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Os tipos de dominação weber

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WEBER, M. Os tipos de dominação. In: Economia e sociedade: fundamentos da sociologia
compreensiva. V. 1, Brasília, Editora Universidade de Brasília, 2000, ps. 139 – 198;
Em seu livro “Economia e Sociedade”, Max Weber fala no terceiro capítulo sobre as formas de dominação existentes na sociedade da época, e onde elas se aplicam. Sendo, para ele dominação "a probabilidade de encontrar obediência para ordens específica (ou todas) dentro de um determinado grupo de pessoas” (WEBER, 1994), que se divide nestas três formas: a dominação legal-burocrática, a dominação tradicional e a dominação carismática, cada uma definida por uma característica única. Ele usa as dominações com o propósito de expor e buscar a compreensão da sociedade em que ele vive no momento em que estrutura a ideia de dominação. 
	Cada tipo de dominação trata de um modo de se observar as relações de poder que os sistemas e as pessoas exercem uns sobre os outros e elas podem, e devem, ser combinadas de forma que seus sentidos se unam e as maneiras de autoridade passem a ser definidas de um jeito mais claro. 
	Aqui vamos analisar de forma intrínseca o que esses poderes significaram na sociedade, e como essas definições weberianas ajudaram a elucidar diversos momentos na história, tendo em vista que weber os escreveu de forma pura, sob o ponto de vista sociológico. Sendo assim, em primeira instância vamos analisar a dominação legal-burocrática, que pode ser vista de maneira mais óbvia em nossa sociedade, sem precisar que se saiba ou entenda sobre autoridade. 
	A dominação legal-burocrática consiste numa forma de poder que é ordenado por estatutos, sendo eles previamente decididos, conforme podemos analisar, os direitos podem ser criados e modificados por meio de estatutos. 
Estas regras comumente são decididas por um geral, ou por um grupo de pessoas, que as estabelecem para o bem da maioria. Assim, ela é encontrada em diversas partes de nossa sociedade capitalista que trabalha por meio da hierarquia e do poder. Atualmente, o tipo mais evidente de dominação legítima, e o que pode ser encontrado de forma mais pura em nossa coletividade é este, e é possível observá-lo principalmente em governos (de empresas, estados ou instituições).Esse tipo de domínio é muito utilizado no mercado de trabalho, de forma que fica claro, que a parte legal da dominação é altamente entrelaçada à uma sociedade com poder econômico, pois há um contrato estabelecendo os vínculos e às relações.
	Isto tratando da dominação legal, o tipo mais puro e determinado de maneira mais clara de dominação, porém, mesmo assim, há interferências externas que fazem com que ela possa ser relacionada com a tradicional ou a carismática. 
	O sistema democrático em que vivemos na sociedade brasileira atualmente, é um exemplo de dominação legal-burocrática exercida em conjunto com a carismática, pois apesar de haver estatutos definindo leis, as pessoas que definem esse estatuto e estão no poder, são, ou ao menos devem ser, escolhidas pelo povo que vai ser governado por elas, desta forma o carisma de quem há de ser escolhido pelo povo vai interferir futuramente em quem vai controlar uma parte das decisões legais. Logo, as dominações acabam se interferindo de alguma forma, pois nenhuma dominação burocrática se encontra no seu estado puro.
	A dominação tradicional é a segunda forma de poder descrita por Weber, ela se trata do modelo mais antigo de persuasão, onde a ordem social ou a cultura local interfere no detentor de poder. A forma mais pura dessa dominação é a patriarcal, que perdura em nossa sociedade há séculos, e ainda se encontra presente na mentalidade mundial. Enquanto na dominação legal as regras são ditadas por estatutos e conjuntos de pessoas, na tradicional quem detém o poder é o “senhor” e quem o obedece acaba por ser definido como seu “súdito”. 
	O estado feudal é um exemplo de sociedade que foi governada sob a dominação tradicional, tendo todo o seu sistema baseado na confiança. Atualmente, como exemplo de dominação patriarcal temos a família “tradicional”, porém esse molde de estrutura familiar vem sendo abandonado cada vez mais no Brasil, dando espaço à outras estruturas que deixam de trabalhar com um poder moderador fixo e único, e passam a trabalhar com um sistema de poder entrelaçado, onde ambos podem participar das decisões. Porém, a dominação tradicional ainda é uma realidade muito ativa mundialmente. 
	Sua única dificuldade na sociedade atual é a necessidade de uma base tradicional que não sofra mudanças, pois esta forma de dominação se torna ameaçada com as mudanças excessivas e muitas novidades, elementos que alteram a uma estrutura antes sólida, e abalam definições tidas como certezas absolutas, sendo assim essa é uma forma de poder incerta, que apesar de ser muito comum antigamente, hoje em dia na era da comunicação é difícil de ser mantida intacta. 
	Assim, após a dominação moldada por leis e a que se apóia quase puramente em tradições bases da sociedade, vamos tratar da que depende totalmente da influência de apenas um ser sobre os demais. 
	A dominação carismática é definida unicamente pela admiração ao dominador e ao seus poderes de persuasão e seu carisma, sendo assim os dominadores dependem somente deles mesmos para obter o poder, e estão sujeitos a perdê-lo a qualquer momento. Quem possui estas qualidades pode facilmente levar aqueles que sintam a vontade de segui-los. 
	O poder carismático se instaura em diversos lugares do mundo, durante vários períodos da história mundial, sendo ele uma forma de se analisar diversos governos autoritários que acabam trazendo certa decadência à sociedade em alguns momentos. No passado do Brasil há grandes exemplos de pessoas que acabaram por utilizar a dominação carismática, sendo alguns destes: Lampião, Antônio Conselheiro e Padre Cícero. Estas três figuras históricas surgiram em suas regiões em momentos de necessidade, e ali instauraram medidas ou idéias que levou as pessoas a terem uma esperança, ambos tiveram seus auges em momentos de pobreza extrema no Brasil, sendo assim o carisma deles aliado ao desespero do povo, e ao discurso certo, os tornou em mitos históricos, messias e santos, que até hoje são aclamados por algumas pessoas.
	O poder carismático, acaba sendo mais assustador do que parece quando se olha para ele de uma forma mais atenta, e ao olhar à sociedade atual percebe-se que ele ainda pode ser encontrado em diversos lugares, podendo até mesmo estar sendo combinado com alguma das outras duas formas de dominação. 
	Sendo assim, após o estudo dos três tipos de dominação conceituados por Weber, pode-se perceber que a sociedade segue uma tênue linha de poder, onde ele sempre se encontra na mão de poucos e pode ser definido de poucas formas. E esse poder é o que define a sociedade em si. Ficou evidente também, que como Weber mesmo diz, as dominações são conceitos separados que fora do papel podem ser encontrados facilmente interligados em diferentes áreas, que é o que de fato acontece na sociedade em geral.
	Isto só evidencia as formas como o poder se encontra na sociedade durante nossa vida, e observa que apesar de Weber não ter vivido o que se vive neste milênio, não ter visto as relações de comunicação se transformarem e alterarem, as relações de sociedade, mudarem e o olhar humano se tornar outro, suas definições de autoridade ainda assim se encaixam de forma quase que perfeita no mundo atual, mesmo que em diferentes circunstâncias. 
 	Trazendo assim a certeza de que a sociedade se altera e o poder muda de mãos, mas a forma que ele governa os que não o detém continua sendo a mesma.

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