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A Crise Ambiental Atual Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem vamos estudar alguns eventos que ocorreram a nível mundial e que influenciaram nas políticas ambientais atuais. Vamos identificar alguns dos principais eventos de poluição que marcaram as últimas décadas e que contribuíram para as mudanças no cenário mundial. Ainda iremos refletir sobre o nosso papel e quais as atitudes que poderíamos adotar para melhorar as condições de vida do nosso planeta. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar os principais eventos de poluição causados pelo homem no meio ambiente;• Reconhecer os principais encontros mundiais que ocorreram para a melhoria da qualidade ambiental; • Definir o papel do homem para a melhoria das condições ambientais.• Desafio As alterações causadas pelo homem no meio ambiente resultaram na atual “crise ambiental”, sendo esta uma das questões mais preocupantes na atualidade a nível mundial. Alguns autores consideram que o planeta pode estar chegando em um momento crítico no que se refere ao uso indiscriminado dos recursos naturais, perdurando o dilema se atingimos ou nos aproximamos de um ponto irreversível desse uso. O entendimento comum é de que muitos são os fatores que contribuem para desencadear a presente crise. Com base nos fatores que levam à crise ambiental, descreva dois problemas ambientais enfrentados na sua cidade. De que forma você pode contribuir para a resolução desses problemas e, assim, contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. Infográfico Na figura, podemos nomear alguns dos principais fatores que causam a crise ambiental. Conteúdo do livro A crise ambiental (ou ecológica) é uma realidade que acompanha nossa sociedade desde os tempos em que o homem começou a utlizar recursos naturais de forma desenfreada. A industrialização é um dos fatores que mais contribuíram para que a desestabilização do meio ambiente se agravasse ao longo dos anos. Hoje, nosso maior desafio é encontrar meios sustentáveis de produção antes que todo o meio ambiente entre em completo colapso. Nesse capítulo, você vai entender quais foram os principais eventos causados pelo homem que prejudicaram e ainda prejudicam o meio ambiente e o que está sendo feito para que nós possamos garantir o futuro do nosso planeta. Boa leitura. GESTÃO AMBIENTAL Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Analisar os principais eventos de poluição causados pelo homem no meio ambiente. > Reconhecer os principais encontros mundiais que ocorreram para a melhoria da qualidade ambiental. > Definir o papel do homem para a melhoria das condições ambientais. Introdução Uma crise ecológica ou ambiental, em termos ecológicos, consiste na desestabiliza- ção do meio no qual uma determinada espécie ou população está inserida. Diversos podem ser os mecanismos responsáveis pelo desencadeamento de colapsos ambientais, sendo alguns deles de origem abiótica (p. ex.: secas prolongadas, enchentes, impactos de meteoritos, etc.) e outros relacionados à interação entre os organismos (p. ex.: pressão de predação, superpopulação, etc.) (DAVIES, 2019). Independentemente das causas da desestabilização ambiental, elas vão atingir, por vezes, apenas determinadas espécies, quando as proporções dos eventos forem muito restritas, ou poderão afetar todo um ecossistema, podendo atingir proporções globais. Para exemplificar a desestabilização local, podemos imaginar uma lagoa localizada em uma cidade na qual o crescimento industrial aumentou bastante nos últimos anos. Com o aumento do lançamento de insumos na lagoa, esta passou por um processo de eutrofização e acidificação, que desregulou a “ordem natural” desse ecossistema, causando a morte de boa parte dos peixes e moluscos que lá A crise ambiental atual Paulyana Moura Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 habitavam. Por sua vez, como exemplo da desestabilização a nível global, podemos pensar nas grandes extinções em massa ocorridas no passado e verificadas nos registros geológico e fossilífero do planeta, nas quais ecossistemas inteiros foram arrasados devido a fatores como erupções vulcânicas, oxigenação dos oceanos, mudanças climáticas, entre outros. Tendo-se como base a observação dos registros dos eventos que desenca- dearam as grandes crises ambientais do passado geológico do planeta Terra, os cientistas puderam compreender melhor o quão frágil pode ser o meio onde vivemos e o quão suscetíveis estamos às condições impostas pela natureza. Sendo assim, abordagens voltadas a pautas de crises ambientais vêm aumentando muito desde a década de 1970, levando em conta especialmente o fato de a interferência da espécie humana no planeta ter se intensificado nesse período. Neste capítulo, vamos analisar os principais eventos de poluição ambiental causados pelos seres humanos. Além disso, você vai conhecer alguns dos mais importantes encontros mundiais em que foram discutidas as questões climáticas/ ambientais do planeta, identificando suas contribuições para a melhoria dos parâmetros ambientais. Por fim, veremos como o ser humano pode atuar de modo mais efetivo no tocante à proposição/execução de melhorias ambientais. Poluição ambiental causada pelo homem De acordo com Patrício (2012), poluição é toda forma de desequilíbrio (de origem abiótica ou biótica) causado a algum ambiente, podendo ser sonora (poluição acústica), do solo (poluição do solo), hídrica (poluição das águas) e do ar (poluição atmosférica). A modernização das sociedades é acompanhada da necessidade de interação do homem com o meio ambiente por meio da extração de recursos naturais, de plantações, do