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TCC - COMO A PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE PODE CONTRIBUIR PARA COMPETITIVIDADE DE UMA ORGANIZAÇÃO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
VÂNIA DE LIMA RODRIGUES
Como a prática da sustentabilidade pode contribuir para competitividade de uma organização
RIO DE JANEIRO
2017
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
TERMO DE APROVAÇÃO DE 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM ADMINISTRAÇÃO
COMO A PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE PODE CONTRIBUIR PARA COMPETITIVIDADE DE UMA ORGANIZAÇÃO
Por
VÂNIA DE LIMA RODRIGUES
O presente artigo cientifico intitulado Como a prática da sustentabilidade pode contribuir para competitividade de uma organização foi aprovado em 11 de Novembro de 2017, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração da Universidade Estácio de Sá, tendo sido aprovado com conceito (). 
Rio de Janeiro - RJ , 20, Novembro de 2017
VÂNIA DE LIMA RODRIGUES
Sergio Meinicke
RESUMO 
O presente estudo tem como objetivo realizar uma análise bibliométrica a fim de entender o estado da arte da produção acadêmica que relaciona sustentabilidade com estratégia e vantagem competitiva. Para isso, o artigo busca identificar o que foi produzido, publicado e gerado de conhecimento pela comunidade científica relacionada ao tema, além de analisar suas principais tendências, através de uma análise quantitativa da evolução da produção científica sobre os temas, veículos de publicação, centros de pesquisa, principais pesquisadores e redes de estudo. Através da pesquisa, constatou-se que houve um aumento recente das publicações sobre o tema deste artigo, principalmente a partir do ano 2000, sendo que as áreas da ciência que mais publicaram sobre o assunto são as representadas pelo Triple Bottom Line (ambiental, social e econômica), destacando-se que a sustentabilidade está tendo atualmente um viés muito mais proativo ao invés de reativo. Além disso, foi também possível identificar que os países que possuem os melhores índices de desenvolvimento, tal qual o IDH e o índice GINI, são os pioneiros na publicação deste tema.
Palavras Chaves: Sustentabilidade. Estratégia. Vantagem Competitiva.
INTRODUÇÃO 4
A razão da escolha deste tema deve-se ao fato de que a prática de desenvolvimento social atualmente vem se destacando no cenário econômico mundial. As preocupações com a sustentabilidade chegam ao setor empresarial, que passam a buscar, de forma simultânea, ser eficiente em termos econômicos, optando por ações e práticas mais responsáveis de negócios. 
A relevância deste estudo advém de que incentivar a inovação de gestão da prática responsabilidade social está diretamente relacionada com a competitividade futura do negócio, sendo necessário, por parte da organização, um acompanhamento com indicadores sustentáveis para compor essa uma nova prática organizacional.
A delimitação desta pesquisa é caracterizada pela a evolução do tema sustentabilidade em relação à sua necessidade para a sociedade. Passa a ser importante para as indústrias a integração dos três pilares organizacionais, que contemplam as dimensões econômica, social e ambiental. O desafio para as organizações é mensurar a gestão para cada um desses pilares, devendo assegurar a concretização das expectativas organizacionais e considerar importantes aspectos mercadológicos e socioambientais. 
Esse contexto instiga a investigação sobre o seguinte problema:“Como a prática da sustentabilidade pode contribuir para competitividade de uma organização”
Objetivo central desta pesquisa em questão será descrever a complexidade de se criar uma cultura organizacional como foco na sustentabilidade organizacional .
A metodologia do desenvolvimento deste estudo seguirá a taxonomia de uma pesquisa, quanto aos fins, descritiva, uma vez que se propõe a identificar e detalhar ações gerenciais que criem um clima organizacional sustentável no meio empresarial; quanto ao método, uma pesquisa dedutiva, dado que partirá de conceitos gerais da gestão de relações humanas no trabalho para se os aplicar à criação de um clima organizacional comprometido com a sustentabilidade; quanto ao tipo, será uma pesquisa qualitativa, pois o pressuposto é que uma boa gestão das relações humanas no trabalho favorece ao desenvolvimento de uma cultura de sustentabilidade na empresa.
