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Universidade Federal de Goiás Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Departamento de biociências e tecnologia (debiotec) ________________________________________________________ RELATÓRIO 6 AULA: Hemocultura DISCIPLINA: Bacteriologia Humana DATA: 13/10/2020 Turma: B01 ACADÊMICA: Vitória Carreiro de França Teixeira - 201801439 1. INTRODUÇÃO A hemocultura ou cultura do sangue é utilizada na pesquisa de microrganismos no sangue. Realiza-se este método em casos de suspeita de infecções no coração (endocardite), nas meninges (meningite); infecções hospitalares, sepse, febre de origem indefinida, infecções em imunodeprimidos, pneumonias graves e bacteremia (BARBOSA et al., 2020; MURRAY, 2013). Bacteremia e fungemia, presença de bactérias e fungos, respectivamente, no sangue, são quadros coletivamente denominados septicemia. As bacteremias podem ser primárias (entrada direta do microrganismo na corrente sanguínea) ou secundárias (disseminação a partir de um foco primário de infecção), e são classificadas em bacteremia transiente (curta duração, rapidamente eliminada), bacteremia intermitente (quando há recidiva, tendo intervalos variados) e bacteremia contínua (não é eliminada, característica de endocardite) (BARBOSA et al., 2020; MURRAY, 2013). Já a sepse corresponde à reação do organismo aos componentes liberados durante a resposta imune contra infecções. Os gêneros Staphylococcus, Streptococcus e bacilos gram-negativos correspondem a 90% dos causadores de bacteremia. Além disso, agentes como Corynebacterium spp., Bacillus spp. e Propionibacterium acnes estão bastantes associados com quadros de contaminação (BARBOSA et al., 2020). 2. OBJETIVOS Entender o procedimento da realização de hemocultura, assim como seus possíveis resultados. 3. METODOLOGIA O primeiro passo é a punção venosa adequada dividida em dois tubos (um para cultura anaeróbia e outra aeróbia) e identificação dos frascos. Em seguida, é feita a homogeneização, e feito o transporte em até 12 horas em temperaturas entre 20 ºC e 25 ºC. É importante que não se realize punção em pico febril e antes da antibioticoterapia. O volume de sangue do tubo deve representar 10% do volume total do meio de cultura (ex: 5 ml de sangue para 50 ml de meio), entretanto quanto mais sangue disponível, maior chance de positividade, sendo que a cada 1ml há mais 3% de chance de positivação (BARBOSA et al., 2020). No método manual é feito 3 subcultivos. Inicialmente incuba-se o sangue em frascos de hemocultura por 24h (1º subcultivo), e em seguida retira-se com seringa uma fração do meio (que pode ser ágar sangue, chocolate ou MacConkey), e realiza-se o gram. Após esse procedimento, se negativo, os tubos voltam para a estufa por mais 24h a temperatura de 35ºC e é feita a incubação de novas placas por mais 24h (2º subcultivo). Realiza-se novamente coloração por gram e caso dê negativo segue para o 3º subcultivo ao fim de 7 dias a partir da coleta (BARBOSA et al., 2020). No método automático há menos tempo de espera (cerca de 5 dias) e o resultado parcial é emitido em até 24 horas, de forma que o aparelho emite um som em caso de positivos. O fraco é incubado, indicando gram positivo ou negativo em 24 horas, em caso de negativo, é feito o cultivo em ágar sangue e ágar chocolate seguindo o seguinte fluxo: reincubação caso seja negativo no meio e negativo do gram, semeadura em anaerobiose caso seja negativo no meio e positivo do gram e identificação e realização de testes em caso de positivo no meio e positivo do gram (BARBOSA et al., 2020). 4. RESULTADOS Em cada fase (subcultivo) do método manual há a possibilidade da emissão de um resultado parcial em caso de positivação do gram, de forma que assim que isso ocorre deve-se realizar testes para identificação da espécie ou gênero e perfil de resistência a antimicrobianos. O laudo definitivo só é emitido após o 7º dia, após o término do 3º subcultivo (BARBOSA et al., 2020). No caso do método automático em caso de positivação do gram é liberado um resultado preliminar, se negativo o frasco é recolocado no equipamento para realização de mais testes até que se chegue em resultados de gram e de cultura positivos, para então seguir para a identificação do agente e avaliação de resistência a antimicrobianos (BARBOSA et al., 2020). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os meios manuais são amplamente utilizados nos laboratórios, mas é indiscutível que o tempo de espera é grande, e pode prejudicar o prognóstico do paciente, atrasando o início do tratamento. O método automático representa maior rapidez e eficiência nesse sentido, além de menor risco de contaminação das amostras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARBOSA, Mônica Santiago et al. Aulas práticas de Bacteriologia Humana. [e-book]. Goiânia : Gráfica UFG, 2020. 16 p. Disponível em: https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/index.html. Acesso em 15 out. 2020. 2. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1694 p. ISBN 978‑85‑352‑7106‑5.
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