desmatamento para diversas finalidades e de outras atividades que interferem no fluxo natural daquele ambiente. Ao longo dos anos, essas interações vêm sendo estudadas cada vez mais, com a intenção de continuarmos progredindo como sociedade, mas mantendo nosso meio ambiente saudável, isto é, visando ao desenvolvimento sustentá- vel. O entendimento da necessidade de se preservar a natureza não é de hoje. Segundo Braga et al. (2001), na era pré-cristã já existia uma preocupação com a qualidade do ar devido ao uso do carvão como combustível, que se seguiu até o final do século XIII, quando a Inglaterra emitiu os primeiros apelos para o controle da emissão de gases. As grandes revoluções e o crescimento das cidades contribuíram de forma significativa para o aumento da poluição mundial, havendo um crescimento A crise ambiental atual2 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 exacerbado de resíduos, da liberação de gases, do desmatamento, etc. A seguir, vamos abordar algumas das principais atividades humanas que cau- sam poluição. Revolução/atividade industrial Iniciada na Grã-Bretanha, a mecanização industrial que ocorreu nos meados do século XVIII foi um processo importantíssimo para a modernização da sociedade que conhecemos hoje. A Revolução industrial trocou a força bruta dos braços pela praticidade das máquinas. E, apesar de ter sido boa para o capital e para a aceleração das tecnologias, a industrialização trouxe sérias consequências para o meio ambiente. O crescimento descontrolado das cidades aumentou as demandas das populações por produtos e serviços, e, com isso, o comércio precisou am- pliar ainda mais a sua atuação. Consequentemente, mais matéria-prima era necessária, além de todas as outras coisas envolvidas nas diversas etapas dentro de uma cadeia produtiva, como a produção desenfreada de resíduos. Suponha que você está em um polo industrial onde muitas companhias estão atuando. Não é difícil imaginar grandes chaminés liberando gases para a atmosfera advindos da produção, mesmo que hoje tenhamos um cuidado maior com a poluição gerada pelas empresas. Se hoje, com toda a tecnologia e capacidade intelectual que temos sobre as urgências climáticas,ainda nos deparamos com essa realidade, imagine como era antigamente, no auge da Revolução Industrial (GIANNETTI; ALMEIDA, 2006). Das consequências que podemos apontar, a mais visível e debatida é o aumento do efeito estufa. Os gases poluentes (p. ex.: CO2, CFCs, etc.) liberados no processo industrial causam uma destruição na camada de ozônio que potencializa o efeito estufa devido ao aumento da incidência de raios ultravioletas. Apesar de ser um processo natural, que faz parte do ciclo de aquecimento da Terra, o aumento da industrialização e a liberação desses gases poluentes culminam na aceleração desse processo. O efeito estufa causa o aquecimento global, e, quando há influências antrópicas (ou seja, influência do ser humano), os prejuízos aos ecossistemas são devastadores, como os desastres naturais (p. ex.: enchentes, terremotos, deslizamentos, etc.). Outras consequências indiretas também podem impactar a vida na Terra, como, por exemplo, alguns animais cujo sexo é definido a partir da temperatura a que são submetidos seus ovos, o que acontece com alguns répteis, como as tartarugas, crocodilos e lagartos (GIANNETTI; ALMEIDA, 2006). A crise ambiental atual 3 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Exploração de recursos naturais e descarte irregular de resíduos Com o crescente aumento da população mundial nas últimas décadas, o crescimento do consumo dos recursos naturais (p. ex.: mineração; extração de petróleo, gás e água) e o manejo adequado dos resíduos produzidos têm ganhado cada vez mais destaque em fóruns mundiais de discussão sobre o meio ambiente e sua conservação. Países como o Brasil, com dimensões continentais e amplas áreas potencialmente cultiváveis, têm de enfrentar o seguinte dilema: como conseguir conciliar o desenvolvimento do país, a preservação do meio ambiente e a gestão dos resíduos produzidos pela população, que ano após ano tem aumentado? A resposta para isso não é simples nem certeira, ou seja, para tentarmos propor algo, temos de avançar em etapas. Países economicamente fortes devem ter uma vasta e consistente gama de produtos e serviços, bem como uma sociedade capaz de consumir tais montantes. Para evitar o avanço “selvagem” por parte, por exemplo, de pe- cuaristas, garimpeiros, empresas mineradoras, madeireiras, etc. aos nossos recursos naturais (p. ex.: água, jazidas de minério de ferro, manganês, petró- leo), faz-se necessária uma ação conjunta entre os órgãos governamentais (desde municipais até federais) e a comunidade científica especializada no assunto, para que, assim, seja estruturado o melhor plano de ação/explora- ção dos recursos, de modo a não exaurir nossos recursos não renováveis (p. ex., petróleo e minérios) tão rapidamente, bem como não deteriorar o meio ambiente onde esses recursos se encontram. Caso os recursos em questão se encontrem em áreas de preservação permanente (APPs), só devem ser explorados em última instância, ou seja, quando o Estado estiver sob algum perigo iminente, externo ou interno, e as demais fontes tiverem se exaurido ou estiverem com acesso comprometido. Políticas de acompanhamento ambiental para avaliar os danos causados pelas empresas ao meio ambiente (p. ex.: contagem de fauna e flora; estudos geoquímicos visando a monitorar eventuais contaminações do solo, da água e/ou do ar) devem ser implementadas de modo corriqueiro (p. ex., a cada dois meses ou mensalmente) a fim de identificar possíveis danos ao meio o quanto antes