Como fundamentação científica será utilizada a pesquisa, quanto aos meios, literária, na qual será consultada, como fonte secundária, a literatura desenvolvida por autores de renome que abordaram a o tema proposto, suas características, suas exigências e impactos nos usuários; será também desenvolvida uma pesquisa de campo objetivando comprovar, na prática, os dados apurados na teoria sobre a criação de uma cultural de sustentabilidade.5
O roteiro de desenvolvimento do Artigo inicia-se pela descrição do papel da gestão de relações humanas em uma organização seguida da conceituação de sustentabilidade bem como de competitividade. Por último, depois da evidência dos resultados da pesquisa de campo, buscar-se-á responder ao problema identificando como a prática da sustentabilidade pode contribuir para competitividade de uma organização.
Este estudo não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas apenas de instigar seu aprofundamento em novas e mais detalhado pesquisas, nesta ou em outras áreas de conhecimento.
O PAPEL DA GESTÃO NAS RELAÇÕES HUMANAS6
Conceito 
Uma associação de habilidades e métodos, com o objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano nas organizações.
As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. 
No processo de gestão de relações humanas torna-se necessário ter em conta as novas relações que se estabelecem entre as organizações e as pessoas. Este novo modelo de gestão, baseado nas competências. Sendo assim, as organizações devem apostar fortemente no desenvolvimento e formação do seu capital intelectual. Tendo a grande responsabilidade de proporcionar a formação aos seus colaboradores, tem como ponto central o desenvolvimento e crescimento da organização, bem como o do próprio colaborador para adquirir os resultados esperados. 
SUSTENTABILIDADE
Conceito
O conceito de sustentabilidade tem sua origem relacionada ao termo “desenvolvimento sustentável”, definido como aquele que atenda às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades. Em face da dificuldade de transformar este conceito em ações e políticas públicas e diante da reduzida interseção entre as idéias desenvolvimentistas.
Sustentabilidade empresarial, responsabilidade social empresarial, ética empresarial, cidadania corporativa, desempenho social corporativa, Triple Bottom Line são alguns dos termos utilizados para destacar a responsabilidade das empresas, além dos objetivos puramente financeiros. 
O conceito de sustentabilidade foi inicialmente utilizado nas disciplinas de Economia Ambiental e Ética Empresarial, caracterizando-se como um termo interdisciplinar, uma vez que é usado em várias áreas do conhecimento. Faz-se necessária a busca por novas formas que contribuam não somente para os negócios, mas também a construção de uma sociedade sustentável. Investir em sustentabilidade empresarial é uma forma indireta para contribuir para a perenidade dos negócios, tendo como resultado final benéfico à própria atividade empresarial. Nesse cenário, percebe-se que a práticas empresariais sustentáveis é uma realidade perfeitamente possível e que está ao alcance de todos. Tendo em vista a realidade tecnológica e científica nota-se que ser uma empresa sustentável está intimamente mais relacionado a questões culturais e a paradigmas carregados ao longo de anos do que a capacidade intelectual. 7
9
COMPETITIVIDADE ORGANIZACIONAL
Conceito
A competitividade é a característica ou capacidade de qualquer organização em cumprir a sua missão. Com mais êxito que outras organizações competidoras. Baseia-se na capacidade de satisfazer as necessidades e expectativasdos clientes. A competitividade empresarial significa a obtenção de uma rentabilidade igual ou superior aos rivais no mercado. 
Atribuições
Assim, fica claro que para uma empresa se manter competitiva no mercado é preciso cuidar e agir. E isso, sem dúvida, demanda investimentos, mas não se trata de considerar apenas os grandes investimentos, mas principalmente de investir da maneira certa.
São diversos os fatores que influenciam no grau de competitividade empresarial de um negócio:
· Capacidade de inovação;
· Produtos e serviços de qualidade;
· Diferenciais comerciais;8
· Capacidade de produção e entrega;
· Alcance geográfico;
· Ações de marketing;
PESQUISA DE CAMPO
O presente estudo tem como objetivo realizar uma produção acadêmica que trata a sustentabilidade como um meio de aumentar a competitividade das empresas. Para isso, o artigo busca identificar o que foi produzido, publicado e gerado de conhecimento pela comunidade científica relacionado ao tema.
Dessa forma, as questões de pesquisa que se pretende responder são acerca do crescimento das publicações na linha do tempo. 
Sendo assim, os objetivos específicos desse artigo podem ser divididos em quatro eixos principais:
1. Veículos de publicação e centros de pesquisa: analisar as principais instituições ofertantes e os canais que mais publicaram sobre o assunto.
