empresas responsáveis e o objetivo pretendido por elas com a execução da ação. Responsabilidade Social e Ambiental 166 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 167 Quadro: Lista de projetos sociais Parcerias e Projetos É importante salientar que grande parte dos projetos sociais desenvolvidos e/ou financiados pelo segundo setor, são executados em parcerias com outras organizações, sejam elas do primeiro Responsabilidade Social e Ambiental 168 CEAD ou terceiro setor. A parceria é fundamental para o sucesso do projeto. Como o velho e bom ditado popular “ninguém faz nada sozinho” ou como disse o filósofo Aristóteles “uma andorinha só não faz verão”. No Brasil, as parecerias tem algumas singularidades na escolha do agente parceiro. Uma pesquisa (Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras) revelou que os clientes são os maiores parceiros das empresas no desenvolvimento de ações que busquem solucionar os problemas sociais e ambientais, enquanto parcerias com instituições de caridade, por exemplo, não são tão presentes como em outros países. No Gráfico abaixo podemos visualizar o quanto as organização estão presentes em parcerias de projetos sociais e ambientais. Gráfico: Quem são os parceiros de projetos sociais e ambientais. Fonte: Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras Percebe-se que os agentes do primeiro setor (governo) e do terceiro setor (ONGs) são relevantes nas parcerias de projetos que busquem a solução de problemas sociais e ambientais. Projetos sociais Mas, como se desenvolve um projeto social? Quais os eixos temáticos que as empresas seguem? Qual a Motivação para o desenvolvimento do projeto? Como ocorre na prática? Existe alguma parceria? Qual o investimento? Utiliza alguma ferramenta de gestão e quais são os resultados obtidos? Para estas perguntas você encontrará as respostas abaixo em algumas das melhores práticas de responsabilidade social executada no Brasil. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 169 Responsabilidade Social e Ambiental 170 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 171 Responsabilidade Social e Ambiental 172 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 173 Em síntese, diante dos projetos apresentado acima, podemos mencionar que a elaboração de projeto social é uma ação estruturada dentro de parâmetros predefinidos em relação a objetivos, tempo e recursos que visam no geral promover a melhoria de qualidade de vida das pessoas. Responsabilidade Social e Ambiental 174 CEAD RESUMINDO • Nesta Unidade você conheceu o conceito de boas práticas, a importância do segundo setor no desenvolvimento de ações de melhoria da qualidade de vida da sociedade.; • Verificou as principais empresas que atuam com responsabilidade social e ambiental no Brasil; e • Conheceu diferentes projetos com dimensão social promovido por diversas empresas e como alguns destes projetos funcionam. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 175 1. A preservação da natureza entrou na corrente principal do pensamento ocidental e ajudou a transformar os processos de produção industrial. Assim, se os governos não se entendem, escorregam na burocracia e em interesses egoístas, as empresas e a sociedade já fazem mais e melhor que os governos no combate ao aquecimento global. Veja, 30/12/2009 p. 215 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem, com relação ao capitalismo global do século XXI e às preocupações com o meio ambiente. Os índices de sustentabilidade ambiental, como o da Bolsa de Valores de São Paulo, vêm sendo engendrados, em parte, por empresas que têm reconhecido comprometimento com práticas sociais, além de serem promotoras de boas práticas no meio empresarial. Certo ou errado, justifique. 2. Quando se tem uma empresa com Boas Práticas Sociais o ideal é que este modelo seja: A) seja mantido em sigilo. B) seja guardado pelo proprietário da empresa. C) seja manuseado apenas pelo funcionários. D) seja compartilhado com outras empresas que buscam promover a responsabilidade social. Comentários: quando uma empresa ela implanta melhorias a ética dela é compartilhar o avanço que ela fez, os benefícios que a mesma proporcionou, para que as outras empresas se inspirem para fazer o mesmo, assim melhorando todo os mercado. 