e, assim, buscar junto às empresas e aos governos as medidas cabíveis para a solução do caso em questão. O aumento da fiscalização também acarretará um maior emprego de eventuais punições ao não cum- primento de leis ambientais. A crise ambiental atual4 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Conforme mencionado anteriormente, o crescimento econômico dos países, como, por exemplo, o Brasil, costuma estar associado ao aumento do consumo de bens materiais por parte de suas populações e, como con- sequência, ao aumento da produção de resíduos. Dessa forma, o descarte irregular desses rejeitos tem sido um dos grandes pesadelos dentro da gestão ambiental sustentável. Os rejeitos dos grandes centros urbanos até meados das décadas de 1970 e 1980 costumavam ser despejados em grandes lixões a céu aberto; porém, como foi verificado que os índices de contaminação (da água, do solo e do ar) nas regiões próximas eram altíssimos, buscou-se adotar o padrão dos aterros sanitários (BRASIL, 2010). Os aterros sanitários, dife- rentemente dos lixões, passam por um processo de impermeabilização dos solos antes de receberem os resíduos, dificultando as chances de conta- minação. Entretanto, a produção mundial está tão alta que muitas vezes os rejeitos são lançados, de modo irregular, em cursos d’água, indo parar nos oceanos. Em alguns locais do planeta, é possível observar verdadeiras ilhas oceânicas de lixo — atualmente são encontradas cinco. Estas são resultantes do descarte irregular de resíduos, principalmente de plásticos, via correntes oceânicas. Segundo organizações como o Greenpeace e o Fórum Econômico Mundial: […] o plástico flutuante significa só 15% do total, ao passo que 85% permanecem escondidos debaixo da água em profundidades de até 11.000 metros ou presos no gelo do Ártico. O lixo oceânico prolifera de tal forma que até 2050 os oceanos podem conter mais toneladas de plástico do que de peixes (EURO AMBIENTAL, 2021, documento on-line). Para contornarmos os malefícios causados pelo descarte irregular de resíduos, podemos tentar aumentar, por exemplo, o uso e a aplicação dos famosos 5 Rs da sustentabilidade: reduzir, reciclar, reutilizar, recuperar e reintegrar. Além disso, podemos buscar utilizar os produtos o máximo pos- sível e, quando chegarem ao “fim de sua vida útil”, reutilizá-los, dando-lhes um “novo propósito” (economia circular). Todavia, nada disso será viável se não houver um crescimento, principalmente urbano, bem-planejado, haja vista que as áreas urbanas costumam ser os grandes centros produtores de resíduos mundo afora. A crise ambiental atual 5 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Urbanização malplanejada Como já mencionamos, os centros urbanos são os grandes geradores de resíduos do planeta. Desde que o ser humano passou a se fixar em determinadas regiões, ou seja, deixou de ser nômade, as concentrações populacionais começaram a aumentar. Tudo se iniciou com pequenos povoados, que depois se tornaram vilas, grandes vilas, pequenas cidades, até chegarem às grandes metrópoles modernas. Cada uma dessas estru- turas sociais apresentou seu grau de impacto ao meio ambiente, mas, como esperado, nenhum foi tão alto quanto os observados atualmente nos grandes centros urbanos. Milhares de toneladas de lixo são produzidas e descartadas todos os anos nos grandes centros. A cidade de São Paulo, por exemplo, coletou no ano de 2020 cerca de 3.421.485 toneladas de lixo domiciliar. Esses valores astronômicos são apenas os contabilizados pela prefeitura; muitas tonela- das devem ir parar nos rios e riachos (conhecidos por sua poluição). Apesar disso, um ponto positivo dentro desse caos deve ser destacado: houve um aumento de aproximadamente 17,4% nas coletas de materiais seletivos (coleta seletiva) em relação ao ano de 2019, totalizando cerca de 73,3 mil toneladas (SPREGULA, 2022). Outro fator que contribui para esse descarte irregular de resíduos é a má distribuição de renda entre a população. A população mais pobre muitas vezes se vê obrigada a habitar regiões mais vulneráveis ambientalmente, como encostas de morros e margens de riachos. Sendo assim, essas regiões, que já são mais sensíveis, passam por desmatamento e ocupação desordenados, ficando sujeitos, por exemplo, a deslizamentos e enchentes. Por serem regiões com acesso geralmente mais complicado, muitas vezes os órgãos públicos fazem vista grossa no que diz respeito ao fornecimento de saneamentobásico, o que contribui ainda mais para o deterioramento desses ambientes, com o lançamento não apenas de lixo doméstico, mas também de móveis e eletrodomésticos (p. ex., sofás, cadeiras e geladeiras), eletroeletrônicos (p. ex., televisores) e até dejetos humanos. Dessa forma, o crescimento urbano malplanejado, associado principalmente à má distribuição de renda, torna-se um vilão do meio ambiente. Para contornarmos essa situação, em um mundo ideal, teríamos uma melhor distribuição de renda e, então, as pessoas atualmente em situação de vulnerabilidade financeira poderiam contar com uma moradia mais digna, com A crise ambiental atual6 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 acesso a saneamento básico de qualidade e longe de áreas ambientalmente vulneráveis, havendo uma reorganização dos espaços urbanos. Como essa idealização passa muito pela ação dos governos, talvez o que possamos fazer, em um primeiro momento, é realizar mutirões de conscientização. Ações como coleta de lixo e limpeza de riachos podem ser realizadas juntamente com as comunidades, que, ao verem os resultados, podem se conscientizar sobre seu papel como agentes da conservação do meio onde vivem e sobre a importância que elas têm nessa