2. Evolução da produção científica: identificar a evolução dos artigos publicados sobre o tema sustentabilidade como uma vantagem competitiva para as empresas, visualizar a distribuição dos artigos por área da ciência e analisar as palavras-chave mais citadas pelos autores.
3. Redes de Estudo: analisar possíveis parcerias e redes para o estudo do tema.
4. Pesquisadores: identificar os pesquisadores tidos como principais referências nas pesquisas.
METODOLOGIA
Em relação aos aspectos metodológicos, o presente estudo pode ser classificado segundo sua finalidade, objetivos e natureza. Quanto a sua finalidade, a pesquisa caracteriza-se como teórica, na medida em que objetiva gerar conhecimento para o esclarecimento de um problema específico, por meio de uma base bibliográfica. Já em relação aos seus objetivos, a pesquisa caracteriza-se como exploratória onde sua aplicação tem como intuito conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere. Sob a perspectiva de sua natureza, a pesquisa é classificada como quantitativa. Para o alcance dos resultados foi desenvolvida uma metodologia que conta com cinco etapas principais: (1) Estruturação da pesquisa, (2) Coleta de artigos, (3) Refinamento da amostra, (4) Tabulação e análise de dados e (5) Resultados e conclusões. Tais etapas podem ser visualizadas através da Figura 1 abaixo e serão detalhadas posteriormente.
Figura 1 - Etapas da metodologia9
Estruturação da pesquisa
Com base em publicações de artigos, livros, teses e dissertações acerca dos temas “sustentabilidade” e/ou “vantagem competitiva”, foi desenvolvida uma árvore de palavras-chave que pode ser observada na Figura 2 abaixo. Este levantamento teve como objetivo estruturar a busca direcionada de artigos na base de publicações dos periódicos do CAPES.
Para a construção desta árvore de palavras-chaves, foi feita uma avaliação dos objetivos de pesquisa para estruturar o arcabouço teórico do estudo. Nesse sentido, a elaboração da árvore de decisão tem como finalidade desdobrar as palavras ou termos mais importantes para a pesquisa no sentido horizontal e vertical com diferentes propósitos.
No sentido vertical, apresenta-se uma divisão dos objetivos em áreas temáticas concêntricas e distintas que permitam que a pesquisa seja abrangente e, conseqüentemente, relevante em termos de exploração bibliográfica. Já no sentido horizontal, a subdivisão das áreas temáticas em ramos interdependentes garante a profundidade da pesquisa, permitindo também a especialização em relação aos temas abordados (FARIAS FILHO, 2009).
Busca de artigos10
Após a estruturação dos termos-chave, iniciou-se a exploração propriamente dita utilizando a lógica booleana com os conectivos “E” e “OU” nas combinações das palavras-chave. Neste momento, procurou-se saturar os artigos da base dos periódicos CAPES.
Figura 2 - Diagrama de palavras-chave
Refinamento 
A partir dessa lista de termos, o pesquisador classifica as palavras conforme sua maior e menor importância, conforme os objetivos da pesquisa. Em seguida, são geradas relações que representam a interação entre os termos dos artigos, nos quais os com menor relevância aos objetivos desse estudo foram excluídos da amostra. 
Tabulação e análise de dados11
Após o refinamento da base de artigos, foram tabulados os seguintes quesitos dos documentos: autores, instituições, ano de publicação, citações, veículo de publicação. Posteriormente foram gerados gráficos e análises desses dados, de forma a responder às questões de pesquisa propostas neste estudo.
Resultados e Conclusões
Finalmente, torna-se possível extrair os resultados e conclusões referentes à pesquisa a respeito do tema. Sendo apresentados segundo os quatro grupos principais expostos anteriormente: Veículos de publicação e centros de pesquisa, Evolução da produção científica, Redes de estudo e Pesquisadores.
ANALISE PESQUISA DE CAMPO
Para a realização da análise dos resultados, estes foram divididos em quatro grupos principais: (1) Veículos de publicação e centros de pesquisa, (2) Evolução da produção científica; (3) Pesquisadores e (4) Redes de estudo. A seguir, tem-se a análise de cada um deles. 
Veículos de publicação e centros de pesquisa
Foi verificado que as principais instituições ofertantes desse tema de pesquisa se encontram no Reino Unido, nos Estados Unidos da América, no Canadá e na Suíça. Ademais, 42% dos autores possuem como seus países de origem o Reino Unido e os Estados Unidos. Conforme destacado na Figura 3, excluindo as nações citadas anteriormente, não foram percebidas altas taxas de publicação nos demais países, sinalizando que existem poucos centros de pesquisa voltados para o tema.