3. Quanto à elaboração de projetos sociais, assinale a alternativa correta. A) Projeto social representa uma ação ou um conjunto de ações de longa duração. B) A fase de identificação de um projeto social consiste na elaboração e descrição do plano operacional e do cronograma. C) Projeto social é uma ação estruturada dentro de parâmetros predefinidos em relação a objetivos, tempo e recursos. D) Todo projeto social divide-se em dois momentos: planejamento e implementação. E) Projeto social é um processo de tomada de decisões com a adoção de postulados gerais em um determinado marco teórico, histórico e espacial. Comentários: os projetos sociais não são simples de serem elaborados, precisam de todo um estudo, de estrutura para que possa dar certo, principalmente dentro do assunto ao qual será aplicado, se terá um impacto na sociedade, se haverá melhorias ou não, entre outros. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 176 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental - Boas Práticas Ambientais Objetivos • Promover o amadurecimento científico dos estudantes sobre os conteúdos relacionados com as boas práticas de responsabilidade ambiental. • Mostrar e exemplificar algumas práticas de responsabilidade ambiental promovida pelas empresas. Unidade 13 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 177 Unidade 13 Boas Práticas Ambientais Os problemas ambientais vem se intensificando desde o século passado. Cada vez mais a sociedade sofre com impactos ambientais provocado pela extração exagerada dos recursos naturais. A culpa é de quem? Vimos nas Unidades anteriores a evolução das indústrias e sua relação com o meio ambiente, o consumismo da sociedade atual, a ausência de fiscalização pelos órgãos governamentais e outras questão que nos ajudam a dizer que a culpa e de todos. Sendo assim, nada mais justo que a busca por soluções dos problemas ambientais e sociais sejam trabalhadas por governo, empresa e sociedade. A sociedade enfrenta atualmente muitos desafios ambientais, entre os quais se incluem a exaustão dos recursos naturais, a emissão de poluentes, as mudanças climáticas, a destruição de habitats, a extinçãode espécies e o colapso dos ecossistemas como um todo. Além desses, outro importante problema que a sociedade enfrenta é o processo de degradação decorrente da ocupação humana rural e urbana, ou seja, da antropização. À medida que a população mundial cresce e o consumo aumenta, essas mudanças estão se tornando verdadeiras e crescentes ameaças à segurança humana, à saúde e ao bem-estar da sociedade. Enfrentar esses problemas que, como se sabe, se inter-relacionam nos níveis local, regional e global, exige uma abordagem abrangente, sistemática e coletiva. E o papel das empresas é fundamental nesse sentido. Instituto Ethos Como vimos nas Unidades anteriores, a presença do segundo setor (as empresas privadas) na promoção e garantia do desenvolvimento social e ambiental está cada vez maior. Por meio de programas e projetos elas buscam tocar seus negócios prezando pela preservação dos direitos humanos e qualidade de vida de seus funcionários, da comunidade onde está inseria e da sociedade como um todo. O parágrafo abaixo exemplifica muito bem isso. “As exigências da sociedade aumentaram. Porém, os governos não conseguem acompanhar o ritmo de crescimento dessas exigências” Elias de Souza. O estudo realizado pelo Market Analysis (instituto de pesquisa de mercado) denominado “Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2010” coloca num ranking as empresas citadas pelos consumidores como as melhores no desenvolvimento de ações de responsabilidade social e ambiental. Ver Figura abaixo. Responsabilidade Social e Ambiental 178 CEAD Fonte: Monitor de Responsabilidade Social Corporativa 2010 Figura: Ranking das empresas em responsabilidade social e ambiental São diversas ações de responsabilidade ambiental que as empresas estão desenvolvendo atualmente. Desde uma política ambiental integrada usando instrumentos de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ou Sistema de Gestão Integrada (SGI), passando por mudanças climáticas, reuso de água, emissões atmosférica e uso de energia renovável ou energia verde. Na Figura 1 abaixo podemos verificar algumas das ações ambientais que vem crescendo nos últimos anos no ambiente empresarial, evidenciando-se um aumento do peso da questão ambiental na estratégia de negócio das companhias. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 179 Figura: Algumas práticas ambientais No geral, pode-se dizer que a figura acima apresentam a evolução das empresas sobre o uso de práticas ambientais entre os anos de 2007 a 2012. Cabe ressaltar que uso de energias renováveis foi o que apresentou o maior percentual de prática ambiental desenvolvida pelas empresas. Estas ações não são triviais para serem implementadas. É necessário fazer um investimento de recursos, pessoas e tecnologias para que o desenvolvimento do projeto seja eficiente e eficaz. No gráfico abaixo, é possível visualizar a evolução do volume de recursos investidos. Responsabilidade Social e Ambiental 180 CEAD Quando alguma empresa desenvolve um programa ou projeto que apresenta resultados extremamente positivos em relação ao objetivo proposto, podemos dizer que as ações desenvolvidas no decorrer do projeto por uma determinada organização apresenta uma grande probabilidade de sucesso se forem reproduzidas em outros lugares. Assim são constituídas as “Boas Práticas”, isto é, são ações desenvolvidas no projeto que obtiveram grande impacto positivo. Então podemos dizer que as técnicas utilizadas podem ser identificadas como as melhores para realizar determinado projeto. É importante ressaltar inicialmente que o termo “Boas práticas” é uma expressão derivada do inglês best practice. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 181 Figura: Boas práticas O Instituto Ethos, por exemplo, apresenta um banco de boas práticas em diversas áreas, como podemos ver na Figura abaixo. Estes temas são estabelecidos considerando dimensões dos Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis. Nesta Unidade iremos abordar algumas das melhores práticas em relação à dimensão social. Figura: Dimensões de boas práticas do Instituto Ethos Para evidenciar e exemplificar a crescente participação do segundo setor nas ações de melhoria da qualidade social e ambiental as sociedade, apresentamos no Quadro 1, alguns dos projetos desenvolvidos no âmbito da dimensão social no Brasil. Abaixo podemos ver uma lista com 26 projetos desenvolvidos, as empresas responsáveis e o objetivo pretendido por elas com a execução da ação. Responsabilidade Social e Ambiental 182 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 183 Parcerias e Projetos Ambientais É importante salientar que grande parte dos projetos sociais desenvolvidos e/ou financiados pelo segundo setor, são executados em parcerias com outras organizações, sejam elas do primeiro ou terceiro setor. A parceria é fundamental para o sucesso do projeto. Como o velho e bom ditado popular “ninguém faz nada sozinho” ou como disse o filósofo Aristóteles “uma andorinha só não faz verão”. No Brasil, as perecerias tem algumas singularidades na escolha do agente parceiro. Uma pesquisa (Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras) revelou que os clientes são os maiores parceiros das empresas no desenvolvimento de ações que busquem solucionar os problemas sociais e ambientais, enquanto parcerias com instituições de caridade, por exemplo, não são tão presentes como em outros países. No Gráfico abaixo podemos visualizar o quanto as organização estão presentes em parcerias de projetos sociais e ambientais. Gráfico: Quem são os parceiros de projetos sociais e ambientais. Fonte: Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasileiras Percebe-se que os agentes do primeiro setor (governo) e do terceiro setor (ONGs) são relevantes nas parcerias de projetos que busquem a solução de problemas sociais e ambientais. Mas, como se desenvolve um projeto social? Quais os eixos temáticos que as empresas seguem? Qual a Motivação para o desenvolvimento do projeto? Como ocorre na prática? Existe alguma parceria? Qual o investimento? Utiliza alguma ferramenta de gestão e quais são os resultados obtidos? Para estas perguntas você encontrará as respostas abaixo em algumas das melhores práticas Responsabilidade Social e Ambiental 184 CEAD de responsabilidade social executada no Brasil. Para que um projeto seja considerado Melhor Prática em Gestão Local, é preciso que ele resulte em melhorias concretas na qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável de assentamentos; isso independentemente de localização regional, dimensão do projeto ou tipo de organização responsável. O ponto principal é sempre melhorar a vida das pessoas e mostrar o que deu certo para que seja replicado país a fora. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 185 C&A Programa de Coleta e Reciclagem de Lixo Eletrônico Eixo temático Meio Ambiente Principal objetivo da prática Oferecer aos nossos clientes a possibilidade de descartar celulares, pilhas e baterias usados, para que sejam destinados de forma ambientalmente correta, evitando o descarte em aterros ou lixões. Motivação • Contribuir para a conservação do meio ambiente e evitar danos à saúde das pessoas; • Cumprir a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Descrição da prática • Celulares, pilhas e baterias podem ser depositados pelos clientes em urnas de coleta disponíveis em todas as lojas da rede; • Os componentes são encaminhados tanto para reciclagem como para reutilização daqueles em bom estado; • A empresa promove palestras e exibição de filmes sobre o tema; • Também oferece informação e solução para o descarte de eletrônicos usados. Parceria O Programa conta com atores importantes para garantir que o resíduo entregue pelo cliente sejatransportado, triado e destinado corretamente. São eles: • GM&C Log – transportadora especializada em logística reversa de eletrônicos, em todo o território nacional; • Belmont Trading – empresa especializada em reforma de componentes eletrônicos e em logística reversa global, objetivando seu reuso pelo mercado. • Sipi Metals Corporation – empresa especializada em reciclagem dos materiais eletrônicos Investimento Aproximadamente R$ 280 mil. Resultados e benefícios • Atualmente, o programa está implementado em 100% das lojas da rede C&A, além do escritório central e dos três centros de distribuição, em 112 municípios e em todas as regiões do país; Responsabilidade Social e Ambiental 186 CEAD • De 2010 a 2012 foram arrecadados mais de 88 mil itens, dos quais 7.500 celulares, 40 mil pilhas e 24 mil baterias, entre outros materiais. Ferramentas de gestão • Comunicação interna e externa do programa, junto com ações de treinamento de associados de loja, especialmente no ponto de venda de celulares; • Curso e-learning para os associados C&A, com foco na capilaridade e assertividade da informação; • Sistema on-line para solicitação de coleta e acompanhamento dos resultados; • Controle dos resultados através de relatórios mensais desenvolvidos pelo parceiro logístico; • Divulgação dos resultados anuais e reconhecimento das lojas mais engajadas no programa. Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 187 Responsabilidade Social e Ambiental 188 CEAD Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 189 RESUMINDO • Nesta Unidade você conheceu o conceito de boas práticas, a importância do segundo setor no desenvolvimento de ações de melhoria da qualidade de vida da sociedade; • Verificou as principais empresas que atuam com responsabilidade social e ambiental no Brasil; e • Viu um lista de projeto com dimensão social promovido por diversas empresas e como alguns destes projetos funcionam. Responsabilidade Social e Ambiental 190 CEAD 1. De acordo com o desenvolvimento das ideias no texto, assinale a opção em que os termos apresentados são pertinente ao contudo da disciplina e considerados sinônimos textuais. A) “boas práticas ambientais” (L.1-2) e ‘matriz energética limpa’ (L.3-4) B) “queimadas” (L.3), ‘desmatamento’ (L.7) e “devastação” (L.8) C) ‘hidrelétrica’ (L.4), ‘biocombustível’ (L.5) e ‘gases de efeito estufa’ (L.6) D) “floresta” (L.9) e “vegetação” (L.12) Comentários: boas práticas ambientais é o tema principal da questão, pois ela permite abranger o conhecimento e capacidade de melhorias ambientais no mundo, como no texto citado, o Brasil é o país que mais usa combustível que é renovável como principal fonte energética. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 191 2. Investidores estrangeiros têm pautado suas ações em informações sobre as práticas sociais e ambientais de empresas brasileiras, porque entendem que investir na responsabilidade social A) aumenta a produtividade operacional. B) proporciona visibilidade para os acionistas. C) representa menor risco nas aplicações. D) garante lucratividade elevada. E) traz retorno financeiro no curto prazo. Comentários: isto porque a empresa que se preocupa com a responsabilidade social e ambiental ela provavelmente apresenta um gestão eficiente e eficaz. Assim sendo, gerada maior credibilidade para a empresa em outras dimensões. 3. Atualmente, a preocupação com a manutenção e a melhoria da qualidade do meio ambiente é constante. É cada vez maior a atenção dada aos impactos de atividades, produtos e serviços das organizações, como também à necessidade de regulamentações que preservem o meio ambiente e, consequentemente, a saúde humana. A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir. As organizações, na atualidade, ao adotarem um sistema de gestão ambiental, utilizam práticas e métodos administrativos, visando reduzir ao máximo os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços e, com isso, melhoram a imagem de seu produto no mercado, suas relações comerciais e reduzem custos. Comentários: atualmente a população tem visado mais a melhoria ambiental, pressionando cada vez mais as organizações para propor avanços em pesquisas para a melhoria, para reduzir o impacto ambiental que a maioria das empresas são causadoras. EXERCÍCIOS Responsabilidade Social e Ambiental 192 CEAD ALVA, E. N. et al. Metrópoles (in)sustentáveis. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997. BARBIERI, José Carlos. Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável: da teoria à prática. São Paulo: Ed Saraiva 2011. COSTA, H.S.M. (1995). “Desenvolvimento urbano sustentável: uma contradição de termos?” Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais. COUTINHO, L. e BELLUZZO, L.G (1980). O desenvolvimento do capitalismo avançado e a reorganização da economia mundial no pós-guerra. Estudos Cebrap, 23. HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: 1789-1848. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 2010. SILVA, L. O. “A ocupação do espaço construído e qualidade ambiental: o caso da cidade de SP”. In: ___. 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A figura também evidencia a poluição atmosférica como consequência o modelo de desenvolvimento adotado nesse período 2- Letra A: A letra A está correta devido ao crescimento dos centros urbanos em diversos países ocasionou a ampliação em escala jamais vista da acumulação de detritos das mais diversas naturezas. Instaurou-se na práticaum problema ambiental, tendo em vista a poluição derivada desses detritos nas áreas em que os mesmos passaram a ser descartados. A charge aponta tal situação ao representar uma casa sendo soterrada pelo lixo. Os efeitos degradantes do acúmulo de lixo em áreas densamente povoadas são muitos, destacando-se, entre os mais recorrentes, a poluição dos ecossistemas fluviais, muitas vezes utilizados como escoadouro natural de esgoto doméstico e de escoamento de resíduos industriais, além da presença de lixões em áreas contíguas a esses ecossistemas. Frente à gravidade do problema, uma solução cada vez mais defendida e praticada é a coleta seletiva do lixo, possibilitadora da redução dos detritos por meio do reaproveitamento de materiais recicláveis, como plástico, papel e metal, e do uso de alguns perecíveis como insumo orgânico. Entende-se, como apontado na charge, que uma solução para o excesso de lixo produzido nas cidades passa pela mudança de hábitos dos cidadãos. 3- Letra E: A letra E é a correta devido o processo de industrialização proporcionar o crescimento econômico das cidades, então os centros urbanos se tornaram polos de atração da população acelerando o processo de urbanização Gabarito Unidade 01 Responsabilidade Social e Ambiental 202 CEAD 1- O aluno devera relembrar, como foi mencionado na Unidade, que o Desenvolvimento Sustentável e baseado em três pilares: o econômico, o social e o ambiental. Portanto, naturalmente já vai contra o modelo capitalista de desenvolvimento, pois este se baseia no lucro sem considerar a exploração de recursos naturais e o âmbito social do trabalho. 