luta. Além disso, podem ser realizados eventos nas escolas, buscando-se a formação de cidadãos mais conscientes da necessidade de se cuidar da natureza. Atividade mineradora Uma das principais causadoras de danos ao meio ambiente é, sem dúvidas, a atividade mineradora. Contaminações por rejeitos de minas, uso indevido de elementos como mercúrio (Hg), desmatamento de áreas de preservação ambiental, prejuízo à fauna e à flora locais e/ou regionais, poluição visual (grandes pilhas de rejeito) e poluição do ar (queima do carvão mineral em usinas termoelétricas) são alguns dos malefícios causados ao meio ambiente. Todavia, no mundo moderno em que vivemos, nada, absolutamente nada, pode acontecer sem que ao menos um mineral esteja envolvido. Por exemplo, se você derramar suco no chão e for secá-lo com papel toalha, notará que o suco será absorvido pelo papel, certo? Por que isso acontece? Esses papéis costumam conter em sua superfície certas quantida- des de argilominerais, que são responsáveis por aumentar sua capacidade de absorção. A mineração também está presente, por exemplo, nos hospitais e em nossas casas. Nos hospitais há equipamentos de última geração em cuja composição estão elementos de terras raras (p. ex., o európio); são usados medicamentos, que eventualmente apresentam em sua composição algum mineral; e, para proteger e imobilizar ossos fraturados, é usado o gesso, que contém em sua composição a gipsita, um sulfato de cálcio hidratado. Pensando em nossas casas, podemos destacar as ligas de aço que sustentam construções e que são formadas por uma combinação de diversos elemen- tos, como ferro, carbono, níquel, cromo, molibdênio, vanádio, tungstênio, silício, manganês, enxofre e fósforo. Também a agricultura, responsável pela produção do nosso alimento, depende muito da mineração, que fornece importantes fertilizantes, como o nitrogênio, o fósforo e o potássio (NPK). A crise ambiental atual 7 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Esses são apenas alguns exemplos da presença de minerais — e, portanto, da mineração — em nossa vida. Embora a produção mineral ofereça muitos riscos ao meio ambiente, não é mais possível desvencilhar dela o avanço da humanidade. Todavia, há alterna- tivas que podem ser empregadas no combate ao desgaste ambiental oriundo da atividade de exploração mineral, como, por exemplo, a implementação de rotinas de monitoramento (da fauna, da flora e de eventuais contaminações da água, do solo e/ou do ar) menos espaçadas (a cada dois meses ou mesmo mensalmente); a contratação permanente de equipes multidisciplinares (for- madas por biólogos, geólogos, antropólogos, etc.) para a realização desses monitoramentos; um maior rigor na liberação de licenças ambientais para a exploração e para o comércio de bens minerais; e a aplicação de multas mais pesadas nos casos em que são descumpridas as leis ambientais. Um dos maiores acidentes ambientais do Brasil e o maior acidente radiológico do mundo aconteceu na cidade de Goiânia, em Goiás, no ano de 1987. O acidente radioativo ocorreu quando dois sucateiros estavam em busca de coletar materiais abandonados em uma ruína, que antes era uma clínica de radioterapia, para a venda de chumbo (que revestia o aparelho) (OLIVEIRA, 2019). O incidente ficou conhecido como “Acidente com césio-137”, pois a radiação liberada no incidente foi oriunda do isótopo 137 do elemento césio. A liberação ocorreu quando a janela de irídio que protegia a cápsula do césio-137 (137Cs) foi quebrada pelas pessoas que encontraram o equipamento. A radiação emitida pelo 137Cs era observada na forma de uma luz azul brilhante, que, no escuro, chamou a atenção dos moradores da região, fazendo com que mais pessoas fossem contaminadas (OLIVEIRA, 2019). As partículas do césio foram dispersadas pelo vento, e, com isso, houve contaminação do solo, de plantas e de animais. A radiação atingiu uma área de 2.000 m², não contínuos, além de se infiltrar, aproximadamente, até 50 cm de profundidade no solo (em regiões mais próximas ao local onde a cápsula foi quebrada), contaminando cerca de 249 pessoas, das quais quatro morreram em decorrência dos efeitos da radiação. No processo de descontaminação, foi necessário derrubar árvores (num raio de 100 m das zonas afetadas), casas e outras construções, que geraram em torno de 6.500 m³ de rejeitos radioativos (CHAVE, 2007). Nesta seção, vimos como as ações antropológicas afetam o meio ambiente à medida que a sociedade cresce em termos populacionais. A industrialização trouxe aspectos positivos no que se refere à economia e à evolução das A crise ambiental atual8 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 tecnologias, mas, ao mesmo tempo, trouxe consequências negativas para a ecologia mundial. Na próxima seção, você vai conhecer os principais encon- tros mundiais que foram realizados nas últimas décadas visando a discutir soluções e alternativas para esses problemas. Encontros mundiais voltados a medidas ambientais Como discutimos na seção anterior, a espécie humana tem causado diversos danos ao meio ambiente, o que, entre outras consequências, acarreta de- sastres naturais, como enchentes, deslizamentos e furacões. Sendo assim, desde a década de 1970, as nações têm buscado medidas para amenizar os efeitos danosos à natureza, de modo a encontrar um balanço positivo entre o uso e a conservação. Tendo em vista essa temática, nos últimos 50 anos foram realizados en- contros mundiais a fim de discutir e implementar melhorias para a qualidade ambiental. A seguir, vamos abordar seis desses encontros: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a 1ª Conferência Mundial do Clima (WCC-1), a Conferência Rio-92, a 1ª Conferência das Partes (COP1), a 3ª Conferência das Partes (COP3) e a 21ª Conferência das Partes (COP21). Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável O primeiro evento internacional cuja temática central foram discussões a respeito das mudanças climáticas e de seus impactos no meio ambiente foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Esse encontro ocorreu em 1972 e foi sediado na capital da Suécia, Estocolmo. A Declaração de Estocolmo, um conjunto de diretrizes assinado pelas nações participantes dessa conferência, representou um marco na luta pela conservação e preservação da natureza. Ela buscou estabelecer princípios comuns e uma visão global que servissem de base para a humanidade no tocante à preservação e à melhoria do ambiente humano. Ao todo, foram desenvolvidos nessa declaração 26 princípios norteadores, dos quais des- tacamos alguns no Quadro 1. Acrise ambiental atual 9 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Quadro 1. Alguns princípios norteadores estabelecidos na Declaração de Estocolmo Princípio 1 O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. Princípio 3 Deve-se manter e, sempre que possível, restaurar ou melhorar a capacidade da Terra de produzir recursos vitais renováveis. Princípio 16 Nas regiões onde existe o risco de que a taxa de crescimento demográfico ou as concentrações excessivas de população prejudiquem o meio ambiente ou o desenvolvimento, ou onde a baixa densidade de população possa impedir o melhoramento do meio ambiente humano e limitar o desenvolvimento, deveriam ser aplicadas políticas demográficas que respeitassem os direitos humanos fundamentais e contassem com a aprovação dos governos interessados. Princípio 18 Como parte de sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social, devem-se utilizar a ciência e a tecnologia para descobrir, evitar e combater os riscos que ameaçam o meio ambiente, para solucionar os problemas ambientais e para o bem comum da humanidade. Fonte: Adaptado de ONU (1972). Graças a esse primeiro evento, muitos outros foram sendo realizados ao longo das décadas seguintes. Alguns deles serão abordados a seguir. Devido à importância desse evento para a conservação da natureza, o dia 5 de junho passou a representar o Dia Mundial do Meio Ambiente. Você pode encontrar uma tradução livre dos princípios criados e assinados na Declaração de Estocolmo de 1972 no site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (ONU, 1972). WCC-1 No ano de 1979, ocorreu na cidade de Genebra, na Suíça, a WCC-1, evento que contou com a participação de diversos especialistas em estudos climáticos e humanitários. Realizada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), A crise ambiental atual10 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 essa conferência instituiu a formação do Programa Mundial do Clima e do Programa Mundial de Pesquisas do Clima, além de contribuir para a criação, em 1988, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Conferência Rio-92 Também conhecida como “ECO-92”, “Cúpula da Terra” ou “Cúpula do Rio”, a Conferência Rio-92 foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, exatos 20 anos após a assinatura da Declaração de Estocolmo. A conferência contou com a participação de 178 chefes de governo e partiu da premissa de que, se todas as nações do globo adotassem o mesmo padrão de desenvolvimento dos países ricos, o planeta não seria capaz de suportar tamanha exploração, havendo graves e possivelmente irreversíveis danos ao meio ambiente. Durante a realização da ECO-92, os países participantes começaram a delimitar o conceito de desenvolvimento sustentável, no intuito de proteger o meio ambiente e reconhecer que as responsabilidades por sua preservação partem da premissa de um convívio equilibrado com o planeta e da neces- sidade da adoção de práticas sustentáveis (IGNACIO, 2020). Duas convenções foram criadas durante essa conferência: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas. Na ECO-92, foi acordado que os países em desenvolvimento receberiam apoio financeiro e tecnoló- gico para alcançarem modelos de desenvolvimento sustentáveis desejáveis. O principal documento desenvolvido na conferência foi a Agenda 21, em que foram estabelecidas algumas políticas e ações de responsabilidade ambiental, bem como políticas indiretas que impactavam diretamente os danos causados ao meio ambiente, como, por exemplo, a pobreza extrema, os padrões insustentáveis de produção e consumo, as pressões demográficas e a estruturação da economia internacional. De modo geral, a Agenda 21 contribuiu com diferentes áreas, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica (IGNACIO, 2020). COP1 A COP1 foi realizada no ano de 1995, em Berlim, na Alemanha, e contou com a participação de 117 países. Na ocasião, foi estabelecido o Mandato de Berlim, cujo foco principal era a definição de medidas mais enérgicas em favor da mitigação do efeito estufa. Um dos compromissos estabelecidos na COP1 foi o da redução das emis- sões de gases do efeito estufa (GEE), em especial por parte dos países de- A crise ambiental atual 11 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 senvolvidos (principais agentes poluidores), até o início dos anos 2000. Como o prazo para a adequação dos novos parâmetros estabelecidos não era suficiente, as partes optaram por confeccionar uma espécie de protocolo ou instrumento de comprometimento legal em que se oficializassem as proposições e os prazos. O “princípio da igualdade entre os países”, ou “princípio da responsabili- dade comum, porém diferenciada entre os países”, foi praticado pela primeira vez durante a