Figura 3 - Países de origem dos autores12
Já em relação aos veículos de publicação, constatou-se que os jornais que mais publicaram sobre o assunto possuem suas origens no Reino Unido, na Holanda, nos Estados Unidos e na Finlândia, respectivamente.
Com isso, a fim de confirmar a relação entre os países que se destacaram como meios de pesquisa sobre o assunto deste trabalho e a evolução de suas nações, foram analisadas suas colocações em índices que apontam, quantificam e comparam a evolução dos países, tais qual o índice de GINI e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O índice de GINI faz parte de um esforço conjunto entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Central Intelligence Agency (CIA). Este esforço consiste em calcular os coeficientes de GINI dos países, de forma a realizar uma comparação entre as nações com menores e maiores desigualdades sociais (CIA, 2010). Este relatório teve como resultado que as menores desigualdades se encontram na Eurásia e na América do Norte, respectivamente. Já o índice IDH realiza uma comparação da qualidade de vida entre os países, segundo três perspectivas: Produto Interno Bruto (PIB) per capita, expectativa de vida ao nascer e possibilidade de desenvolvimento intelectual da população. Segundo uma lista divulgada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2010), os países listados neste artigo encontraram-se entre as 25 primeiras nações neste índice no ano de 2009.
Entretanto, ressalta-se que pesquisas sobre o tema objeto de estudo deste artigo representa o interesse dos países em obter crescimento econômico em conjunto à sustentabilidade ambiental e social, sendo assim, não pode ser comprovado sobre a perspectiva deste estudo o interesse do BRIC neste equilíbrio ao longo de seu crescimento.13
Evolução da produção científica
A Figura 4 apresenta a evolução dos artigos publicados sobre o tema da sustentabilidade como uma vantagem competitiva para as empresas. Percebe-se queesse assunto passou a ter maior foco na atenção dos cientistas por volta do ano de 2000.
Figura 4 - Evolução da publicação de artigos por ano sobre o tema
Como percebido na revisão da literatura, os temas “sustentabilidade” e “vantagem competitiva” configuram assuntos recentes, em que seu principal marcos histórico é observado na década de 80. Por isso, existe uma fundamentação lógica de que o início do crescimento da publicação desses temas em conjunto seja a partir da década de 2000, ou seja, duas décadas após esse principal marcos dos temas em separado. Além disso, foi observado na amostra existente que 91% das publicações se deram por jornais, 7% foram resultados de conferências e 2% de outras formas de publicação. Na Figura 5, a maior parte desses documentos foi publicada na área de ciência de negócios e administração. Enfoque deste tema está vinculado às pesquisas na área de gestão e imagem organizacional, recebendo pouco investimento na estruturação de sua base técnica.
14
Figura 5 - Principais áreas de ciência que publicaram o tema
Na Figura 5 sinaliza que dentre as principais áreas gerenciais que publicaram sobre o tema, o campo econômico foi o que obteve menos da metade de artigos da amostra quando comparada à ciência anterior, que é representada pelo pilar social. As palavras-chave mais citadas pelos autores nas publicações dos artigos dentro deste tema foram respectivamente: sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, responsabilidade social empresarial, estratégia, planejamento estratégico, competitividade, inovação e vantagem competitiva.
Redes de estudo15
19
Percebeu-se pouca quantidade de autores por artigo, bem como poucas instituições de pesquisa por documento, conforme mostrado na Figura 6. Assim, constata-se que, por se tratar de um assunto recente, ainda não foram formadas grandes parcerias para o estudo do tema.
Figura 6 - Quantidade de autores por artigo e de instituições de pesquisa
Pesquisadores
Os pesquisadores tidos como principais referenciais nas pesquisas com o tema
De sustentabilidade como uma vantagem competitiva foram Michael Porter e Prahalad. Porter foi pioneiro na escola de posicionamento, conforme ressaltado no capítulo da revisão de literatura. Já Prahalad, realizou estudos sobre as mudanças no panorama mundial de negócios, ressaltando a importância do consumidor na base da pirâmide. Além disso, nota-se que o autor Michelini também aparece como um dos mais citados nos artigos e, apesar de não ter a notoriedade de Porter e Prahalad, também desenvolveu importantes estudos na área de sustentabilidade.