2- Deve se compreender que, o homem, durante a historia sempre considerou que os recursos naturais eram inesgotáveis, portanto não havia critério para extração e exploração dos recursos naturais do planeta. Essa visão com o tempo foi sendo desfeita devido aos grandes desastres ambientais que ocorreram e proposto o modelo de desenvolvimento sustentável. 3- O aluno poderá mencionar atitudes como: Consertar torneiras que estiverem pingando pois elas podem desperdiçar até 45 litros de água por dia; Instalar torneiras com aerador – “peneirinhas” ou “telinhas” – na saída da água. Assim você utiliza menos água; Em vez de usar mangueira para limpar jardins, calçadas, passeios e quintais, use uma vassoura. Gabarito Unidade 02 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 203 Gabarito Unidade 03 1- Letra B: A letra B é a correta, pois foi na década de 70 que iniciou –se as preocupações com o meio ambiente em escala mundial. Isso culminou na primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Conferência de Estocolmo em 1972) 2- Letra D: A letra D é a correta devido à preocupação com o modelo de desenvolvimento econômico adotado por diversos países, onde não se considerou a finitude dos recursos naturais e os impactos ambientais gerados por esse modelo de desenvolvimento. A primeira preocupação com o meio ambiente surge a partir da 2ª Guerra Mundial devido ao lançamento das bombas atômicas no Japão, a aceleração do processo de industrial e o aumento do consumo, concomitante a esses eventos, diversos acidentes como o naufrágio do petroleiro Torrey Canyon na França, contaminação de mercúrio no mar do Japão, dentre outros acidentes. 3- Letra C: A letra C é a correta porque o “efeito estufa” é um fenômeno natural da Terra, porém intensificou-se ao longo dos anos por causa do acúmulo de CO2 na atmosfera devido da queima dos combustíveis fósseis (Carvão e Petróleo). A ampliação desse fenômeno é conhecido por Aquecimento Global, onde gera diversas consequências para o Planeta, tais como, derretimento das calotas polares, elevação dos níveis dos oceanos, alterações climáticas e dentre outros. Responsabilidade Social e Ambiental 204 CEAD 1- (a) Correta. O aquecimento global, segundo o ponto de vista da maior parte dos cientistas, é um fenômeno provocado pelo aumento da concentração atmosférica de gases que potencializam o efeito estufa natural. Esses gases têm origem antrópica - ou seja, derivam da ação do homem sobre o meio ambiente -, sendo os meios de transporte modernos os responsáveis por significativa parcela dessas emissões, em proporções diferenciadas, conforme pode ser observado no segundo gráfico. Uma vez que cerca de quatro quintos das emissões provêm do transporte rodoviário, a opção da União Europeia por ampliar a extensão dessa rede contribui para o agravamento do problema ambiental em questão. *Questão comentada pela Sub-Reitoria de Graduação da UERJ, 2009. 2- (b) Correto. A extração predatória de árvores, como o mogno, jacarandá e outras reduz a biodiversidade das regiões onde vivem esses vegetais. Não se sabe o espectro do impacto ecológico que pode ser causado pela destruição da bioflora brasileira e mundial. *Questão comentada pelo Prof. Paulo Roberto (2015). 3- (d) Correta. A qualidade da água comprometida por cargas poluidoras, como resíduos domésticos e industriais, e utilização da água para a irrigação revelam que a região III encontra-se em processo de avançada degradação ambiental devido à ausência ou pouco tratamento de esgoto. *Questão comentada pelo Prof. Paulo Roberto (2015). Gabarito Unidade 04 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 205 Gabarito Unidade 05 1– O livro foi considerado marco histórico pois a bióloga americana Rachel Carson denunciou, através da publicação Primavera Silenciosa, 1962, como o Dicloro-Difenil-Tricoroetano (DDT) causa danos à saúde e ao ambiente. Até então, não havia regras para o lançamento dessas substancias na natureza. 2– Letra (c) correto. Nesta questão você poderá falar sobre os acidentes comentados em Unidade, suas causas, consequências para o ambiente e saúde humana. 