COP1. Esses preceitos impunham que os países desenvolvidos tomassem a iniciativa de reduzir suas emissões, permitindo, por outro lado, que os países em desenvolvimento aumentassem suas emissões a fim de atenderem às suas necessidades de desenvolvimento, aliviando, assim, suas taxas de pobreza. Como resultado da criação do Mandato de Berlim, criou-se um grupo ad hoc (expressão latina que, em português, significa “para isso” ou “para essa finalidade”) no intuito de esboçar o que viria a ser, na COP3, o Protocolo de Quioto. COP3 e o Protocolo de Quioto Realizada em 1997, na cidade de Quioto, no Japão, a COP3 contou com a par- ticipação de 159 países. A principal contribuição dessa conferência foi a consolidação do Protocolo de Quioto, um dos marcos mais importantes no combate às crises ambientais que vinham assolando o planeta. O Protocolo de Quioto buscou proteger as economias em ascensão dos custos da redução de emissões. O principal objetivo desse protocolo era tornar estável a concentração de GEE na atmosfera global, de modo econômico e eficiente. Dessa forma, criaram-se os créditos de carbono, que consistem na emissão de certificados para pessoas ou empresas que reduzem sua emissão de GEE. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de carbono. Esse crédito de carbono pode ser negociado no mercado internacional e contempla, além da redução de CO2, a redução de outros GEE. Os valores no entorno dessa atividade geram aproximadamente 0,1% do mercado de títulos. A crise ambiental atual12 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 COP21 e o Acordo de Paris Realizada em 2015, na cidade de Paris, na França, a COP21 contou com a participação de 195 países. O acordo assinado em Paris naquele ano (Acordo de Paris) substituiu o Protocolo de Quioto e representou um marco histórico no combate às mudanças no clima, pois, pela primeira vez, alcançou-se o consenso global, por parte de todos os signatários, de que as emissões de GEE precisam ser desaceleradas e reduzidas com urgência. O principal objetivo do acordo é manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C — se possível, na casa de 1,5°C. Além disso, busca-se reduzir as emissões dos GEE em 37% até 2025 e em 43% até 2030. Os países se comprometeram a financiar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, visando a assegurar a consolidação e a continuidade das ações de mitigação. Uma das proposições do acordo foi manter encontros regulares, a cada cinco anos, para atualizar e prosseguir o acordo, com possibilidade de revisão tanto das metas quanto dos mecanismos de financiamento. Nesta seção, você conheceu os principais encontros mundiais que bus- caram criar alternativas mais sustentáveis para o nosso planeta. A seguir, veremos como essas alternativas funcionam na prática e como são im- portantes para que possamos garantir um futuromais sustentável para a humanidade. O ser humano e a melhoria das condições ambientais Como discutimos nas seções anteriores, a história do desenvolvimento da humanidade culminou com o caos ambiental instaurado atualmente no mundo. Muito se tem discutido a respeito de como os avanços da sociedade se apoia- ram nas matérias-primas fornecidas pela natureza; entretanto, não houve preocupação em relação a implementar à época medidas de conservação do meio ambiente. O “pensamento selvagem” (explorar-produzir-lucrar) que norteou as atividades desenvolvidas pelo ser humano perdurou até mais ou menos metade do século XX, haja vista que o primeiro encontro global com uma temática voltada à conservação só ocorreu no ano de 1972. Porém, com o desenvolvimento de estudos a respeito de reservas petrolíferas e mine- A crise ambiental atual 13 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 rais, notou-se que esses recursos, caso não fossem explorados de modo mais comedido, poderiam se exaurir, sem que houvesse substitutos para eles. Dessa forma, surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável, que buscava implementar um “pensamento mais amigável e racional” no que diz respeito ao uso, à exploração e à aplicação dos recursos naturais do planeta a fim de se reduzirem os impactos ambientais e, por conse- guinte, as crises por eles desencadeadas (explorar-produzir-conservar- proteger-lucrar). Na busca por medidas que tivessem impactos menores sobre o planeta, foram fomentadas diversas pesquisas com enfoque no desenvolvimento de energias consideradas limpas e renováveis (p. ex.: solar, eólica, geotérmica, etc.). Países como a Islândia têm quase 100% de suas matrizes energéticas oriundas de energias renováveis. No caso particular desse país nórdico, centrais geotérmicas e hidroelétricas são as principais fontes fornecedoras de energia. O investimento na produção de carros com abastecimento via baterias elétricas (BEV) ou elétricos a célula de combustível (FCEV) também vem aumentando nos últimos anos, com empresas como a Tesla desenvolvendo importante papel nessa área. Plötz (2022) expõe que há uma predominân- cia dos veículos BEV sobre os FCEV. Segundo o autor, no início de 2021, havia cerca de 25 mil carros de célula de combustível de hidrogênio, ao passo que eram esperados cerca de 15 milhões de veículos elétricos e híbridos plug-in (PHEV) nas estradas pelo planeta. A questão do abas- tecimento desse tipo de veículo é outro ponto levantado no estudo de Plötz (2022). Carros do tipo FCEV não podem ser abastecidos em casa, necessitando de uma rede de postos de abastecimento com opção de hi- drogênio, e atualmente há apenas cerca de 540 estações de hidrogênio no planeta (PLÖTZ, 2022). O Brasil tem enorme potencial para a produção de energia eó- lica e solar. Atualmente, o