SUSTENTABILIDADE E COMPETITIVIDADE ORGANIZACIONAL16
Para propiciar produto e serviço de modo eficaz, éticos e ecologicamente corretos, as empresas precisam estabelecer relações legais e transparentes com seus clientes e parceiros do negocio. Possibilitará maiores chances de aumentar a vida da organização a partir dos ganhos alcançados com o desenvolvimento de práticas responsáveis. A competitividade de uma empresa dependerá de vários fatores comuns e complexos interligados entre si como: custos, qualidade de produtos e serviços, nível de controle de qualidade, capital humano, tecnologia e capacidade de inovação.
Empresas que não possuem nenhum tipo de política ambiental são vistas com maus olhos pelos consumidores e clientes, ao contrário das empresas que aderiram à política, que se encontram cada vez mais competitivas. A sociedade desenvolveu uma imagem positiva em relação às organizações que se preocupam em como suas atividades tem afetado ou afetarão o meio ambiente e a própria comunidade, satisfazendo consumidores. Se esta quer competir com sucesso é importante que mantenha uma imagem de sólido comportamento, ético e responsável, pois sua credibilidade e um fator primário nas relações comerciais, formais ou informais.
Vinha (2003) saliente que as organizações hoje vivenciam a era da globalização e da sociedade da informação, onde os ativos intangíveis como conhecimento e a própria reputação da empresa adquirem importância estratégica nos negócios. Assim, abalos na imagem podem significar em perdas financeiras grandes e duradouras.
A realização de projetos sociais contribui para melhorar as condições sociais das comunidades mais carentes, resgatando a auto-estima e dignidade dos favorecidos, inserindo os na sociedade. Isso gera um retorno publicitário para a empresa devido destaque alcançado pelo bom desempenho.
Indicadores
Os indicadores de desenvolvimento sustentável surgiram com o objetivo de mensurar e estabelecer padrões para a análise do desenvolvimento sustentável na esfera ambiental, econômica e social, como forma de proporcionar uma base sólida para a tomada de decisão em todos os níveis.17
Os indicadores de desempenho ambiental fazem análise da eficiência da organização em relação aos desempenhos operacional e gerencial. Os indicadores de desempenho operacional abrangem os principais aspectos ambientais da empresa, como o consumo de energia, de água, de matérias-primas e insumos; emissões atmosféricas, ruídos e vibrações, lançamento de efluentes líquidos e geração de resíduos. Já os indicadores de desempenho gerencial fornecem informações referentes à capacidade e aos esforços da empresa para gerenciar treinamentos, requisitos legais, custos e compras, documentação e ações preventivas ou corretivas que influenciam o desempenho ambiental da empresa.
Principais Práticas
A prática de responsabilidade social e empresarial colabora para aumento de produtividade e satisfação de seus clientes internos. Investir no desenvolvimento contínuo de seus funcionários e incentivá-los a participar do processo decisório coopera para a conquista de vantagens e posicionamento competitivo (DUTRA, 2001).
A atuação responsável, respeitando as leis e normas ambientais, instalando-se em regiões menos desenvolvidas e investindo em patrocínios e projetos sociais, pode propiciar a organização ganhos também tributários. Podem possibilitar em isenções fiscais em âmbito municipal, estadual ou federal, pois a empresa está contribuindo para o desenvolvimento do país.
Práticas sociais semelhantes são realizadas por outras empresas, dos mais diversos segmentos em seu entorno, pois isso repercute em reputação positiva para a companhia perante seus stakeholders. Desse modo, a atuação responsável traz um retorno social para a sociedade propriamente dita.
Desta forma temos um aumento no retorno dado pelos investidores, dada pela valorização da empresa na sociedade e no mercado em função dos projetos sociais realizados.
Logo, incorporar os critérios de sustentabilidade na gestão estratégica contribuirá para aumentar suas chances de sucessos, integrando equilibradamente os aspectos econômicos, sociais e ambientais em todas as suas fases, bem como o alinhando às estratégias da organização. Como visto o crescente aumento das exigências ambientais por clientes e consumidor final acabou por obrigar as empresas a melhorar sua atuação, modificando produtos e serviços. Tal fato ajudou na melhoria da imagem da empresa, que é um dos principais estímulos ao desenvolver um produto ou serviço ambientalmente sustentável, por agregar valor a marca e conseqüentemente melhorar o relacionamento e conquistar novos clientes. As companhias não querem assumir os problemas ambientais de seus fornecedores exigindo que os mesmos demonstrem que seus processos de produção não prejudicam o meio ambiente. O investimento inicial e as dificuldades às novas regras de mercado são compensados ao longo do tempo com reconhecimento e retorno financeiro, essenciais à atividade empresarial.