3– O objetivo principal do encontro era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Os principais documentos elaborados a partir desse evento foi a Carta da Terra e a Agenda 21. Responsabilidade Social e Ambiental 206 CEAD 1- Letra D Comentários: A Lei 6938 de 1981 que institui a política nacional de meio ambiente trouxe dez princípios para o desenvolvimento de ações de responsabilidade social e ambiental de toda a sociedade. Os itens apresentado na questão corresponde a parte dos princípios definidos pela Lei. 2- Como um conjunto articulado de órgãos, entidades e práticas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Munícipios e de fundações instituídas pelo poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria de qualidade ambiental, visando atingir os objetivos traçados pela Lei sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Comentários: O SISNAMA é um sistema que congrega órgãos públicos das esferas federal, estadual e municipal, incluindo o Distrito Federal, da seguinte maneira: - O Conselho de Governo é o órgão superior do SISNAMA e o responsável por assessorar o Presidente da República na formulação de diretrizes para a Política Nacional de Meio Ambiente; - CONAMA, ou Conselho Nacional de Meio Ambiente, é o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA que estabelece parâmetros federais (normas, resoluções e padrões) a serem obedecidos pelos Estados. - Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o órgão responsável pelo planejamento, coordenação , controle e supervisão da Política Nacional de Meio Ambiente. - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é o órgão executor, responsável por formular, coordenar, fiscalizar, executar e fazer executar a Política Nacional de Meio Ambiente sob os auspícios do MMA. - Os Órgãos Seccionais são as entidades de cada Estado da Federação responsáveis por executar programas e projetos de controle e fiscalização das atividadespotencialmente poluidoras. - E, por fim, os órgãos locais, ou municipais, que são os responsáveis por atividades de controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras. 3- ERRADO. Cadastro Técnico Federal é administrado pelo IBAMA e não pelo CONAMA como afirma o item. Gabarito Unidade 06 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 207 Gabarito Unidade 06 Comentários: Vejam o art. 17, I e II da Lei 6.938/81. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: I – Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; II – Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. Responsabilidade Social e Ambiental 208 CEAD 1- (c) Correto. O princípio do poluidor-pagador parte da premissa de que os recursos naturais são escassos e de que seu uso irracional acarreta em sua redução e/ou degradação e, portanto, a legislação garante que os custos da poluição advinda dos impactos ou danos gerados por atividades efetivas ou potencialmente poluentes devem ser arcados pelo empreendimento que lhe deu causa. 2- (b) Correto. Pois as condutas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (art. 225, §3º, da CF/88). *Questão comentadas pelo Profº Leonardo Estrella. 3- (b) Correto. Quando o empreendimento estiver localizado em unidades de conservação do domínio da União, a competência para licenciamento pertence ao órgão da mesma instancia de quem o administra, sendo neste caso do Instituto Chico Mendes – ICMBio e IBAMA, em caráter supletivo. Gabarito Unidade 07 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 209 Gabarito Unidade 08 1- Letra C: A letra C é a correta porque em 1977 ocorreu a Conferência Intergovernamental de educação Ambiental em Tbilisi, capital da Geórgia. A parti desse encontro saíram às definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a educação ambiental que até hoje são adotados em todo o mundo. 2- Letra B: A letra B é a correta devido a ISO 14000 estabelecer critérios para a implantação da gestão ambiental e promove as práticas sustentáveis dentro das empresas. 3- Letra C: A letra C é a correta devido a Política Nacional de educação Ambiental prevê que a educação ambiental deve abordar todos os níveis da educação. Responsabilidade Social e Ambiental 210 CEAD 1- Letra D Comentários: preocupação com o meio ambiente ganhou força a partir da segunda metade do século XX, não no início. 