país conta com 828 parques eólicos em operação, estando 725 deles localizados na região Nordeste. Somando- -se a capacidade produtiva de todos esses parques, tem-se uma produção de 22.000 MW de energia, da qual a região Nordeste detém 90% (cerca de 20.000 MW) (ENERGIA..., 2022). A crise ambiental atual14 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 ESG no mundo corporativo A sigla ESG (do inglês environmental, social and governance) é usada para se referir às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, como empresas e companhias. O termo foi inicialmente utilizado por Kofi Annan, então secretário-geral da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), em uma publicação chamada “Who cares wins”, que surgiu a partir de uma parceria entre o Banco Mundial e o Pacto Global. Annan se dirigiu a 50 CEOs de grandes instituições financeiras com o intuito de gerar ques- tionamentos sobre como as empresas podem redefinir o futuro do planeta e como podemos garantir um mundo melhor para vivermos em harmonia com o meio ambiente. O principal objetivo das ESGs é integrar práticas de sustentabilidade às empresas dos mais diversos setores. Essas práticas estão relacionadas com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU (Figura 1), criados na Conferência das Nações Unidas, que foi realizada em 2012, no Rio de Janeiro, e teve como objetivo debater sobre o desenvolvimento sustentável (DATHE et al., 2022). Figura 1. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Fonte: Pisco de luz (2022, documento on-line). Como é possível observar na Figura 1, os objetivos vão muito além do cuidado com a natureza. Também há uma preocupação com as pessoas em situação de vulnerabilidade social, educacional e alimentar. A crise ambiental atual 15 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 O ESG favorece as empresas ampliando a competitividade no setor em- presarial, no mercado interno ou no exterior, pois é uma demanda atual que gera mais confiança e simpatia do consumidor. É possível ler os relatórios de sustentabilidade anual das grandes empresas, já que a maioria delas os disponibiliza em seus sites oficiais. Nesses relatórios, as empresas divulgam suas ações em prol da sustentabilidade e que estão alinhadas com os pro- pósitos da ESG (DATHE et al., 2022). Neste capítulo, você conheceu os principais eventos de poluição causados pelo homem ao meio ambiente, bem como os principais encontros mundiais cuja temática central consistia na abordagem de melhorias da qualidade ambiental. Por fim, definimos o papel do ser humano como agente das me- lhorias das condições ambientais. Observamos que muitos dos eventos de poluição estão associados com o crescimento exacerbado e desordenado da população mundial, que tem como um de seus pilares fundamentais (iniciais) a Revolução Industrial. Também vimos que, nas últimas décadas, a desigualdade social tem contribuído, mesmo que de modo indireto, para o crescimento dos danos ao meio ambiente, além de refletirmos sobre o dilema da exploração mineral, que, apesar de ter muitos malefícios, não pode mais ser desvencilhada do cotidiano das populações. Como você pôde compreender, a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em 1972, contribuiu para que houvesse mudanças importantes na luta contra o avanço das crises ambientais, dentre as quais merecem destaque a criação do conceito de desenvolvimento sustentável (na ECO-92) e a criação do crédito de carbono (na COP3). Apesar de ser o grande responsável por causar as maiores crises ambien- tais observadas atualmente no planeta, o ser humano também é respon- sável por buscar medidas para solucioná-las. A manutenção dos encontros mundiais para discussões climáticas é uma boa medida para seguirmos avançando nos objetivos relacionados ao cuidado com o nosso planeta. Entretanto, se cada um de nós não fizermos nossa parte no cotidiano, nada disso terá valor. Dessa forma, é importante nos mantermos informados sobre assuntos relacionados com o clima global, participarmos de discussões e ações voltadas à preservação do meio ambiente e atuarmos como agentes de proteção do planeta, buscando, sempre que possível, conscientizar ou- tras pessoas sobre a importância de se lutar pela conservação do planeta em que vivemos. A crise ambiental atual16 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Referências BRAGA, A. et al. Poluição atmosférica e seus efeitos na saúde humana. Revista USP, v. 51, p. 58-71, 2001. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/35099. Acesso em: 6 dez. 2022. BRASIL. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 6 dez. 2022. CHAVES, E. G. Goiânia é azul: o acidente com o césio 137. Revista UFG, v. 9, n. 1, 2007. Disponível em: https://revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48158. Acesso em:6 dez. 2022. DATHE, T. et al. Corporate Social Responsibility (CSR) versus Environmental Social Governance (ESG). In: DATHE, T. et al. Corporate Social Responsibility (CSR), Sustaina- bility and Environmental Social Governance (ESG). New Jersey: Springer, 2022. p. 117-141. DAVIES, T. J. The macroecology and macroevolution of plant species at risk. 