Devido a isso, práticas de desenvolvimento sustentável tornaram-se fontes de competitividade empresarial. O uso das tecnologias limpas, produção mais limpa, responsabilidade social e formas indutoras e inibidoras de práticas responsáveis nas operações gerenciais e operacionais das empresas resultaram na contribuição pela aceitação da opinião pública no mercado, melhoria no relacionamento com seus fornecedores, clientese consumidores finais. O sucesso da empresa não mais	 está ligado apenas à capacidade de produção, cada vez	 mais ganha evidência a participação de atuação nas esferas sociais e ambientais. 18
Experiência Prática
· Natura
A Natura, empresa fundada em 1969, tem a sustentabilidade em seu DNA, com sua gestão integrada ao modelo Triple Bottom Line, o que poucas fazem, é referência de comportamento empresarial. Ao longo de sua trajetória em busca da sustentabilidade foram várias iniciativas que se tornaram marco e ganhando notoriedade, marcando presença nas quatorze edições da revista Guia EXAME de Sustentabilidade. Entre várias de suas iniciativas as mais recentes foram o lançamento em 2013 da linha de cosméticos SOU, por quatro anos seis especialistas estudaram para desenvolver produtos mais baratos e sustentáveis. A Natura não usou corante e criou uma fragrância única para toda a linha, cortando assim gastos com água e energia ao reduzir a limpeza dos equipamentos, a equipe conseguiu produzir cremes e xampus até 50% mais baratos, que consomem 70% menos de plástico, emitem 60% menos gás carbônico e geram um terço de resíduos. A empresa adquiriu quatro máquinas que formatam a embalagem que vem em forma de rolo filme, inserem o produto e a tampam. A cada 1000 embalagens de SOU transportadas equivalem apenas 28 das tradicionais, menos transporte e menos poluição. E no primeiro semestre de 2014, a inauguração do complexo industrial localizado no Pará, onde o resíduo de uma empresa pode servir de matéria-prima para outra, dentre outros recursos. Até 2020 sua ambição vai além de contribuir com a evolução da sociedade e seu desenvolvimento sustentável.
19
· OMO
A OMO investiu R$ 30 milhões na migração do detergente em pó para líquido concentrado, que prevê a redução de 130 mil toneladas na emissão de CO2, ou seja, 37 mil carros a menos nas ruas. O lançamento faz parte do plano global de sustentabilidade chamado de “Por Um Planeta Mais Limpo”, que prevê um plano de ações de longo prazo que engloba o lançamento de produtos sustentáveis, realizando as adaptações nos processos de fabricação das unidades brasileiras e incentivando melhorias de hábitos dos consumidores. Estudos da OMO prevêem um consumo significativamente menor de água, embalagens e transporte na produção, pelo fato de que, nos Estados Unidos, a entrada do detergente líquido resultou em uma economia por ano de mais de 11 milhões de litros de água, 30 mil litros de Diesel, um milhão de gramas de resina plástica, sendo que, na área de distribuição, houve redução de mais de 16 mil paletes, um milhão de caixas de papelão e mil horas usadas para descarregamento de caminhões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS20
Observou-se a sustentabilidade está cada vez mais passando de um caráter reativo a um proativo, ao ter alta incidência de termos como “planejamento estratégico” e “inovação”. Mas que ainda não é vista como uma vantagem competitiva pelas empresas. 
Foi percebido um aumento recente das publicações referente a este tema principalmente em meados do ano 2000. A área econômica é a que menos investe em estudos sobre o tema. Logo, foi observado um maior quantitativo de publicações nos ramos gerenciais e de imagem organizacional, com menos ênfase na estruturação do tema por meio de linhas de pesquisa.
Constatou-se que os países que possuem os melhores índices de desenvolvimento, tal qual o IDH e o índice GINI, são os pioneiros na publicação deste tema. Entretanto, países que possuem maior previsão de crescimento – os BRIC – possuem menos trabalhos publicados na área. Já os jornais utilizados como veículo de publicação possuem baixo fator de impacto, ainda que os estudos utilizados como parâmetro possuam grande aceitação no âmbito acadêmico.