2- Letra D Comentários: A primeira atividade a ser realizada para buscar o entendimento de qualquer problema ou situação é o levantamento de dados e informações. 3- Letra D Comentários: A rotatividade de talento é exatamente o que as ações de responsabilidade social interna buscam evitar. Gabarito Unidade 09 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 211 Gabarito Unidade 10 1- A ISO 14001:2004 foi desenvolvida com o objetivo de criar o equilíbrio entre a manutenção da rentabilidade e a redução do impacto ambiental com o comprometimento de toda a organização. Ela define o SGA como a estrutura organizacional, responsabilidade, praticas, procedimentos, processos e recursos para implementação e manutenção da gestão ambiental. 2- As normas da série ABNT NBR ISO 14001 fornece as organizações ferramentas de gerenciamento para controle de seus aspectos ambientais e para a melhoria de seu desempenho ambiental. 3- Nesta questão, o aluno devera se atentar que a norma oferece diretrizes para todos os tipos de organização referente aos conceitos, termos, definições, histórico, tendências, características, princípios, práticas, os temas centrais, comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsabilidade social. Responsabilidade Social e Ambiental 212 CEAD 1- Letra B Comentários: As organizações do terceiro setor são denominadas de não governamentais e sem fins lucrativos, sendo assim elas não pode ser responsável pela dinamização do mercado de trabalho, controla as demandas governamentais por serviços, gerencia o desenvolvimento da esfera estatal, pelas ações governamentais na área social e ambiental. 2- Letra B Comentários: dentre as opções a única que não apresenta fins lucrativos e a opção associação. 3- Letra A 4- ERRADO. Comentários: São as OS que são criadas com a finalidade de assumir a responsabilidade pela execução de serviços públicos, com vistas à extinção de órgãos ou entidades da Administração, num processo de “enxugamento” da máquina estatal. Além disso, as OSCIPs – assim como as OS – não podem ter fins lucrativos Gabarito Unidade 11 Responsabilidade Social e Ambiental CEAD 213 Gabarito Unidade 12 1- CERTO, atualmente as empresas estão investindo e financiando cada vez mais projetos e programas sociais. As finanças sociais despontam atualmente como o caminho para viabilizar projetos de impacto social efetivo no país, com iniciativas que possam ser mensuradas, replicadas e expandidas. 2- Letra D Comentários: quando uma empresa ela implanta melhorias a ética dela é compartilhar o avanço que ela fez, os benefícios que a mesma proporcionou, para que as outras empresas se inspirem para fazer o mesmo, assim melhorando todo os mercado. 3- Letra C Comentários: os projetos sociais não são simples de serem elaborados, precisam de todo um estudo, de estrutura para que possa dar certo, principalmente dentro do assunto ao qual será aplicado, se terá um impacto na sociedade, se haverá melhorias ou não, entre outros. Responsabilidade Social e Ambiental 214 CEAD 1- Letra A Comentários: boas práticas ambientais é o tema principal da questão, pois ela permite abranger o conhecimento e capacidade de melhorias ambientais no mundo, como no texto citado, o Brasil é o país que mais usa combustível que é renovável como principal fonte energética. 2- Letra C Comentários: isto porque a empresa que se preocupa com a responsabilidade social e ambiental ela provavelmente apresenta um gestão eficiente e eficaz. Assim sendo, gerada maior credibilidade para a empresa em outras dimensões. 3- As organizações, na atualidade, ao adotarem um sistema de gestão ambiental, utilizam práticas e métodos administrativos, visando reduzir ao máximo os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços e, com isso, melhoram a imagem de seu produto no mercado, suas relações comerciais e reduzem custos. Comentários: atualmente a população tem visado mais a melhoria ambiental, pressionando cada vez mais as organizações para propor avanços em pesquisas para a melhoria, para reduzir o impacto ambiental que a maioria das empresas são causadoras. Gabarito Unidade 13