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Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. A crise ambiental atual18 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Identificação interna do documento 3VSPY5EOT4-QOCFUA1 Nome do arquivo: C01CriseambientalatualFINAL_202212151650002046629.pdf Data de vinculação à solicitação: 15/12/2022 16:50 Aplicativo: 614699 Dica do professor Vamos analisar quais os eventos que marcaram as últimas décadas na área ambiental: Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0fb36105b94c1d8185ed137b352ec4b7 Exercícios 1) Em 1992 aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou somente, Cúpula da Terra, sendo palco para um maior discussão e entendimento acerca da importância da compreensão da dependência entre desenvolvimento e um ambiente equilibrado. Com relação ao tema, marque a alternativa correta: A) A Convenção do clima e da Biodiversidade foram dois dos importantes documentos produzidos durante esse evento. B) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento teve a participação de 120 nações. C) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ficou conhecida também como a ZOO-92. D) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento produziu somente um documento: a Agenda 21. E) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ocorreu na cidade de São Paulo. 2) Após a revolução industrial, o ser humano começou a manipulação de substâncias e materiais. Apesar do enorme desenvolvimento, não havia uma gestão adequada dos resíduos ou mesmo controle de risco de seus sistemas produtivos. E assim, a história da humanidade também é marcada por graves acidentes. De acordo com o assunto, analise as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta: I – O acidente de Chernobyl ocorreu em 26 de abril de 1986, na Ucrânia, e devido a falha humana; II - Em 13 de setembro de 1987, em um ferro velho de Goiânia, no Brasil, ocorreu vazamento de petróleo. III – O desastre de Mariana, em Minas Gerais, Brasil, ocorreu em 2016 e causou uma avalanche de rejeitos. A) I e II. B) II e III. C) Apenas a II D) Apenas a I. E) Apenas a III. 3) Distintos encontros dos líderes mundiais foram feitos durante o último século tendo em vista um desenvolvimento mais sustentável. Distintos documentos e acordos foram firmados durante esses encontros. Com relação ao clima, qual foi o maior acordo já firmado ao longo da trajetória desses encontros? A) O documento "Nosso Futuro Comum". B) O livro “Primavera Silenciosa”. C) O relatório “Limites ao crescimento". D) A agenda 21. E) O Protocolo de Quioto. 4) A Conferência de Estocolmo, em 1987, começou a delinear o conceito de desenvolvimento sustentável como resposta à procura de uma forma mais consciente de coexistir. O desenvolvimento da humanidade deve ser pautado por três alicerces, o _______________, o _______________ e o ______________. Marque a alternativa que completa corretamente a assertiva acima, e conforme os alicerces do desenvolvimento sustentável. A) ambiental / justo / tributário. B) ambiental / econômico / social. C) econômico / social / capital. D) Justo / capital / ambiental. E) tributário / social / econômico. 5) A Educação Ambiental é, sem dúvida, um pilar para a busca de soluções para a crise ambiental em que vivemos. Atualmente, existem duas correntes principais da Educação Ambiental, que apresentam visões distintas das ações necessárias à superação da crise: Visão Reformista e Visão Crítica. Analise as afirmações a seguir e assinale as alternativas que correspondem à Visão Reformista: I – A solução da crise requer a transformação da ordem social e do modelo econômico vigente. II – A crise atual se deve, entre outros aspectos, ao desperdício de recursos e à ineficiência na produção. III – Desconsidera mecanismos de compensação (ex: Protocolo de Quioto) como alternativa para atenuação da crise. A) Apenas I. B) Apenas I e III . C) Apenas II. D) Apenas I e II. E) Apenas III. Na prática Vamos ver agora um exemplo das consequências que o meio ambiente pode sofrer com a interferência dohomem. Caminhando nas ruas de grandes centro urbanos, você teve a sensação de que a temperatura está mais elevada do que indicam os termômetros? As ilhas de calor podem ser percebidas em grandes centros urbanos como: Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Controle da Poluição Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a temática em estudo, leia o capítulo "A Crise Ambiental Atual" (páginas 13 a 27). Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A batalha de Cubatão contra a poluição atmosférica Em 1981, Cubatão, em São Paulo, foi considerada a cidade com a pior qualidade do ar em todo o mundo, e conhecida globalmente como o "Vale da Morte". Acesse o documentário e descubra como Cubatão se tornou o símbolo de recuperação ambiental. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Da Samarco em Mariana à Vale em Brumadinho: desastres em barragens de mineração e Saúde Coletiva Um desastre pode ser compreendido como uma interrupção no funcionamento de uma comunidade e/ou sociedade, e ocasionando perdas materiais e econômicas, assim como danos ambientais e à saúde das pessoas. Acesse o link e acompanhe um artigo intitulado “Da Samarco em Mariana à Vale em Brumadinho: desastres em barragens de mineração e Saúde Coletiva” para maiores informações acerca desses eventos reais de poluição e danos à saúde das pessoas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/II7I4xR_0eQ http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2019000600502&script=sci_arttext Antropoceno: a Era do colapso ambiental A nossa espécie surgiu e se espalhou pela Terra durante o Pleistoceno, mas foi no Holoceno que nos tornamos o que somos hoje, mais de 7 bilhões de habitantes. E é exatamente por isso que Paul Crutzen ganhou o prêmio Nobel de Química ao afirmar que o mundo entrou em uma nova era geológica, a do ANTROPOCENO, que significa “época da dominação humana”. Acesse e descubra o que isso significa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.ecodebate.com.br/2020/01/10/antropoceno-a-era-do-colapso-ambiental-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/