Se tratando da metodologia desenvolvida para a implementação de uma visão bibliométrica sobre as publicações sobre a sustentabilidade como um caminho para alcançar a vantagem competitiva, este artigo culminar nos objetivos e questões de pesquisa expostos no capítulo de introdução.
Verificou-se poucas parcerias de estudo tanto entre instituições de pesquisa quanto entre autores. Observa-se que esta rede de estudo está associada à recente abordagem do tema. Destaque-se que esta pesquisa científica teórica proporciona sobre as produções acadêmicas de sustentabilidade como um meio de obtenção de vantagem competitiva. Este artigo não pretende fornecer uma análise detalhada da implementação deste tema, mas sim um entendimento do meio científico de forma a embasar aprofundamentos de estudos futuros sobre o tema.
Conforme observado na revisão da literatura, em se tratando de uma organização, para possuir competitividade no mercado se faz necessário romper o paradigma de que a vantagem competitiva está vinculada apenas na questão econômica e passar a desenvolver abordagens sociais e ambientais em sua cadeia produtiva. Dito isso, a empresa pode alcançar a redução de custos, ganho da qualidade, benefícios das partes interessadas e novos projetos que podem sustentar uma vantagem competitiva no futuro.
Pode-se concluir que o tema em questão carece de um aprofundamento maior, tendo em vista os benefícios proporcionados, no âmbito organizacional. Tendo em mente que qualquer vantagem competitiva no atual cenário econômico, faz toda diferença. Fazendo assim, necessário um maior engajamento das empresas neste aspecto.21
Com o crescimento do pensamento sustentável em outros aspectos da econômica, a tendência é cada vez mais por parte das empresas fortificarem o desenvolvimento daquelas que hoje já possuem esta quebra de paradigma, como também desenvolver naquelas que ainda não estão inseridas neste âmbito, tendem a entrar e desenvolver em sua cultura organizacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS22
CIA – Central Intelligence Agency. Field listing: distribution of family income - Gini index. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world- factbook/fields/2172.html>. Acesso em: 29 abr. 2010.
FARIAS FILHO, José Rodrigues de. Ensaio teórico sobre pesquisa bibliográfica em estratégia de operações. Niterói: UFF/TEP, 2009. (Apostila da Disciplina de Gestão de Operações – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção).
NIDUMOLU, R.; PRAHALAD, C. K.; RANGASWAMI, M. R.. Por que a
sustentabilidade é hoje o maior motor da inovação. Boston, EUA: Harward Business School, 2009.
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. PNUD divulga novo estudo e IDH. Disponível em: <PNUD Brasil ::: | CIDADANIA | REPORTAGENS | INDEX>. Acesso em: 29 abr. 2010.
PORTER, M.. Determinantes da vantagem competitiva nacional. Rio de Janeiro: Campus, 1993.
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<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_265708.sht ml?func=2>. Acesso em: 24 ago. 2010.
PORTER, Michael E. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus, 1993. Páginas: 85-159.
PORTER, M.; VAN DER LINDE, C. Verde competitivo: acabando com o impasse. Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para análise da indústria e concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
OLIVEIRA, M.; SIGGERS, R.; MAC DOWELL, A. Gestão sustentável: plantar para colher. Administrador Profissional, São Paulo, ano 37, n. 336, p. 12-13, jun. 2014.
FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso. Construindo o conceito de competência. Rev. adm.  empres. Curitiba, v. 5, n. spe, p. 183-196, 2001. Disponível em 
RICART, J. E., RODRIGUEZ, M. A., SANCHEZ, P. Governance Sustainability in the boardroom: An Empirical examination of Dow Jones Sustainability World Index leaders. Corporate Governance. v. 5, p.24-41, 2005.23
CORAL, Eliza. Modelo de planejamento estratégico para a sustentabilidade empresarial. Florianópolis: UFSC. 2002. (Tese de doutorado em Engenharia de Produção).
VASCONCELOS, Flávio C.; CYRINO, Álvaro B.. Vantagem competitiva: os modelos teóricos atuais e a convergência entreestratégia e teoria organizacional. Rev. adm. empres.,  São Paulo ,  v. 40, n. 4, p. 20-37,  Dec.  2000 .Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
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